Preparos Cavitários

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

DISCIPLINA: DENTÍSTICA
PROFa: ROBERTA TAGLIARI DA ROSA DE CARVALHO
ALUNO: RAFAEL JACQUES

PREPARAR OS CAVITÁRIOS - NOVOS CONCEITOS

INTRODUÇÃO

Para compreendermos como as formas dos Preparo dos Cavitários, precisamos


primeiramente ordená-los e classificá-los, para assim escolher o melhor material
para cada caso. Black, em 1908 propôs ordens gerais de procedimentos e dois
tipos de classificações: uma baseada na ETIOLOGIA, ou seja, áreas dos dentes
suscetíveis à carie, regiões de difícil higienização, dividida conforme a
localização anatômica, são as cavidades de cicatrículas e fissuras e cavidades
de superfícies lisas; e outra, ARTIFICIAL, na qual reuniu cavidades em classes
que requerem a mesma técnica de instrumentação e restauração.

ORDEM

A ordem geral de procedimentos no preparo de uma cavidade, de acordo com


Black é a seguinte:
1. Forma de contorno: é o tempo operatório que visa a remoção do esmalte sem
apoio dentinario, com a finalidade de expor a lesão de carie, facilitando sua
visualização e desta forma, permitir a instrumentação das fases subsequentes
do preparo cavitários. A forma de contorno define a área de superfície do dente
a ser incluída no preparo cavitário. Depende do material restaurador, se este é
adesivo (resina, ionômero de vidro) ou não adesivo (amálgama)
2. Forma de resistência: É a característica dada a cavidade para que as
estruturas remanescentes e a restauração sejam capazes de resistir as forças
mastigatórias.
3. Forma de retenção: A forma de retenção é feita mecanicamente, pela
confeição interna da cavidade. tais como: inclinação das paredes e retenções
adicionais: sulcos, orifícios, canaletas, pinos metálicos e cauda de andorinha. o
objetivo da retenção em um preparo é de evitar o deslocamento do material
restaurador.
4. Forma de conveniência: característica que se deve dar ao preparo cavitário a
fim de que estejam facilitados o acesso, a conformação e a instrumentação da
cavidade. Ex: afastamento gengival ou interdental/ isolamentos.
5. Remoção da dentina cariada: remanescente procedimento para remover toda
a dentina cariada que permaneça após as fases prévias do preparo.
6. Acabamento das paredes de esmalte: Consiste na remoção dos prismas de
esmalte sem suporte, pelo alisamento das paredes de esmalte da cavidade, ou
no preparo adequado do ângulo cavossuperficial.
7. Limpeza da cavidade: Remoção de partículas remanescentes do preparo
cavitário, possibilitando a colocação do material restaurador em uma cavidade
completamente limpa.
CLASSIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS

As cavidades podem ser classificadas, de acordo com a finalidade, em


terapêuticas e protéticas. Terapêuticas, são aquelas realizadas em casos nos
quais a lesão cariosa, abrasão, erosão, fratura ou outras lesões dos tecidos
duros dos dentes tenham comprometido a estrutura coronária parcial ou
totalmente, cujo preparo é condicionado a uma restauração individual do dente,
visando à reconstrução morfológica, funcional e estética. Protéticas são as
preparações para servir como retentores ou apoio para próteses fixas e
removíveis, podendo ser realizadas tanto em dentes afetados quanto em dentes
hígidos. Quando realizadas em dentes com coroas clínicas parcial ou totalmente
destruídas não deixam de ser também terapêuticas, pois reconstroem o dente e
funcionam com retentores ou apoio das próteses.

CLASSE I

Regiões de cicatrículas e fissuras de molares e pré-molares; 2/3 oclusais das


faces vestibular, lingual e palatina dos molares; não possui rompimento de crista
marginal; pode ser simples ou composta; pode ocorrer na região de cicatrículas
do cíngulo dos dentes anteriores.
Por tipo:
Tipo ponto - em Pré-molares e molares - quando apenas um ponto do sulco
principal foi atingido pela cárie
Tipo risco - Pré-molares e molares - quando apenas o sulco principal foi atingido
pela cárie.
Tipo olho de cobra - Pré-molares e molares - quando a lesão não atingiu as
estruturas de reforço do esmalte, ponte de esmalte e cristas marginais.
Tipo Shot Gun ou tiro de espingarda - Pré-molares e molares - minicavidades
nas superfícies oclusais dos molares.

