01 - Rough and Rowdy (Rev-PL)

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Tradução: Dynha, Gabi Novaes, Paula dsf, R.

Mendes, Loren L.

Revisão: Alice Grey, Debora B., Syn Loker, Bruna

Formatação: Lola

Leitura Final: Milena Calegari, Edilene

Verificação: Mirela Consani, Sisley


Kentlee Johnson, sempre foi uma menina doce e

com boas intenções e sonhos simples.

Pierce "Fury" Duhart é um fora da lei, nascido e

criado para ser o Presidente dos Notorious Devils.

Quando um encontro fortuito os deixa cara a cara,

Kentlee sabe que se envolver com o presidente do Clube

de motoqueiros da cidade não é uma escolha sábia.

Mas Fury sabe o que quer e Kentlee é o que ele

deseja.

Deixando de lado suas inibições por uma noite,

Kentlee se rende aos avanços do grande e mau

motoqueiro. Ela só não sabia que Fury só precisaria de

uma noite para virar seu mundo de cabeça para baixo.

*** Recomendado para 18+ devido ao conteúdo


sexual, linguagem de adultos e violência.
Kentlee
Eu respirei fundo, frustração me prendendo do lado de
fora da loja. Não quero entrar. Eu sei o que me espera, e não
é nada bom. Não é bom para minha sanidade, minha
autoconfiança e certamente não vai ser bom hoje à noite,
quando vou estar, sem dúvida nenhuma, chorando em cima
de um litro de sorvete.

No entanto é algo que eu tenho que fazer. Por Brentlee,


minha única irmã. Minha irmã mais nova. Quatro anos mais
nova que eu, apenas 19 anos de idade e ela vai se casar.
Sinto-me como uma solteirona ao lado dela, mesmo que eu
tenha apenas vinte e três anos.

Suspiro e coloco um sorriso no rosto abro a porta da


loja. Imediatamente noto que todas as bruxas estão
presentes.
— Você está atrasada. — Minha mãe me repreende
assim que entro.

— Nós esperamos uma eternidade. Brentlee insistiu em


esperar por você. — Missy, a melhor amiga e futura cunhada
da minha irmã ressalta. Ela cruza os braços sobre o peito.

— Eu estava trabalhando — ofereço um sorriso como


pedido de desculpas. Embora, eu não esteja nem um pouco
arrependida.

Elas sabiam que eu tinha que trabalhar hoje. Tive sorte


de ter conseguido sair cedo, precisei pedir ao meu chefe dias
antes, para poder sair.

Sou recepcionista em um escritório imobiliário. Estou


sempre com os imóveis que outros não querem mostrar, os
que dão lucro a empresa, mas nenhuma comissão para os
corretores.

— Trabalhando? Você precisa de um homem. — Finjo


que não escuto minha mãe, mas interiormente reviro meus
olhos.

— Nunca vou trabalhar. É inútil. Quero um marido que


cuide de mim do jeito que mereço — diz Missy.

Minha mãe acaricia sua coxa com um sorriso.

Se Missy encontrasse um homem que a tratasse como


realmente merece, ela seria encontrada boiando em algum rio
qualquer.

Minha mãe casou com meu pai, um médico e deixou o


emprego no dia seguinte. Em seguida teve meu irmão, quatro
anos depois eu nasci e depois a minha irmã, quatro anos
depois de mim, assegurando seu papel como mãe coruja,
esposa e dona-de-casa.

Quando chegamos a idade escolar, eu não acho que


meu pai poderia funcionar sem ela cuidando de tudo,
incluindo ele. Papai nunca tocou no assunto de trabalho com
minha mãe. Era esperado o mesmo de mim e minha irmã,
nos casarmos com um homem que cuidasse de nós. Meu
irmão, por sua vez, já está fazendo sua residência médica,
seguindo os passos de nosso pai.

Verdade seja dita, eu não me importaria de ser mãe e


dona-de-casa se a oportunidade se apresentasse, mas não
vou sair à procura de um cara rico, apenas para realizar esse
sonho. Quero encontrar alguém, apaixonar-me e em seguida,
me casar.

O problema é que não gosto de sair, fazendo com que


seja quase impossível conhecer alguém. Meus dois
relacionamentos anteriores foram um grande fracasso. Ainda
estou lambendo minhas feridas do último. Eu me fechei para
o mundo do namoro depois dele.

— Jason e eu rompemos há pouco tempo, mãe — eu


digo.

Ela balança a cabeça.

— Isso foi há meses e ele era um perdedor. Você precisa


perguntar a Scotty se tem algum primo para te apresentar —
diz ela com uma piscadela. Eu torço meu nariz.
— Nossa família é cheia de empresários bem-sucedidos.
Honestamente, eu não sei se você é o tipo deles. — Missy
zomba.

Minha mãe finge não ouvir.

Scotty é o noivo de minha irmã e me faz querer vomitar.


À primeira vista, ele é simplesmente perfeito, perfeito demais.
Seu cabelo, seu sorriso, suas maneiras e o fato de que ele
está se preparando para se tornar um advogado.

Na realidade, Scotty só parece perfeito. Quando me


abraça, fica mais tempo do que o necessário olha para os
meus seios em todas as oportunidades e sempre, sempre
diminui Brentlee, de modo que ela se esforce para ser ainda
melhor do que era antes. Ele me deu arrepios desde o
primeiro dia, é manipulador e francamente, um idiota.

Scotty é nove anos mais velho que ela, não que a coisa
da idade me incomodasse. É que Brentlee é jovem, bonita e
deveria estar se divertindo em vez de se contentar com um
casamento com esse imbecil. Brentlee, para mim é a perfeição
personificada. Juntos, eles parecem com robôs perfeitos,
projetados em um laboratório ou algo assim. Só sinto que tem
alguma coisa errada. Sempre teve.

— Vestido número um. — A voz de Brentlee ecoou pela


loja e todos nós viramos para vê-la andar pela sala com um
vestido de casamento em seu corpo esbelto.

— É tão lindo — todo mundo fala.


Tenho que admitir é muito bonito. Mangas compridas de
renda, um corpete terminando em uma gola alta. Ele é
perfeito para minha irmã.

— Kentlee, o que você acha? — ela pergunta olhando


para cima através de seus longos cílios.

Brentlee e eu somos noite e dia. Brentlee tem o cabelo


longo e escuro. Ela é alta magra, sua pele é morena os olhos
castanhos. No geral se parece muito com nosso pai, com suas
raízes italianas.

Eu, porém, sou pequena e cheia de curvas, com bunda e


seios grandes demais. Infelizmente, não consigo abandonar o
sorvete, por isso, a bunda e peitos serão eternos. Mantenho
meu cabelo longo, na altura do meu quadril e sou
naturalmente loura, como nossa mãe, com a pele pálida.
Meus olhos são de um azul profundo, quase preto.

A maioria das pessoas nem sequer acredita que somos


parentes, quanto mais irmãs.

— Acho que você está muito elegante, Brent. É lindo —


Admito.

Estou sendo sincera, mas ela poderia usar um saco de


lixo e ainda estaria linda. Vestido faria os homens ficarem de
joelhos e as mulheres morrerem de inveja.

— É isso. Scotty vai amá-lo — ela comemora.

Minha mãe e Missy comemoram também. Sorrio


educadamente e espero até que eu possa sair. Não me sinto
tão eufórica quanto elas e de qualquer forma, não sou uma
pessoa de extravasar.

— Ok, Kent, não esqueça que sábado é a reunião com as


damas de honra. Vão ser apenas as madrinhas e a noiva,
dançando e bebendo alguns drinques. Nós vamos planejar as
despedidas de solteiro e de solteira. E falar sobre o meu chá
de panela.

Tento não revirar os olhos. Eu mereço a porra de uma


medalha.

— Sábado à noite, ok. Estarei lá — aceno, marcando a


data no calendário do meu telefone. Embora, eu não esteja
muito certa do por que. Não é como se tivesse uma vida social
agitada, para não dizer nula.

— Tente não se vestir como uma mendiga, por favor —


Missy se intromete.

Peço a Deus para me dar paciência, antes que


começasse a bater nesta pequena cadela.

— Legal — Brentlee sorri, ignorando sua amiga. Eu


sorrio de volta para ela.

Depois de tirar o vestido, ela vem na minha direção e


começa a falar em um tom baixo.

— Você realmente não está chateada por não ser minha


dama de honra? — ela me pergunta pela décima quinta vez.

Sinceramente, Brentlee me surpreendeu quando deu a


notícia de que eu não seria sua dama de honra e sim a irmã
de Scotty. Feriu meus sentimentos que ela não me quisesse
ao seu lado, ajudando a planejar o casamento. Porém, eu
entendi. Missy não é apenas a melhor amiga dela, mas sua
futura cunhada.

Brentlee e eu costumávamos ser melhores amigas. Mas


no colegial, ela floresceu, se tornou uma das garotas mais
populares e tinha um bando inteiro de amigas, enquanto me
tornei uma pessoa solitária. Eu tinha amigos e até
namorados, mas não me sentia bem no meio de uma
multidão. Brentlee era a líder das meninas populares, mesmo
quando era caloura. A irmã de Scotty foi sua companheira
desde os quatorzes anos de idade, então eu não estava
realmente chocada que ela tivesse cobiçado o título de dama
de honra. No entanto, doeu.

— Você é amiga de Missy desde que tinha quatorze anos


e vai se casar com o irmão dela. Está tudo bem, Brent —
digo, colocando um sorriso falso no meu rosto. Ela me dá um
sorriso verdadeiro em troca.

Depois de uma hora de conversa sobre o casamento e


das exigências da minha mãe, estou finalmente livre. Quase
corro pela rua em direção ao meu carro, de tão feliz. Mas
estou com minha roupa de trabalho, uma saia lápis preta,
blusa de cetim e salto alto preto, então decido andar o mais
rápido que posso nas circunstâncias em que me encontro.

Ouço um estrondo. Então, de repente, sinto como se um


milhão de abelhas estivesse me cercando. Deixo escapar um
suspiro, meus olhos se arregalando, enquanto vejo várias
motocicletas estacionarem ao lado do meu pequeno Camaro
conversível preto.

Meu Camaro é a razão pela qual trabalho nos fins de


semana para uma empresa imobiliária, bem como várias
noites por semana, mostrando locações no lugar do meu
chefe. Ele odeia mostrar casas e eu preciso pagar meu lindo
conversível. É um acordo bom para os dois.

— Belo carro. — Uma voz rouca se sobressai no meio


dos burburinhos ao meu lado, enquanto tento abrir a porta
rapidamente e entrar no meu carro sem ser notada.

— Obrigada — murmuro, olhando para cima e


simultaneamente, perdendo o fôlego.

O homem por trás da voz sexy é... Bem... O homem mais


sexy que já vi. Ele é alto, com braços enormes cruzados sobre
o peito. O tamanho do seu bíceps me fez gemer.

Meus olhos viajam até seu abdômen e quase solto outro


gemido. Ele tem um corpo de matar, tronco grande, com
jeans que pende baixo em seu quadril. E suas coxas? Troncos
de árvores. Ele é grande em todos os lugares que posso ver, e
provavelmente, em todos os lugares que não posso ver,
também.

O estranho sexy, limpa a garganta e quando olho para o


seu rosto bonito, o meu fica vermelho. Ele me pegou
admirando-o e um sorriso arrogante está estampado em seu
rosto. Tem o cabelo louro e bagunçado, seus olhos são quase
cinzas seu queixo é quadrado, forte. Sei pelo sorriso em seus
lábios que ele sabe que é tão sexy quanto acho que ele é.
Bastardo arrogante.

— Qual o seu nome, querida — ele sussurra


roucamente. Eu tremo e seu sorriso aumenta.

— Kentlee — digo enquanto entro no meu carro.

Tento fechar a porta, mas a mão dele evita que eu


consiga. Ele rapidamente se abaixa entre a porta e meu
assento. Mesmo abaixado ainda fica cara a cara comigo, ele é
tão alto.

— Lindo nome para uma linda menina— ele sorri. Então


sua mão se levanta, envolvendo meu pescoço.

— Por que você não vem para o clube e festeja comigo


esta noite, querida?

Pisco para ele.

Sei quem ele é.

Ele é um dos membros do Notorious.

Eles são lendas em nossa cidade.

Os bandidos locais.

Havia muitos rumores sobre eles, suas mulheres e suas


festas.

De jeito nenhum vou ser uma menina inocente, atraída


para a cova do leão.

Eu li e ouvi o suficiente sobre eles e outros MC, para


saber como agem.

De jeito nenhum. Não essa menina.


— Eu não acho que seria uma boa ideia — disse em voz
baixa, tentando não o irritar.

Na semana passada, três dos membros foram presos em


uma briga de bar. Billy Smith, um cara que conheço da
escola, foi parar no hospital.

Tudo bem, todos sabem que Billy é um idiota e ele


provavelmente merecia, mas essa não é a questão.

— Por que não, querida? — ele pergunta.

A mão atrás do meu pescoço começa a me massagear


levemente. Quase derreto com o contato. Seus fortes dedos
cavando em meu pescoço, combinado com o cheiro de graxa,
óleo e homem, está me deixando no limite.

Não tenho relações sexuais há quase um ano e estou


muito frustrada.

— Eu não sou... Apenas não sou o tipo de garota que


deveria estar em uma dessas festas. — Murmuro, tentando
não ofendê-lo e ao mesmo tempo lutando para não envolver
minhas coxas em seu corpo e pedir que me foda aqui e agora.

— Que tipo de garota vai a nossas festas, baby? — ele


pergunta.

Posso ver a diversão em seu rosto. Encaro diretamente


seus olhos e digo a verdade.

— Sou uma boa menina. Eu não fumo, não bebo muito


e não durmo com qualquer um... Como algumas meninas —
confesso, sentindo meu rosto aquecer.
— Eu sei que você não é uma vadia, querida. Ainda
assim, você está muito bonita com essa roupa de secretária
sexy e eu quero ver mais — ele sorri.

Deus me ajude.

Abro minha boca para lhe responder, embora não saiba


o que vou dizer, quando outro homem fica alguns passos
atrás dele e eu me calo. Ele tem uma barriga enorme, seu
cabelo comprido está preso em uma trança e está olhando
para mim com ódio.

O que fiz para ele eu não sei.

— Prez, nós temos que ir. — O homem corpulento rosna.

Eu recuo um pouco com seu tom. A mão do homem no


meu pescoço aperta suavemente antes de me liberar,
ignorando o gigante zangado atrás dele.

— Se mudar de ideia, estarei no bar doçura. Você estará


perfeitamente segura comigo. Basta dizer ao homem na porta
que Fury está te esperando, ok?

Aceno, embora saiba que de nenhuma maneira vou ao


clube deste homem.

Acreditava já ter visto todos os homens dessa cidade,


mas esse cara é diferente. Ele parece ser cerca de dez anos
mais velho que eu, mas nunca o vi antes.

Nossa cidade é relativamente pequena e você tende a


conhecer todos. Eu mesma reconheci alguns caras do ensino
médio em suas motos, parte do clube agora. Mas este
homem, ele é um completo estranho.
Assim que ele se vira para falar com o grande homem
atrás dele, ligo meu carro e vou embora. Eu tenho sorvete
para comer e preciso ficar sozinha na minha pequena casa de
um quarto.

Quando entro em minha casa, tranco a porta e pego


meu cobiçado sorvete. Sentada no sofá, percebo que estou em
choque. Olho ao redor da sala enquanto enfio uma colher de
sorvete de chocolate em minha boca, tentando esquecer o que
aconteceu a poucos minutos atrás.

As memórias da compra do vestido da minha irmã foram


embora. Meu cérebro estava inundado pela imagem de um
motoqueiro estranho e sexy.

Puta merda, ele era gostoso.

Eu queria ter um lado rebelde em mim para poder


acabar com esse período de seca e caminhar pelo lado
selvagem da vida.

Acho que um homem como Fury saberia exatamente o


que fazer com o que Deus lhe deu.

Eu imagino que ele iria me jogar contra a parede e fazer


o que quisesse. Tremo só com o pensamento. Jason não sabia
diferenciar um clitóris de um mamilo e ele nunca conseguiu
me dar prazer.

Se isso não fosse ruim o suficiente, ele ainda era um


traidor habitual. Como conseguiu tantas outras mulheres,
não sei. Homem era horrível. Pelo menos, espero que ele seja
horrível. Ele foi minha única experiência e se todo homem for
como ele, prefiro ser uma solteirona com uma casa cheia de
gatos.
Fury
Queria estrangular Buck. Eu tinha a doce menina na
palma da minha mão. Ela era sexy pra caralho com saia e
salto alto e tinha um olhar tão delicado.

Não tinha doçura em minha vida, mas eu queria isso.


Estava cansado de todas as prostitutas.

Estou determinado a encontrar, após a aquisição do


clube, uma mulher doce para me afundar noite após noite.
Provavelmente nunca vou reivindicar ela ou qualquer outra
como minha mulher, mas seria bom ter uma boceta doce
quando a vida no clube for demais. Como Presidente, tenho
certeza que isso vai acontecer muitas vezes.

— Você tem que procurar em outro lugar, irmão —


Torch diz, jogando o cigarro no chão.

— O quê? — disse já irritado.


Viemos olhar um lugar para abrirmos um bar de strip-
tease. Eu trouxe os irmãos para conhecerem o espaço e me
ajudar a escolher o melhor. Torch é meu sargento de armas.

— Kentlee Johnson. Ela é tão fria quanto gelo, irmão —


diz ele com uma risada. Estou segundos de derrubá-lo, mas
me contenho.

Ele conhece a menina.

— Como você a conhece? — pergunto.

— Fui para a escola com ela, cara. Confie em mim,


ninguém conseguiu entrar em suas calças. Ela era solitária,
não deixava ninguém chegar perto. Namorou um cara por
cerca de um ano e eu não acho que ele tenha conseguido
transar com ela. — Torch ri, em seguida, ele chega mais
perto. — Agora, sua irmã, Brentlee é outra história, ela é uma
cadela que vai se espalhar para você quando quiser cara. —
Torch sacode as sobrancelhas e eu considero socá-lo
novamente, só porque ele é um idiota.

— Vamos nos encontrar com este agente imobiliário


idiota. — Falo antes de começar a andar em direção ao prédio
vazio no fim da rua.

Os homens me seguiriam.

Eles sempre vão seguir.

No segundo em que assistiram eu cortar a garganta do


seu presidente por ser um bastardo traidor, sabia que eles
iriam me seguir. Nunca planejei me tornar presidente. Eu
estava feliz em ser um membro da seção original dos
Notorious, onde meu pai era o presidente, onde eu poderia
fazer o que quisesse e não ter tantas responsabilidades. Isso
foi até descobrirmos que o dinheiro estava sumindo de uma
das seções e o clube estava se afundando.

Meu pai me mandou aqui para descobrir o que estava


acontecendo, porque ele sabia que eu não iria parar até
descobrir a porra da verdade. Eu fiz isso e cuidei do
problema, mas algo mais aconteceu. Descobri que eu gosto
daqui. Gosto da maioria dos caras e eles me respeitam.

Eu não sou apenas o filho do presidente aqui. Aos trinta


e cinco anos, sou mais velho do que a maioria e eles
respeitam minha maneira de agir. Então, um ano atrás,
limpei o buraco de merda que era o clube e fiquei.

— Tommy Walker — o agente imobiliário se apresenta.


Ele está em um terno barato com um sorriso viscoso em seu
rosto.

— Fury — grunhi. Ele simplesmente continuava


sorrindo.

— O aluguel é razoável. Esse bar é bom. Palco seria bom


para música ao vivo. — Ele tagarela enquanto nós entramos.
Eu ri.

— Sem música ao vivo, cara. Meninas ao vivo. Clube de


strip-tease — explico, observando-o sorrir amplamente.

— Os mais velhos não vão gostar disso, mas posso dizer


que seria bom ter um lugar para ir depois de horas de
trabalho duro — confessa.
Concordo com a cabeça, como se sua opinião
significasse alguma coisa para mim.

Não importava.

Meus irmãos andavam pelo lugar, verificando o espaço.


Eu confiava que seriam honestos comigo se o lugar não fosse
bom. No entanto, não acredito que eles vão ver algo de
errado. Tenho a sensação de que isso vai ser um bom
negócio, uma máquina de dinheiro. Todos os meninos
acenam com a cabeça, um por um, dando-me seu voto final.
Viro-me para Tommy e o puxo para o lado.

— Nós vamos ficar. Locação de dez anos com uma opção


de compra depois de cinco anos. — Ofereço. Vejo os cifrões
praticamente aparecem em seus olhos gananciosos.

— Parece bom. Vou deixar a papelada pronta com a


minha secretária segunda-feira. Venha a qualquer hora para
assiná-la — fala com entusiasmo, apertando minha mão.

Sinalizo aos meus irmãos e saímos, voltando para o


clube.

O clube não é muito bonito de se ver, um grande edifício


de tijolos. Vivemos na parte de trás. Na frente temos um bar,
com algumas mesas de bilhar e um espaço para dançar. Vou
direto para o bar e pego uma cerveja gelada antes de ir para
meu quarto.

Os quartos são pequenos, cabe apenas uma pequena


cama, cômoda e criado-mudo. E o meu é o único com
banheiro, os outros caras têm que compartilhar. É a
vantagem de ser presidente e sou extremamente grato por
isso.

Nunca fui bom em dividir e gosto de minhas coisas


limpas e arrumadas. Minha mãe, o pouco que me lembro
dela, tinha TOC. Nossa casa brilhava. Eu nunca poderia viver
na imundície.

— Olá, baby, precisa de companhia? — Kitty pergunta


encostada na porta do meu quarto.

Kitty tem seus atrativos, mas não podia ser chamada de


bonita. Sei que ela é jovem, mas não se pode dizer a idade
dela pela sua aparência. Seu rosto está endurecido com
maquiagem, fazendo-a parecer mais velha e seu cabelo está
prejudicado pela tintura. Seu corpo é magro, mas ela dá um
bom boquete, me dando qualquer parte de seu corpo que eu
peça.

Começo a dizer-lhe para entrar, mas uma imagem se


instala na minha mente. Kentlee. Com seu bonito e longo
cabelo loiro natural e suas curvas exuberantes. Não consigo
mais me imaginar transando com o saco de ossos na minha
frente. Mas preciso de alívio.

— Você pode me chupar aqui mesmo, Kit — ordeno.


Reviro meus olhos quando ela avidamente cai de joelhos.

Imagino Kentlee de joelhos. Quão doente sou?

Kitty puxa meu pau para fora e me acaricia até eu ficar


totalmente ereto. Lambe a cabeça do meu pau e em seguida,
leva-me totalmente em sua boca. Ela é uma especialista. Boa
demais para o meu gosto.
Gosto que a menina fique um pouco nervosa e até um
pouco tímida. É excitante saber que a garota que estou
fodendo não é uma maldita profissional. Kitty é uma puta do
clube, ela viu mais pau em seus poucos anos de vida do que
um urologista.

Agarro seu cabelo e fodo a boca dela até gozar. Kitty


olha para mim, os olhos arredondados de inocência fingida,
enquanto sorri timidamente. Assisto enquanto lambe os
lábios, poderia ser excitante, se ela fosse outra pessoa.

— E eu? — ela pergunta quando sigo em direção a


porta, pronto para que fosse embora.

— Você? — arqueio uma sobrancelha. Sei o que quer,


mas ela não vai conseguir isso, pelo menos não de mim.

— Você não vai devolver o favor? Pelo menos me fazer


gozar? — ela faz beicinho. Eu balanço minha cabeça.

— Não me lembro de ser meu trabalho servir você, Kitty


— resmungo.

Seu rosto mostrava surpresa enquanto eu fechava a


porta do meu quarto. Precisava terminar minha cerveja e
tirar um cochilo.

Tinha que descobrir como colocar a doce Kentlee na


minha cama, de joelhos e viciada em mim, para que eu
pudesse tê-la sempre que quisesse.

Eu sou o tipo de homem que sempre consegue o que


quer, e o que quero é tudo o que a doce inocência de Kentlee
Johnson poderia proporcionar.
Um doce lugar para deslizar meu pau dentro e esquecer
o mundo áspero em que vivo.

Kentlee
Fiquei o domingo todo em casa. Na segunda-feira de
manhã, continuava pensando em Fury.

De qualquer maneira, que tipo de nome é Fury?

Talvez eu precisasse sair mais.

Visto-me para o trabalho com calça skinny cinza e uma


blusa branca de botão para combinar com o meu salto alto.
Mantive o teto do carro levantado, apesar de ser uma linda
manhã, para que meu cabelo não fique embaraçado.

— Eu tenho um cliente que vem mais tarde para assinar


esse contrato. Certifique-se de dar-lhe uma cópia quando
estiver assinado. Estarei fora do escritório durante todo o dia,
pois tive que fazer o seu trabalho no sábado — Tommy
Walker, meu chefe, fala.

Eu o vejo sair e virar à direita em direção ao


estacionamento. Ele não tinha ficado nem meia hora no
escritório antes de sair, muito provavelmente pelo dia inteiro.

— Ele precisa transar — Marcy, uma das corretoras


disse rindo.
Eu me sentei e arrumei o contrato que Tommy deixou
para eu, colocando de lado.

— Não quero saber sobre isso — Tremo, ligando meu


computador.

— Sua esposa e eu somos amigas. Eu sei a verdade,


amiga.

Apenas balanço a cabeça.

Tommy é atraente para um homem na casa dos


quarenta e poucos anos e sua esposa é bonita. Eles têm três
filhos pequenos, nascidos um atrás do outro. Eu sei que a
pobre mulher tem que estar esgotada, especialmente porque
Tommy fica até mais tarde no escritório todas as noites da
semana... Trabalhando.

Não tenho certeza do que ele realmente faz, eu suspeito


que esteja tendo um caso, mas fico fora do seu negócio. Pelo
menos até ter provas concretas.

Sei o que é ser enganada e não desejo isso para


ninguém. Também sei que, se você não tiver provas
concretas, a vítima nunca vai acreditar. Eu não acreditei
quando Brentlee me disse que Jason estava me traindo e
tinha que deixá-lo. Não acreditei em nada até que vi por mim
mesma. Ele estava em um bar na mesma rua do meu
escritório, quando deveria estar em casa ajudando sua mãe
doente com a sua irmã mais nova. Acreditei nele, porque eu
era uma tola confiante.

Reviro meus olhos e me castigo por ainda pensar em


Jason. Eu não o amava, mas a traição ainda doía mesmo
meses mais tarde. Quando ouço sino acima da porta fecho
feed de notícias do Facebook em meu computador antes de
levantar os olhos para saudar o novo cliente.

Então meu rosto fica pálido e minha respiração engata.

— Bem, se não é a pequena Kentlee Johnson — aquela


voz. Fico olhando para ele em choque e pavor.

Eu o vejo caminhar em minha direção, como uma


mulher de dieta esperando uma garçonete trazer um bolo de
chocolate inteiro. Fome no sentido mais primitivo.

Estava faminta.

— Como... Como você me encontrou? — gaguejo. Ele


sorri antes de responder.

— Estou aqui para assinar alguns papéis. Encontrar


você, doçura, foi apenas uma feliz coincidência — ele ri.

Pego os papéis que Tommy deixou e procuro pelo nome.

— Você é Pierce Duhart? — pergunto surpresa. Ele


balança a cabeça.

— Não diga a ninguém o meu verdadeiro nome — ele


resmunga, pegando os papéis de mim e começando a lê-los.

— Por quê? Será que vai arruinar a sua credibilidade


nas ruas? — pergunto inocentemente.

Ele faz uma pausa, olha para mim e ri. Uma gargalhada
linda, profunda e sexy. Fico olhando para ele, minha boca
ligeiramente aberta.
— Mais ou menos isso, querida. — Ele sorri enquanto
continua a ler o documento, antes de assinar.

— Tudo pronto. Mais alguma coisa? — pergunta. Eu


sorrio de volta, pegando os papéis dele.

— Preciso fazer uma cópia. Já volto — vou rápido até a


copiadora e tento respirar normalmente.

Preciso me recompor antes de levar os papeis de volta


para ele, mas é difícil quando o homem mais áspero e bonito
que você já viu está te olhando diretamente, totalmente
focado e nada mais.

— Você não apareceu no sábado — sussurrou, enquanto


sua mão envolvia a minha.

Estava tentando dar-lhe seus papéis, quando ele


subitamente me puxou em sua direção. Num piscar de olhos,
sua outra mão se enrolou na minha cintura e os meus seios
foram pressionados contra seu peito duro.

Foi um ataque surpresa e eu estava completamente


atordoada e confusa por seus movimentos. Também estava
tão excitada que tinha medo de pular nele aqui mesmo.

— Eu... Eu estava ocupada? — digo.

Saiu mais como uma pergunta do que uma resposta,


arruinando totalmente a minha desculpa.

— Você estava morrendo de medo, baby — murmurou


seus olhos cinzentos me encarando. Ele era tão sexy.

— Bem... Sim — admito.


Ele sorri ainda mais enquanto abaixa a cabeça. Por um
segundo, penso que ele vai me beijar, mas seus lábios vão
para minha orelha em vez disso, tocando levemente contra a
minha pele e enviando arrepios por todo meu corpo.

— Quero você, Kentlee — sussurra em meu ouvido.

Eu praticamente derreto ali mesmo. Ele me solta, pega


os papéis, vira e sai sem olhar para trás.

Fico enraizada no meu lugar, atordoada e confusa, em


pânico mais uma vez enquanto assistia sua bunda
perfeitamente esculpida indo embora. Fiquei olhando para o
caminho que ele fez meus lábios abertos formando um O,
surpreendida, excitada e completamente chocada com o que
tinha acontecido.

— Ele é muito sexy. Que está acontecendo entre vocês


dois? — Marcy pergunta de sua mesa.

— Ele me quer — sussurro em reverência.

— Ele vai comê-la viva, querida — ela ri, deixando-me


desconcertada

Tento trabalhar o resto do dia, mas não consigo me


concentrar. Só posso pensar em sua mão na minha cintura e
como senti quando me trouxe para junto de seu corpo.
Telefone toca e eu não faço um movimento para atender.
Felizmente, Tommy não está no escritório e Marcy atende.
Minha mente está apenas em Fury.

Como ele me faz sentir.

Como quero mais.


Como não deveria querer.

Como não me importo.

Continuo pensando nele no caminho de casa. Suas


palavras ecoavam constantemente na minha cabeça. "Eu
quero você, Kentlee". Nunca um homem disse que me queria,
não como Fury. Isso me faz querê-lo ainda mais.

Queria ir até ele e pedir-lhe para me tomar, usar,


mesmo que só por uma noite. Nunca fui esse tipo de garota,
mas queria ser para Fury, apenas uma vez.

O resto da semana foi um pouco chata. Como sempre.


Mostrei alguns apartamentos e casas a noite e quando
chegou sábado, a última coisa que queria fazer era sair com
Brentlee e suas amigas para um clube.

