Conceito de Coesão
Conceito de Coesão
Conceito de Coesão
CONCEITO DE COESÃO.
São muitos os autores que têm publicado estudos sobre coerência e coesão.
Apoiados nos trabalhos de Koch (1997), Platão e Fiorin (1996), Suárez Abreu (1990) e
Marcuschi (1983), apresentamos algumas considerações sobre o conceito de coesão
com o objetivo de mostrar a presença e a importância desse fenômeno na produção e
interpretação dos textos.
Koch (1997) conceitua a coesão como "o fenômeno que diz respeito ao modo como os
elementos lingüísticos presentes na superfície textual se encontram interligados, por
meio de recursos também lingüísticos, formando seqüências veiculadoras de sentido."
Para Platão e Fiorin (1996), a coesão textual "é a ligação, a relação, a conexão entre
as palavras, expressões ou frases do texto." A coesão é, segundo Suárez Abreu
(1990), "o encadeamento semântico que produz a textualidade; trata-se de uma
maneira de recuperar, em uma sentença B, um termo presente em uma sentença A."
Daí a necessidade de haver concordância entre o termo da sentença A e o termo que
o retoma na sentença B. Finalmente, Marcuschi (1983) assim define os fatores de
coesão: "são aqueles que dão conta da seqüenciação superficial do texto, isto é, os
mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos
lingüísticos do texto, relações de sentido."
No primeiro período, temos o pronome que remetendo a amigos, que é o sujeito dos
verbos restam e são, daí a concordância, em pessoa e número, entre eles. Do mesmo
modo, amigos é o sujeito de foram, na oração seguinte; todos e os se relacionam a
amigos.
Um outro bom exemplo da possibilidade de haver texto, porque há coerência, sem elos
coesivos explicitados lingüisticamente, é o texto do escritor cearense Mino, em que só existem
verbos.
Finalizando, vale dizer que, embora a coesão não seja condição suficiente para que
enunciados se constituam em textos, são os elementos coesivos que dão a eles maior
legibilidade e evidenciam as relações entre seus diversos componentes. A coerência
em textos didáticos, expositivos, jornalísticos depende da utilização explícita de
elementos coesores.
Coerência:
Ao ler uma frase como "No verão passado, quando estivemos na capital do Ceará
Fortaleza, não pudemos aproveitar a praia, pois o frio era tanto que chegou a nevar",
percebemos que ela é incoerente em decorrência da incompatibilidade entre um
conhecimento prévio que temos da realizada com o que se relata. Sabemos que,
considerando uma realidade "normal", em Fortaleza não neva (ainda mais no verão!).
Claro que, inserido numa narrativa ficcional fantástica, o exemplo acima poderia
fazer sentido, dando coerência ao texto - nesse caso, o contexto seria a
"anormalidade" e prevaleceria a coerência interna da narrativa.
Uma afirmação como "Foi um verdadeiro milagre! O menino caiu do décimo andar
e não sofreu nenhum arranhão." é coerente, na medida que a frase inicial ("Foi um
verdadeiro milagre") instrui o leitor para a anormalidade do fato narrado.