CLASSE II

É a que envolve as superfícies proximais dos dentes posteriores, com


comprometimento ou não da face oclusal.
Para acessar a lesão cariosa na proximal, você deve pensar em preservar o
máximo de estrutura dental sadia, sem comprometer a resistência da
restauração ou do remanescente dental.
Pontos de Acessos:
1. Acesso direto (se não houver dente ao lado da face);
2. Convencional (MO, OD, MOD).
3. Slot vertical (com desgaste da crista marginal)
4. Slot horizontal/Acesso direto (normalmente pelo palato, preservando assim a
crista marginal)
5. Túnel. (preservar a crista marginal se o que sobrar for = ou maior que 2 mm)

PROTOCOLO DE PREPARO PARA RESINA E AMÁLGAMA / CLASSES I E II

O protocolo para a confecção de um preparo que vai receber uma restauração


de amálgama, tem algumas peculiaridades e características específicas para
receber esse tipo de material, que o diferem de preparos que recebem resinas
compostas.
As características de um preparo convencional para amálgama são: (importante
lembrar que a adesão é mecânica” por ângulos” e não por sistema adesivo)

a) CAIXA OCLUSAL:

- Largura: ¼ da distância intercuspídica;


- Profundidade mínima de 2mm e maior ou igual à largura
paredes circundantes V e L ligeiramente convergentes para a oclusal, parede
pulpar plana e perpendicular ao longo eixo do dente (em resina não necessita
convergência).
- Em pré-molares inferiores a parede pulpar deve ser paralela ao plano inter-
cuspídeo para evitar exposição do corno pulpar vestibular e preservar a dentina
sob as cúspides linguais;
- Ângulos internos arredondados evitando concentração de forças e facilitando a
condensação do material;
- Ângulo cavo-superficial vivo (90 graus).

b) CAIXA PROXIMAL:

- Paredes circundantes V e L ligeiramente convergentes para a oclusal,


proporcionando auto-retentividade (em resina não necessita convergência);
- As paredes mesial e distal em 90 graus ou devem ser levemente divergentes,
pela orientação dos prismas de esmalte. (caso o ângulo do preparo abaixo da
crista marginal fique muito fechado cortar a parede reto tirando parte da crista
para evitar fratura da mesma)
- Parede gengival plana, perpendicular ao longo eixo do dente e com distância
mésio-distal de 1,5 mm;
- Parede axial perpendicular às paredes gengival, vestibular e lingual ou
ligeiramente expulsiva no sentido gengivo-oclusal;
- Ângulos internos arredondados evitando concentração de forças e facilitando a
condensação do material;
- Ângulo cavo-superficial vivo;
- Curva reversa de Hollenback (P/Amálgama).

OBS:

* Irregularidades devem ser removidas com cortantes manuais;


* Realizar núcleos de preenchimento adesivos em cavidades profundas,
evitando a síndrome do dente trincado (P/Amálgama);
* Para a retenção da cavidade no sentido proximal, deve-se realizar sulcos nos
ângulos axio-vestibular e axio-lingual (P/Amálgama);
* não podemos deixar esmalte sem suporte (p/Amálgama).
* No caso de dois preparar os próximos na face oclusão, se a ponte de esmalte
entre eles for menor ou igual a 1 mm, romper e unir os dois preparos, caso
contrário manter. (P/Amálgama).

CLASSE III (RESINA COMPOSTA)


Estão relacionadas ao tratamento de lesões cariosas que se iniciam na região
proximal de dentes anteriores, geralmente na área de contato entre os dentes, e
não comprometem o ângulo incisal.
Devemos sempre que possível realizar o acesso à lesão de cárie pela face
palatina, pois assim, temos uma maior possibilidade de preservar o esmalte
vestibular, não prejudicando a estética.

