Dissertação - Fabiano Mendonça de Oliveira
Dissertação - Fabiano Mendonça de Oliveira
Dissertação - Fabiano Mendonça de Oliveira
REGIONAL CATALÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Catalão
Junho/2016
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
REGIONAL CATALÃO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA
Catalão
Junho/2016
Dedico este trabalho,
vida.
Coelho.
Isaac Newton
“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará so seu
tamanho original”.
Albert Einstein
AGRADECIMENTOS
À DEUS por me amparar e iluminar nos momentos difíceis, me dar força interior para superar as
minhas dificuldades, sabedoria para caminhar nas horas de incerteza e me suprir em todas as
minhas necessidades.
Aos meus pais Aparecida e Divino e amigos Willian, Márcia e Josicléia pelo amor, apoio, confiança
e motivação incondicional.
Aos meus orientadores Luciana Melo Coelho e Edmar Isaias de Melo pelo apoio, conselhos,
orientações e acima de tudo pela paciência e amizade, por acreditarem em mim, me mostrando o
caminho da ciência, por serem exemplos de profissional e aos quais sempre farão parte de minha
vida.
Aos professores do Mestrado, todos aqueles os quais tive a honra de poder compartilhar de seus
conhecimentos e que de alguma forma contribuíram para minha formação. Sendo assim, tais
agradecimentos são destinados a Profª. Drª. Vanessa Nunes Alves; Profª. Drª. Silvia de Souza
Freitas; Prof.Dr. Sidnei Gonçalves da Silva; Prof.Dr.Eduardo Mathias Richter e Prof.Dr.Waldomiro
Borges Neto.
Aos colegas discentes e amigos em particular a Priscila que sempre esteve do meu lado dando
força, apoio, conselhos, carinho e incentivando em todos os momentos. À Francielle, Paula,
Rafaela, Márcia, José Alistor, Murilo, Dalva e Lícia por me receberem tão bem, pelo
companheirismo e amizade estabelecidos.
Aos meus amigos de trabalho e companheiros de luta da E.E. Professor Vicente Lopes Perez, Profª.
Ana Paula Rodrigues, Profª. Sandra Vieira, Profª. Cátia Nascimento, Profª. Maria Célia
Dalessandro, Profª. Josicléia Tarocco, Profª. Maria José da Silveira, Profª. Márcia Regina, Profª.
Drª Márcia Rodrigues, Profª. Carla Frasson, Profª. Lucilene Diniz, Profª. Elma Marta, Profª. Leila
Margarida, Prof. Evaldo José, Prof. Marcell Lúcio, Maria de Lourdes (Lurdinha) e Prof. Alexandre
pela amizade e apoio incondicional.
Enfim, a todos aqueles que contribuíram de alguma forma para a realização desse trabalho.
Muito obrigado!
“A glória da amizade não é a mão estendida, nem o sorriso carinhoso, nem mesmo a delícia da companhia. É a
inspiração espiritual que vem quando você descobre que alguém acredita e confia em você”.
(Ralph Waldo Emerson)
SUMÁRIO
Lista de Figuras ...................................................................................................... I
Abstract ................................................................................................................ IX
1 Introdução...................................................................................................... 1
2 Objetivos ........................................................................................................ 6
3 Revisão bibliográfica..................................................................................... 7
6 Conclusões....................................................................................................... 126
Lista de Figuras
Figura 1 – Representação esquemática da estrutura de células vegetais da cana-
de-açúcar............................................................................................................... 13
Figura 2 – Percursores básicos na formação da molécula de lignina. ................ 15
Figura 3 – Principais unidades aromáticas presentes na molécula de lignina. ... 15
Figura 4 – Seção do polímero lignina. ................................................................. 16
Figura 5 – Estruturas da celulose e hemicelulose. ............................................... 18
Figura 6 – Esquema da parede celular vegetal. ................................................... 19
Figura 7 – Partes do coco verde. .......................................................................... 21
Figura 8 – Produção brasileira de cana-de-açúcar para produção de açúcar e
álcool, por safra. ................................................................................................... 25
Figura 9 – (a) constituição morfológica da cana-de-açucar; (b) localização do
parênquima no colmo e (c) cana-de-açúcar. ........................................................ 26
Figura 10 – Partes da Laranja. ............................................................................ 28
Figura 11 – Exemplo de uma estrutura química característica de um grupo
cromóforo de um azocorante. ............................................................................... 32
Figura 12 – Estrutura molecular do corante azul de metileno. ............................ 37
Figura 13 – Classificação das isotermas segundo Giles. Onde q é a quantidade de
material adsorvido e C a concentração de equilíbrio em solução. ...................... 51
Figura 14 – Isotermas de adsorção. .................................................................... 52
Figura 15 – Isotermas de adsorção de Langmuir................................................. 55
Figura 16 – Procedimento utilizado nos ensaios de adsorção. ............................ 71
Figura 17 – Ponto de Carga Zero dos materiais adsorventes in natura. ............. 80
Figura 18 – Ponto de Carga Zero da fibra de coco verde tratada. ...................... 81
Figura 19 – Ponto de Carga Zero do Bagaço de cana-de açúcar tratado. .......... 81
Figura 20 – Espectros no infravermelho da fibra de coco verde. In natura (a);
tratado com HCl 0,1 mol.L-1(b); tratado com NaOH 0,1 mol.L-1(c) tratado com
Hexano (d). ............................................................................................................ 84
Figura 21 – Espectro no infravermelho do bagaço de cana-de-açúcar. In natura
(a); tratado com HCl 0,1 mol.L-1(b); tratado com NaOH 0,1 mol.L-1(c) tratado
com Hexano (d). .................................................................................................... 85
Figura 22 – Espectro no infravermelho da casca da laranja in natura. .............. 86
II
Lista de Tabelas
verde (0,4 mg. L-1); concentração inicial do azul de metileno (C0) = 6 mg L-1 e
tempo de agitação (t)= 20 min. ........................................................................... 105
de-açúcar e casca de laranja = 0,5 mg. L-1 e fibra de coco verde = 0,4 mg. L-1;
pH=8 e C0= 6 mg L-1. .......................................................................................... 114
XyG, xiloglucanos;
GAX, glucuronoarabinoxilanos;
MN, mananos;
BG, β-glucanos;
Resumo
A intensificação das ações humanas, do consumo, produção e exploração de
matérias primas, associado ao acelerado crescimento populacional e
desenvolvimento da atividade industrial, têm ocasionado grandes impactos
ambientais, prejudicado a qualidade das águas, dos solos e a saúde humana. As
atividades da indústria têxtil geralmente consomem muita água, gerando um
elevado volume de efluentes, contribuindo para o aumento dos níveis de conta-
minantes. Alguns destes contaminantes apresentam toxicidade mesmo em baixas
concentrações, os corantes. A adsorção tem sido apontada como uma técnica
promissora para a remoção de corantes de efluentes. Os resíduos agroindustriais
são materiais alternativos de baixo custo, uma vez que quantidades consideráveis
destes são descartadas no ambiente e já se têm relatos do potencial desses
materiais como adsorventes na remoção de poluentes. Nesse sentido, este trabalho
foi realizado com o objetivo de avaliar a utilização da fibra de coco verde, bagaço
de cana-de-açúcar e casca de laranja como adsorventes na remoção do corante
azul de metileno em meio aquoso. Para tanto os materiais adsorventes foram
submetidos a diferentes tratamentos utilizando HCl, NaOH e hexano. Os materiais
in natura e tratados foram caracterizados empregando-se as técnicas de
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), Espectroscopia na Região do
Infravermelho e Difratometria de Raios X. Os parâmetros avaliados no estudo de
adsorção foram granulometria do material, pH, tempo de agitação, quantidade de
material adsorvente, mecanismo cinético de adsorção e equilíbrio de adsorção. Os
dados cinéticos otimizados foram ajustados aos modelos de pseudo primeira
ordem, pseudo segunda ordem, difusão intrapartícula e quimissorção, em que foi
possível verificar que, o modelo mais adequado foi o pseudo segunda ordem. Os
dados experimentais das isotermas foram delineados aos modelos de Langmuir e
Freundlich. Os dados experimentais de equilíbrio se ajustaram ao modelo de
Freundlich. A capacidade máxima adsortiva verificada para a fibra de coco verde
in natura e tratada com HCl, 104,8 e 166,67 mg.g-1, respectivamente. Os
resultados obtidos mostram que os resíduos agroindustriais apresentam potencial
aplicação como materiais adsorventes na remediação de poluentes orgânicos em
específico, corantes em efluentes líquidos.
