A História Da Escrita 2
A História Da Escrita 2
A História Da Escrita 2
Introdução
Assim como as línguas, o processo da escrita está sempre a mudar. A prova disso é que
os textos produzidos a cem anos atrás, por exemplo, provavelmente possuem palavras
que não são mais tão usadas hoje em dia.
Todo o desenrolar da história da escrita foi um passo importante para a humanidade, não
somente por ser um recurso que comprova os registros históricos, mas também por
representar uma outra forma de ler e interpretar o mundo.
De acordo com os historiadores, no decorrer de três mil anos a escrita cuneiforme foi
usada por quinze línguas diferentes e entre eles estava o sumério, o persa e o sírio.
Conforme essa escrita se difundia pelo Oriente Médio, outros estilos de escrita eram
elaborados nas civilizações do Egito e da China.
Os povos egípcios usavam a parede das pirâmides para preencher de textos que
simbolizavam a vida dos faraós, sobretudo preces e mensagens para afastar a invasão de
prováveis saqueadores. Eles utilizavam um papel chamado papiro, feito a partir de uma
planta que possuía o mesmo nome. A escrita no Egito, no início, era uma atribuição dos
escribas, uma classe de especialistas. Os escrivães, como também eram designados,
assumiam uma posição de destaque nessa sociedade. Eles tinham que passar por um
processo de formação e, além disso, eram o elo entre o faraó, funcionários do governo, os
sacerdotes e o povo.
Um fato curioso e importante da cultura egípcia é que a escrita hieroglífica só foi decifrada
a partir do século XIX, por Jean-François Champollion, um estudioso francês. O francês
utilizou uma pedra que continha inscrições em hieróglifos e sua tradução para grego.
A história da escrita da China, assim como as outras civilizações, também foi marcada
pelo desenvolvimento de forma independente do seu próprio sistema de escrita, criado há
mais de 3 mil anos. Antes da invenção do papel, feito por eles, muitos outros recursos
foram utilizados para a escrita. O sistema de escrita dos chineses possui um símbolo para
cada coisa chamado sistema ideográfico. A escrita chinesa possui um acervo de mais de
160 mil ideogramas, mas boa parte sofreu mudança ao longo dos anos, pois priorizava os
traços fundamentais. Hoje, são usados entre 5.000 e 8.000 caracteres. Apenas 3.000
caracteres são utilizados para a vida diária.
Em um primeiro momento, as primeiras inscrições eram feitas por meio de desenhos que
visavam reproduzir de forma simplificada os conceitos ou coisas a serem representadas.
Esse tipo de escrita é usualmente conhecido como escrita pictórica ou hieroglífica. O mais
antigo registro escrito que se tem notícia foi encontrado na cidade de Uruk, atual região
sul do Iraque. Com o passar do tempo, os sistemas de escrita foram ganhando maior
complexidade quando os símbolos passaram a representar sons.
Tabuletas de argila
Os primeiros pictogramas foram gravados nessa espécie de tábua de
madeira coberta de argila. Com um instrumento feito de algum tronco
vegetal, a argila era empurrada e os símbolos eram gravados. As tabuletas
eram levadas ao forno para que o registro se tornasse permanente. Quando
eram revestidas de cera, podiam ter os escritos apagados. Assim, as tábuas
eram reaproveitadas.
Óstraco
Nesse fragmento de cerâmica, na maioria das vezes quebrado, eram
registrados avisos, rascunhos e mensagens curtas. A escrita era feita com
objetos pontiagudos. Bem mais acessível do que o papiro ou o pergaminho,
o óstraco foi muito presente na vida das classes mais baixas. O termo
“ostracismo”, que se refere a uma punição existente na Grécia Antiga, foi
cunhado porque os habitantes de Atenas usavam um óstraco para votar
sobre o exílio do réu.
Papiro
O percursor do papel foi desenvolvido por volta de 2500 a.C., pelos egípcios,
a partir da planta papiro, que tinha o miolo cortado em finas lâminas. Depois
de secas, elas eram mergulhadas em água, na qual permaneciam por seis
dias. Outra vez secas, as lâminas eram ajeitadas em fileiras horizontais e
verticais, sobrepostas umas às outras. A folha obtida era martelada, alisada e
colada ao lado de outras, para formar uma longa fita que era depois
enrolada.
Pergaminho
O pergaminho surgiu na Ásia, na cidade de Pérgamo, por volta do século 2
a.C. Era produzido com pele de animal, geralmente carneiro, bezerro e
cabra. As peles passavam por um banho de cal e eram colocadas para secar
em uma moldura de madeira. O pergaminho era um material nobre, usado
para documentos muito importantes. Nos mosteiros católicos, os monges
reproduziam textos religiosos nesse suporte.