Para ser honesta, tudo que queria fazer era deitar sob
meus lençóis e desmaiar. Sonhar com Fury e suas palavras
sussurradas, fingir que elas são reais. Eu não o vi de novo,
por isso deve ter sido besteira, mas porra era bom se sentir
desejada.

Depois de ter tomado banho e começado a me arrumar,


escuto uma batida na minha porta. Estou surpresa ao ver
Brentlee e suas amigas na minha varanda. Elas parecem
quadrigêmeas. Desde seus cabelos longos, maquiagens e seus
minivestidos vermelhos.

Devo ter perdido o memorando sobre as roupas


combinando.
Abro a porta amplamente para que todas possam entrar,
incluindo Missy.

— Não me diga que você esqueceu? — Brentlee


pergunta, passando por mim.

— Não. Eu acabei de sair do chuveiro. Estarei pronta em


dez minutos — murmuro. Missy suspira.

— Dez minutos? Como você pode ficar pronta em dez


minutos? — ela pergunta de boca aberta para mim.

— Eu sou rápida — dou de ombros.

— Você vai sair com a gente parecendo uma sem-teto,


não é? Eu sabia Brent. Porra, eu te disse — ela grita.

Tenho que cravar minhas unhas nas palmas das


minhas mãos, a fim de manter a calma e não dar um soco no
seu rosto anoréxico. Em vez disso, ligo o rádio para as
meninas ouvirem enquanto me arrumo. Brentlee me segue
começa a vasculhar meu armário.

— Sabia que você não teria nada adequado — ela


murmura quase para si mesma, enquanto eu enrolava meu
cabelo.

— Vou usar o vestido preto — falo, terminando meu


cabelo.

— Você deve usar este — Brentlee diz, empurrando um


pedaço de pano para mim. Eu não sei o que é. Pego o
material frágil na minha mão e seguro antes de ofegar.

O tecido é um vestido justo azul que parece curto


suficiente para ser um top. Ele também é frente única, com
um decote de aparência frágil. Para completar, o maldito
vestido é quase transparente. Balanço a cabeça uma vez, mas
Brentlee apenas levanta as mãos, silenciando-me.

— Faça isso por mim, por favor? As outras meninas


queriam usar vermelho, mas eu sei que você odeia vermelho.
Vamos lá, vai ser divertido — ela faz beicinho e eu suspiro
antes de vetir o vestido apertado.

A única pessoa pela qual eu usaria uma coisa dessas é


minha irmã. Imediatamente o odiei. Sinto como se com
qualquer movimento o decote despencaria e ainda por cima
tem o fato de que não posso usar sutiã.

Tenho vinte e três e meus seios ainda não estão caídos,


mas eles são grandes e reais. Gosto do apoio que o sutiã dá e
me sinto desconfortável sem eles em público.

— Eu amei. Você está incrível, Kent. Gostaria de ter a


sua bunda — ela ri. Eu me viro para olhar para o meu corpo
mal coberto.

Não posso acreditar que vou sair em público com esse


vestido, estou praticamente nua. Eu não sou uma puritana
quando se trata de roupas, mas não gosto de mostrar muito,
também. Não quero a atenção assustadora que isso pode
trazer.

— Vamos logo com isso — resmungo, pegando minha


bolsa e colocando meu salto.

Eu deveria ter pego meu próprio carro, penso comigo


mesma enquanto nos dirigimos ao único clube na cidade.
As meninas ao meu lado estão cantando e dançando a
música pop mais horrível na Terra. Amo música, mas isso é
um lixo total. Realmente acho que meus ouvidos podem
começar a sangrar até chegarmos ao clube. Local em questão
também não é nada impressionante é apenas um bar com
música alta escolhida do iPod do bartender.

Entro e vou direto para o bar. Preciso de uma bebida e


rápido. Nome do bartender é Anthony e nos conhecemos
desde que tínhamos seis anos de idade. Estudamos juntos,
então quando ele pisca para mim enquanto dá a minha vodca
e Sprite, estremeço.

Anthony é bom, mas quando você vê alguém passar da


infância a idade adulta, você só consegue vê-lo como amigo.

— Bela como sempre, Kentlee. Sua irmã vai se casar,


hein? — Pergunta ele, acenando com a cabeça em direção a
Brentlee. Ela está tomando uma dose com Missy e
balançando o quadril em seu pequenino vestido. Tenho
certeza de que Scotty não tem ideia do que ela está usando.

— Uh, sim. Como ela conseguiu álcool? Ela não tem


vinte e um ainda — aponto. Anthony dá de ombros.

— Brent é especial, você sabe disso. Além do mais, vai


ser uma mulher casada em breve. Ela pode se soltar um
pouco — diz. Estreito meus olhos para ele com desconfiança.

Antes que eu possa perguntar o motivo de Brent ser tão


especial, sinto uma mão quente apertar a minha bunda. Giro
e fico cara a cara com um estranho. Ele é da minha idade,
mais alto do que eu, mas não por muito e está tão bêbado
que mal consegue ficar em pé.

— Porra, você tem uma bunda enorme, baby. Que tal


irmos ao banheiro para mostrar ela para mim? —jorrou seus
insultos. Meus olhos se arregalam.

— Que tal você dar o fora daqui imbecil? — a voz grave


com a qual tenho sonhado todas as noites exige.

De pé, à direita do Sr. Mãozinha, está Fury e agora


entendo como conseguiu seu pequeno apelido. Ele parecia
maior do que há poucos dias. Seu peito estava inchado e seus
dedos estão tão apertados que estavam brancos. Sua
fisionomia está tensa e eu noto uma veia saltando em sua
testa.

Ele está sexy para caralho.

Mais sexy do que eu me lembrava, superando qualquer


expectativa. Seu rosto estava vermelho brilhante de raiva e
parecia prestes a explodir.

— O que você tem a ver com isso, homem? Ela está de


pé aqui, com essa bunda enorme a mostra, o que devo fazer?
— o idiota bêbado pergunta, balançando um pouco.

Antes mesmo de perceber o que estava acontecendo, o


Sr. Mãozinha cai de costas no chão. Olho para ele e em
seguida, de volta para Fury, cujo rosto passou de vermelho
brilhante, a vermelho intenso de raiva.
— Você bateu nele — falo. Fury acena com a cabeça
uma vez, seus olhos voando do idiota para mim. — Obrigada
— murmuro.

Estava com medo de olhar para longe de seus olhos


cinzentos. Ele piscou uma vez antes de sorrir. Sua mão veio
em minha direção, muito rápido, me puxando para o seu
peito.

— O que diabos você está fazendo aqui e vestindo isto?


— ele geme quando seus dedos escavam em minhas costas,
logo acima da minha bunda. Seu toque me faz tremer.

— Pré-despedida de solteira da minha irmã. Ela me


obrigou a usar esse vestido — digo, quase sussurrando,
incapaz de desconectar meus olhos dos dele.

Os olhos de Fury me prendem e aproveito para observar


seu rosto, sua barba rala, seu pescoço salpicado de suor.
Apenas o pensamento do que seria sentir sua pele molhada
na minha me deixa zonza.

Eu o quero.

Quero que sua barba arranhe minha pele.

Vejo quando ele vira a cabeça para observar minha irmã


e suas amigas e então volta o olhar para mim. Fico esperando
ele me soltar para perseguir as quadrigêmeas, porque elas
são todas mais altas, mais magras e mais jovens do que eu,
para não mencionar que são perfeitas.

— Bom Deus, uma daquelas meninas vai se casar? —


ele murmura. Eu rio baixinho.
— A mais alta. Ela é minha irmã. Dezenove anos —
explico. Ele balança a cabeça uma vez antes de seu nariz
encostar-se ao meu queixo e depois sua boca sussurra em
meu ouvido.

— Deixe essas cadelas e saia comigo e meus rapazes


esta noite — ele sussurra seu hálito quente tocando minha
orelha. Fico momentaneamente calada.

Olho para a mesa da minha irmã. Elas nem sequer


perceberam que eu não estava lá, estão todas rindo e
bebendo. Sei que ela me convidou apenas para me manter no
circuito. Nós realmente não temos nada em comum.

Eu a amo, mas ela está imersa em seu casamento e


todas as coisas com Scotty. Não há muito espaço para mim
agora e Fury, faz com que eu sinta algo. Sei que não deveria
querer estar perto dele, que ele provavelmente vai me usar me
esquecer, mas algo dentro de mim está gritando para dar
àquele olhar rude e àqueles lábios uma chance.

— Sim, tudo bem — murmuro. Seus lábios se abrem em


um pequeno sorriso quando ele dá um passo para trás, sua
mão ainda enrolada na minha cintura.

Eu me viro para olhar para a mesa da minha irmã e dou


de ombros quando seus olhos se arregalam com a visão do
braço de Fury em minha cintura. Ela sorri como uma louca,
me dando um polegar para cima. Reviro meus olhos. É claro
que iria me entender. É algo que ela fez um milhão de vezes.
Quando era jovem, com seu primeiro namorado e depois
inúmeras vezes com os rapazes sem nome depois dele.
Eu deveria me importar com a opinião da minha irmã,
mas não me importo.

A presença de Fury me faz sentir coisas que nunca senti


antes. Estou muito curiosa sobre ele, para me preocupar com
qualquer outra coisa agora. Ele é perigoso, mais velho, sexy e
eu não me importo.

Eu quero jogar a precaução ao vento e seguir o meu


desejo.

Quero desligar o meu cérebro e apenas seguir em frente.


Kentlee

Fury me leva para a parte de trás do bar. Vejo todos os


homens que estavam com ele quando o conheci, junto com
alguns caras novos e algumas meninas vestidas como eu,
com quase nada.

Seguimos pela sala até uma cadeira vazia, onde Fury se


senta e me puxa para o seu colo. Sinto-me estranha e tento
manter a maior parte do meu peso fora de sua coxa
musculosa. Mas logo depois, ele me puxa ainda mais, fazendo
com que meu peso ficasse todo em suas pernas. Com minha
bunda aninhada em sua virilha, ele envolveu a minha
cintura, me segurando mais perto ainda.

— Sou muito pesada — murmuro. Ele sorri antes de me


apertar.

— Você é perfeita, Kentlee — ele resmunga,


mordiscando minha orelha.
Começo a relaxar em seu colo.

Perfeita.

Ninguém nunca me disse isso antes e eu gostei de ouvir.

— Oi, Kentlee. Sua irmã vai mesmo se casar? — um


cara que lembro ser da escola pergunta.

Não lembro o nome dele, porque não estávamos no


mesmo círculo social. Ele era um garoto popular. Lembro-me
que era um dos muitos amigos de Brentlee.

— Sim, em seis meses — digo com um sorriso.

— Nossa! Nunca teria imaginado que ela iria sossegar —


ele diz com um encolher de ombros. Ele então se vira para
uma mulher vestindo um top, que parecia mais uma faixa de
cabelo e uma minissaia.

— Você está pronta para sossegar como sua irmã? —


Fury pergunta enquanto seu polegar faz círculos firmes no
meu quadril.

— Realmente tenho que conhecer alguém primeiro antes


de pensar em me estabelecer — ele ri atrás de mim, sua
respiração quente banhando minha pele sensível.

— Aposto que você tem vários homens caindo aos seus


pés — ele sussurra, me beijando no pescoço. Sua boca
desliza suavemente pela minha pele e eu adoro isso.

— Não, não tenho — murmuro.

— Deixe-me levá-la para casa esta noite. Mostrar


exatamente como me sinto sobre você — ele murmura contra
meu pescoço. Seus lábios indo do pescoço até o ombro.
Eu deveria dizer não. Realmente deveria. Nunca tive um
caso de uma noite e nunca pensei que teria em toda minha
vida, mas Fury me faz querer ser safada. Ele é sexy e me
quer. Disse isso e agora está me mostrando.

Nenhum homem jamais agiu dessa maneira comigo, me


beijando na frente de seus amigos e me sinto lisonjeada. Eu
não deveria estar lisonjeada. A probabilidade de ser apenas
um jogo, uma maneira de me levar para cama é grande, mas
quero isso e eu o quero.

Quero ser má, apenas uma vez. Quero sentir o que é ser
desejada por um homem. Tento ser firme e não permitir que
ele me leve para casa, mas isso só dura mais ou menos um
segundo. Eu não o conheço. Ele faz parte de um moto clube
perigoso.

Ele é mau, muito mau.

No entanto, quero tudo dele, o que estiver disposto a me


dar.

— Sim — concordo.

Fury não perde tempo, ele me levanta e dá um aceno


aos seus amigos. Alguns piscam, enquanto os caras que
conhecia da escola encaram-nos de boca aberta.

Vejo minha irmã, que está sorrindo com aprovação para


eu. Ela está bêbada e feliz que consegui um encontro.

Assim que saímos, Fury caminha até uma motocicleta e


a monta. Fico olhando para a moto horrorizada. Como diabos
vou andar na parte de trás desta coisa com esse vestido
apertado salto alto?

Negativo. De jeito nenhum, não tem como eu fazer isso.

— Você está bem, querida? — ele pergunta, estreitando


os olhos.

— Não. Eu não posso montar nesta coisa. E não


precisamos de capacetes? — pergunto enquanto ele sorri.

— Não há leis para uso obrigatório de capacete em


Idaho. Monte. Coloque os pés sobre os pedais e encoste-se
mim, amor — ele sorri.

Então decidi, vou fazer o que ele quiser só para vê-lo


sorrir.

Seu sorriso é lindo.

Faço como instruído, fazendo malabarismo para manter


minha bunda escondida nesse projeto de vestido, ao colocar
meus pés sobre os pedais da moto. Dou instruções de como
chegar a minha casa e decolamos pela estrada.

Sei que estou me agarrando a ele como se eu fosse voar


da moto a qualquer momento, mas não consigo afrouxar meu
abraço. É assustador demais, nunca tinha andado de moto
antes.

Também é divertido e emocionante.

Rapidamente estávamos estacionando ao lado do meu


Camaro. Saio da moto e tento arrumar meu vestido.

— Se divertiu? — pergunta ele, arqueando uma


sobrancelha.
— Sim. — Sorrio abertamente enquanto ele envolve a
mão na minha cintura, me puxando em direção ao seu corpo
ainda sentado na moto.

— Gostei de ter você na minha moto, linda — murmura


o rosto sério e seus olhos focados em mim.

O apelido envia algo quente através de mim, fixando-se


em minha barriga. Sinto meu rosto esquentar e tento sorrir,
sem saber o que dizer.

— Vamos entrar — finalmente digo em voz baixa.

Ele balança a cabeça antes de jogar sua longa perna


sobre sua moto e me seguir.

— Você tem uma casa bonita, baby — observa ele,


fechando a porta e a trancando.

— Nunca fiz isso antes — deixo escapar. Ele pisca uma


vez antes de me olhar fixamente.

— Você é virgem? — ele pergunta, inclinando a cabeça


para o lado.

— Não, já transei. Mas nunca com alguém que mal


conheço. Eu só estive com um cara e tenho certeza que ele
era realmente muito ruim nisso, porque nunca gostei do sexo
com ele. — Admito incapaz de parar o fluxo de palavras que
jorravam da minha boca.

Fury não fala nada. Ele dá dois passos na minha


direção, me agarrando, suas mãos deslizam pelo meu
pescoço, enquanto seus lábios se colam aos meus. Eles são
suaves, quentes e firmes, tudo ao mesmo tempo. Depois de
um segundo, começo a relaxar.

Quando sua boca toca a minha, gemo, abrindo-a para


ele, enquanto movo minhas mãos pelo seu peito, agarrando o
algodão macio de sua camisa.

Sem perder tempo, Fury põe uma de suas mãos na


minha bunda enquanto sua língua mergulha profundamente
dentro da minha boca. Gemo novamente enquanto esfrego
meus seios doloridos contra seu peito. Sei que ele é capaz de
sentir meus mamilos duros, mas não me importo. Preciso de
alívio. Eu preciso dele.

Nunca precisei de nada com tanta intensidade quanto


preciso disso.

Fury geme e move sua mão para envolver a parte de trás


da minha coxa enquanto ele para de me beijar.

— Porra — diz ele, incrédulo.

— Por favor — sussurro, os lábios inchados de seu beijo


e meu corpo dolorido, precisando de alívio.

Fury olha para mim e é como se algo se encaixasse


dentro dele.

Sem dizer nada, ele pega as minhas coxas e me levanta,


fazendo com que eu envolva seu quadril com elas, da mesma
forma que eu estava fantasiando minutos atrás.

Solto um grito de surpresa, chocada demais para dizer-


lhe para parar ou me colocar para baixo. Meus olhos não
deixam os seus. Tudo o que vejo é fome, pura fome. Tremo e
coloco meus braços em volta do seu pescoço para me
equilibrar.

— Quarto — ele rosna. Aponto para a porta fechada.

Fury caminha em direção ao meu quarto, chutando a


porta com a bota e então me senta na beira da cama antes de
se afastar.

Mordo o canto do meu lábio nervosamente. Polegar de


Fury evita que eu continue a morder meus lábios e traça-o
com a ponta de seu dedo.

— Sua boca está me deixando louco, Kent — murmura


os olhos fixos em meus lábios. — Quero sua boca no meu
pau, baby. Isso é um problema para você?

Meus olhos se arregalam com suas palavras e eu olho


para o rosto dele.

— Eu... Eu... Eu nunca... — gaguejo, deixando as


palavras no ar.

— Então vamos esperar até que você confie em mim. —


Ele dá de ombros e fico olhando para ele em choque.

Não posso acreditar que ele não está tentando me


convencer a fazer isso. Deus sabe que Jason tentou bastante,
mas eu simplesmente não poderia fazer. Não parecia certo
para mim, mas agora com Fury, acho que isso não seria um
problema.

— Quero você Kentlee, mas não vou te pressionar.


Deixe-me te mostrar o quão bom nós seremos juntos — ele
fala calmamente, agachando-se, antes de apoiar suas mãos
em meus joelhos.

Eu concordo.

Sou incapaz de falar com suas mãos me acariciando,


abrindo suavemente minhas pernas. Pulo quando sinto sua
barba curta raspar em minha coxa, seus lábios tocando a
minha pele.

Suspiro quando seus ombros espalham minhas pernas


ainda mais. Uma de suas mãos pressiona minha barriga e me
empurra para baixo. Sinto sua respiração quente contra o
meu clitóris e então suspiro quando sua boca se encosta a
mim. Ele esfrega seu rosto entre as minhas coxas por cima da
minha calcinha.

— Perfeita — ele sussurra antes de puxar minha


calcinha para o lado, deslizando sua língua pela minha
vagina.

— Fury — suspiro, fechando os olhos com força.

— Doce. Você é tão doce, baby — ele resmunga. Eu


suspiro com suas palavras arrastadas, ele parecia bêbado.

Sua língua explorou meu clitóris antes de começar a


chupar forte. Era incrível. Ele chupou meu clitóris mais uma
vez antes de deslizar sua língua dentro de mim, acariciando-o
com o nariz.

A aspereza de sua barba contra a minha pele sensível


faz minhas pernas tremerem.

Nunca me senti tão bem.


Ninguém, jamais fez eu me sentir tão bem.

Arqueio minhas costas, empurrando-me para mais perto


dele, precisando de mais, querendo mais, me sentindo tão
perto de gozar.

— Quero que você goze no meu pau na primeira vez —


Ele anuncia, afastando-se do meu núcleo dolorido.

Abro os olhos e vejo-o remover seu colete lentamente,


colocando-o na minha cadeira. Meus olhos se alargam
quando ele tira duas armas que estavam em um coldre em
seus ombros, colocando-os na minha mesinha de cabeceira,
juntamente com uma faca enorme. O homem estava bem
armado. Abro a boca para dizer alguma coisa sobre isso, mas
todos os pensamentos deixam meu cérebro quando ele
começa a tirar suas roupas, deixando em uma pilha no chão.

Gemo com a visão dele nu.

Eu tinha razão.

Ele é grande em todos os lugares.

Seu peito é amplo e seus bíceps são facilmente do


tamanho das minhas coxas. Mas o que me chamou mais a
atenção em seu corpo foi seu membro. Puta merda. Ele é
grande e grosso.

Meus olhos encontram os seus ele sorri por me pegar


olhando para seu pau. Ele é e deveria ser orgulhoso de seu
tamanho. Ganhava de Jason de dez a zero.

— Tire esse vestido — ele ordena.


Rapidamente sento, deslizando o vestido por cima da
minha cabeça antes de jogá-lo em algum lugar atrás de mim,
feliz em obedecer.

— Calcinha e sapato, também — ele ri.

Chuto meu sapato antes de tirar minha calcinha


rendada encharcada. Nunca me movi tão rápido em toda a
minha vida. Mal posso esperar para sentir seu corpo
pressionado contra o meu e ter esse pau gigante movendo-se
dentro de mim.

Acho que estou meio embriagada pela visão do pau de


Fury.

— Inferno, mulher — ele sibila antes de fechar a


distância entre nós.

Sinto seu braço ao redor da minha cintura. Ele me faz


sentir pequena ao lado dele e eu adoro isso.

— Fury — eu respiro incapaz de dizer qualquer outra


coisa.

— Vou foder essa boceta doce, baby. Vou te fazer


implorar pelo meu pau. Você vai ficar viciada em mim —
promete. Sua cabeça abaixa e ele captura um dos meus
mamilos duros entre os lábios.

Fury suga forte. Minhas mãos se enroscam em seus


cabelos, puxando-o para mais perto do meu corpo enquanto
arqueio minhas costas para ele, amando o jeito áspero com o
qual está me manipulando.
Gemo quando o sinto entrar em mim profundamente,
sem hesitação. Sinto minha boceta se esticando para
acomodá-lo enquanto ele me preenche, me possui.

— Merda, você é tão apertada — ele geme, enfiando suas


mãos em meus cabelos e os puxando.

— Mais — imploro.

Minha súplica o fez perder o controle. Fury sai


lentamente de mim para logo em seguida entrar
completamente. As mãos nos meus cabelos estão puxando
minha cabeça para trás, meu pescoço está arqueado e meus
seios são esmagados contra seu peito forte.

Estou completamente paralisada com seu corpo


pressionado contra o meu.

Amo o jeito como ele me domina. Deveria estar com


medo, mas não estou. Pelo contrário, a sensação que tenho é
de segurança enquanto estou em seus braços.

— Você é tão gostosa, baby — ele geme enquanto


continua a bater dentro de mim com seu pau.

Ele é áspero e bruto, mas é tudo que preciso.

A dor e o prazer são amplificados a cada impulso de seu


quadril, trazendo-me cada vez mais perto do meu clímax.

— Por favor, Fury, por favor — imploro, tão perto de


gozar.

— Ainda não — ele rosna enquanto se coloca de joelhos,


uma de suas mãos solta meu cabelo para embrulhar
firmemente em torno de meu quadril. — Baby, amo assistir
seus seios pularem — ele murmura seus olhos fixos nos
meus seios enquanto eles balançam com cada impulso de seu
quadril.

Suspiro quando ele sai completamente de mim e me vira


de bruços. Tento me apoiar em minhas mãos e joelhos, mas a
mão de Fury envolve a parte de trás do meu pescoço e me
prende na cama. Sua outra mão puxa meu quadril para cima
de encontro a ele. Ele segura meu quadril com uma das mãos
e a outra vai para o meu clitóris um pouco antes de entrar
em mim novamente por trás.

Fecho meus olhos em um doce alívio, sabendo que logo,


logo... Eu vou explodir.

Seu aperto sobre o meu pescoço é firme, prendendo-me


no lugar. É a primeira vez que fico presa assim, mas aceito
tudo o que ele está me dando.

Minha boceta pulsa com seus golpes implacáveis.

Ouço seus grunhidos atrás de mim e sinto seus dedos


pressionando contra o meu clitóris. Inspiro e aceito, tudo.

Eu nunca eu me senti tão desejada ou tão bonita em


toda a minha vida.

Minha respiração ficou pesada e gritei meu clímax


correndo através de mim como um trem de carga. Gozei e
gozei forte, pensei que ia desmaiar, meu corpo inteiro tremia
debaixo dele.
Um segundo depois, ouço Fury rugindo atrás de mim
enquanto goza. Sinto os jorros de sua liberação encher meu
corpo.

— Quero ficar dentro da sua boceta para sempre —


murmura Fury enquanto continuava a se mover lentamente
dentro do meu corpo.

Sinto seu peito contra minhas costas, seus lábios


acariciando e beijando a curva do meu pescoço.

— Fury — gemo quando ele para de se mover.

Ele continua dentro de mim, em cima de mim.

— Baby — ele responde.

— Você não usou nada — falo, de repente percebendo


que isso poderia ser ruim.

Isto poderia ser muito ruim.

Meu coração dispara e sinto o suor escorrer pela minha


pele. Eu não tenho ideia de com quantas mulheres esse cara
esteve e ainda tem o fato de que ele poderia ter me
engravidado.

— Você está limpa. Eu estou limpo. Não quero usar


nada com você — resmunga em meu pescoço.

Tento me mexer, mas o seu grande corpo ainda me


prende ao colchão. Sinto sua mão deixar meu clitóris e se
enrolar na minha cintura enquanto a outra acaricia meu
pescoço até chegar ao meu cabelo. Suspiro quando ele puxa
minha cabeça para trás e a vira para ele, estreitando os olhos
em mim.
— Que porra é essa? — pergunta, parecendo irritado.

Luto com tudo dentro de mim para não derreter com a


beleza de seus olhos cinza e seu rosto lindo tão perto do meu.

— Saia de cima de mim — falo por entre os dentes


cerrados.

— Não vou deixar essa boceta tão cedo, querida —


anuncia. Sinto o meu rosto aquecer.

— Eu não estou tomando pílula, seu idiota — falo.

Fury olha para mim sem falar nada, ele parece um deus,
irado, mas sem razão alguma para ficar chateado comigo. Ele
finalmente se levanta, saindo de mim. Eu me mexo e agarro o
lençol e puxo sobre meus seios nus.

— Então você vai ter que tomar a pílula do dia seguinte


e depois começar a usar a pílula — ele anuncia enquanto
coloca as mãos no quadril.

Eu o encaro, minha boca em uma linha fina de irritação.


Este idiota não pode estar falando sério.

— Não acredito em pílula do dia seguinte — digo. Ele


resmunga antes de responder.

— O que tem para não acreditar? Você a toma e tudo


está resolvido — ele murmura.

— Você precisa ir embora — digo em voz baixa.

— Que porra é essa? — ele pergunta, parecendo


realmente confuso.
Se eu não estivesse tão chateada poderia rir da confusão
em seu bonito rosto.

—Você me fodeu sem proteção e ainda espera que eu


comprometa a minha moral, porque você fez merda? Saia da
minha casa — digo um pouco mais firme.

— Puta louca — ele grita, vestindo sua calça jeans.

— Não fui eu que me esqueci de usar proteção, idiota —


falo enquanto vou até onde está seu estúpido colete de couro.

Eu o pego e jogo contra seu peito, enquanto ele veste


sua camisa.

— Deveria ter ficado com as putas do clube em vez de


tentar lidar com uma civil, uma princesinha metida a besta
— ele resmunga.

Eu olho enquanto ele termina de se vestir.

— Sim, talvez você devesse continuar fodendo as putas


que não dão a mínima para pequenas coisas tolas como
proteção.

Ele parou o que estava fazendo e me olhou. Deu um


passo em minha direção e emaranhou seus dedos no meu
cabelo, puxando minha cabeça para trás, forçando meus
olhos a encontrar os dele.

— Você é uma vadia louca, você sabe disso? — ele


murmura seus olhos focados nos meus.

— Eu devo ser para deixar você transar comigo —


Retruco infantilmente.
— Mesmo assim ainda quero-te foder — ele murmura
enquanto seus lábios descem sobre os meus.

Luto contra ele por um momento, mas depois sucumbo


ao seu beijo. Apesar de tudo, recuso-me a abrir a boca. Ele
desliza a língua sobre meus lábios, mas eu resisto a luta mais
difícil da minha vida.

— Saia ou vou chamar a polícia — sussurro, assim que


ele se afasta de mim. Tenho que dar o aviso. Senão fizer isso,
se ele não sair, vou deitar de novo na minha cama
espalhando minhas pernas para ele.

— Você é uma vadia louca — ele repete. Ele se afasta de


mim, batendo a porta ao sair.

Ouço o ronco de sua moto antes de afundar no chão do


meu quarto, somente com o lençol enrolado em meu corpo.

Eu choro.

Sou uma idiota. Uma idiota completa. Dormi com um


estranho, um completo estranho. Eu me iludi pensando que
era uma boa pessoa, que estaria segura com ele. Na
realidade, ele era um idiota fodido, como qualquer outro
homem.

Eu não tinha importância para ele. Nenhuma. Só o meu


corpo. Por que Fury se importaria comigo, afinal? Sou apenas
uma garota estúpida que abriu as pernas, logo que olhou
para mim. Poderia ter quem quisesse e por uma noite, ele me
quis. É possível que nem vá se lembrar de mim pela manhã.
Enquanto vou continuar lamentando a única vez que decidi
jogar meu juízo pela janela.
Eu sou uma idiota ingênua.

Chora sozinha, até dormir no chão.

A semana seguinte passa rapidamente. Eu esperava que


Fury me procurasse no escritório ou na minha casa. Mas não
fez isso. Até o final da semana, já tinha desistido de vê-lo
novamente. Ele conseguiu o que queria.

Assim como Jason.

Essa sou eu. Sou descartável, uma pessoa que não vale
a pena manter por perto.
Kentlee
Já faz duas semanas que fiz Fury deixar minha casa e
não ouvi uma palavra dele. Cada vez que a porta da frente se
abre no trabalho, olho para cima, prendendo a respiração na
esperança de que seja ele.

Por que ainda o desejo?

O que há de errado comigo, que me faz querer este ogro?

Quero seus lábios nos meus, ouvir suas palavras sujas


sussurradas em meu ouvido. Quero que ele me prenda na
cama e foda até eu gritar. Estou tão ferrada.

— O que há com você, menina? — Marcy pergunta um


dia, depois de voltar de seu almoço.

— Nada — murmuro de cabeça baixa, fingindo estar


ocupada.
— Você está de mau humor há duas semanas. Diga-me
— ela insiste. Balanço a cabeça e coloco um sorriso falso em
meu rosto.

— Estou bem, juro — digo.

— Você é uma péssima mentirosa — ela ri se afastando


de mim.

Pego meu telefone e penso em ligar para Brentlee e


contar a ela sobre meu problema. Seria bom ter alguém com
quem conversar.

Marcy é amigável, mas não a conheço bem o suficiente


para saber se ela ficaria quieta ou contaria meus problemas a
qualquer um que encontrasse.

Suspiro e volto ao trabalho.

Preciso de amigas.

Fury
Outra garrafa de Jack e outro boquete de Kitty.

Meus dias são uma rotina entediante.

