Atividade de Intervenção Técnica Do Caso Mariana Ferrer

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ORGANIZAÇÃO SETE DE SETEMBRO DE CULTURA E ENSINO LTDA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO RIO SÃO FRANCISCO - UNIRIOS


CURSO BACHARELADO EM DIREITO

INTERVENÇÃO TÉCNICA DE ESTUDO DE CASO

CASO MARIANA FERRER

Paulo Afonso – BA
2021
Anecleide Maria da Silva
Enzo Fabrício Carvalho Netto
Jerônimo Cícero do Carmo
Meire da Silva Barros
Thamyres Souza Silva Ferreira

INTERVENÇÃO TÉCNICA DE ESTUDO DE CASO

CASO MARIANA FERRER

Intervenção Técnica de Caso apresentada


ao curso de Bacharelado em Direito do
Centro Universitário do Rio São Francisco
(UNIRIOS), na disciplina de Hermenêutica
e Argumentação Jurídica, no 3º período,
Turno noturno, como requisito para a 2ª
Atividade do AVA da Etapa I.

Orientador: Prof. Eloy Lago Nascimento

Paulo Afonso – BA
2021
2

1. DADOS GERAIS DO CASO

No dia 15 de dezembro de 2018, no interior do estabelecimento comercial Café


de La Musique (T&T Gastronomia LTDA), localizado na Avenida dos Merlins, Posto
1B, Jurerê Internacional, Florianópolis/SC, entre 22h25min e 22h31min, ocorreu o fato
a seguir exposto:
A vítima, a Sra. Mariana Borges Ferreira, diz que o primeiro contato com
acusado, o Sr. André Camargo Aranha, foi em um dos bangalôs do estabelecimento,
onde a mesma prestava serviço de embaixadora, divulgando do local em suas redes
sociais.
Relata também que horas antes, por volta das 20h, uma pessoa não identificada
ministrou em sua bebida uma substância entorpecente que a deixou temporariamente
sem discernimento.
Ela também relata que o acusado estava ciente de sua condição, e às 22h25min
conduzia-a em direção ao camarote n.º 403, situado o segundo piso do
estabelecimento, onde cometeu conjunção carnal não consensual com a vítima, o que
resultou na ruptura do hímen.
Às 22h31min a vítima desceu as escadas, retornando ao piso inferior, com o
intuito de reencontrar seus amigos que a acompanhavam, mas, estes haviam partido.
Então, ela pediu um Uber retorna à sua residência, e, apenas no dia seguinte aos
fatos, notabiliza a existência de sangue e sêmen em suas roupas externa e íntima.
Deste modo, Sra. Mariana Borges Ferreira registrou um boletim falando que foi
drogada e estuprada e o Sr. André Camargo Aranha, ora acusado, supostamente se
valendo das condições em que ela se encontrava, cometeu conjunção carnal com a
mesma, sem o consentimento dela.
Nesse sentido, o Ministério Público ofereceu denúncia contra o Sr. André
Camargo Aranha, perante a 3ª Vara Criminal do Estado de Santa Catarina, Comarca
da Capital, sendo o acusado incurso no art. 217-A do Código Penal Brasileiro.
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2. DOS FATOS NARRADOS

Mariana Ferrer é uma influencer e promoter de eventos que trabalhava em uma


casa noturna. De acordo a jovem, ela foi estuprada pelo empresário André de
Camargo Aranha no ano de 2018. Segundo a matéria publicada pelo canal de notícias
G1 “em um camarim privado, durante uma festa em um Beach Club em Jurerê
Internacional, na cidade de Florianópolis.” (G1, 2020).1
De acordo com a reportagem da Jovem Pan, o caso todo veio à tona através
das redes sociais da própria Mariana, que, em sua árdua luta por justiça, resolveu
tornar o caso público. “Não é nada fácil ter que vir aqui relatar isso. Minha virgindade
foi roubada de mim junto com meus sonhos”. Fui dopada e estuprada por um estranho
em um Beach Club dito “seguro e bem conceituado’ da cidade”, disse ela, ao falar
sobre o assunto pela primeira vez. Mariana divulgou um vídeo em que aparece se
apoiando nas paredes, sem conseguir andar sozinha, prints pedindo socorro para as
amigas que estavam no local da festa, além da foto do vestido que usava na noite
todo ensanguentado.2
No seu depoimento à polícia, Mariana afirmou “que teve um lapso de
memória, entre o momento em que uma amiga a puxou pelo braço e a levou para um
dos camarotes do Café em que o empresário Aranha estava e a hora em que desce
uma escada escura. Ela acredita ter sido dopada. A única bebida alcoólica anotada
na comanda do bar em seu nome foi uma dose de gim “. A vítima era virgem, no qual
que foi constatado através do exame pericial. A genitora de Mariana afirmou, em
depoimento a polícia, que ao colocar a filha no chuveiro, se deu conta de que teria ocorrido
um crime, por causa do forte cheiro de esperma e das manchas de sangue na roupa que
ela estava usando. A mãe também falou durante o depoimento à polícia, que Mariana