Técnica do preparo cavitário:


- Ângulos diedros arredondados;
- Acesso a lesão pela palatina;
- Menor extensão vestibular possível; manter o ponto de contato;
- Biseu no ângulo cavo superficial da face vestibular somente pois na face
palatina propicia a fratura;
- Realizar separação do dente vizinho (ou previamente com borracha ou com
matriz na momento) para evitar desgaste diz esmalte.
- Acessar por vestibular somente quando: a vestibular já estiver comprometida,
com apinhamento ou quando já houver restauração anteriormente.

CLASSE IV (RESINA COMPOSTA)

Ocorre quando há a perda do ângulo inciso proximal, não importa se esse ângulo
é mesial ou distal.

3 técnicas restauradoras:
- Sem guia, usando o dedo para apoiar a tira de poliéster:
- Com guia matriz de silicone ou barreira palatina
- Colagem de fragmento autógeno
Técnica do preparo cavitário:
1. Abertura: ponta diamantada esférica 1011
2. Forma de contorno: conservadora; paredes circundantes perpendiculares à
superfície externa;
3. Ângulos internos arredondados;
4. Acabamento das paredes: bisel para retenção e adaptação da cor, somente
no ângulo cavo-superficial vestibular, na região de esmalte.

CLASSE V (RESINA COMPOSTA/ALMÁLGAMA)

Acomete a região cervical de todo e qualquer dente (apenas na região vestibular


e lingual).

As brocas são as mesmas: a principal é a 245


Formas de retenção: 33 ½, 34 (cone invertido), ¼, 1/2 e 1 (esféricas), 11
1/2, 12, 1051 (forma de roda), 1031, 1032, 1035. Se for fazer com a 556,
tem que fazer acabamento com a 56 ou 245.
Forma de contorno: segue a curvatura da estrutura dentária, gengival, não é
para
ficar reto. Parede cervical e oclusal acompanham a curvatura da gengiva
marginal.
Abertura inicial: Pode utilizar 245, 556, 329, 330. Profundidade: 1mm – 1/3 da
ponta ativa da broca (pode aprofundar um pouco mais)
Penetração inicial: centro da lesão da cárie
Paredes circundantes: perpendiculares à superfície externa. Forma ângulo reto
com a superfície externa do dente, evitando prismas de esmalte friável.
Extensão da cavidade, determinação das paredes axial, gengival, mesial e distal.
Forma de resistência não é muito crítica, pois a área cervical não está
diretamente exposta aos esforços mastigatórios. Ângulo Cavo superficial sem
bisel. A parede axial é convexa. Paredes mesial, distal, gengival e oclusal são
ligeiramente expulsivas.
Por que a parede axial deve ser convexa? Ela é convexa e paralela à superfície
externa do dente. Se ela for plana, pode afetar o tecido pulpar. É uma forma de
conveniência biológica. Evita a remoção de dentina sadia e tem uma maior
proteção do tecido pulpar. Se a parede for plana, haverá maior desgaste de
dentina e maior risco de exposição pulpar.

DENTÍSTICA PRÉ-CLÍNICA
Se fizer o desgaste da parede com uma 556, faz o acabamento com uma 56 ou
245. Na remoção de prismas de esmalte sem suporte utiliza-se instrumentos
manuais. O nome da convexidade é contorno biológico.
Retenções:
São feitas às custas do ângulos diedros da parede gengival e oclusal. Nunca da
axial. A broca utilizada pode ser a 336
½, 34, cone invertido, esférica pequena ou em forma de roda.
Características do preparo Classe V
• Paredes planas, regulares e lisas;
• Paredes circundantes ligeiramente expulsivas;
• Ângulo cavo-superficial nítido e sem bisel;
• Ângulos internos do primeiro grupo arredondados;
• Parede axial convexa em todos os sentidos;
• Retenções adicionais na parede gengival e oclusal;
OBS: quando tiver margem gengival em dentina usar Técnica
Sanduiche (Ionômero de vidro → Resina)

MODIFICACOES DA CLASSIFICAÇÃO DE BLACK:

Classe VI de Howard e Simom:


são cavidades preparadas na ponta de cúspides de dente posterior ou bem na
incisal dos incisivos.

