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Basquetebol:

Aspectos Pedagógicos
e Aprofundamentos
Autores: Profa. Aide Angelica de Oliveira Nessi
Prof. Marco Antonio Tieghi
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
Prof. Mario André Sigoli
Professores conteudistas: Aide Angelica de Oliveira Nessi /
Marco Antonio Tieghi

Aide Angelica de Oliveira Nessi

Aide Angelica de Oliveira Nessi é mestre em Gerontologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP).
Especialista em Treinamento de Modalidade Esportiva – Basquetebol pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista
em Educação em Saúde pela Faculdade UniSant’Anna. Graduada em Educação Física pela Faculdade de Educação Física
de Santo André. Funcionária pública da Prefeitura Municipal de Caieiras, atuando na Secretaria Municipal de Esportes
por mais de 20 anos. Atuou, por 23 anos, como atleta profissional de basquetebol com experiência internacional e
vários títulos conquistados. Atualmente, é coordenadora auxiliar (desde 2008) e docente (desde 2006) do curso de
Educação Física da Universidade Paulista (UNIP), além de líder da disciplina Basquetebol: aspectos pedagógicos e
aprofundamentos.

Marco Antonio Tieghi

Marco Antonio Tieghi é mestre em Educação pela Universidade Salesiana. Pós‑graduado em Treinamento Esportivo
pela Faculdade de Educação Física de Santo André, Técnico em basquetebol pela Faculdade de Educação Física de
Santo André. Graduado em Educação Física. Atuou, por 15 anos, como treinador de basquetebol pelo Clube Esperia nas
categorias de iniciação, sendo três vezes eleito o melhor técnico pela Federação Paulista de Basquetebol. Docente do
curso de Educação Física na Universidade Paulista (UNIP) desde 2004.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

N465b Nessi, Aide Angelica de Oliveira.

Basquetebol: aspectos pedagógicos e aprofundamentos. / Aide Angelica


de Oliveira Nessi, Marco Antonio Tieghi. - São Paulo: Editora Sol, 2017.

144 p., il.

Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas


da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2-006/17, ISSN 1517-9230.

1. Educação física. 2. Basquetebol. 3. Aspectos pedagógicos I.


Tieghi, Marco Antonio. II. Título.

CDU 796

© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem
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Comissão editorial:
Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
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Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)

Apoio:
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Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos

Projeto gráfico:
Prof. Alexandre Ponzetto

Revisão:
Elaine Pires
Amanda Casale
Sumário
Basquetebol: Aspectos Pedagógicos e
Aprofundamentos

APRESENTAÇÃO.......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................7

Unidade I
1 INICIAÇÃO AO BASQUETEBOL........................................................................................................................9
1.1 Histórico do basquetebol no mundo................................................................................................9
1.2 O basquetebol no Brasil...................................................................................................................... 15
1.3 Conceito.................................................................................................................................................... 17
1.4 Características do basquetebol........................................................................................................ 18
1.4.1 Capacidades motoras ou físicas......................................................................................................... 19
1.4.2 Capacidades coordenativas................................................................................................................. 21
1.5 Minibasquetebol.................................................................................................................................... 21
1.5.1 Conceito...................................................................................................................................................... 21
1.5.2 Histórico...................................................................................................................................................... 21
2 REGRAS................................................................................................................................................................ 23
2.1 Metodologias aplicadas ao ensino do basquetebol................................................................ 24
2.1.1 Evolução dos princípios metodológicos......................................................................................... 24
2.2 Princípios metodológicos atuais..................................................................................................... 25
2.2.1 Analítico‑sintético................................................................................................................................... 25
2.2.2 Global‑funcional...................................................................................................................................... 26
3 ESTUDOS DOS FUNDAMENTOS................................................................................................................... 27
3.1 Controle do corpo................................................................................................................................. 28
3.1.1 Tipos.............................................................................................................................................................. 28
3.1.2 Brincadeiras e jogos (método global).............................................................................................. 29
3.1.3 Exercícios (sequência pedagógica utilizando o método analítico)...................................... 30
3.2 Manejo de bola....................................................................................................................................... 31
3.2.1 Tipos.............................................................................................................................................................. 31
3.2.2 Algumas formas de segurar e recepcionar a bola...................................................................... 31
3.2.3 Erros comuns............................................................................................................................................. 32
3.2.4 Brincadeiras e jogos (método global).............................................................................................. 33
3.2.5 Sequência pedagógica (método analítico).................................................................................... 34
3.3 Drible.......................................................................................................................................................... 35
3.3.1 Tipos de drible........................................................................................................................................... 37
3.3.2 Erros comuns............................................................................................................................................. 42
3.3.3 Jogos e brincadeiras (método global).............................................................................................. 43
3.3.4 Sequência Pedagógica (método analítico).................................................................................... 44
3.4 Passe........................................................................................................................................................... 45
3.4.1 Alguns princípios básicos para a execução de bons passes................................................... 46
3.4.2 Tipos de passes.......................................................................................................................................... 46
3.4.3 Brincadeiras e jogos (método global).............................................................................................. 51
3.4.4 Sequência pedagógica........................................................................................................................... 52
3.5 Arremesso................................................................................................................................................. 53
3.5.1 Tipos de arremessos................................................................................................................................ 53
3.6 Rebote........................................................................................................................................................ 62
3.6.1 Tipos de rebote.......................................................................................................................................... 63
4 REGRAS DO BASQUETEBOL.......................................................................................................................... 67

Unidade II
5 O BASQUETEBOL COMO MODALIDADE ESPORTIVA DE COMPETIÇÃO........................................ 79
6 HABILIDADES TÁTICAS OFENSIVAS AVANÇADAS DO BASQUETEBOL.......................................... 80
6.1 Posições específicas de ataque........................................................................................................ 81
6.2 Sistema ofensivo................................................................................................................................... 85
6.3 Fundamento de corta‑luz.................................................................................................................. 86
7 CONTRA‑ATAQUE............................................................................................................................................. 92
8 SISTEMAS DEFENSIVOS................................................................................................................................105
8.1 Defesa individual.................................................................................................................................109
8.2 Defesa por zona...................................................................................................................................112
APRESENTAÇÃO

Esta obra representa o trabalho que vem sendo desenvolvido há mais de 10 anos na Universidade
Paulista – UNIP com a disciplina de basquetebol.

Desde então se buscou atualizar os procedimentos metodológicos aplicados nas aulas teórico‑práticas,
tentando acompanhar as constantes mudanças da sociedade em que vivemos.

Como esta disciplina oferece aos graduandos a oportunidade de realizar uma vivência de aplicação
prática baseada no ensino do basquetebol, sempre houve a preocupação de fornecer subsídios para que
estes pudessem sair de sua formação inicial demonstrando competências para atuar na modalidade.
Outra preocupação é poder utilizar o basquetebol como um veículo para o desenvolvimento integral do
ser humano, potencializando seus valores de forma ética, sadia e feliz.

Assim sendo, se defende a importância de o docente utilizar como componentes curriculares a prática
e as atividades complementares, dando a oportunidade de os graduandos vivenciarem diversas situações
na modalidade de basquetebol, desde a iniciação até a competição de alto rendimento, que muitas vezes
não são possíveis apenas por meio das aulas. Outro fator observado ao longo dos anos é a falta de vivência
na modalidade durante a vida escolar, trazendo certa carência do graduando em atuar nessa modalidade.
Podemos afirmar que utilizando essas duas ferramentas ao longo dos anos foi possível aprimorar técnicas
e formas de ensino‑aprendizagem que contribuíram para a aplicabilidade do conhecimento adquirido.

INTRODUÇÃO

A disciplina de Basquetebol: aspectos pedagógicos e aprofundamentos tem por objetivo analisar


e vivenciar as concepções e tendências metodológicas do ensino do basquetebol na perceptiva
de proposição de uma pedagogia do esporte, além de estudar as propostas de organização,
sistematização, aplicação e avaliação de procedimentos pedagógicos a fim de resolver os problemas
que emergem da prática da iniciação e aperfeiçoamento/treinamento em basquetebol.

A primeira parte da obra está voltada para o processo de iniciação ao basquetebol, em que será
apresentada a introdução histórica e conceitual do basquetebol como fenômeno sociocultural, sinalizando
para uma metodologia de ensino que articule teoria e prática como integrantes de um mesmo processo de
aprendizagem social e esportiva e os fundamentos básicos, com exemplos de exercícios globais e específicos
ao final da apresentação de cada fundamento. Abordaremos o Minibasquetebol com suas adaptações,
história e regras básicas, viabilizando uma oportunidade de o participante vivenciar o basquetebol em
qualquer ambiente.

Depois, serão apresentados os fundamentos táticos e os sistemas ofensivo, defensivo e o


contra‑ataque. Com relação às regras, entendemos que por ser um conteúdo que sofre alterações
constantes, nos preocupamos em apresentar as de maior relevância, orientando os caminhos (sites e
links) de atualizações.

Uma boa leitura a todos!


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BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Unidade I
1 INICIAÇÃO AO BASQUETEBOL

O objetivo desta unidade é compreender todo o processo de desenvolvimento do basquetebol,


desde a sua criação e evolução como jogo até a sua aplicação pedagógica, metodologias de ensino e
fundamentos básicos apropriados às características iniciais do praticante.

1.1 Histórico do basquetebol no mundo

“O basquetebol é um jogo fácil de jogar e difícil de dominar.”

James Naismith

Para conhecer um pouco da história dessa modalidade que encantou o mundo, precisamos entender
os motivos e os elementos que levaram à criação desse jogo. No que diz respeito ao seu criador, estaremos
abordando um pouco da sua trajetória, a fim de facilitar a compreensão do leitor.

Durante o inverno de 1891, na International Young Men’s Christian Association Training Scholl (YMCA),
em português, Associação Cristã de Moços (ACM), atualmente Springfield College em Massachussets,
EUA, ficou evidente que havia necessidade de ter alguma atividade física que pudesse ser praticada em
local fechado e com luz artificial, uma vez que os rigorosos invernos não permitiam a prática de jogos
ao ar livre. Sem poder praticar o rugby, beisebol ou futebol, os alunos da ACM não tinham outra opção
senão praticar a ginástica de aparelhos e calistenia, o que causou um grande desinteresse dos alunos e
em especial do Instituto Técnico de Preparação de Secretários. Sem encontrar uma solução para o caso
após várias tentativas de aulas e reuniões com a participação efetiva dos alunos, o diretor Dr. Luther
Halsey Gulick, então diretor do Departamento de Educação Física, tentou ainda buscar informações de
métodos estrangeiros, a fim de tentar resolver o problema, fato que não ocorreu (DAIUTO, 1991).

No início do período escolar daquele ano (outubro/novembro), o Dr. Gulick, durante o Seminário de
Psicologia, reiterou aos alunos a necessidade da criação de um jogo que pudesse suprir a referida deficiência,
esclarecendo que deveria ser interessante, fácil de aprender e que pudesse ser praticado em locais fechados.
Relembrou ainda que o meio para inventar o jogo seria o aproveitamento de partes de jogos já conhecidos.

Numa das ocasiões em que se debatia o problema, o Dr. Gulick foi surpreendido pelo canadense
James Naismith, que declarou que “a coisa errada não era a turma de alunos, mas, sim, o sistema
empregado”, querendo mostrar, mais uma vez, a necessidade de outro tipo de atividade interna.

James Naismith, aos 30 anos, era formado em Artes na cidade de Montreal (Canadá) e praticante de
vários esportes, foi premiado pela primeira vez como o atleta mais completo da Universidade Mc Gill. Em
9
Unidade I

1887 havia ingressado como monitor de Educação Física no Seminário Presbiteriano de Teologia, no qual
se formou e recebeu pela segunda vez o prêmio de atleta mais completo da universidade. Atendendo
à sugestão do secretário geral da ACM de Montreal, James Naismith seguiu para Massachussets (EUA)
iniciando seus estudos no Instituto Técnico de Preparação de Secretários da atual Springfield College e
atuando na equipe de futebol americano. Ele não imaginava que após a sua explanação no Seminário
de Psicologia seria convidado pelo Dr. Gulick, em dezembro de 1891, a dirigir as aulas de Educação Física
no Curso de Secretários. Embora contrariado, Naismith aceitou a incumbência e tentou inicialmente
algumas modificações e adaptações nos esportes mais conhecidos, de modo que pudessem ser praticados
em recintos fechados. Alguns jogos foram testados e nenhum deles atendeu aos objetivos propostos.
Não estando disposto a reconhecer que estava falhando, Naismith relembrou as características básicas
que o novo jogo deveria ter:

• comportar um grande número de jogadores;

• poder ser adaptado a qualquer espaço;

• ser atraente;

• servir como um exercício completo;

• não ser muito violento;

• ser fácil de aprender;

• ser científico, para lograr interesse geral.

Em seguida, Naismith estudou o lado psicológico dos jogos que conhecia. Sua primeira dedução
foi que em todos eles sempre se usava uma bola. Havendo dois tamanhos de bola (pequena e grande),
notou que a bola pequena requeria raquetes ou tacos, tornando o jogo mais complexo. Assim, a bola
pequena foi desprezada em favor da maior, dando‑se preferencia à bola redonda e não à oval, como
a de rúgbi. A segunda dedução foi a de que no novo jogo não seria permitido agarrar a bola nem
correr com ela.

Estavam definidos, portanto, os princípios básicos do jogo, que eram:

• a bola seria esférica e grande;

• o jogador não poderia correr com a bola;

• a bola deveria ser passada com as mãos;

• seria proibido o contato corporal;

• a meta seria colocada horizontalmente.


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BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Figura 1 – Modelo da primeira bola utilizada para jogar basquetebol

Analisando os tipos de gols que conhecia, Naismith chegou à conclusão de que nenhum deles servia,
uma vez que em espaço fechado a força física para impulsionar a bola deveria ser limitada, contrariando
o que acontece nos jogos ao ar livre.

Salienta Lima (1988) e Guarizi (2007) que encontrar a finalidade imediata do novo jogo foi a tarefa
mais difícil para Naismith, que esteve prestes a desistir, se não fosse a lembrança de um jogo de sua
infância, praticado junto a um rochedo, nas proximidades da casa que morava em Almonte, no Canadá,
chamado pato no rochedo (DAIUTO,1991).

Esse jogo consistia em cada participante ter uma pedra, chamada de pato. O goleiro colocava sua
pedra no cume do rochedo e os outros, a certa distância, tentavam alcançá‑la com seus patos. O jogador
que atingisse o alvo corria em sua direção para trazê‑la para seu lugar, de modo a não permitir que o
goleiro a apanhasse e tentasse recolocá‑la no cume do rochedo.

Partindo dessa ideia, Naismith resolveu adotar um alvo horizontal, colocando uma caixa de
cada lado do campo, de modo que toda vez que a bola caísse ali dentro seria um ponto, mas,
nesse caso, a defesa seria muito fácil, pois os jogadores se colocariam em volta da caixa e seria
impossível fazer o ponto. A solução foi elevar a caixa a uma altura que não permitisse esse tipo
de defesa, exigindo que os jogadores arremessassem a bola com habilidade e precisão, em vez de
força e velocidade.

Nessas condições, Naismith dispunha de equipamento e já idealizara os objetivos básicos do novo


jogo. Faltava encontrar um modo para dar início a ele. Pensou nas saídas de bola de alguns esportes
conhecidos, tais como o polo aquático, o rúgbi e outros, optando finalmente pelo lançamento da bola
entre dois jogadores no centro da quadra, que foi chamado de bola ao alto, termo e regra utilizados até
os dias de hoje.

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Unidade I

Com relação ao alvo, Almeida (1998) e Guarizi (2007) relatam que Naismith solicitou ao zelador do
ginásio que lhe arrumasse duas caixas de 18 polegadas (45,72 cm), mas não foram caixas, e sim cestos
de pêssegos. Com um martelo e alguns pregos, Naismith prendeu os cestos na parte superior de duas
pilastras, colocados a uma altura de 10 pés, sendo 3,05 m em cada lado do ginásio. Nascia a cesta de
basquetebol (PAES; MONTAGNER; FERREIRA, 2009).

