Relatorio Do Estagio

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Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

Lista de figura…………………………………………………………………………………..i

Figura 1: mapa da concessão florestal Inchope madeiras……………………………………..14

Lista de gráficos……………………………………………………………………………….....i
Grafico1: Comparação das médias………………………………………………………………19
Gráfico 2: Percentagem de germinação………………………………………………………….20

Autor: Silva Rassul Moreira Eng.Florestal 1


Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

Resumo
O presente relatório descreve as actividades realizadas na concessão e serração do Inchope
Madeira durante o estágio florestal num período de 16 semanas localizada na Província de
Sofala, Distrito de Marringue, Localidade de Fudza e na província de Manica na cidade de
Chimoio que ocupa uma área de 35200 hectares. Foi possível participar em todas actividades
exercidas pela empresa desde a colecta de semente e produção de Mudas, Maneio de rebroto,
inventário de reconhecimento, processamento e gestão florestal. Para o processo de desdobro
primário a empresa possui uma serra fita com uma capacidade de produção de mais de 50 m3 por
turno de trabalho, para análise de rendimento da serração foi mensurado dimensões de 35 toros
sem casca e as dimensões do produto secundário, onde foi observado um rendimento de
51,75464%. No viveiro florestal fez se a produção de mudas de Jambire (Milletia stuhlmanni) e
Chanfuta (Afzelia quanzensis) a partir de sementes na qual aplicou-se os métodos de quebra de
dormência para acelerar a sua germinação e os métodos aplicados foram excarifição mecânica e
excarifição mecânica e imersão em água a temperatura ambiente durante 24 e 48 horas de tempo,
onde verificou-se o maior crescimento e germinação no método de excarifição mecânica e
imersão em água a temperatura ambiente durante 24 horas de tempo.

Palavras-chave: Inchope madeira, Rendimento, quebra de dormência,produção de mudas.

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Florestal visa fortalecer a relação teoria e prática baseada no princípio metodológico
de que o desenvolvimento de competências profissionais implica em utilizar conhecimentos
adquiridos, quer na vida académica, quer na vida profissional e pessoal. Portanto, o estágio se
constitui em importante instrumento de conhecimento e de integração do estudante na realidade
social, económica e do trabalho em sua área profissional (Morin et al. 2005).

A produção de mudas florestais, entre as actividades da silvicultura é uma das mais importantes,
pois representa o início de uma cadeia de operações que visam o estabelecimento de florestas e
povoamentos. Desta forma, o sucesso da implantação e da produção florestal estão directamente
relacionados a qualidade das operações de viveiro e do seu produto, que são as mudas. A
planificação, a instalação e a operação de viveiros tem propiciado cada vez mais a actuação de
Engenheiros Florestais neste segmento. A necessidade de produzir mudas com melhor qualidade
e menor custo é um desafio constante, e que tem exigido a capacitação e actualização dos
profissionais que atuam nesta actividade (Schorn e Formento, 2003).
O Maneio Florestal contribui, de forma decisiva na sustentabilidade da produção madeireira sem
comprometer o funcionamento do ecossistema e conserva os seus processos estruturais e
funcionais. É necessário salientar que o maneio florestal, além de ser uma técnica, é também
uma estratégia política, administrativa, gerência e comercial, que utiliza princípios e técnicas
florestais no processo de intervenção do ecossistema, visando a disponibilização de seus
produtos e benefícios para usos múltiplos, de forma a garantir os pressupostos do
desenvolvimento sustentável (Silva, 2006).

O maneio da floresta é essencial para a garantia de uma produção contínua de madeira, e a


conservação da biodiversidade da floresta. A finalidade do manejo florestal é conseguir que as
florestas forneçam continuamente benefícios económicos, ecológicos e sociais, mediante a um
planeamento mínimo para o aproveitamento dos recursos madeireiros e não madeireiros
disponíveis (Gama et al. 2005).
A Indústria de Produção de Madeira Serrada ocupa um lugar peculiar dentro do campo das
Indústrias Florestais devido ao grande volume de matéria-prima que utiliza no processo
produtivo, ao investimento relativamente pequeno que se requer para a compra e montagem da
maquinaria e outro equipamento das serrações, à pouca complexibilidade técnica do processo
industrial e a que, de forma geral não exige necessariamente mão-de-obra altamente qualificada
para o bom funcionamento.
Pretende-se com este estágio florestal acompanhar actividades e compreender as técnicas usadas
pela empresa INCHOPE MADEIRA nas actividades realizadas nesta unidade desde o maneio

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florestal até a indústria florestal levando em consideração todos os meios usados para a
produção.

1.1. JUSTIFICAÇÃO

A escolha da empresa INCHOPE MADEIRA surge devido as actividades realizadas e as


tecnologias que a empresa usa, e pelo facto de esta possuir qualidades nos seus produtos e
serviços bem como uma exploração sustentável e minimizando os impacto exercidos durante a
exploração, permitindo me assim a participar nas actividades de silvicultura, maneio e na
tecnologia de madeira, conciliando a teoria com a pratica ligadas a essa área de formação e pelo
tempo que a empresa tem de actuação nessa área.

1.2. OBJECTIVOS

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1.2.1. Geral:
 Descrição das actividades realizadas durante o período de estagio na empresa INCHOPE
MADEIRA.

1.2.2. Especifico:
 Executar as actividades de produção de mudas;
 Realizar actividade de inventário pré-exploratório;
 Realizar actividade de maneio de rebroto;
 Avaliar o estado da regeneração após a exploração;
 Compreender as técnicas usadas no processo de transformação da matéria-prima e avaliar
o rendimento;
 Avaliar o índice de ergonomia dentro da empresa;

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICAS
2.1. Recursos florestais de Moçambique
O território nacional de Moçambique cobre uma área de 791 930 Km2 suportando cerca de 90%
de vegetação natural; Segundo MALLEUX (1980). Toda a floresta natural é do tipo seco tropical
(floresta de Miombo) com algumas áreas restritas de floresta sempre verde. As espécies de
Messassa (Brachystegia spiciformis) e Messassa encarnada (Julbernardia globiflora) são sempre
as componentes mais frequentes em todo o território. Sofala considera se como sendo a província
com maior variedade de madeiras valiosas (MALLEUX, 1980).