1 G1. Caso Mariana Ferrer: ataques a blogueira durante julgamento sobre estupro provocam
indignação. 2020. Disponível em < https://g1.globo.com/sc/santacatarina/noticia/2020/11/03/caso-
mariana-ferrer-ataques-a-blogueira-durante-julgamentosobre-estupro-provocam-indignacao.ghtml>
Acesso em 18 de agosto de 2021.
2 ENTENDA O CASO MARIANA FERRER: Jovem que denunciou seu estuprador e o viu ser

inocentado. https://jovempan.com.br/noticias/brasil/entenda-o-caso-mariana-ferrer-jovem-que-
denunciou-seu-estuprador-e-o-viu-ser-inocentado.html Acesso em: 14 de agosto de 2021.
4

chegou na sua residência com o rosto manchado de maquiagem e o corpo amolecido. Ela
tirou a roupa da sua filha, armazenou num plástico, deu banho e a colocou na cama. 3
De acordo com matéria publicada no Portal Makingof, imagens do
suspeito viralizaram nas redes sociais, após a divulgação do caso. O André Aranha e
Mariana Ferrer aparece subindo e descendo uma escadaria de um camarim do Beach
Club. Em 23 de maio, o investigado prestou depoimento na Polícia Civil de
Florianópolis, acompanhado dos seus advogados Gustavo Frances e Gerson
Mendonça, André Aranha foi interrogado e assumiu ter subido as escadas do camarim
do Beach Club com Mariana Ferrer.
O investigado “afirmou que a ajudou a subir a escada íngreme, pois
Mariana usava salto alto e negou que tivesse tido qualquer contato físico com a
jovem”. Em um primeiro momento, o empresário topou conceder material para
confronto genético com o sêmen colhido na roupa da vítima, mas mudou de ideia após
conversar com os advogados.
De acordo com matéria publicada no portal de notícias Ndmais, a
delegada conseguiu durante o interrogatório na delegacia da Polícia Civil em
Florianópolis, colheu não só as impressões digitais do investigado, como também a
saliva dele, em um copo no qual o réu bebeu água. De acordo com o laudo, que o
valor da coeficiência de verossimilhança foi de dois septilhões entre a amostra
questionada e a amostra de confronto, o que indica se tratar da mesma pessoa.
A prova colhida foi acatada pelo juiz Rudson Marcos, da 3ª Vara
Criminal, que concordou com o pedido da delegada e o parecer do Ministério Público,
em decretar a prisão temporária do empresário pela prática do crime de estupro de
vulnerável.4

3 JULGAMENTO de influencer Mariana Ferrer termina com tese inédita de ‘estupro culposo’ e advogado
humilhando jovem. The Intercept Brasil. Disponível em:
https://theintercept.com/2020/11/03/influencer-mariana-ferrer-estupro-culposo/>. Acesso em: 13 de
agosto de 2021.
4 CASO MARIANA FERRER: Empresário do ramo esportivo é indiciado por estupro de vulnerável.

Disponível em https://ndmais.com.br/seguranca/caso-mariana-ferrer-empresario-do-ramo-esportivo-
e-indiciado-por-estupro-de-vulneravel. Acesso em 21 de ago. de 2021.
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3. DO PROCESSO JUDICIAL