Ainda quero a pequena secretária loira, ainda quero


Kentlee. Fecho meus olhos, saboreando as lembranças
daquela única noite.
Já se passaram três semanas desde que coloquei os
olhos nela. Três semanas desde que estive dentro dela. No
entanto, minha memória não está desaparecendo, não
importa o quanto eu beba, ou quantas vezes Kitty chupe meu
pau. Kentlee sempre está em meus pensamentos. Seu rosto é
a última coisa que vejo antes de desmaiar.

Como essa vadia não sai da minha cabeça depois de


uma única foda, eu não tenho ideia. A única coisa que sei é
que quero ficar com ela novamente. Quero provar sua boceta
de novo.

Na manhã seguinte, acordei com um humor de merda, e


isto está acontecendo todas as manhãs pelas últimas três
semanas.

— O que há de errado com você, seu bastardo grosseiro?


— Dirty Johnny pergunta com uma careta.

— Nada — resmungo, servindo-me uma xícara de café.


Provavelmente tem gosto de merda, mas preciso de alguma
coisa para amenizar minha ressaca.

— Aquela cadela ficou na sua cabeça? — ele ri. Estreito


meus olhos nele. — Ela é gostosa pra caralho, irmão.

— Você não sabe de nada, porra — resmungo.

— Sim, não sei de nada — diz, antes de se virar e ir


embora.

Imbecil. Ele não sabe do que está falando, mesmo que


esteja certo sobre uma coisa. Kentlee é muito gostosa e não
sai da minha cabeça, mas não apenas por causa de sua
boceta quente e doce. Também não é porque tomou tudo o
que dei e porra, eu adorei. Mas, então, Kentlee me enfrentou
e eu a ofendi. Ela me deixou com raiva e meu orgulho ferido
não me deixa procurá-la.

Kentlee vai me fazer lutar por ela e não tenho certeza se


vale a pena o esforço. Quero sentir a suavidade e doçura dela
de novo, mas não quero ser questionado. Kentlee vai me
questionar e testar minha paciência.

Mas quero essa mulher.

Quero que ela me aceite como sou. Tome o que posso


dar e não me pressione por mais.

Vou até minha moto, saio sem destino. Preciso de uma


longa viagem.

Uma hora mais tarde, acabo no centro da cidade,


observando o escritório de Kentlee. Quando ela sai para
almoçar, fico sem fôlego. Seu cabelo loiro elegante, a saia
apertada no quadril que circunda sua bunda gostosa
terminando um pouco acima dos joelhos. Caralho, eu a
quero, agora.

Eu me seguro para não ir até ela e transar na calçada


para todo mundo ver.

Em vez disso, eu observo. Assisto sua bunda balançar


enquanto ela entra em um pequeno café e senta-se com seu
telefone na mão.

Ela não precisa de mim em sua vida, porra. Mas


provavelmente vou fazer isso de qualquer maneira. Eu a
quero. Não consigo parar de pensar nela e nunca deixo de
perseguir o que quero. Vou deixá-la sozinha por enquanto,
mas quando ela menos esperar, irei pegá-la.

Kentlee
Eu previ isso.

Sabia que isso ia acontecer.

De maneira nenhuma um homem tão grande,


corpulento e viril como ele, não teria um super esperma
também. Dr. Parker confirma para mim com um sorriso triste
e um aceno de cabeça. Deveria ter ido a uma clínica gratuita
ou algo assim, mas não senti que poderia confiar o meu corpo
a um lugar assim.

Dr. Parker é meu médico desde o dia que completei


dezoito anos. Ele não é apenas o meu médico, mas de
Brentlee e da minha mãe, também. Sua esposa é a melhor
amiga de minha mãe e eu só posso esperar que ele mantenha
sua confidencialidade profissional e não diga nada a sua
esposa, ou a minha mãe.

— Quero vê-la em quatro semanas, Kentlee — ele diz


suavemente, me tirando dos meus pensamentos sombrios.

— Quatro semanas, tudo bem — dou de ombros,


concordando.
Pareço estar fora do meu corpo, me sinto enjoada e
tonta, tudo ao mesmo tempo.

— O pa ... — ele começa. Balanço minha cabeça.

— Não existe pai — confesso. Ele sorri para mim, seus


olhos ainda tristes.

— Assim como Maria, esta foi uma concepção


imaculada? Vamos chamar o Papa, então? — diz, tentando
amenizar a situação.

Eu não posso brincar agora, nada disso é engraçado.

— Não importa quem é o pai — corrijo. Ele olha para


mim, decepção claramente gravada em suas feições.

— Todo homem merece saber que vai ser pai, Kentlee.


Que seja a sua escolha, se ele deseja participar ou não, mas
você tem que contar sobre o bebê — ele me aconselha.

Agradeço-lhe e saio da sala, já marcando a próxima


consulta antes de ir direto para casa. Preciso pensar sobre a
minha vida e reavaliar toda a minha situação.

Todo homem merece saber que vai ser pai.

As palavras do Dr. Parker se repetem na minha cabeça.

Mordo meus lábios.

Dr. Parker está certo.

Todo homem merece saber que vai ser pai de uma


criança.

Vou deixar Fury decidir o que quer fazer com a


informação.
Sei muito bem qual será a sua resposta, com base na
única conversa real que nós compartilhamos após o sexo
mais incrível da minha vida. Ele vai querer que eu me livre do
bebê.

De jeito nenhum vou fazer isso. É impensável. Eu não


acredito em aborto e, além disso, não posso me imaginar
matando nada, muito menos uma criança inocente que
carrego dentro do meu corpo.

Eu poderia colocar o bebê para adoção, penso enquanto


coloco minha mão na minha barriga e gentilmente acaricio
meu estômago ainda plano.

Não, eu não poderia fazer isso também. É uma parte de


mim e Fury. Não poderia dar uma vida que criei. Tenho vinte
e três anos, não sou mais uma adolescente.

Sou uma pessoa adulta e os adultos responsáveis


cuidam de suas vidas, dos erros que cometem e tudo o que
Deus manda para eles. Eu não posso voltar para casa, mas
posso ajustar minha vida, trocar o meu Camaro por algo mais
barato.

O dinheiro vai ser curto, mas contanto que eu


economize, posso fazer isso dar certo. Vou fazer dar certo,
com ou sem a ajuda de um homem.

Decido esquecer tudo por essa noite. Assim que chego a


casa, faço torradas e um chá com mel antes de colocar um
filme. Minhas distrações são infrutíferas. Não só o chá doce
me enjoou, mas o filme não conseguiu tirar minha mente do
homem e nosso bebê.
Fury não tinha saído dos meus pensamentos desde que
eu o conheci. Ele estava bem ali na minha mente, tomando
conta de todos os meus pensamentos. Meu maior medo é de
nunca me ver livre dele.

Não deveria querê-lo, não depois do modo que agiu


comigo.

Mas eu o quero.

E não tem nada a ver com o bebê crescendo dentro de


mim e sim com a forma como me sinto com ele. Aqueles
poucos momentos em que fez eu me sentir desejada e me deu
o orgasmo mais perfeito que já tive. Só de pensar nisso, sinto
um arrepio pela minha espinha.

Depois de mais um filme e algumas bolachas para


ajudar o meu estômago, não aguento mais. Preciso dizer a
ele, tirar isso do meu peito.

Olho para o relógio e vejo a hora, dez da noite.

Não há melhor momento do que o presente para dizer a


um homem a verdade. Sei que se esperar, nunca vou contar a
ele.

Preciso dizer-lhe agora, não amanhã e não na próxima


semana. Só rezo para que ele seja cruel comigo. Sinto-me
louca e hormonal, emocionalmente instável, desde a semana
passada e não sei se vou aguentar se ele começar a gritar
comigo.

Respiro fundo e troco meu pijama por um jeans velho e


rasgado, que se encaixa perfeitamente e uma camiseta com
um decote em V larga. Meu longo cabelo loiro está solto e um
pouco bagunçado, minha maquiagem praticamente
inexistente, sutil e leve.

Mas isto não é um concurso de beleza.

Não estou tentando seduzi-lo. Eu tive o homem e


embora ele tenha sido perversamente delicioso, é um idiota
de proporções épicas. Não planejo voltar para ele. Mesmo
sendo o pai do meu filho. Não importa o quanto o queira. Oh,
estou tão fodida. Um vislumbre de seus olhos cinzentos e
provavelmente vou derreter em uma poça no chão.

Paro no estacionamento do clube e vejo dezenas de


motocicletas estacionadas em linha reta. Todo mundo na
cidade sabe onde o clube do Notorious fica, mas isso não
significa que já estive nele antes.

Ando até a porta e a abro, surpresa por não terem um


guarda. Imaginava que um bar de bandidos teria algum tipo
de segurança, verificando as pessoas que entram.

O cheiro de fumaça permeia o ambiente, junto com


cerveja, suor e sexo.

Torço o nariz para o último.

Meus olhos vagueiam pelo lugar e estremeço.

Há homens e mulheres em toda parte. Mulheres estão


vestindo nada, ou quase nada. Homens estão todos vestidos
com jeans e couro. É basicamente tudo o que eu tinha
imaginado. Grandes homens acariciando ou fodendo
mulheres que se parecem com prostitutas de uma esquina
qualquer.

— Kentlee? Que porra você está fazendo aqui? —olho ao


redor para ver Jonathan Williams, um menino com quem fui
para a escola, de pé a apenas alguns metros de mim.

— Estou procurando Fury — explico com os olhos


arregalados.

Eu nem sabia que Johnny Williams sabia meu nome.


Ele era um dos caras. mais gostosos da escola agora está
ainda mais gostoso, coberto de tinta com músculos e um
cigarro em seus lábios. Ele sorri e balança a cabeça antes de
levantar o queixo em direção ao bar.

— Ele não sabia que você viria né? — Johnny pergunta.


A resposta morre na minha língua, logo que meus olhos
encontram Fury.
Fury
Estou fodido. Jack queima minha garganta, mas não
substitui a dor que sinto dentro de mim. Vi a vadia há poucas
horas, mas isso não quer dizer que já não estou sofrendo por
ela.

Kentlee Johnson.

Essa puta maluca me enfeitiçou.

Um olhar em seu rosto doce e inocente e estou fodido.


Um impulso no interior de sua vagina apertada e fui enviado
para outro mundo, à porra do paraíso.

Quando ela gozou no meu pau, o brilho em seus olhos


me nocauteou.

E então, ela tinha que agir como uma puta louca.

Que tipo de vadia de 23 anos de idade, não está no


controle de natalidade?
Eu sabia a resposta: uma boa menina.

Kentlee é o que desejo. Uma boceta doce e inocente para


eu afundar noite após noite e ela tinha me aceito sem
questionar.

Estou sendo um idiota arrogante.

Mamãe sempre me disse que meu orgulho seria minha


ruína. Ela estava certa. Quero Kentlee como quero o ar, mas
não posso ir atrás dela e pedir desculpas, merda.

Nunca pedi desculpas a ninguém. Nunca precisei. Vou


atrás dela em breve, mas não vou me desculpar.

— Olá, baby, você precisa da minha boca hoje à noite?


— Kitty pergunta, esfregando os rígidos peitos falsos no meu
braço. Ela não está vestindo uma blusa. Esfrego a mão no
meu rosto. Puta.

— De joelhos — falo.

Olho enquanto ela ajoelha, no meio do bar. Kentlee


nunca faria isso e eu nunca pediria a ela para fazer. Nem
fodendo deixaria alguém ver o que é meu.

Putas do clube são todas iguais. Prontas e dispostas a


liberar qualquer parte do seu corpo para uma transa rápida.

— Deus, eu amo seu pau. Quando você vai usar esta


besta em mim? — ela ronrona, acariciando meu pau. Pego
seu cabelo e puxo.

— Eu não planejo te comer nunca, puta — cuspo,


enquanto aceno para o meu pau.

Ela não é o que quero.


— Que fofo — Ouço uma voz doce atrás de mim. Viro a
cabeça para ver ninguém menos que o objeto da minha
obsessão das últimas semanas, ali de pé, com os braços
cruzados sobre o peito, empurrando seus seios para cima.

Kentlee Johnson.

Empurro Kitty e guardo meu pau semiduro em meu


jeans antes de me levantar para enfrentar a vadiazinha linda.
Seu nariz está franzido, enquanto ela olha para a Kitty
seminua com desprezo.

— Que merda é essa? — grita Kitty.

— Dê o fora daqui — grito para ela. Ela se levanta


rapidamente e foge. — Que porra você quer aqui? — viro para
a loira gostosa na minha frente.

Ela está vestida com jeans rasgado e uma camisa


folgada. Kentlee não está vestida com nada sexy, mas meu
pau vai de meio mastro para duro como uma rocha só com
uma varredura de meus olhos sobre seu corpo cheio de
curvas. Sei o que está por baixo de todos esses panos e meu
pau quer estar lá novamente.

— Preciso falar com você — diz ela, rangendo os dentes.

Aceno em direção ao meu escritório. Kentlee pode querer


falar comigo, mas vou acabar transando com ela. Não tem
como ficarmos fechados em uma sala se isso não acontecer.
Sorrio enquanto ela passa por mim.
Kentlee toma a iniciativa e eu sigo olhando para sua
bunda. Ignoro os assovios dos homens e olhares estranhos.
Ela não é nada como as mulheres neste lugar.

Ela é uma vadia elegante, mesmo com jeans rasgado e


camisa larga. Ela é boa demais para este lugar. Se eu
conseguir o que quero e sempre consigo, ela vai esperar
ansiosamente pelo meu pau todos os dias. Não quero que ela
entre nesta merda de lugar novamente.

Kentlee
Fury é bem... Irritante.

Tremo em desgosto, imaginando os lábios de Katie


Powell em seu pênis.

Deus, ele é um porco e ela ainda é a mesma puta de


quando estava no ensino médio.

Assim que entro em seu escritório sombrio, me viro para


encará-lo. Ele está de pé em frente à porta, braços cruzados
sobre o peito enorme, seus olhos cinza atentamente focados
em mim.

— O que você quer Kentlee? Vindo até aqui à noite,


depois de semanas de silêncio? — ele fala duramente.

Eu me assusto, não esperando sua voz retumbante.


— Bem... Você sabe como... — começo, sem saber como
contar.

— Fala logo — rosna, soando como um leão. Eu estreito


meus olhos para ele.

— Estou grávida, seu idiota — grito antes de cobrir a


minha boca em surpresa.

Eu não tinha planejado contar desse jeito.

Meus olhos se chocam com os dele e o olhar no seu


rosto só pode ser descrito como de puro choque.

— Grávida?

Concordo com a cabeça, incapaz de realmente dizer


qualquer outra coisa. Estou com medo de repetir. Se eu falar
as palavras mais uma vez, elas vão realmente ser verdade e
não estou cem por cento, preparada ainda. Vejo quando seu
olhar amolece e ele dá vários passos largos para ficar bem na
minha frente, apenas uma polegada separando nossos
corpos.

— Você vai ter o meu bebê, querida? — ele murmura


colocando sua mão ao redor do meu pescoço, efetivamente
tornando-me fraca como a menina idiota que obviamente sou.

— Sim — suspiro antes de empurrá-lo para longe de


mim. Aquele idiota tinha Kitty de joelhos cinco minutos atrás.

— Que porra é essa? — pergunta ele, fazendo eu me


lembrar daquela noite semanas atrás.
— Katie Powell estava prestes a chupar o seu pau
quando entrei. De maneira nenhuma vou deixar você chegar
perto de mim.

— Você acha que dou a mínima para aquela puta? — ele


pergunta, colocando a mão no meu pescoço, dessa vez em um
aperto firme.

Tremo com a lembrança de como aquela mão esteve no


mesmo lugar enquanto ele me segurava e fodia na cama até
eu esquecer meu nome. Tento sair de seu aperto, com medo
de que estar tão perto dele me faça desmoronar e com isso
acabar aceitando-o de volta.

— Acho que ela é uma puta e você só se preocupa em


foder — admito, afastando meu rosto do dele.

O indicador e o polegar de Fury pegam meu queixo e ele


trava seus olhos nos meus. Suspiro quando ele se inclina e
gentilmente encosta os lábios contra os meus, antes de
descansar sua testa contra a minha.

— Deixa essa merda para lá, Kentlee. É em você que


estive pensando por semanas. Agora você está aqui e eu não
vou deixar você fora da minha vista — ele rosna antes de me
beijar, não um beijo lento, mas um cheio de desejo e fúria. —
Vou foder a mãe do meu filho agora — ele rosna.

Sinto sua mão grande apertando minha bunda e jogo


minha cabeça para trás, pressionando meus seios contra o
peito dele.

Levanto minhas mãos para detê-lo, para perguntar-lhe


sobre sua súbita mudança, mas, em seguida, seus lábios
tocam meu pescoço, logo abaixo da minha orelha e me rendo
a ele, minha força de vontade se esvai.

— Fury — gemo quando sua língua lambe a minha pele.


É quente, macia e perfeita, eu suspiro.

— Tão doce — ele murmura contra a minha pele


enquanto suas mãos começam a desabotoar e empurrar
meus jeans para baixo.

Em um flash, seus joelhos estão no chão e a palma da


mão acaricia meu estômago plano. Assisto fascinada
enquanto ele beija minha barriga, seus olhos fixos onde seu
filho está protegido, aonde têm uma parte dele dentro de
mim. Lentamente, sua cabeça se eleva e seus olhos cinzentos
se fixam nos meus.

— Nunca quis nenhuma criança. Não até que entrou por


aquela porta e soltou a bomba de que está grávida. Nunca
pensei que alguém doce e boa teria um filho meu também.
Vou tentar fazer direito por você, baby-murmura, com os
olhos brilhando e eu me pergunto se isso é um sonho ou se
ele realmente quer dizer isso.

— E na outra noite? Tudo o que disse? Você nem sequer


me conhece — questiono. Ele se levanta, puxando a camisa
sobre a minha cabeça, deixando-me apenas de calcinha e
sutiã.

— Fui um idiota, porra. E te conheço o suficiente. Sei


que você não é uma puta, que estava em um clube que não
queria, vestindo algo que também não queria, apenas para
fazer sua irmã feliz. Sei que tem um carro bonito e que
trabalha duro para isso. Que não sai com qualquer um, mas
me queria, então aceitou os meus termos. Mesmo eu sendo
um idiota contigo naquele dia, ainda veio a este clube, mesmo
assustada, para me dizer que vou ser pai. Sei que sua boceta
é mais doce que já tive. De resto vou aprender — diz ele, sua
respiração quente e pesada.

Meu peito se ergue com uma mistura confusa de desejo,


medo e necessidade. Coloco minhas mãos em seus ombros e
pulo em seus braços, envolvendo minhas pernas em volta de
sua cintura. Eu o beijo, forte, empurrando minha língua
profundamente em sua boca.

— Foda — ele sibila suas mãos pegando os lados da


minha calcinha. Ele a rasga em pedaços, jogando no chão.

Minha bunda colide com sua mesa um segundo mais


tarde e eu puxo ar quando ele move suas mãos para o cinto e
calça jeans, empurranda para baixo de suas pernas. Gemo no
segundo que sinto seu duro comprimento entrar, me
esticando. Faz um mês que ele esteve dentro de mim e isso
doeu, mas era bom pra caralho tê-lo de volta.

— Fury — gemo quando ele está totalmente dentro de


mim.

— Pierce. Você vai me chamar de Pierce quando meu


pau estiver em você — rosna.

Tremo diante de seu tom e em seguida, tremo por uma


razão completamente diferente, quando ele lentamente
começa a impulsionar seu quadril contra o meu.

— Pierce — grito.
Ele resmunga enquanto sua mão lentamente desliza
pelas minhas costas, abrindo meu sutiã antes de tirá-lo e
arremessá-lo do outro lado do escritório. Sua mão, em
seguida, agarra meu cabelo e ele o enrola em seu punho.
Choro quando ele puxa meu pescoço para trás. Mas não de
dor. Gosto de sua aspereza, a maneira como ele se agarra a
mim, o quanto ele precisa de mim perto dele.

— A mais doce boceta que já tive. Caralho — murmura.

Fury aperta minhas coxas, enquanto seus lábios


alternam entre sugar e prender meus mamilos entre seus
dentes.

Arqueio minhas costas, nos aproximando mais,


querendo mais de sua tortura sexual.

Gotas de suor escorrem pela minha pele enquanto ele


continua a empurrar profundamente dentro de mim,
continuamente batendo no ponto certo. Eu posso sentir meu
clímax chegando e minhas unhas cravam em seus bíceps
tatuados enquanto grito de prazer.

Meu corpo pulsa em torno dele, esperando ele me leva


até o limite. Preciso de alguma coisa, preciso de mais.

— Goze no meu pau, baby — sussurra contra meus


seios doloridos enquanto esfrega seus dedos sobre meu
clitóris.

E faço exatamente isso, gozo enquanto ele continua a


entrar e sair do meu corpo. Pierce não para. Ele empurra
para dentro de mim mais algumas vezes antes de diminuir o
ritmo e gozar, sua liberação quente inundando meu corpo.
Sinto meu corpo completamente mole, mas ele me pega
em seus braços, seu pau ainda dentro de mim. Leva-me até o
sofá e entro em colapso em seu peito, enterrando meu rosto
em seu pescoço. A mão de Pierce acaricia gentilmente minhas
costas eu gosto disso, é reconfortante, e perfeito, tudo ao
mesmo tempo.

— Você está bem, baby? — murmura contra a minha


testa antes de pressionar os lábios na minha pele.

— Eu não planejava dormir com você — suspiro,


beijando seu pescoço encharcado de suor.

Sinto seu corpo tremer antes de sua risada chegar aos


meus ouvidos.

— Nunca pensei que fosse foder você de novo, não


importa o quanto eu quisesse sua boceta doce. Pensei que
tinha fodido tudo Ele resmunga. Sento-me e fico olhando
para ele.

— Você fodeu — Confirmo. Ele sorri amplamente, o


olhar tão bonito em seu rosto barbudo que minha respiração
trava.

— Fiz uma coisa certa. Coloquei meu bebê dentro de


você e isso te fez voltar para mim. Meu orgulho está salvo e
ainda ganhei a garota.

Abro minha boca para dizer algo, mas não posso. Ele
está certo, o bastardo. Quando penso em dizer algo mais a
porta do escritório é aberta. Eu grito e me afundo em seu
peito, em uma tentativa de esconder meu corpo nu, bem
ciente de que minha bunda está à mostra para quem quiser
ver.

— Merda — Ouço uma voz familiar, é Johnny Williams


que está na porta.

— Que porra é essa cara? — Fury grita enquanto suas


mãos tentam esconder minha bunda.

— Porra, Prez. Desculpe cara, mas nós temos problemas


— Diz Johnny. Posso ouvir o sorriso na voz do filho da puta
antes dele sair, fechando a porta atrás de si.

— Dê-me um minuto, querida? Fique aqui, já volto.


Tranque a porta e não a abra para ninguém além de mim —
Ele murmura seus olhos focados nos meu e seu rosto sério,
muito sério.

Aceno conforme ele levanta do sofá, entregando meu


sutiã e camiseta.

— Vista-se assim que eu sair, linda — Ele murmura.

Não tenho a menor ideia do que está acontecendo, mas


deve ser sério pelo jeito que está agindo. Ele mudou de Pierce
para Fury em segundos e é bastante óbvio que Fury está
irritado.

Assim que ele sai, corro para trancar a porta. Então,


visto rapidamente meu jeans e camiseta. Sento no sofá
esperando... O quê não tem a menor ideia e isso está me
matando.
Fury

Porra.

No segundo em que Dirty Johnny entrou na minha sala,


depois de inicialmente querer enfiar a porrada nele, eu sabia
que algo ruim estava acontecendo. Seus passos nervosos em
frente à porta confirmam minhas suspeitas.

— Quem está aí? — Berro, fazendo-o pular.

— Desculpe Prez, os Bastards enviaram uma


mensagem. Pensei que você gostaria de ver — ele murmura
enquanto acende um cigarro.

O cheiro flutua até mim, me fazendo querer à porra do


cigarro. Estou tentando largar esse vício. Seguimos para fora
da boate, nos fundos e eu suspiro ao ver exatamente o que a
mensagem dos Bastards implica.

Red, uma das poucas mulheres motociclistas do clube,


espancada e nua, largada morta na parte de trás da nossa
propriedade. Buck vai pirar não que ele realmente se
importava muito com a vadia. Ela era uma viciada em crack,
que vendia o corpo na esquina, mas por um tempo ela foi
dele.

Buck ficou com ela, vestiu-a e deu-lhe um teto sobre


sua cabeça porque era mãe de seus dois filhos, mas eles não
estavam juntos, não realmente. Não tinha nenhuma maneira
dos Bastards saberem qual era a situação do relacionamento
deles. Eles iam atrás das nossas mulheres, tentando nos
deixar desfalcados, porque querem ser os donos da cidade
toda. Fodam-se eles.

— Tire-a daqui antes que Buck a veja. Eu vou falar com


ele. A festa acabou. Tragam todas as crianças e mulheres
para cá, a porra do confinamento começa imediatamente.

Assenti para Dirty Johnny, levantando meu queixo para


que ele atendesse minhas ordens o mais rápido possível.
Observo enquanto alguns novatos cumprem a tarefa de se
livrarem do corpo de Red e então entro para falar com Buck.

Caminho até o bar onde Buck está empoleirado e com o


braço em volta de Kitty. Ele está lambendo o pescoço dela e
não consigo evitar, sentir-me grato por não ter encostado-se a
parte alguma dessa puta. Balanço a cabeça ela me dá um
olhar irritado antes de se afastar dele. Buck se vira os olhos
estreitos por um segundo antes de seu rosto ficar pálido,
percebendo que algo não está certo.

— É a Red, irmão.

Seus olhos se arregalaram e então ele assentiu.


— Sabia que as drogas e a prostituição iam acabar
levando-a. Pode falar — ele insiste. Balancei minha cabeça.

— Não foi nenhum dos dois, irmão. Foram os Bastards.

— Puta merda — ele ruge.

— Uma mensagem. Estamos em confinamento no


momento. Vamos encontrar esses filhos da puta, não precisa
se preocupar quanto a isso. Retribuição. — Eu ofereço,
batendo minha mão em seu ombro.

Os ombros de Buck caem e ele esfrega a nuca antes de


falar.

— Ela era uma garota doce quando nos conhecemos.


Fodi com a vida dela, fodi mais de um milhão de vezes e
então ela ficou viciada naquela merda e nunca mais largou.
Amei aquela vadia, lá no fundo, amava como ela era quando
nos conhecemos — ele murmura. Eu o observo enquanto
seus olhos cheios de lágrima brilham.

— Vingança. Não duvide disso — murmuro. Ele


concorda com a cabeça antes de tomar uma dose de uísque.

Sento-me ao lado do meu irmão, um homem que acaba


de perder sua mulher. Ela se foi há anos, mas agora era para
sempre.

Estalo meus dedos para o novato atrás do bar e espero


até que ele me traga uma garrafa de Jack e um copo. Hoje à
noite, consolo meu irmão enquanto ele chora. Amanhã,
colocarei alguns Bastards debaixo da terra.
Kentlee
Olho para o meu telefone. Uma da manhã. Porra,
inacreditável. Ele me deixou trancada em seu escritório por
quase três horas. Caralho. Vou cair fora daqui. Estendo a mão
para a maçaneta da porta, mas, em seguida, lembro-me do
pânico em seu rosto, a preocupação, a seriedade.

Solto a maçaneta e volto para o sofá nojento, caindo


sobre as almofadas. Abro meu aplicativo do Facebook e
contemplo anunciar a minha gravidez. Nada poderia
constranger mais minha mãe, penso comigo mesma com uma
risada antes de fechar o aplicativo.

Estou exausta, com fome e puta da vida.

Levanto-me do sofá e caminho até a porta, minha mão


pousando sobre a maçaneta. Eu deveria ir embora. Meu carro
está aqui, posso fugir sem ser percebida. Fecho meus olhos
por um momento e lembro o rosto do Fury antes de sair.
Talvez eu não queira saber o que está acontecendo fora deste
pequeno escritório. Levo minha bunda de volta para o sofá
sujo, mais uma vez, e me deito.

Preciso dormir.

— Merda — uma voz sussurra. Abro meus olhos para a


sala escura, uma grande sombra pairando sobre mim.
— Pierce? — Pergunto assustada.

— Gatinha. Esqueci que você ainda estava aqui. Merda


— ele murmura antes de me puxar para seus braços.

Eu não quero nem pensar sobre o fato de que ele se


esqueceu de mim e como isso me faz sentir, então ignoro o
pensamento.

— Já está tarde? — Murmuro as palavras soando


arrastadas até na minha própria cabeça. Estou tão cansada,
preciso dormir mais.

— Não, gata, é cedo. Vou levá-la para uma cama — ele


se move com o meu corpo envolvido em seus braços.

Sinto-me segura.

Fecho meus olhos, inclinando-me contra seu peito,


deixando-o cuidar de mim enquanto me carrega para onde
quiser. Não confio nele e não sei se um dia confiarei, mas
estou tentando. Estou disposta a dar o meu corpo para ele,
entregando-me ao meu desejo de tê-lo. Eu o quero tanto.
Quero qualquer pedaço que estiver disposto a me dar e isso
faz com que me sinta patética.

— Vamos te despir — ele murmura enquanto me deita


em uma cama.

Não é tão confortável quanto à da minha casa, mas já é


um avanço comparado ao sofá nojento que estava dormindo.
Gemo quando sinto minha calça sendo tirada. Eu me estico
debaixo da minha camisa e desengancho o sutiã, tirando-o
através de uma das mangas antes de arremessá-lo para o
outro lado do cômodo.

— Droga, eu não sei por que essa merda foi tão sexy.
Mas porra... — Pierce murmura enquanto entro sob os
lençóis.

— Você é um porco — Resmungo incapaz de abrir os


olhos, de tão exausta que estou.

— Bem, sim — ele admite enquanto ouço-o mover-se


pelo quarto. Ele está fazendo tanto barulho que não consigo
voltar a dormir.

— Vem para a cama, Pierce — Ordeno fracamente.

— Sim, querida. Não há outro lugar que eu preferiria


estar agora — ele diz e sua voz vai desaparecendo à medida
que o sono toma conta novamente.

Antes que eu apague por completo, sinto seu corpo


grande e quente atrás do meu. Sua mão desliza por cima da
minha coxa, pelo meu quadril e depois em volta do meu peito.

Céu.

Há algo quente deslizando sobre meu peito, descendo


para o meu estômago e em seguida, subindo de novo. Um
ligeiro puxão no meu mamilo faz meus olhos abrirem e
enrijeço quando olho em volta e percebo que não estou no
meu quarto. Levo um instante para identificar exatamente
onde estou e o que aconteceu na noite passada.

Fury. Sexo. O bebê.