2.2. Preparação de substrato


Para o preparo do substrato, alguns pontos devem ser observados: não deve ser muito compacto,
para não prejudicar a aeração e o desenvolvimento das raízes; apresentar substâncias orgânicas,
para melhorar a agregação e aumentar a capacidade de troca catiônica e a retenção de água; e
deve estar isento de sementes de plantas indesejáveis, de pragas e de microrganismos
patogénicos (Fomento, 2003).
Segundo MACEDO (1993), No que se refere aos substratos, o mais usado é terra de subsolo
(70%) no caso de se usar sacos plásticos, mais composto orgânico ou esterco curtido (30%).

2.2.1. Sementeira
Consiste na distribuição das sementes, enterrando-as no solo, de acordo com suas próprias
exigências e nas melhores condições possíveis. A sementeira pode ser feita: directamente na
embalagem; a lanço e em fileiras (Fomento, 2003).

2.2.2. Irrigação
Na produção de mudas em recipientes, a irrigação deve ser constante e em períodos curtos,
devendo-se evitar em horários mais quentes do dia. Isto porque, a irrigação excessiva poderá
provocar o aparecimento de mudas tenras e suculentas e ocorrer a lixiviação dos nutrientes do
substrato, tornando-as pouco resistentes ao aparecimento de fungos e doenças (Fomento, 2003).

2.3. Maneio de brotação


A maior parte das espécies de miombo possuem a capacidade de rebrotar a partir do cepo que
permanece no solo depois do abate da árvore, esta habilidade pode ser aproveitada para a
regeneração da floresta, especialmente das espécies preciosas e de primeira classe, as quais são
muito exploradas no país. Por exemplo, jambire (Millettia stuhlmannii), umbila (Pterocarpus
angolensis), monzo (Combretum imberbe) e messassas (Brachystegia sp), são citadas como

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tendo boa capacidade de brotação. Adicionalmente, as árvores resultantes da rebrotação têm um


crescimento maior comparado às árvores produzidas a partir de sementes (Sitoe e Bila, 2008).
O sucesso da regeneração por brotação depende, entre vários factores, da (i) espécie; (ii) altura
do cepo; (iii) maneio e condução da brotação e (iv) da protecção dos rebentos.
Espécie: a capacidade de brotação varia de espécie para espécie, havendo algumas que
praticamente não têm esta habilidade. Felizmente, informações disponíveis indicam que as
espécies comerciais mais importantes brotam facilmente e podem ser regeneradas a partir de
rebentos.
Altura do cepo: altura recomendada do cepo varia de 5 a 20 cm, por isso, quando se quer
manejar a brotação é importante controlar a altura de abate durante a exploração;
Maneio da brotação: a rebrotação consiste na redução do número de brotos por cepo.
Deve ser feita sempre que houver um número excessivo de rebentos. Em geral, são
seleccionados e mantidos apenas entre 2 a 3 rebentos mais vigorosos e bem implantados.
O número de rebentos vai sendo reduzido com a idade, ficando apenas um, que vai vincar e dar a
nova planta.
Protecção da área: a brotação deve ser protegida da competição com a vegetação natural. Nas
florestas densas em particular, árvores grandes de espécies não desejáveis podem estar a
sombrear a brotação impedindo-a de receber luz directa do sol. Nesse caso, pode-se considerar a
eliminação (por envenenamento ou anelamento simples) das árvores competidoras sem valor
comercial.
O maneio de rebentos em concessões florestais em Moçambique é ainda uma prática nova e
pouco conhecida, sendo por isso necessário estudar, para cada concessão como aplicar na
prática. Ainda prevalecem muitas incógnitas que só vão ser esclarecidas através de experiência e
observações sistemáticas no terreno.

2.4. Plantio de enriquecimento


O plantio de enriquecimento não é ainda praticado em concessões florestais no país. A principal
razão tem se indicado a falta de conhecimento sobre a silvicultura das espécies nativas,
particularmente a germinação de sementes, os tratamentos na plantação e o crescimento. O
plantio é uma forma de aumentar a ocorrência de árvores de espécies de madeira comercial.
Contrariamente a uma plantação normal de reflorestamento, o plantio de enriquecimento é feito
sem a derruba e sem um ordenamento específico da área a plantar. Porém, tem como objectivo
principal auxiliar a regeneração das espécies que mostram deficiências na sua regeneração
natural através de um estabelecimento artificial de plantas produzidas no viveiro. As plantas são

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estabelecidas em clareiras dentro da floresta e protegidas do sombreamento e das queimadas até


atingirem um tamanho em que possam sobreviver sem ajuda (Sitoe e Bila, 2008)..
O plantio pode ser feito em machambas abandonadas dentro da área produtiva da concessão ou
em clareiras resultantes da exploração florestal, especialmente onde a regeneração natural de
espécies valiosas é pobre. As plantas usadas nesta operação podem ser produzidas no (i) viveiro
ou então (ii) recolhidas da própria floresta – especialmente nas áreas onde a densidade de
plântulas é muito grande.
Para o sucesso da plantação na concessão é essencial que exista um viveiro de produção de
plantas. Aqui recomenda-se um viveiro simples, que usa a técnica de vaso de plástico, que é
bastante comum e conhecido no país.

2.5. Protecção contra as queimadas


Os danos provocados pelas queimadas na floresta são bem conhecidos e precisam de ser
minimizados na concessão. No geral:
 O fogo causa a perda da madeira de valor que podia ser explorada no futuro;
 Destrói a regeneração e;
 Facilita o aparecimento de espécies pioneiras sem valor comercial;
Mas bem usado, o fogo é um elemento importante no maneio da floresta, por exemplo, pode
ajudar no controlo da biomassa que constitui o combustível na queimada descontrolada e para
algumas espécies é útil para dar início à germinação da semente e estímulo do crescimento das
árvores na floresta (Sitoe e Bila, 2008)..
O plano de maneio deve indicar o esquema de abertura, estabelecimento e manutenção de aceiros
e quebra-fogos e outras estruturas que se julgarem convenientes. Indicar a largura e comprimento
dos aceiros e o programa calendário de manutenção. Incluir outras actividades tais como
queimadas controladas antecipadas de modo a minimizar os efeitos negativos das queimadas
(Sitoe e Bila, 2008).

