A População Da Europa Nos Séculos XVII e XVIII
A População Da Europa Nos Séculos XVII e XVIII
A População Da Europa Nos Séculos XVII e XVIII
crescimento
A evolução demográfica da Época Moderna é marcada por uma oscilação
permanente até à década de 40 do século XVIII:
Retrocesso ou A partir da
Crescimento década de 40
demográfico estagnação demográfica
(conforme as regiôes, Crescimento
disparidades regionais) demográfico
contínuo
Economia pré-industrial
Larga base agrícola – subsistências limitadas
Evolução tecnológica lenta (utensílios rudimentares e
técnicas antigas)
Século XVII
o Fomes: arrefecimento climático que condicionou a produtividade agrícola
o Epidemias: como consequência da fome que debilitava o sistema imunitário
o Guerras: Guerra dos Trinta Anos
o Economia pré-industrial
Século XVIII – Regime Demográfico Novo
o A partir de 1740, inicia-se um período de crescimento longo e continuado
o Diminuição da mortalidade
o Natalidade mantém-se elevada
o Aumento da esperança média de vida
o Causas
Inovações da agricultura
Progressos da indústria
Conquistas da medicina (como a descoberta da vacina contra a varíola; a
prática médica ganha terreno, como no campo da obstetrícia com a
formação de parteiras)
Melhoria das condições de higiene
Clima favorável que se traduziu em anos de boas colheitas e dificultou a
propagação de epidemias
Alto clero
Reunia os filhos segundos da nobreza e um conjunto de cardeais,
arcebispos, bispos e seus séquitos, bem como os abades dos mosteiros
mais ricos.
Viviam rodeados de luxo e recebiam uma educação esmerada, podendo,
assim, desempenhar cargos na administração e na corte.
Baixo clero
Reunia pessoas do campo (membros do Terceiro Estado)
Competia-lhes oficiar os serviços religiosos e orientar espiritualmente
os paroquianos e, também, as escolas locais
Eram apenas ensinados a dizer a missa em latim nos seminários
Clero regular
Aquele que está sujeito à regra de uma ordem religiosa
Os seus membros vivem em conventos ou mosteiros
Reunia os abades (alto clero) e os frades (baixo clero)
O seu número não deixou de aumentar na Península Ibérica, apesar de a
sua importância ter vindo a diminuir na Europa em comparação com a
Idade Média.
Clero secular
Em contacto direto com a população
Cardeais, bispos, arcebispos (alto clero); párocos (baixo clero)
o O Terceiro Estado
Ordem mais heterógena (reúne tanto membros mais ricos e formados como
membros que podem vegetar na miséria extrema)
Topo Burguesia (elite do Terceiro Estado dividida em grupos
hierarquicamente ordenados):
Burguesia administrativa (Homens de letras)
Burguesia financeira ou comercial (mercadores ou financeiros)
Os que desempenhavam ofícios superiores (boticário, ourives,
joalheiro que estão mais ligados à atividade mercantil do que ao
trabalho manual)
Povo
Camponeses (Lavradores) com terra própria ou de renda
Artesãos (os que desempenham ofícios mecânicos)
Assalariados (trabalhadores de jornada)
Mendigos, vagabundos e indigentes
Todos os elementos do povo pagam impostos e, salvo algumas exceções,
vivem do seu trabalho
Terceiro Estado: 96%; Camponeses: 80%
o A mobilidade social
Muito reduzida, pois o critério de diferenciação social assenta no
nascimento
Transição de indivíduos de um para outro estrato social (ascendente ou
descendente)
Iremos assistir à ascensão do Terceiro Estado e à decadência dos critérios
sociais baseados no nascimento.
Foi o dinheiro que conduziu a burguesia ao topo:
Possuidora de grandes fortunas, procurava meios para eliminar o
estigma que pesava sobre os novos-ricos e, consequentemente, conseguir
ascender socialmente e adquirir títulos e privilégios reservados à
nobreza.
Vias de mobilidade social:
Estudos / conhecimento
Dedicação aos cargos do Estado
Casamento (com filhas da velha nobreza)
Lucros do grande comércio (dinheiro), riqueza
Incapaz de resistir à atração que lhe despertavam as grandes fortunas da
burguesia, a velha nobreza casava filhos e filhas com membros da burguesia
com o objetivo de recuperar as suas finanças arruinadas.
Assim, foi a diferente postura perante a vida e a sociedade que ditaram o
percurso da nobreza e da burguesia:
Nobreza: agarrada aos privilégios antigos, negligenciando o
conhecimento e empobrecendo, foi lentamente decaindo
Burguesia: assume uma postura combativa e dinâmica, alicerçada no
conhecimento e no trabalho, o que lhe abriu as portas à ascensão social
e ao poder.
O absolutismo régio
o O rei é representado como o vértice da hierarquia social
o Séculos XVII e XVIII: auge da centralização do poder (D. Luís XIV)
o Marcado pela autoridade absoluta do rei, sendo lhe atribuídos todos os
poderes e responsabilidades do Estado
o A legitimidade do seu poder supremo encontrava-se na vontade de Deus, ou
seja, foi Deus que escolheu os reis como seus representantes na Terra.
o O exercício da autoridade
O rei concentra em si todo o poder do Estado: ele legisla, executa e julga.
Apesar de, na teoria, o rei estar obrigado a respeitar o direito natural e
consuetudinário, não existia qualquer órgão político que controlasse a
atuação régia. Assim, o seu poder era, na prática, absoluto e ilimitado.
O rei tomou o lugar do Estado, identificando-se com ele.
O rei dispensava o auxílio de outros órgãos políticos, dado que as suas ações
eram legitimadas por si próprias.
As Cortes/Estados Gerais deixam de ser convocados, mas não são abolidos,
visto que poderia ser considerado uma afronta ao direito consuetudinário e
aos privilégios estabelecidos que ao rei cabia preservar.
O rei torna-se, assim, o garante da ordem social estabelecida, cabe-lhe
manter a ordem, a justiça e os privilégios estabelecidos. Qualquer atropelo
às leis fundamentais era olhado com desagrado.