Apostiladocursoviveirista
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Alexandra Gobatto
Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
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All content following this page was uploaded by Alexandra Gobatto on 16 June 2020.
Professores
Alexandra Gobatto
Amita Domiciano
Cláudio Bastos
José Mauro de Macedo
Lucas Couto de Oliveira
Ricardo Carelli
Robson Patrocínio
Simone Marques
Revisão
Andrea Vanini
Elaine Imenes Nobre de Almeida
Kamila Teixeira Mynssen
Equipe Técnica
Carlos Rodrigues Silva
Nota za. A Botânica também tem como objetivo o entendimento
de como as plantas se reproduzem e evoluem, não apenas
Esse módulo foi desenvolvido com informações e conhecimen- naturalmente, como também pela intervenção do homem e
tos básicos de botânica, fisiologia e taxonomia vegetal, para emprego das tecnologias.
atender as exigências teórico-práticas necessárias para o bom Sabe-se que a Terra formou-se há mais de 4,5 milhões de
trabalho do viveirista. anos. O aparecimento da vida no nosso planeta surgiu há mais
de 3,5 mil milhões de anos, com organismos de uma única
INTRODUÇÃO célula, ou seja, muito simples, capazes de viver em meio sem
muito oxigênio e com alta radiação solar. Aos poucos a Terra
As plantas são essenciais para a nossa existência e formam a foi passando por modificações e começou a ficar mais propícia
base de todas as relações entre os organismos vivos na Terra. Em à existência de seres cada vez mais complexos, até chegarmos
termos ecológicos, as plantas e as algas estão na base da pirâmi- a biodiversidade atual.
de de energia de forma que, para entendermos como funciona Na página a seguir uma representação da sucessão de
a vida na Terra, o conhecimento das plantas é fundamental. organismos nas diferentes Eras Geológicas.
A área da Botânica que estuda essa sucessão de seres vivos
ao longo dos milhares de anos através do estudo de fósseis
chama-se Paleobotânica. Um dos instrumentos mais utilizados
para o conhecimento da história das plantas é a análise dos
restos vegetais fossilizados como algas, partes de caules, folhas,
grãos de pólen, frutos e sementes.
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figura 2 - Sucessão de seres vivos ao longo dos milhares de anos.
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O CORPO DA PLANTA
Morfologia externa das Angiospermas
(plantas com flores)
Ao compararmos o ambiente terrestre com o ambiente aquático
verificamos que no terrestre a quantidade de água na forma
líquida está acumulada no interior do solo.
Como, então, as plantas sobrevivem no ambiente terres-
tre? Como fazem para captar a água na terra, já que a água é
fundamental para a existência dos seres vivos?
Isso é possível porque as plantas apresentam estruturas
chamadas de RAÍZES que permitem a absorção de água pre-
sente no solo.
O corpo da maioria das plantas com flores é dividido em duas
figura 3 – esquema da fotossíntese realizada pelas plantas.
partes principais, uma localizada sob o solo, constituída pelas
raízes e outra aérea constituída pelo caule, folhas, flores e frutos.
No corpo de uma planta todos os órgãos são interdepen-
dentes, como acontece nos animais. As células das raízes, assim
com as células de muitos caules, não fazem fotossíntese e, por
isso, dependem do alimento produzido nas células das folhas.
O caule, folhas, flores e frutos, por sua vez, dependem da água
e dos sais minerais absorvidos pelas raízes.
A raiz
figura 5 - As gotas de água acumuladas dentro do saco provam que as plantas transpiram.
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A partir da raiz surgem ramos secundários, conhecidos como as novas células da raiz, o que possibilita o seu crescimento.
raízes como adventícias (do latim advena = que vem de fora, Logo após a extremidade, localiza-se a região onde as cé-
que nasce fora do lugar habitual) são comuns, por exemplo, lulas crescem.
na base de um pé de milho Nessa região denominada zona de distensão ou de alon-
As raízes se esparramam pelo solo, mas há algumas plantas gamento celular, a raiz apresenta a maior taxa de crescimento.
que possuem raízes aéreas, comuns nas trepadeiras, bromélias, Após a zona de distensão situa-se a zona pilífera da raiz,
orquídeas, enquanto outras possuem raízes submersas, como que se caracteriza por apresentar células epidérmicas com os
os aguapés, comuns em represas e outros cursos d’água. pelos absorventes.