IX
Abstract
The intensification of human actions, consumption, production and exploitation of
raw materials, coupled with rapid population growth and development of
industrial activity have caused major environmental impacts, affected the quality
of water, soil and human health. The activities of the textile industry generally
consume a lot of water, generating a high volume of waste, contributing to the
increase in account-level determinants. Some of these contaminants show toxicity
even at low concentrations, the dyes. Adsorption has been identified as a
promising technique for the removal of dyes from effluents. The organic residues
are low cost alternative materials, since considerable quantities thereof are
discarded in the environment and have already reported the potential of these
materials as adsorbents in removing pollutants. Therefore, this study was to
evaluate the use of coconut fiber, bagasse from sugarcane and orange peel as
adsorbents in removing the methylene blue dye in an aqueous medium. For both
the adsorbent materials were subjected to different treatments using HCl, NaOH
and hexane. The raw and processed materials were characterized using the
techniques of scanning electron microscopy (SEM), Infrared Spectroscopy in the
region and Rays Diffraction X. The parameters evaluated in the adsorption study
particle size of the material, pH, agitation time , amount of adsorbent material and
adsorption kinetic mechanism of adsorption equilibrium. Optimized kinetic data
were fitted to the models of pseudo first order, pseudo second order, intraparticle
diffusion and chemisorption, where we found that the most appropriate model was
the pseudo second order. The experimental data of the isotherms were drawn to
the models of Langmuir and Freundlich. The balance of experimental data fitted
to the Freundlich model. The maximum adsorption capacity observed for the
coconut fiber raw and treated with HCl, 166.67 and 104.8 mg g-1, respectively.
The results show that the organic residues have potential application as adsorbent
materials in the remediation of organic pollutants in particular, dyes in
wastewater.
Introdução 1
1 Introdução
interesse público mundial, pois tem prejudicado a qualidade das águas, dos solos e
qualidade da água, não só por causa de sua escassez em algumas regiões, mas
aromáticas que os fazem mais estáveis, pois são projetados para serem resistentes
indústrias têxteis (CATANHO et al., 2006). São conhecidos no ramo têxtil devido
lagos afeta não só a transparência das águas mas também limita a passagem de
(KUNZ et al., 2002; SILVA et al., 2012; HONORATO et al., 2015). Em virtude
de sua aplicação extensiva e seu efeito tóxico causado sobre a biota aquática,
em corpos receptores; desta forma, novas tecnologias vêm sendo estudadas a fim
OLIVEIRA, 2010).
que é o material mais usado como adsorvente, sendo muito eficiente, no entanto, o
exigência de pouco preparo e baixo custo tornando-se uma solução promissora aos
problemas ambientais.
carbonila dentre outros, responsáveis pela adsorção, que podem ser facilmente
tem como objetivo avaliar a utilização de resíduos agroindustriais, tais como casca
aquosas.
Objetivos 6
2 Objetivos
Objetivo geral
Objetivos específicos
3 Revisão bibliográfica
programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Nairobi, Quênia, uma nova e
(MACEDO, 2000).
Através do relatório Nosso Futuro Comum, publicado pela Comissão Mundial para o
disso foi a criação da Lei sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, que definiu as
para o tratamento dessas questões (Lei nº 6.938/81) (RATTENER, 1993; PINO, 2005).
produção e os efluentes formados são compostos por uma grande variedade de produtos
são misturados aos efluentes dessas indústrias. Estima-se que cerca de 10-15% dos
corantes têxteis utilizados sejam liberados nos efluentes durante a etapa de tingimento
ambientes naturais é problemático, tanto para a vida aquática, quanto para os humanos,
devido aos seus efeitos mutagênicos. Mais de 90% dos 4.000 corantes testados pela
básicos e diretos diazo (ROBINSON et al., 2001 apud AMORIM, 2010). Além disso, o
Revisão bibliográfica 9
extenso uso de corantes azo tem mostrado que alguns deles foram subprodutos
2010).
reutilização total ou parcial dos efluentes após o tratamento adequado. Assim, o reúso
de águas residuárias dentro dessas indústrias vem sendo bastante discutido e estudado e
reaproveitamento.
efluentes possuem remoção insuficiente desses compostos, uma vez que são substâncias
orgânicas não biodegradáveis, fazendo com que a água colorida seja lançada nos corpos
d’água receptores. Desse modo, a remoção necessária da matéria orgânica e da cor, para
final do processo é gerado um resíduo com alta concentração de corante, que ainda
adsorção com carvão ativado, que apresenta uma eficiência significativa na remoção da
Revisão bibliográfica 10
cor, no entanto, gera resíduos que devem ser tratados além de elevar os custos do
(adsorção), ganhando muita credibilidade nos últimos anos por apresentar um bom
desempenho. A adsorção é uma tecnologia nova que utiliza materiais para a remoção de
contaminantes de soluções através da sorção. Ela pode ser definida como a capacidade
baixo custo operacional e possível seletividade (HAN, 2015; LOUKIDOU et al., 2003;
VOLESKY, 1994).