Figura 2 – Cestos de pêssegos utilizados como alvo

Vale ressaltar aqui dois fatos muito significativos e que demonstram, mais uma vez, a capacidade de
Naismith ver seus objetivos com extrema clareza:

• as duas “caixas” solicitadas deveriam ter cerca de 45 cm de diâmetro. Atualmente o aro tem essa medida;

• as cestas foram colocadas a uma altura de 3,05 m. Até hoje essa é a altura do aro em relação ao solo.

Segundo Paes (2009), James Naismith escreveu rapidamente as primeiras regras do esporte, contendo
13 itens, apesar de em sua opinião o número 13 não trazer sorte (DAIUTO, 1991). Mas elas estavam tão
claras em sua cabeça que foram colocadas no papel em menos de uma hora. Resumidamente, seguem
os 13 itens apresentados por Naismith a Dr. Gulick (DE ROSE JUNIOR, 2006):

1) A bola deveria ser passada com uma ou com ambas as mãos em qualquer direção.

2) A bola poderia ser batida no solo, com uma ou com ambas as mãos, em qualquer direção.

3) Um jogador não poderia correr com a bola.

4) A bola deveria ser segurada com as mãos.

5) Nenhum jogador poderia ser segurado, puxado, empurrado ou derrubado.

6) Seria marcada uma falta se acontecesse um dos lances descritos anteriormente ou se a bola fosse
golpeada com a mão fechada.
12
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

7) Se cada uma das equipes cometesse três faltas consecutivas, seria computado um ponto para
o adversário.

8) Um ponto seria marcado se a bola fosse arremessada para dentro da cesta e ali permanecesse.

9) Quando a bola fosse tirada da cesta, deveria ser reposta para o campo de jogo pelo jogador
que a tocou.

10) O árbitro auxiliar deveria julgar se havia falta e notificar ao árbitro principal quando a equipe
fizesse três faltas. Ele tinha o poder de desqualificar os jogadores de acordo com a regra 5.

11) O árbitro deveria julgar se a bola estava em jogo ou não, decidir a que equipe pertencia e
controlar o tempo.

12) O tempo de jogo era de dois períodos de 15 minutos, com cinco minutos de intervalo.

13) A equipe que fizesse o maior número de pontos nesse tempo seria considerada a vencedora. No
caso de empate, mediante concordância dos capitães, o jogo continuaria até que o primeiro ponto
fosse anotado.

O criativo professor levou as regras para a aula, afixando‑as num dos quadros de aviso do ginásio.
Comunicou a seus alunos que tinha um novo jogo e se pôs a explicar as instruções e a organizar as equipes.
Havia 18 alunos na aula que receberam com certo receio a apresentação do regulamento do novo jogo,
pois, para eles, se tratava de mais um dentre os vários jogos já experimentados. Naismith selecionou dois
capitães e pediu‑lhes que escolhessem os lados da quadra e seus companheiros de equipe. Escolheu dois
jogadores mais altos e jogou a bola para o alto. Era o início do primeiro jogo de basquetebol.

Saiba mais
Para saber mais sobre a história de Naismith, criador do jogo de basquete,
recomendamos os seguintes endereços:
OLIVEIRA, J. E. C. de. James Naismith: o criador do basquetebol.
Efdeportes, Buenos Aires, ano 18, n. 180, maio 2013. Disponível em: <http://
www.efdeportes.com/efd180/james-naismith-o-criador-do-basquetebol.
htm>. Acesso em: 1° mar. 2017.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL. A história oficial do
basquete. [s.d.]. Disponível em: <http://www.cbb.com.br/PortalCBB/
OBasquete/JamesNaismith>. Acesso em: 1° mar. 2017.

Como era previsto, o jogo foi marcado por muitas faltas, que eram punidas colocando‑se seu autor
na linha lateral da quadra até que a primeira cesta fosse feita. Outra limitação dizia respeito à própria

13
Unidade I

cesta: a cada vez que um arremesso era convertido, um jogador tinha de subir até a cesta para apanhar
a bola. A solução encontrada, alguns meses depois, foi cortar a base do cesto, o que permitiria a rápida
continuação do jogo.

Figura 3 – Ginásio do Springfield College, onde ocorreu a primeira partida de basquetebol da


história. O cesto era colocado a uma altura de 3,05 m, mantida até os tempos atuais

O curioso, no entanto, é que nem Naismith nem seus alunos tomaram o cuidado de registrar essa
data, de modo que não se pode afirmar com precisão em que dia o primeiro jogo de basquetebol foi
realizado. Sabe‑se apenas que foi em dezembro de 1891, pouco antes do Natal. Lima (1988) e Guarizi
(2007) relatam que o novo jogo foi tão empolgante, que tiveram dificuldade de tirar os alunos do
ginásio, depois do horário. Esse jogo foi batizado por um aluno irlandês, cujo nome é Frank Mahan,
de Basketball.

Após a aprovação da diretoria do Springfield College, a primeira partida do esporte recém‑criado foi
realizada no ginásio Armory Hill, no dia 11 de março de 1892, em que os alunos venceram os professores
pelo placar de 5 a 1, na presença de cerca de 200 pessoas.

A primeira bola de basquetebol foi feita pela A. C. Spalding & Brothers, de Chicopee Falls
(Massachussets), ainda em 1891, e seu diâmetro era ligeiramente maior que o de uma bola de futebol.

As primeiras cestas sem fundo foram desenhadas por lew Allen, de Connecticut, em 1892, e
consistiam em cilindros de madeira com bordas de metal. No ano seguinte, a Narraganset Machine &
Co. teve a ideia de fazer um anel metálico com uma rede nele pendurada, que tinha o fundo amarrado
com uma corda, mas poderia ser aberta simplesmente puxando‑a (Figuras 4B e 4C). Logo depois, tal
corda foi abolida, e a bola passou a cair livremente após a conversão dos arremessos (Figura 4D). Em
1895, as tabelas foram introduzidas oficialmente.
14
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Naismith não poderia imaginar a extensão do sucesso alcançado pelo esporte que inventara. Seu
momento de glória veio quando o basquetebol foi incluído nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, e
ele lançou ao alto a bola que iniciou o primeiro jogo de basquetebol nas Olimpíadas.

Atualmente, o esporte é praticado por mais de 300 milhões de pessoas no mundo inteiro, em mais
de 70 países filiados à FIBA.

A) B)

C)
D)

Figura 4 – Evolução do cesto de basquete

1.2 O basquetebol no Brasil

O Brasil foi o primeiro país da América do Sul e o quinto do mundo a conhecer o basquetebol.

Cinco anos após a criação do novo jogo, ou seja, em 1896, o professor Augusto Farnham Shaw,
um norte‑americano que completou seus estudos na Universidade de Yalle (EUA), onde, em 1892,
graduou‑se como bacharel em Artes e, algum tempo depois, mestre em Artes, tomou contato, pela
primeira vez, com o basquete (DAIUTO, 1991).

Dois anos depois, recebeu um convite para lecionar no tradicional Mackenzie College, em São Paulo.
Na bagagem, trouxe mais do que livros sobre a História da Arte. Havia também uma bola de basquete
(FERREIRA; DE ROSE JUNIOR, 2010). Mas demorou um pouco até que o professor pudesse concretizar o
desejo de ver o esporte criado por James Naismith adotado no Brasil. A nova modalidade foi apresentada
e aprovada imediatamente pelas alunas internas da escola americana do Mackenzie. Logo, o jogo

15
Unidade I

começou a ser praticado pelas alunas do Instituto de Educação Caetano de Campos – escola Normal da
Praça – para onde foi levado pelo professor Oscar Thompson.

Figura 5 – Mulheres jogando basquetebol no Colégio Mackenzie em São Paulo

Quando tudo fazia crer que o basquetebol ganharia grande número de adeptos, os rapazes do
Mackenzie – já sabendo que naquele estabelecimento somente moças praticavam o jogo – viram
fotos de jovens do sexo feminino jogando basquetebol nos EUA e recusaram‑se, daí por diante, a
continuar jogando “esse novo esporte para mulheres”. Isso atrapalhou a difusão do basquete entre
os rapazes, movidos pelo forte machismo da época. Para piorar, havia a forte concorrência do
futebol, trazido, em 1894, por Charles Miller, e que se tornou a grande coqueluche da época entre
os homens.

Mas sob a orientação do diretor de Educação Física da ACM, Mr. C. B. Henna, seguido pelos
professores Alfredo Wood e João Nogueira Lotufo, que o sucederam no cargo, o basquetebol começou
a se desenvolver rapidamente e a ser difundido pelo País.

Foi no Rio de Janeiro que a prática do jogo como esporte foi iniciada em 1912, pela ACM local, numa
pequena e acanhada sala à Rua da Quitanda n. 47, onde duas colunas existentes na parte central da sala
tornavam o jogo ainda mais difícil de ser praticado.

As primeiras regras oficiais foram traduzidas, em 1915, por uma comissão e publicadas em um
catálogo da Casa Stamp, em 1916.

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BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

O primeiro torneio disputado no Brasil, também o primeiro da América do Sul, foi organizado pela
ACM do Rio de Janeiro, em 1915. Participaram desse torneio a ACM, a América F. C., o Clube Internacional
de Regatas, o Colégio Sylvio Leite, o Clube Ginástico Português e o Corpo de Marinheiros Nacionais de
Villegaignon. Disputado com muito interesse e entusiasmo por todos, o torneio terminou com a vitória
da equipe da ACM (DAIUTO, 1991).

Em São Paulo, até 1922, apenas alguns entusiastas, principalmente da ACM e da Associação
Atlética de São Paulo, continuavam a prática desse novo esporte. Aos poucos, outros clubes,
como o Clube Atlético Paulistano, o Antártica Futebol Clube, o Clube Esperia e o Palestra
Itália (atualmente Sociedade Esportiva Palmeiras) iniciaram a prática desse jogo. Em 1920 foi
constituída a Comissão de Basketball da Associação Paulista de Esportes Amadores (APEA), que
promoveu um campeonato em 1923.

Apesar de ter sido disputado por todos aqueles clubes e pela ACM, o resultado do campeonato não
foi animador, pois não houve, por parte do público, grande interesse, uma vez que as regras eram quase
totalmente desconhecidas. No ano seguinte, foi disputado outro campeonato, sendo, então, registrado
um interesse maior pelos jogos.

No início de 1924, com a eleição do Dr. Antônio Prado para a presidência da APEA, os esportes se
viram libertados da tutela dessa associação e formaram as diversas federações especializadas. Apesar
das dificuldades e apreensões que essa situação causou, foi por meio da iniciativa do desportista Stefano
Strata que, em 1924, foi fundada a Federação Paulista de Bola ao Cesto, posteriormente, Federação
Paulista de Basketball.

Não podemos deixar de frisar que o basquetebol brasileiro muito deve a Mr. Fred C. Brown,
formado pela Escola Superior de Educação Física de Chicago, que veio ao Brasil a convite do
presidente do Fluminense F. C. e prestou inestimáveis serviços ao Fluminense, à Associação
Metropolitana de Esportes Atléticos e à Confederação Brasileira de Desportos. Mesmo assim, as
ACMs do Rio de Janeiro e de São Paulo continuaram contribuindo decisivamente para a difusão
do basquetebol.

Perante a sua entidade nacional, o basquetebol brasileiro foi dirigido pela Confederação Brasileira de
Desportos (CBD), no período de 1925 a 1933.

A Confederação Brasileira de Basketball foi fundada no Rio de Janeiro, no dia 25 de dezembro de


1933, sob a denominação Federação Brasileira de Basketball. Apenas em 1941, em Assembleia Geral
Extraordinária, adotou‑se a denominação atual: Confederação Brasileira de Basketball (CBB).

1.3 Conceito

A palavra basketball se originou, segundo a história, por meio de duas palavras: basket: cesto (cestos
de pêssegos utilizados como o primeiro alvo do jogo); ball: bola. Assim, o nome do jogo em português
seria bola ao cesto.

17
Unidade I

1.4 Características do basquetebol

O esporte, ao longo dos anos, vem sendo classificado das mais variadas formas. A classificação mais
difundida é aquela que, tradicionalmente, define os esportes como individuais ou coletivos (DE ROSE
JUNIOR; TRICOLI, 2005).

Sabemos que a evolução dos estudos na área, atualmente, nos tem mostrado que esse tipo de definição é
muito simples e não contempla vários aspectos presentes na prática esportiva. Muitos estudos foram realizados
ao longo do tempo, e os esportes passaram a ser classificados de acordo com determinadas características.

Assim, o basquetebol é considerado um esporte de oposição e cooperação, envolvendo ações


simultâneas entre duas equipes, com ocupação de espaço comum e participação simultânea. Além
disso, é um esporte muito dinâmico, participativo e com uma complicada rede de comunicação que
envolve os componentes de uma mesma equipe e os adversários.

Especificamente, como esporte de cooperação e oposição, entende‑se que a ação se desenvolve em


um espaço compartilhado pelas duas equipes que, na maior parte do tempo, jogam em um espaço ainda
mais reduzido (meia quadra), exercendo as funções de defesa e ataque, atuando sobre o objeto do jogo
(a bola) simultaneamente, sem que haja necessidade de esperar o fim da ação da equipe que a detém,
acentuando a luta por sua posse, para que seja alcançado o objetivo final: a conversão da cesta.

Criação e
Imprevisibilidade diminuição
de espaços

Cooperação
oposição

Figura 6 – A essência do jogo de basquete

Essa condição coloca as equipes em situação de defesa (quando não têm a posse de bola) ou de ataque
(quando têm a posse da bola). Este último tem como objetivo conservar a posse, progredir em direção à cesta
adversária e, evidentemente, converter o ponto. Enquanto isso, a defesa tentará recuperar a bola, impedir a
progressão e, é claro, a conversão da cesta (MORENO, 1998; DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).

Na condição de atacante, uma equipe deve ter clara a necessidade de buscar ou criar situações
favoráveis para alcançar seus objetivos. A defesa, por sua vez, por meio de ações não faltosas, deverá
estabelecer estratégias para neutralizar o ataque.

Essa interação ataque‑defesa, característica do basquetebol, apoia‑se sobre uma estrutura funcional
que destaca, principalmente, a relação espaço‑temporal, as relações entre os companheiros, adversários
e bola, e as regras que, de certa forma, limitam essas interações, o que caracteriza a ocupação de espaço
18
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

comum e a participação simultânea dos jogadores por meio de suas ações e movimentos específicos (DE
ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).

Ataque Transição Defesa

Situações de jogo coletivas:


sistemas de defesa e ataque 5x5

Situações de jogo individuais e


grupais: 1x1; 2x2; 3x3 ...

Fundamentos de
defesa e de ataque

Figura 7 – Dinâmica do jogo de basquete

1.4.1 Capacidades motoras ou físicas

Estudaremos, a seguir, a importância das capacidades motoras no desenvolvimento dos fundamentos


básicos durante o processo de iniciação ao basquetebol. De acordo com Ferreira e De Rose Junior (2010), o
basquetebol é composto de uma soma de habilidades específicas (fundamentos) de jogo. Essas habilidades
evoluem para situações específicas do jogo e, consequentemente, quando requerem maior organização,
derivam para aspectos táticos (defensivos e ofensivos). Toda a estrutura depende, fundamentalmente,
do correto desenvolvimento de capacidades motoras condicionantes e coordenativas.

No basquetebol, é possível encontrar as formas básicas de movimento do ser humano: corridas,


saltos e lançamentos. Elas estão presentes na execução dos diferentes fundamentos do jogo ou na sua
combinação, como: deslocar-se em várias direções, saltar para um rebote ou executar um arremesso,
passar a bola ou arremessá-la à cesta. Outra característica importante do basquetebol é a variabilidade
de ritmo e intensidade na execução das ações.

Barbanti (1996) e De Rose Junior (2006) afirmam que o basquetebol é um esporte que envolve
capacidades motoras condicionantes e coordenativas que são aplicadas de acordo com a especificidade
das situações de jogo e da função de cada jogador. Segundo os autores, há três capacidades condicionantes
que são básicas no basquetebol:
19
Unidade I

• força;

• resistência;

• velocidade.

Além dessas capacidades, abordaremos, segundo Guarizi (2007), a agilidade como uma capacidade
motora importante para o desenvolvimento dos fundamentos técnicos, assim como a flexibilidade
citada por De Rose Junior e Tricoli (2005).