É através desses pelos que a raiz absorve a maior parte da
água e dos sais minerais de que precisa.
A região de ramos secundários é aquela que se nota o
brotamento de novas raízes que surgem de regiões internas
da raiz principal.
a- Raiz aérea
b- Raiz aquática
Tipos de Raizes
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Raízes-escoras
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o caule desempenha as funções de condução de água e sais
minerais das raízes para as folhas, e de condução de matéria
orgânica das folhas para as raízes.
Caules jovens têm células clorofiladas e são revestidos
por uma epiderme formada por uma única camada de células
(uniestratificada). Plantas que apresentam pequeno crescimen-
to em espessura, como as gramíneas, por exemplo, também
apresentam caules revestidos pela epiderme e esta pode ainda
apresentar sobre si, externamente, uma cutícula protetora.
Plantas que crescem em espessura, transformando-se em arbus-
tos ou árvores, a epiderme é substituída por um revestimento
complexo, formado por vários tecidos. O tecido mais externo é
figura 17 - Raíz fasciculada - quando não se distingue uma raiz principal, têm
todas tamanho semelhante.
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As gemas caulinares são formadas por grupos de células me- denominaram “axila” foliar. As gemas axilares permanecem
ristemáticas, capazes de se multiplicar ativamente por mitose. inativas durante certo período, denominado dormência após
Um conjunto de células meristemáticas forma um meristema, o qual podem entrar em atividade, originando ramos laterais.
motivo pela qual as gemas caulinares também são chamadas
meristemas caulinares. Tipos de caules
No ápice do caule (e de cada ramo) existe sempre uma gema
(ou meristema) apical, que permite o crescimento em extensão Troncos são caules robustos, desenvolvidos na parte inferior e
graças à multiplicação das células meristemáticas. À medida ramificados no ápice. São encontrados na maioria das árvores
e arbustos do grupo das Eucotiledôneas.
Estipes são caules geralmente não ramificados, que apresen-
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Caules trepadores estão presentes em plantas trepadeiras e Rizomas são caules subterrâneos que acumulam substâncias
crescem enrolados sobre diversos tipos de suporte. Esse tipo nutritivas. Em alguns rizomas ocorre acúmulo de material nu-
de caule representa uma adaptação à obtenção de locais mais tritivo em certas regiões, formando tubérculos. Rizomas podem
iluminados, em que há mais luz para a fotossíntese. ser distinguidos de raízes pelo fato de apresentarem gemas
laterais. O gengibre, usado como tempero na cozinha oriental,
é um caule tipo rizoma.
figura 26 - Estolão
figura 24 - Colmos
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Função: servir como local em que é realizada a fotossíntese.
Em algumas plantas, existem folhas modificadas e que exercem
funções especializadas, como as folhas aprisionadoras de insetos
das plantas insetívoras e os espinhos dos cactos.
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Em algumas plantas não há um tecido propriamente dito, mas
uma estrutura conhecida pelo nome de bainha, que serve de
ligação da folha à planta. É o caso, por exemplo, da folha de milho.
Já em outras plantas próximas aos pecíolos existem estruturas
de formatos diversos – podem ser pontiagudas, laminares ou
com a forma de espinhos – conhecidas por estípulas.