adsorventes tem sido foco de estudo, pois apresentam inúmeras vantagens como: baixo
Revisão bibliográfica 11
custo, levando-se em conta que são gerados em grandes quantidades e até mesmo
inconvenientes para os locais onde são armazenados, mas quando aplicados na remoção
macromoléculas apresentam grupos funcionais tais como tiol (-SH), sulfato (-OSO3H),
carbonila (-C=O), carboxil (-COOH), amina (-NH2), amida (-CONH2), hidroxil (-OH)
fosfato (-OPO3H2) entre outros. Esses grupos funcionais são apontados como os
principais sítios ativos para adsorção (DEMIRBAS, 2009; SUD et al., 2008).
portanto, podem ser usados diretamente como adsorventes sem necessidade de pré-
tratamento. Outros resíduos como as cascas de frutas, por exemplo, precisam ser
material pode ser necessária para a remoção de sujeiras e da fração solúvel da biomassa
(MONTANHER, 2009).
Além disso, o tratamento com alguns reagentes químicos pode ser interessante
q máx *
Adsorvente Corante Referência
(mg.g-1)
Bagaço de cana-de-
Azul de Metileno 31,79 (SILVA et al., 2012)
açúcar in natura
(VADIVELAN et al.,
Casca de arroz Azul de metileno
40,58 2005)
(HONORATO et al,
Palha de milho Azul de metileno 102,8
2015)
(HONORATO et al.,
Palmito pupunha Azul de metileno 50,96
2015)
Resíduo em pó de
Azul de metileno 44,70 (PAVAN et al., 2008)
maracujá
*qmax = quantidade máxima adsorvida por grama de adsorvente (obtida através de isotermas de
adsorção nas condições otimizadas por cada autor). Fonte: o próprio autor.
Revisão bibliográfica 13
gomas. Adicionalmente, essa matriz é impregnada com lignina, a qual pode ser
orgânica produzida, tanto pelas espécies vegetais, como por seus resíduos (CASTRO,
2001).
A biomassa das plantas é formada por células vegetais organizadas em: lamela
membrana plasmática e lamela média são preenchidoas por lignina, que funciona como
POLIKARPOV, 2009).
perfazem mais de 90% do total de massa lignocelulósica seca (AGARWAL, 2006). São
elas: 40% celulose, 30% hemicelulose e 20% lignina (ARANTES, 2009). O percentual
restante (10%) é constituído por pectina, proteínas, extrativos (materiais não estruturais
solúveis, tais como açúcares não estruturados, material nitrogenado, clorofila e graxa) e
lignocelulósica pode variar conforme a espécie vegetal, idade, fase de crescimento entre
O termo lignina foi introduzido em 1838 por Anselme Payen para designar o
resíduo solúvel obtido no tratamento da madeira por ácido nítrico concentrado, ficando
por um longo tempo a constituição química deste resíduo na obscuridade. Peter Klason
em 1917 propôs que a lignina poderia ser classificada como uma substância
unidas por ligações éter carbono. As ligninas são formadas a partir de três precursores
(BUDZIAK, 2004).
atuam como uma substância cimentante dos polissacarídeos da parede celular, tanto
química como fisicamente, dando maior resistência mecânica aos vegetais bem como
adequadas para gaseificação com oxigênio, fornecendo gás de síntese, que é essencial
glicose com grau de polimerização entre 7000 e 10000. Possui uma grande cadeia
glicoses são formadas por membros com seis ligações, chamadas de piranoses. Elas
estão ligadas por átomos de oxigênio entre o C-1 da piranose e o C-4 do próximo anel
(CELLULOSE, 2015).
94%) e da madeira (acima de 50%). Juntos, tais produtos formam as maiores fontes de
celulose para distintas aplicações, tais como: papéis, indústrias têxteis, materiais de
2015).
Toda célula vegetal possui parede celular. Ela determina o tamanho e a forma
químico-físicas das moléculas que têm acesso ao interior da célula, controla o nível de
2008).
peso seco da parede e consistem em celulose, que compõe de 20-40% da parede celular,
fibra onde ocorre a completa expulsão das moléculas de água, tornando a microfibrila
moléculas de celulose depositadas umas sobre as outras. Uma das moléculas de celulose
colapsem entre si, mas também permitem a interação fraca entre uma fibra e outra,
formado por pectinas, que são açúcares altamente ramificados que dentre outras
que pode ser ramificada com diferentes monossacarídeos. Os XyG são os mais
exceção são os chamados glucanos de ligação mista ou β-glucanos (BG) que são
compostos de uma cadeia não ramificada de glicose com ligações β-1,4, interrompida
regularmente com ligações β-1,3. Esta é uma hemicelulose que ocorre principalmente
em plantas do grupo da ordem Poales (que inclui Poaceae). Porém, sabe-se que está
presente também em líquens (uma associação de fungos e algas) o que indica ser
CAVALARI, 2008).
Revisão bibliográfica 21
virtude desta dispersão e adaptabilidade, seu cultivo e sua utilização se dão de forma
expressiva em todo o mundo, com os mais variados produtos, tanto de forma in natura
O coqueiro cresce nas costas arenosas através dos trópicos e na maioria das
altura, sendo o seu fruto utilizado como fonte de alimentação e bebida, óleo, fibra,
O coco é constituído por três partes, Mesocarpo parte mais espessa do coco de
onde a fibra e o pó de coco são retirados, o Endocarpo, uma casca bastante dura e o
Mesocarpo
Endocarpo (camada
pétrea que envolve
a parte comestível)
Epicarpo
(Epiderme Lisa)
Os principais produtos derivados do coco são: a água de coco, obtida dos frutos
(polpa do coco seco), que pode ser utilizada para a alimentação do gado; a fibra,
coco, utilizada para fazer diferentes utensílios como canecas, colheres, vasos, etc., assim
produção de coco são: o arquipélago malaio, os países do sudoeste da Ásia, a Índia, Sri
brasileira foi de 1,8 milhoes de frutos e a previsão para o ano de 2016 cerca de 1,9
Nos últimos anos a produção de coco tem sido voltada para comercialização de
água de coco, que representa 1,4% do consumo de bebidas no Brasil. Este fato traz um
sério problema ambiental, pois cerca de 80 a 85% do peso bruto do coco verde
representa resíduo (cascas), levando até oito anos para se decompor. Um copo de 250
principalmente nos centros urbanos, onde esse material é de difícil descarte, sendo
Elemento g/kg
N 6,52
P 1,42
K 11,5
Ca 6,8
Mg 1,79
Na 12,5
Fe 1,97
Cu 0,006
Zn 0,032
Mn 0,024
M.O.1 72,58
1
M.O. Matéria orgânica em porcentagem
Fonte: SILVA (1999).
potencial devido ao seu elevado teor de matéria orgânica composta principalmente por
Composição química/%
Tipo de
fibra
Lignina Glicose L-Arabinose Galactose L-ramose Xilose Manose
Pó de
35,72 25,91 0,29 0,32 0,21 23,93 0
coco
Fibra de
33,50 34,87 0,05 0,36 0,16 16,98 0,12
coco
Fonte: HAN (2015).