A força é identificada nas mais diversas situações de jogo é necessária para garantir a boa execução
dos movimentos. Pode ser subdividida em:

• força de salto: importante para os rebotes e para arremessos como o jump e a bandeja;

• força de sprint: fundamental para deslocamentos constantes, acelerações e mudanças de direção;

• força de resistência: condição necessária para a manutenção da qualidade dos gestos técnicos
durante toda a partida.

A velocidade é identificada na capacidade de deslocamentos rápidos dos alunos/atletas com ou sem


a posse da bola, para responder rapidamente aos estímulos:

• velocidade de reação: saídas rápidas para interceptar um passe ou receber a bola;

• velocidade dos movimentos acíclicos ou agilidade: garantir deslocamentos num pequeno espaço
de jogo;

• resistência geral ou aeróbia: é a capacidade responsável pela manutenção do estado básico do


aluno/atleta e também por sua maior condição de recuperação de um jogo para outro;

• resistência anaeróbia: é responsável pela execução eficiente e com intensidade adequada dos
movimentos específicos durante todo o jogo;

• flexibilidade: uma capacidade condicional importante para a prática do basquetebol, facilitando


a aprendizagem, a execução dos fundamentos e também atuando como agente de prevenção de
lesões articulares e musculares, muito comuns nesse esporte.

• agilidade: capacidade de mover‑se pelo espaço com a combinação eficiente de coordenação e


força. Auxilia o aluno/atleta a adaptar‑se com facilidade a diferentes situações, como: trocas de
direção, altura do movimento do corpo e trocas de distância (em que o corpo é projetado em
um espaço).

20
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

1.4.2 Capacidades coordenativas

Quanto às capacidades coordenativas destacam‑se:

• percepção espaço‑temporal;

• seleção imagem‑campo;

• coordenação multimembros;

• coordenação óculo‑manual;

• destreza manual;

• estabilidade braço‑mão;

• precisão.

Numa situação em que o aluno/atleta realiza o movimento de arremesso em bandeja, podemos


identificar todas as capacidades citadas anteriormente.

O atleta aproxima‑se da cesta em velocidade (espaço‑temporal), foca a cesta/alvo (seleção imagem‑campo),


inicia a fase de progressão segurando a bola e preparando o arremesso (coordenação multimembros,
coordenação óculo‑manual e destreza manual), na fase aérea controla a bola e arremessa (destreza manual,
seleção imagem‑campo, estabilidade braço‑mão e precisão). Não podemos deixar de considerar também a
importância do equilíbrio, que, nesse caso, é fundamental para a retomada do contato com o solo (queda).

1.5 Minibasquetebol

1.5.1 Conceito

O minibasquetebol é um jogo de basquetebol, mas com características muito peculiares e específicas.


Possui os mesmos conceitos e características gerais da modalidade, mas com adaptações importantes para
proporcionar ao praticante a oportunidade de jogar o basquetebol de forma prazerosa. Tem por objetivo
principal dar às crianças a oportunidade de apreciar experiências ricas e de qualidade que poderão ser
transferidas, no futuro, para o basquetebol além de promover a inclusão e a possibilidade de que um grande
número de crianças possa praticá‑lo sem a obrigatoriedade de apresentar resultados imediatos (DE ROSE
JUNIOR; PINTO FILHO; CORREA NETO, 2015).

1.5.2 Histórico

A origem do minibasquetebol também vem dos EUA, estado de Nova York, na década de 1950, com
o professor Jay Archer. Seu nome original era biddy basketball. Devido à simplicidade da proposta de
Archer, a nova forma de jogar o basquetebol entre as crianças se expandiu rapidamente pela América do
Norte, Ásia e Austrália, chegando à Europa e América do Sul em meados da década de 1960.
21
Unidade I

De forma geral, o minibasquetebol é destinado a crianças entre cinco e 11 anos e busca ser um meio
de educação esportiva e social. A criança é a protagonista do jogo, aumentando sua capacidade de
aprender, realizar, socializar e exercitar sua criatividade. É uma das atividades mais aconselhadas para as
crianças, pois contribui para o desenvolvimento da personalidade integral.

[...] a prática do minibasquetebol deve ser desenvolvida sem que


necessariamente a criança tenha de se especializar precocemente. Isto
significa que nem todo praticante do minibasquetebol será um aluno
de basquetebol no futuro. No entanto, com a sua prática adequada,
a criança se tornará um apreciador do jogo e um cidadão ativo e
participante em sua sociedade (DE ROSE JUNIOR; PINTO FILHO; CORREA
NETO, 2015, p. 20).

Esse jogo, no início do processo de aprendizagem para as crianças, pode acontecer de várias formas,
e não necessariamente na situação de 5x5, mas sim de 4x4, com regras especiais, como faz a Federação
Italiana de Basquetebol.

Veja, a seguir, algumas das adaptações do minibasquetebol italiano no jogo 4 contra 4:

1. Ele consiste em seis períodos, com duração de seis minutos cada.

2. Entre o 1º e o 2º período, entre o 2º e o 3º, entre o 4º e o 5º e o 5º e o 6º terá apenas um minuto


de descanso.

3. Entre o 3º e 4º período devem ser observados cinco minutos de descanso.

4. Durante o jogo a contagem do tempo será corrida, exceto durante qualquer falta para a realização
de lances livres e saltos.

5. Dois minutos de suspensão (um período para cada equipe) sempre que o árbitro considerar
apropriado (lesão, bola longe do campo etc.).

6. O pedido de tempo pode ser solicitado a qualquer momento durante o jogo e deve ser concedida
uma paralisação do jogo.

Saiba mais

Para mais informações e curiosidades sobre o assunto consulte o link:


<http://www.fip.it/minibasket/DocumentoNoList.asp?IDCartella=4649>.

22
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

2 REGRAS

No Brasil, infelizmente as regras oficiais do minibasquetebol foram alteradas para atender às


expectativas de adultos (dirigentes, técnicos e pais) que visam o resultado como primeiro produto dessa
prática, ao contrário do que prega a filosofia do minibasquetebol, que privilegia o processo de formação
das crianças por meio do esporte. Por esse motivo abordaremos apenas as regras do 5x5.

O professor poderá ter a liberdade de criar e modificar as regras e o ambiente de prática para
torná‑lo mais acessível e motivador para as crianças.

5X5:

• quadra: 28x15 m, admitindo‑se as reduções 26x14 m, 24x13 m, 22x12 m e 20x11 m;


• tempo de jogo: 4 períodos de 8 minutos;
• bola: 68 cm a 73 cm – 400 g a 500 g;
• tabela: sua base inferior deve estar a 2,25 m do solo;
• aro: deve estar a 2,60 m do solo;
• substituição: obrigatório jogar cinco alunos no primeiro período e substituir todos para o segundo
(outros cinco alunos). Sugestão: como é permitida a inscrição de até 12 alunos por equipe, pode‑se
estabelecer como regra que seis alunos devem atuar no primeiro período e seis no segundo, e as
substituições no período ficam a cargo do professor.
• não há linha de três pontos;
• não há regra dos 24 segundos;
• não há defesa quadra inteira;
• não há defesa por zona ou pressão;
• árbitros: a regra original do minibasquete prevê a participação de somente um árbitro, que tem como principal
responsabilidade orientar os alunos durante a partida, explicando as marcações. Não há falta técnica.

Saiba mais

Para saber mais sobre as regras oficiais do minibasquetebol, acesse:

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASKETBALL (FIBA). Regras de


minibasquete. [s.d.]. Disponível em: <http://legado.cbb.com.br/arbitragem/
minibasket.zip>. Acesso em: 1º mar. 2017.

23
Unidade I

2.1 Metodologias aplicadas ao ensino do basquetebol

Neste capítulo, buscaremos apresentar os aspectos relacionados com o “como” ensinar o


basquetebol, embora saibamos que há muitas semelhanças com outras modalidades esportivas e
práticas corporais.

Incialmente, daremos uma prévia abordagem à evolução das práticas pedagógicas aplicadas
no Brasil.

2.1.1 Evolução dos princípios metodológicos

Em um passado recente, o foco da iniciação esportiva no Brasil era o gesto técnico específico
do basquetebol. Nesse contexto a ênfase era dada ao aprendizado dos fundamentos básicos
da modalidade, como controle do corpo, drible, passe, arremesso e rebote. Esse conteúdo era
desenvolvido por meio de sequências pedagógicas, baseadas na decomposição de tarefas,
executadas com a preocupação de fazer o aluno aprender determinados movimentos específicos
da modalidade. A estratégia mais utilizada era a repetição do gesto decomposto, que junto a
outras partes, chegava à execução do fundamento propriamente dito como, por exemplo, a
bandeja (DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).

Posteriormente, no Brasil, a iniciação esportiva recebeu forte contribuição da teoria desenvolvimentista,


que defendia em sua proposta pedagógica a necessidade de aprender as habilidades básicas antes de
aprender as habilidades específicas.

No final da década de 1970 e início de 1980, o processo de ensino e aprendizagem esportiva passou a
considerar, com base na teoria desenvolvimentista, a importância da aprendizagem e do desenvolvimento
das habilidades primárias, como andar, correr, saltar, entre outras.

Com o objetivo de compreender, de forma simples, certas influências relativas ao ensino


esportivo, chegava ao Brasil, no final da década de 1980, o construtivismo, que estava muito
presente nas discussões acerca da pedagogia do esporte. Sua principal tese mostrava a necessidade
de o aluno compreender melhor os movimentos executados pelos atletas. Assim, a perspectiva de
construção do gesto técnico pelo aluno era tida como fundamental no processo de aprendizagem
esportiva (DE ROSE JUNIOR; TRICOLI, 2005).

O momento atual marca a evolução da educação física e do esporte, e, nesse sentido, é preciso
entender que não é possível continuar limitando a pedagogia que trata da iniciação em basquetebol
somente abordando a dimensão do aprendizado dos fundamentos técnicos e sistemas táticos, e
sim buscar novas possibilidades de “pedagogizar” o esporte, dando continuidade nos avanços nessa
área do conhecimento.

24
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

2.2 Princípios metodológicos atuais

Antes de apresentarmos as possíveis metodologias aplicadas ao ensino do basquetebol, é preciso


entender que a iniciação esportiva deve parar de roubar o lúdico das atividades, valorizando a essência
do aluno. Ela deve transcender a aprendizagem de uma técnica preestabelecida e permitir a manifestação
original de novas formas de movimento, valorizando mais a intenção do arremesso do que a sua
técnica, mais a solidariedade do passe do que a sua funcionalidade, mais a emoção da cesta do que sua
importância numérica. Assim, a iniciação esportiva deve cobrar menos e permitir mais (SANTANA, 1996).

2.2.1 Analítico‑sintético

Esse princípio parte da ideia central de ensinar as habilidades e os fundamentos de uma determinada
modalidade mediante a repetição de exercícios separados do contexto do jogo formal em que se aprende
a praticar os fundamentos para depois jogar.

Um dos problemas evidentes nesse método é que, ao utilizá‑lo


prioritariamente, os professores retardam a abordagem do jogo (método
global), até que os alunos consigam realizar o fundamento técnico. É
preciso salientar que muitos alunos nesta fase não conseguirão executar
os gestos técnicos, e assim, ao insistir nesse método, o professor
poderá não oportunizar outras formas de aprendizagem gratificantes
(GARGANTA, 1998).

O princípio analítico‑sintético, segundo López (2002) e Paes, Montagner e Ferreira (2009), tem
como carateríticas:

• excessiva repetição de movimentos estereotipados;

• inibe conflitos presentes nas situações do jogo;

• favorece a correção e a avaliação de uma determinada técnica;

• tende a não atender aos interesses da criança de jogar;

• separa a técnica da tática;

• desfavorece experiências de jogo;

• treina‑se a técnica fora do contexto do jogo:

— treinar fora do contexto do jogo, pode possibilitar mais rapidamente o êxito na execução
de determinados fundamentos (o que não garante o mesmo êxito no momento de aplicar o
fundamento numa situação de jogo).

25
Unidade I

2.2.2 Global‑funcional

O princípio global‑funcional apoia‑se em cursos de jogos, ou seja, partindo de jogos menos complexos
o aluno experimentaria diversas situações‑problema semelhantes às do jogo formal, tendo melhores
condições de interagir com sua imprevisibilidade. Nesse princípio, tanto as questões táticas como as
técnicas do jogo coletivo são aprendidas e vivenciadas por meio de jogos (PAES; BALBINO, 2005).

Sua caraterísticas são:

• técnica e tática desenvolvem‑se simultaneamente;

• tende a atender ao desejo da criança de jogar;

• as habilidades e os fundamentos são aprendidos dentro do contexto do jogo;

• favorece experiências de jogo;

• tende a desfavorecer as relações do aluno/jogador com a bola;

• pode favorecer que determinados fundamentos sejam aprendidos e fixados de forma errônea;

• trabalha, simultaneamente, com muitas informações, podendo reduzir o entendimento do que é


mais ou menos importante para o jogo.

Considerando que as pessoas aprendem por meios diferenciados, não se recomenda a escolha de um
único método de trabalho, mesmo porque não há um único método capaz de abranger a complexidade
de um jogo como o basquetebol. Sugerimos que o técnico/professor conheça os diversos métodos e
compreenda seus princípios para que, de acordo com sua filosofia de trabalho, possa criar um método
que seja compatível com as necessidades e os objetivos do grupo com o qual trabalha, considerando
sua faixa etária e o nível de compreensão do jogo, a fim de que sejam atendidas as questões técnicas e
físicas do jogo, assim como as questões cognitivas, afetivas e sociais de quem joga.

Princípio analítico‑sintético
Tarefas motoras
Exercícios
Previsibilidade

Princípio global‑funcional
Problemas motores
Jogos
Imprevisibilidade

Figura 8 – Características dos princípios metodológicos

26
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

3 ESTUDOS DOS FUNDAMENTOS

Nesse momento estudaremos o basquetebol numa perspectiva pedagógica, analisando seus


fundamentos que representam os movimentos, os gestos básicos do jogo e a correta execução, a fim
de dar condições necessárias para que o aluno/jogador possa praticar essa modalidade de forma fácil e
natural.

Os fundamentos podem ser classificados de acordo com suas caraterísticas (ataque, defesa, com bola
e sem bola) e formas variadas de execução. No quadro a seguir, apresentamos o tipo e características de
cada fundamento:

Quadro 1

Fundamentos Tipos Características


Sem bola
Paradas bruscas, saídas rápidas, fintas, saltos, giros, corridas,
Controle do corpo Defesa
deslocamentos, mudanças de direção. Ataque
Com bola
Manejo de bola Segurar, rolar, lançar, transpassar em torno do corpo, conduzir. Ataque
Alto, baixo ou de proteção, com mudança de direção, por entre Com bola
Drible as pernas, por trás do corpo. Ataque
Com as duas mãos: à altura do peito, picado, acima da cabeça; Com bola
Passes
Com uma das mãos: picado, à altura do ombro, gancho. Ataque
Bandeja, arremesso com uma das mãos, jump, gancho e a Com bola
Arremesso
enterrada. Ataque
Fase com bola
Rebote Ofensivo e defensivo Fase sem bola
Fundamentos Posição básica de defesa Sem bola
individuais de defesa Deslocamentos Defesa

Após classificá‑los e determinar os seus tipos e características, abordaremos os fundamentos


mediante suas definições, descrições e exemplos de exercícios e atividades lúdicas para a aprendizagem
e fixação.

Os exercícios serão apresentados por descrição específica e demonstração visual. As atividades


lúdicas serão citadas com suas descrições. Já para fundamentos mais complexos, como o arremesso em
bandeja e jump, serão apresentados exemplos de sequência pedagógica, que poderão servir de ideia
para a elaboração de novas sequências.

A ordem de apresentação dos fundamentos será a mesma apresentada no quadro anterior, uma
vez que obedece a uma sequência lógica de aprendizagem da modalidade que vai do mais simples
para o mais complexo e que oferece ao aluno/jogador a oportunidade de repetir os fundamentos já
aprendidos e agregar novas aprendizagens, possibilitando a vivência de situações reais de jogo por meio
de exercícios combinados ou exercícios sincronizados.

27
Unidade I

Lembrete

Os materiais utilizados na construção dos exercícios, suas formações


adotadas e as formas de execução serão apresentados apenas como
parâmetro de trabalho, podendo, logicamente, ser alterados de acordo com
a realidade e a necessidade de cada professor em suas aulas.