A audiência do caso Mariana Ferrer ocorreu em julho de 2020, por meio de


videoconferência, com o intuito proceder à oitiva da vítima, a colheita das testemunhas
de acusação e de defesa, e, por fim, o interrogatório do denunciado.
Esse ato processual que será analisado é o que ocorreu no ano de 2020, que
contou com a presença do magistrado da 3ª Vara Criminal de Florianópolis, Rudson
Marcos, do promotor de justiça Thiago Carriço, do advogado Cláudio Gastão
responsável pela defesa do acusado e do defensor público incumbido de assistir
Mariana, cujo nome não foi identificado
Iniciada a audiência, foi efetuada a oitiva da vítima Mariana Ferreira, momento
em que é possível perceber que ela estava nervosa. Dada a vez ao advogado Cláudio
Gastão em questionar a vítima, percebe-se que ele se dirige à Mariana de forma
ríspida em todo o decorrer das suas perguntas.
Quando o advogado questiona Mariana sobre algumas fotos "sensuais" que ela
postou em suas redes sociais, Mariana acusa a defesa de manipular as fotos postadas
para adquirir uma conotação imprópria.
Nessa discussão, o juiz pede para que a vítima seja objetiva em suas respostas.
Quando Mariana responde que aquela foto específica não foi manipulada,
imediatamente o advogado pergunta sobre outra foto que também estaria nas redes
sociais dela, inquirindo se a fotografia foi manipulada. A vítima então responde “muito
bonita por sinal né? O senhor disse. O senhor tem idade para ser meu pai”, fazendo
referência a outro momento processual em que o advogado teria dito isso.
Em resposta, Cláudio Gastão afirma que “Cláudio chega a dizer que “graças a
Deus”, não tem uma filha do “nível” de Mariana. “E também peço a Deus que meu filho
não encontre uma mulher que nem você”, continua ele. “A verdade é essa, não é? É.
Diante disso, o defensor público diz ao juiz que “não dá pra continuar dessa
forma”, o magistrado concorda e diz que se continuar assim terá que encerrar a
audiência.
O ato tem prosseguimento e o advogado questiona sobre o momento em que a
vítima teria sido drogada. Ela responde que não sabe quem foi, mas que existem
várias pessoas que poderiam ter feito isso, inclusive seus colegas de trabalho. Cláudio
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Gastão pergunta por que ela acha que seus colegas fariam isso, momento em que
Mariana diz que “o senhor sabe muito bem o que as pessoas são capazes de fazer”.
Mais uma vez o advogado rispidamente responde que “olhando pra você, eu
começo a supor o que as pessoas são capazes de fazer, você é um bom exemplo”.
Depois que Mariana começa a chorar, o advogado continua os ataques, falando
em “lágrimas de crocodilo”. O juiz Rudson Marcos informa a vítima que ela pode fazer
uma pausa para tomar uma água se quiser, sem manifestar sobre as falas do
advogado.
Mariana então pede respeito, afirmando que nem os acusados de assassinato
são tratados como ela está sendo tratada. Um intervalo é concedido e, após, o
magistrado retorna pedindo que se mantenha um “bom nível da audiência”. Mais uma
vez ele pede que Mariana responda as perguntas objetivamente, aduzindo que ela
não pode expor suas impressões pessoais sobre o caso, devendo apenas responder
às perguntas formuladas.
Dessa forma, é dada continuidade a audiência com mais perguntas do
advogado da defesa para a vítima. Em um desses momento, ele faz uma pergunta a
vítima e, sem dar tempo pra ela responder, reclama ao magistrado que ela não estava
respondendo, mas que mesmo assim prosseguiria “antes que comece a choradeira”.
Em outro momento Cláudio Gastão questiona a vítima sobre o seu estado
anímico durante os fatos, aduzindo que ela estava consciente e, assim, não era
vulnerável. Mariana responde que não se lembra dos fatos e que ela não jamais iria
consentir em perder a sua virgindade daquela forma. O advogado fala que “aqui não
dá pra fazer esse seu showzinho, isso você vai fazer no seu Instagram depois
para seus seguidores, você vive disso. Vamos ser sinceros, fala a verdade, tu
trabalhavas no café, perdeste o emprego, estava com o aluguel atrasado 7 meses."
Por fim, o advogado de André Aranha finaliza mostrando as fotos de editoriais
feitos por Mariana e afirma que ela apagou essas imagens das redes sociais
para uma imagem de santa, questionando-a sobre o porquê de apagar as fotografias
e “deixa só a carinha de choro como se fosse uma santa, só falta uma auréola na
cabeça”. Em seguida a chama de mentirosa.
Após a oitiva de Mariana Ferreira, ouviu-se a mãe dela, Luciane Aparecida
Borges, na condição de informante. Ressalte-se que durante o depoimento de
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Luciane, Cláudio Gastão mantém conduta incisiva em descredibilizar a vítima, o que