UNICA, 2015).
Revisão bibliográfica 25
700
600
500
Milhões de toneladas
400
300
200
100
0
/04 /05 /06 /07 /08 /09 /10 /11 /12 /13 /14
03 04 05 06 07 08 09 10 11 12 13
20 20 20 20 20 20 20 20 20 20 20
Safras
pelas raízes e, outra, aérea, pelo colmo, folhas e flores (Figura 9a) (OLIVEIRA, 2006).
parênquima ou tecido suporte (Figura 9b), neste que se encontram as células com a
mais antiga descrição de cítricos aparece na literatura chinesa, por volta do ano 2000
a.C. Segundo pesquisadores, a laranja foi levada da Ásia para o norte da África e,
posteriormente, para o sul da Europa, onde teria chegado na Idade Média. A partir da
Europa, foi trazida para as Américas por volta de 1500 (ABECITRUS, 2015).
partir do século XIX, na Europa. Todos os estudos sempre estiveram voltados para o
(ABECITRUS, 2015).
de resíduos, que equivale a 50% do peso da fruta e tem uma umidade aproximada de
e 42,5% de pectina como o componente mais importante. Devido à sua composição rica
ser utilizado em produtos de alto valor agregado obtidos através da hidrólise química ou
resíduos da laranja são utilizados principalmente como complemento para ração animal
(ABECITRUS, 2015).
Revisão bibliográfica 29
produtor e exportador mundial de suco de laranja com 80% das exportações, produz em
torno de 53% da produção mundial, tal fato justifica-se pela produção em larga escala e
milhões de caixas de 40,8 kg). Dentre os estados brasileiros que mais se destacam na
produção de cítricos estão São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Pará, Bahia, Santa
peletizado para ração animal. Dentre os despejos líquidos, a “água amarela” formada
por proteínas, óleos essenciais, pectina, açúcares, ácidos orgânicos e sais, é o que mais
preocupa, pelos seus altos índices de matéria orgânica, o que a torna um agente de alto
BENELLI, 2010).
Revisão bibliográfica 30
também pelos indianos há 2000 a.C. No período glacial, caçadores pintavam, com
fuligem e ocre, as paredes das cavernas reservadas ao culto, criando obras que resistem
vermelho das capas dos centuriões romanos era obtido de um molusco chamado Murex,
2016).
cores, tonalidades, resitência da cor à exposição à luz, lavagem etc, estima-se que cerca
de dez mil tipos de corantes sejam produzidos em escala insustrial, sendo cerca de 30%
disponíveis para a indústria têxtil. A maior parte dos corantes fabricados destina-se a
fibras naturais e sintéticas. As fibras naturais mais utilizadas são baseadas em celulose e
proteína, presente na lã, seda, algodão e linho. As fibras sintéticas são comercializadas
ZANONI, 2000).
Revisão bibliográfica 31
Nas últimas décadas, os problemas ambientais têm se tornado cada vez mais
grande parque industrial instalado gerar grandes volumes de efluentes, os quais, quando
altamente coloridos, devido à presença de corantes que não se fixam na fibra durante o
conferir uma determinada cor a uma fibra, sob condições de processo preestabelecidas.
São substâncias que impregnam as fibras de substrato têxtil, reagindo ou não com o
mais importante para a indústria de tingimento, pois atualmente são os mais utilizados
no mundo além de representar cerca de 50% a 65% das formulações comerciais e que
corantes classificados pelo modo de sua fixação, como por exemplo, ácidos, diretos,
corantes reativos. Sendo estes os mais utilizados em nível mundial e assim chamados
devido a sua capacidade de formarem ligações covalentes com a fibra, podendo ser
2016).
A classificação dos corantes pode ser pelo tipo de fibra, tais como corantes
para nylon, algodão, poliéster etc.; pelos métodos de aplicação no substrato, ou seja,
pela maneira que eles são fixados à fibra, e de acordo com a sua estrutura química. Com
representa um dos maiores problemas ambientais, pois tais substâncias apresentam alto
estudos tem mostrado que algumas classes de corantes e seus subprodutos, são tóxicos,
para o homem, podendo provocar males, como: asma, sensibilização da pele, câncer de
dose letal (LD50) tem demonstrado que um elevado número de corantes pode apresentar
toxicidade aguda (LD50 < 5g/kg) e são encontrados particularmente nos corantes bis-azo
fígado, formando conjugados solúveis em água que seriam então transportados para o
intestino e sujeitos a reduções por bactérias da flora normal. Nesse sentido, existe
O grupo que tem atraído maior atenção tem sido os corantes contendo a função
2000). Esse processo pode originar espécies reativas capazes de interagir com estruturas
processos catalíticos enzimáticos Nesse sentido, reações como clivagem da ligação azo
em processos de oxidação, podem ser geradas de forma extremamente rápida, uma vez
redução e a formação de amina aromática deve ser considerada como principal produto
câncer em órgãos como o fígado, mama, pulmões, esôfago, rins e bexiga, variando o
ZANONI, 2000). A natureza carcinogênica desta amina formada pela ação da enzima
grupos sulfonados, ainda que sejam bastante solúveis e sua toxicidade seja minimizada
Revisão bibliográfica 36
muitas vezes é impossível traduzi-los por uma fórmula química - alguns são misturas de
vários compostos e outros não possuem estrutura química definida. Por esse motivo, a
Neste estudo foi utilizado o corante azul de metileno (Figura 12) como
solução azul, inodoro, com fórmula molecular: C16H18CℓN3S e massa molar 319,85
da indústria têxtil. A maioria dos corantes apresenta uma cinética de degradação lenta
métodos de tratamento em conjunto para se tornar eficaz, sendo muitas vezes inviável
tratamento biológico via sistema de lodos ativados. O sistema apresenta uma eficiência
produzir elevado volume de lodo, visto que o teor de corantes adsorvido é bastante
microorganismos em rios e lagos não contêm enzimas específicas para degradação deste
tipo de composto sob condições aeróbicas (presença de ar), e sob condições anaeróbicas
efluente (KUNZ et al., 2002). Existe uma busca contínua por pesquisadores para
floculantes inorgânicos com grau variável de sucesso como tratamento terciário para a
rejeitos tratados logo na fonte de saída, ou seja, antes da descarga nos reservatórios a
(Al2(SO4)3, amônia, etc.), que por sua vez irá acrescentar um resíduo potencial no
têm se mostrado mais efetivas do que aquelas com cloro, que são insatisfatórias para
vantagem adicional de não produzir íons inorgânicos, como no tratamento com cloro
podem ser usadas em grandes volumes de efluente, sendo razoavelmente rápidas, porém
toxidade.