2.5.1. Controle de incêndios


Os incêndios florestais em Moçambique são um problema sério para as florestas, para o
ambiente e para as comunidades locais. Estudos sobre incêndios florestais mostram que a
maioria destes tem origem humana durante a preparação de terra para agricultura, caça,
extracção de mel, maneio de pastagens, ou até mesmo sem nenhum motivo claro. Por isso,
acredita-se que o melhor meio de controlar os incêndios é através da interacção com as
comunidades locais, procurando formas de estimulá-los a minimizar o uso do fogo perto da
floresta. Mesmo assim, e como forma de prevenir a floresta contra incêndios que não controlado,

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a concessão deve tomar medidas de protecção para minimiar os impactos na floresta (Sitoe e
Bila, 2008).

2.5.2. Limpeza de aceiros


A limpeza de aceiros é uma medida preventiva que visa prevenir incêndios que podem destruir a
regeneração natural nos talhões manejados, brotação e as plantas mais jovens. Como indicado
anteriormente, a limpeza de aceiros pode ser feita ainda durante a preparação da exploração
(Sitoe e Bila, 2008).
Note-se que uma parte significativa dos aceiros são as estradas florestais que se pretende que
sejam transitáveis ao longo do ano.

2.6. Indústria Madeireira


A indústria madeireira é o ramo da indústria voltado ao processamento da madeira. Inclui o
plantio ou extracção, o corte, o armazenamento, o tratamento bioquímico, a modelagem e a
finalização. O produto final desta actividade pode ser a construção civil, a fabricação de móveis
ou a obtenção de celulose para a fabricação do papel, entre outros derivados da madeira
(Ferreira, 2006).

Dentre as várias indústrias madeireiras, as que têm maior destaque nesse ramo são: As indústrias
de aglomerados, de contraplacados, parquet, de polpa celulósica, as carpintarias e serrações.

Segundo Egas (2000), serração é uma indústria de transformação de toros em madeira serrada
usando máquinas, cujos elementos principais de trabalho são as serras.

Segundo FAO (2002), antes de começar a planificação, devem-se definir de forma clara três
aspectos fundamentais, o mapa da área florestal que servirá como fonte de abastecimento de
matéria-prima, a espécie, sendo necessário o conhecimento da tecnologia a usar no abate, arraste
e transporte dos toros tendo sempre em conta o retorno do capital, e por ultimo, é importante
obter um calculo preciso do custo de matéria-prima que a fabrica vai receber, porque este chega
a ser o maior custo na produção de madeira serrada, podendo atingir 60% dos custos totais de
produção.

2.6.1. Situação das Indústrias Madeireiras em Moçambique

De acordo com Eureka até 2001 existiam 133 unidades industriais madeireiras registadas no
pais, que processavam a madeira em toros, sendo 40 serrações, 69 serrações com carpintarias, 22

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carpintarias, 1 fábrica de contraplacados e 1 uma fabrica de aglomerados. Para além destas,


existem algumas pequenas empresas de base florestal não registadas (Eureka, 2001).

Segundo Ipex (2003), salienta que a maior parte das indústrias que actuam no sector florestal
possuem equipamentos obsoletos, facto associado à manutenção inadequada da maquinaria,
levando desta forma a constantes interrupções na produção, resultando em uma produtividade
muito baixa. Além disso, os produtos obtidos são de baixa qualidade.

2.6.2. Classificação das serrações

Segundo Egas (2000), as serrações são classificadas com base na máquina principal de corte, no
volume de produção, ou seja, capacidade de produção e com base nas características da sua
instalação num determinado local, conforme ilustra a tabela 1.

Tabela 1: Classificação das serrações


  Serra alternativa múltipla

1. Máquina principal de corte Serra circular

  Serra fita

2. Capacidade de produção Pequenas - menos que 50 m3 por dia

Médias - 50 á 100 m3 por dia

Grandes – mais de 100 m3 por dia


 3. Carácter da sua instalação Móveis

Semi-permanentes

Estacionárias

2.6.3. Característica das serras fita

Segundo Braz (s.d), a serra fita é constituída de uma lâmina de aço contínua e dentada, que se
apoia em duas polias chamadas volantes. Tem como vantagens: grande produção quantitativa,
largura de corte relativamente pequena, pode-se trocar a lâmina facilmente, menor consumo de
energia, pode ser usada para qualquer programa de corte sem seleccionar o toro.

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De acordo com Williston (1988), a manutenção deste tipo de serra é bastante difícil, e está pode
ser efectuada através de um programa de manutenção preventivo concebido por um bom
planificador e executado por pessoas com formação adequada.

Segundo FAO (1982), para que se possa ter um bom funcionamento, o operador deste tipo de
serra deve ter melhores habilidades de manejar esta em relação aos outros tipos de serras. E
quando se faz uma boa manutenção e afiação adequadas permite uma boa precisão e
uniformidade nos cortes efectuados, comparando com outras serras.

De acordo com Braz (s.d), as serras circulares são constituídas por um disco de aço dentado na
periferia e que vai montado num eixo com movimento produzido por um motor ou mediante uma
polia movida por uma forca motriz.

2.6.4. Manutenção das serras

De acordo com Chitará (2003), a manutenção das serras visa aumentar o período de duração da
lâmina no processo de corte, diminuindo dessa forma a frequência de interrupções devido o
aparecimento de problemas nas lâminas e discos.

A manutenção de serras (dentes e lâminas) também visa proporcionar o aumento do rendimento


da maquinaria, através da obtenção de superfícies de boa qualidade, mantendo a forma
apropriada dos dentes, os ângulos adequados para o corte e o borde afiado do dente, bem como
eliminar as rachas de fatiga que surgem com frequência no fundo dos dentes, antes que se
desenvolvam demasiado e produzam graves danos a serra.

2.7. Desempenho de uma serração

2.7.1. Eficiência
Segundo Rocha (1999) a eficiência expressa a relação entre o volume de toros processados por
dia e o número total de funcionários envolvidos nas operações do processo de serragem dos
toros. A eficiência é afectada por alguns factores como: Tipo de espécie, disposição da
maquinaria, disponibilidade de energia, grau de mecanização e automatização da serração e a
experiência dos operadores.