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Filotaxia res que apresentam órgãos reprodutores de ambos os sexos,
masculino e feminino, são chamadas de hermafroditas. Já as
Filotaxia é o modo como as folhas estão arranjadas no caule. As flores que apresentam órgãos reprodutores de apenas um dos
folhas podem ser classificadas de acordo com a sua disposição sexos (masculino ou feminino) são chamadas de unissexuais.
no caule, forma do limbo, a forma da borda, etc. A flor é composta de cálice, constituído pelas sépalas, a
Existem três tipos básicos de filotaxia: oposta, verticilada corola, pelas pétalas, o androceu, constituído pelos estames,
e alternada. e o gineceu, pelos carpelos e estigma.
a. oposta: quando existem duas folhas por nó, inseridas As sépalas são geralmente verdes e lembram folhas. Sua função
em regiões opostas. é cobrir e proteger o botão floral antes dele se abrir. O conjunto
b. verticilada: três ou mais folhas inserem-se no mesmo nó. de sépalas forma o cálice floral.
c. alternada: as folhas se inserem em regiões ligeiramente Pétalas são estruturas geralmente coloridas e delicadas que
deslocadas entre si, em nós sucessivos, descrevendo
uma hélice.
Tipos de limbo
a b c
figura 35 - Filotaxia.
Flor
Estames
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figura 39 - Botão de pequi (Cariocar brasiliensis) - com as sépalas protegendo
os botões.
Inflorescências
A época de florescimento varia de espécie para espécie, mas
coincide com o aparecimento no local do polinizador. Esso é
Em algumas plantas muitas flores se agrupam em um mesmo
uma adaptação decorrente de milhares de anos de coevolução.
ramo, formando conjuntos denominados inflorescências.
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Após a polinização pode ocorrer a fecundação, ou seja, a união
dos gametas masculino e feminino dentro do ovário da flor.
A partir daí a flor sofre uma modificação extraordinária.
O ovário sofre uma grande modificação, cresce, se desenvolve
e agora dizemos que virou um fruto. As demais partes da flor
caem. E em seu interior os óvulos fecundados viram sementes.
Assim, a grande novidade das Angiospermas, em termos
de reprodução, é a presença dos frutos.
Quando a planta tem inflorescências os frutos formados
também ficarão reunidos e constituirão as infrutescências. É o
caso do cacho de uvas, da amora, da jaca e da espiga de milho.
Partes do fruto
figura 45 - Tipos de frutos
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>> A radícula é a primeira estrutura a emergir,
quando o embrião germina;e
>> O caulículo é o responsável pela formação das primeiras
folhas embrionárias.
Dormência relativa
Tipos de germinação A dormência não é necessariamente um fenômeno tudo ou
nada. Assim, algumas sementes exibem dormência em uma
a) Germinação epígea: O cotilédone emerge acima do solo. temperatura particular, não o fazendo em outra. Exemplo:
Exemplo: Feijão trigo: em 20°C as sementes exibem dormência por um curto
período de tempo. Esta dormência desaparece se as sementes
b) Germinação hipógea: O cotilédone fica preso a semente. são postas para germinar em 15°C.
Exemplo: Milho
Dormência secundária
Algumas sementes quiescentes podem adquirir dormência
quando colocadas para germinar em condições inadequadas,
como por exemplo uma temperatura muito alta ou muito baixa.
Exemplo: alface - sementes embebidas no escuro e colocadas
em temperatura elevada entram em dormência secundária não
germinam quando a temperatura é reduzida (a germinação
destas sementes é induzida pela luz).
Causas da dormência
A dormência das sementes é imposta por vários mecanismos,
dependendo da espécie, ou vem da casca ou vem do embrião.
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Quebra de dormência
Há uma grande variedade de processos que induzem a quebra
da dormência:
Algodão 1 mês
Cevada 2 ou 3 semanas até 9 meses
Alface 3-9 meses
Trigo 1-2 anos Você já sabe que para classificar, ou seja, organizar diversos
Cyperus rotundos (tiririca) 7 anos objetos ou seres em diferentes grupos, é preciso determinar
os critérios através dos quais identificaremos as semelhanças
e as diferenças entre eles. Vamos ver agora como as plantas
Crescimento e desenvolvimento do vegetal podem ser classificadas.