Revisão bibliográfica 40
produção de reações paralelas, tais como cloro, radicais hidroxila e outras reações
2000).
importante como etapa primária na degradação de alguns corantes, uma vez que os
eficiente, tem sido empregado para melhorar sua aplicação como método de tratamento
inconvenientes de ordem prática que tem dificultado bastante a sua consolidação como
contam-se: necessidade de fontes artificiais de radiação, uma vez que grande parte dos
dos fotocatalisadores, uma vez que estes são utilizados na forma de finas suspensões; e
efluentes contém corantes, já que estas substâncias demandam métodos específicos para
Revisão bibliográfica 41
limitado devido ao seu elevado custo. A legislação ambiental tem se tornado mais
menor custo. Uma alternativa bastante promissora para a remoção de corantes e que
3.5 Adsorção
componente diluído na fase fluida, que pode estar na forma gasosa ou líquida,
do seio da fase fluida para a superfície do adsorvente. A força motriz desta difusão é
material sólido. No caso de um sistema de leito fixo ou um sistema agitado, existe uma
componente de difusão forçada originada pelo fluxo da fase fluída (RUTHVEN, 1984;
MELLO, 2011).
(quimissorção).
Revisão bibliográfica 42
superfície somentes por forças de interação. Esta substância adsorvida não penetra
as zeólitas que possuem uma estrutura iônica (RUTHVEN, 1984; MELLO, 2011).
MELLO, 2011).
processo relativamente rápido, podendo ser reversível, e por isso mostra-se adequado
ordenamento do grau de adsorção que pode ocorrer e o tipo e a localização dos grupos
funcionais responsáveis pela adsorção afetam sua adsortibilidade. Além desses fatores,
A adsorção tem sido considerada superior a outras técnicas para reuso de água
escolha de um adsorvente com alta seletividade, alta capacidade e longa vida. Este deve
MAGDALENA, 2010). Os materiais adsorventes, por sua vez, são substâncias naturais
ou sintéticas com estrutura cristalina, cuja superfície interna dos poros é acessível a uma
sua utilização torna-se onerosa. Além disso, apesar do processo de adsorção em carvão
função de a sua superfície ser positiva (KUNZ et al., 2002; MAGDALENA, 2010).
Revisão bibliográfica 44
alternativa que apresente eficiência para remover corantes em sistemas aquosos, visando
adsorbato que permanece em solução, alcança um valor constante, nesse ponto não
equilíbrio, pois a quantidade de adsorbato que está sendo adsorvida pelo adsorvente está
seguintes etapas:
Revisão bibliográfica 45
1) Transporte das moléculas do fluido do interior da fase fluida até a camada limite que
2) Movimento das moléculas do fluido através da camada limite até a superfície externa
2010);
3) Difusão das moléculas do fluido no interior dos poros do sólido (SOARES, 1998;
OLIVEIRA, 2010);
pode acelerar a difusão das moléculas da solução para a superfície do sólido (SOARES,
MONARIN, 2012).
adsorção definitivo pode não ser obtido pelos modelos cinéticos descritos acima e,
portanto, o modelo da difusão intrapartícula de Weber e Morris pode ser empregado, tal
velocidade de pseudo primeira ordem dada por Lagergren para a adsorção em sistema
número de sítios ativos do sólido. A equação cinética de Lagergren é a mais usada para
pela Equação 1:
(1)
(2)
á faixa inteira do tempo de contato e é geralmente aplicável nos 20-30 minutos iniciais
no equilíbrio. O modelo linear de pseudo segunda ordem pode ser expresso de acordo
com a equação 3:
(3)
(4)
(5)
for aplicável, a plotagem de (t/qt) versus t deve apresentar relação linear próxima a
tempo. Assim, o coeficiente de difusão intrapartícula (kdif) pode ser definido pela
equação 6.
(6)
e C (mg.g-1) uma constante relacionada com a resistência à difusão. O valor de kdif (mg.
gráfico qt versus t1/2. Os valores de C dão uma ideia da espessura da camada limite, isto
é, quanto maior for o valor de C maior será o efeito da camada limite (WEBER;
MORRIS, 1963).
et al., 2007). Essa equação tem sido aplicada satisfatoriamente em alguns processos de
lenta (WEBER; MORRIS, 1963). A equação cinética é válida para sistemas nos quais a
(7)
(8)
Se t for muito maior que t0, a equação cinética pode ser simplificada
(9)
poderá ser obtida. Além disso, pode-se ter uma estimativa da quantidade máxima de
Revisão bibliográfica 50
obtidos das isotermas de adsorção, as quais são utilizadas, para avaliar a capacidade de
usada para sugerir o tipo de adsorção que ocorre entre o adsorvente e o adsorbato
processo de adsorção, já que elas não apresentam sempre o mesmo perfil, e dependem
pH, temperatura e outros. A classificação dada por Giles em 1974, baseia-se nas
Revisão bibliográfica 51
grande afinidade (H), Langmuir (L), constantes (C) e as de forma sigmóide (S) (Figura
13). Para contar os platôs, pontos de inflexão e máximos, as isotermas podem ser
isotermas H alcança valores altos e as isotermas L ficam constantes. Isto indica que a
As isotermas tipo C são definidas pela afinidade de sorção constante, expressa por uma
linha reta. Os subgrupos são definidos por seu comportamento a altas concentrações,
subgrupo 3 tem um ponto de inflexão devido à mudança para forma côncava. Dois
complexas podem estar associadas com adsorção multicamada e/ou com variações nos
tamanhos dos poros do material adsorvente. Grandes quantidades adsorvidas podem ser
2010).
Adsorção.
2010):
ser obtida;
purificação do líquido.
Isoterma de Langmuir
isso só deve ocorrer uma única camada de soluto adsorvido. O modelo assume energias
superfície.
Langmuir no processo de adsorção. A parte inicial linear da isoterma quase reta indica
(10)
(11)
de Langmuir:
Revisão bibliográfica 56
(12)
1/qmax é o coeficiente angular da reta. A partir dos parâmetros de adsorção obtidos pode-
chamado parâmetro de equilíbrio, RL, que é definido pela equação 13. O valor de RL
(13)
RL > 1 Desfavorável
RL = 1 Linear
0 < RL< 1 Favorável
RL = 0 Irreversível
Fonte: VASQUES (2008).