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2.7.2. Tipo de espécie

As coníferas são madeiras leves, com baixa densidade e por apresentarem esse aspecto são de
fácil trabalhabilidade, logo a este tipo de madeira apresenta menores desperdícios e não exige
muito tempo para o seu processamento. Ao passo que as folhosas são caracterizadas por
apresentarem madeira mais dura, com alta densidade, por apresentarem esse aspecto a este grupo
de madeira leva muito tempo para o seu processamento e isso influencia na eficiência
operacional da serração (Cardoso, 1993).

2.7.3. Disposição da maquinaria

As restrições do layout estão relacionadas principalmente com a má disposição das máquinas e à


movimentação dos toros, da madeira serrada e dos subprodutos, que é realizada de forma manual
pelos operários da serração (Vital, 2008).

2.7.4. Disponibilidade de energia

A disponibilidade da energia nas indústrias de processamento de madeira, é um factor crucial e


de muita importância, quanto maior for a disponibilidade de energia numa serração, sem
interupções e nem cortes constantes, maior será a produtividade da mesma tornando-se mais
eficiente (Larson, 1996).

2.7.5. Grau de mecanização e automatização da serração

Em serrações de pequeno e médio porte, onde o grau de automatização é baixo, a avaliação da


eficiência é importante para as tomadas de decisão sobre o número de operários a utilizar em
cada actividade, além de se saber a produtividade de cada operário por ciclo de trabalho, o que
possibilita uma avaliação custo/benefício de cada operário (Latorraca, 2004).

2.7.6. Experiência dos operadores

A habilidade do operador/equipamento, também é um dos factores que influência na eficiência


operacional da serração, geralmente as serrações ao contratarem a mão-de-obra, não levam em
consideração a experiência dos operários, e geralmente é com base nesta, que a serração pode
apresentar bons resultados, em termos de produtividade (Martins, 2005). Mais existem casos em
que os trabalhadores antes de serem efectivos podem ser submetidos a treinamentos intensivos.

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2.7.7. Rendimento volumétrico de madeira serrada

O rendimento de uma serração é a relação entre o volume de toros serrados e o volume de


madeira serrada num período ou turno (Rocha 1999).

Gomide (1974) e Rocha (2002) citam que as coníferas apresentam um rendimento de 55% a 65%
e é considerado normal, enquanto em folhosas esse mesmo rendimento varia entre 45% e 55%. A
razão desta diferença deve-se ao facto das coníferas apresentarem tronco menos tortuoso, com
menos defeitos e terem o alburno sempre utilizável.

2.8. Principais esquemas de corte usados nas indústrias madeireiras

De acordo com Rocha (2002), esquema de corte é o processo que envolve a transformação de
peças de secção circular ou oval em peças de secção rectangular ou então quadrangular, o
esquema de corte utilizado para a serragem da madeira interfere directamente no aproveitamento
da madeira. Assim a selecção de um tipo de esquema de corte deve garantir um maior
aproveitamento, produzir peças com qualidade e optimizar os parâmetros ligados ao rendimento.
Dentre vários sistemas de cortes os principais esquemas de cortes mais utilizados são:
Tangencial e radial.

2.8.1. Tangencial

De acordo com Remade (2005), o corte tangencial consiste na obtenção de peças tangenciais aos
anéis de crescimento, entretanto as indústrias madeireiras tem preferência por este tipo de corte
por apresentar maior rendimento em madeira serrada, menor largura das tábuas, também os
estudos mostram que este tipo de corte apresenta maior rapidez e permite que os empenamentos
apresentados pelas tábuas sejam corrigidos facilmente.

2.8.2. Radial

Conforme Dell Menezzi e Nahuz (1998), o sistema de corte radial caracteriza se por retirada de
peças paralelas aos raios, com finalidade de obter maior número de tábuas com as faces no
mesmo plano dos respectivos raios e os cortes com esse sistema apresentam desenhos agradáveis
formadas a partir da interacção de grã e o plano de corte. Porém para além desses benefícios o
sistema de corte radial, as tábuas apresentam menor contracção no sentido da largura o que
proporciona menor encanoamento.

2.9. Ergonomia no trabalho

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A ergonomia é a área ou campo do conhecimento científico que trata da compreensão das


interações entre os seres humanos e outros elementos de um sistema e, a profissão que aplica
teorias, princípios, dados e métodos a projetos que visam otimizar o bem estar humano e a
performance global dos sistemas (IEA, 2008).
A unidade básica em ergonomia é o sistema: ser-humano-máquina-ambiente.
Ser humano – o trabalhador gerando seu trabalho; máquina – qualquer tipo de artefato
eletromecânico usado pelo homem para realizar trabalho ou melhorar seu desempenho; e
ambiente – local onde vai haver as interações entre o ser humano e a máquina objetivando a
produção (IIDA, 2005).
A ergonomia possui um caráter essencialmente aplicado. Constituiu-se, enquanto área do
conhecimento, com o propósito de responder a uma demanda específica.

Os objetivos da ergonomia são a segurança, satisfação e bem-estar dos trabalhadores no seu


relacionamento com os sistemas produtivos, melhoria e conservação da saúde dos trabalhadores;
e conceção de máquinas, ferramentas e ambiente de trabalho adequado ao ser humano (Iida
1990).

3. Descrição da área do estágio


3.1.1. Localização, Superfície e População.

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O distrito de Maringué situa-se a Norte da província de Sofala, limitando-se a Norte com o


distrito de Chemba, a Sul com o distrito de Gorongosa, a Este com o distrito de Caia e a Oeste
com o distrito de Macossa (província de Manica).
A superfície do distrito1 é de 6.170 km2 e a sua população está estimada em 87 mil habitantes à
data de 1/7/2012. Com uma densidade populacional aproximada de 14,1 hab/km2, prevê-se que
o distrito em 2020 venha a atingir os 104 mil habitantes.
A estrutura etária do distrito reflecte uma relação de dependência económica de 1:0.7, isto é, por
cada 10 crianças ou anciões existem 7 pessoas em idade activa. Com uma população jovem
(55%, abaixo dos 15 anos), tem um índice de masculinidade de 85% (por cada 100 pessoas do
sexo feminino existem 85 do masculino) e uma matriz marcadamente rural