Máquina de escrever
A máquina de escrever foi o primeiro uso da mecânica na escrita. O primeiro
protótipo funcional surgiu em 1867, pelas mãos do tipógrafo americano
Christopher Sholes. A máquina era feita de madeira, e as teclas eram presas
com hastes de arame, escrevendo só em letras maiúsculas. Os
aperfeiçoamentos foram tornando a escrita mais precisa e veloz, saltando
para peças eletrônicas que faziam o papel se movimentar sozinho.
Silabário
Sistema de escrita de um idioma
Ainda há, nesse período, uma confusão a respeito da relação do pensamento com sua
expressão gráfica, ocupando o desenho um papel muito importante neste aspecto, pois
esse recurso servirá de instrumento comunicativo, enquanto a criança desenvolve
aptidões e constrói suas hipóteses.
Grafismos Primitivos - esse sistema de expressão gráfica são rabiscos, sinais com
movimentos variados, podendo ser em zigue-zague, ondulares, em linha reta ou não, com
propensão arbitrária. A escrita poderá aparecer junto ao desenho, para dar crédito a suas
intenções de significado. É também comum a não diferenciação entre letras e números,
sendo que ambos são símbolos representativos de ideias postas no papel.
A “Hipótese de Quantidades Mínimas” – cada sujeito que passa por esta característica
peculiar desenvolve um número mínimo de letras que podem ser lidas, podendo ser duas,
três ou quatro.
Sugestões para o melhor aproveitamento desta etapa:
Letras – destacar a forma e posição das letras e apresentá-las em seus tipos variados;
- fazer conexão entre a sonorização, pronúncia e as letras iniciais de palavras que
contenham significado para a criança;
- proporcionar situações em que apareça a distinção entre letras e números.
Palavras – realizar associações entre palavras e objetos;
- análise quanto às letras iniciais e finais de palavras que possuam significado para a
criança.
Frases – distinção entre imagem de figuras e a escrita em um texto;
- ressaltar a distribuição espacial das frases no texto.
Nível intermediário do Pré-silábico ao Silábico
Aqui se inicia a compreensão da letra inicial das palavras que contêm significado para a
criança, passo esse que possui a importância de iniciar a criança na distinção entre letra e
som.
Nível Silábico
A descoberta da relação fonográfica da letra inicial antecede o descobrimento de que
todas as letras das palavras possuem valor sonoro. O nível silábico caracteriza-se pela
tendência que a criança possui em aceitar a sílaba como sendo a própria palavra; ou,
ainda, admitir uma letra para cada sílaba, registrando, por exemplo, VL para a palavra
VELA e também uma letra para cada frase.
Sugestões:
1) letras – análise da pronúncia das letras a partir do som da primeira sílaba da palavra;
- continuação do destaque às formas e posição das letras, cursiva e imprensa.
Nível Alfabético - inicialmente, esse nível tem seu reconhecimento quando a criança
demonstra reconhecer a relação e associação do símbolo sonoro ao gráfico. A criança
descobre que as sílabas podem ter quantias diferentes de letras na sua constituição. As
unidades linguísticas já são identificadas pela criança: letras, sílabas, palavras e frases.
Outra característica desta etapa é que as palavras não são percebidas como unidades
separadas em uma frase, ignorando o uso correto da separação na formação da ideia ou
sentido do conteúdo. A criança baseia-se literalmente na pronúncia da palavra para
expressá-la graficamente, mesmo que ela seja representada por diversas letras, podendo
ocorrer registros como: “aza” - asa, “biqo” - bico, “soudado” - soldado, “jel” - gel...
Sugestões:
letras – identificação dos sons das letras.
palavras – análise da quantidade de letras e sílabas da palavra;
- montagem de palavras por meio de sílabas;
- classificação das sílabas quanto ao número de letras;
- classificação das palavras de acordo com o número de sílabas.
Considerações Finais
Diante do que foi analisado, podemos dizer que as crianças com idades diferentes
constroem seu conceito de escrita, suas hipóteses de maneiras diferentes, de modo
natural, de acordo com a sua idade.
Como pudemos observar a criança I que possuía quatro anos de idade no início ainda
não possuía escrita e desenho definido e depois de alguns meses já fazia desenhos que
poderiam ser interpretados e letras legíveis, até seu nome conseguia escrever, aí
aconteceu a construção da escrita.
A criança II, com cinco anos já possuía escrita mais definida que a criança I, pois desde o
início conseguia escrever seu nome e fazer desenhos definidos, assim pudemos concluir
que as crianças de quatro e cinco anos já possuem algum conhecimento da escrita, mas
o que predomina são os desenhos, que são a forma pela qual a criança inicia sua escrita.
Referências
Cagliari, L. C. (2009). Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. (2a ed.). São Paulo: Scipione.
Dehaene, S. (2012). Os neurônios da leitura. Porto Alegre: Penso. Ferreiro, E.; Teberosky, A.
(1985). Psicogênese da língua escrita.
Porto Alegre: Artes Médicas.
Fischer, S. R. (2006).História da leitura.São Paulo: Editora UNESP. Fischer, S. R. (2009). História
da escrita. São Paulo: Editora UNESP.