Vou me recordando em partes, mas tudo se junta e


então observo ao meu redor. Esse quarto só tem a cama, um
guarda roupa e um caixote usado como criado-mudo. É
limpo, arrumado e uma total contradição ao homem atrás de
mim. Homem rude e desordeiro que atende pelo nome Fury.

— Bom dia — ele sussurra ao lado do meu pescoço


enquanto seus dedos mergulham entre minhas coxas.

Gemo quando eles rodeiam o meu clitóris. Porra, o


homem sabe como me deixar com tesão.

— Fury — advirto. Ele desliza o dedo dentro de mim e eu


jogo a cabeça para trás com um gemido ao invés de dizer-lhe
para parar.

— Adoro os sons que você faz. É gostoso pra caralho —


ele murmura antes de seu polegar pressionar o meu clitóris,
seu dedo entrando e saindo de mim.

— Nós deveríamos falar sobre tudo — Suspiro. Ele


apenas ri atrás de mim.

— Eu vou foder bem gostoso e depois dizer como vamos


fazer isso — ele persuade.

— Fury — advirto.

— Enquanto qualquer parte de mim estiver dentro de


você, gata, me chame de Pierce — ele ordena.

Gemo de novo, não de dor ou medo, mas de luxúria.


Deus, apenas sua voz poderia me deixar no limite. Firme
e inflexível igual a ele.

— Sim, Pierce — sussurro.

Ouço-o gemer antes de sua mão deixar minha boceta e


descer para meu joelho, me levantando e abrindo de forma
bem ampla. Grito de prazer quando ele desliza seu pau
dentro de mim. Estou dolorida, mas é bom demais para
parar.

— Tão bom. Sinto-me em casa dentro de você — ele


geme enquanto gentilmente me fode, seu pau duro, mas seus
movimentos precisos, lentos e suaves.

— É tão gostoso, baby — gemo quando seus dedos


retornam ao meu clitóris.

É bom pra caralho.

Pierce não diz mais nada enquanto continua-me fodendo


lentamente. Choramingo, gemo e imploro por mais. Quero-o
forte. Gosto quando ele é bruto, mas se recusa a ser.

Não importa o que quero, ele vai fazer da maneira como


quer. Mas até isso me dá tesão.

— Aperte seus mamilos, querida, quero ver — ele


grunhe.

Estou tão perto que posso sentir meu corpo indo em


direção ao clímax, então faço o que ele pede.

Jogo minha cabeça contra seu ombro e envolvo meus


dedos ao redor dos meus mamilos e aperto. Caralho. Grito
enquanto jorro de prazer. Minhas coxas tremem, juntamente
com o resto do meu corpo. Pierce me gira e me coloca de
bruços, puxando meu quadril para trás com as mãos e me
possui brutamente.

Exatamente do jeito que eu preciso dele.

Coloco minha mão embaixo do meu corpo e começo a


brincar com meu clitóris. Não quero perder meu orgasmo,
quero estendê-lo, ou conseguir mais um. Quando ele está
dentro de mim, tão rude é inacreditável, quero gozar mais e
mais.

Preciso que ele sinta o quanto me afeta, mesmo que seja


só fisicamente.

— Porra, isso garota. Brinque com a sua boceta


enquanto aguenta o meu pau — ele rosna.

Eu não consigo evitar o grito que sai da minha boca.


Estou sendo tão dura com o meu clitóris quanto Pierce está
sendo com minha boceta. Sei que meu quadril ficará
machucado pelos dedos dele, mas que se foda, adoro isso.

— Goza no meu pau de novo, Kentlee — ele ordena e eu


gozo.

É como se ele pudesse simplesmente mandar que eu


goze e meu corpo hasteia a bandeira branca, se entregando
ao comando dele.

— Pierce — grito.

— Sim, caralho, sim! Toma a minha porra, gata — ele


ruge enquanto jorra dentro de mim.
Sou uma pilha desossada de carne enquanto entro em
colapso sobre a cama. Ele cai em seguida, seu peso contra as
minhas costas com seu pau ainda dentro de mim.

— Você tem a boceta mais gostosa que já estive dentro,


querida — ele murmura no meu ombro antes de deixar um
beijo gentil ali.

— Devemos conversar — digo sem fôlego.

Pierce grunhe antes de sair de mim e rolar para o lado,


as costas apoiadas na cabeceira da cama.

— Vem aqui — ele murmura, estendendo os braços.

Faço o que ele pede, me afago em seu corpo quente,


duro, deitando minha cabeça em seu peito enquanto envolvo
os meus braços em torno de sua cintura.

— Então, vou vender meu carro e conseguir um mais


acessível. Vou fazer uma grana boa, mas não muita. Posso
trabalhar quantas horas extras forem possíveis até a chegada
do bebê, mas tenho certeza que não serei capaz de pagar a
creche para as horas extras, então vou ter que parar com
isso. Tenho esperanças de que serei capaz de economizar o
suficiente a partir de agora até o momento em que eu
começar a não me sentir bem... — balbucio enquanto começo
o meu plano. Pierce me aperta e sacode um pouco grosseiro.

— Esqueça garota — diz duramente. Inclino minha


cabeça para trás para olhá-lo nos olhos.

— Como é que é? — Pergunto muito puta.


— Você não vai vender aquela maravilha de carro e não
vai ralar sua bunda grávida. Têm um homem junto contigo
agora e cuido do que é meu. Ou seja, você e meu bebê — ele
declara.

— Pierce, se eu tivesse um carro mais barato, poderia


economizar ainda mais dinheiro e as horas extras seriam
apenas até o bebê nascer — tento me defender. Ele me cala
com um beijo agressivo.

— Vou te ajudar de todas as maneiras que puder,


inclusive financeiramente. Primeiro, nós vamos te tirar
daquele lugar apertado pra caralho que vive. E o bebê precisa
de um quarto. Então o que você precisar, eu vou comprar.
Sua renda será apenas sua. Você não pagará por nada —
anunciou. Pisco antes de ficar de boca aberta.

— O quê? — Suspiro, descrente.

— Nova casa e um homem que paga suas contas,


querida — ele resume. Continuo pasma.

— Sério? — Pergunto com admiração.

— Gata, que diabo pensou que eu quis dizer, quando


disse que ia fazer as coisas direito com você? — Ele pergunta.

De repente, me cai a ficha de que tudo isso é por causa


do bebê. Esse pensamento deveria ter sido o primeiro a
cruzar minha mente, mas ainda estava atordoada pelo
orgasmo recente.

— Por causa do bebê? — Pergunto, sentindo-me


insegura e idiota, tudo ao mesmo tempo.
É claro que ele está tomando conta de mim
exclusivamente por causa do bebê. Nós só nos vimos um
punhado de vezes.

Preciso me controlar.

— Em parte por causa do bebê e em parte porque gosto


de você. Quero ver onde isso vai dar. Pensei que eu tinha
estragado tudo e não a veria de novo. Odiava esse
sentimento, queria mais de você, mais dessa boca safada e
dessa maldita boceta perfeita — ele disse enquanto sua mão
deslizava pelo meu pescoço, gentilmente me segurando, como
fez na tarde em que nos conhecemos.

— Você é babaca e doce, tudo ao mesmo tempo —


murmuro, enquanto uma lágrima cai dos meus olhos,
pousando em seu peito.

— Bebê — ele murmura. Sua cabeça se inclina para


baixo e ele beija os meus lábios.

— Estou emotiva por causa dos hormônios — ofereço


como uma desculpa para a minha lágrima.

— Sim, eu entendo querida. Vamos comer alguma coisa


e te deixo em casa. Você não deveria ficar nessas pocilgas de
merda — diz ele. Mordo minha língua.

Quero perguntar-lhe sobre Katie Powell e a relação da


boca dela com o seu pau, sobre as outras mulheres que vi,
mas não pergunto. Não somos um casal ainda. Claro, ele
sente a necessidade de cuidar de mim e quer me conhecer
melhor, mas estou desiludida de que este seja um amor
instantâneo, que esteja acontecendo uma relação real.
Pierce e eu tomamos banho rápido em seu banheiro
anexo e mais uma vez me impressiono com a limpeza. Quero
perguntar-lhe por que ele é tão limpo, não é do jeito que eu
havia imaginado, mas não pergunto. Estou muito ocupada
seguindo-o para o andar de baixo e passando agora pelo
bar/salão de festas. Há várias pessoas apagadas por todo
lado. A maioria nua ou em vários estágios de nudez e meus
olhos se arregalam quando vejo tudo aquilo.

— Não se acostume a ver essa merda, Kent — ele


murmura enquanto saímos do prédio.

— Por quê? — Pergunto, pegando minha chave na bolsa.

Assim que pego, Pierce coloca a mão ao redor da minha


cintura e me puxa contra seu corpo. Olho para cima e sou
capturada por seus olhos cinzentos enquanto sua outra mão
acaricia meu pescoço. Ele abaixa a cabeça de modo que seus
lábios ficam a um milímetro dos meus.

— Minha mulher, a mãe do meu filho não ficará em


qualquer lugar perto desses bastardos sujos. Você é minha.
Eu não sei compartilhar e não quero ninguém olhando,
também. Se eu pudesse, te trancaria e ninguém seria capaz
de ver tudo que você é.

Minha respiração fica irregular diante de suas belas


palavras e sinto lágrimas nos meus olhos, novamente.
Nenhum homem jamais se sentiu assim por mim, nunca.

É assustador, mas igualmente adorável.

— Pierce — suspiro antes de inclinar e tocar seus lábios


com os meus. Eles são macios e quando sua língua quer
invadir minha boca, abro-a e me derreto. Derreto-me nele e
para ele, tudo ao mesmo tempo.

— Agora, vamos dar o fora daqui para que eu possa


alimentar meus bebês — ele resmunga.

Não posso evitar o sorriso. Pierce me diz qual


restaurante ir e informa que vai me seguir até lá em sua
moto. Não faço perguntas, apenas dirijo ainda admirada com
a mudança nele.

Eu o quero.

Quero tudo o que está me prometendo.

Só espero e rezo para que esse sonho se torne real.


Kentlee
O restaurante está cheio para uma manhã de sábado e
estou me sentindo desarrumada e desconfortável com minha
roupa do dia anterior, parecendo exatamente à derrotada que
sou. Olho em volta, rezando para não encontrar nenhum
conhecido.

Sinto-me aliviada ao ver que não conheço uma alma viva


daquele lugar. Pierce coloca o braço em volta da minha
cintura e me dá um beijo no rosto antes de murmurar para a
garçonete que precisamos de um lugar para duas pessoas –
nos fundos.
— Por que nos fundos? — Pergunto enquanto a anfitriã
pega os menus de plástico e dois guardanapos enrolados em
talheres de prata.

— Não gosto de pessoas atrás de mim — ele fala antes


de pegar minha mão e me levar para nossa mesa.

— O prato do dia são ovos, batatas, bacon e panquecas


comigo de acompanhamento se você estiver interessado, de
novo — a garçonete sugere com uma piscada de olho ao
sentarmos.

Pierce está sentado na minha frente, com a mão


entrelaçada na minha em cima da mesa. Eu não acredito
nisso. Essa piranha.

Sinto o meu rosto arder de raiva e aperto a mão dele


com a minha. Abro minha boca para dizer alguma coisa, mas
a piranha vai embora. Naturalmente, direciono minha raiva
para ele, o homem que me trouxe a um restaurante onde ele
fodeu com a porra da garçonete.

— Não, — ele adverte.

Não importa. Olho bem nos olhos dele e respiro fundo


enquanto o homem enfurecido fala primeiro.

— Uma coisa que você tem que saber. Já fodi um monte


de piranhas, Kentlee. Nada pode ser feito a respeito. É a vida.
Você não pode ficar puta toda vez que uma delas falar
alguma coisa. Esta é uma das razões pela qual nunca irá à
boate — ele me informa. Meus olhos se arregalam.
— Quais são todas essas razões pelas quais eu não vou
poder ir lá, Pierce? — Pergunto, puxando minha mão da dele
e colocando sobre meu peito. Estou pronta para dar um
murro na vadia. Estou pronta para uma briga.

— Eu já lhe disse o primeiro motivo, não quero que


nenhuns dos meus parceiros tenham intenções contigo, de
forma alguma. Segundo por causa das merdas que
acontecem lá, as putas, as drogas e a bebida. Você não
precisa estar por perto de nada disso enquanto estiver
grávida — ele afirma casualmente.

Olho para o meu colo e tento me segurar. Mas não


consigo. Minha primeira lágrima transborda com meus
pensamentos dele estar envolvido com todas essas coisas,
especialmente com a parte das putas.

— Então, você quer que eu fique em casa sem saber o


que faz enquanto está lá. Depois quer que eu te aceite na
minha cama quando ficar sóbrio? — Pergunto enquanto olho
para ele, minhas lágrimas caindo incontrolavelmente.

Estou com tanta raiva de mim por estar chorando, mas


não posso evitar. Pensar nele fodendo outras mulheres que
comumente se refere como putas e depois voltando para casa
para mim, faz eu me sentir horrível e incontrolavelmente
irritada.

— Por acaso eu disse que iria foder alguém além de


você? — Pergunta ele de forma áspera. Balancei minha
cabeça. — Você é minha, Kentlee. Continue dando o que
quero e não vou sair procurando por uma boceta qualquer.
Vou voltar para casa para você, para minha doce boceta.

Repugnante.

Torço meu nariz e me pergunto por que estou lisonjeada


por essas palavras grotescas. Ele é áspero e tem um
temperamento difícil. Posso não saber muito sobre Pierce
Duhart, mas sei que ele pode ser doce, se você puder ver
através da sua carranca e palavras grosseiras. Tenho a
impressão que sou uma das únicas pessoas no mundo que
conhece a sua doçura.

Ele me quer. À sua maneira grosseira, este é ele sendo


carinhoso, oferecendo-me o que pode dar. Tenho que decidir
se é suficiente. Que me oferece é suficiente para mim? Posso
sobreviver com ele naquele ambiente e em seguida, voltando
para casa, para mim?

— Você é um porco — Resmungo enquanto a garçonete


se aproxima para pegar o nosso pedido.

Pierce joga a cabeça para trás de tanto rir. Eu tento não


olhar para esse homem irritante, mas não consigo evitar. Seu
sorriso, sua risada, ele é inebriante.

Depois de feito nosso pedido, um silêncio cai sobre nós.


Quero saber tudo sobre ele, mas tenho medo de acabar se
fechando com minhas perguntas. Mal conhecemos um ao
outro e mesmo assim estamos planejando nosso futuro
juntos. É estranhamente confortável sua companhia, nossa
química é espetacular, mas conversar com ele é assustador
para mim.
— Você só tem aquela irmã Barbie adolescente? — Ele
pergunta, finalmente quebrando o nosso silêncio.

— Não, tenho um irmão mais velho também. Connellee.


Ele está na faculdade de medicina — Digo enquanto corto um
pedaço de panqueca e o enfio na minha boca.

— Faculdade de medicina? — Ele engasga.

— Sim. Meu pai é médico e Connellee segue esse


caminho desde que nasceu. Minha irmã, Brentlee e eu nunca
fomos incentivadas a estudar. Nosso destino era casar com
alguém que pudesse tomar conta da gente. Brentlee seguiu
esse caminho, ela vai se casar com um advogado, mas eu
quis fazer minha própria escolha. Cuidar de mim mesma.
Acho que agora isso acabou não é? — pergunto, olhando para
ele, incapaz de parar de tagarelar.

— Elegância, cem por cento — ele murmura.

Não entendi.

— Eu não sei se é bem assim — resmungo.

Pierce pega a minha mão e a aperta.

— Você é elegante gata, sem sombra de dúvidas.


Nascida e criada para estar com alguém muito melhor do que
eu, porra — diz ele antes de tomar um gole de café.

Olho para o meu prato vazio e suspiro. Isso era ele


sendo carinhoso. Abro a minha boca para responder, mas a
garçonete aparece e entrega-lhe a conta, juntamente com o
seu número.
— É sério isso? — Pergunto alto o suficiente para a
piranha me ouvir. Ela se vira e apenas sorri para mim antes
de sair rebolando.

— Tem que deixar isso para lá, querida — ele murmura


enquanto continuo inquieta.

— Essas piranhas imundas — murmuro.

Sou recompensada com uma risada de Pierce enquanto


ele coloca um braço em volta de mim, pressionando sua mão
no meu cóccix.

— Você comeu o suficiente, baby? — Ele pergunta


enquanto sua outra mão repousa sobre a minha barriga.
Esse gesto é tão tocante que tenho que conter as lágrimas,
novamente.

— Sim — tento me controlar enquanto andamos até


meu carro.

— Vou segui-la até em casa para que possa descansar.


Você que é corretora, existe algum lugar que seja maior e
valha a pena para nós alugar? —Pergunta. Mordo meus
lábios. Ele está falando sério. Na noite passada, estava
realmente falando sério. Pisco meus olhos e sorrio.

— Sim, nós podemos dar uma olhada no orçamento e


outras coisas quando chegarmos à minha casa. Obrigada,
Pierce. Obrigada por realmente querer fazer isso — Eu o
elogio e abraço sua cintura, aproximando-o de mim.
— Gata, eu nunca vou mentir para você. Que digo,
cumpro — ele promete enquanto coloca uma mão na minha
cintura e a outra alisa meu cabelo.

Alguns minutos depois, estou no meu carro dirigindo


para minha pequena casa com Pierce me acompanhando logo
atrás.

Assim que chego à garagem, saio do carro e vou direto


para a porta. Estou cansada, exausta na verdade. Preciso
trocar de roupa e colocar uma calcinha, já que ele rasgou a
minha na noite anterior. Estou ao mesmo tempo empolgada e
nervosa com tudo acontecendo tão rápido. Mês passado, teria
rido da cara de alguém se me dissessem que minha vida ia
tomar esse rumo.

Pierce entra e fecha a porta antes de caminhar na


minha direção. Levanto minhas mãos para detê-lo, para
atrasá-lo, mas não adianta. Suas mãos agarram minha
bunda e ele me levanta. Ele segue até o quarto e sem dizer
uma palavra, me joga na cama e cobre meu corpo com o seu,
sua boca pressionando a minha.

— Não quero mais saber de nenhuma daquelas vadias,


Kentlee — ele geme. Uma de suas mãos desliza para dentro
da minha camisa e puxa o meu sutiã. Eu gemo quando seu
dedo passa pelo meu mamilo antes dele apertá-lo e puxá-lo
gentilmente.

— Pierce, por favor — imploro.

Eu preciso de mais. Preciso dele dentro de mim, sinto


como se já fizesse semana tamanha a necessidade. Acabei me
tornando essa garota safada, cheia de tesão e não me
importo. De repente, já não me sinto mais exausta, ao invés
disso, estou com um tesão infernal.

— Preciso que você entenda Kentlee. Chega de vadias.


Não importa aonde vá, ou o que esteja acontecendo. Você não
precisa se preocupar comigo — ele sussurra enquanto
desabotoo sua calça e pego no seu pau duro. Ele ficou
mandão e isso me excita.

— OK. Somente eu, Pierce. Entendi — sussurro


ofegante. Nunca fiquei tão tensa como quando fico perto
desse homem.

— Vou te satisfazer de todos os jeitos que eu puder


Kentlee. Você é minha — ele me olha ferozmente antes de
arrancar minha calça jeans. — Isso — ele massageia meu
clitóris, antes de enfiar dois dedos dentro de mim — é meu.
Minha mulher, minha boceta, meu bebê, tudo meu, porra. —
Sua cabeça se inclina enquanto me beija, retirando os dedos
para poder enfiar seu pau em mim até o talo.

Gemo sem palavras enquanto me fode, seus olhos


focados nos meus, tão centrado que é como se eu pudesse ver
dentro dele. Ele quer isso. Ele me quer e nos quer juntos.

Passo meus dedos pelo seu cabelo desarrumado o


seguro, sem tirar meus olhos dele. Seus grunhidos e os meus
gemidos quebram o silêncio do quarto. Gozo ainda mantendo
meus olhos fixos nos dele. Ele goza logo em seguida da
mesma forma. Mantem o movimento vagarosamente para
dentro e para fora de mim e então beija suavemente minha
boca.

— Minha — ele murmura baixinho antes de sair de cima


de mim e me envolver em seus braços.

Eu deveria me limpar. Deveria fazer um milhão de


coisas, mas com esses braços fortes em volta de mim, com
seu corpo quente junto ao meu, não posso fazer nada a não
ser deixar o cansaço tomar conta de mim.

Estou segura.

Em seus braços, com ele na minha cama, nada pode me


machucar.

Ele é muito mais do que eu poderia imaginar e nem o


conheço direito.

Fury
Ela dorme.

Linda pra caralho e é toda minha.

Não posso de forma alguma deixar o lado podre da


minha vida chegar até ela.

Kentlee é boa demais e não posso corrompê-la.

Ela nunca vai saber como é essa vida.


Kentlee não serve para ser uma das mulheres do clube,
ela não é forte o suficiente, posso ver isso em seus olhos.
Precisa de alguém para cuidar dela e eu vou fazer isso. Vou
ser dela e ela vai ser minha, mas eu não posso assumi-la
como parte do clube.

De forma alguma conseguiria lidar com os negócios do


clube. Minha mãe era forte e durona, conseguiu lidar, mas eu
não vejo essas características na Kentlee. Ela é suave, doce e
pura. Vou ficar e cuidar dela.

O meu telefone começa a tocar na minha calça e me


desencosto dela para atender.

Torch.

— E aí? — Pergunto, sabendo que deve ser algo


importante para ele me ligar agora.

— Tenho um problema com o carregamento para o


Canadá, irmão. Pessoal do clube disse que estão tendo
problemas com o Cartel Mexicano. Eles precisam de força
bruta e necessitam de reforços. Carregamentos estão sendo
interceptados pelo Cartel e o clube não é capaz de realizar as
entregas. Aryans estão putos — Torch explica
resumidamente.

— Odeio os putos dos Aryans. Não sei por que aquele


acordo foi feito para início de conversa — resmungo, entrando
na sala da Kentlee.

— O dinheiro fala mais alto, mano — suspira Torch. Sei


que ele pensa da mesma forma que eu sobre esses racistas
filhos da puta.
— Então, querem que a gente vá para o Canadá, com
armamento pesado, força total, para proteger os
carregamentos deles? — Pergunto, sem esperar resposta.

— Você os conhece. Não dão a mínima. Só querem saber


das coisas deles. São uns babacas — responde Torch. Alongo
meu pescoço de lado a lado, tentando aliviar a tensão que vai
se formando.

— Nós tentaremos mais um carregamento, o que sai no


próximo mês, por uma rota diferente. Se for interceptado,
então nós agimos e eles vão saber quem somos nessa porra
— explico.

Não quero ajudar aqueles babacas, mas eles nos pagam


bem e Torch tem razão. Dinheiro fala mais alto.

— Vou espalhar a palavra — ele diz. Agradeço-lhe.

Não vou entrar em contato com eles, a menos que seja


realmente necessário.

Nunca concordei em fazer negócios com eles. Nunca


quis isso e nunca gostei. Decisão foi tomada enquanto eu era
um membro votante, mas estava ocupado bebendo para me
preocupar com essa porra e os detalhes que acompanhavam.
Segui as ordens como um bom soldado fiz o que deveria fazer,
e isso era tudo. Agora que estou no comando e tenho clareza
das coisas, não gosto nada disso.

Volto para o quarto de Kentlee, que é cerca de dois


passos de distância, pois sua casa é do tamanho da porra de
um selo postal e rastejo de volta para sua cama que é
confortável pra caralho. Quando envolvo meus braços em
torno dela de novo, ouço-a soltar um suspiro e eu sorrio.

Porra, essa menina e o que faz comigo. Inacreditável.


Fecho meus olhos e solto meu próprio suspiro.

Eu estou feliz.

Nunca estive tão feliz assim antes.

Minha mulher.

Meu bebê.

Estou muito feliz, porra.


Kentlee
O braço pesado que me pressiona contra o colchão
deveria deixar desconfortável. Mas não, na verdade, eu gosto
e muito.

Rolo para ficar de frente para Pierce e vejo que ainda


está dormindo. Ele parece mais jovem, relaxado ao invés de
tenso.

Sigo suas sobrancelhas com as pontas dos meus dedos


e em seguida, arrasto-os ao longo da lateral do seu rosto,
para baixo até chegar ao seu queixo e sinto a aspereza da sua
barba.

— É uma sensação muito boa, gata — ele murmura com


a voz cheia de sono. Movo os dedos pelo cabelo bagunçado
dele e gentilmente passo minhas unhas ao longo de seu couro
cabeludo.
— Boa tarde — observo como seus olhos se abrem
lentamente.

— Sim. Porra. Desmaiei — ele diz, enquanto se


espreguiça ao meu lado.

— Você quer que eu faça algo para comer enquanto


discutimos orçamentos e outras coisas? — Pergunto,
esperando que ainda cumpra o combinado, que o sono e o
tempo não o tenham feito mudar de ideia.

— Sim, querida, isso seria bom — diz ele, sorrindo


enquanto seu estômago ronca.

Dou uma pequena risada e saio da cama procurando


algo para vestir.

Coloco uma calcinha limpa e me viro para vê-lo me


olhando da cama. Seus olhos estão um pouco mais escuros
do que o seu cinza normal, mas eles estão completamente
focados em mim. Mordendo meu lábio, coloco um sutiã e
pego uma camisa grande antes de colocar uma calça legging.
Eu não planejo ir a lugar algum hoje.

— Linda — ele diz se levantando da cama e caminhando


na minha direção. Dou um pulo quando suas mãos agarram
meu quadril e ele inclina a cabeça para me dar um beijo
ardente.

— Peirce — gemo quando me solta. Ele não diz uma


palavra.

Ele dá um tapinha na minha bunda, em seguida se vira


e vai para o banheiro. Observo enquanto ele anda, apreciando
a imagem de sua bunda e seus músculos se movendo a cada
passo que dá. Assim que a porta do banheiro se fecha,
suspiro e vou para a cozinha.

Não tenho muita coisa na geladeira, porque realmente


não gosto de cozinhar apenas para mim. É triste e me faz
sentir solitária, então quase não cozinho. Felizmente, tenho
todos os ingredientes para fazer espaguete à bolonhesa e
tenho um pedaço de pão que posso transformar em pão de
alho. Minha boca se enche d’água só de pensar nos
carboidratos, então rapidamente começo a cozinhar para o
meu homem e para mim.

Meu homem.

Ainda não posso acreditar que Fury é meu.

Pierce “Fury” Duhart é meu.

Sou a mulher de Pierce “Fury” Duhart.

Eu me arrepio só de pensar.

Sou tirada do meu devaneio quando dois braços fortes


envolvem minha cintura e lábios macios tocam atrás da
minha orelha. Inspiro perfume, suor picante e Pierce.

— Que cheiro bom, gata — ele diz atrás de mim, seu


peito roçando contra minhas costas.

— É carne moída, Pierce — Eu rio. Seus braços me


apertam um pouco antes de uma de suas mãos invadirem o
interior da minha camisa para agarrar o meu peito. Gemo
quando ele aperta meu mamilo por cima do sutiã.
— Não tive mulher alguma que cozinhasse para mim
desde a minha falecida mãe. Que cheiro bom, gata — ele diz,
repetindo a frase e eu me contorço por dentro.

Percebo que realmente não sei nada a respeito desse


homem. Ele me solta e pega uma Coca-Cola da geladeira
antes de se acomodar no bar para me assistir cozinhar.

— Sua mãe faleceu? Eu sinto muito — digo baixinho me


virando para vê-lo.

— Eu tinha quinze anos, isso foi a vinte anos atrás


querida. Sinto falta dela, mas já lidei com toda a tristeza —
confessa. Pisco, percebendo que ele é mais velho do que eu
em mais de 10 anos.

— Incomoda eu ter vinte e três anos e você ter trinta e


cinco? — Pergunto. Ele solta um pequeno sorriso antes de
falar, com seus olhos vagando pelo meu corpo.

— Nem um pouco. Agora, se você agisse como uma


pirralha idiota, isso me incomodaria bastante, mas não. Você
é uma mulher é responsável e é o paraíso quando está no
meu pau. Além disso, você cozinha. Como eu poderia me
incomodar com uma porra dessas? — Ele pergunta enquanto
ri.

Quero jogar minha espátula nele, mas não posso. Ele


está sendo gentil à sua maneira de novo e estou adorando
isso.

— Pierce — falo antes de me virar e sorrir para a panela


de carne moída.
— Você adora isso, garota — ele resmunga.

Balanço minha cabeça. Gosto. Realmente adoro isso.

Pierce e eu jogamos conversa fora enquanto fazia o


jantar. Descobri que ele não é de Idaho, mas sim da
Califórnia e que a sede original do seu clube é lá. Não que eu
entenda isso. Digo a ele que eu nunca saí de Idaho. Meu
irmão vai para a faculdade em Notre Dame, mas nunca saí do
estado. Pergunto-lhe sobre seu pai, onde está e se sente falta
dele. Ele me diz que seu pai é o presidente do clube no qual
foi criado, lá na Califórnia.

— Então, o que significam todos esses emblemas no seu


colete? — Pergunto enquanto cozinho.

— É chamado de corte, gata e eles representam coisas


diferentes. Minha posição, patente e alguns deles são
referentes as merdas que já fiz — ele me explica de uma
forma vaga.

— Ah, Ok.

Não o forço a continuar falando sobre o assunto ou a


contar tudo sobre as coisas que fez para merecer aqueles
cortes. Com toda sinceridade, acho que não quero saber.

— Gostaria de conhecer em breve, o seu pai — digo


enquanto coloco a comida no prato, tentando evitar qualquer
conversa sobre os cortes que ele usa, ou qualquer coisa a ver
com isso.

— Sim. Tenho algumas merdas acontecendo no clube,


mas assim que as coisas resolverem pode ir lá. De qualquer
forma, quero que ele a conheça antes que o bebê nasça — diz.
Sorrio em saber que ele realmente se importa.

— Preciso contar a minha família sobre isso, sobre você


e o bebê — digo. Ele sorri.

— Você me quer lá quando for contar?

— Não, é melhor eu ir sozinha. Minha mãe e eu nem


sempre nos entendemos. Mais provável é que se torne um
festival de gritos. Brentlee provavelmente vai me expulsar do
casamento dela, o que é bom para mim.

— Por que ela faria isso? — Ele pergunta, dando uma


mordida no pão.

— A dama de honra dela deu para todas nós uma dieta,


juntamente com uma série de exercícios a seguir. De jeito
nenhum ela se sentiria bem comigo grávida no dia perfeito
dela. Vou estar com sete meses até lá e tão grande quanto um
balão — explico, enquanto levo a comida à boca. — Ainda
mais se continuar comendo carboidratos desse jeito.

— Primeiro de tudo, que essa garota parece uma vadia.


Em segundo lugar, você é gostosa pra caralho. Vou continuar
te enchendo de carboidratos. Adoro essa sua bunda enorme
— ele murmura e então sorri.