Isoterma de Freundlich
adsorção não ideal em superfícies heterogêneas, bem como para uma adsorção em
(14)
Revisão bibliográfica 57
adsorção.
(15)
método de ajuste não linear, com interações sucessivas, calculadas pelo método de
interações não lineares do método Simplex. Além disso, os modelos também serão
avaliados pela função de determinação ajustada (R2), bem como pela função erro (Ferror)
modelos que possuírem menor valor de Ferror são os mais adequados para descrever o
(16)
(17)
400 nm, e a região do visível entre 400 a 800 nm. Espectrofotometria na região UV-VIS
(ROCHA, 2004).
ligantes) envolvidos em ligações. Isto requer que a molécula contenha pelos menos um
Revisão bibliográfica 59
grupo funcional insaturado (C=C, C=O, por exemplo) para fornecer os orbitais
requerem geralmente radiações mais energéticas (λ < 200 nm) (SKOOG; HOLLER;
NIEMAN, 2002).
monocromática através de uma solução, com isso ele mede a quantidade de luz que foi
mais exatamente, faixas estreitas de energia radiante da fonte de luz, células de vidro ou
estruturas químicas de uma substância. Mas, por causa da sensibilidade destas técnicas e
VINADÉ, 2005):
de transição;
a determinação de quanta luz é absorvida pela amostra. Isto é descrito pela Lei de Beer-
onde: A= absorbância
utilizada uma solução-padrão com diferentes concentrações (pontos), que tem sua
um gráfico cujo perfil é conhecido como “curva-padrão”. Nesse gráfico, a reta, indica a
al., 2012).
eletromagnético situada na faixa de números de ondas entre 14290 cm-1 - 200 cm-1,
mm, mas o segmento mais freqüentemente utilizado pelos químicos está situado entre
2,5 e 25µm (4000 a 400 cm-1), conhecido como região fundamental ou infravermelho
médio. A região de mais baixa freqüência (600 a 200 cm-1) é conhecida como
infravermelho longínquo e a região de mais alta freqüência (4000 cm-1 até a região do
carga). Apenas sob estas circunstâncias o campo elétrico alternado da radiação incidente
componente com freqüência compatível a uma transição entre dois níveis vibracionais.
caso de moléculas, a região espectral onde estas transições são observadas dependendo
vibracionais das ligações na molécula. Observa-se, contudo, que nem todas as ligações
ligações que têm momento dipolo que muda em função do tempo são capazes de
Entretanto, não são apenas estas características que fazem do MEV uma
ferramenta tão importante e tão usada na análise dos materiais. A elevada profundidade
microestrutural com a microanálise química são fatores que contribuem para o amplo
aplicação de uma diferença de potencial que pode variar de 0,5 a 30 KV. Essa variação
direção ao eletrodo positivo. A correção do percurso dos feixes é realizada pelas lentes
ajusta o foco dos feixes de elétrons antes que estes atinjam a amostras analisada
maior parte dos sólidos, se ordenam em planos cristalinos separados entre si por
Lei de Bragg que estabelece a relação entre o ângulo de difração e a distância entre os
4 Procedimento experimental
4.1 Reagentes
Toda a vidraria utilizada foi deixada em banho de ácido nítrico 10% por
azul de metileno foi realizada com centrífuga modelo C-215 (Fanem do Brasil). A
4.3 Soluções
obtido pela Sigma Chemical, USA, com grau analitico e foi usado sem purificação
soluções de hidróxido de sódio ou ácido clorídrico 0,1 mol L-1 foram utilizadas,
soluções para utilização nos ensaios de adsorção foram preparadas por diluição da
MG.
TYLER de malhas 9, 20, 32 e 60 mesh (com aberturas de 0,25 mm; 0,50 mm;
0,84 mm; 2,0 mm, respectivamente) dispostas em forma de uma pilha nesta ordem
de modo que cada uma das peneiras inferiores tenham abertura menor que as
peneiras circulares.
posterior utilização.
0,1 mol/L e submetidos a agitação por uma hora em mesa agitadora pendular.
filtração foi lavado várias vezes com água deionizada a fim de eliminar o excesso
45°C, até massa constante. Os materiais também foram tratados com NaOH 0,1
VIS, na faixa de 300 a 800 nm, com uma cubeta de caminho ótico de 1 cm.
de metileno a 100 mg.L-1, nas concentrações de 0,1; 0,5; 1,0; 2,0; 4,0; 6,0; 8,0; e
10 mg.L-1, com pH igual a 8,00. A absorção de luz das soluções padrões foram
Vis) a 665,0 nm (Figura 16). Para a fibra de coco (in natura e tratada) foi
Procedimento Experimental 71
(19)
adsorvente (g).
Procedimento Experimental 72
absorbância a 665 nm. Os ensaios foram relizados com a fibra de coco, bagaço de
mL.
4.10.2 Efeito do pH
metileno iguais a 2,00; 4,00; 6,00; 7,00; 8,00; 10,00 e 12,00 foram realizados com
20, 40, 60 e 120 minutos). Os ensaios foram relizados com a fibra de coco,
partícula menor que 0,25 mm), pH inicial da solução de azul de metileno igual
8,00 foram realizados com diferentes massas do material adsorvente (2,5; 5,0;
concentrações (6,0; 12,0; 18,0; 24,0; 28,0; 32,0; 36,0; 40,0; 44,0 e 48,0 mg.L-1). O
in natura e tratados (diâmetro médio de partícula menor que 0,25 mm), foram
KBr/ amostra. A análise foi realizada na faixa de números de onda entre 4000 e
diâmetro médio de partícula menor que 0,25 mm, foram obtidas com um
5 Resultados e Discussões
adsorventes torna-se importante, uma vez que sua aplicação industrial se baseia
pessagem material sólido retido por uma série de peneiras padrões (ABNT), em
na Tabela 9.
constituir sítios ativos, sendo estes responsáveis pela carga superficial das
2010).