3.1 Controle do corpo

Em qualquer que seja a modalidade esportiva praticada, é preciso, primeiramente, que o aluno/jogador
domine seu próprio corpo em função dos movimentos solicitados por essa modalidade, conheça suas
possibilidades e seus limites.

O controle do corpo é a capacidade de realizar movimentos e gestos específicos do basquetebol


exigidos durante um jogo, ou seja, são inúmeras maneiras de como podemos controlar o corpo
durante uma partida. Por isso, esse fundamento pode ser considerado pré‑requisito para a
realização do jogo.

3.1.1 Tipos

Entre os gestos desse fundamento podemos citar corridas para frente, para trás e lateralmente,
corridas com mudança de direção, fintas, giros, paradas bruscas, saídas rápidas e saltos (com
impulsão em ambas as pernas e em uma das pernas). Alguns desses gestos como a finta, o giro
e parada brusca necessitam de uma técnica específica para sua execução na modalidade de
basquetebol. É importante que, num primeiro momento, o aluno esteja vivenciando os gestos de
forma global, uma vez que ainda não sabemos se ele permanecerá na modalidade. Mas, uma vez
inserindo na iniciação esportiva, se faz necessário apresentar a técnica desses gestos, que serão
descridos a seguir:

Fintas: são movimentos de corpo na tentativa de enganar a ação do defensor. Essa ação pode ser
realizada de três formas:

• atacante com a posse de bola ameaça passá‑la para um lado e passa ou dribla para o outro;

• o atacante com a posse de bola e com o adversário bem próximo ameaça o arremesso com um
movimento de braços e cabeça e, com isso, provoca um salto do defensor para realizar o arremesso
um instante após o salto;

• o atacante, com ou sem a bola, por um movimento de pernas (transferência do peso do corpo
para uma das pernas com a semiflexão dessa perna) e quadris, ameaça sair para um lado e muda
bruscamente sua movimentação para o lado contrário.

28
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Parada brusca: interrupção do deslocamento de um atacante para dificultar a ação da defesa. Essa
parada é realizada com o apoio de uma das pernas semiflexionada à frente e fazendo com que o peso
do corpo seja transferido para ela. Enquanto isso, a perna de trás poderá ser transferida para manter o
equilíbrio do corpo.

Giro: é o movimento realizado com as pernas no sentido de se livrar de um defensor. O atacante,


com ou sem bola, fixa uma das pernas (exemplo com a perna direita) à frente, utilizando‑a como pé de
apoio. Com a esquerda executa um giro de 180º graus (dando as costas para o defensor) e sai para o
lado contrário.

Em nossas aulas práticas poderemos trabalhar utilizando diferentes recursos e estratégias, como
exercícios específicos, brincadeiras e jogos de forma que os nossos alunos/jogadores possam vivenciar
o fundamento controle do corpo de acordo com os objetivos propostos pelo professor/técnico. A seguir
apresentaremos alguns exemplos para cada estratégia.

3.1.2 Brincadeiras e jogos (método global)

Pega‑pega do abraço: estipula‑se um número de pegadores perante o número de alunos (pegadores


fixos). Alunos dispostos pela quadra, andando livremente. Ao comando, os pegadores tentarão pegar
sempre utilizando a caminhada. Para não serem pegos, os alunos deverão procurar um colega e abraçar.
Após abraçar um colega, é obrigatório procurar outro colega (Pode‑se aumentar o número de pegadores
cada vez que um aluno for pego).

Objetivos: andar em várias direções; sociabilização; desenvolver a atenção.

Pega‑pega bruxa (pedra): determina‑se uma quantidade de pegadores de acordo com o número
total de alunos. Estes deverão pegar a maior quantidade de pessoas com o objetivo de transformar todo
o grupo em pedra. Os alunos que fugirem dos pegadores têm por objetivo não virarem pedras, mas caso
sejam pegos, deverão agachar imitando a posição de uma pedra. Para voltarem à brincadeira, um colega
deverá saltar por cima deles.

Objetivos: saltos; corridas com paradas bruscas; fintas; mudança de direção;tomada de decisão;
trabalho em equipe; cooperação.

Observação

Em uma variação dessa brincadeira (pode ser pega‑pega bruxa ou americano),


quem for pego fica em pé com as pernas afastadas lateralmente e o amigo que
quiser salvá‑lo passa entre suas pernas (engatinhando ou arrastando-se).

Par ou ímpar: em duplas no centro da quadra, onde todos os alunos estarão formando duas fileiras,
ao comando, a dupla irá tirar par ou ímpar, o perdedor terá que tentar pegar o colega antes que ele
ultrapasse a linha lateral do basquetebol (ou qualquer outra demarcação que o professor irá determinar).
29
Unidade I

Marcará ponto o aluno que conseguir pegar o colega antes da linha ou o colega que conseguir fugir até
a linha sem ser pego.

Objetivo: raciocínio rápido; atenção; concentração; tempo de reação; corridas rápidas; quebras de ritmos.

Caçadores da selva: divide‑se a turma em quatro turmas, cada grupo ocupará um dos quatro
cantos da quadra do voleibol. Os grupos terão nomes de animais (elefantes, tigres, leopardos e leões).
No centro da quadra, ficarão os quatro “caçadores”. Ao comando do professor, que irá falar um nome
de animal, este deverá atravessar a quadra de um lado para o outro sem que nenhum caçador pegue
algum animal do bando. Caso algum animal seja pego, ele passa a ser o caçador, e o caçador passa a ser
o animal que acompanhará o seu bando.

Objetivo: corridas com mudanças de direção; fintas; tempo de reação; trabalho em equipe; tomada
de decisão.

3.1.3 Exercícios (sequência pedagógica utilizando o método analítico)

• Alunos dispostos dentro da quadra de basquetebol correndo para frente. Ao comando do professor,
muda‑se a direção (para direita, esquerda, frente e trás).

• Alunos dispostos dentro da quadra de basquetebol andando e com mudanças de direção.

• Alunos dispostos dentro da quadra de basquetebol correndo. Ao comando do professor, sentar,


deitar de decúbito ventral, decúbito dorsal, rolar.

• Formam‑se colunas nas duas linhas de fundo da quadra de frente para o meio da quadra (linha
central). Ao comando do professor, os primeiros de cada coluna correrão até o meio da quadra e
executarão os gestos solicitados pelo professor, finalizando com corrida de frente, invertendo o
lado da coluna.

Gestos sugeridos:

• fintas com a perna direita e esquerda;

• giros;

• saltos, tocando as palmas das mãos do companheiro que está à frente;

• corrida de frente e de costas;

• deslocamentos.

Objetivo: desenvolver os gestos do fundamento controle do corpo.

30
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Observação

Os movimentos de deslocamentos são realizados principalmente em


situações defensivas, sendo que a diferença básica entre eles e as corridas é
que nos deslocamentos não se deve realizar cruzamentos das pernas, a fim
de que não ocorra perda de equilíbrio.

3.2 Manejo de bola

O segundo fundamento apresentado refere‑se ao manejo de bola, compreendido como a capacidade


de manusear a bola nas variadas situações do jogo. O principal objetivo dessa ação é o desenvolvimento
da habilidade motora geral (manipulação) de controlar a bola com as mãos. A manipulação de bola
permite ao aluno/jogador criar intimidade com a bola, facilitando, posteriormente, a execução de todos
os fundamentos realizados que envolvam a bola no jogo de basquetebol.

Observação

Com relação aos exercícios indicados para o trabalho de manejo de


bola, sugerimos que não faça nenhuma divisão de aprendizado, pois
acreditamos que esses exercícios devem ser empregados em todas as
fases do basquetebol, diferenciando‑se apenas na forma e no ritmo
de execução adotado em cada fase. Para facilitar o aprendizado do
aluno/jogador, não envolveremos nos exercícios os fundamentos de
drible e passe.

3.2.1 Tipos

Para esse fundamento, é de suma importância oferecer aos seus praticantes a oportunidade de
conhecer as diversas possibilidades de experimentação com a bola, como rolar, tocar, segurar, lançar,
trocar de mãos e movimentá‑las em relação a diversos planos do corpo.

3.2.2 Algumas formas de segurar e recepcionar a bola

Modo de segurar a bola

Deve‑se segurar a bola com as duas mãos, colocadas na parte lateral e posterior, com os polegares
paralelos. A bola deve ser apoiada na parte calosa das mãos, estando os dedos entreabertos. A bola deve
ficar à altura do tórax (Figura 9). Essa forma de segurar a bola é utilizada quando o aluno/jogador vai
passar ou driblar.

31
Unidade I

Figura 9 – Gesto de segurar a bola

Arremesso

Quando o objetivo for o arremesso com uma das mãos ou o jump, o aluno/jogador deverá segurar a
bola com a mão do arremesso apoiada na parte posterior da bola e a outra na parte lateral (Figura 10).

Figura 10 – Gesto de segurar a bola para o arremesso com uma das mãos ou jump

Modo de receber a bola

Geralmente é realizada com as duas mãos, embora, em algumas situações, a recepção possa ser feita
com uma das mãos. Deve‑se ir de encontro à bola, com os braços estendidos e as mãos espalmadas.
Após tê‑la dominado, deve‑se trazê‑la para junto do corpo e segurá‑la conforme a descrição anterior.
Se a recepção for feita com uma das mãos, o aluno/jogador deverá segurá‑la imediatamente com as
duas mãos e proceder conforme explicado.

3.2.3 Erros comuns

São erros comuns:

• Apoiar a bola na palma das mãos.

• Segurar a bola com a ponta dos dedos.


32
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

• Segurar a bola somente pela sua parte posterior, juntando os polegares.

• Abrir demasiadamente os cotovelos.

• Afastar a bola do corpo, desprotegendo‑a.

3.2.4 Brincadeiras e jogos (método global)

A seguir apresentaremos algumas brincadeiras e jogoscom base no método global:

• Formam‑se pequenos grupos espalhados pela quadra com uma bola de borracha. O aluno que
está com a bola ficará no meio do círculo; ao comando do professor, este lançará a bola para
cima e chamará o nome de um colega que está em volta do círculo. O aluno chamado deverá se
deslocar e pegar a bola antes que ela caia no chão. Todos os alunos deverão ser chamados.

• O mesmo jogo pode ser realizado com os alunos correndo livremente pelo espaço.

• Jogo pré‑desportivo: divide‑se a quadra em duas pequenas quadras, colocando dois alvos para
cada quadra (cones na linha lateral do basquete), divide‑se dois grupos para cada quadra (número
indeterminado, mas de preferência com cinco ou seis integrantes). O objetivo do jogo é acertar
o alvo, mas para isso os alunos deverão antes de passar a bola efetuar uma “habilidade” (por
exemplo: passar a bola por entre as pernas, em volta da cintura, em volta das pernas, em volta do
pescoço etc.). O objetivo da equipe defensora é pegar a bola ou interceptar o passe.

— Regras: manter a distância de um braço, não andar com a bola na mão, não ficar com a bola
por mais de cinco segundos sem tomar uma atitude, não tocar no adversário (falta) e não pisar
nas linhas;

— Objetivos: noção espaço‑temporal, dinâmica do jogo, espírito de grupo, aplicação dos gestos
do fundamento manejo de bola e regras básicas.

• Estafetas: adaptamos esse jogo a fim de deixá-lo mais dinâmico e promover um maior
número de repetições para o gesto. Aqui serão desenvolvidas atividades com quatro tipos
de bolas ao mesmo tempo, e o término se dará quando a distância solicitada pelo professor
for atingida.

— Sentados de pernas cruzadas e flexionadas, passar as bolas por cima da cabeça de mão em mão.

— Em pé, de pernas afastadas, rolar a bola passando de mão em mão (túnel).

— Idem ao anterior, passando a bola por cima e por baixo, alternadamente.

— Objetivos: trabalho em equipe, coordenação motora e alguns gestos do fundamento manejo


de bola.
33
Unidade I

3.2.5 Sequência pedagógica (método analítico)

Posição inicial: formam‑se duplas com uma bola de basquete na linha lateral ou pequenos grupos de
quatro alunos com uma bola de basquetebol e uma de outra modalidade ou de borracha (dois de cada
lado da linha lateral do basquetebol com um tipo de bola), caso o grupo seja muito grande. Os alunos
deverão realizar os movimentos de um lado para o outro trocando de coluna:

1) Andando, rolar a bola no chão, passando de uma mão para outra rapidamente.

2) Correndo, passando a bola de uma mão para outra acima da cabeça o mais rápido possível.

3) Correndo, lançar a bola para cima com as duas mãos, estendendo os braços e sem quebrar o ritmo
da corrida.

4) Idem ao anterior, lançando um pouco mais alto, deixar pingar uma vez no chão, passar por baixo
da bola e pegar novamente.

5) Idem ao anterior, tentando passar por baixo da bola três vezes sem que ela encoste no corpo.

6) Passar a bola em volta da cintura, do pescoço e das pernas unidas (direita e esquerda).

7) Pernas afastadas lateralmente, executar o movimento de oito por entre as pernas.

8) Idem ao anterior, deixando a bola por entre as pernas e trocando a posição das mãos sem que ela
caia no chão.

9) Idem ao anterior, colocar a bola atrás da nuca com as duas mãos; inclinar o tronco à frente e
deixar a bola rolar pela coluna e pegá‑la novamente atrás da cintura; lançar a bola por entre as
pernas para frente e pegá‑la novamente com as duas mãos.

10) Andar de frente, passando a bola por entre as pernas. Pode‑se também ir de frente e voltar
de costas.

Objetivo: desenvolver os gestos desse fundamento (lançar, rolar, pegar, passar de uma mão
para outra).

Observação

É importante estimular a manipulação com diferentes tipos, tamanhos


e texturas de bolas.

34
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Figura 11 – Exemplo do exercício 8: passando a bola entre as pernas e


desenhando a figura 8 com as pernas em afastamento lateral

Figura 12 – Exemplo do exercício 10: andando para frente e passando a bola entre as pernas

3.3 Drible

O drible (no basquetebol) é o ato de impulsionar a bola contra o solo com uma das mãos. É um
fundamento de ataque com bola em que apenas com esse fundamento o jogador poderá se deslocar
pela quadra, ou manter a posse da bola, sem infringir as regras do jogo.

35
Unidade I

Descrição do movimento: a execução do drible pode ser descrita da seguinte maneira:

• a mão do drible é apoiada sobre a bola;

• dedos da mão apontando para frente;

• tronco ligeiramente inclinado à frente;

• pernas em afastamento anteroposterior, sendo que à frente se coloca a perna oposta à mão do
drible (drible com a mão direita – perna esquerda à frente);

• olhar voltado para frente.

Movimentos coordenados de braço, antebraço, punho e mãos:

• a bola é empurrada de encontro ao solo, com movimento de extensão do braço e ligeira flexão do
punho ao seu final;

• a força empregada deverá ser tal que a bola retorne ao mesmo ponto de onde se originou o
movimento, para que receba novo impulso;

• na fase ascendente da bola haverá nova flexão do braço, e a mão se apoiará sobre a bola para
reiniciar o drible.

Figura 13 – Execução do movimento do drible alto sem deslocamento

36
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

3.3.1 Tipos de drible

Dependendo da situação em que ocorrem e do nível de aprendizagem que o professor/técnico se


propõe a apresentar, podemos identificar alguns tipos de drible na fase de iniciação e outros já na fase
de treinamento.

Drible alto ou de velocidade: primeiro tipo de drible a ser apresentado na fase de iniciação.
Utilizado quando o aluno/jogador se desloca em velocidade ou quando não está sendo marcado muito
próximo. Nesse tipo de drible a bola é impulsionada à frente do corpo e lateralmente.

Descrição do movimento:

• cabeça erguida, olhar para frente;

• impulsionar a bola para frente e correr atrás dela;

• driblar na altura da cintura;

• flexão e extensão de cotovelo, punho e dedos.

Figura 14 – Exemplo do drible alto em situação real de jogo. Campeonato


Paulista de Basquetebol Feminino de 2003 – Unimed Ourinhos

37
Unidade I

Drible baixo ou de proteção: segundo tipo de drible a ser apresentado na fase de iniciação. Utilizado
quando o aluno/jogador recebe uma marcação próxima e há a necessidade de maior proteção da bola.