É necessário definir outros critérios que possibilitem a
O crescimento de uma planta começa a partir da germinação classificação das plantas para organizá-las em grupos menos
abrangentes que o reino.
da semente. As reservas contidas no endosperma ou nos co-
Em geral, os cientistas consideram como critérios importantes:
tilédones são acionadas. As células embrionárias recebem os
nutrientes necessários, o metabolismo aumenta e são iniciadas
> a característica da planta ser vascular ou avascular, isto é,
as divisões celulares que conduzirão ao crescimento.
a presença ou não de vasos condutores de água e sais minerais
A radícula é a primeira a imergir; a seguir, o caulículo e a (seiva bruta) e matéria orgânica (a seiva elaborada);
plântula inicia um longo processo que culminará no vegetal > ter ou não estruturas reprodutoras (semente, fruto e
adulto. Os vasos condutores xilema e floema realizam o trans- flor) ou ausência delas.
porte da seiva bruta (xilema) e da seiva elaborada (floema).
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Os nomes dos grupos de plantas O termo alga foi usado a partir de 1753 e introduzido por Lineu.
Há algas unicelulares, invisíveis a olho nu e macroscópicas e
> Algae - das algas pluricelulares, embora haja uma alga de uma única célula, a
> Criptógama - palavra composta por cripto, que significa escon- Acetabularia SP que é visível ao olho nu. Dentre as algas temos
dido, e gama, cujo significado está relacionado a gameta (estru- as algas pardas, vermelhas, verdes e douradas.
tura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, “planta que > Briófitas - Plantas sem vasos condutores, ou seja, sem floema
tem estrutura reprodutiva escondida”. Ou seja, sem semente. e xilema. Essa divisão compreende vegetais terrestres com
> Fanerógama - palavra composta por fanero, que significa morfologia bastante simples, conhecidos popularmente como
visível, e por gama, relativo a gameta. Esta palavra significa, “musgos” ou “hepáticas”.
portanto, “planta que tem a estrutura reprodutiva visível”. São As briófitas mais conhecidas são as hepáticas e os musgos.
plantas que possuem semente. As hepáticas são tanto aquáticas quanto terrestres e seu talo
> Gimnosperma - palavra composta por gimmno, que significa é uma lâmina extremamente fina. Seu talo lembra muito um
descoberta, esperma, semente. Esta palavra significa, portanto, vegetal superior: apresenta-se ereto, crescendo a partir do solo.
“planta com semente a descoberto” ou “semente nua”. > Hepáticas
> Angiosperma - palavra composta por angion, que significa > Musgo
vaso (que neste caso é o fruto) e sperma, semente. A palavra
significa, “planta com semente guardada no interior do fruto”.
Algas
Acetabularia sp
Os registros fósseis indicam firmemente que organismos seme- Reino Fungi (Fungos)
lhantes às algas atuais viveram há mais de três bilhões de anos
(Bold, 1972). Por isto e em virtude da relativa simplicidade da
Os fungos são popularmente conhecidos por bolores, mofos,
maioria das algas, o estudo sobre a diversidade do reino vegetal
fermentos, levedos, orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-
se iniciará nesses organismos.
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-chapéu (champignon). É um grupo bastante numeroso, formado
por cerca de 200.000 espécies espalhadas por praticamente
qualquer tipo de ambiente.
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Encrustado Folioso: o talo é parecido com folhas
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seus antepassados, etc, para compreender e estabelecer as de identidade conhecida e em qualquer hierarquia (família,
verdadeiras afinidades e graus de parentesco existentes entre gênero, espécie, subespécie, etc.). Tratando-se de material novo
os diversos grupos de plantas. Baseia-se na hipótese de que para a Sistemática, por conseguinte ainda não designado cien-
existem relações genéticas entre as plantas e que os vegetais tificamente, deve receber denominação própria e ser objeto de
atuais descendem de outros existentes ou já extintos, através descrição, publicação em órgão especializado, observando-se o
de sucessivas gerações, encontrando-se elas, hoje em dia, mais que preceitua o Código Internacional de Nomenclatura Botânica.
aperfeiçoadas.