levou a vários atritos com a genitora.
Em seguida procedeu-se ao interrogatório do réu. André Aranha nega todas as
acusações contra ele e afirma que a vítima tem interesse financeiro na causa,
aduzindo que inicialmente o suposto golpe visava um amigo do réu que estava
presente na festa.
Ele confirma ter praticado atos libidinosos com Mariana, contudo, aduz que
partiu dela a iniciativa para isso, e que ela estava lúcida e sóbria durante os fatos.
Sobre suas declarações na fase inquisitorial, disse que foi instruído por seus
advogados a dizer que não teve contato com a vítima, mas na audiência confessa ter
praticado atos libidinosos, sem a conjunção carnal.
Após o término do interrogatório do denunciado a audiência foi encerrada e
abriu-se prazo para os memoriais. Nesse momento, o Ministério Público pugnou pela
absolvição de André Aranha, devido a falta de provas sobre a condição de
vulnerabilidade da vítima, com base no artigo 386, inciso III, do Código de Processo
Penal.
A decisão final do caso Mariana Ferrer foi proferida no dia 09 de setembro de
2020 e acompanhou o entendimento do titular da ação penal, o promotor de justiça
Thiago Carriço. Em suas alegações finais, o representante do Ministério Público
defendeu que o caso não constituía crime.
Na sentença, o magistrado Rudson Marcos explicou que, em respeito ao
sistema acusatório, não se pode condenar o denunciado quando o próprio titular da
ação pede a improcedência total dos pedidos. Argumentou também que assiste razão
ao Ministério Público, pois o crime de estupro de vulnerável tipificado no artigo 217-A,
§1º do Código Penal só é punível a título de dolo. Para configurar o dolo nesses crimes
é necessário que a vítima esteja na condição de vulnerável e que o acusado tenha
ciência disso. No entanto, segundo o entendimento do juiz, não ficou demonstrada a
vulnerabilidade de Mariana Ferreira no caso.
As provas colhidas não foram suficientes para convencer o magistrado de que
a vítima estava sem condições de entender o que estava acontecendo ou de se impor
contra o ato sexual em razão da ingestão de substância entorpecente desconhecida.
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Os exames de alcoolemia e toxicológico não detectaram nenhuma substância


entorpecente.
É o que defende o iminente juízo ao afirmar que:

Frente a tais lições, é indubitável que André de Camargo Aranha


somente poderia ser condenado pela prática do crime em análise se restasse
comprovado que naquela ocasião Mariana Borges Ferreira não tinha o
necessário discernimento para a prática do ato sexual, em razão da
vulnerabilidade decorrente da ingestão de substância ilícita/desconhecida ou
mesmo de embriaguez.
[...] Como se vê a controvérsia reside no consentimento ou na
ausência dele, eis que a ofendida, em tese, não teria discernimento para
tanto. Todavia, a ausência de consentimento por parte da vítima, decorrente
da impossibilidade de oferecer resistência (pela ingestão de substância ou
embriaguez) não ficou demonstrada.
[...] In casu, não se desconhece que há provas da materialidade e da
autoria, pois o laudo pericial confirmou a prática de conjunção carnal e ruptura
himenal recente (fls. 764/765), também não se ignora que a ofendida havia
ingerido álcool. Contudo, pela prova pericial e oral produzida considero que
não ficou suficientemente comprovado que Mariana Borges Ferreira
estivesse alcoolizada – ou sob efeito de substância ilícita –, a ponto de ser
considerada vulnerável, de modo que não pudesse se opor a ação de André
de Camargo Aranha ou oferecer resistência. (grifo nosso)

O magistrado esclareceu que, embora a palavra da vítima seja de suma


importância para crimes dessa natureza, suas alegações não podem ser isoladamente
consideradas, sendo necessário que sejam corroboradas por outras provas
constantes nos autos, o que no entendimento do juízo não aconteceu na referida ação
penal, conforme depreende-se a seguinte alegação:

Sendo assim, a meu sentir, o relato da vítima não se reveste de suficiente


segurança ou verossimilhança para autorizar a condenação do acusado. Em
que pese seja de sabença que a jurisprudência pátria é dominante no sentido
de validar os relatos da vítima, como prova preponderante para embasar a
condenação em delitos contra a dignidade sexual, nos quais a prova oral deve
receber validade maior, constata-se também que dito testemunho precisa ser
9

corroborado por outros elementos de prova, o que não se constata nos autos
em tela, pois a versão da vítima deixa dúvidas que não lograram ser dirimidas.
[...] Diante disso, não há como condenar o acusado por crime de estupro,
quando os depoimentos de todas as testemunhas e demais provas (periciais)
contradizem a versão acusatória.

Dessa forma, o juiz julgou improcedente todas as imputadas trazidas na


denúncia, absolvendo o réu André de Camargo Aranha da acusação de estupro de
vulnerável.
Assim, vê-se que nada foi dito sobre a conduta do advogado de defesa Cláudio
Gastão na audiência de instrução analisada.

4. DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

4.1 DA TESE DEFENDIDA

Por todo o exposto, forçoso registrar que a tese defendida aqui está balizada
nos trechos da Audiência de Instrução e Julgamento, em que comprova que Mariana
Ferrer foi humilhada de forma desrespeitosa pelo advogado Cláudio Gastão, que
defendeu André Camargo Aranha, violando os preceitos fundamentais do devido
processo legal, bem como ao princípio da dignidade da pessoa humana, sem
nenhuma advertência dos outros presentes no ato, ensejando, assim, a
inconstitucionalidade da audiência de instrução e julgamento, que não deixa dúvidas:
a audiência é nula por ofensa à dignidade humana da depoente.
Separamos alguns trechos para fundamentar a nossa tese, em que demonstra
quem em diversos momentos o advogado do réu agiu de maneira inusitada ao falar
diretamente com a vítima, além de comprovar, efetivamente, que o juiz e promotor de
Justiça ficaram pusilânimes perante as alegações do mesmo.
I- Em determinado momento, o advogado Cláudio Gastão mostra fotos da
vítima, publicadas nas redes sociais antes do caso e que nada têm a ver com o
processo. "Peço a Deus que meu filho não encontre uma mulher como você. "Aqui
você tem que responder, não dá para dar o seu showzinho. Teu showzinho você vai
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lá dar no teu Instagram, para ganhar mais seguidores. Você vive disso”. Mariana, fala
a verdade. Vamos lá. Tu trabalhavas no Café, perdeu o emprego, estava com o
aluguel atrasado sete meses, era uma desconhecida...". O juiz interrompe para dizer
que isso é questão de alegação e que deverá ser aportada aos autos nas alegações
finais. E não repreende o advogado.
II- O advogado do réu, além de em outros momentos, ironiza o choro da vítima:
" o choro de Mariana é falso, dissimulado e que as lágrimas "são de crocodilo". O juiz
mais vez não repreende o advogado.
III- O Juiz permaneceu silente, apesar da súplica da vítima ao juiz: "Eu gostaria
de respeito, eu tô implorando por respeito, nem os assassinos são tratados da forma
como eu estou sendo tratada...”. O promotor do caso, também não se manifestou
diante da agressão.
Na ocasião, não resta dúvida sobre a nulidade absoluta do depoimento e de
todo o processo, em virtude da ofensa a dignidade humana da depoente, além da
provocação constante efetuada pelo advogado do investigado, com palavras
agressivas, ocasionando um desequilíbrio emocional na vítima, comprometendo a
higidez da sua fala no decorrer da audiência.
O magistrado durante a audiência não se manifestou de forma efetiva nas
investidas do advogado, realizou apenas duas tímidas intervenções, a conduta do
magistrado foi vexatória, constituindo em mais um fator de nulidade absoluta do
processo. O juiz Rudson Marcos deixou ocorrer, perante os seus olhos, tamanhas
ofensas à dignidade humana, permaneceu silente, diante das agressões desferidas à
depoente. Tanto é que as ofensas pronunciadas no decorrer da audiência se
fragmentaram no decorrer do depoimento da vítima.
A sentença que absolveu André Camargo Aranha, não poderia ter partido deste
juiz, uma vez que este permitiu que a audiência se transformasse num verdadeiro
espetáculo, para ofender e constranger a depoente. Ao agir desse modo, tornou-se
suspeito para julgar com imparcialidade o processo.
Na primeira investida ofensiva do defensor proferida pela defesa do acusado, o
magistrado deveria ter feito dura intervenção. Ao não intervir, contaminou o restante
do processo. Isso também vale para a conduta do Promotor de Justiça que atuava em
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defesa do interesse público, que foi gravemente violado com as ofensas pronunciadas
pelo advogado do réu e consentidas pelo juiz.
A nossa Carta Magna não compactua com forma maneira indigna de tratamento
humano.
O Tribunal de Justiça Santa Catarina deve anular o processo pela nulidade do
depoimento, sob pena de comprometer a credibilidade do nosso sistema de justiça,
uma vez que a nossa Carta Magna não compactua com forma indigna de tratamento
humano.

4.2 DOS OBJETIVOS

Pede-se que seja aplicada a lei e anulada a sentença que absolveu o


empresário André Camargo Aranha, em virtude da forma como o Advogado do
investigado se referiu a vítima Mariana Ferrer, durante a audiência de instrução e
julgamento, desrespeitando-a e ferindo a sua honra, somada inércia do juiz e do
promotor de justiça, o que evidencia a inobservância das normas fundamentais
constitucionais, acarretando, assim, na inconstitucionalidade da audiência de
instrução e julgamento e, consequentemente, a nulidade de todo o restante da ação
penal.

4.3 DA ESTRATÉGIA

A estratégia para a anulação da sentença é comprovar através de trechos da


audiência de instrução e julgamento, que a conduta do advogado do investigado violou
os preceitos fundamentais do devido processo legal, bem como ao princípio da
dignidade da pessoa humana, por tratar a vítima de forma ríspida e desrespeitosa,
sem nenhuma advertência dos presentes no ato, ensejando, assim, a
inconstitucionalidade da audiência de instrução e julgamento e, por consequência, a
nulidade de todo o restante da ação penal.
Para tanto, serão apresentados os requisitos suficientes para a fundamentação,
bem como as provas através de trechos da referida audiência que demonstra que a
vítima passou por um processo de culpabilização e humilhação, sem que qualquer
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medida tenha sido tomada para garantir o direito, o acolhimento e a dignidade e que
lhe são devidos pela Justiça.