Descrição do movimento:

• cabeça erguida, olhar para frente;

• colocar a bola atrás do corpo;

• flexionar as pernas e inclinar o tronco ligeiramente à frente;

• coloca‑se à frente a perna oposta à mão do drible;

• o corpo e o braço que não executam o drible protegem a bola;

• driblar até a altura dos joelhos (diminuição da altura do drible).

Figura 15 – Drible baixo ou de proteção

Drible com mudanças de direção: esse tipo de drible é caracterizado pela proximidade do defensor
em relação ao atacante, havendo com isso a necessidade de mudança de direção (fintar) do drible,
procurando‑se, com esse procedimento, evitar que o adversário obtenha a posse da bola e melhores
condições de arremessar ou passar.

Esses dribles também se caracterizam pela maior dificuldade de realização, exigindo do


aluno/jogador uma técnica mais apurada e uma dedicação bem maior no seu aprendizado.
Normalmente, na fase de iniciação, sugere‑se aplicar o método analítico, devido à complexidade
desse fundamento.

38
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

As mudanças de direção podem ser executadas pela frente do corpo, com giro, entre as pernas e por
trás do corpo.

Drible com mudança de direção pela frente do corpo: tipo de drible que é realizado, normalmente,
quando o atacante desloca‑se em diagonal e, ao perceber a aproximação do adversário, realiza um
movimento rápido e brusco do punho, fazendo com que a bola vá rapidamente de um lado de seu
corpo para o outro, pela sua frente, mudando assim a direção de seu drible com mudança de direção;
a velocidade de execução e o domínio do drible com as duas mãos são de suma importância para uma
boa realização.

Figura 16 – Posição do corpo para o momento inicial do drible


com mudança de direção numa situação real de jogo

Drible com mudança de direção com giro: esse tipo de drible é o que exige a melhor técnica por
parte dos alunos/jogadores, pois a sua execução é bem mais complexa em relação ao drible anterior
e consiste basicamente na colocação da perna contrária ao drible bem próxima ao adversário e na
execução de um movimento de giro, apoiado nessa perna, trazendo a bola rapidamente para o lado
contrário e fazendo com que o defensor fique nas suas costas.

39
Unidade I

A seguir a representação das fases de aprendizagem do drible com giro.

Figura 17 – Posição do corpo para o início do drible com giro

Figura 18 – Momento de execução do giro com troca de mãos no drible

Figura 19 – Finalização do drible com giro

40
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Drible com passagem da bola por entre as pernas: nesse tipo de drible é realizada uma troca
rápida da bola de uma mão para outra, passando‑se a bola por entre as pernas, e, geralmente, a bola
deve ser passada da frente para trás do corpo com o objetivo de proteger a bola do adversário.

A seguir, a representação das fases de aprendizagem do drible entre as pernas.

Figura 20 – Ilustração estática da passagem da bola entre as pernas

Figura 21 – Ilustração estática da troca de mãos do drible entre as pernas

Drible com passagem da bola por trás do corpo: o atacante iniciará o seu drible para um dos
lados da quadra e, quando estiver bem próximo do defensor, executará um drible rápido, passando a
bola por trás de suas costas.

41
Unidade I

Figura 22 – Posição das mãos para a passagem da bola por trás do corpo

3.3.2 Erros comuns

É muito importante estimular o aluno/jogador a trabalhar sempre as situações de drible tanto com
a mão direita como com a mão esquerda, pois isso irá diminuir a possibilidade de erros na execução de
qualquer tipo de drible.

No processo de iniciação de aprendizagem desse fundamento, podemos destacar três tipos de erros
mais comuns:

• olhar frequentemente para a bola;

• impulsionar a bola com a palma da mão;

• driblar a bola excessivamente alta (acima da linha da cintura).

Ainda podemos identificar outros erros:

• na proteção da bola, colocar à frente a perna correspondente à mão do drible;

• em deslocamento, driblar com a bola bem à frente do corpo;

• driblar com as duas mãos ao mesmo tempo;

• conduzir ou bater na bola, em vez de impulsioná‑la.

42
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

3.3.3 Jogos e brincadeiras (método global)

O professor/técnico deve oferecer práticas que possibilitem a vivência desse fundamento nas mais
diversificadas situações. Será muito importante que o professor proponha atividades e jogos que levem
o aluno/jogador a driblar:

• forte e fraco;

• alto, médio e baixo;

• deitado, sentado e de pé;

• na frente, dos lados e atrás do corpo;

• contornando o corpo;

• de uma mão para a outra;

• entre as pernas;

• para frente e para trás;

• parado, andando e correndo;

• com os olhos fechados;

• entre obstáculos e adversários, privilegiando, sempre que possível, situações que se aproximem à
realidade do jogo;

• realizando fintas e giros.

Com relação à utilização das atividades para o ensino do drible, na prática o principal problema
refere‑se à necessidade de material, no caso, à exigência com relação ao número de bolas. Além
desse problema, no que se refere ao aspecto técnico, a maioria dos movimentos realizados não tem
a possibilidade da correção adequada e, da mesma forma que outras atividades e/ou exercícios, sua
execução isolada o distancia das situações reais de jogo.

Pega‑pega na bola: com uma bola, em duplas espalhadas pelo espaço da quadra de basquetebol;
ao comando do professor, as duplas deverão driblar pelo espaço, tentando roubar o maior número
possível de bolas lançando‑as para fora da quadra. Ao mesmo tempo, a dupla tentará proteger a sua
bola, podendo passar driblando de um para o outro. Vencem as duplas que conseguirem permanecer
dentro da quadra driblando.

43
Unidade I

Objetivo: experimentar os dribles alto e baixo.

Nunca três: em duplas dispostas pelo espaço e sentados um atrás do outro, sendo o primeiro com
uma bola, uma dupla ficará em pé com duas bolas (começa‑se com uma dupla e gradativamente vai
aumentando conforme a turma), em que um será pegador e o outro fugitivo. Para conseguir se livrar, o
fugitivo terá que escolher uma dupla e sentar‑se atrás dela, caracterizando três pessoas nesse grupo (o
que não pode); assim, o primeiro desse grupo terá que levantar e passará a pegar quem estava pegando,
ou seja, o pegador passará a ser o fugitivo. Toda essa dinâmica será executada com o drible. Caso o
grupo tenha dificuldade em assimilar a brincadeira, desenvolver sem o drible e/ou sem bola.

Objetivo: experimentar o drible em velocidade e em vários planos.

Homem de preto: o homem de preto (jogador de defesa) está parado diante de uma linha, próximo
a uma das duas cestas. Os outros jogadores (ataque) iniciam cada um com uma bola, a partir do lado
estreito do campo de jogo oposto. Ao sinal, eles driblam até o outro lado da quadra, procurando fazer
uma cesta, desviando‑se do homem de preto, que deve tentar tocar ou tirar a bola dentro do espaço
demarcado pelas linhas. O jogador que perder a sua bola ficará no lugar do homem de preto; a outro
sinal, o jogo desenrola‑se para o lado oposto.

Objetivo: desenvolver mudanças de direção, proteção, desmarque e conjunção de fundamentos,


situação de ataque e defesa.

Jogo de três contra um com três bolas: em cada faixa longitudinal, jogam três atacantes com
suas respectivas bolas, cada um por si, contra as tentativas de intervenção da defesa em direção à cesta.
Na perda de bola, faz‑se a troca: quem perde a bola passa a jogar na defesa.

Objetivo: experimentar situação de ataque e defesa, drible com mudança de direção e conjunção
de fundamentos.

3.3.4 Sequência Pedagógica (método analítico)

Posição inicial: grupos de quatro pessoas com dois tipos de bolas e dispostos nas duas linhas laterais da
quadra (dois de cada lado com uma bola) para grupos acima de 40 alunos ou em duplas na linha lateral com
uma bola. Os alunos deverão executar o movimento de um lado para o outro trocando de grupo.

Orientação inicial do professor/técnico: não olhar para bola, não deixar o drible passar da linha
da cintura e não bater na bola ou conduzir.

1) Vai driblando com a mão direita e volta com a esquerda (drible alto, primeiro andando,
depois correndo).

2) No lugar, drible baixo; ao comando driblar correndo até o meio da quadra (um de frente para o
outro protegendo a bola ou sozinho fazendo o gesto); ao comando do professor, driblar e trocar
de lado.
44
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

3) Driblar até o meio da quadra (drible alto), sentar com as pernas estendidas, levantar e continuar
driblando até o outro lado; na volta, executar com a mão esquerda.

4) Idem ao item 2, ao sinal, driblar de costas correndo (sem trocar o lado, uma vez com a direita
outra vez com a esquerda).

5) Driblar até o meio da quadra, três apoios, executar um giro de 360º driblando, levantar e continuar
driblando até o outro lado.

6) Idem ao item 2, executando a mudança de direção com comando.

7) Idem ao item 3, deitando e encostando a cabeça no solo.

8) Idem ao item 2, executando o drible com giro e com comando.

9) Idem ao exercício anterior, executando de forma livre e sem comando os dribles com mudança de
direção ou com giro.

10) Parado no lugar, executar o drible baixo e, ao comando do professor/técnico, passar a bola entre
as pernas, trocando a posição das pernas.

11) Parado no lugar, driblando para frente e para trás, e passando a bola por entre as pernas, trocando
a posição das pernas.

12) Idem aos itens 10 e 11, passando a bola por trás do corpo.

13) Utilizando as linhas laterais do voleibol e basquete, formar colunas no final da quadra (cada
aluno/jogador com sua bola); executar o drible com mudança de direção nas linhas laterais com
os dribles: giro por entre as pernas, por trás do corpo e pela frente do corpo.

3.4 Passe

O passe é um fundamento de ataque com bola. É entendido como lançamento da bola entre
integrantes de uma mesma equipe, com a finalidade de manter a posse da bola ou de percorrer os
espaços da quadra com sua posse em direção à cesta respeitando as especificidades da modalidade. O
passe é também considerado a forma mais rápida de avançar da zona de defesa para a zona de ataque.
Esse fundamento envolve, consequentemente, a recepção de bola, pois sempre que um jogador realiza
um lançamento (passe) outro deverá recepcioná‑la.

Recepção: a recepção é um movimento que está diretamente relacionado ao passe, ou seja, é o meio
que utilizamos para podermos receber a bola do companheiro da melhor maneira possível. As formas de
receber a bola, mais comumente usadas no basquetebol, são: recepção de bolas altas, recepção de bolas
médias e recepção de bolas baixas, ou que venham de baixo para cima.

45
Unidade I

O passe garante ao jogo algumas de suas propriedades fundamentais: como a cooperação e a


coletividade. Ele também visa possibilitar que os jogadores recebam a bola em locais estratégicos para
uma melhor finalização ou uma melhor movimentação tática.

3.4.1 Alguns princípios básicos para a execução de bons passes

São eles:

• Olhar sempre para a direção da cesta.

• Dar mais preferência ao passe do que ao drible.

• Coordenar passes mais longos.

• Fazer passes rápidos e precisos.

• Fintar os passes.

• Passar com segurança.

• Possuir ampla visão de jogo (visão periférica).

• Sempre deslocar‑se após um passe.

• Evitar passes cruzados.

3.4.2 Tipos de passes

Antes de apresentarmos os tipos de passes mais utilizados no basquetebol, faz‑se necessária uma
observação: há outros tipos de passes que não serão apresentados neste texto e que também não
são mencionados na literatura específica, pois o aluno/jogador, em situações de jogo, poderá criar
tipos diferentes de passes para resolver as inúmeras situações‑problema existentes na dinâmica do
jogo de basquetebol.

Os passes podem ser executados com uma ou com as duas mãos. Estaremos dando maior ênfase aos
passes com as duas mãos, pois, a nosso ver, esses passes são os mais utilizados numa situação de jogo.
Os passes com só uma das mãos serão apenas citados.

3.4.2.1 Passes com as duas mãos

Passe de peito: esse tipo de passe é utilizado para curtas distâncias. Com um passe mais rápido a
bola segue uma trajetória retilínea. O aluno/jogador segura a bola com as duas mãos à altura do tórax,
com afastamento anteroposterior das pernas (Figura 23).

46
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

A bola é impulsionada à frente por meio da extensão dos braços. Os cotovelos não devem ser
exageradamente abertos e ao final do movimento deve haver uma rotação das mãos para fora, a fim de
assegurar a trajetória da bola (Figura 24). Deve‑se auxiliar o movimento com uma semiflexão das pernas
e pequena inclinação do tronco à frente. O executante pode também dar uma passada à frente para
imprimir maior força à bola. Esta deve ser lançada à altura do tórax do companheiro.

Figura 23 – Início do passe Figura 24 – Finalização do passe

Erros comuns

Os erros mais comuns na execução desse tipo de passe são:

• abrir demasiadamente os cotovelos, bem como mantê‑los muito próximos ao corpo;

• realizar movimentos desnecessários, como aproximar a bola do tórax antes de realizar a extensão
dos braços;

• unir as pernas, prejudicando o equilíbrio;

• lançar a bola fora da linha de recebimento do companheiro;

• lançar a bola com trajetória parabólica.

Passe picado: utilizado para curtas distâncias, principalmente quando o passador está marcado de
perto ou ainda em finalizações de jogadas de contra‑ataque. Sua execução é semelhante à do passe
de peito (Figura 25). A diferença entre eles está na trajetória da bola, que, neste caso, é lançada ao solo
antes de chegar ao companheiro. A extensão dos braços é feita com diagonal para baixo, de modo que a
bola toque o solo a 1,50 m do companheiro que irá recebê‑la (Figura 26). Desse modo, ela chegará numa
trajetória ascendente, facilitando o recebimento.
47
Unidade I

Figura 25 – Início do passe Figura 26 – Finalização do passe

Erros comuns

• Abrir demasiadamente os cotovelos, bem como mantê‑los muito próximos do corpo.

• Realizar movimentos desnecessários, como aproximar a bola do tórax antes de realizar a extensão
dos braços.

• Unir as pernas, prejudicando o equilíbrio.

• Lançar a bola fora da linha de recebimento do companheiro.

• Lançar a bola muito antes do ponto imaginário, acerca de 1,50 m do companheiro.

• Lançar a bola muito próximo do companheiro, dificultando o seu recebimento.

Passe com as duas mãos acima da cabeça: esse tipo de passe é utilizado para curtas distâncias,
sendo normalmente realizado pelos armadores e alas para servir aos pivôs (jogador alto que se
posiciona próximo à cesta), a outros jogadores próximos à cesta ou ainda ao defensor quando bloqueia
o ângulo para os passes mais baixos. Ele é também um passe que oferece um risco um pouco maior de
interceptação por parte dos adversários. A bola é segurada com as duas mãos acima da cabeça, com
os braços ligeiramente flexionados e os cotovelos apontados para frente (Figura 27). As pernas devem
estar em afastamento anteroposterior. Ao lançar a bola, o aluno/jogador deve estender ligeiramente os
braços para cima e terminar o movimento com uma rotação dos punhos para fora. Pode‑se auxiliar o
movimento levando uma das pernas à frente (Figura 28). A bola segue uma trajetória reta e deve ser
lançada um pouco acima da cabeça do companheiro que irá recebê‑la.
48
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Figura 27 – Início do passe Figura 28 – Finalização do passe

Erros comuns

• Segurar a bola atrás da cabeça.

• Abaixar os braços ao final do passe.

Passe com uma das mãos à altura do ombro: esse passe também pode ser chamado de
baseball, por sua semelhança com o arremesso da bola que é utilizado para atingir longas distâncias,
principalmente em jogadas de contra‑ataque. A bola é segurada com as duas mãos e levada à
altura do ombro, ao lado da cabeça. O braço e o antebraço do passe formam um ângulo de 90
graus, ficando o primeiro paralelo ao solo. O cotovelo deve apontar para fora e para a lateral. Nesse
momento, a mão do passe é colocada na parte posterior da bola e a outra mão se apoia na parte
lateral (Figura 29).

No momento do lançamento da bola, a mão de apoio é retirada, o braço e o antebraço são


estendidos à frente, ligeiramente para cima, e flexiona‑se o punho da mão de passe. As pernas são
afastadas no plano anteroposterior e, da mesma forma que em outros passes, pode‑se auxiliar o
movimento com uma passada à frente. A trajetória da bola poderá ser reta ou parabólica, de acordo
com a situação.