Resultados e Discussões 80
processo de adsorção, mas que tem sido relacionado com a capacidade de troca
iônica, quelação e adsorção física (ROCHA et al., 2012; SILVA et al., 2012;
catiônicas. Tais grupos podem ser modificados em meio aquoso pela variação do
pH, o que afeta o processo de adsorção (GORGULHO et al., 2006). Neste sentido,
13 1
12 pHPCZ
0
11
Fibra de coco pHPCZ
10
Bagaço de cana de açúcar -1
9
Casca de Laranja
- pHInicial
8
-2
pH Final
7
6
-3
Final
5
pH
4 -4
3 Fibra de coco verde
2 -5 Bagaço de cana-de-açúcar
1 Casca de Laranja
0 -6
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
pH Inicial pH Inicial
está em contato com uma solução líquida com pH abaixo do pHPCZ, a superfície é
balancear as cargas positivas. Neste caso, os adsorventes são mais eficazes para a
13 1
Fibra de coco
12 pH
PCZ
11
Hexano
0
NaOH
10
HCl
9 -1
pH
PCZ
Inicial
8
7 -2
pH Final
- pH
6 Fibra de coco
Final
5 -3
Hexano
4
pH
NaOH
3 -4
HCl
2
1 -5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
pH pH
Inicial Inicial
1
13
pH
12 Bagaço de cana-de-açúcar PCZ
0
11
Hexano
10 NaOH
-1
pH
9 HCl PCZ
Inicial
7 -2
- pH
pH Final
6 Bagaço de cana-de-açúcar
Final
5 -3
Hexano
4 NaOH
pH
-4 HCl
3
1 -5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
pH pH
Inicial Inicial
Este processo pode ser explicado pela atração eletrostática entre a carga gerada na
Resultados e Discussões 82
4,00 e 10,00 verifica-se uma carga superficial líquida neutra nos materiais
alterações significativas quanto ao valor do pHPCZ, exceto para fibra de coco verde
metileno.
tratado (Figura 20) apresentam uma banda intensa em 3408 cm-1 que é atribuída às
hemicelulose (CAO; TAN, 2004). A presença das bandas em 1514, 1449 e 1610
-1
-1
3408 cm
-1
1167 cm
-1
1610 cm
1449 cm
-1
-1
1040 cm
-1
1250 cm
1736 cm
-1
-1
895 cm
-1
2927 cm
-1
1514 cm
1326 cm
-1
823 cm
(a)
Absorbância
(b)
(c)
(d)
-1
Número de onda / cm
2005).
-1
-1
3414 cm
-1
-1
1326 cm
-1
1514 cm
1040 cm
-1
1162 cm
837 cm
-1
-1
-1
-1
-1
1609 cm
1730 cm
1254 cm
1432 cm
891 cm
-1
2916 cm
(a)
(b)
Absorbância
(c)
(d)
-1
Número de onda / cm
e tratado (Figura 21) apresentam uma banda em 3414 cm-1, que é atribuída às
hemicelulose (CAO; TAN, 2004). A presença das bandas em 1514, 1432 e 1609
-1
3414 cm
0,4 -1
1636 cm
-1
-1
1449 cm
0,3
-1
1748 cm
2926 cm
-1
Absorbância
-1
1012 cm
-1
-1 cm
0,2
1516 cm
1329
-1
1158 cm
1249 cm
-1
827 cm
0,1
0,0
(CAO; TAN, 2004). A presença das bandas em 1516, 1449 e 1636 cm-1 são
1998).
β(1→4) (OH, 2005). A banda presente em 1012 cm-1 deve ser originada do
Na Figura 25, a análise das imagens para a fibra de coco verde tratada
com NaOH, mostra uma morfologia lisa e regular na sua superfície, devido a
A B
C D
A B
C D
A B
C D
A B
C D
A B
C D
Figura 27 – Fotomicrografias eletrônicas de varredura para bagaço de cana-de-açúcar
in natura. Aumento: 80X (A); 1000X (B); 5000X (C) e (D).
A B
C D
A B
C D
A B
C D
A B
C D
A fibra de coco verde tratada com HCl, apresenta imagens (Figura 26),
onde se verifica camadas de cutículas que revestem a fibra com uma cobertura em
27 a 30) mostram uma estrutura bastante fibrosa, formada basicamente por flocos
(REZENDE et al., 2011), sendo que para o bagaço de cana de açúcar tratado com
contato.
700 600
600
(B)
Intensidade (u.a)
(A) 500
500
Intensidade (u.a)
400
400
300
300
200
200
100 100
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80
2 (theta) 2 (theta)
700 700
600 600
Intensidade (u.a)
500 (C) 500
300 300
200 200
100 100
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80
2 (theta) 2 (theta)
Figura 32 – Difratograma da fibra de coco verde. in natura (A); Tratada com: Hexano
(B); NaOH 0,1 mol.L-1 (C); HCl 0,1 mol.L-1 (D).
açúcar in natura apresentou regiões amorfas e cristalinas arranjadas entre si. Nos
Resultados e Discussões 97
pico intenso e largo, próximo aos valores de 2θ = 22°. Este (2θ = 22°) corresponde
900 800
800
700
700
600
Intensidade (u.a)
Intensidade (u.a)
600
(A) 500 (B)
500
400
400
300 300
200 200
100 100
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80
2 (theta) 2 (theta)
800 800
700 700
Intensidade (u.a)
(D)
500 500
400 400
300 300
200 200
100 100
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 0 10 20 30 40 50 60 70 80
2 (theta) 2 (theta)
com NaOH e HCl, se verifica um pico intenso e largo, próximo aos valores de 2θ
600
500
Intensidade (u.a)
400
300
200
100
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
2 (theta)
(20)
Onde:
na vizinhanca de 2θ = 280;
região de 2θ = 100.
Resultados e Discussões 99
1,2
1,0
0,8
Absorbância
0,6
0,4
0,2
0,0
200 250 300 350 400 450 500 550 600 650 700 750 800
Comprimento de onda/ nm
o corante, uma curva analítica padrão foi obtida a partir leitura da absorção de luz
1,5
Absorbância
1,0
0,5
0,0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
-1
[Azul de metileno]/ mg L
Tabela 12.
menor quantidade de analito numa amostra que pode ser detectada, mas não
exatidão (ROZET et al., 2011; INMETRO, 2003). Para Swartz (2007), limite de
que pode ser determinada com precisão e exatidão aceitáveis sob as condições
remoção foi avaliada para as faixas de granulometria descritas na Tabela 13, com
de laranja; fibra de coco verde 0,4 g. L-1) em contato com uma solução de azul e
metileno (6 mg.L-1).
específico para Dm menores que 0,250 mm verififca-se que a fibra de coco verde
55,83%.