Classe I de Sockwell:
Cavidades preparadas em cicatrículas e fissuras incipientes (de ponto) na face
vestibular dos dentes anteriores.

AMALGÁMA X RESINA COMPOSTA

AMÁLGAMA

Vantagens:
- Alta resistência (grande durabilidade).
- Indicado para pacientes com alto índice de cárie: por apresentar grande
resistência e técnica relativamente simples (diminuindo a margem de erro por
parte do profissional);
- O custo do amálgama é mais baixo comparado a resina.

Desvantagens:
- Ausência de estética (usado pra dentes posteriores);
- Necessidade de preparo cavitário (destruição de tecido dentário sadio).
- Baixa resistência nas bordas;
- Coeficiente de expansão térmica linear (variação de temperatura mais rápida).

RESINA COMPOSTA

Vantagens:
- Cavidades conservadoras;
- Técnica sem necessidade de preparos prévios preservando a estrutura
dentária: a resina trabalha com “adesividade”, sem ter a necessidade de
desgastar estrutura dental sadia. A resina composta tem adesão a estrutura
dentária diferente do amálgama isto permite um preparo expulsivo que quase
não tem a retenção ao mesmo tempo que ela adere ao esmalte e dentina
reforçando os remanescentes de dentinários.
- Indicados para pacientes com baixo índice de cárie;
Possibilita a Estética e seu uso em dentes anteriores.

Desvantagens:
- Contração de polimerização: falando simples, a resina, quando exposta ao led
(luz azul) diminui de tamanho. Falando fácil, é como se eu colocasse 2mm e,
após a colocação do led, diminuisse para 1,9mm. Não respeitando os princípios
da técnica com resina, a contração pode ser considerável a ponto de criar
microfendas que permitem a entrada de bactérias, podendo formar cárie no
local;
- Necessidade de evitar alimentos que contenham corantes nos primeiros dias,
pela possibilidade de impregnação por parte do material restaurador resinoso.
Esta situação ocorre porque determinados poros da resina se fecham no período
de 2 a 3 dias pós restauração;
- Resistência ao desgaste inferior ao amálgama;
- Baixa estabilidade de cor (absorção de corantes);
- Durabilidade inferior ao amálgama até agora;
- Sensibilidade pós-operatória: isto é, após a realização da restauração. A resina
composta pode provocar sensibilidade por até 15 dias, com diminuição gradual
do desconforto nos primeiros dias.

EXECUÇÃO

Antes de qualquer execução devemos fazer a avaliação individual


(anamnese + exames clínicos) de cada paciente, verificando a atividade de cárie
e decidindo se há a real necessidade de intervenção invasiva ou de uma
aplicação de métodos não-invasivos (para lesões restritas ao esmalte). A
radiografia interproximal como complemento é fundamental para auxiliá-lo a
planejar qual tipo de preparo que você confeccionará. Será possível estimar a
dimensão e a extensão da lesão de cárie no sentido ocluso-gengival e planejar
se inicialmente irá tentar preservar a crista marginal, por exemplo, que é uma
estrutura de reforço do dente. Profilaxia inicial com pedra Pomes para melhor
visualização e análise oclusal, anestesia se necessário (canal tratado), teste e
ajuste da cor e isolamento total/relativo. Preparo - para realizar o contorno, as
formas de resistência e de retenção, pode-se utilizar as brocas #245, #329, #330
ou pontas diamantadas para alta rotação e pra região de dentina usar baixa
rotação ou colher de dentina. Colocar a matrix e cunha, preencher de
resina/amálgama e no final bater carbono para verificar a oclusão se não tem
nennhum contato prematuro, fio dental pra ver se não ficaram degraus (se
desfiar o fio, usar tira de lixa nas proximais), observar se o ponto de contato está
justo para não entrar alimento e em seguida realizar o acabamento e polimento.

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