49
Unidade I

Figura 29 – Início do movimento do passe sobre o ombro

Erros comuns

• Colocar à frente a perna correspondente à mão do passe.

• Estender o braço lateralmente.

• Posicionar o braço muito próximo ao corpo.

• Levar a bola para trás da linha do ombro.

• Segurar a bola somente com uma das mãos, não lhe dando o necessário apoio e proteção.

3.4.2.2 Passes com uma das mãos

Como falamos no início, apenas citaremos os passes executados com uma das mãos devido ao
seu alto grau de exigência e pouca utilização na fase de iniciação e treinamento. Esses passes são
executados em situações especiais por jogadores especiais, ou seja, jogadores que possuem uma grande
percepção de tudo o que está acontecendo à sua volta e podem, em fração de segundos, decidir pela
adoção de um dos passes a seguir.

Passe na altura do peito com uma das mãos: passe que vem sendo executado atualmente pelos
armadores, pois se caracteriza por ser um passe rápido, tendo como objetivo lançar a um jogador que
está se infiltrando ou em posição de arremesso e pegar a defesa em momento de desatenção.

50
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Passe por trás das costas: esse passe é geralmente utilizado no jogo pelos armadores e alas, e tem
como objetivo causar um efeito surpresa nos adversários, pois o jogador na maioria das vezes estará
driblando em velocidade e, em dado momento, visualizando um companheiro desmarcado, realiza o
passe, deixando seu defensor vencido.

Passe por trás da cabeça: um tipo de passe muito utilizado pelos pivôs para servir jogadores que
se infiltram no garrafão adversário.

3.4.3 Brincadeiras e jogos (método global)

Caça à pantera: grupos de 10 alunos com uma bola e um deles sendo a pantera. Ao comando, a
pantera deverá fugir dentro de um espaço pré‑determinado, e os caçadores deverão pegá‑la, passando
a bola entre si até conseguir tocar a bola na pantera. Os alunos só poderão se deslocar quando não
tiverem a posse da bola. O aluno que tocou a pantera com a bola passará a ser a pantera. Pode‑se
aumentar o espaço e o número de pessoas conforme a aprendizagem do grupo.

Objetivo: vivenciar o passe de peito e desenvolver a percepção espaço‑temporal.

Jogo dos passes: formam‑se duas equipes de cinco alunos espalhados na metade da quadra; o
objetivo de cada equipe é fazer com que a bola passe nas mãos de todos os integrantes da equipe para
assim marcar um ponto. A equipe adversária tentará interceptar o passe para conseguir a posse da bola.

Regras: a equipe perderá a posse da bola se deixá‑la cair no chão ou se, no ato da recepção, utilizar
o drible ou caminhar com a bola na mão. Permanecerá com a posse da bola se a equipe defensora
agarrar, empurrar ou tirar a bola à força.

Objetivo: capacidades táticas, trabalho coletivo e utilização de diferentes passes.

Estafetas: grupos de 12 alunos dispostos metade no meio da quadra e a outra metade na linha
de fundo da linha de voleibol; um aluno entre esses dois grupos segurando um arco ao lado corpo. Ao
comando do professor/técnico, os alunos deverão passar a bola com uma das mãos para o colega que
está a sua frente, este deverá passar pelo arco antes de a bola chegar às mãos do colega. A bola não
poderá tocar o arco, e o colega não poderá deixar a bola cair no chão.

A mesma formação do exercício anterior, utilizando o passe com as duas mãos.

Atenção: sempre trocar o aluno que está no meio segurando o arco.

Objetivo: precisão, recepção, passe de peito e com uma das mãos.

Basquetebol alemão: (2x2, 3x3, 4x4, 5x5) para turmas de treinamento.

Jogam três equipes ao mesmo tempo na quadra oficial de basquetebol. Enquanto a equipe A joga
contra a equipe B, a equipe C aguarda no outro garrafão da quadra. Se a equipe de posse de bola fizer
51
Unidade I

cesta, a equipe que estava defendendo permanece na defesa, enquanto a equipe que converteu a cesta
vai atacar a outra; se a equipe que está no ataque errar o arremesso, deverá então permanecer na defesa,
trocando de função com a equipe que estava defendendo. A equipe que estava defendendo fica com a
posse de bola e vai atacar a equipe que está aguardando no outro lado da quadra. Toda movimentação
sem poder driblar e sem a infração das regras do basquetebol (sem drible quadra toda ou meia quadra
ou um terço de quadra).

Objetivo: controle corporal, percepção de espaços, execução de passes variados e desenvolvimento


de táticas coletivas.

3.4.4 Sequência pedagógica

Posição inicial: em duplas, trios, quartetos, com uma bola, dispostos um de frente para outro e
espalhados pelo espaço. Os exercícios começaram sempre parados.

Orientações: colocar uma perna na frente da outra, estender os braços, abrir os cotovelos, manter
as mãos na frente do corpo para recepção.

• Executar o passe de peito parado.

• Executar o passe picado (traçar um ponto imaginário entre a dupla para picar o passe; pequena
inclinação do tronco).

• Executar o passe sobre a cabeça (pés paralelos; trajetória reta na altura da testa do companheiro,
cotovelos fechados).

• Executar o passe sobre o ombro (extensão total do braço com pequena flexão do punho; inclinação
do tronco e transferência de peso para a perna da frente).

• Passe de peito e picado em movimento (de uma lateral a outra).

• Idem ao anterior, quem corre de costas coloca a bola no chão.

• Podem‑se colocar duas bolas e misturar os passes executando de forma sincronizada. Ex.: um
passe de peito e o outro picado ou passe de ombro com o braço direito/esquerdo.

• Para cada tipo de passe será determinado um número (1 – passe de peito, e assim por diante), os
alunos deverão corresponder imediatamente a cada comando sem parar o movimento. Sempre
que o aluno efetuar o passe deverá se deslocar para o outro lado.

• Três colunas de alunos no final da quadra; os alunos trocarão passes entre si formando
uma figura oito, ou seja, cada um que passar a bola se deslocará por trás do companheiro
que a recebeu.

52
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

• Três colunas de alunos no final da quadra; os alunos trocarão passes entre si do início ao final da
quadra, na maior velocidade possível, realizando o mínimo de passes.

3.5 Arremesso

O arremesso é um fundamento de ataque com bola, realizado com o objetivo de conseguir a cesta.

Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que o arremesso é o fundamento mais importante,
mais plástico, mais técnico e o que exige maior grau de precisão e concentração por parte de seus
executantes. Além disso, esse fundamento necessita de um tempo maior de dedicação por parte dos
praticantes de basquetebol.

3.5.1 Tipos de arremessos

Assim como o passe, existem também vários tipos de arremessos que são considerados clássicos por
serem os mais utilizados durante um jogo ou porque, em algum momento da história do basquetebol,
tiveram certa relevância.

A seguir os tipos de arremessos:

• bandeja;

• arremesso com uma das mãos;

• jump;

• gancho;

• enterrada.

A posição do atacante e as características do adversário, bem como a velocidade de deslocamento,


e as características e a localização do arremessador na quadra, são alguns dos fatores que levarão o
jogador a optar pelo tipo de arremesso que deverá ser realizado.

Um dos exemplos da evolução técnica do arremesso é o jump, desenvolvido para atender à


necessidade de alcançar uma posição de finalização mais alta possível em relação aos defensores que
foram naturalmente dificultando as ações de arremessos à cesta anteriormente desenvolvidas, dentre
elas o arremesso de peito com as duas mãos e, posteriormente, com uma das mãos.

Daremos mais ênfase aos arremessos em bandeja e com umas mãos, pois entendemos serem os
arremessos mais executados na fase de iniciação e treinamento do basquetebol. Os outros arremessos
serão apenas citados.

53
Unidade I

3.5.1.1 Bandeja

É um tipo de arremesso executado quando o atacante se encontra em deslocamento e nas


proximidades da cesta adversária. A bandeja se caracteriza pela execução de dois tempos rítmicos e
impulsão numa só perna. O atacante que irá arremessar se desloca em direção à cesta com ou sem a
posse de bola.

Também é considerado o arremesso mais complexo e difícil de ser ensinado, pois exige muita
coordenação motora, boa habilidade técnica e certa dose de ousadia, por ser um arremesso que tem
como característica principal a finalização em velocidade muito próximo à cesta.

Situações mais comuns em que ocorre o arremesso em bandeja:

• finalização de contra‑ataque;

• jogador com a posse da bola dribla o adversário e infiltra-se no garrafão, executando o arremesso
em bandeja;

• jogador infiltra-se no garrafão sem a posse da bola, a recebe e faz o arremesso em bandeja.

Observação

A bandeja pode ser realizada diagonalmente, tanto pelo lado direito


quanto pelo lado esquerdo, utilizando, de preferência, o auxílio da tabela,
mas também pode ser realizada pelo centro do garrafão. Nesse caso,
geralmente a bola é lançada diretamente ao cesto sem o auxílio da tabela.

Bandeja com a posse da bola: ao se aproximar da cesta com o fundamento drible e numa
região que varia conforme a amplitude de sua passada, o atacante segura a bola com o pé direito
à frente (1º tempo rítmico, ilustrado na Figura 30) e executa um passo à frente com a perna
esquerda (2º tempo rítmico, ilustrado na Figura 31) preparando‑se para a impulsão. Esta é dada
com a perna esquerda, elevando‑se o joelho da perna direita à frente para ajudar no salto e no
equilíbrio do corpo.

Durante a fase aérea, a perna esquerda será mantida estendida. Simultaneamente, o atacante
deverá colocar a mão de arremesso (no caso, a direita) atrás e um pouco embaixo da bola, deixando
a esquerda posicionada lateralmente e dando‑lhe o necessário apoio (ilustrado na Figura 32). O braço
e o antebraço de arremesso formarão entre si um ângulo de 90 graus, com o cotovelo apontando
para a cesta. Quando estiver no ponto mais alto do salto, o atacante deverá realizar o movimento de
arremesso, estendendo o braço correspondente em direção à cesta. Ao final do movimento de braço,
o atacante realiza uma flexão do punho, dando à bola uma rotação contrária à sua trajetória. Após o
arremesso, o atacante deverá retomar sua posição no solo, amortecendo equilibradamente a queda
com os dois pés.
54
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Arremesso em bandeja com a posse de bola pelo lado direito:

Figura 30 Figura 31 Figura 32

Bandeja sem a posse da bola: quando o atacante se aproxima da cesta sem a posse de bola deverá
recebê‑la com a perna direita à frente (1º tempo rítmico), no caso da bandeja pelo lado direito. A partir
daí, o movimento terá a mesma descrição da bandeja com a posse de bola.

Erros comuns

Os erros mais comuns na execução da bandeja são:

• não calcular corretamente o local de impulsão, colocando‑se muito distante ou muito


próximo à cesta;

• executar mais do que dois tempos rítmicos, cometendo uma violação (andada);

• flexionar a perna de impulsão na fase aérea;

• em função da velocidade de seu deslocamento, arremessar a bola com muita força;

• não olhar para a cesta no momento do arremesso;

• não coordenar o movimento do arremesso (arremessar com a mão direita e elevar o joelho da
perna esquerda);

• executar a queda numa só perna e muito distante do local de impulsão.

55
Unidade I

3.5.1.2 Exercícios educativos (método global)

Por ser um fundamento condicionante e que exige uma coordenação motora bem aprimorada, o
método global passa a não ter muito êxito para o ensino/aprendizado. Recomenda‑se, a partir desse
fundamento, o ensino por meio do método analítico.

Atividades lúdicas

Estafetas: colunas duplas umas de frente para outra:

a) Utilizando as passadas da bandeja sem bola.

b) Utilizando o drible, as passadas e o lançamento para o colega da frente.

c) Utilizando o passe de peito, 2 tempos rítmicos D/E e drible.

d) Utilizando o drible alto, 2 tempos rítmicos D/E, arremesso e rebote defensivo.

3.5.1.3 Sequência pedagógica (método analítico)

Posição inicial: formam‑se pequenas colunas na linha lateral da quadra de voleibol; os movimentos
serão executados de uma lateral a outra.

Orientações do professor/técnico: estender o braço e flexionar o punho, colocar a bola no


quadrado da tabela, o ponto de referência para as passadas é próximo do garrafão, olhar para frente,
não parar de correr, diminuir o ritmo do movimento até assimilar corretamente a bandeja, não jogar a
bola com força na tabela.

• Exercício coordenativo de elevação dos joelhos a cada dois passos, tocando a mão correspondente
à perna de elevação (direita e volta com a esquerda).

• Salto com elevação do joelho (direito/esquerdo) e queda com os dois pés.

• Executar as duas passadas, salto e queda nos dois pés (direito/esquerdo).

• Idem ao anterior, saltando mais alto imaginando tocar algum alvo (varal, arco, tabela), provocando
a extensão do braço executor da bandeja.

• Colocam‑se dois arcos no meio do percurso; correr e dar um passo em cada arco sem quebrar o
ritmo da corrida (direito‑esquerdo e esquerdo‑direito).

• Drible até os arcos, passadas e lançamento da bola para cima com a mão correspondente à perna,
tentando estender o braço.

56
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

• Utilizando a tabela, formar duas colunas na diagonal direita e esquerda sem bola; executar
a corrida, o movimento de passadas e o salto, tentando encostar a mão na tabela de forma
alternada (um de cada lado da coluna).

• Duas colunas próximas do garrafão, sendo a coluna com bola do lado da linha lateral do
basquetebol; sem drible, executar as passadas e o arremesso na tabela, a coluna sem bola
acompanha o movimento e pega o rebote.

• Idem ao anterior, saindo da linha de três pontos, acrescentando o drible.

• Variação do exercício anterior: duas colunas, sendo uma do lado direito com bola e uma do lado
esquerdo sem bola; executa‑se o movimento em diagonal e finaliza‑se cruzando.

• Uma coluna na linha de três pontos com bola e outra dentro do garrafão no sentido transversal
(de frente para lateral da quadra); executa‑se o passe peito e desloca‑se para receber a bola dentro
do garrafão. O aluno/jogador que recebeu o passe deverá estender o braço à frente, apoiando a
bola para que o companheiro a recupere para executar o arremesso em badeja.

3.5.1.4 Arremesso com uma das mãos

É um tipo de arremesso básico para a execução da bandeja e do jump. Atualmente é a forma mais
simples de arremessar, pois oferece menos dificuldade em sua execução.

Situações mais comuns em que ocorre o arremesso com uma das mãos:

• em situações de lance livre;

• quando o arremessador não sofre marcação próxima.

Descrição técnica do movimento:

Fase de preparação

• Pernas afastadas na largura dos ombros em posição anteroposterior (pé direito ligeiramente à frente).

• Olhar para a cesta.

• Pontas dos pés voltadas para frente.

• Joelhos semiflexionados.

• Mão do arremesso atrás da bola, dedos abertos e relaxados.

• Mão de apoio ao lado da bola.

• Cotovelo flexionado e paralelo ao solo formando um ângulo de 90º.

57
Unidade I

Fase de execução

• Olhar para a cesta.

• Estender, simultaneamente, joelhos e cotovelos.

• Flexão do punho à frente.

• Mão de apoio na bola até soltá‑la.

Fase de finalização

• Olhar a cesta.

• Braço do arremesso estendido à frente.

• Dedos apontados para a cesta.

• Palma da mão para baixo.

• Mão de apoio para cima.

Exemplo de arremesso com uma das mãos em situação de lance livre:

Figura 33 – Fase de preparação Figura 34 – Fase de finalização

58
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Erros comuns

• Colocar à frente a perna contrária ao braço de arremesso.

• Encostar a palma da mão na bola.

• Não direcionar as pontas dos pés para o cesto.

• Não semiflexionar as pernas para iniciar o arremesso.

• Colocar a bola atrás da cabeça ou em uma posição que dificulte a visão da cesta.

• Não manter o braço de arremesso paralelo ao solo.

• Estender somente o antebraço, imprimindo uma alavanca inadequada ao movimento.

• Não apontar o cotovelo para a cesta.

• Não olhar para a cesta.

• Não flexionar o punho ao final do movimento.