— Não sei como me sinto com você falando que tenho


uma bunda enorme — murmuro. Ele ri enquanto se inclina e
me beija o pescoço.

— Bom, sei como me sinto sobre a sua bunda grande e


eu gosto do jeito que é. Não dê ouvidos àquela anoréxica.
Você se parece com uma mulher e eu gosto de tudo em seu
corpo, Kentlee — ele murmura antes de dar outra garfada,
me surpreendendo mais uma vez.

— Pierce — Eu repreendo.

Decido deixar de lado a conversa sobre minha bunda e


ao invés disso, começo a conversa sobre orçamentos.
Pergunto-lhe o quanto pretende gastar com o aluguel de uma
casa e ele balança a cabeça antes de responder.

— O que você quiser gatinha. Apenas encontre o que


quer e eu vou entrar com a grana.

— Isso é loucura, Pierce. Precisamos de um orçamento.


Você disse que queria pagar tudo, mas não posso aceitar isso.
E ainda sem ter um orçamento? É insano — digo terminando
minha última garfada de macarrão.

— Eu sou um homem, Kentlee. E não pago nenhum


aluguel no momento, tenho muito dinheiro. Posso cuidar de
você e eu vou — anuncia.

— Ok, que tal eu listar alguns valores de aluguel e


olharmos juntos? — Sugiro. Ele balança a cabeça.

— Gata, escolha o que quiser. Você escolherá a


decoração e irá cozinhar lá. Vou ficar feliz se tiver uma
garagem para minha moto e seu carro. — Ele enfatiza a
necessidade de uma garagem e isso me faz sorrir.

Gosto que mesmo que ele queira que tenha uma


garagem, principalmente para sua moto, quer para o meu
carro também. Segurança.
— OK. Você quer ver algumas opções comigo na
internet? — Pergunto, desejando que ele diga sim.

— Desculpe querida, tenho que voltar para o clube.


Estive fora o dia todo e ainda tem algumas merdas lá que
preciso resolver — diz ele, levantando-se e aproximando-se de
mim. Abro minhas pernas para que ele possa chegar mais
perto.

— Descanse bem e me mantenha informado do que seus


pais disserem. Vou entrar em contato contigo amanhã, ok? —
Ele pergunta seus olhos procurando os meus, querendo
alguma coisa. Eu não tenho certeza do que, exatamente.

— Sim, tudo bem. Amanhã à noite teremos um jantar de


planejamento do casamento e aproveito e conto para eles —
explico. Ele balança a cabeça antes de se inclinar para me
dar um beijo carinhoso no canto da minha boca.

— Vi o seu telefone na sua cabeceira, então salvei o meu


número nele e peguei o seu. Vou te mandar uma mensagem
amanhã à noite. Você pode me contar como tudo aconteceu
— diz ele. Aceno, passando os braços ao redor da sua
cintura.

— Você não vai voltar para casa amanhã à noite, então?


— Pergunto, soando carente e patética.

Casa.

Esse não é o seu lar e sei muito bem disso, mas noite
passada e essa tarde, em seus braços... Não quero enfrentar
outra noite sem o seu forte corpo junto ao meu.
— Não posso gatinha. Não posso estar em casa com você
todas as noites. Como disse, preciso manter você e o clube
separados. Sou presidente lá, tenho que estar presente mais
vezes do que ausente — explica.

No fundo da minha mente, tudo isso parece besteira,


mas estou tão carente por ele que aceito tudo o que está
dizendo.

— Tudo bem. Bom, conversamos amanhã? — Pergunto.

— Sim, querida, amanhã — diz ele antes de se inclinar e


roçar seus lábios nos meus.

Passo o resto do meu dia procurando no banco de dados


da minha empresa por locação nas proximidades e encontro
quatro que quero olhar. Três deles têm quintais enormes
onde imagino Pierce e nosso pequeno bebê brincando juntos.
Eu me pergunto se ele vai ser o pai participativo que imagino,
ou se vai ser como o meu. Em casa para alguns jantares e
presente apenas na metade dos eventos da criança. Espero
que seja realmente presente. Espero que nos apaixonemos
loucamente. Não seria difícil me apaixonar por ele. Existe uma
conexão entre nós, só precisamos que nossos corações se
alinhem.
Fury
Deixá-la é mais difícil do que eu imaginava.

Mas preciso ir.

Ser dependente dela vai me tornar fraco.

Nessa vida, não posso me dar ao luxo de parecer fraco.

Kentlee está carregando meu bebê, o que por si só é


uma fraqueza. Mas a maneira que eu sinto por ela, porra,
ridículo.

Dirijo de volta para o clube, tentando deixar de lado


meus pensamentos sobre ela. A maneira como fica quando
transamos gostosa até com aquela camisa larga me fazendo
espaguete. Porra, a vadia sabe cozinhar também. Se ela
levasse jeito para ser uma das mulheres do clube e eu
quisesse ter uma, seria ela com certeza.

Estaciono minha moto do lado de fora das portas do


clube e entro para ver que a festa de sábado à noite está
começando, pelo menos para os irmãos. Ainda estamos em
confinamento, mas isso apenas significa que eles vão trancar
todas as crianças em um quarto enquanto os adultos
festejam. Eles já estão bebendo e fumando erva. Uso de
drogas mais pesadas não é incentivado, mas alguns caras
usam cocaína nos fins de semana. Prefiro a leveza da erva.
Normalmente estou estressado e preciso me acalmar, bebida
e maconha sempre se encarregam disso, juntamente com
uma boa foda.
— Oi, Fury. Sentimos sua falta ontem à noite — lamenta
Kitty, chegando ao meu lado, com seus grandes seios falsos a
mostra.

— Estava ocupado — digo, sinalizando para o novato me


dar uma cerveja. Ele faz o qu peço. Assim que tomo um gole,
me viro para olhar para a putinha se empoleirando em mim,
obviamente querendo minha atenção.

— Nós não conseguimos terminar o que começamos —


diz ela, fazendo beicinho e me encarando com aqueles olhos
suplicantes.

— Não quero você, Kitty — resmungo enquanto sua mão


vai para dentro de seu short, obviamente, para sua vagina.

Puta merda, ela é um desastre. Eu não a quero, mas


nada é mais excitante do que uma mulher se tocando.

— Deixa eu te mostrar o que está perdendo, Fury. Posso


ser boa para você, melhor do que poderia sonhar se me desse
uma chance. — Ela geme antes de morder o lábio, sua mão
esfregando sua vagina. Isso está me deixando duro, embora
não posso ver merda nenhuma.

— Não vou comer sua boceta, Kitty. Não estou mais


disponível — Resmungo.

— Mas, já tem uma mulher fixa? — Ela pergunta.

— Isso aí.

— É a piranha da Kentlee, não é? Ela ficou com as suas


bolas? — Kitty alfineta. Endureço-me todo e olho fixo para
ela.
— Você a conhece? — Eu grito o que assusta Kitty. Ela
retira a mão do short e dá um passo para trás.

— Fui para a escola com aquela piranha — ela


desembucha.

— Você não a conhece. Não fale sobre ela. Finja que nem
existe para você, porra. Entendeu? — Pergunto olhando para
a prostituta.

— Sim, entendi Fury — diz ela, com a voz trêmula.

— Bom. Agora tire o seu short e suba nesse bar. Quero


ver você gozar. Termine a porra do show, Kitty - digo com um
grunhido.

Eu a observo tirar seus shorts e em seguida, fazer um


show subindo em cima do bar e abrindo as pernas bem na
frente do meu rosto. Seus pés estão plantados na barra
superior e eu assisto os dedos trilharem do seu estômago
para sua vagina.

Observo a ação, mas não me afeta como antes. Adoro


ver uma mulher se tocando é excitante pra caralho, mas
agora, só posso pensar em Kentlee e quão sexy seria vê-la
brincar com sua boceta rosada e perfeita.

Kitty enfia dois dedos dentro de sua vagina e joga a


cabeça para trás com um grito. Sinto meus irmãos a minha
volta, assistindo ao show de todos os lados. Eu deveria estar
interessado. Kitty tem um ótimo corpo, mesmo com seu
cabelo bagunçado e seu rosto que não é dos melhores.

Não posso, no entanto.


Kentlee Johnson está na minha mente. Seus peitos
macios e sua boceta gulosa. Esse jeito que ela geme a forma
como me pede para entrar nela. Tudo nela é perfeito, porra.

Eu tomo minha cerveja e fico de pé.

Preciso respirar.

— Onde você está indo, cara? — Dirty Johnny pergunta.

Eu só levanto o meu queixo em direção a porta de trás e


saio. Ele não me segue, está muito interessado no show dos
dedos da Kitty.

Assim que saio, vejo Sniper encostado num dos bancos


de piquenique que usamos durante os churrascos. Caminho
até ele e sento-me num lugar ao seu lado. Ele é quieto. Não
sei a sua história, a não ser que é ex militar, assim como
alguns dos nossos outros caras. Ele apareceu na cidade
pouco depois de ter saído dos Fuzileiros Navais, mas não é o
mesmo de antes. Agora, ele é um irmão.

— Ei, Sniper — digo, tirando um baseado do bolso.

— Prez — ele acena com a cabeça.

— Você já esteve num relacionamento sério com uma


mulher antes? — Pergunto enquanto acendo meu fumo.

— Uma vez — ele diz, sem acrescentar mais nada.

— Você já pensou em se estabelecer, então? —Pergunto,


sabendo muito bem que ele e essa mulher não deram certo.
Sniper é solteiro.

Ele fode quem quiser e vive na sede do clube, assim


como eu, ou como costumava ser.
— Se eu tivesse a chance de voltar e fazer aquela garota
ser minha? Faria num piscar de olhos. Eu acabaria tornando-
a miserável, tenho certeza, mas ela seria minha e eu passaria
a porra da minha vida inteira tentando fazê-la feliz. Não se
preocupe com o que as outras pessoas pensam, irmão é um
desperdício de tempo da porra. A única coisa que importa no
fim das contas é a sua felicidade. Se alguma vadia te faz feliz,
reivindique-a — aconselha. Fico olhando para ele em choque.

— Nesta vida, não é assim tão fácil, cara — digo, dando


mais uma tragada olhando o pôr do sol.

— Por que diabo diria isso? Você é o presidente. Você


quer uma boceta fodona ou uma menina doce na sua cama?
Ninguém vai dizer não para você, cara — ressalta. Ele está
certo, até certo ponto.

— Uma menina doce seria uma fraqueza-explico. Ele


balança a cabeça antes de se levantar.

— A fraqueza de qualquer homem é a mulher que ama.


Não importa se ela é nova, doce, ou uma puta, porra. Se a
ama, é a sua fraqueza. Na vida que levamos, temos que
proteger isso com unhas e dentes. Você quer esconder isso do
mundo? Talvez essa seja à sua maneira de protegê-la. Eu não
sei. Mas não lhe faça falsas promessas e espere que ela aceite
isso tudo, irmão. Kentlee não vai aceitar essa merda — diz.
Meus olhos se estreitam e voltam para ele.

— Como você sabia que era a Kentlee? — Pergunto


desconfiado.
— Vi vocês juntos na noite passada e saindo do
escritório depois de toda aquela merda que aconteceu e agora
você me pergunta isso. Não precisa ser um gênio para
descobrir — ele diz antes de dar um passo atrás.

— Então você a conhece? — Pergunto.

— Conheço a irmã dela. Sei que ela vem de uma boa


família, boas pessoas. Sei que pode tolerar sua ausência, mas
nunca aceitaria essa merda que você acabou de fazer com a
Kitty. Eu não vou contar nada, porque sou seu irmão, mas
Kitty é uma piranha que a odeia desde que eram crianças.
Ela vai explodir e fazer de tudo para que chegue aos ouvidos
da Kentlee. Se fosse comigo, eu iria tratar Kentlee como a boa
menina que ela é. Mostraria respeito enquanto a tivesse e
definitivamente não iria ficar de putaria por aí, especialmente
nesta pequena cidade de merda — ele esclarece, em seguida,
vai embora e me deixa sozinho.

Eu fiz uma promessa para Kentlee.

Disse que não iria foder essas putas e depois ir para


casa ficar com ela.

Preciso manter minha promessa.

Kentlee não é apenas uma gostosa qualquer. Ela é a


mãe do meu filho e merece o meu respeito.

Tiro o meu celular do bolso e ligo para o meu pai.


Kentlee
Sábado à noite me senti solitária sem Pierce, ou Fury,
ou qualquer merda que queira ser chamado. Como me
apeguei a ele tão rapidamente?

Tento não ficar chateada e me convencer que são


apenas os hormônios deixando sentimental. Estou um
desastre emocional por causa do bebê e é por isso que estou
tão chateada. Não tem nada a ver com Pierce, não realmente.
São apenas os malditos hormônios. É por isso que estou
deitada, chorando sem parar, porque estou sozinha e ele não
ligou, nem mandou uma mensagem. Hormônios.
Eventualmente, minhas pálpebras ficam pesadas e adormeço.

Acordo sentindo um peso em minhas costas e eu abro


meus olhos com o coração disparado. Tento rolar, mas estou
presa. Tento gritar, mas uma mão tampa minha boca.
Lágrimas se formam imediatamente em meus olhos e começo
a lutar, até que eu ouço sua voz.

— Ssshhh, docinho — Murmura Pierce, seu corpo


pressionando o meu.

— O que você está fazendo aqui? — pergunto depois que


ele tira a mão da minha boca e enquanto enxugo as lágrimas
dos meus olhos.

— Senti falta da minha menina — ele murmura antes de


abaixar a cabeça para beijar suavemente meus lábios.

— Você quase me mata de susto, idiota — resmungo o


que só o faz rir.

— Sinto muito, docinho, quase derrubei a casa quando


cheguei, mas você estava dormindo profundamente — explica
ele.

— Bem, você precisa fazer barulhos mais altos da


próxima vez — falo. — Por que você não ligou? — Quase fiz
beicinho, ainda chateada por ele não ter me ligado.

— Estava ocupado, baby, não tive tempo — ele admite.

Ele sai de cima de mim, mas me envolve em seus


braços, me puxando contra seu peito. Derreto lentamente
enquanto ele acaricia meu braço com as pontas dos dedos.

— Não gostei de saber que você tem esse sono pesado.


Significa que qualquer um poderia entrar te machucar e
quando você se desse conta, já seria tarde demais — ele
murmura no meu ombro antes de colocar um beijo rápido lá.
— Sempre tive um sono pesado. É por isso que eu me
certifico que minhas portas estejam trancadas — confesso.
Ele me aperta um pouco mais junto ao seu corpo.

— Você não vai mais dormir sozinha a partir de agora.


Como vou deixar você depois de saber disso?

— Você pode fazer o que quiser Fury. Se dormir no clube


é o que você quer fazer, então faça. Eu cuido de mim mesma
há muito tempo, vou ficar bem — argumento, me sentindo
irritada e irracional.

— Amor — ele geme antes de me colocar deitada com as


costas na cama, deitando em cima de mim. Ele apoia seus
cotovelos ao lado da minha cabeça para não colocar muito
peso sobre o meu corpo.

— Fury — eu retruco. Ele sorri.

Ele é irritante e lindo, tudo ao mesmo tempo.

— Não fique irritada comigo, doçura — ele murmura,


pressionando os lábios no meu queixo. Posso sentir-me
derreter a cada toque de seus lábios.

Estou irritada com ele, mas não deveria estar.


Tecnicamente nós não vivemos juntos. Fury pode ir e vir
quando quiser. Mas quero que ele queira estar comigo.

Preciso que ele queira ficar comigo.

Eu quero tudo dele, o tempo todo.

— Você não queria me manter afastada do clube? —


pergunto enquanto seus lábios viajam pelo meu pescoço.
— Eu queria isso, mas também quero estar ao seu lado
e dentro de você, tanto quanto for possível. Então vou ter que
dizer ao clube que estou vivendo com alguém, mas não vou
dizer mais nada, nem o endereço — ele murmura, beijando
meus seios e tirando minha calcinha.

— Você não usava nada para dormir, Kentlee — ele fala


meio bruscamente.

Não sei se está com raiva ou excitado e isso é um pouco


assustador.

— Estou usando calcinha. Eu sempre uso um top e uma


calcinha, sou calorenta — digo com um encolher de ombros.
Então suspiro quando minha roupa íntima é puxada pelas
minhas pernas e sinto seu pau contra a minha entrada já
molhada.

— Você está molhada, também. Gosta de me ter aqui,


baby? — resmunga enquanto brinca com a cabeça de seu
pau na minha entrada.

Gemo, mas me recuso a responder-lhe com palavras.


Bastardo provavelmente usaria isso contra mim.

— Responda — diz ele com um sorriso, enquanto sua


mão envolve frouxamente o meu pescoço.

— Sim — assobio, enquanto ele desliza para dentro de


mim, esticando, enchendo e me possuindo, tudo ao mesmo
tempo.

— Gosto de estar aqui com a minha menina, também —


Ele fala enquanto começa a puxar lentamente para fora de
mim. Em seguida, desliza para dentro lentamente, me
deixando louca.

— Pierce — Grito enquanto coloco minhas mãos em


torno de seus antebraços.

— Tome-me inteiro, Kentlee. Observe-me enchê-la — ele


ordena. Meus olhos vão para onde nossos corpos estão
ligados.

Nós dois estamos olhando enquanto ele se move para


dentro e fora do meu corpo. É lindo. É uma sensação
espetacular, mas vê-lo me enche de emoção. Ele está me
dando um pedaço de si mesmo, assim como estou dando um
pedaço de mim.

Isto não é só sexo, isso é lento, deliberado, é amor. Ele


me estende, mas tomo tudo dele. Pierce se encaixa
perfeitamente em mim, como se eu fosse feita para ele, para
seu pau grande, para o seu corpo.

Ninguém mais poderia tomar o seu lugar dentro de mim,


ninguém mais caberia.

— Essa é a minha garota — murmura para si mesmo.


Isso me faz sorrir. Sim, sou dele, toda dele.

— Preciso gozar — gemo, cavando minhas unhas em


seus antebraços.

Sinto como se fosse explodir, mas não consigo. Porra,


não consegue gozar com ele nesse ritmo lento.

— Se toque Kentlee. Quero ver você brincar com esse


bonito clitóris — ele diz com um sorriso. Eu tremo.
— Pierce, — chamo seu nome.

— Faça isso, Kentlee. Preciso assistir — diz ele, seus


olhos presos aos meus por um breve momento.

Respiro fundo e deslizo minha mão até meu clitóris. Se


ele precisa disso, então vai ter.

— Porra, assim — Ouço-o gemer quando começo a


brincar com meu clitóris enquanto continua a me foder
lentamente.

Uma de suas mãos aperta meu joelho e ele espalha


minhas pernas ainda mais. Continuo a esfregar meu clitóris
enquanto sinto meu orgasmo chegando, grito, gemendo e
prendendo seu pênis com minha boceta. Minhas costas se
curvam enquanto meu corpo convulsiona.

— Caralho, assim, me aperta com essa boceta — ele fala


e logo depois aumenta seu ritmo e começa a me foder
descontroladamente.

Grito novamente quando sinto seu pênis engrossar e em


seguida, se contorcer dentro de mim, enchendo-me com a
sua liberação. Pierce enterra o rosto no meu pescoço
enquanto afunda contra meu corpo, seu quadril ainda se
movendo, seu pau entrando e saindo da minha boceta.

— Pierce? — pergunto alguns momentos mais tarde. Ele


não se move. Sua respiração finalmente se acalma, mas
ainda está com os braços ao meu redor e dentro de mim.

— Estarei nessa cama todas as noites, baby — diz,


assim que finalmente sai de dentro de mim.
— Você vai? — pergunto enquanto saio da cama para
me limpar.

— Sua bunda está aqui, então é exatamente onde eu


vou estar — diz. Ele joga seus pés para fora da cama e agarra
minha cintura me puxando para o seu colo.

— Pierce, eu preciso me limpar — grito me contorcendo


em suas coxas nuas.

— Isso — ele me silencia e me acalma, empurrando dois


dedos dentro de mim — é lindo. Adoro saber que minha porra
está dentro de você. — ele sorri. Tudo o que posso fazer é
suspirar.

— Pierce — sussurro enquanto ele continua a empurrar


seus dedos em mim.

— Não existe nada mais doce do que gozar dentro de


você, Kentlee, não importa quantas vezes eu goze é sempre
como se fosse a primeira vez. — murmura, colocando um
beijo sobre meu seio. Ele faz redemoinhos em meu mamilo
com sua língua.

— Sempre vou aceitar tudo o que vem de você, Pierce.


Sempre. — Prometo. Ele balança a cabeça enquanto solta
meu peito com um estalo de seus lábios.

— Você não tem como me prometer isso, baby, mas


espero que você faça isso. Nunca vou ter o suficiente de sua
boceta doce. — ele fala enquanto seu polegar mói contra o
meu clitóris. Seu toque me leva a agarrar seus ombros e jogar
a cabeça para trás com um gemido.
— Suba no meu pau. Quero ver seus peitos saltarem
enquanto você me monta. — ele sorri.

Eu subo. Escalo-o e deslizo para baixo em seu pênis,


gemendo quando ele me enche completamente.

Monto-o como se minha vida dependesse disso. Ele


manda eu me tocar de novo, para que goze junto com ele.
Seus olhos estão fixos na minha mão, na parte onde estamos
unidos. Isso me deixa excitada, faz com que eu queira ser
mais sexy, dar um show para ele desfrutar.

Agarro sua coxa, enquanto me toco e monto seu pau,


minhas costas arqueadas e minha cabeça jogada para trás.

Seu olhar está em todos os lugares ao mesmo tempo e o


sinto em cada parte do meu corpo.

Eu nunca vou ter o suficiente dele, assim como nunca


se cansará de mim.

Fury
Kentlee fode como nenhuma mulher que eu já tive
antes. Isso é dizer muito, considerando que comi uma
tonelada de bocetas em meus trinta e cinco anos. Algo sobre
ela, porém, me faz querer viver dentro dela.
Preciso vê-la gozar, dar aquele sorriso preguiçoso
quando está satisfeita com meu pau. Quero que sorria e ser o
único para quem sorri.

Fico aconchegado a ela na cama depois de foder por


horas. Estou exausto, mas não consigo dormir.

Não posso acreditar no quão pesado ela dorme. Eu não


estava mentindo quando disse que fiz barulho ao entrar em
sua casa. Não queria assustá-la e cheguei até mesmo a
chamar seu nome. Ela não acordou. Isso me aterrorizou.
Tudo o que eu podia pensar era nos Bastards chegarem até
ela, não tenho medo de muita coisa, mas a ideia de que eles
possam ficar sabendo sobre Kentlee e decidirem usá-la para
me atingir, me bate como um trem de carga.

Nunca quis uma mulher como eu quero Kentlee. Não me


vejo mais sem ela. Quero protegê-la e ao nosso bebê. É
irracional, mas é como me sinto. Tento dormir, mas o sono
não vem. Tudo o que posso pensar é em cada obstáculo que
terei que ultrapassar para que fiquemos juntos.

Os pais de Kentlee vão me odiar, disso têm certeza. Seu


pai é médico, então não há nenhuma maneira que ele vá
aceitar um fora da lei como eu vivendo com sua filha, mesmo
que financeiramente eu possa cuidar dela. Essa é a primeira
briga que teremos. Meu pai não vai tratá-la mal, mas ele vai
achá-la fraca, dizer que ela não vai se encaixar no estilo de
vida MC.

Depois tem as forças externas, como os Bastards, os


Aryans, o Cartel, juntamente com numerosos outros grupos e
clubes que tentarão usar nossas mulheres como iscas, como
alavancas. Eles vão machucá-la, se puderem, para chegar a
mim. Eu não quero nem pensar em como a polícia poderia
assustá-la.

Não somos exatamente um casal ainda. Nós nos


conhecemos há pouco tempo e na maior parte passamos
transando, mas com ela é diferente. Não é apenas o melhor
sexo que já experimentei, me faz sorrir só de pensar nela, faz
meu coração bater mais rápido. Sei que Kentlee é a única
mulher para mim.

Um homem como eu sabe o que quer e o que não quer.


Sei que quero uma mulher doce como Kentlee. Sei como ela
faz eu me sentir. É mais do que apenas um buraco de porra.
Sabia que seria diferente desde a primeira vez que a vi. Tentei
me enganar dizendo que seria só uma foda, mas hoje sei que
foi tudo uma besteira.

Ela cavou tão fundo dentro de mim em tão pouco tempo,


de tal maneira que sei que ninguém pode substituí-la em
minha vida. Fecho meus olhos e finalmente, caio no sono,
com minha mulher ao meu lado.

Ouço uma batida na porta e sento na cama de Kentlee.


Estendo a mão para tocá-la, mas ela não está lá e fico em
pânico. Pego minha calça e puxo sobre meu quadril enquanto
corro para a sala de estar. Vejo-a abrir a porta e em seguida,
engasgo com quem está do outro lado.

— Onde está Fury, LeeLee? — A voz pergunta. Arqueio


minhas sobrancelhas com a familiaridade que partilham.

— Bates? — Ela pergunta.

Vou ao encontro dela, seguro a porta com uma mão e


envolvo meu braço em volta da cintura com a outra.

— Snipe? — Pergunto minha voz rouca e dura.

— Temos um problema. Dirty Johnny e Torch tentaram


ligar. E eu não contei a ninguém onde estava indo. — Diz ele,
respondendo minha pergunta não formulada e tirando a
tensão que pairava no ar.

Abro mais a porta trazendo Kentlee para mais perto de


mim e levanto o queixo sinalizando para ele entrar.

— Como você conhece Bates? — Kentlee pergunta,


olhando para mim.

— Eu deveria perguntar o mesmo a você. Ele é um dos


meus irmãos. — Digo a ela, que olha para Sniper confusa.

— Não, ele é um fuzileiro naval — Ela diz para mim


antes de se virar para ele. — Você é um fuzileiro naval —
Fala.

— Era LeeLee. Eu era um fuzileiro naval. — Ele


esclarece. Ela acena com a cabeça e me choca com sua
próxima pergunta.

— Você disse a Brent que estava de volta? — Pergunta.


Ele olha para as botas antes de encará-la novamente,
seus olhos cheios de angústia. Aí é quando descubro que
Brentlee era a menina dele.

— Ela obviamente não me quer agora, LeeLee. Não seria


nada bom dizer-lhe que estou na cidade.

— Não, Bates, isso mudaria tudo — Ela implora. Sniper


apenas balança a cabeça e olha para longe, encerrando o
assunto.

— Vá tomar um banho querida. Vamos olhar algumas


casas hoje e preciso falar com Sniper. — Murmuro, beijando
sua bochecha.

Surpreendentemente, ela não discute. Em vez disso,


olha uma última vez para Sniper antes ir para seu quarto.

— Brentlee? — pergunto. Ele olha para mim, seus olhos


se fecham e quando os abre estão vazios.

— Não importa. Tenho uma merda maior para discutir,


do que quem está chupando meu pau no momento. — ele
fala.

Não consigo segurar dou risada de suas palavras, então


o levo para a cozinha e começo a fazer um café. Vou precisar
para conseguir me manter acordado hoje. Estou cansado pra
caralho de transar com Kentlee e rolar na cama de
preocupação durante toda a noite.

— E aí?

— Os Bastards atacaram novamente, mas desta vez no


clube. Noite passada. Destruiu nossas motos, cara. Eles
estão agindo como adolescentes, picharam todas as motos,
escreveram um monte de merda. É uma droga, mas eles são
uma pedra que precisamos tirar do caminho. Red está morta,
quem será o próximo? — Snipe pergunta.

Involuntariamente, meus olhos voltam-se para a porta


fechada, onde Kentlee está. Ela poderia ser a próxima e esse
pensamento faz meu estômago embrulhar. Ninguém sabe que
ela está carregando meu bebê ainda, ninguém. Ela estar
comigo já a coloca em perigo, adicione o fato de que tem o
meu bebê dentro dela e que eu passo minhas noites aqui,
isso vai fazê-la um alvo. Fato puro e simples. Não demoraria
muito para alguém descobrir e entender tudo. Descobrir que
ela significa algo para mim.

— Sim, vamos para a guerra. — Eu falo.

— O que você vai fazer com ela? — Ele pergunta,


erguendo o queixo, sabendo muito bem que em uma situação
como essa as mulheres do clube têm que ficar no isolamento.
Mas Kentlee não pertence ao clube e nunca vai pertencer.

— Nós vamos nos mudar. Vou ficar com ela em um


lugar seguro, usar a porta dos fundos para entrar e sair.
Novo local terá uma garagem, por isso espero que ninguém
note minhas idas e vindas. — Digo com um encolher de
ombros.

Sniper olha para mim com decepção e acena com a


cabeça uma vez antes de se levantar e bater no meu ombro
com a mão.

— Ligue para Torch e Dirty Johnny. — Ele me lembra.


— Igreja em uma hora. Comece a fazer as ligações. — Eu
peço. Ele balança a cabeça novamente antes de sair.

Sento no sofá e me pergunto se estou fazendo a escolha


certa em não reivindicar Kentlee.

Estou mantendo-a segura ou colocando em perigo não a


levando para junto das outras mulheres que estarão seguras
no clube?

Não preciso que mais pessoas saibam sobre ela, então


decido ficar com meu plano inicial. Ela é minha, mas é um
segredo. Faz-me sentir como merda, mas preciso que esteja
segura. Não quero que o clube a mude, que ela perca sua
doçura. Preciso dela limpa, doce e esperando por mim.
Kentlee
Eu costumava pensar que manhãs preguiçosas de
domingo eram o paraíso. Estava errada. Manhãs de domingo
preguiçosa enrolada nos braços de Pierce é um paraíso, com
uma cereja no topo. Mas, precisava me levantar,
urgentemente.

Estava enjoada e precisava de pão com manteiga de


amendoim para espantar a náusea. Então saí da cama e fiz
um para mim. Quando acabei de comer e beber mais um
copo de leite, outra coisa que passei a fazer agora que estou
grávida, ouvi uma batida na porta. Bates Lukin me agraciou
com sua presença.

Pierce me mandou para o quarto antes que pudesse


realmente conversar com ele e com base na seriedade em seu
rosto achei melhor não questionar.
Penso em Bates enquanto lavo meu cabelo. Faz anos
que o vi. Muitos anos, de fato, nem sabia que tinha saído da
marinha.

Bates Lukin, por essa eu não esperava.

Ele namorou minha irmã quando ela tinha quatorze


anos e ele dezessete. Ela o amava, realmente amava.
Observei-a desmoronar no dia em que partiu para a base e
ela nunca mais foi a mesma. Algo aconteceu entre eles, algo
que eu não conseguia entender e ela mudou desde então.

— Doçura — Pierce me chama, desligo a água e pego


uma toalha.

— Oi — Respondo, me secando antes de sair do box.

— Tenho que ir. Você vai ficar bem pelo resto do dia? —
Pergunta, me puxando para seus braços.