Figura 2: mapa da concessão florestal Inchope madeiras


Fonte: Autor

3.1.2. Clima, Hidrografia

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Predominam no distrito 2 estações, uma quente e chuvosa que vai de Novembro a Abril e a outra
seca e fria de Maio a Outubro. Estas condições sofrem variações ao longo do distrito, devido à
influência de diferentes factores climáticos nas diferentes regiões circundantes.
Podem-se destacar, entre outros, os factores regionais (continentalidade, o relevo e a corrente de
influência marítima quente do canal de Moçambique), bem como um factor eventual,
representado pelos ciclones tropicais.
A rede hidrográfica do distrito comporta os rios Nhamapadza, Fudja, Nhanzuazua, Sambeza,
Pundza e Mupa, todos localizados no interior do distrito e, na sua maioria, com nascentes em
Manica. O rio Nhamapadza com 82 km é o maior rio do distrito, possuindo também a maior
bacia hidrográfica. Todos os rios são de regime periódico (sazonal), podendo alguns serem
classificados de riachos. De Abril em diante, os caudais começam a baixar atingindo o ponto
zero em Outubro. Os restantes rios, embora pequenos, têm uma importância significativa nas
atividades agrícolas.
3.1.3. Relevo, Solos e Vegetação.
Cobre a região semi-árida contígua ao Vale do Zambeze. Os terrenos apresentam declives quase
planos a fortemente ondulados e localmente dissecados. Para o sul compreende altitudes que
variam entre 200 a 1000 metros acima do nível médio do mar, com uma topografia ondulada.
Os solos são de textura variável, profundos a muito profundos, localmente pouco profundos,
castanho-avermelhados, sendo ainda ligeiramente lixiviados, excessivamente drenados ou
moderadamente bem drenados e, por vezes, localmente mal drenados.
Ocorrem ainda, solos aluvionares e hidromórficos ao longo das linhas de drenagem natural
associados aos dambos. São solos aluvionares que ocorrem nas zonas abrangidas pela bacia
hidrográfica do rio Zambeze, onde ocorrem solos hidromórficos orgânicos. Trata-se de terras
húmidas, baixas e depressões permanentes ou sazonalmente húmidas, evidenciando condições de
valor agrícola.
A vegetação é bastante diversificada, predominando: Floresta composta de Miombos, Floresta
fechada, Floresta serrada, Floresta arborizada, Matagal e arbustos.

3.1.4. Infra-estruturas
O distrito é atravessado pela EN1 numa extensão de cerca de 195 Km. O acesso à Sede do
distrito é feito através da EN215 (Nhamapaza-Marínguè-Chemba) com cerca de 32 Km.A rede
de telecomunicações comporta os serviços de telefonia móvel e os serviços das
Telecomunicações de Moçambique com 10 linhas fixas.

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4. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES


4.1. Inventário de reconhecimento

O inventário de reconhecimento é uma activada que visa quantificar as espécies florestais existe
dentro da floresta de forma quantitativa e qualitativa e a ocorrência das mesmas. Esta actividade
é realizada em cada 2 anos com objectivo de quantificar os recursos florestais existentes na área
e verificar as actividades exercidas dentro da área assim como o benefício da comunidade
(segurança social). Esta actividade foi levada a cabo com a participação da Brigada Nacional de
Inventários Florestais, onde percorreu-se toda a floresta, inclusive nas áreas habitadas pelas
comunidades locais. Colectou-se dados referentes a tipo de vegetação florestal que ocorrência na
área, espécies mais frequente e a qualidade das mesmas.

4.2. Produção de mudas

A produção de mudas teve como o início a colecta de semente, na qual, as sementes eram
colectadas dentro da florestal local (localizada na província de Sofala, distrito de Marringue,
localidade de Fudza) entre as árvores matrizes que apresentavam boa copa e fuste recto,
geralmente a colecta de semente era feita em locais onde havia grande abundancia da mesma,
primeiramente observava-se a altura da árvores, de modo a estimar-se o raio de dispersão das
sementes e em seguida iniciava-se a colecta das sementes dentro do raio estimado com base na
altura da árvore. A pois a colecta de semente fez-se a produção do substrato, na qual era baseado
em somente em argila local. Fez-se o enchimento dos vasos polietileno, quebra de dormência das
sementes baseando-se em dois métodos nomeadamente: escarificação mecânica e escarificação
mecânica com a imersão em água a temperatura ambiente (24 e 48 hora de tempo) e a devida
sementeira. Por fim fez-se a análise da germinação e crescimento das mudas, de modo a verificar
qual dos métodos é o mais eficaz para a produção de mudas Afizelia quanzensis na empresa.

4.3. Maneio de rebroto e Plantio de enriquecimento

Para o maneio de rebroto caminhava-se dentro da floresta com ajuda de um pisteiro com o
objectivo de localizar áreas com clareiras pós-exploração, tirava-se as coordenadas geográficas
do local com ajuda do GPS, de seguida eram observados o estado dos cepos, verificando-se a
existência de rebroto e a quantidade de rebroto no cepo. Fazia-se o desbaste dos rebrotados,
deixando-se dois rebrotos com bom crescimento e vigor de forma oposta, e por fim fazia-se o
registo do número do cepos e a respectiva espécie.

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Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

Quanto a plantio de enriquecimento, na concessão da empresa era feito com o objectivo de


aumentar a ocorrência das espécies comercias, aumentar a regeneração e garantir a
sustentabilidade da floresta local. O plantio de enriquecimento era realizado em clareiras
(causadas pela exploração florestal e abandono de machambas pelas comunidades locais) e em
áreas sob maneio pós-exploração. No entanto o plantio de enriquecimento local era baseado no
plantio das espécies mais exploradas dentro da floresta, usando-se o método misto com um
espaçamento de 5x5 m.