4.4 DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

Durante a audiência de instrução e julgamento, é possível verificar que o


advogado se referiu a Mariana Ferrer, desrespeitando-a ferindo a sua honra
intimidade e a imagem da vítima, somada inércia do magistrado e do promotor de
justiça, o que configura uma violação aos preceitos fundamentais do devido processo
legal, bem como ao princípio da dignidade da pessoa humana, a qual se constitui
como fundamento do Estado Democrático de Direito.
A dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa
do Brasil que possui, entre seus objetivos, a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação (art. 1º, III e art. 3º, III, da Constituição Federal), devendo ser observado
e respeitado a todo e qualquer momento.
Além disso, o artigo 5º da Constituição Federal prevê que:

X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem


das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação.

Ao afastar-se deste arcabouço, acabou violando a Constituição, e, por


consequência, acabou maculando com a nulidade absoluta todo o processo.
No âmbito das normativas internacionais de proteção dos direitos humanos,
ordenamento jurídico pátrio integra a Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra a Mulher da ONU – Cedaw –, promulgada pelo
Decreto 4.377/2002, e, que veda qualquer forma de discriminação contra a mulher,
que significará proibição de toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo
e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou
exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade
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do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos


político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo.
Diante disso, o nosso ordenamento constitucional pátrio impõe que sejam
repudiadas toda forma de discriminação, violência física ou simbólica contra a mulher
no âmbito público ou privado, sobretudo nos espaços públicos do Judiciário, que
existe para se fazer justiça.
Além disso, é necessário instaurar um processo disciplinar para apurar a
conduta do advogado mencionado por parte da OAB, uma vez que o mesmo,
ultrapassou os limites de bom senso e respeito diante da outra parte, usando da
humilhação, do constrangimento, e da ofensa pessoal direcionada para diminuir a
vítima para o convencimento do juízo.
O Código de Ética e Disciplina da OAB estabelece que:

Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do


Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias
fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social,
cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada
função pública e com os valores que lhe são inerentes.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão,
zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;

Diante do exposto, o advogado deve ser responsabilizado pelos seu excesso


que vai além da esfera de imunidade que lhe é concedida.
É previsto nos arts. 133, da Constituição federal, art. 142, I, do Código Penal
Brasileiro, art. 7, §2ª, da lei 8.906 (Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados
do Brasil) a imunidade profissional do advogado, isentando de responsabilidade
criminal com relação a crimes de difamação e injuria.
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 142 – Não constituem injúria ou difamação punível:
I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por
seu procurador;
14

Art. 7º São direitos do advogado:

§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria,


difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de
sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante
a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8)
Porém, apesar da previsão legal, já é existente entendimentos no Superior
Tribunal:
De outra sorte, igualmente ressalto que o Supremo Tribunal Federal já fixou
o entendimento de que não é absoluta a inviolabilidade do advogado, por
seus atos e manifestações, o que não infirma a abrangência que a Magna
Carta conferiu ao instituto, de cujo manto protetor somente se excluem atos,
gestos ou palavras que manifestamente desbordem do exercício da
profissão, como a agressão (física ou moral), o insulto pessoal e a humilhação
pública a proclamada imunidade profissional do advogado não é absoluta.
STJ-RHC; HC 105.134/SP 1994/0031877-4, RELATOR: MINISTRO DIAS
TOFFOLI, DATA DE JULGAMENTO: 13-05-2011. T2- SEGUNDA TURMA.
DATA DE PUBLICAÇÃO: 13-05-2011 DIVULG 12-05-2011.5

[…]

ADVOGADO. INVIOLABILIDADE E IMUNIDADE JUDICIARIAM (ART. 133


DA CF, 142, I, DOCP, E 7., PAR. 2., DO ESTATUTO DA OAB, LEI 8.906/94).
O ADVOGADO QUE UTILIZA LINGUAGEM EXCESSIVA E
DESNECESSÁRIA, FORA DELIMITES RAZOÁVEIS DA DISCUSSÃO DA
CAUSA E DA DEFESA DE DIREITOS, CONTINUA RESPONSÁVEL
PENALMENTE. ALCANCE DO PAR. 2. DO ART. 7. DA LEI 8.906/94
FRENTE A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ARTS. 5., CAPUT, E 133).
SUSPENSÃO PARCIAL DO PRECEITO PELO STF NA ADI N. 1.127-8.
JURISPRUDÊNCIA PREDOMINANTE NO STF E STJ. A PARTIR DA
CONSTITUIÇÃO DE 1988. SERIA ODIOSA QUALQUER INTERPRETAÇÃO
DA LEGISLAÇÃO VIGENTE CONDUCENTE CONCLUSÃO ABSURDA DE
QUE O NOVO ESTATUTO DA OAB TERIA INSTITUÍDO, EM FAVOR DA
NOBRE CLASSE DOS ADVOGADOS, IMUNIDADE PENAL AMPLA E