— Sim, tenho algumas casas para olhar, depois vou


jantar com meus pais. — Dou de ombros, enquanto traço as
tatuagens em seus braços.

— Tem alguém que possa ir com você? — Ele murmura


enquanto inclina a cabeça para ver o que eu estou fazendo
em seus braços.

— Posso ir sozinha. As chaves estão no escritório. —


digo com um sorriso.

— Não quero que você vá sozinha a um monte de casas


vazias, amor. Seria melhor se levasse uma de suas amigas,
pelo menos. — diz ele.
Eu levo suas palavras em consideração. Ele está sendo
protetor e gosto disso. Amo isso, na verdade.

— Ok, encotrarei alguém. Talvez Brentlee queira ir


comigo.

Sorrio e ele se inclina para colocar um doce beijo em


meus lábios. Pierce não precisa saber que eu realmente não
tenho nenhuma amiga. Isso é o que acontece quando você é
uma nerd na escola. Brentlee tem uma enorme quantidade de
amigos falsos, mas eu não conseguia lidar com esse tipo de
gente. De modo nenhum.

— Boa menina. Agora, tenho que ir. Ligue-me quando


você sair da casa dos seus pais que virei encontrá-la. —
aperta meu quadril antes de virar e sair. Estou no meio do
meu pequeno banheiro, enrolada em uma toalha, observando
seu jeans perfeito envolvendo seu lindo traseiro.

Caralho, ele é gostoso.

Depois que Pierce saiu, liguei para minha irmã e não


precisei de muito esforço para convencê-la. Brentlee gosta de
fazer compras, ela não se importa com o que está adquirindo.
Enquanto estivermos comprando, ela estará em casa.

Pierce não me deu um orçamento, então encontrei


quatro casas, todas com garagem, por um preço razoável. É
mais do que eu poderia pagar por conta própria, mas com
Pierce, sei que vai dar certo.

— Eu não sabia que você queria se mudar. — Brentlee


fala enquanto dou as direções para a primeira casa. Não me
sinto bem e ela me convenceu a deixá-la dirigir.
— Eu não queria, mas as coisas mudaram — Digo,
tentando despistá-la. Não seria capaz de enganá-la se
continuasse a falar. Nunca fui boa em guardar segredos de
Brent. Ela pode guardar segredos de mim, mas sou um livro
aberto.

— Fala logo, mulher. — diz ela, sorrindo ao estacionar


em frente à casa que vamos olhar.

Dou uma olhada na casa e suspiro. É em um bairro


decente, não o melhor, mas não o pior. São casas em estilo
dos anos cinquenta, todas alinhadas. Se não fossem de cores
diferentes, você não seria capaz de distingui-las. Esse
gramado está bem cuidado e me pergunto se Pierce cuidará
dele quando nos mudarmos.

Aposto que ele ficaria maravilhoso cortando a grama


todo suado e sem camisa.

— Bem... — Brentlee começa enquanto caminhamos até


a varanda da frente.

Eu a ignoro enquanto abro a casa. Depois que ela entra,


tranco a porta e me viro para ela.

— Estou grávida — Confesso. Sua boca abre enquanto


seus olhos saltam.

— Mentira! — Ela grita.

— Estou.

Então, para minha surpresa, ela me abraça apertado, a


primeira demonstração de carinho que me deu em muito
tempo.
— Kentlee — Murmura no meu cabelo — Quem é o
maldito? Onde ele está? Eu vou matá-lo. — Ela grita.

Dou um passo para trás surpresa com sua proteção


feroz. Parece que essa gravidez está trazendo à tona a
necessidade das pessoas cuidarem de mim. Cuido de mim há
tanto tempo, que ter alguém se preocupando é meio
esquisito, mas é uma sensação muito boa. É bom ver que
Pierce e Brent estão ambos dispostos a cuidar de mim, à sua
própria maneira.

— Ele quer estar comigo, quer isso e nos quer. Esta casa
é para nós começarmos uma família. — Explico. Os olhos de
Brentlee se ampliam mais uma vez.

— É aquele cara gostoso que te arrastou para fora do


clube? — Ela pergunta.

— Fury, sim — admito.

— Kent, esse cara é um Notorious Devils. Você não pode


ter um relacionamento com um deles. Pode transar por um
tempo, mas não pode realmente ficar com eles. são perigosos.
— Ela diz.

Eu sei que não está dizendo por maldade, ela está


preocupada, mas suas palavras ainda magoam. Pierce não
parece perigoso para mim. Mas dá para entender o
sentimento de quem não o conhece.

— Nós vamos tentar Brent. Talvez seja perigoso, mas ele


cuida de mim e quer isso — Digo com uma voz fraca e
lágrimas enchem meus olhos.
— Eu só... Ele é velho... Eu não entendo. — Diz ela,
apertando os lábios enquanto balança a cabeça.

— Ele tem trinta e cinco anos. Sim, é mais velho do que


eu, mas temos química, Brent. Sinceramente não entendo o
que você e Scotty têm, mas não me intrometo em sua escolha
quando se trata dele. — Confesso.

Por um segundo vejo algo em seus olhos, mas logo


depois some.

— Ele é estável. — Ela me diz enquanto caminhamos


para a pequena cozinha.

Não é a melhor cozinha que eu já vi, mas serviria.

— Por quê? Bates não era? — Pergunto.

Observo enquanto ela morde o lábio inferior, algo que


faz quando está nervosa.

— Bates era... Bates. Nenhum homem irá substituí-lo.


Mas sim, ele não era estável — diz, balançando a cabeça.

Deixei a conversa morrer. Quero dizer-lhe que vi Bates,


que está de volta à cidade, mas não digo. Ele acha que
Brentlee está feliz. Ela pensa que é feliz. Não há nada que eu
possa dizer que mudaria nada neste momento.

Nós ficamos em silêncio enquanto acabamos de olhar a


primeira casa. Não é boa, por isso espero que as outras sejam
melhores.

Talvez devesse ter feito um orçamento maior. Se todas


as casas forem como essas é o que farei.
Brentlee e eu entramos em seu carro para ir para a
próxima casa. Nós não falamos sobre qualquer coisa. Era um
silêncio desconfortável e eu olhei em sua direção, sabendo
que ela estava pensando em alguma coisa, dava para ver que
estava perdida em pensamentos.

Ela finalmente fala, assim que estacionamos.

— Ele é seu Bates? É único, então? — Pergunta.

— Acho que ele poderia ser. — Digo entrando na casa.

É bonita. Eu não posso evitar, me imagino atrás do


fogão, com Pierce em pé atrás de mim, com as mãos sobre
meu quadril e os lábios no meu pescoço.

Perfeito.

— Espero que seja ele. Deus espero que uma de nós


fique com o amor de nossas vidas. — diz ela, rindo.

Eu a abraço.

— Scotty é o amor de sua vida. — digo a ela. Torce o


nariz para mim.

— Scotty é confortável, estável, previsível e nós vamos


ser felizes juntos. Eu o amo, não me entenda mal, mas ele
não faz meu estômago se apertar e minha boceta doer.
Sempre foi Bates e sempre será. Ele foi o único homem que
fez eu me sentir desse jeito. — admite.

As palavras de Brentlee me deixam triste, extremamente


triste. Quero que ela sinta isso de novo, que seja feliz. Quero
minha irmã de volta. Eles merecem uma felicidade épica e
gostaria que pudesse ter isso, mas nem todos têm o seu final
feliz.

E isso me deprime.

— Quero que você tenha tudo, Brent — Digo e começo a


ir para o quintal da casa.

É pequeno e administrável, mas grande o suficiente para


que possamos colocar alguns brinquedos.

— Eu vou ter tudo, Kent. Vou ser a mulher de um


advogado fantástico, vou poder ficar em casa com nossos
filhos e ser a esposa e mãe perfeita. Eu vou ter um marido
que adoro que me adora e ser invejada por todas as minhas
amigas. Que mais eu poderia querer? — Ela soa tão mimada,
tão vaidosa, mas essa não é minha irmã.

Esta é a Brentlee que ela mostra para suas amigas, a


menina frívola.

Não gosto dela.

Gosto da verdadeira Brentlee, mas ela está se


escondendo de si mesma e escondendo-se do mundo.

— Ok, irmãzinha, você vai ter tudo. Quero que você


tenha tudo o que quiser — digo, envolvendo o meu braço em
torno de sua cintura fina.

— Mamãe vai ficar louca. — Diz ela com um suspiro.

— Eu sei.

— Esta é a sua casa, você sabe né? — afirma.

— Sim. É essa, não é?


— Você vai ser feliz aqui, com seu homem e seu bebê.

Nós não falamos nada. Não há mais nada a dizer.


Brentlee está construindo a vida que pensa que quer. Ela tem
dezenove anos e pensa que sabe tudo. Não há nada que eu
possa dizer ou fazer para aconselhá-la neste momento. Eu
não acho que Scotty é o homem para minha irmã, mas ela
está determinada a fazer seu relacionamento e casamento dar
certo. Só espero que ele também queira isso, por causa dela.

Olho pela janela e suspiro enquanto nos dirigimos para


a casa dos meus pais em silêncio. Estou seguindo por um
caminho que nunca pensei que fosse. Estou indo morar com
um motoqueiro fora da lei e ainda por cima, presidente de um
moto clube.

Não é nada como eu tinha planejado.

Planos mudam, nós mudamos e estou bem com isso.

Tenho um homem que me ama, que quer cuidar de mim


e do nosso bebê.

Como posso reclamar da vida não ser como planejei


quando ela está me dando um presente como esse?

Quando nos aproximamos da casa dos meus pais, sinto


meu estômago se revirando com o nervosismo. Estou
temendo essa conversa, mas ela precisa acontecer. Eles
precisam saber o que está acontecendo na minha vida,
mesmo que não aprovem.

Eu só espero que eles possam ter a mente aberta o


suficiente para aceitar as minhas decisões sobre o assunto.
Mas aposto que não, eles mal toleram o fato de que sou
solteira e não dependo de um homem.

Mal sabem que estão prestes a ter o que queriam, só


não da forma que tinham imaginado.

— Meninas. — Minha mãe chora assim que abrimos a


porta.

Reviro meus olhos.

Brentlee vive aqui eu a vi na semana passada. No


entanto, ela age como se não nos visse há meses. Rainha do
drama.

— Mãe. — Murmuro enquanto penduro minha bolsa no


gancho ao lado da porta.

— Você chegou a tempo de pôr a mesa, Kentlee — Ela


fala. Faço o que diz, sabendo que se não fizer, vai me
perturbar até que eu faça.

Fico calada, pensando em como dizer para eles.


Brentlee, surpreendentemente, ajuda-me pôr a mesa e sinto
que estamos mais próximas, como se fossemos nós contra o
mundo.

Sei que este sentimento não vai durar. Assim que o meu
segredo for revelado, Brent irá desaparecer enquanto eu
estiver na berlinda, mas é bom ter o apoio dela no momento.

Assim que a mesa está posta, vou chamar meu pai. Eu o


encontro em seu escritório, mexendo no computador. Deve
estar de plantão. Ele está estudando o monitor do
computador tão intensamente que não me ouve entrar ou
fechar a porta. Pigarreio para alertá-lo de minha presença. Só
então levanta a cabeça e finalmente, se concentra em mim.

— Kentlee. — ele murmura.

— Você está de plantão? — pergunto, levantando o


queixo em direção ao seu computador.

— Sim. Estou monitorando três pacientes agora. — ele


diz, antes de se levantar.

Meu pai tem uma boa aparência. Ele é alto, com uma
pele morena e cabelos escuros, com apenas um toque de
cinza nas têmporas. Está em forma também, faz caminhadas
todas as manhãs, antes do café, vai ao clube, pelo menos
quatro vezes por semana para jogar tênis ou basquete com
seus amigos.

— Tenho que falar com você e a mãe hoje. Você vai


comer com a gente, né? — pergunto, sabendo que às vezes ele
janta em seu escritório quando está de plantão.

— Não estava planejando isso, mas se você precisa que


eu esteja lá, estarei. — Ele fala com um sorriso.

— Sim. É importante. — Digo, olhando para meus pés.

Não posso olhar nos olhos dele. Nós não somos


próximos, mas ainda é meu pai e eu ainda busco sua
aprovação em tudo o que faço.

— Estarei lá em cinco minutos. Apenas deixe-me ligar


meu iPad e conectá-lo — ele diz com um aceno sério.

Deixo o escritório do meu pai e volto para a cozinha e


ajudo minha mãe. Meus pensamentos viajam para Connellee.
Queria que meu irmão estivesse aqui. Ele sempre esteve ao
meu lado. Nós não somos melhores amigos, mas quando
minha mãe me criticava, Conn sempre a fez recuar. Ele me
apoiaria, ajudaria como pudesse.

Sinto falta do meu irmão, mas está na faculdade agora.


Ele me surpreende, consegue realizar tudo o que se propõe a
fazer. Eu queria ser como ele.

— Bem, o que é tão importante, Kentlee? — meu pai


pergunta enquanto nos sentamos à mesa.

A cabeça de minha mãe se vira e seus olhos se


arregalam em surpresa. Eu não disse a ela que tinha algo
para contar. Teria sido imbatível e tentaria descobrir
primeiro.

— Eu - uh... Conheci alguém. — começo.

Os olhos de minha mãe se iluminam.

— Qual o nome dele? O que faz? — imediatamente


pergunta.

Fecho meus olhos por um momento, respirando fundo


antes de continuar. Vou ser direta, como fazemos ao arrancar
um band-aid.

— Seu nome é Pierce e eu não sei exatamente o que ele


faz, mas nós vamos morar juntos e eu estou grávida. — digo
de uma vez.

Então vejo o rosto da minha mãe ir de animado para


absolutamente chocado. Então olho para o meu pai, vejo que
ele está chateado, seus punhos cerrados e sua fisionomia
tensa.

— Você está grávida? — Minha mãe grita.

— Estou

— Quem é este homem, Kentlee? Não minta para mim.


— meu pai rugiu.

— Ele é o presidente dos Notorious Devils. — confesso. O


rosto de meu pai fica vermelho de raiva.

— Você está falando sério? — minha mãe grita. Fico


olhando para ela com surpresa completa. Eu nunca ouvi
minha mãe assim antes, nunca em toda a minha vida.

— Mãe... — começa Brentlee. Minha mãe faz ela se calar


com um olhar.

— Você acaba de arruinar sua vida e toda essa família.


— minha mãe diz.

— Isso não é justo. — começo.

Meu pai levanta a mão, fazendo eu me calar.

— Não posso ter um lixo como esse homem nesta


família, Kentlee. Nós temos que manter certa imagem nesta
sociedade e um homem assim? Ele não pertence ao nosso
mundo. Homens como Scotty pertencem. Eu poderia ignorar
se você se apaixonasse por um trabalhador normal. Não
ficaria feliz com isso, mas se estivesse saindo com um policial
ou um bombeiro, pelo menos nos faria parecer decentes. Esse
cara? Não, Kentlee. Eu não vou aceitar isso. — decreta.
— Então, se eu morar com ele, o que? Estou fora desta
família? — pergunto meus lábios tremendo a cada palavra.

— Sinto muito, mas sim. Você tem que dar um jeito


nessa gravidez e terminar com ele, ou você está fora. — ele
diz.

Eu pisco em estado de choque.

De todas as maneiras que vi isso acontecendo, nunca


em um milhão de anos achei que meu próprio pai sugeriria
um aborto.

— Pai, eu nunca conseguiria abortar meu bebê. — digo


minha voz tremendo e lágrimas se formando enquanto coloco
minhas mãos sobre minha barriga.

— Essa é a sua resposta? — minha mãe interrompe.

Estou paralisada e meus olhos vão de um para o outro,


descrente que meus pais fariam isso comigo, me fariam
escolher entre meu bebê e minha família. Mesmo que as
coisas não funcionassem com Pierce, nunca me arrependeria
de manter este bebê.

— Nunca destruiria uma vida para apaziguar vocês. Isso


não foi planejado, mas aconteceu. Não tenho vergonha da
gravidez e não tenho vergonha de estar com Pierce. Ele tem
sido bom para mim e está disposto a fazer qualquer coisa
para que isso dê certo, ou pelo menos tentar. Lamento que
vocês sintam que um bebê lhes traria tanta vergonha. — digo
antes de me virar para Brentlee. — Amo você, Brent. Você é
sempre bem-vinda em minha casa e na minha vida.
Caminho para a porta. Não há nada para mim aqui.

Agarro minha bolsa, meus dedos permanecendo na


maçaneta, esperando que meus pais percebam seu erro e me
chamem de volta. Eles não fazem isso.

Saio da casa deles, deixando-os em seu mundo


preconceituoso.

Tenho uma vida para viver, uma vida bonita, com uma
nova família, minha família. Começo a andar, irritada por não
ter ido com meu carro, porque agora estou sem um meio de
transporte. Pego meu celular e ligo para Pierce.

Vai direto para a caixa postal.

— Pierce, as coisas não foram bem com meus pais.


Minha irmã insistiu em dirigir e eu estou sem ter como
chegar a casa. Se você ouvir isso, poderia ligar e me dar uma
carona? — pergunto antes de terminar a chamada.

Está escuro e deserto. Decido ligar para Conn antes de


meus pais contarem a ele primeiro enquanto caminho para
casa.

— Oi — ele responde com um bocejo.

— Ei, irmão mais velho — digo, sorrindo. Mesmo seu oi


sonolento me faz sorrir.

— Kent? O que aconteceu? — pergunta, com


preocupação em sua voz. Eu não ligo muito. Ele é meu irmão
e eu o amo, mas está longe há muito tempo.

— Muita coisa. — admito antes de tomar uma


respiração profunda.
— Bem, você vai me dizer, ou quer que eu adivinhe?

— Conheci alguém. — digo, com medo de contar a ele o


resto da história.

— E…

— E, nós vamos morar juntos, estou grávida e a mãe e o


pai não o aprovam. Eles me deserdaram. — falo rapidamente
já ouvindo os resmungos de Connellee.

— Ovelha negra, Kent. Você é a ovelha negra da família.


— ele ri.

— Isso não é engraçado, Conn. Eles estão muito


irritados. Disseram-me para abortar se eu quisesse continuar
na família.

— Você está brincando comigo? — grita.

Posso dizer que ele está tão irritado quanto eu.

— Eu queria estar — murmuro.

— Idiotas. Não se preocupe com eles, Kent. Você é


adulta, pode tomar suas próprias decisões. Estão sendo os
imbecis esnobes que sempre foram. Eles vão superar isso ou
não, mas você não tem que fazer nada que não queira, deixe-
os no pedestal deles e viva sua vida — ele fala. Eu sorrio.
Amo meu irmão.

— Não se preocupe. Eu basicamente disse-lhes para se


foder. — admito.

— Boa. Agora quem é esse cara? Ele vai cuidar de você?


— ele pergunta.
Eu passo o resto da minha caminhada com um sorriso
no rosto, enquanto falo com meu irmão. É a primeira vez que
nós conversamos assim e foi bom. Não tinha percebido o
quanto eu tinha perdido por não ter ele por perto até este
momento. É bom ter o seu apoio, mesmo à distância.

Assim que chego a casa, prometo ligar frequentemente


com as atualizações do bebê e lhe enviar fotos da minha
barriga, algo que ele acha que vai ser estranho, mas
emocionante, em seguida, desligo.

Quando entro em casa, tranco a porta atrás de mim e


tiro minhas roupas e sapato. Meus pés doem. Olho para o
meu telefone e franzo a testa, só agora percebo que andei por
mais de uma hora e Pierce não me ligou de volta.

Envio uma mensagem de texto antes de tomar banho e


dormir.

Eu: Cheguei a casa bem, vim andando. Vou para a cama


agora. Até logo…
Fury
Guerra.

A palavra se entranha em minha mente, deixando um


gosto amargo em minha boca, mas é uma necessidade nesta
vida.

Fecho os olhos e puxo a fumaça. Preciso de um pouco


de erva para me acalmar. Meus irmãos estão reunindo as
crianças e suas mulheres, embalando roupas para algumas
semanas e comprando mantimentos para um mês.

Nós provavelmente vamos precisar comprar mais se o


isolamento se estender.

O isolamento temporário que estipulei alguns dias atrás


acaba de se tornar por tempo indeterminado. Sem fim
previsto, neste momento.
— Estou vendo que você não está com pressa de sair. —
Sniper fala, erguendo o queixo barbudo para mim.

— Nope. Vou aproveitar essa fumaça por um tempo —


Respondo, sabendo exatamente que ele está se referindo ao
fato de eu não sair correndo daqui como os outros caras para
pegar Kentlee para mantê-la a salvo dos Bastards.

— Se você precisar de mim para vigiá-la, eu não tenho


problema algum em protegê-la. — diz ele, seus olhos
procurando os meus.

— Não quero você em qualquer lugar perto dela. —


rosno.

Ele concorda uma vez com um sorriso em seus lábios.

— Não disse que eu ia transar com ela, cara. Kentlee é


como uma irmã para mim. Uma irmã gostosa pra caralho,
mas uma irmã.

Quero esfaqueá-lo na garganta por chamá-la de gostosa,


dizer que ela é minha.

Mas, ela é?

Se eu não a reclamar na frente dos meus irmãos, ela é


realmente minha?

— Ela vai ficar bem — respondo, ignorando a besteira


que ele falou sobre ser gostosa pra caralho.

— Você é o chefe, Prez. — ele sussurra, em desacordo


óbvio de como estou lidando com esta situação.

Eu não dou a mínima para o que ele pensa. Minha


mulher, minhas regras.
Meu celular vibra sobre a mesa, tocando e olho para ver
seu nome piscando. Eu não atendo. Não na frente dele. Se
fizesse isso ia dizer que ela me tem na palma de sua mão. E
realmente tem. Se essa mulher me mandar pular, só
pergunto que altura.

Patético pra caralho.

Pego o telefone e enfio no bolso, enquanto vou em


direção ao bar. Preciso de uma cerveja, relaxar antes que
toda essa guerra comece. Olho em volta, notando que muitos
dos meus irmãos estão pensando o mesmo que eu. Kitty está
ocupada, chupando um pau enquanto outro irmão a fode por
trás. Balanço minha cabeça com uma risada.

Babacas sujos.

Paro ao lado de Torch no bar. Ele está se servindo de


uma dose e pega outro copo, fazendo o mesmo por mim. Arde
quando desce pela garganta, mas é bom, calmante. Não fui o
mesmo nesses últimos dias, não desde que fiquei com
Kentlee. Preciso de um pouco de normalidade.

— Você estava fazendo falta por aqui. — comenta Torch.

— Sim — concordo, não entrando em detalhes.

— Pegando alguma boceta na cidade? — ele pergunta,


olhando para frente.

— Algo assim — admito.

— Mantenha-se perto do clube, irmão — ele resmunga.

Olho-o com surpresa, mas ele não diz mais nada. Engole
mais uma dose e me deixa sozinho para beber.
Não sei quanto tempo fico no bar, mas a música está
alta e o lugar está cheio de mulheres, putas do clube e
irmãos.

A festa antes do inferno, a calma antes da tempestade.

Tropeço para fora do bar e vou para meu quarto. Pisco


em surpresa ao ver Kitty sentada na minha cama. Eu sorrio
preguiçosamente quando ela desliza os dedos em sua boceta
e começa a bombear.

— Fury — ela geme.

A voz dela é alta e irritante, machuca meus tímpanos e


eu não gosto.

Movo meus olhos pelo seu corpo. Ela não é nada, além
de um buraco de porra. Não sinto absolutamente nada por
ela e não me importo se nunca mais a vir.

Meu pau nem sequer se mexe ao vê-la. Balanço a cabeça


e dou um passo em sua direção. Ela ri pensando que ganhou
a parada. Nem fodendo. Envolvo minha mão ao redor de seu
braço e a arrasto para fora do quarto. Ela luta, chuta e grita,
mas não me importo.

— Mantenha sua boceta usada fora do meu quarto,


cadela. — grito, batendo a porta e trancando-a.

Pego o lençol que ela estava sentada e o tiro da minha


cama, jogando-o no chão, antes de me despir e cair de bruços
sobre o colchão.
O que parece minutos mais tarde está sendo acordado
por alguém batendo na minha porta. Minhas pernas estão
bambas por causa da bebida da noite anterior e esfrego o
sono dos meus olhos, enquanto abro a porta. Dirty Johnny
está de pé lá com um sorriso idiota no rosto.

— Que porra é essa, cara? — rosno.

Ele não diz uma palavra, apenas começa a tremer de


tanto rir.

— Você tem visita, irmão. — ele ri.

Bato a porta na cara dele antes de pegar meu jeans e


vestir, juntamente com a camisa da noite passada e meu
colete. Puxo minha bota rapidamente antes de sair do meu
quarto e ir em direção à área comum.

Gemo quando vejo o meu visitante.

Kentlee.

Ela está encostada no bar com os braços dobrados sob


seus deliciosos seios, usando um de seus trajes sexy de
secretária. Meu pau está apertado contra meu zíper, com a
necessidade de estar enterrado dentro de sua boceta doce,
molhada.

— Vamos. — vou até ela e vejo seus olhos se


estreitarem.
Não vou dar a ela uma chance de dizer nada, antes de
estarmos trancados em meu escritório. Assim que entramos
nele, eu fecho a porta atrás dela e a tranco.

— Pierce — ela bufa.

Faço se calar com um gesto de mão, enquanto eu me


sento.

— Em primeiro lugar, você não pode entrar aqui e vir


toda puta para cima de mim na frente dos meus irmãos. Você
não vai gostar de como eu a colocaria em seu lugar se fizer
isso. Se ficar chateada comigo, espera até nós estarmos
sozinhos para me dizer alguma coisa. Em segundo lugar, eu
não estava brincando quando disse que não queria você aqui.
— Eu a avisei. Vejo-a endireitar sua coluna, com fogo em
seus olhos.

— Você se preocupa comigo, Pierce? — Ela pergunta,


indo a uma direção completamente diferente do que eu pensei
que isso estava indo.

— Que porra é essa? — pergunto não disposto a jogar.

Estou com uma ressaca do caralho, sem disposição para


essa merda.

— Liguei na noite passada quando precisei de você.


Porém não atendeu, e também não retornou à ligação, nem
mesmo depois de eu ter deixado uma mensagem de voz.
Então mandei uma mensagem quando cheguei em casa e
você nunca respondeu a essa também. Além do mais disse
que estaria em casa na noite passada e não apareceu. Eu
quero entender é se vai ser assim a nossa vida juntos? — Ela
falou.

Minha cabeça está girando.

— Eu não ouvi sua mensagem de voz e estava muito


chapado para ir a qualquer lugar na noite passada. Nem
sequer vi sua mensagem. Desmaiei bêbado e sozinho. —
esclareço, para que não ache que eu estava aqui transando
com alguma puta, enquanto ela estava em sua cama sozinha.

— Bem, se você tivesse escutado seu correio de voz, teria


sabido que as coisas não foram bem com os meus pais. Eles
me deserdaram, Pierce. Fui ver as casas no carro da minha
irmã, então tive de ir para casa sozinha, no escuro. Precisava
de uma carona na noite passada. Mais do que isso, precisava
de você. Meu próprio pai me disse que eu tinha que escolher,
entre o bebê ou a família — Ela diz.

Ela tenta se controlar, mas não consegue, lágrimas


começam a cair pelo seu rosto.

Puxo Kentlee para o meu colo. Ela empurra o rosto no


meu pescoço e soluça.

Eu sou o pior homem do mundo.

Estava ocupado votando sobre uma guerra, bebendo e


fumando. Eu não estava lá quando ela mais precisou de mim.
Um dos Bastards poderia tê-la levado e eu nem saberia.

— Eu fodi tudo, baby. — Murmuro com meu rosto


enterrado em seus cabelos. — aconteceram algumas coisas
aqui e fiquei bêbado.
— Você é um idiota. — ela murmura, levanta o rosto e
olha para mim.

— Sim, nós já concordamos com isso querida. — tento


fazê-la sorrir.

— Tenho que ir trabalhar agora — ela funga. Enxugo


suas lágrimas com meus dedos.

Porra, ela é bonita, mesmo quando está chorando.


Aqueles olhos azuis e seus lábios inchados me deixam doido.

Cristo.

— Não até eu te foder. — rosno.

— Você cheira a uma fábrica de cerveja e maconha.


Você fumou maconha na noite passada? — ela pergunta com
os olhos arregalados.

— Uh, sim doçura. — aceno enquanto abro minha calça


e puxo o meu pau para fora.

— Você é um homem crescido, Pierce. Você não deveria


estar fazendo essa merda — ela adverte.

Jogo a cabeça para trás com uma risada.

— Baby sou adulto isso significa que posso fazer o que


diabo quiser. Agora, quero te foder, então dobre-se sobre
minha mesa como uma boa menina e levante sua saia. —
ordeno.

Assisto todo o seu corpo tremer antes de ela estreitar


seus olhos, enquanto se levanta.
— Deveria dizer-lhe para se foder. Quer dizer, estou tão
chateada com você agora, Pierce. Sério, eu precisei de você. —
ela divaga.

Eu não prestei muita atenção porque ela estava


levantando a saia enquanto empurrava sua calcinha de renda
rosa para baixo.

Envolvo meus braços ao redor da cintura dela e


pressiono meu pau contra sua bunda.

Porra, ela é gostosa.

Essa bunda é minha.

Cada pedaço dela é meu.

— Eu vou me redimir, Kentlee. Desculpe-me.

Espero pelo gosto amargo que o pedido de desculpas me


traria, mas isso não acontece. Eu me sinto bem ao pedir
desculpas a Kentlee, porque realmente estou errado. Não é
amargo ou ruim, só me sinto bem, tranquilo.

— Faça-me gozar e pode ser que eu te perdoe. — ela fala


com uma voz rouca. Toco entre as pernas dela e vejo que ela
já está molhada.

Porra, essa cadela é boa demais para mim.

— Vou te fazer gritar meu nome. Você vai sentir meu


pau o dia inteiro, baby. E esta noite, vou comer essa boceta
até que você não aguente mais. Até que esteja implorando
para eu parar. — murmuro em seu ouvido enquanto ela traz
seu quadril para mais perto de mim, inclinando-se, buscando
meu pau.
Coloco um beijo atrás de sua orelha, antes de
delicadamente empurrá-la para baixo sobre minha mesa.
Então eu mergulho profundamente dentro dela.

Eu fodo seu corpo da maneira que ambos gostamos.

Forte e rápido.

Seus gemidos enchem meu escritório, junto com o som


da minha pele batendo contra a bunda dela. Porra, ela é
sempre tão gostosa. Sua vagina é apertada e molhada, o
tempo todo. Eu a mandoela brincar com seu clitóris. Estou
perto, tão perto que posso sentir minhas bolas começarem a
doer com a necessidade, vou gozar rápido.

— Aperte-me com sua boceta, baby. — Exijo, tentando


adiar meu orgasmo.

Ela é demais, seus gemidos altos, seu corpo apertado e


isso são tudo meu.