4.4. Abertura, limpeza de aceiros e estabelecimento de quebra-fogos

Faz-se a abertura e limpeza de aceiros em locais que fazem limite com a zona produtiva, em
florestas sob maneio florestal da empresa e em clareiras sobestado de enriquecimento, fazia-se a
abertura de aceiro com uma largura de 4 metros, essa atividade foi feita com a ajuda de enxadas
e catanas. Visto que na área da concessão é muito extensa ouve a necessidade de se fazer
queimadas frias, essa atividade era realiza nas primeiras horas do dia, onde delimitava-se uma
área e nesse mesmo período colocava-se o fogo e fazia-se o devido controlo com ajuda de ramos
de árvores, de modo a evitar com que o fogo se alastre para outra área.
4.5. Serração e Carpintaria

Localizada na Cidade de Chimoio, operando desde 1998, na qual a empresa vem produzindo
madeira serrada, parquet e mobiliários.

Fez-se a análise de rendimento de conversão de toros, onde colectou-se dados de 35 toros, na


qual retirava-se medidas da base, de topo e comprimento de cada toro com apoio da fita métrica
e fez-se o calculo de volume de cada toro, após a serragem tirava-se medidas de cada tabua,
registando-se o comprimento, largura e espessura e numero de tabuas obtidos em cada toro, e por
fim calculava-se o volume obtido e o desperdício.

Para a determinação do volume dos toros foi com base na formula do Smalian.

V=Л/8*L*(Db*Dt)^2

Onde;

V- volume, L- comprimento do toro, Db e Dt- diâmetro do topo e da base.

E para determinar o volume das tabuas obtidas em cada toro usou-se a fórmula seguinte

V=C*L*E

Onde: V-volume da peca, C-comprimento da peca e E-espessura.

Autor: Silva Rassul Moreira Eng.Florestal 18


Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

Para determinar o rendimento de madeira serrada foi usada à fórmula clássica:

∑ vp
Rv = *100%
∑ vt

Onde:

Rv – rendimento volumétrico em (%), ∑vp – somatório do volume das peças, ∑vt – somatório
do volume de toros processados.

Fez-se também a reparação, manutenção de máquinas, desde a travagem de dentes, afiação de


fitas, discos, lâminas e manutenção de fitas. Gestão de desperdícios de modo a criar melhor
aproveitamento de madeira na empresa.

Quanto a carpintaria da empresa que trabalha na base de encomendas, fez-se o acompanhamento


e participação nas actividades de produção e mobiliários como carteiras, mesas, casquilhos de
janelas, portas e bancos.

4.6. Ergonomia
Quanto a ergonomia fez-se a análise e avaliação do nível de higiene e segurança no trabalho
(HST), carga horária e função empresarial em todos sectores de produção da empresa ao longo
do estágio.

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Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

5. ANALISE E DISCUSSÃO
5.1. Inventário de reconhecimento

Com base no inventário de reconhecimento foi possível observar as principais comunidades


florestais que compõem a concessão bem como os tipos florestas que lá existem. Quanto ao tipo
florestal que predomina na concessão do Inchope madeira especificamente no regulado Medja
com ocorrência de Panga-panga, Chanfuta, Metacha, Chacate preto, espécies estas que abundam
nas florestas de Moçambique principalmente nas zonas centro do pais e Marringue em particular,
isto pode se explicar pelo facto de ser uma zona de tranzicao para miombo, na qual foram
possível observar dentro da concessão as matas xerófitas, florestas abertas e fixadas.

A concessão possui muitas comunidades vegetais, das quais as mais abundantes são:
Comunidade vegetal de Panga-panga, Ncungo, Chanfuta, Metacha, Tondo, Nfuma, Nhacafuma,
Modzo, Acacias, Ncula, Chacate preto e outras comunidades ainda não reconhecidas.

5.2. Produção de mudas

Quanto a análise da germinação e crescimento das mudas, a espécies de chanfuta mostrou-se mas
eficiente pelo método de quebra de dormência escarificação mecânica com a imersão em água a
temperatura ambiente (durante 24 hora de tempo) como ilustra o gráfico abaixo.

30

25

20
EM
15
24h
48h
10

0
Altura (cm) Cir. Base (cm) Nr deFolha

Grafico1: Comparação das médias

O uso do substrato de argila foi devido a grande quantidade de matéria orgânica que se apresenta
nos solos das florestas tropicais devido a decomposição de material orgânico das folhas, fezes
dos animais e restos mortas dos animais da floresta, proporcionando assim ao solo uma boa
fertilidade. Quanto a germinação foi verificado para a escarificação mecânica uma germinação
de 82.5%, para a escarificação e imersão em água a temperatura ambiente durante 24 horas de

Autor: Silva Rassul Moreira Eng.Florestal 20


Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

tempo uma germinação de 96.75% e para a para a escarificação e imersão em água a temperatura
ambiente durante 24 horas de tempo uma germinação de 82%. Com base nestas percentagem
assume-se que a escarificação e imersão em água a temperatura ambiente durante 24 horas de
tempo é o melhor método para a propagação da chanfuta por meio de semente.

Percentagem de gerninação(%)
100.00%
95.00%
90.00%
Percentagem de
85.00% gerninação(%)
80.00%
75.00%
70.00%
EM 24h 48h
Metodos de quebra de dormencia

Gráfico 2: Percentagem de germinação

5.3. Maneio de rebroto e Plantio de enriquecimento

A maior parte das espécies de miombo possuem a capacidade de rebrotar a partir do cepo que
permanece no solo depois do abate da árvore, esta habilidade pode ser aproveitada para a
regeneração da floresta, especialmente das espécies preciosas e de primeira classe, as quais são
muito exploradas no país. A concessão de empresa possui como espécies com capacidade de
rebrotacão, panga-panga (Millettia stuhlmannii), chanfuta (Afizelia quanzensis), monzo
(Combretum imberbe) e messassas (Brachystegia sp), são espécies consideradas como tendo boa
capacidade de brotação. Adicionalmente, as árvores resultantes da rebrotação têm um
crescimento maior comparado com às árvores produzidas a partir de sementes.
Quanto ao enriquecimento não é ainda praticado em concessões florestais no país, mas a empresa
já realiza esta actividade em grande áreas da concessão, pós o plantio de enriquecimento é feito
sem a derruba e sem um ordenamento específico da área a plantar, facto este que proporciona
ainda mas o aumento de ocorrências das espécies comerciais dentro da concessão, as espécies
mais usadas para o enriquecimento da floresta são chanfuta, panga-panga e sândalo, estas
espécies encontram-se sob uma pressão e processo de escasseamento dentro da concessão.