5 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus nº 4056/RJ. DJ: 21/11/1994. JusBrasil.
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/557843/recurso-ordinario-em-habeas-
corpus-rhc-4056/relatorio-e-voto-9339860 Acesso em: 17 de agosto de 2021.
15

ABSOLUTA, NOS CRIMES CONTRA A HONRA E ATÉ NO DESACATO,


IMUNIDADE ESSA NÃO CONFERIDA AO CIDADÃO BRASILEIRO, AS
PARTES LITIGANTES, NEM MESMO AOS JUÍZES E PROMOTORES. O
NOBRE EXERCÍCIO DA ADVOCACIA NÃO SE CONFUNDE COM UM ATO
DE GUERRA EM QUE TODAS AS ARMAS, POR MAIS DESLEAIS QUE
SEJAM, POSSAM SER UTILIZADAS. RECURSO DE HABEAS CORPUS A
QUE SE NEGA PROVIMENTO. (STJ -RHC; 4056 RJ 1994/0031877-4,
RELATOR: MINISTRO ASSIS TOLEDO, DATA DE JULGAMENTO:
21/11/1994. T5- QUINTA TURMA. DATA DE PUBLICAÇÃO: DJ 06/03/1995
P. 4373).6

Em vista disso, se entende, que o advogado que se utiliza de linguagem


desnecessária e excessiva diante do caso, fora de limites razoáveis da discussão da
causa e da defesa de direitos, continua responsável penalmente.
O STJ, em outra oportunidade (RESP 932334/RS), assegurou que: a imunidade
profissional, garantida ao advogado pelo Estatuto da Advocacia não alberga os
excessos cometidos pelo profissional em afronta à honra de quaisquer das pessoas
envolvidas no processo, seja o magistrado, a parte, o membro do Ministério Público,
o serventuário ou o advogado da parte contrária.7

DIREITO CIVIL. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO. ADVOGADO. EXCESSO.


INAPLICABILIDADE DA “IMUNIDADE” PROFISSIONAL. DEFERIDA PELO
ESTATUTO DA ADVOCACIA E DA OAB. PRECEDENTES. RECURSO
DESACOLHIDO. I – A imunidade garantida ao advogado pelo novo Estatuto
da Advocacia e da OAB não alberga os excessos cometidos pelo profissional
em afronta a honra de qualquer das pessoas envolvidas no processo, seja o
magistrado, a parte, o membro do Ministério Público, o serventuário ou o
advogado da parte contraria. II – Segundo firme jurisprudência da Corte, a
imunidade conferida ao advogado no exercício da sua bela e árdua profissão
não constitui um “bill of indemnity”. III – A indenização por dano moral
dispensa a prática de crime, bastante a aferição da ocorrência do dano pela

6 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus nº 4056/RJ. DJ: 21/11/1994. JusBrasil.
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/557843/recurso-ordinario-em-habeas-
corpus-rhc-4056/relatorio-e-voto-9339860. 18 de agosto de 2021.
7 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial nº 932334/RS. DJ: 18/11/2008. . JusBrasil.
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/6062196/recurso-especial-resp-932334-rs-
2007-0047387-9 Acesso em: 18 de agosto 2021.
16

atuação do réu. (REsp 151.840/MG, Quarta Turma, Rel. Min. Sálvio de


Figueiredo Teixeira, DJ 23.08.1999) 8

Dado o exposto, é claro e evidente que o exercício do advogado de defesa


diante dos casos delicados como o da vítima aqui citada, devem sim se manter num
limite de bom senso e respeito, não cabendo agir de modo ofensivo e humilhante, sob
pena agir em desacordo com os precedentes estabelecidos pelos tribunais superiores
brasileiros.
Houve, sem dúvida, um excesso desnecessário da parte do advogado do réu,
de forma desproporcional, afrontando a honra, intimidade e a imagem da vítima, a
conduta do mesmo durante a audiência extrapolou a razoabilidade.
Além disso, a conduta do Juiz Rudson Marcos que atuou no caso Mariana Ferrer
merece ser apurada pela Corregedoria Nacional de Justiça (CNJ) e a do Promotor
do Justiça Thiago Carriço de Oliveira pelo Conselho Nacional do Ministério Público
(CNMP), uma vez que ambos permitiram ataques grosseiros e misóginos do
advogado do réu na audiência, expondo a vítima ao sofrimento e humilhação.
A lei Orgânica da Magistratura – LOM - dispõe (art. 35) que são deveres do
magistrado: "IV - tratar com urbanidade as partes, os membros do Ministério Público,
os advogados, as testemunhas, os funcionários e auxiliares da Justiça, e atender aos
que o procurarem, a qualquer momento, quando se trate de providência que reclame
e possibilite solução de urgência".
Normas gerais, adotadas na organização do Ministério Público, têm
recomendações (art. 22, VIII) sobre" tratar que urbanidade as partes, as testemunhas,
funcionários e auxiliares da Justiça "; a atender aos que o procurarem a qualquer
momento, quando se trate de providência que reclame e possibilite solução de
urgência ".
Contudo, desde a audiência até a sentença publicada, pode-se inferir indicativos
de vícios na instrução probatória, resta indene de dúvida ser o caso de nulidade
absoluta da audiência e consequente sentença, via apelação por meio de assistente
da acusação, devendo ser refeito, visto que que o advogado do Réu deixou de cumprir