A combinação era mais do que eu posso lidar e quando


sinto a primeira onda pulsante de sua vagina em torno de
meu pau, me deixo levar. Acelero meu ritmo dentro e fora
dela com uma necessidade que nunca senti antes e ela grita
enquanto eu esvazio em seu interior.

Essa boceta é minha, só minha.

Toda vez que ela tentar ficar com raiva de mim e bancar
a vaca comigo, vou ter que mostrar-lhe quem é que manda
quem é dono dela.

— Você está bem? — pergunto inclinando-me sobre seu


corpo enquanto continuo a me mover dentro dela. Ela é tão
gostosa e molhada, que eu poderia viver enterrado dentro
dela.

— Sim. — ela suspira e sei que, por enquanto, fui


perdoado e está tudo bem.

Pergunto-me quantas vezes mais vou conseguir me


desculpar por ser um idiota, com sexo.

Kentlee
Sento e me sinto dolorida pelas atividades de hoje de
manhã com Fury. Estava tão chateada e magoada esta
manhã, enquanto ia até o clube. Queria matar aquele idiota.
Então ele olhou para mim e como uma trouxa, derreti.

Sou tão fraca quando se trata dele.

Isso não pode ser bom.

Quando ele pediu desculpas, parecia tão chocado


quanto eu. Pergunto-me se ele já se desculpou antes. Não
acho que tenha feito isso. Homem que é, e na posição que
está não acho que seja uma pessoa que admite seus erros,
muitas menos verbalmente.

Respiro fundo, saindo dos meus devaneios. Pierce vai


ser um desafio. Meus sentimentos por ele já são muito fortes.

Eu fiz o impensável.
Apaixonei-me instantaneamente por um homem, um
homem turbulento, grosso e perigoso que bebe, fuma e pilota
uma Harley.

Um homem que é um fora da lei e faz o que quer, sem se


importar com as consequências.

Desisti de minha família para dar vida a criança que


fizemos. Não tenho nenhuma ilusão de que Pierce é um
homem amável, ou que esta estrada que estou trilhando vai
ser fácil, mas espero com todo meu coração que tudo valha a
pena no final.

— Você está pálida. — Marcy observa enquanto me


entrega um contrato.

— Eu... Eu não estou me sentindo bem. — tento


disfarçar.

— O que foi? — ela pergunta. Conheço-a bastante tempo


e sei que não vai parar de me fazer perguntas até que esteja
satisfeita com as respostas.

— Tive uma briga com o cara que estou namorando.


Vamos morar juntos. — digo, esperando que isso seja
suficiente para acalmá-la.

— É por isso que você está procurando um lugar maior?


— ela pergunta olhando para o contrato que ia me entregar.

— É — admito. Ela sorri quase perversamente.

— O motoqueiro sexy. Por favor, me diga que você


deixou aquele pedaço de mau caminho socar o pau em você?
— ela ri.
— Sim. Pierce. — confesso. Ela salta para cima e para
baixo, batendo palmas. É assim que o nosso chefe nos
encontra.

— Meu escritório Johnson — ele fala, olhando para mim


com irritação. Eu não estava fazendo nada de errado. Suspiro
enquanto entro em seu escritório, fechando a porta atrás de
mim.

— O que foi aquilo? — Ele pergunta, entrelaçando os


dedos.

— Bem, Sr. Walker, estou grávida — deixo escapar.

Não posso esconder isso dele. Gostaria, mas ele precisa


saber. Vejo suas sobrancelhas se arquearem.

— Mesmo? Bem, parabéns, eu suponho — diz ele,


olhando sem saber como lidar com a situação.

— Pierce Duhart e eu vamos alugar uma casa juntos.


Marcy estava trazendo o contrato para a minha mesa, para
assinar — digo. Sua boca se abre um pouco antes de
balançar a cabeça.

— Você está com o presidente dos Notorious Devils? —


ele pergunta surpreso.

— Estou. — confirmo.

— A pessoa que acaba de assinar o contrato para abrir


um bar de strippers no centro? — ele pergunta.

Eu realmente sinto o sangue escorrendo do meu rosto


com suas palavras.

— O que? — pergunto, sem fôlego.


— Bar de strippers. Isso é o que disse que seria. — ele
diz me lançando um olhar de pena.

— Eu..., uh, ele nunca me disse o que estava fazendo


com o lugar. Nunca pensei em perguntar. — murmuro, mais
para mim, do que para o Sr. Walker.

— Você parece pálida. Por que não tira uma folga. Pode
compensar isso no sábado. Tem uma lista de dez pessoas
agendadas. — Ele oferece gentilmente. Apesar de não ser
realmente uma boa oferta, eu vou aceitar.

Bar de strippers.

As palavras não saem da minha cabeça enquanto vou


para casa. Não deveria me importar com isso, realmente não
deveria, mas estou emotiva, grávida e me sentindo uma
merda, então é claro que me importo para caralho.

Bato minhas mãos contra o volante antes de sair do


meu carro batendo a porta. Estou tão chateada e irritada.

Tiro meu celular e ligo para a pessoa com quem estou


furiosa.

— Fury — diz ele distraidamente ao telefone.

Eu deveria estar louvando a Jesus que ele realmente


atendeu desta vez, mas estou tão chateada que não posso
nem pensar nisso.

— Você está abrindo um bar de strippers? — grito ao


telefone.

Eu o ouço resmungar alguma coisa e alguns segundos


depois, ele está de volta.
— Sim, querida, você me deu o contrato para assinar. —
diz incrivelmente calmo.

— Pensei que você estava abrindo um bar, não um clube


de strip. — falo por entre os dentes. Ele ri, não acredito que
está rindo.

— Querida, bares dão dinheiro, mas não o tipo de


dinheiro que quero. Clube de strip é onde o dinheiro de
verdade está. O que te deixou tão furiosa?

O homem é total e completamente louco, se não pode


ver por que isso está me irritando.

— Todas aquelas mulheres nuas, o tempo todo?


Enquanto estou aqui, obviamente esperando por você para
me agraciar com sua presença. Jesus, Pierce, eu não sei por
que estaria chateada com isso — digo sarcasticamente.

— Corte a porra do sarcasmo, baby. As putas na sede do


clube são muito piores do que as strippers que eu
contrataria, mas você não fica chateada com elas. — Fury
ressalta.

Ele está errado.

Fico chateada com elas, especialmente a puta Katie


Powell e sua bunda nojenta.

— Odeio tudo isso, as prostitutas do clube e as


strippers. — admito.

Ouço sua maldição sob a respiração.


— Você acha que vou transar com elas. É disso que se
trata? Ou você apenas não gosta da ideia de me ver perto de
mulheres seminuas? O que é tudo isso? — ele pergunta.

Parece que ele está fumando. Deixo isso para depois e


tento permanecer no assunto em questão.

— Tudo isso. — digo, pressionando os lábios, mesmo


que ele não possa me ver.

— Você tem que tirar isso da cabeça, baby. Estou


sempre na sua cama, não estou? — ele pergunta.

— Na noite passada, você não estava — eu sou uma


vaca por trazer isso de volta.

— Você precisa de mim agora, doçura? Estarei onde


você quiser que eu esteja — ele sussurra.

Sei que ele está tentando evitar que outras pessoas


possam ouvi-lo.

— Fui enviada para casa por estar emocionalmente


insana, mas tenho que trabalhar o dia todo no sábado. —
admito.

Ele ri.

— Dê-me cinco minutos amor e estarei aí. Vou te


mostrar exatamente onde preciso estar e que eu só quero
você. — murmura.

Eu digo-lhe adeus antes de desligar. Estou


completamente irracional. Santa insanidade hormonal.

Corro para o banheiro e tomo um banho rápido, antes


de colocar meu lingerie mais sexy. Se Pierce vem para cá para
confortar sua emocionalmente insana namorada é melhor eu
parecer sexy enquanto ele está fazendo isso.

A porta se abre e eu estou em pé no meio do quarto com


meu sutiã e calcinha de renda vermelha e os cabelos soltos.

— Você está linda, doçura — rosna. Ele se lança sobre


mim e eu caio na cama.

— Eu sinto muito. Estou meio louca. — sussurro.

Pierce joga a cabeça para trás rindo, seus olhos


vagueiam sobre o meu rosto.

— Eu amo isso. Amo todas as suas loucuras. Não estava


aqui para você ontem, amor. Entendo o porquê de sua
explosão. — ele murmura enquanto beija meu queixo e vai
descendo até chegar ao meu seio.

— Você é louco se ama minha insanidade — eu rio. Ele


desliza minha calcinha para o lado e começa a tocar minha
boceta.

— É sexy, gosto de saber que você se importa doçura. —


Ele geme enquanto desliza seu dedo dentro de mim e me
encontra molhada.

Estou sempre molhada para ele. Sempre.

— Pierce — Chamo sua atenção. Ele olha para mim,


seus olhos cinza escuros e tempestuosos.

— Sim?

— Eu preciso que você faça amor comigo — Sussurro.


Ele balança a cabeça.
— Tudo o que precisar amor, você terá — ele geme
enquanto puxa minha calcinha. Então sua boca cobre meu
clitóris e sua língua gentilmente me acaricia.

Pierce faz o que eu preciso como quero. Ele faz amor


comigo por horas.

É suave e é lento.

Ele dá ao meu corpo a atenção que desejo e enche meu


coração com amor.

Este homem é todo duro e áspero, mas é suave e doce


também. Quando está comigo, ele é exatamente o que eu
preciso.
Kentlee
— Nós precisamos de comida — Pierce diz enquanto
seus dedos delicadamente traçam o contorno da minha
bunda.

Estou deitada sobre seu peito, me aconchegando em seu


corpo forte e amando a atenção que ele está me dando. Suave
e doce.

— Eu não quero sair daqui — admito descaradamente.

— Eu sei menina — ele murmura. — Você encontrou


algum lugar para nós, ontem? — ele pergunta, lembrando-me
do contrato assinado que está na minha bolsa.

— Encontrei. Assinei o contrato esta manhã. — sorrio.

Eu conto tudo sobre a casa e me certifico de dizer,


inclusive, que o lugar tem uma garagem para dois carros e
um quintal de um tamanho agradável.
— Quando poderemos entrar lá? — Ele pergunta.

Surpreende-me que esteja tão calmo. Continuo


esperando ele surtar e fugir, dizer que não está pronto, ou
simplesmente desaparecer, mas tirando os momentos em que
esteve indisponível, sempre esteve lá para mim.

— Dia primeiro. — digo, mordendo meu lábio e


levantando a cabeça para olhar para ele.

— Uma semana — ele murmura e depois acrescenta: —


Bom.

— Você está animado, então? — pergunto. Sua mão


cobrindo minha bochecha.

— Sim, menina, eu estou animado pra caralho. Mal


posso esperar para entrar em um lugar onde possamos
começar a pensar no futuro. Eu seria um otário se não
quisesse isso. Você é boa para mim. Isso é bom. Parece certo.
— sorri antes de tomar meus lábios em um doce, rápido e
forte beijo.

— Comida — murmuro vagamente.

— Comida — ele concorda, com um aceno.

Saio de cima dele para procurar algo para vestir pelo


resto da tarde.

— Eu não posso colocar você em cima de uma moto,


estando grávida. Vamos ter que ir no seu carro — anuncia.

Olhei para ele confusa.

— Por que não posso ir na moto? — pergunto.


Eu gosto de andar na parte de trás da sua moto,
pressionada contra ele, segurando em sua barriga dura.

— Não vou colocar você na garupa. Não vou colocar o


bebê em perigo assim, amor — explica.

Isso faz eu me apaixonar um pouco mais por ele. Este


homem aquece o meu coração de uma forma que não achava
que fosse possível.

— Ok — sussurro, enquanto as lágrimas brilham nos


meus olhos.

— Coloque uma roupa, estou morrendo de fome — ele


resmunga.

Afasto as lágrimas não derramadas com meus dedos e


busco na minha gaveta uma calcinha e sutiã. Então, pego um
short largo rasgado, uma camiseta cortada que deixa meus
ombros de fora e mostra minha barriga. Eu não vou ter essa
barriguinha por muito mais tempo. Quero mostrá-la
enquanto posso.

Assim que estou vestida, faço um coque bagunçado com


o cabelo e calça um sapato baixo. Estou com o look não-
estou-dando-a-mínima-para-a-sua-opinião hoje. Certeza que
consegui, porque a única pessoa que me importa se gosta do
que vê é Pierce. Olho para ele, mas seus olhos estão vidrados
na minha barriga nua e eles estão em chamas.

— Pronto? — Pergunto, pegando minha bolsa e jogando-


a sobre o ombro.
Pierce apenas olha para mim, seus olhos escuros e
nublados, suas narinas dilatadas.

— Porra, não, — ele rosna.

Eu pisco para ele em choque.

— O quê? — Pergunto.

— Você não pode usar essa merda em público — ele


resmunga.

Pisco novamente, não acreditando nesta conversa.

— Short curto e rasgado uma camiseta larga cortada?


Nem é decotado! — eu, obviamente, aponto.

— Você está mostrando as pernas e a barriga. Pele pra


caralho, menina — ele resmunga.

Jogo minha cabeça para trás rindo.

— Minha boceta está dolorida porque você estava dentro


dela nem uma hora atrás. Meu corpo todo está esfolado por
causa da sua barba e meu cabelo está uma bagunça do
caralho. E mesmo assim, você está preocupado com um
pouco de barriga e minhas pernas que estou mostrando?
Você não pode estar falando sério. — Eu ri. Ele balança a
cabeça antes de pegar um punhado da minha bunda e me
puxar para o seu peito.

— Porra! Sério, Kentlee. Este corpo é meu. Meu para


tocar, meu para foder e só meu para olhar — ele resmunga
antes de pressionar seus lábios com força contra os meus em
um beijo forte.

— Estou com fome, baby — murmuro, sem fôlego.


— Eu vou alimentá-la, mas saiba que, no futuro, você
não vai mostrar nenhuma porra de pele a menos que eu
esteja com você — ele ordena, deslizando a mão sob meu
cabelo, na minha nuca.

Ele se abaixa para passar os lábios nos meus em um


breve toque antes de se afastar e estender a mão. Coloquei
minha mão na sua, mas ele balança a cabeça com um sorriso
em seus lábios perfeitos.

— Chaves, amor — ele murmura.

Olho surpresa para ele.

— Do meu carro? Não mesmo — digo, balançando a


cabeça.

— Eu sou o homem — ele aponta, tomando rapidamente


as chaves da minha mão.

— O que é que isso quer dizer? — Eu pergunto,


seguindo-o para fora da casa, parando apenas para vê-lo
trancar a porta atrás de mim.

— Significa que se eu estou em um carro, a menos que


esteja morto, estou na porra da direção — afirma.

Eu paro e apenas olho.

— Você está falando sério, ou está zoando comigo? —


pergunto em surpresa.

— Sério pra caralho — diz ele enquanto dobra seu corpo


grande para entrar no lado do motorista do meu carro.

— Você é um macho-alfa louco, não é? Quer dizer, eu


sei que você é um homem de verdade, mas não esperava que
estivesse neste nível — aponto, colocando meu cinto de
segurança para irmos a qualquer restaurante que Pierce
tenha decidido que vamos jantar esta tarde.

Obviamente, mulheres não têm escolhas com ele no


comando.

— Não seja uma vadia louca comigo quando não posso


foder você — ele murmura. Sua resposta me faz cair na
gargalhada. — E não seja fofa — ele sorri, parando no sinal
vermelho.

— Estou feliz — sorrio, pegando sua mão na minha.

Ele não diz mais nada, apenas coloca nossas mãos


entrelaçadas em sua coxa. Nós dirigimos para o restaurante
em silêncio, um silêncio confortável. Eu não posso me
segurar, sonho um pouco sobre o que vai acontecer em nosso
futuro juntos.

Bebês. Uma casa. Toneladas de sexo delicioso.

Eu não posso esperar.

Fury
Kentlee não falou muito na hora do almoço, mas isso
não me incomoda. Ela está feliz. Eu estou fazendo-a feliz e
isso é tudo que importa. Tiro meu telefone do bolso quando
ele começa a tocar e quase gemo.
Meu pai.

Liguei para meu pai ontem, mas ele estava ocupado, o


que é a sua maneira sutil de me dizer que estava enterrado
até o joelho em uma vagina. Deveria ficar com nojo, pois
quando minha mãe morreu, meu pai começou a foder cada
pedaço de bunda que podia.

Fiquei meio chateado no início. Pensei que ele estava


feliz que minha mãe tinha morrido que estava amando ser
livre. Agora que estou mais velho, entendo que não era
porque estava curtindo sua recém-adquirida liberdade, era
porque estava tentando esquecer. Ele amava a minha mãe,
amava tudo sobre ela e a vida que eles tinham.

— Pops — digo, atendendo ao telefone.

Eu o ouvi dar uma tragada e quase ri quando lembrei as


palavras de Kentlee sobre eu ser muito velho para fumar
maconha.

— Você me ligou — ele resmunga ao telefone.

Meus olhos fitam Kentlee de olhos arregalados, olhando


para mim, uma batata frita pendurada em seus dedos.

— Eu liguei. Conheci alguém — murmuro.

— Nosso tipo de gente? — pergunta. Posso dizer que ele


está sorrindo.

— Não muito — admito. Meu pai ri.

— Muito doce para isso, então? Você sempre teve uma


queda pelas meninas doces — ele diz.
— Sim, exatamente isso. Mas, nós vamos ter um bebê,
Pops — conto.

O telefone permanece em silêncio.

— Pops?

— Sim. Eu... Você vai ter um bebê? — Pergunta.

Posso dizer que ele está ficando sem ar.

— Eu vou — digo, pegando a mão de Kentlee na minha,


e sorrio. Ela retorna meu sorriso e sinto meu coração
derreter.

— Meu filho vai ter um bebê com uma menina doce —


ele respira.

Quase me faz corar.

— Sim.

— Quando posso conhecê-la? — Ele pergunta.

— Tenho que cuidar de uma merda no Norte, mas


depois disso, vamos fazer uma pequena viagem até você —
explico, esperando que isso seja o suficiente para o meu pai
entender.

Meu pai sabe o que está acontecendo com os Aryans e o


Cartel. Isso não é algo que posso colocar debaixo do tapete.
Vou ter que lidar com eles, mais cedo ou mais tarde.

— Parece bom. E filho?

— Sim?

— Estou feliz por você. Trate-a bem, se ela é o doce que


você quer — aconselha. Eu sorrio.
— Trabalhando nisso, Pops — digo antes de encerrar a
chamada.

— Seu pai? — Kentlee pergunta, sabendo muito bem


que era ele.

— Ele quer conhecê-la o quanto antes. Meio chateado


por ter que esperar até que eu lide com uns problemas do
clube — digo. Ela sorri docemente.

Perfeita.

Kentlee e eu passamos o dia juntos. Eu a levei em uma


loja de materiais de construção e comprei caixas para
embalar suas coisas. Peguei plástico bolha, fita e papel de
embalagem.

Não embalarei uma coisa sequer para ela, mas quero


que tenha tudo o que precisa. Eu vou ser o músculo, burro
de carga e vou ajudar de qualquer maneira que ela queira,
mas embalar? Sem chance.

— Acho que vou começar hoje à noite — ela diz quando


termino de descarregar as coisas de embalagem do seu carro.

— Tenho que focar no clube por algumas horas. Eu


tenho uma reunião com um empreiteiro sobre o projeto do
novo bar e depois tem algumas coisas que preciso fazer na
sede do clube. Você vai ficar bem aqui sozinha? — Pergunto,
não querendo deixá-la.

Algo está me pedindo para ficar, mas não posso. Eu


tenho tanta merda para pôr em dia. Merda como os
Bastardos e o novo clube de strip. Não posso passar mais
tempo com a minha mulher.

— Eu estou bem, baby, só vou começar a embalar as


coisas da cozinha. Posso pedir comida ou comer algo
congelado até que me mude. Não que cozinhe muito para
mim mesma — ela dá de ombros.

Envolvo meu braço em volta da sua cintura fina,


trazendo-a perto do meu corpo.

— Mal posso esperar para você cozinhar para o seu


homem, menina — murmuro, beijando atrás da orelha, onde
sei que ela adora. Eu paro meus lábios na base de seu
pescoço.

— É? — Pergunta ela, sem fôlego com um gemido.

— Porra, é. Encher minha barriga antes de preencher


você com meu pau? Soa como uma noite épica, do caralho —
digo a ela. Ela aperta seus seios contra o meu peito. Posso
sentir seus mamilos através de sua camisa fina e eu vou de
meio mastro para duro como aço. — Eu não tenho tempo,
Kentlee.

— Por favor, estou tão excitada — ela choraminga.

— Fique apoiada em suas mãos e joelhos. Isso vai ser


rápido, menina — advirto.

Observo com espanto como ela tira a roupa, rápida


como um relâmpago e cai de joelhos, espalhando suas coxas
e insinuando seu rabo para mim.
— Maravilhosa — murmuro, tirando minhas próprias
roupas antes de cair de joelhos atrás dela.

Pego sua bunda com as minhas mãos e espalho as


bochechas, gemendo com a visão do seu cuzinho apertado.

Merda, eu quero ele.

Quero marcar cada parte dela como minha. Mas não


agora, não enquanto ela carrega meu filho.

Não digo outra palavra antes de deslizar meu pau entre


os lábios da boceta dela, observando enquanto afundo
lentamente. Kentlee geme embaixo de mim e joga a cabeça
para trás enquanto empina sua bunda ainda mais, me
fazendo entrar mais dentro de sua boceta apertada.

Épico pra caralho, cada maldita vez.

— Pierce — ela choraminga. Seus gemidos me fazem


meter mais forte, para fazê-la gemer e choramingar mais.

Envolvo minhas mãos ao redor do seu quadril e cravo


meus dedos em sua carne, fodendo-a forte. Ouvir o bater da
minha pele contra a dela é como música preenchendo a sala,
seus gemidos com os meus grunhidos.

Foda.

Envolvo minha mão no nó de seu cabelo bagunçado e


empilhado e puxo-a para trás enquanto uma das minhas
mãos vai para seu clitóris. Ela precisa gozar, porque eu estou
pendurado por um fio.

— Goza no meu pau, Kentlee. Mostre para o seu homem


o quanto ama seu pênis dentro de você.
Ela treme antes que eu sinta sua boceta me apertando e
urro em seu ouvido com a minha própria liberação. Esse
aperto da boceta foi como uma vingança que eu não
esperava, mas fodê-la forte foi bom pra caralho.

Eu gostaria de poder fazer isso novamente.

— Pierce — ela geme e seu corpo começa a tremer.

Lentamente, ela desliza para o chão, com as pernas e


braços fracos demais para sustentar seu próprio peso. Saio
de dentro dela antes de soltar seu cabelo e em seguida, deito-
me ao seu lado no chão.

— Você é uma menina feliz agora? — Pergunto,


passando os dedos por sua boceta molhada. A sensação do
gozo dela misturado com minha porra é perfeita em meus
dedos.

— Mmmm — ela geme.

— Posso te deixar por um tempo considerável e fazer as


merdas que preciso para que eu possa voltar para casa e te
foder de novo? — Murmuro contra seu ombro enquanto
lentamente fodo ela com meus dedos.

— Sim — ela suspira enquanto seu quadril levanta para


encontrar meus dedos.

— Você precisa gozar de novo? — Pergunto. Ela abre um


olho para me encarar.

— Não, estou bem. Isso faz eu me sentir muito bem —


confessa.
Meto mais algumas vezes antes de retirar minha mão de
seu corpo e encontrar minhas roupas.

— Embale algumas coisas. Vou estar em casa um pouco


mais tarde. — Digo sem pensar na minha escolha de
palavras. Vejo seus lábios formam um sorriso preguiçoso.

— Ok, Pierce, te vejo mais tarde — ela murmura, me


fazendo sorrir.

Ela fica bonita pra caralho quando está saciada assim e


me mata ter que deixá-la. Mesmo assim eu vou. Tenho
empreiteiros para atender, planos para os Bastards e verificar
o nosso embarque mais recente para o Canadá.

Afasto-me dela, deixando o lugar que gostaria de estar,


para que possa conseguir fazer algumas coisas. Eu tenho que
manter presença no clube, mesmo que todos os meus irmãos
saibam que estou fodendo alguma boceta na cidade. Estreito
meus olhos para a estrada e saio de onde quero estar, sem
olhar para trás.
Kentlee
A semana passa tão rápido que minha cabeça está
girando. Passo os dias no trabalho, as noites embalando e as
madrugadas com Pierce dentro de mim antes de
desmaiarmos. Ele vem em casa apenas para foder e dormir,
por causa de problemas no clube e por estar ocupado com o
novo clube de strip, algo que estou tentando aceitar, mesmo
que odeie. Ele diz que um dos outros caras irá gerenciar o
clube, mas quer se certificar que toda a construção corra
como planejado. Eu não sei se acredito nele. Imagino que as
seleções seriam muito excitantes para um homem e que ele
não gostaria de perder isso.
Estou tentando manter meu excesso de hormônios
controlados, mas não está fácil.

Hoje é o dia da mudança.

Gostaria que pudéssemos esperar mais uma semana,


mas Pierce precisa fazer isso neste fim de semana.
Aparentemente, ele tem algo para cuidar fora da cidade na
próxima semana, embora não me diga o que é.

Odeio que esteja escondendo as coisas de mim, mas não


estamos em um momento onde eu sinto que posso exigir
respostas. Ele está na minha cama todas as noites, até agora,
sempre me diz para onde está indo e me envia mensagens
durante o dia todo.

Eu não acho que ele realmente está me escondendo


nada, apenas omitindo sua localização exata, porque é algo
relacionado ao clube. Diz que eles não dizem nada a
ninguém, que mantém para si e fazem tudo em segredo. Fico
me perguntando o quão ilegal tudo isso realmente é.

Meu celular toca quando termino de embalar a última


caixa e estou surpresa ao ver o nome de Brentlee na tela.

— Olá? — atendo confusa.

— Hey — ela diz, parecendo um pouco cansada.

— E aí?

— Você não está com raiva de mim, né? — ela pergunta.

Suspiro profundamente com a pergunta. Eu deveria


estar brava com ela. Ela me deixou ir para casa sozinha e não
me apoiou. Mas não consigo ficar chateada com minha irmã.
Ela sempre foi à filha determinada, perfeita. Eu não esperava
que ela contrariasse os nossos pais, nunca.

— Não, Brent — admito.

— Você está se mudando com ele, então? — ela


pergunta timidamente.

Eu odeio que ela pareça assustada.

— Sim. Hoje, na verdade. Minha casa inteira está


embalada e ele deve estar aqui a qualquer momento para
levar o primeiro carregamento para a nova casa — admito,
tentando segurar o meu sorriso. Não consigo, no entanto.
Estou muito animada.

— Scotty diz que Fury não é bom, que todo o clube é


perigoso. Ele, uh, não quer que eu fale mais com você. Eu
sinto muito, Kent. Isso é uma merda — ela sussurra. Posso
ouvir as lágrimas em sua voz.

Quero dizer a ela que está tudo bem, que entendo. Mas
odeio isso. Quero a minha irmã na minha vida e na do meu
bebê.

Já perdi meus pais, não é o suficiente?

Eu odeio Scotty. Ele é um idiota pretensioso e


controlador do caralho. Não que eu não tenho o meu louco
controlador, mas ao contrário de Scotty, não imagino Pierce
me dizendo que não estou autorizada a falar com a minha
própria família.
— Estarei sempre a apenas um passeio de carro e um
telefonema de distância, Brent. Sempre estarei aqui e sempre
serei a sua irmã, não importa o que aconteça — digo a ela.

Ouço-a soluçar enquanto ela chora no telefone.

— Eu te amo, Kentlee. Sei que nem sempre estávamos


na mesma página, mas você é minha irmã mais velha e eu te
amo tanto — ela murmura entre os soluços.

Isso me mata.

Quero abraçá-la, vê-la caminhar pelo corredor em seu


lindo vestido de noiva e quero que ela seja parte da vida do
meu bebê.

Infelizmente, nem sempre temos o que queremos.

Sento-me no sofá e choro com vontade. Preciso disso


para lamentar a perda de meus pais e minha irmã. Pelo
menos eu ainda tenho Connellee. Meu irmão. Meu apoio.

Agarro-me na esperança de que um dia a minha família


vai se reunir e curaremos todas as feridas que fizemos uns
nos outros, mas por agora tenho que aceitar o que está
acontecendo.

— Que porra é essa? — Pierce rosna assim que entra


pela porta e me vê chorando no sofá.

— Nada — murmuro, dando um sorriso falso pra


caralho.

— Tem certeza? Quem eu preciso arrebentar? —


Pergunta, dando os poucos passos que precisa para estar
bem na minha frente. Ele me surpreende, me agarrando pelo
quadril e olhando dentro dos meus olhos.

— Eu tenho certeza, amor — sussurro, passando os


braços em volta do pescoço dele e trazendo sua boca mais
perto para que eu possa beijá-lo.

— Certo — ele resmunga, antes de me puxar para mais


perto dele, abrindo meus lábios com a língua.

— Que merda, meus olhos — Bates grita da porta.

— Bates — grito, surpresa ao vê-lo de pé na minha sala


de estar.

— Estou aqui para ajudá-la a se mudar, querida — ele


murmura.

Meu humor de merda desaparece porque Bates está


aqui e ele está nos ajudando. Quando acho que o meu círculo
de pessoas queridas só está encolhendo, aparece uma fresta
de esperança.

Hoje, essa fresta é o Bates.

— Pare de ficar olhando para minha mulher e comece a


se movimentar — fala Pierce.

Bates apenas sorri antes de lhe dar uma saudação


simulada.

Com nós três trabalhando, levamos apenas algumas


horas para levar todas as minhas coisas para a nova casa,
que parece vazia pra caralho apenas com meus móveis. Pierce
só traz suas roupas, deixando toda a sua mobília em um
quartinho na sede do clube.
Olho em volta e tento imaginar onde vou colocar as
coisas, então faço uma lista do que posso comprar para
torná-la um pouco mais aconchegante. Não posso pintar as
paredes, mas posso adicionar grandes gravuras emolduradas.
Logo, logo, vou poder adicionar fotos da nossa pequena
família e do nosso bebê em todas as paredes. Tenho um
sentimento que vou preencher todo o espaço muito
rapidamente.

— Você gostou? — Pierce pergunta depois que Bates nos


deixa.

— Amor — Suspiro. Ele envolve seus braços em volta de


mim por trás, os lábios tocando meu pescoço suavemente.

— Fico feliz quando a minha menina está feliz — ele


murmura.

— Quando você vai embora? Quanto tempo você vai


ficar fora? — Pergunto.

Tenho uma consulta médica em uma semana e quero-o


lá.

— Não mais que uma semana — ele diz enquanto seus


lábios roçam a minha pele, enviando arrepios por todo o meu
corpo.