• Não dar à bola uma trajetória parabólica.

Exercícios

Posição inicial para o molde do arremesso: dois bancos suecos (ou cadeiras) colocados paralelamente,
um na linha lateral do basquete e outro na do vôlei, cada dois com uma bola, sentados de frente um
para o outro.

• No molde do arremesso, com o braço forte, se executa o movimento de extensão do cotovelo e


flexão do punho com a bola fazendo um percurso de uma parábola, fazendo o arremesso para
o companheiro.

• Idem ao anterior juntamente com o braço de apoio (o professor poderá passar entre os bancos
para corrigir a parábola).

• Idem ao anterior, agora com extensão dos joelhos.

• Em duplas, próximas à cesta, fazer o arremesso completo e, ao decorrer das repetições e


automatização, ir se afastando da cesta.

59
Unidade I

Sugestão de sequência pedagógica

• Em duplas de frente um para o outro, o que está com a bola lança a bola para o alto e
ligeiramente para frente e, em seguida, dá um passo simultaneamente à queda da bola (esse
passo é com a perna contrária ao braço forte do arremesso), existe o domínio da bola e o
outro passo finalizando com os pés paralelos (o pé correspondente ao braço ligeiramente à
frente do outro), joelhos flexionados na entrada e finalização com extensão, movimento do
molde e pequeno salto.

• Idem ao anterior recebendo o passe do outro.

• Lançar a bola para si e fazer a entrada das pernas do arremesso saltando, deslocando um por vez
de uma lateral a outra.

• Em duplas, um faz repetições para a cesta do arremesso saltando e o outro auxilia pegando o rebote.

• Duas colunas embaixo da tabela com bolas, duas colunas sem bola de frente para as outras e de
frente para a cesta, é possível colocar cones para apontar o local onde receberá um passe e fará o
arremesso, quem arremessa pega o rebote.

• Idem ao anterior com drible e arremesso.

Observação

O arremesso com uma das mãos e toda a sequência pedagógica requerem


muita repetição e persistência, sendo ideal sempre começar bem próximo à tabela.

3.5.1.5 Arremesso em jump

O termo jump, de origem inglesa, significa saltar, pular. Esse tipo de arremesso é o mais utilizado
e um dos mais eficientes no basquetebol moderno. Sua principal característica é que o momento do
arremesso coincide com o movimento mais alto do salto.

O jump pode ser realizado tanto partindo de uma posição estática quanto em deslocamento.

Sua execução ocorre:

• após o atacante completar um drible ou receber um passe em condições adequadas de arremesso;

• a empunhadura das mãos na posição do arremesso e a posição do corpo deverão estar iguais às
do arremesso com uma das mãos, sendo que:

— o movimento se inicia com uma semiflexão das pernas preparando‑se para a impulsão;
60
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

— o salto deverá ser realizado em dois pés;

— quando o atacante atingir o ponto mais alto do salto, inicia‑se a extensão do braço de
arremesso;

— finaliza‑se com a flexão do punho para dar à bola uma rotação contrária à sua direção;

— a bola deve ser lançada seguindo uma trajetória parabólica;

— o braço de arremesso termina o movimento totalmente estendido e em direção à cesta;

— a queda será executada simultaneamente sobre os dois pés.

Exercícios

A sequência de exercícios para a aprendizagem do jump pode ser a mesma apresentada para o arremesso
com uma das mãos num primeiro momento, uma vez que o movimento dos braços, cotovelo e punhos são
iguais, assim como o movimento das pernas. Entretanto, será necessário, quando o movimento já estiver
bem aprimorado, completar a sequência com outros fundamentos, como drible e passe.

Não apresentaremos exercícios para esse tipo de arremesso, uma vez que entendemos que o grau
de complexidade é muito alto e seu aprendizado requer muitos anos de prática, não atendendo aos
objetivos propostos pelos autores.

Figura 35 – Arremesso em jump no momento do salto

61
Unidade I

Erros comuns

• Iniciar a extensão do braço de arremesso antes ou depois de atingir o ponto mais alto do salto.

• Não executar a queda sobre as duas pernas.

• Não manter o equilíbrio no plano vertical durante o salto.

• Podem‑se considerar também os erros citados no arremesso com uma das mãos.

Exemplo do arremesso em jump em situação de jogo atingindo o ponto mais alto para o lançamento
da bola ao cesto.

Figura 36 – Campeonato Nacional de Basquete Feminino de 2002,


jogo entre as equipes de Santo André e Unimed Americana

3.6 Rebote

É o ato de recuperar a bola após um arremesso não convertido.

O rebote é um dos únicos fundamentos do basquetebol que pode ser utilizado, tanto no ataque
como na defesa. Assim, em um jogo de basquetebol, toda vez que houver uma tentativa de arremesso,
os jogadores deverão se posicionar de tal forma que, se a cesta não for convertida, eles estarão em
condições de conseguir a posse de bola.

62
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

3.6.1 Tipos de rebote

O rebote pode ser classificado como: rebote de defesa ou defensivo e rebote de ataque ou ofensivo.

Rebote defensivo ou de defesa: é a recuperação da bola por um defensor após o arremesso


do adversário.

Fases do rebote defensivo:

• acompanhamento visual da bola: acompanhar visualmente a trajetória da bola para se colocar


adequadamente;

• bloqueio ao adversário: ao mesmo tempo, o jogador/aluno deverá se colocar entre a cesta e o


seu adversário, de frente. Não há uma distância definida para que o defensor se posicione em
relação à cesta, mas nunca deverá estar imediatamente sob ela. O bloqueio é executado com o
corpo equilibrado e preparado para absorver os choques provocados pelos contatos corporais que
ocorrem nessa fase do rebote;

• salto: sincronizar o tempo de salto com a recuperação da bola para poder tomar contato com ela
no ponto mais alto da bola. Essa pode ser considerada a fase mais difícil do rebote;

• queda: ao recuperar a bola, o defensor deverá realizar a queda de forma equilibrada (sobre os dois
pés) e protegê‑la com o corpo (principalmente com os braços, abrindo bem os cotovelos);

• finalização: com a posse de bola e no solo, o jogador terá duas alternativas: passar para um
companheiro mais bem posicionado ou driblar para uma região menos congestionada da quadra
(de preferência para as laterais).

Antes de iniciar a aprendizagem desse fundamento será necessário verificar dois gestos que são
fundamentais para o sucesso do rebote: salto e recuperação da posse da bola. A seguir exemplos de
exercícios para aperfeiçoar o salto e a recuperação da posse de bola.

63
Unidade I

Figura 37 – Salto Figura 38 – Recuperação da posse de bola

Rebote de ataque ou ofensivo: é a recuperação da bola por um atacante após arremesso


executado por um companheiro de equipe. Normalmente esse tipo de rebote tem menos êxito do
que o rebote defensivo devido à posição desfavorável em que o jogador atacante está em relação à
cesta adversária (como mostra a Figura 39) na situação de bloqueio de rebote (segunda fase do rebote
defensivo ou de defesa).

Figura 39 – Bloqueio de rebote defensivo, ilustrando a dificuldade do atacante em


conseguir a recuperação da posse da bola com relação à defesa

64
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

O atacante deverá tomar algumas atitudes para facilitar sua ação de rebote, caso o arremesso não
seja convertido:

• acompanhamento visual da bola: acompanhar visualmente a trajetória da bola para se colocar


adequadamente;

• sair do bloqueio: após visualizar a trajetória da bola o aluno/jogador deverá tentar ultrapassar o
defensor, realizando algum tipo de finta, procurando, com isso, posicionar‑se em melhor região
para a recuperação da posse da bola;

• sincronizar o salto: tendo conseguido esta vantagem, o jogador/aluno deverá ajustar o seu tempo
de salto para poder recuperar a bola no ponto mais alto possível;

• finalização: estando o jogador/aluno no ar e ciente de que dominará a bola, ele terá, então, pelos
menos cinco opções para concluir o rebote ofensivo, são elas:

— executar um “tapinha” na bola direto para a cesta;

— recuperar a bola e, ainda no alto, realizar um arremesso curto;

— recuperar a bola, cair no solo, saltar e arremessar;

— recuperar a bola, cair no solo e passar para um companheiro;

— recuperar a bola, cair no solo e sair do garrafão executando um drible.

Figura 40 – Sincronizando o salto com a recuperação da posse de bola

65
Unidade I

Figura 41 – Finalização do rebote: queda de forma equilibrada sobre


os dois pés, pernas afastadas e proteção da bola com os cotovelos abertos

Erros comuns:

• Colocar‑se muito abaixo da cesta.

• Não se colocar na região mais próxima à cesta, onde normalmente ocorrem os rebotes (dentro do garrafão).

• Não sincronizar o salto com o ressalto da bola no aro ou tabela.

• Conseguindo a posse da bola, não protegê‑la devidamente, deixando que o adversário tenha
facilidade em recuperá‑la.

Sequência pedagógica (método analítico)

Posição inicial: quatro colunas em cada tabela, sendo duas de frente e duas na lateral, na direção
do aro.

Orientações: lançar sem força a bola na tabela acima da altura do aro para provocar o salto,
deslocar‑se em direção à tabela no momento em que a bola sair das mãos; saltar no momento que a
bola tocar na tabela ou no cesto, se deslocar com relação à bola, proteger a bola após a tomada da bola;
não andar com a bola na mão no momento do passe, afastar as pernas na queda.

• Executar o deslocamento até a tabela: salto com impulsão nos dois pés, tentando tocar as duas
mãos na tabela; ao cair no solo correr em direção à coluna lateral (coluna de frente para a tabela);
ao cair no solo o aluno que está na lateral terá que correr para a outra coluna ao mesmo tempo.
66
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

• Idem ao anterior, executando dois saltos.

• Os primeiros de cada coluna de frente para a tabela estarão de costas em posição de defesa;
os segundos de cada coluna irão bater uma palma, assim os primeiros irão girar e efetuar o
mesmo movimento do item anterior de forma mais rápida. As colunas laterais executam o mesmo
movimento de corrida.

• Idem ao anterior, executando o movimento de bloqueio antes do salto.

• Colunas de frente para a tabela com bola; lança a bola na tabela; salta; pega o rebote e executa o
passe de peito para a coluna lateral que irá driblar até chegar à outra coluna.

• Os primeiros de cada coluna de frente para a tabela sem bola e de costas para o cesto em posição
de defesa; os segundos lançam a bola na tabela e assim que a bola sair das mãos do companheiro,
giram, pegam o rebote e executam o passe picado para a lateral.

• Idem ao anterior com bloqueio.

• Duas colunas de frente para a tabela, sendo apenas uma com a bola; o professor ou
qualquer aluno/jogador irá receber a bola, lançar a bola no cesto (com o objetivo de
errar). Assim que a bola sair da mão do lançador os dois alunos irão disputar o rebote,
sem completar o cesto.

• Idem ao item anterior, se posicionando na situação de lance livre.

Observação

Pode‑se desenvolver o rebote sem a utilização da tabela, com disputas de


bola nos planos alto, médio e baixo (chão) e para o movimento de bloqueio
em duplas com lançamentos para frente. O aprendizado do fundamento
rebote pode ser iniciado em planos baixo e médio sem a utilização da
tabela para introduzir de forma gradativa o contato físico, principalmente
para meninas.

4 REGRAS DO BASQUETEBOL

Neste item abordaremos algumas regras básicas do basquetebol, uma vez que as regras podem
sofrer alterações no decorrer dos tempos.

Assim, para as regras mais específicas haverá sugestão de consulta em sites especializados para
mantermos as regras em constante atualização.

67
Unidade I

Quadra de jogo

A quadra de jogo terá as dimensões de 28 m de comprimento por 15 m de largura, medida a partir


da borda interna da linha limítrofe.

As federações nacionais têm autoridade para aprovar para suas competições quadras de jogo já
existentes, com dimensões mínimas de 26 m de comprimento por quatorze 14 m de largura.

Cada equipe será constituída de:

• não mais que 12 membros aptos a jogar, incluindo o capitão;

• um técnico e, se a equipe desejar, um assistente técnico;

• no máximo cinco acompanhantes de equipe que poderão sentar no banco, com responsabilidades
especiais, como dirigente, médico, fisioterapeuta, estatístico, intérprete etc.;

• cinco jogadores de cada equipe podem estar na quadra durante o tempo de jogo e podem
ser substituídos.

Tempo de jogo, empate e períodos extras

Uma partida consistirá de quatro períodos de dez minutos.

Haverá intervalos de dois minutos entre o primeiro e o segundo períodos (primeiro tempo), entre o
terceiro e o quarto períodos (segundo tempo) e antes de cada período extra.

Haverá um intervalo de meio tempo de quinze 15 minutos.

Haverá um intervalo de jogo de vinte 20 minutos antes do horário previsto para iniciar o jogo.

Se o placar estiver empatado no final do tempo de jogo no quarto período, a partida continuará
com quantos tempos extras de cinco minutos forem necessários para desempatar.

Se uma falta for cometida junto ou imediatamente antes de soar o sinal do cronômetro para
indicar o final do tempo de jogo, qualquer lance livre deverá ser tentado antes do final do tempo
de jogo.

Se um período extra é necessário, como resultado desse(s) lance(s) livre(s), então todas as faltas
cometidas depois do final do tempo de jogo serão consideradas ocorridas durante o intervalo de jogo, e
o(s) lance(s) livre(s) será(ão) administrado(s) antes do início do período extra.

68
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Início e final de um período ou do jogo

O primeiro período começa quando a bola é legalmente tocada por um jogador envolvido na bola
ao alto.

Todos os outros períodos começam quando a bola toca ou é legalmente tocada por um jogador em
quadra depois da reposição.

O jogo não pode começar se uma das equipes não estiver em quadra com cinco jogadores prontos
para jogar.

Bola ao alto e processo de posse alternada

Uma bola ao alto ocorre quando um oficial joga a bola para cima no círculo central entre quaisquer
dois adversários no início do primeiro período.

Uma bola presa ocorre quando um ou mais jogadores adversários têm uma ou ambas as mãos na
bola de maneira que nenhum jogador possa ganhar o controle da bola sem força desnecessária.

Correr com a bola deliberadamente, chutá‑la, bloqueá‑la com qualquer parte da perna ou bater
na bola com o punho fechado configura uma violação. Mas, se a bola tocar acidentalmente qualquer
parte do membro inferior (perna ou pé) não é uma violação.

A cesta é creditada para a equipe que está atacando da seguinte maneira:

• uma cesta de um lance livre conta um ponto;

• uma cesta da área de dois pontos conta dois pontos;

• uma cesta da área de três pontos conta três pontos;

• depois que a bola tenha tocado o aro no último ou único lance livre e é legalmente tocada por um
jogador de defesa ou ataque antes de entrar na cesta, a cesta contará dois pontos.

Depois de todos os períodos – que não o primeiro ou seguido de lance livre que foi resultado de
faltas técnicas, antidesportivas ou desqualificantes –, a reposição subsequente será feita na linha central
estendida, do lado oposto da mesa de controle, independentemente de o último ou único lance livre ter
sido convertido ou não. O jogador ficará com um pé de cada lado na linha central estendida e poderá
passar a bola para um companheiro de equipe em qualquer local da quadra de jogo.

Depois de uma falta pessoal cometida por um jogador da equipe com o controle de uma bola viva
ou de uma equipe que tinha direito à reposição, a reposição subsequente deverá ser feita no local mais
próximo da infração.

69
Unidade I

O jogador que irá fazer a reposição poderá se mover lateralmente ou para trás, e a bola poderá
ser passada entre companheiros de equipe na linha de fundo ou atrás dela, mas a contagem de cinco
segundos inicia‑se quando a bola estiver à disposição do primeiro jogador fora da quadra.

Um jogador, fazendo a reposição, não poderá:

• demorar mais que cinco segundos para soltar a bola;

• pisar na quadra enquanto tiver a bola em sua(s) mão(s);

• fazer com que a bola toque fora da quadra, depois que ela tenha sido solta para a reposição;

• tocar na bola na quadra antes que ela tenha tocado outro jogador;

• fazer com que a bola entre diretamente na cesta;

• se mover mais que um metro lateralmente, nem se mover mais que em uma direção do local
designado pelo oficial antes ou enquanto está soltando a bola. Ele pode, entretanto, mover‑se
diretamente para trás da linha o quanto as circunstâncias permitirem.