Resultados e Discussões 104
12
Fibra de coco verde
Bagaço de Cana-de -açúcar
10 Casca de laranja
8
-1
q e / mg.g
D / mm
m
5.3.2 Estudo do pH
15
14
13
12
11
10
-1
9
q e / mg.g
8
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
pH
16
14
12
10
-1
8
q e / mg.g
6
Hexano
4 HCl
NaOH
2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
pH
16
14
12
-1 10
q e / mg.g
8
Hexano
6
HCl
NaOH
4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
pH
pode ser devido a capacidade dos materiais adsorventes, quando em meio alcalino,
efeito do com este solvente, foi mais acentuado onde a capacidade adsortiva foi de
12
10
-1
qe / mg. g 8
0
in natura Hexano HCl NaOH
de equilíbrio dinâmico foi alcançado, pois a quantidade de corante que está sendo
corante que está dessorvendo. O tempo requerido para atingir este estado de
pelo adsorvente.
avaliar informações sobre o tempo requerido para cada equilíbrio, como também
curto de tempo são uma das indicações que os adsorventes são eficientes e também
18
15
12
-1
q e / mg.g
6
Fibra de coco verde
Bagaço de Cana-de -açúcar
Casca de laranja
3
Tempo (min)
18
16
14
12
-1
q e / mg g
10
Hexano
6
HCl
NaOH
4
Tempo (min)
Tempo Eficiência de
Tratamento Cf (mg.L-1) qe (mg.g-1) IC
/ min remoção (%)
5 1,309 10,55
0,10 80,11
20 1,023 11,12
0,14
6 84,46
Hexano 40 1,096 510,97
0,14 83,35
60 0,836 11,49
0,31
2 87,29
120 0,877 11,41
0,31
3 86,67
5 1,553 9,903
0,06
4 76,11
Ácido 20 0,813 11,39
0,21
9 87,50
40 0,652 11,70
0,12
3 89,98
clorídrico
60 0,662 11,68
0,03
5 89,82
(HCℓ)
120 0,664 11,68
0,13
9 89,79
5 1,634 9,743
0,27
1 74,87
Hidróxido de 20 1,421 10,16
0,21 78,15
7257
sódio 40 0,605 11,80
0,06
8350 90,69
749
(NaOH) 60 0,655 11,70
0,04
7895 89,92
114
120 0,655 11,70
0,14
0799 89,93
144
IC: Intervalo de confiança da média; qe: capacidade adsortiva. 1485
904
14 931
12
10
-1
8
q e / mg.g
6
Hexano
HCl
4 NaOH
Tempo (min)
segunda ordem apresentou valores de Ferror 0,11; 0,028 e 0,057 para fibra de coco
foram menores que os valores do Ferror dos demais modelos, indicando uma
15,99; 10,34 e 9,24 mg.g-1, para fibra de coco verde, bagaço de cana-de-açúcar e
experimental, 15,85, 10,31 e 9,86 mg.g-1, para fbra de coco verde, bagaço de cana-
(menor Ferror) para os materiais adsorventes tratados (Tabela 22 e 23), exceto para
fibra de coco verde tratada com NaOH 0,1 mol.L-1, qual apresentou um valor de
segunda ordem foi melhor, indicando que este modelo também se ajusta melhor
para a fibra de coco verde tratada com NaOH. Os valores de qe calculado para
fibra de coco verde tratada foram 15,44; 15,43 e 15,48 mg.g-1, hexano, HCl e
Resultados e Discussões 117
15,26; 15,26 e 15,29 mg.g-1, para fibra de coco verde tratada com hexano, HCl e
NaOH respectivamente.
tratada com hexano, HCl e NaOH respectivamente, onde verifica-se que modelo
experimentais.
105
100
95
Eficiência de remoção / %
75
70
65
60
al., 2012).
100
95
Eficiência de remoção / %
Hexano
90
HCl
NaOH
85
80
105
100
95
Eficiência de remoção / %
90
85 Hexano
HCl
80
NaOH
75
70
65
60
55
50
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800
-1
Concentração do adsorvente / mg.L
in natura 20 50 63,55
800 99,43
Bagaço de 50 56,57
HCl 40
400 98,95
cana-de
50 63,55
açúcar NaOH 40
400 98,67
Hexano 20 50 60,56
800 96,82
50 77,23
in natura 60
200 97,46
50 80,11
HCl 60
Fibra de 200 98,90
coco verde 50 82,35
NaOH 60
200 98,59
50 80,20
Hexano 40
400 97,89
remoção do corante, para fibra de coco verde, apresentou destaque para o mateiral
Resultados e Discussões 120
mg.L-1, respectivamente.
200 110
180 100
160 90
(A)
140 80 (B)
70
120
-1
qe/ mg. g
-1
60
qe/ mg. g
100
50
80
40
60
30
40 20
20 10
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
0 2 4 6 8 10 12
-1
Ce / mg L Ce / mg L
-1
200 200
(D)
(C)
-1
150 150
qe/ mg. g
-1
qe/ mg. g
100 100
50 50
0
0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10
-1
Ce / mg L Ce / mg L
-1
Figura 48 – Isoterma de adsorção fibra de coco verde. In natura (A); tratada com:
Hexano (B); HCl (C); NaOH (D).
Resultados e Discussões 121
coco verde, in natura (Figura 48 A), tratada com hexano (Figura 48 B) e HCl
(Figura 48 C), são do tipo L-3 indicando que os sítios ativos de adsorção
coco verde tratada com NaOH (Figura 48 D) é do tipo L-1, indicando que os sítios
solução aumenta.
49), e para a casca de laranja in natura (Figura 50) são do tipo S-1, ou seja, a
(adsorção cooperativa).
50 50
40 40
(A) (B)
-1
qe/ mg. g
30 30
-1
qe/ mg. g
20 20
10 10
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 0 2 4 6 8 10 12
-1
100 Ce / mg L
-1
100 Ce / mg L
(D)
75 (C) 75
-1
-1
qe/ mg. g
qe/ mg. g
50 50
25 25
0 0
0 2 4 6 8 10 12 0 2 4 6 8 10 12
-1
Ce / mg L
-1 Ce / mg L
100
90
80
70
60
-1
qe/ mg. g
50
40
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
-1
Ce / mg L
equação:
em L.mg-1.
que o modelo de Freundlich ajusta-se muito bem aos dados experimentais obtidos
para a fibra de coco verde in natura, tratada com hexano, NaOH e HCl; casca de
de-açúcar in natura e tratado como pode ser observado pelos valores dos
104,8 mg.g-1. A fibra de coco verde tratada com HCl, proporcionou um aumento
com ácido, também foi verificada com o bagaço de cana de açúcar, o qual foi de
151,52 mg.g-1.
Resultados e Discussões 125
o seu valor, maior é a capacidade de adsorção. A fibra de coco tratada com HCl,
verifica-se que a fibra de coco verde tratada com hexano promoveu um aumento
dos materiais.
Conclusões 126
6 Conclusões
pode ser devido ao aumento do número de sítio adsortivos ocasionados por uma
fibra de coco verde, in natura, tratada com hexano e HCl, são do tipo L-3
NaOH do tipo L-1, indicando que os sítios ativos de adsorção diminuem sua
que o modelo de Freundlich ajusta-se muito bem aos dados experimentais obtidos
para a fibra de coco verde in natura, tratada com hexano, NaOH e HCl; casca de
composto modelo.
superficial de contato.
diante dos adsorventes comerciais, visto que estes materiais apresentam um alto
desses materiais é a sua disponibilidade, sendo esta também, uma fonte renovável.
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