8 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Habeas Corpus nº 4056/RJ. DJ: 21/11/1994. JusBrasil.
Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/557843/recurso-ordinario-em-habeas-
corpus-rhc-4056/relatorio-e-voto-9339860 Acesso em: 19 de agosto de 2021.
17

esses deveres perante o estado, a sociedade e, sobretudo, com a vítima. Igualmente,


por omissão, também do juiz e do promotor de Justiça.
O Tribunal de Justiça de Santa Catarina deve anular o processo pela nulidade
do depoimento, uma vez que ficou evidente na audiência, o menosprezo a forma
solene e respeitosa dos atos judiciais, bem como a garantia do acolhimento
imprescindível a todas as vítimas de crimes sexuais, praticando-se novas violências
com conduta ofensiva, ultrajante e discriminatória, em total desrespeito à dignidade
da pessoa humana, a qual se constitui como fundamento do Estado Democrático de
Direito.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em face do exposto, é possível constatar que o comportamento do advogado


do investigado, se configura como uma violação aos preceitos fundamentais do devido
processo legal, bem como ao princípio da dignidade da pessoa humana. Não é lícito,
muito menos moral, violar direito alheio, ainda que amparado nos mencionados
pressupostos processuais.
A forma como a advogado Cláudio Gastão se referiu a vítima, desrespeitando-
a e ferindo a sua honra, somada inércia do juiz e do promotor de justiça, evidencia a
inobservância das normas fundamentais constitucionais, ensejando, assim, a
inconstitucionalidade da audiência de instrução e julgamento e, por consequência, a
nulidade de todo o restante da ação penal.
Nesse contexto, sendo o advogado parte imprescindível à administração da
justiça, é seu dever se portar com a ética indispensável ao desenvolvimento regular
do processo, caso contrário pode ser responsabilizado pelos seu excesso que vai
além da esfera de imunidade que lhe é concedida.
Por isso a ética profissional deve ser respeitada no processo penal, o que de
nenhuma forma implica em limitação ao direito de defesa, pois este pressuposto está
amparado em diversos princípios constitucionais que orientam todo o ordenamento
jurídico, como a dignidade da pessoa humana.
18

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil – 1988. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em:
30 jul. 2021.
BRASIL. Lei Complementar nº 35, de 14 de março de 1979. Dispõe sobre a Lei
Orgânica da Magistratura Nacional. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp35.htm>. Acesso: 30 jul.2021.
BRASIL. Lei Complementar Nº 40, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1981. Dispõe
sobre normas gerais a serem adotadas na organização do Ministério Público estadual.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp40.htm>Acesso: 30
jul.2021.
BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB – 2015. Disponível em:
https://www.oab.org.br/arquivos/resolucao-n-022015-ced-2030601765.pdf>. Acesso
em: 30 jul. 2021.
CASO Mariana Ferrer: conheça os detalhes do processo que absolveu
empresário. Site Nada mais. Disponível em:
https://ndmais.com.br/seguranca/policia/exclusivo-os-detalhesdo-processo-que-
absolveu-acusado-de-estuprar-mariana-ferrer/>. Acesso em: 30 jul. 2021.
PALAVRA Mariana Ferrer não basta pdf. Consultor Jurídico. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/dl/palavra-mariana-ferrer-nao-basta.pdf>. Acesso
em: 30 jul. 2021.
VÍDEO mostra advogado humilhando Mariana Ferrer durante julgamento:
https://claudia.abril.com.br/noticias/video-mostra-advogado-humilhando-mariana
ferrer-durante-julgamento/https://claudia.abril.com.br/noticias/video-mostraadvogado-
humilhando-mariana-ferrer-durante-julgamento/ Acesso em: 30 jul. 2021.
VEJA a íntegra da audiência de Mariana Ferrer em julgamento sobre estupro.
Jornal Estado de São Paulo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=P0s9cEAPysY. Acesso em 29 jul. 2021.

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