Dois tempos debitados podem ser dados a cada equipe a qualquer momento do primeiro tempo;
três a qualquer momento do segundo tempo e um a qualquer momento em cada período extra.

Uma substituição é uma interrupção da partida pedida pelo substituto.

Somente um substituto tem o direito de pedir uma substituição. Ele (não o técnico ou assistente técnico)
deverá se dirigir à mesa de controle e pedir claramente por uma substituição, fazendo o sinal convencional
apropriado com as mãos ou sentando na cadeira de substituição. Ele deve estar pronto para jogar imediatamente.

Violações

Uma violação é uma infração às regras sem contato físico.

Penalidade: a bola será concedida aos adversários para uma reposição no local mais próximo do local
onde ocorreu a infração, exceto diretamente atrás da tabela, a não ser que ocorram outras situações
informadas a seguir:

1) Jogador fora da quadra e bola fora da quadra: um jogador está fora da quadra quando qualquer
parte de seu corpo toca o solo ou qualquer objeto que não um jogador, em cima, acima ou fora
da linha limítrofe.

2) Andar: movimento de pivô é um movimento legal em que o jogador que está segurando uma bola
viva em quadra dá um passo para uma ou mais direções com o mesmo pé, enquanto o outro pé,
chamado de pé de pivô, fica sempre no mesmo ponto e em contato com o piso.
70
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

3) Jogador caindo, deitado ou sentado no piso:

• É legal quando um jogador cai no piso enquanto segura a bola ou enquanto deitado ou sentado
no piso ganha o controle da bola.

• É uma violação se o jogador escorregar, rolar ou tentar levantar enquanto estiver segurando a bola.

4) Três segundos: um jogador não pode ficar na área restritiva do adversário por mais de três
segundos consecutivos enquanto sua equipe tem o controle de uma bola viva na quadra de
ataque e o cronômetro de jogo está ligado.

5) Oito segundos: a equipe que recupera a posse da bola na zona de defesa terá até oito segundos
para passar para a zona de ataque.

6) Vinte e quatro segundos: sempre que um jogador ganhar o controle de uma bola viva em quadra,
sua equipe deverá tentar um arremesso para a cesta dentro de vinte e quatro segundos.

Para constituir um arremesso para a cesta dentro dos vinte e quatro segundos:

• a bola deverá deixar a(s) mão(s) do jogador antes que o sinal do dispositivo de vinte e quatro
segundo soe;

• depois que a bola deixar a(s) mão(s) do jogador deverá tocar o aro ou entrar na cesta.

7) Bola retornada à zona de defesa (voltar à quadra): a bola vai para a zona de defesa da
equipe quando:

• ela toca a zona de defesa;

• ela toca um jogador ou um oficial que tenha parte de seu corpo em contato com a zona de defesa.

Faltas

Falta é o contato faltoso com um adversário estando a bola viva ou morta, ou seja, uma falta
é uma infração às regras, levando em consideração contato pessoal ilegal com um adversário e/ou
comportamento antidesportivo.

Um jogador não deverá segurar, bloquear, empurrar, fazer carga ou impedir a progressão de um
adversário estendendo sua mão, braço, cotovelo, ombro, quadril, perna, joelho ou pé, nem inclinando
seu corpo em uma posição “anormal” (fora de seu cilindro), nem deverá iniciar qualquer jogada violenta
ou dura.

71
Unidade I

Penalidade: uma falta pessoal será marcada contra o agressor.

Se a falta for cometida em um jogador que não está no ato do arremesso:

• a partida será reiniciada com uma reposição pela equipe não ofensiva no ponto mais próximo da infração;

• se a equipe ofensiva estiver em uma situação de penalidade de falta, então o art. 41 – Faltas de
equipe: Penalidade (FIBA, 2004b) – se aplicará.

Se a falta for cometida em um jogador no ato do arremesso, a esse jogador será concedido um
número de lances livres, como segue:

• se o arremesso para a cesta é convertido, a cesta contará, e um lance livre adicional será concedido;

• se o arremesso da área de cesta de campo de dois pontos não for convertido, dois lances livres
serão concedidos;

• se o arremesso da área de cesta de campo de três pontos não for convertido, três lances livres
serão concedidos.

Se o jogador receber a falta junto ou logo antes do sinal do cronômetro de jogo, indicando o final
do período ou, se da mesma forma, o sinal do dispositivo de vinte e quatro segundos soar enquanto
a bola estiver na(s) mão(s) do jogador e a cesta for convertida, esta não contará, e dois ou três lances
livres serão concedidos.

Falta dupla: uma falta dupla é uma situação em que dois adversários cometem faltas pessoais, um
contra o outro, aproximadamente ao mesmo tempo.

Penalidade: uma falta pessoal será marcada contra cada agressor. Nenhum lance livre será concedido.

O jogo será reiniciado:

• se uma cesta válida ou o último, ou único, lance livre forem marcados aproximadamente ao
mesmo tempo, a bola será concedida à equipe que não marcou os pontos para uma reposição a
partir da linha de fundo;

• se a equipe tinha o controle da bola ou direito a ela, a bola será concedida a esta para uma
reposição no ponto mais próximo da infração;

• se nenhuma equipe tinha controle da bola nem tinha o direito à bola, uma situação de bola ao
alto ocorre.

Uma falta antidesportiva é uma falta do jogador com contato que, no julgamento do oficial, não
é uma tentativa legítima de jogar a bola, verdadeiramente, dentro do espírito e intenções das regras.
72
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Faltas antidesportivas: devem ser interpretadas de forma consistente durante toda a partida.

O oficial deve julgar somente a ação e deverá aplicar determinados princípios:

Por exemplo:

• se o jogador não estiver fazendo nem um esforço para alcançar a bola e o contato ocorrer, é uma
falta antidesportiva;

• se um jogador, no esforço para jogar a bola, causar contato excessivo (falta dura), então o contato
será julgado como sendo antidesportivo;

• se um jogador comete uma falta enquanto faz um esforço legítimo para jogar a bola (jogada
normal), não é uma falta antidesportiva.

Penalidade: uma falta antidesportiva será marcada contra o agressor.

Lance(s) livre(s) será(ão) concedido(s) ao jogador que recebeu a falta, seguido por:

• uma reposição na linha central estendida, do lado oposto da mesa de controle;

• uma bola ao alto no círculo central para o início do primeiro período;

• o número de lances livres será como segue:

— se a falta for cometida em um jogador que não está no ato do arremesso, dois lances livres
serão concedidos;

— se a falta for cometida em um jogador no ato do arremesso, a cesta, se convertida, contará, e,


além disso, um lance livre será concedido;

— se a falta for cometida em um jogador que está no ato do arremesso que não converte a cesta,
dois ou três lances livres serão concedidos.

Falta técnica: é uma falta que não envolve contato de natureza de comportamento, mas não está
limitada a:

• desrespeitar avisos dos oficiais;

• tocar os oficiais, o comissário, os oficiais de mesa ou os componentes do banco de equipe de


forma desrespeitosa;

• comunicar‑se com os oficiais, o comissário, os oficiais de mesa ou os adversários de forma desrespeitosa;

73
Unidade I

• usar linguagem ou gestos que ofendam ou provoquem os jogadores;

• provocar um adversário ou obstruir sua visão abanando suas mãos próximas a seus olhos;

• atrasar o jogo, tocando deliberadamente a bola depois de uma cesta;

• atrasar a partida, impedindo uma reposição de ser feita imediatamente;

• cair para simular uma falta;

• pendurar-se no aro de forma que o peso do jogador seja suportado, a menos que o jogador
o segure momentaneamente depois de uma enterrada ou se, no julgamento do oficial, ele o
segurou apenas para prevenir uma lesão a si mesmo ou a outro jogador;

• interferência de trajetória ou interferência com a bola durante o último ou único lance livre por
um jogador de defesa. Um ponto será concedido para a equipe de ataque, seguido pela penalidade
da falta técnica marcada contra o jogador de defesa.

Falta técnica por um técnico, assistente técnico, substituto ou acompanhante de equipe: é


uma falta por comunicação desrespeitosa ou por tocar os oficiais, o comissário, os oficiais de mesa ou
os adversários; será uma infração de natureza administrativa ou de procedimentos.

Penalidade: se uma falta técnica é cometida:

• por um jogador, uma falta técnica será marcada contra ele como uma falta de jogador e contará
como uma das faltas de equipe;

• por um técnico (C), assistente técnico (B), substituto (B) ou acompanhante de equipe (B), uma
falta técnica será marcada contra o técnico e não contará como uma das faltas de equipe.

Dois lances livres serão concedidos aos adversários, seguidos por:

• uma reposição na linha central estendida, do lado oposto à mesa de controle;

• uma bola ao alto no círculo central no início do primeiro período.

Cinco faltas de um jogador

Um jogador que tenha cometido cinco faltas, pessoais e/ou técnicas, será informado pelo árbitro e
terá que deixar a partida imediatamente. Ele deverá ser substituído dentro de trinta segundos.

Uma falta de um jogador que tenha cometido sua quinta falta é considerada uma falta de um
jogador excluído.

74
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

Faltas de equipe (coletivas) – penalidade

Uma equipe está em situação de penalidade de falta quando cometer quatro faltas coletivas em
um período.

Todas as faltas cometidas em um intervalo de jogo serão consideradas como parte do período ou
período extra, seguinte.

Todas as faltas de equipe cometidas em um período extra serão consideradas como cometidas no
quarto período.

Oficiais, oficiais de mesa e comissário

Os oficiais são: o árbitro e um ou dois fiscais. Eles serão auxiliados pelos oficiais de mesa e
pelo comissário.

Os oficiais de mesa são: o apontador, o assistente de apontador, o cronometrista e o operador de


vinte e quatro segundos.

Um comissário sentará entre o apontador e o cronometrista. Sua função principal durante a partida
é supervisionar o trabalho dos oficiais de mesa e auxiliar o árbitro e o(s) fiscal(ais) no funcionamento
tranquilo da partida.

Os oficiais de uma partida não deverão ter relação nenhuma com as equipes em quadra.

Saiba mais

Para informações específicas sobre regras oficiais de basquetebol e suas


atualizações, recomendamos os links a seguir:

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASKETBALL (FIBA). Regras oficias de


basketball. São Paulo, 2004b. Disponível em: <http://www.fpb.com.br/downloads/
doficiais/Regras/3%20regras/regras.pdf>. Acesso em: 1º mar. 2017.

Para informações sobre todos os equipamentos a serem utilizados para


a realização de um jogo de basquetebol, recomendamos o seguinte link:

FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE BASKETBALL (FIBA). Equipamentos


de basketball. São Paulo, 2004a. Disponível em: <http://www.fpb.com.br/
downloads/doficiais/Regras/2%20equipamentos/Equipamentos.pdf>. Acesso
em: 1º mar. 2017.

75
Unidade I

Resumo

O objetivo desta unidade foi apresentar algumas perspectivas


pedagógicas que poderão ser debatidas pelo leitor na construção do
processo de ensino aprendizagem na modalidade de basquetebol como
iniciação esportiva geral.

Assim, ressaltamos que nesta fase de vivência da modalidade a


aprendizagem deve ir além do ensino dos fundamentos apresentados
e suas execuções analíticas, que serão combinadas e aplicadas em
situações de jogo, ou seja, se deve, nesse momento, direcionar
o desenvolvimento do ser humano e não do atleta precoce. Para
tanto, é preciso dar ao esporte um tratamento pedagógico, como foi
apresentado e proposto pelos autores nesta obra, permitindo o enfoque
essencialmente educativo.

Se o professor estiver com esse pensamento conseguirá, por


meio do basquetebol global, preparar seus alunos para exercitar com
ousadia e coragem as intervenções necessárias para a formação do ser
integral e fazer um jogo em que todos ganham, não pelos resultados
de placar, mas pelos significativos aprendizados presentes nas práticas
de iniciação do basquetebol.

Por conseguinte, será possível, por esse processo de ensino aprendizagem,


preparar nossas crianças, que se maravilham no ambiente de jogos, para
que se tornem adultos integrados com o mundo e, principalmente, consigo
mesmos, construindo suas histórias de vida e enfrentando os obstáculos
em sua formação durante a infância e a adolescência.

Acreditamos que dessa forma poderemos permitir que cada praticante


possa transmitir de geração para geração suas experiências e construir um
mundo melhor.

Exercícios

Questão 1. O ensino do basquetebol pode adotar dois tipos básicos de metodologia: método
analítico-sintético, caracterizado pelo aprendizado de técnicas e fundamentos por meio de exercícios
fragmentados que trabalham os movimentos de forma segmentada e por sequências pedagógicas que
vão do mais simples para o mais complexo de forma gradativa e acumulativa; método global-funcional,
que adota a prática do movimento completo e aprendizado por meio de imitação dos gestos. No caso
do basquetebol, este método é aplicado pelo jogo.

76
BASQUETEBOL: ASPECTOS PEDAGÓGICOS E APROFUNDAMENTOS

No que se refere a esses dois métodos, considere as afirmativas:

I – O método analítico favorece a repetição de movimentos estereotipados.

II – O método global estimula o aprendizado de forma lúdica por meio do jogo.

III – A metodologia sintética prevê a execução integral do movimento.

IV – O método analítico favorece o aprendizado simultâneo da técnica e da tática.

V – O método global deve ser aplicado juntamente ao método sintético visando otimizar
respectivamente as ações tática de jogo e as relações entre o aprendiz e a bola.

Assinale a alternativa com as relações corretas, considere V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

A) I-F; II-V; III-V; IV-V; V-F.

B) I-V; II-V; III-F; IV-V; V-V.

C) I-V; II-F; III-F; IV-F; V-V.

D) I-V; II-V; III-F; IV-F; V-V.

E) I-F, II-F, III-V; IV-F; V-V.

Resposta correta: alternativa D.

Análise das afirmativas

I – Afirmativa verdadeira.

Justificativa: a repetição de movimentos segmentados pode causar erro ao permitir a repetição


e a automatização de movimentos mal elaborados ou realizados de forma pouco coesa com a ação
completa que ocorre em situação de jogo.

II – Afirmativa verdadeira.

Justificativa: o aprendizado por meio do jogo é bastante motivador e atende às expectativas dos
aprendizes de exercer o jogo.

III – Afirmativa falsa.

Justificativa: a metodologia sintético-analítica prevê a segmentação dos movimentos em partes


simples que vão se compondo de forma gradual.
77
Unidade I

IV – Afirmativa falsa.

Justificativa: o método analítico prevê o aprendizado da técnica de forma isolada da tática, nele o
movimento é separado da situação de jogo.

V – Afirmativa verdadeira.

Justificativa: a aplicação alternada ou simultânea dos métodos analítico e global, permite a


otimização de suas principais qualidades e a diminuição de suas caraterísticas limitantes.

Questão 2. O basquetebol (basketball) foi desenvolvido durante o inverno de 1891, na International


Young Men’s Christian Association Training Scholl (YMCA), em português, Associação Cristã de Moços
(ACM), atualmente Springfield College em Massachussets, EUA. Seu criador foi o canadense James
Naismith, que fora atleta de grande destaque em Montreal e convidado a ministrar uma palestra sobre
Psicologia na ACM. A respeito da criação do basquetebol, é incorreto afirmar que:

A) Foi desenvolvido a partir da necessidade de criação de uma prática esportiva adequada a ambientes
fechados devido aos rigorosos invernos da região de Massachussets.

B) Foi encomendado pela direção da ACM de Springfield Massachussets com as seguintes restrições:
deveria ser uma modalidade que pudesse comportar um grande número de jogadores; ser
adaptável a qualquer espaço; não fosse muito violento.

C) O basketball não teve boa aceitação nos Estados Unidos, somente ganhando popularidade em
1915, muitos anos após sua criação.

D) A quadra improvisada era o ginásio onde se praticava calistenia, duas cestas de pêssegos foram
colocadas a uma altura de 10 pés (3,05 m), o objetivo era arremessar a bola nesta cesta.

E) Para criar o basquetebol, Naismith se inspirou em um jogo de sua infância, no Canadá, chamado
Pato no Rochedo, em que os jogadores tinham que jogar pedras no alto de um rochedo.

Resolução desta questão na plataforma.

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