5.4. Abertura, limpeza de aceiros e estabelecimento de quebra-fogos

Autor: Silva Rassul Moreira Eng.Florestal 21


Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

A empresa exerce grande papel no combate contras o incêndio e queimadas florestais, a


realização das queimadas frias pela empresa de modo a reduzir o material combustível lenhoso
existente na floresta, na qual esta acção reduz os impactos negativos na área sob exploração
florestal. A grande causa das queimadas dentro da concessão tinham como motivos aberturas de
machambas, cacas e a colecta de mel, estas são as actividades exercidas pelas comunidades para
o seu sustento.

5.5. Avaliação do estado da regeneração após a exploração e a participação da


empresa no favorecimento da regeneração.
Com base no inventário de reconhecimento avaliou-se o estado da regeneração segundo a um
observação direta e rigorosa na qual com essa analise foi possível concluir que a regeneração
encontrasse num bom estado.
Os dados referentes à participação da empresa no favorecimento da regeneração natural da
floresta foram analisados no decorrer das actividade do maneio da regeneração natural das
espécies após o abate das árvores, bem como a forma que é feito o corte das árvores.
Desta feita a empresa realiza actividades que favorecem o crescimento da regeneração tais como
enriquecimento, maneio de rebroto, maneio contra as queimadas, plantação de mudas em áreas já
exploradas ou machambas florestais.
5.6. Serração e Carpintaria

5.6.1. Rendimento volumétrico da madeira serrada de Afizelia quanzensis


De acordo com o número de toro serrados 35 toros, processados num período de três dias de
trabalho num turno de 8h/dia, totalizou-se um volume de 14,16792 m³ volume este equivalente
aos 35 toros e um volume de 27,37516 m³ correspondente a madeira serrada, tendo-se obtido
assim um rendimento de 51,75464%. Com este rendimento conclui-se que a empresa realmente
tem um rendimento satisfatório na sua produção de madeira serrada, também justifica-se pelo
facto da maquinaria usado no processo de produção.

O rendimento obtido encontrou-se dentro dos resultados citados por Gomide (1974), Rocha
(2002) e Oliveira et al. (2003), na qual os valores estão entre 45% a 55% para folhosas.

5.6.2. Gestão de desperdício e Resíduos


A matéria-prima que não tem consideração (madeira de baixa qualidade) é usada para a
produção de tabuas ou aros para portas na carpintaria na qual são processados pela linha
subsidiaria, sendo transformada em réguas para “parquet” ou ainda para pequenas peças de

Autor: Silva Rassul Moreira Eng.Florestal 22


Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

mobiliário como pernas de cadeiras entre outros produtos procedendo-se assim ao melhor
aproveitamento dos toros recebidos de floresta.

Mas também uma parte das sobras de madeira e costaneiras é aproveitado pelos trabalhadores
para cozinhar o seu alimento no posto de trabalho, e a serradura mais fina é vendida para a
população local para o uso como o combustível lenhoso e até mesmo casas, a mais grossa é
vendida para criadores de frango. Os resíduos não aproveitados são queimados na lixeira da
empresa.

5.7. Ergonomia
Verificou se um alto nível de higiene e segurança no trabalho (HST) em todos sectores de
produção da empresa ao longo do estágio. A falta de equipamentos de protecção completos,
protectores de ouvidos e vistas (óculos). Esta situação é muito preocupante pelo facto dos
trabalhadores estarem a operar com máquinas que produzem ruídos altos, grandes quantidades de
serradura e em alguns casos fumaça, deixando assim os trabalhadores expostos a acidentes.
Mas também verificou-se uma grande sobrecarga dos trabalhadores na unidade de trabalho, me
refiro a ergonomia física, mas especificamente na carpintaria.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com a realização do estágio florestal foi possível concluir que a empresa Inchope Madeiras é
uma unidade de produção bem estruturada, contando com vários tipos de equipamentos
especializados no trabalho da madeira de modo a garantir uma boa qualidade do produto final
bem como produto exportado e interno, tais como parquet, mobiliário, carteiras, pranchas e toros
dentre outros produtos derivados da madeira.

A empresa compre com as exigências do plano de maneio tais como a produção de mudas, o
enriquecimento e o maneio de rebroto das espécies mais exploradas na concessão e as que
possuem a capacidade de rebrotação.

Após a realização de todo o processo de desdobro de toros na serração, segundo várias literaturas
consultadas, pode-se classificar a serração como permanente, de grande escala e tem como a
máquina principal de corte uma serra de fita.

A serração apresenta um bom rendimento no processo de desdobro principal, facto esse que está
aliado as características das máquinas usadas para esta actividade, o número de cortes efetuados,
bem como a existência de operadores capacitados e experientes para realizarem as atividades de
desdobro de toros e com muita flexibilidade.

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7. RECOMENDAÇÕES
 A empresa deve sensibilizar a comunidade na protecção contra as queimadas e incêndios
florestais dentro das áreas produtivas;
 Recomenda-se para a empresa para que melhore a qualidade da água para irrigar as
plantas do viveiro;
 Recomendo a empresa a ter respeito e consideração pelos estagiários dentro da empresa e
que cumpram com o plano do estágio;
 Recomendo a empresa para que disponibilize todo o material de HST para os
trabalhadores;
 Recomendo a empresa a proteger a área contra a exploração ilegal;
 É necessário que a empresa procure estabelecer uma estufa de secagem de madeira, com
vista a reduzir o empenamento de peças de madeira, e melhorar ainda mais a qualidade
dos seus produtos.
 Recomendo a empresa a criar mecanismo para que cada trabalhador no seu sector tenha
um ajudante para garantir a flexibilidade das actividades.
 Recomendo a empresa para que possa estabelecer os blocos de exploração, isso para
garantir o controlo e a gestão da área.

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Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

CHITARÁ, S. (2003), Instrumentos para Promoção de Investimento Privado na Indústria


Florestal Moçambicana. MINAG, DNFFB, Maputo.

CARDOSO, J. G. A, (1963), Madeiras de Moçambique. Ficha da Androstachys johnsonii.


Laboratorio de sementes e tecnologia agricola e florestal. Direcção dos serviços de
agricultura e florestas, 59 pag.

DEL Menezzi, H. S. e NAHUZ, A. R. (1998), Técnicas de serragem utilizadas para madeira


de eucalipto.