Classificação é a ordenação das plantas em categorias hierár-
quicas, segundo as afinidades naturais ou graus de parentesco
e de acordo com um sistema de classificação. Cada espécie é
classificada como membro de um gênero, cada gênero pertence
a uma família, as famílias estão subordinadas a uma ordem,
cada ordem a uma classe, cada classe a uma divisão.
História
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Com a vinda de novos conhecimentos sobre a flora mundial Os nomes aplicados a todas as categorias taxonômicas são
veio a verificação da existência de maiores afinidades naturais latinos e recebem, em geral, nomes com terminações próprias,
entre plantas do que as indicadas pelo ‘sistema sexual’ de Lineu. relacionadas à categoria a que pertencem. Resultam, nestes
Os novos sistemas organizam plantas em grupos afins, pela casos, nomes que têm o mesmo radical da palavra com que é
existência de caracteres morfológicos e anatômicos comuns. designado um gênero. Exemplo: Magnólia (gênero), Magno-
Em rigor, não poderiam ser ‘naturais’ por não se compatibiliza- liaceae (família), Magnoliales (ordem), Magnoliopsida (classe)
rem com a idéia da evolução, o que só ocorreu com os atuais e, Magnoliophyta (divisão).
sistemas filogenéticos, também chamados naturais modernos. As terminações próprias dos nomes de grupos taxonômicos,
A vitória final das idéias evolucionistas coube Charles Darwin correspondentes às categorias acima de gênero são:
(1809-1882) com a publicação do seu famoso trabalho sobre
a origem das espécies.
Divisão phyta
A teoria de descendência e de desenvolvimento evoluti-
Subdivisão phytina
vo de formas mais complexas e perfeitas a partir de formas
Classe opsida
mais antigas e primitivas fornecem um sólido alicerce em que
Subclasse idae
poderia ser construído um verdadeiro sistema filogenético,
Ordem ales
isto é, seqüência de organismos pela afinidade de origem, sua
Subordem inae
sucessão e como nos parece, a marcha do processo evolutivo
Família aceae
a partir de organismo unicelular até o mais perfeito.
Subfamília oideae
A maioria dos sistemas desta época (Sistemas filogenéticos)
Tribo eae
fundamentam-se nas teorias de Darwin. Merecem ser desta-
Subtribo inieae
cados o Sistema de Engler e mais recentemente o Sistema de
Arthur Cronquist.
Definição de cada categoria taxonômica:
Unidades Sistematicas Ou Categorias Taxonomicas
1. Divisão: é a categoria que fica logo abaixo do Reino, formada
De acordo com o conceito de que existem relações entre as por um conjunto de classes. Em regra, são tomados para sua
plantas, elas devem ser enquadradas em categorias que indi- constituição caracteres gerais relacionados com estruturas
quem suas presumíveis afinidades sistemáticas. Cada categoria reprodutivas, morfológicas ou anatômicas.
taxonômica representa um grupo de plantas, e há categorias 2. Classe: categoria hierarquicamente inferior à Divisão, cons-
maiores e menores de classificação. As categorias taxonômicas tituída por um conjunto de Ordens.
representam níveis hierárquicos, segundo critérios adotados nos 3. Ordem: formada por um conjunto de famílias, é estabele-
diversos sistemas de classificação, os táxons são os termos aplica- cida com base em particularidades mais definidas (caracteres
dos aos agrupamentos considerados incluídos nessas categorias: filogenéticos). Terminação ales.
4. Família: constituída por mais de um gênero. Sua descrição é
CATEGORIA TÁXON feita de modo a contemplar características dos gêneros quase
sempre numerosos. Quando se está interessado em identificar
Divisão Magnoliophyta, Briophyta um material botânico desconhecido, comumente procura-se, em
Ordem Malvales, Rosales primeiro lugar, conhecer a família a que pertence. A partir daí,
Família Araceae, Rutaceae com ou sem uso de chaves, chega-se aos grupos subordinados.
O nome da Família é formado pelo radical do nome de um de
As regras Internacionais de Nomenclatura estabelecem que seus gêneros, acrescido da terminação aceae.
uma categoria de plantas pode se subdividir em categorias 5. Gênero: categoria formada pela reunião de espécies se-
intermediarias e de hierarquia mais baixa, acrescentando-se melhantes, cujo relacionamento não se baseia somente em
ao seu nome o prefixo sub. caracteres morfológicos, mas também em particularidades de
Consideradas as categorias principais pode-se ter a seguinte outra natureza, como a origem, as migrações, o comportamento
gradação: genético, fisiológico e ecológico.
6. Espécie: O sistema binomial passou a ser adotado a partir
Reino – Divisão – Subdivisão – Classe- Subclasse – Ordem – de Lineu (1753), daí por diante se tornou normativa a nomen-
Subordem – Família – Subfamília – Tribo – Subtribo – Gênero
clatura binária. Usa-se sp. ou spp. para espécie ou espécies
– Subgênero – Seção – Subseção – Série – Subsérie - Espécie
– Subespécie – Variedade – Subvariedade – Forma – Subforma. respectivamente.
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O que é nomenclatura binária? BIBLIOGRAFIA
Segundo o sistema de nomenclatura binária, universalmente BRYANT, J. (1985) Seed Physiology. Edward Arnold Pubblishing
adotado, as plantas são cientificamente designadas por um FERRI, M.G. (1979) Fisiologia vegetal, volume II. EDUSP
conjunto de duas palavras latinas ou latinizadas, correspon- Gonçalves, E. G. e Lorenzi, H. (2011). Morfologia Vegetal -
dentes ao nome genérico e ao epíteto especifico (exemplo: Organografia e Dicionário Ilustrado de Morfologia das Plantas
Croton sonderianus). A primeira palavra (nome genérico) in- Vasculares 2ª Ed. 244p.
dica o gênero a que pertence a espécie e a segunda (epíteto http://www.educacaopublica.rj.gov.br/oficinas/biologia/bo-
especifico) permite designar espécies diferentes dentro de um tanica/index.php
mesmo gênero. http://mundobiologico-geral.blogspot.com.br/
Para distinguir as espécies com exatidão, torna-se neces- file:///C:/Users/Alexandra/Downloads/Apostila_de_Biologia_
sário que em todo o Reino Vegetal só haja um nome de gênero -_M%C3%B3dulo_de_Bot%C3%A2nica%20-%20C%C3%B3pia.pdf
válido e que em determinado gênero não se repita o mesmo http://www.ebah.com.br/content/ABAAAArisAI/botanica
epíteto especifico. file:///C:/Users/Alexandra/Downloads/USP%20-%2006%20-
Categorias infraespecíficas: no Código de Nomenclatura -%20BOT%C3%83-NICA.pdf
Botânica, são previstas as seguintes categorias taxonômicas: http://ramonlamar.blogspot.com.br/2011/06/por-que-caem-
subespécie, variedade, subvariedade, forma e subforma. Su- -as-arvores-1.html
bespécie, variedade e subvariedade são abreviadas para subsp., http://auladecienciasdanatureza.blogspot.com.br/2011_01_01_
var. e subvar. archive.html
http://dicasdeciencias.com/2009/09/29/lineu-taxonomia/
Citação dos nomes dos autores BOTÂNICA AGRÍCOLA. Prof. Dra. Adriana Graciela Desiré Zecca.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAABPMwAK/apostila-
Os nomes das plantas devem ser escritos seguidos dos nomes -completa-sistematica-vegetal. 29/05/2014
dos autores: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/biologia/taxonomia-
-como-funciona-o-sistema-de-classificacao-dos-seres-vivos.
- Mimosa platycarpa Ducke htm. 29/05/2014
- Cassia catártica var. tenuicaulis Irwin
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