EGAS, F. A, (2000), Noções sobre a produção de madeira serrada. UEM/FAEF/DEF.


Maputo 98 pag.

EUREKA (2001), Inquerito a indústria madereira. MADER. Maputo, 60 pag.

FAO (2002), Commercial Timber Harvesting in Natural Forests of Mozambique. Forest,


Rome.

FAO (1982), Asseradores pequenos y medianos en los paises en desarollo. Guia para su
planificacion y estabelecimento. Roma. 173 pag.

GOMIDE, J. L. (1974), Serração. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, Imprensa


Universitária, 119p.

GAMA, J.R.V.; BENTES-GAMA, M.M.; SCOLFORO, J.R.S. 2005. Manejo sustentado para
floresta de várzea na Amazônia oriental. R. Árvore, Viçosa-MG, v.29, n.5

IPEX (2003), Estrategia para o desenvolvimento das exportações de produtos processados


de madeira de Moçambique, Maputo.

IDA, I. 2005. Ergonomia: projecto e produção. São Paulo, Edgard Blucher,. 630 p.

MARTINS, G. ARAUJO, J. (2005), Madeiras, 2ª edição, sl.

MALLEUX. (1980). Avaliação dos Recursos Florestais da República. Maputo, Moçambique.

LARSON, D. L, (1996) Farm machinery repair and maintenance. Agricultural Engeneering.

LATORRACA, J.V.F, (2004), Processamento mecânico da madeira. Seropédica:


Universidade

Autor: Silva Rassul Moreira Eng.Florestal 26


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Michigan.Federal Rural do Rio de Janeiro, 116p.

ROCHA, M. P, (2002), Técnicas de planificação em serrações. Série Didática FUPEF,


Curitiba,

n. 02/01.

REMADE, (2005), Influência da serragem no rendimento e qualidade de eucalipto, 25


Edição.

SCHORN,L.A & FORMENTO,S. 2003; Silvicultura II Produção de Mudas Florestais,


Blumenau, Janeiro.
SILVA, V. S. (2006). Manejo de florestas nativas: planejamento, implantação e
monitoramento. CUIABÁ - MT: UFMT.

SITOE.A. e BILA.A, 2008, Manual para a Elaboração e Implementação do Plano de


Maneio da Concessão Florestal, Ministério da Agricultura, Direcção Nacional de Terras e
Florestas, Maputo, pag 41 a 47.
VITAL B.R, (2008), Planificação e operações em serrações. Viçosa: UFV.

WILLISTON, E. M, (1988), Lumber Manufacturing. The Design and Operation of Sawmills


and

Planer Mills. California, 486 .

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Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

ÍNDICE
Resumo

1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................2

1.1. JUSTIFICAÇÃO....................................................................................................3

1.2. OBJECTIVOS........................................................................................................4

1.2.1. Geral:..................................................................................................................4

1.2.2. Especifico:..........................................................................................................4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICAS................................................................................5

2.1. Recursos florestais de Moçambique.......................................................................5

2.2. Preparação de substrato..........................................................................................5

2.2.1. Sementeira..........................................................................................................5

2.2.2. Irrigação..............................................................................................................5

2.3. Maneio de brotação................................................................................................5

2.4. Plantio de enriquecimento......................................................................................6

2.5. Protecção contra as queimadas...............................................................................7

2.5.1. Controle de incêndios.........................................................................................7

2.5.2. Limpeza de aceiros.............................................................................................8

2.6. Indústria Madeireira................................................................................................8

2.6.1. Situação das Indústrias Madeireiras em Moçambique...........................................9

2.6.2. Classificação das serrações....................................................................................9

2.6.3. Característica das serras fita................................................................................10

2.6.4. Manutenção das serras........................................................................................10

2.6.5. Desempenho de uma serração...........................................................................10

2.6.5.1. Eficiência...........................................................................................................10

2.6.5.2. Tipo de espécie..................................................................................................11

2.6.5.3. Disposição da maquinaria..................................................................................11

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2.6.5.4. Disponibilidade de energia...............................................................................11

2.6.5.5. Grau de mecanização e automatização da serração...........................................11

2.6.5.6. Experiência dos operadores...............................................................................11

2.6.5.7. Rendimento volumétrico de madeira serrada...................................................12

2.7. Principais esquemas de corte usados nas indústrias madeireiras...........................12

2.7.1. Tangencial...........................................................................................................12

2.7.2. Radial...............................................................................................................12

2.6. Ergonomia no trabalho.........................................................................................13

3. DESCRIÇÃO DA ÁREA DO ESTÁGIO................................................................14

3.1.1. Localização, Superfície e População................................................................14

3.1.2. Clima, Hidrografia............................................................................................14

3.1.3. Relevo, Solos e Vegetação................................................................................15

3.1.4. Infra-estruturas..................................................................................................15

4. DESCRIÇÃO DAS ACTIVIDADES......................................................................16

4.1. Inventário de reconhecimento..............................................................................16

4.2. Produção de mudas...............................................................................................16

4.3. Maneio de rebroto e Plantio de enriquecimento...................................................16

4.4. Abertura, limpeza de aceiros e estabelecimento de quebra-fogos........................17

4.5. Serração e Carpintaria..........................................................................................17

4.6. Ergonomia............................................................................................................18

5. ANALISE E DISCUSSÃO......................................................................................19

5.1. Inventário de reconhecimento..............................................................................19

5.2. Produção de mudas...............................................................................................19

5.3. Maneio de rebroto e Plantio de enriquecimento...................................................20

5.4. Abertura, limpeza de aceiros e estabelecimento de quebra-fogos........................20

5.5. Avaliação do estado da regeneração após a exploração e a participação da


empresa no favorecimento da regeneração......................................................................21

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Maneio florestal e transformação de madeira na empresa Inchope Madeira

5.6. Serração e Carpintaria..........................................................................................21

5.6.1. Rendimento volumétrico da madeira serrada de Afizelia quanzensis..............21

5.6.2. Gestão de desperdício e Resíduos.....................................................................21

5.7. Ergonomia............................................................................................................22

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................23

7. RECOMENDAÇÕES..............................................................................................24

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA.......................................................................25

9. Anexos………………………………………………………………………………26

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