— Tenho uma consulta médica na próxima sexta-feira.


Você acha que poderia tentar voltar a tempo para estar lá? —
Choramingo enquanto sua mão solta os botões da minha
bermuda e mergulha em minha calcinha.
Seus dedos deslizam sobre o meu centro e empurro a
minha bunda em seu quadril, dando-lhe espaço e
silenciosamente implorando por mais. Grito quando seus
dedos brincam com o meu clitóris.

— Estarei aqui, menina. Estarei aqui quando você


precisar de mim, amor — ele jura e desliza dois dedos dentro
de mim, me provocando, apenas entrando em minha boceta.

Quero rebolar em cima dele e cerro os dentes para não


fazer. Ele está levando isso de forma mais lenta e nenhuma
quantidade de mendicância vai mudar a maneira como ele
planeja foder. Eu aprendi muito na semana passada sobre
como Pierce fode. Nunca é a mesma coisa, depende do humor
que ele chega em casa.

— Obrigada — suspiro enquanto seus dedos,


finalmente, entram em mim.

— Preciso desta boceta, menina — ele diz enquanto beija


o meu pescoço.

Ele pode tê-la.

Ele pode ter o que quiser enquanto continuar me


tocando e beijando. Sou sua para fazer o que lhe agrada.

— Tome-a então — eu gemo.

Pierce move os dedos, usando-os para empurrar meus


shorts antes de me preencher por trás. Coloca sua mão nas
minhas costas me abaixa e eu uso minhas próprias mãos
para me apoiar na mesa de café. Choro quando ele desliza
para fora de mim e em seguida, mete de volta para dentro.
Perfeito para caralho.

— Eu vou segurá-la, amor, apenas relaxe — ele ordena.


Faço exatamente isso, esperando ele me foder, forte e rápido
por trás. Talvez eu tenha entendido seu humor de forma
errada alguns momentos atrás.

Minha cabeça pende para baixo quando ele começa a me


foder lentamente.

Não. Eu o li muito bem. Ele só queria me torturar.

Minhas pernas tremem a cada mergulho de seu pênis


dentro de mim. É difícil manter-me de pé, mas é o que Pierce
quer, por isso é o que vou fazer por ele. Sinto uma de suas
mãos deixarem meu quadril antes de envolver seus dedos em
volta do meu mamilo, beliscando e puxando o broto sensível.
Jogo a cabeça para trás com um gemido surpreso.

— Pierce — grito.

— Porra, sim. Tão molhada para mim — ele murmura


enquanto seu quadril começa a bater um pouco mais forte na
parte de trás das minhas pernas. Seu pau está queimando,
metendo tão fundo neste ângulo, me alongamento e enchendo
com cada impulso.

— Eu preciso gozar Pierce, por favor — Choramingo


vergonhosamente.

Com as minhas palavras, ele desliza a mão do meu peito


até o meu clitóris, onde começa apertar e esfregar em círculos
firmes. É demais e sublime, tudo de uma vez. Meu corpo
parece que está pendurado, tenso, pronto para explodir.

— Goza menina. Goza em mim — ele resmunga.

Não é preciso muito mais persuasão. Pierce morde o


meu ombro e grito seu nome enquanto meu corpo inteiro
começa a tremer com o clímax.

— Porra. Sim — ele grunhe quando eu sinto seu pênis


aumentar e em seguida, se contorcer dentro de mim,
enchendo-me com a sua liberação.

Suspiro ao me sentir completa.

Meu coração está cheio e assim está minha boceta.

Este homem me enche de todas as formas que possa


imaginar e de todas as maneiras que poderia sonhar.

— Você precisa descansar — ele murmura, puxando


para fora de mim antes de me pegar e me levar para a nossa
cama.

Nossa.

Eu não posso acreditar que ele vai morar comigo cem


por cento do tempo. Sinto-me tonta, animada e feliz, muito
feliz.

— Eu deveria me limpar — murmuro enquanto meus


olhos começam a fechar.

Estou cansada e satisfeita. Foi um longo sábado. Pierce


ri de algum lugar no quarto, um momento depois sinto algo
quente entre minhas coxas. Abro os olhos para assisti-lo
limpar o meu corpo da evidência restante do nosso amor.
— Pierce? — questiono.

Esta é a primeira vez que ele faz isso e eu não posso


acreditar quão cuidadoso está sendo.

— Durma — ele sussurra antes que seus lábios toquem


meu ventre. Está um pouco mais redondo agora, parecendo
que eu comi um cheeseburger grande e estou inchada, mas
ele e eu sabemos que há um bebê ali dentro.

Na manhã seguinte acordei e imediatamente senti que


estava sozinha. A casa está um pouco mais fria
completamente silenciosa e triste sem Pierce aqui. Olho para
minha mesa de cabeceira para alcançar e agarrar o meu
telefone para verificar a hora. Encontro um envelope ali, em
vez disso. Meu nome está escrito no lado de fora, uma escrita
masculina, viril. Eu abro e encontro um monte de dinheiro e
um bilhete.

Kentlee,

Vou ficar fora uma semana por isso aqui está algum
dinheiro.

Compre qualquer coisa que você precise. Merdas de casa,


alimentos, qualquer coisa.

Eu não vou estar muito presente, mas vou te mandar


mensagens todas as noites.

Cuide do meu bebê e cuide de você.

- Pierce

Corro os dedos sobre o bilhete e não posso impedir o


sorriso que se espalha em todo meu rosto.
Então, tiro o dinheiro do envelope e conto. Três mil
dólares. Conto de novo, só para ter certeza e então olho para
ele com surpresa.

Pierce já pagou o depósito e o aluguel do primeiro mês


da casa. Também pagou todas as taxas. Não há nenhuma
maneira que eu consiga gastar tanto em alimentos para mim.

Decido que eu posso comprar algumas roupas de


grávida, o que preciso desesperadamente, e quero procurar
alguns quadros para decorar as paredes.

Sorrio para mim mesma.

Pego metade do dinheiro e coloco na mesa de cabeceira.


De jeito nenhum preciso de todo o dinheiro em roupas ou
quadros para a casa.

Passei o dia nas compras. Comprei roupas de grávida


para o trabalho e para ficar em casa. Todas as minhas roupas
já estão pequenas, nada está confortável e ligas de borracha
que fecham os meus jeans não funcionarão por tanto tempo.

Depois de comprar algumas roupas, decido olhar a loja


de decoração. Apesar de querer comprar tudo, decido ficar
com o que preciso. Todo o passeio só consome setecentos dos
mil e quinhentos dólares que levei comigo.

Vou ao supermercado e gasto mais duzentos dólares e


em seguida coloco o restante do dinheiro de volta no envelope
para juntar à outra metade desta manhã.
Mais tarde naquela noite, meu telefone toca. Fiquei
surpresa ao ver que Pierce está me ligando, em vez de
mandar mensagens.

— Olá — respondo, animada.

— Amor, como foi seu dia? — Ele pergunta.

Sua voz é baixa, mas o ruído de fundo está alto, como


uma festa.

— Fui fazer compras, comprei algumas roupas de


grávida. Mas Pierce, você me deixou muito dinheiro —
repreendo. Ele ri.

— Amor, gaste tudo. Eu tenho muito. Estou com


saudades — ele murmura.

Ouço uma risadinha feminina alta no fundo.

— Pierce, onde você está? — pergunto. Ele não diz nada.

— Só fizemos uma parada em outro clube para passar a


noite e amanhã de manhã continuamos a viagem. Tomando
algumas cervejas antes de eu me despedir, menina — ele
resmunga.

Tenho borboletas no estômago e não em um bom


sentido. Posso ouvir vozes, masculinas e femininas, no fundo,
juntamente com música alta. Ele está em uma festa. Preciso
confiar nele, é difícil, mas tenho que me forçar a isso.

— Ok, Pierce — sussurro, tentando manter minhas


lágrimas sob controle.

— Lembra-se do que eu te prometi Kentlee? — ele


pergunta.
Não digo nada. Eu não consigo. Ele me prometeu muito
e, achava que estava cumprindo. Agora, não tenho tanta
certeza.

— A única boceta que quero é a sua, menina. De mais


ninguém — ele promete. Concordo com a cabeça como se ele
pudesse me ver.

— Só você, Kentlee — diz ele novamente.

— Só eu — finalmente sussurro.

— Aí está a minha menina — diz ele. Posso dizer que


está sorrindo.

— Ok, eu estou bem — prometo e o escuto rir.

— Durma um pouco, amor, te ligo amanhã-promete.

Eu desligo, sentindo que sua promessa é verdadeira,


mas tem um sentimento alojado na boca do meu estomago
dizendo que algo não está certo.

Fury
A festa de ontem à noite foi insana. Boceta em toda
parte, peladas e a disposição. Meus irmãos sabem se divertir,
não importa o clube que visitamos e estes canadenses não
são diferentes. Eu me mantive fiel a Kentlee. Prometi que não
iria foder qualquer prostituta e não o fiz.
Isso não significa que eu mantive meus olhos fechados.
Eu sorrio, pensando em todas as pequenas amostras que
essas putas nos deram na noite passada. Épico do caralho.
Duas meninas juntas será sempre uma das minhas visões
favoritas e essas cadelas não decepcionaram.

Agora, estou concentrado no trabalho.

Esta transferência que temos que fazer para os Aryans


tem que dar certo ou nós estaremos ferrados, não é apenas
pelo dinheiro, mas também pelo cliente. Eu, pessoalmente,
não dou a mínima para esses bastardos racistas, mas neste
momento, não seria uma separação amigável. Ultima coisa
que precisamos são mais inimigos. Nós já temos nossas mãos
cheias com os Bastards.

Caminhamos ao longo da fronteira EUA / Canadá e


esperamos o caminhão cheio de armas e munição. É proteção
o que este caminhão quer, ele vai ter. Há vinte e cinco de nós
esperando para levar esse caminhão filho da puta até
Calgary. Cinco dos meus irmãos e eu e depois, mais vinte dos
nossos irmãos do clube canadense.

Eu assumo a direção do caminhão.

Deixando o motorista pago por fora, levo o caminhão em


minhas próprias mãos.

As estradas são claras e parece que estamos chegando


aonde o carregamento precisa estar, sem atrasos e ilesos.

Tudo parece muito fácil.


Eu vejo como meus irmãos começam a desaparecer
atrás de mim, todas as motos uma a uma. De repente, eu
estou cercado por policiais.

Diminuo a velocidade do caminhão até chegar a uma


parada.

Porra.

Merda.

Eu vejo como eles saem das viaturas e veem na minha


direção. Olho em volta e percebo que estou sozinho.

As armas são marcadas e estou sozinho.

Apenas um caminhão cheio de armas ilegais e munição


tentando atravessar a fronteira dos EUA para o Canadá e eu
dirigindo ele.

Entorpecido, escuto os policiais berrando ordens, mas


meus pensamentos não estão neles.

Meu coração começa a acelerar e imagens passam como


flashes pela minha mente.

Não consigo parar de pensar em Kentlee e no nosso


bebê.

Estou tão fodido, porra.

Estreito meus olhos quando levanto minhas mãos


obedecendo ao comando do oficial.

Como eles sabiam que estava transportando armas


ilegais? A menos que eles fossem avisados de alguma forma,
um caminhão simples não deveria ter chamado a atenção.
Sento-me na parte de trás da viatura, minha mente vai de
Kentlee ao que está acontecendo comigo. Finalmente saio do
meu choque, a única conclusão a que posso chegar é que
alguém de dentro do clube nos delatou.

O problema é que eu não sei quem. Meu clube ou o


clube canadense?

Alguém está jogando sujo e eu pretendo desmascarar o


maldito rato.

Esta não é a primeira vez em meus trinta e cinco anos


que fui preso, mas esta é a primeira vez que realmente me
importo.

Esta é a primeira vez que tenho alguém esperando por


mim.

Esta é também a primeira vez que estou em uma merda


grande.

Fecho meus olhos e me amaldiçoo enquanto os policiais


leem os meus direitos. Não importa mesmo. Estou fodido não
importa o que eu faça. Eu não disse uma palavra enquanto
era transportado para a cadeia. Meu próximo passo não será
pagar a fiança. Já sei disso.

Meu próximo passo é a porra da prisão do caralho.

Horas mais tarde, disseram-me para fazer uma ligação e


tanto quanto quero ligar para a Kentlee, eu não posso.
Preciso do meu advogado. Não apenas o nosso advogado
decente em Idaho, mas eu preciso dos advogados federais do
meu pai.
Isso aqui não é só um susto.

Os policiais locais já me informaram que os federais


estão a caminho para me arrastar para seu próprio território.

Federais do caralho.

Estou muito fodido.

Meu advogado me diz para sentar confortavelmente, não


dizer nenhuma merda e esperar. Ele concorda que não vai ser
estipulada nenhuma fiança e diz que vai começar a cuidar do
meu caso imediatamente. Felizmente, meu pai deu dinheiro
suficiente para o cara ao longo dos anos para que ele me
considere um caso urgente.

Não posso pensar em nada, só na minha mulher que


está esperando por mim em casa.

Kentlee e meu filho.

Eu tento não pensar sobre o fato de não tê-la oficializado


como minha mulher. Kentlee não vai ter o apoio do clube com
o nosso bebê e eu apenas a coloquei em um lugar que ela não
pode pagar por conta própria.

Sou um merda.

Deveria torná-la minha mulher imediatamente, mas não


posso.

Se fizer isso, ela se torna um alvo preferencial para os


Bastards.

Sem mim lá para protegê-la, teria que me apoiar em


meus irmãos. Poderia fazer isso, mas eles vão protegê-la tão
bem quanto eu quero? Não mesmo.
Eu tenho que apostar no fato de que ela é uma adulta e
pode cuidar de si mesma. Sim. Felizmente, ela vai entender.
Não quero que seja um alvo. Tenho que protegê-la da única
maneira que eu sei e isso inclui não a reclamar.

A única esperança que tenho é que Bates sabe que ela é


minha.

Ele vai cuidar dela.


Kentlee
Eu quero acreditar em Pierce e confiar nele, mas ele
dificulta tanto, o tempo todo. Só ouvi falar dele naquela noite
em que foi embora. Tenho tentado preencher o meu tempo
com tantas horas de trabalho quanto o Sr. Walker me
permiti.

Agora é sexta-feira e estou sentada no escritório do meu


médico, levantando minha camisa, enquanto ele esfrega um
gel frio na minha barriga. A pequena varinha que usa
pressiona minha barriga e em seguida, o quarto silencioso é
preenchido com os sons da batida do coração do meu bebê. É
lindo e divino, tudo ao mesmo tempo.

Estou tão irritada que Pierce não está aqui para


testemunhar isso.

Uma vez acabada a consulta, depois de responder todas


as perguntas do médico, vou para casa.
Estou cansada e me sinto nervosa.

Tenho ligado para Pierce desde a noite passada,


preocupada por não ouvir falar dele e preocupada que não
conseguisse vir hoje, mas não me atendeu. Eu tinha o direito
de me preocupar. Ele não apareceu e ainda não me ligou.

Eu me troco e visto um top e uma legging que aperta um


pouco em volta da minha barriga. Estou sozinha em casa,
ninguém vai me ver. Só preciso respirar. Horas vão passando
e nada, sem mensagens de texto e nem chamada.

Gostaria de saber se a pressão desta nova vida o


assustou.

Será que ele fugiu?

Não acho que iria abandonar o seu clube, os homens


são como irmãos para ele. E é o líder, o presidente.

Uma batida na minha porta por volta das onze da noite


me assusta. Caminho até o olho mágico e vejo ninguém
menos que Bates Lukin de pé do outro lado. Eu não hesito.
Abro a porta e ele entra de uma vez.

Assim que fecho a porta atrás dele, olho para seu rosto e
sinto um nó na garganta. Ele parece preocupado e
estressado. Não o vejo assim desse jeito desde o dia em que
partiu para o campo de treinamento anos atrás.

— Bates? — Questiono. Ele suspira.

— Sente-se, querida — ele murmura enquanto se senta


no canto do meu sofá, com o braço nas costas e as pernas
abertas.
Eu faço o que ele instruiu, meu corpo se movimenta
automaticamente. Algo está muito errado, posso sentir isso.

— É o Fury — diz ele. Eu balanço minha cabeça.

— Não, ele está ferido? Pior? — As palavras saem dos


meus lábios trêmulos. Bates apenas balança a cabeça.

— Preso. Não parece ser nada bom, garota — ele me


informa com um olhar vazio.

Não consigo conter as lágrimas.

— Onde ele está? Quando será solto? O que aconteceu?


— tagarelo.

Bates se aproxima de mim, envolvendo o braço em volta


dos meus ombros.

— Tráfico de armas além da fronteira com o Canadá


significa crime federal, querida. Ele está sendo mantido em
Boise, sem fiança. Temos um bom advogado, por isso espero
que não vá ficar lá muito tempo — murmura.

Olho em seus olhos. Eles estão cheios de simpatia e


piedade e eu odeio isso.

— Quando eu posso vê-lo?

— Ele não a colocou na lista de visitantes — ele


resmunga. Meu coração se despedaça.

— Sério? — Pergunto enquanto minhas lágrimas


continuam a cair dos meus olhos.
— Estou indo amanhã para vê-lo. Vou tentar convencê-
lo a colocá-la na lista e vou ter mais detalhes sobre a coisa
toda — explica.

Porra, como isso dói.

Ele olha para mim com os olhos repletos de pena.

— O que eu vou fazer, Bates? Acabei de me mudar para


cá e eu não tenho como pagar o aluguel, muito menos com
um bebê. Estou tão fodida — sussurro. Bates me olha
abalado.

— Bebê? — pergunta. Eu concordo.

Deus, ele não sabe. Pierce nunca lhe disse.

— Não se preocupe com nada disso agora, querida. Vou


ajudá-la a descobrir uma maneira de resolvermos isso — ele
diz.

Quero acreditar nele, eu realmente quero, mas só vejo


desgraça em meu futuro. Miséria e desgraça. Eu não tenho
apoio familiar além de Connellee e Pierce se foi.

— Você vai me dar notícias quando souber de mais


alguma coisa? — pergunto entre meus soluços.

Ele apenas cantarola enquanto me abraça de forma


amigável. É meu amigo e é exatamente o que preciso agora.
Eventualmente, sinto meus olhos exaustos começarem a
fechar. Então meu corpo é levantado e carregado para a
minha cama.
— Vai dormir. Vou entrar em contato com você quando
souber de mais informações — ele murmura, colocando um
beijo na minha testa antes de me deixar sozinha.

Porra eu estou tão sozinha.

Eu não consigo evitar, choro um pouco mais.

Bates Lukin - Sniper


Aquele idiota.

Subo na minha moto, deixando Kentlee sozinha e em


pedaços e volto para o clube para uma reunião de
emergência.

Drifter será o presidente interino, já que o Fury está


preso. Ele é um bom rapaz, mas é cabeça quente.

Sou o último a chegar na sala de reuniões.


Normalmente, eu daria importância para essa merda, mas
hoje não me importo. Não depois de ver a Kentlee desmoronar
em meus braços.

— Que bom que veio se juntar a nós — diz Torch.

Eu lhe mostro o dedo, antes de sentar na minha


cadeira.

— Ok, Fury foi preso — Drifter anuncia, como se todos


já não soubessem.
Os poucos homens que estavam com ele fugiram logo
que viram os policiais, deveria estar feliz por apenas um de
nós ter sido pego, mas não estou. Irmandade significa cuidar
de seu irmão e não o abandonar assim que surgir algum
problema. E porra, nunca deixar seu presidente se foder.

— O que o advogado disse? — pergunta Buck. Ele é o


mais velho, cabeça dura, barrigudo, mas um cara decente.

— Tentando conseguir um acordo, três a cinco anos e


depois um ano de liberdade condicional — Drifter informa.

Fico me remoendo por dentro. Porra, três malditos anos


e a mulher dele grávida, assustada e sozinha.

— Temos outro problema — digo.

Todo mundo olha para mim.

— O clube? — Dirty Johnny pergunta, referindo-se ao


clube de strip que eu sou responsável pela gestão.

Deveria inaugurar só daqui a três meses e trará uma


boa renda para nós. Precisamos disso aberto o quanto antes.

— Não, — digo. Este problema não tem nada a ver com o


clube, mas sim com Kentlee.

— Fury engravidou a garota dele — Digo, tentando me


manter imparcial.

— Como diabos vamos saber se é dele? — Bull grita e


gargalha.

— É dele — Torch diz calmamente no final da mesa.


Todos olham para ele.
— O que, você estava lá quando aconteceu ou algo
assim? — Dirty Johnny cacareja. Eu reviro meus olhos.

— Kentlee Johnson não é uma puta. O bebê é dele, ele


foi morar com ela no fim de semana passado. Ele prometeu
cuidar dela e do bebê — informo-os, sabendo que Fury
odiaria isso. Todos da sala olham para mim chocados.

— Ele nunca a reivindicou e eu nunca vi essa vadia —


aponta Drifter.

Eu xingo Fury na minha cabeça.

Fury e a sua necessidade de manter Kentlee longe do


clube.

— Ele estava totalmente apaixonado por ela e gostaria


que o seu bebê fosse cuidado — diz Torch. Ele pensa do
mesmo jeito que eu, mas aparentemente somos os únicos.

— Nós votamos. Aqueles, a favor de ajudar


financeiramente, a mulher que alega ter engravidado do
Fury? — Drifter pergunta.

Torch, Dirty Johnny e eu levantamos nossas mãos.

— Contras? — Pergunta Drift. E o resto da sala levanta


suas mãos.

Vinte contra três.

Porra.

— O que posso te dizer? Você quer empregá-la no clube


depois que ela tiver o bebê? Sinta-se à vontade. Isso é tudo o
que podemos oferecer a ela sem que o Fury a tenha
reivindicado — diz Drifter. Eu vejo os outros caras
concordarem.

Kentlee Johnson trabalhando em um clube de strip?

O pensamento é quase cômico. Fury vai ficar louco.


Mesmo se eu a colocar como garçonete e não no palco, ele vai
surtar.

Decidi não contar a ele. Que os olhos não veem, o


coração não sente.

Mas sei que estou mentindo para mim mesmo. Ele vai
ficar puto da vida.

Preparo-me para viajem de oito horas até Boise. Tenho


que obter instruções de Fury sobre como lidar com os
Bastards neste momento, dizer-lhe sobre a mãe do seu bebê e
implorar para colocá-la na sua lista de merda.

Ele deveria ter reivindicado e cuidado dela e não a


esconder como se fosse um bem valioso que não queria que
seus irmãos soubessem.

Kentlee é uma boa menina, doce, mas é forte também,


porra. Ela merece tudo de bom na vida e não ser a porra de
um segredo sujo de alguém.

Fury
Dia de visita.

Grande bosta

Visto-me com calça e camiseta marrom, com uma


camisa de manga comprida por cima e abotoada. Em meus
pés, um sapato branco de idoso.

Eu odeio essas merdas que eles nos fazem usar, os


regulamentos e todas as malditas regras.

Tudo é cronometrado.

Café da manhã em um determinado horário, almoço,


trabalhar, malhar e até mesmo o tempo de lazer é
programado nessa porra. Enfileiro junto com o resto dos
homens com quem compartilho a cela. Vagabundos, babacas,
malucos, membros de gangues de todos os tipos e outros
irmãos como eu, alguns inimigos e alguns aliados.

Entro na grande sala vazia e ando em direção à mesa


designada para mim, aguardando meu visitante: Sniper. Ele
vem na minha direção de jeans, camiseta preta e botas. Sem
navalha e sem correntes penduradas nos bolsos. Revistado.

— Irmão — diz ele, abaixando a cabeça quando eu fico


de pé para cumprimentá-lo com um aperto de mão.

— Como vão as coisas? — pergunto.

Estou perguntando sobre tudo, os Bastards, os Aryans,


Cartel, Canadense e claro, Kentlee.

— Preciso saber as novidades sobre os caras sem pais —


diz ele, falando em código. Ele quer ordens sobre como lidar
com os Bastards.
— Devem sumir — instruo.

Quero-os fora expulsos de nossa cidade.

— Vai ser feito, irmão — diz ele com um aceno.

— Como ela está? — Pergunto, precisando muito saber.

Eu preciso saber se ela está bem e segura.

— Não está bem. Quer vê-lo — diz ele.

O ar deixa meus pulmões. Porra, não. De jeito nenhum


eu deixaria essa criatura pura colocar um pé em uma
penitenciária federal.

—Não posso deixar que ela me veja assim — digo,


olhando para seus olhos de preocupação.

— Vocês têm um bebê a caminho, cara — ele afirma.


Porra, como se pudesse esquecer que deixei a minha mulher
sozinha e grávida.

— Fica de olho nela, consiga ajuda dos irmãos — digo.


Ele balança a cabeça.

— Você não a reivindicou. Eles votaram, não vão fazer


merda nenhuma por ela — ele me informa.

Isso faz o meu estômago revirar.

Eu não a reivindiquei por uma razão. Não queria que ela


fosse arrastada para essa merda, que visse todos os podres
que surgem no nosso caminho.

Queria mantê-la limpa, pura e perfeita. Deveria


reivindicá-la agora, mas isso não importa. Já foi votado e não
vão voltar atrás.
— Merda. Você vai cuidar deles? — pergunto, sabendo
que Sniper tem um ponto fraco pela minha garota. Vou
aproveitar que ele gosta da irmã para manter a minha mulher
segura.

— Vou fazer o que puder — diz ele. Com isso, nosso


tempo acabou.

Tenho uma reunião com meu advogado sobre o acordo


judicial.

Vejo meu irmão sair e entrar o meu advogado. Ele não


pertence a esse lugar com seu terno de mil dólares, mas está
aqui e espero que tenha uma boa notícia para mim.

— Três anos, um ano de liberdade condicional — diz


indo direto ao assunto.

— Saída antecipada por bom comportamento? —


pergunto esperançoso.

— Não. Três anos, sentença completa e um ano de


liberdade condicional. É o seu primeiro grande delito, eles
estão dispostos a facilitar para você — ele explica. Minhas
costas enrijecem.

— Três anos, sentença completa? — pergunto,


enrolando meu lábio em desgosto.

— Eu o aconselho a aceitar a proposta. Você nunca sabe


que tipo de juiz poderá estar no tribunal. Tem uns
carrancudos que poderiam sentenciá-lo a cumprir o dobro
disso, Pierce — informa.
Suspiro pesadamente antes de tomar o papel dele e
relutantemente assinar essa merda.

— Pronto — resmungo, pensando no fato de que não


estarei livre pelos próximos longos três anos de merda.

— É horrível, cara. Gostaria de poder tirá-lo dessa, mas


você foi pego em flagrante — ele murmura.

Tenho que concordar com ele. Fui pego levando a porra


das armas para a fronteira, ou pelo menos era o que estava
tentando fazer.

Assim que estou de volta na porra da minha pequena


cela, deito na cama e fecho os olhos. Penso sobre Kentlee,
como seu corpo já estava mudando e como eu não vou ver
sua barriga crescer.

Não vou vê-la gorda com meu filho e não vou estar
presente quando ele vier ao mundo. Não vou ouvir as suas
primeiras palavras ou ver os seus primeiros passos. Toda
essa merda que eu estava realmente ansioso para ver.

Então penso sobre o dinheiro. Fiz ela se mudar para um


lugar que não podia pagar, ainda mais com as despesas de
um bebê. Espero que seus pais possam ajudá-la. Talvez se
ela explicar o merda que sou eles a aceitem de volta.

Sou um covarde e um pedaço de merda por não ter


certeza que estava tudo garantido. Fui um idiota arrogante e
agora? Agora, a minha mulher está sozinha, sem família e sem
o clube para ajudá-la.
Sou muito covarde para entrar em contato com ela, para
deixá-la me ver aqui, fraco e trancafiado.

Espero que ela vá me perdoar quando sair daqui.

Espero que me dê uma segunda chance.

Eu amo pra caralho aquela garota e nunca disse isso


para ela.
Kentlee
— Ele não quer que você o veja assim.

As palavras de Bates ficam se repetindo na minha


cabeça. Já se passaram quatro longos meses e não ouvi uma
palavra do Pierce, nenhuma carta ou telefonema. Esperei ao
lado do telefone e verifiquei a correspondência religiosamente,
na esperança de alguma forma de contato dele.

Não recebi nada.

Tenho chorado e lamentado diariamente pela ausência


dele na minha vida.

Bates tem sido inestimável para mim. Ele aparece


semanalmente, pontual como um relógio, para me ajudar
com o que eu precisar.

Na semana passada, ele montou o berço do bebê, um


presente do meu irmão. Um presente que eu precisava.
Agradeci-lhe do fundo do meu coração, com lágrimas
escorrendo pelo meu rosto.

— Estou orgulhoso de ser tio, Kent. Vou fazer o que


puder. Gostaria de poder fazer mais. Se eu não estivesse tão
ocupado na escola, iria aí ajudá-la — ele diz, suas palavras
quase tão baixas como um sussurro. É tarde e certamente, seu
companheiro de quarto está dormindo.

— Você já fez mais do que eu esperava ou poderia


sonhar, Conn. Muito obrigada. Quando tiver um tempinho, você
pode vir conhecê-lo? — Pergunto. Ele concorda.

Ele.

Meu bebê é ele.

Descobri no mês passado que Pierce e eu teremos um


menino e tenho certeza que ele vai ser bonito. Pierce é
estonteante, então sei que nosso bebê também será
abençoado com boa aparência.

Apenas quatro meses se passaram da sua sentença de


três anos e a sensação que tenho é que já se passou uma
vida inteira. Só o tive por poucas semanas, mas sinto a sua
falta.

A batida na porta me alerta para o fato de que é hora da


visita semanal de Bates.

Eu vivo para estes momentos.

— Hey — digo com um sorriso falso no rosto.


— Ei, LeeLee. Porra, esse carinha está crescendo como
um louco — diz ele, colocando a mão áspera sobre minha
barriga inchada.

É verdade. Parece que meu estômago dobrou de


tamanho nas últimas semanas.

Meu sorriso suaviza se tornando verdadeiro ao seu


toque suave. Não desejo Bates, não mesmo, mas é bom estar
perto de alguém que é genuinamente amável comigo. Não tive
muito disso ultimamente.

Quando disse aos meus pais sobre o Pierce estar na


prisão, disseram um “eu te avisei” e terminaram a conversa.
Não sei bem o que eu estava esperando, mas não era isso.

Connellee é a única pessoa em toda a minha família com


quem tenho conversado nesses sete meses e ele está a
centenas de quilômetros de distância.

— Eu sei. Vou ter que expulsá-lo em breve, se não parar


de crescer — murmuro.

Bates joga a cabeça para trás ao rir.

— Como você está financeiramente? — Pergunta, assim


como faz toda vez que passa aqui.

Não estou indo muito mal, mas também não está uma
maravilha. Vendi meu carro fodão e comprei um pequeno
Sedan de quatro portas, usado, reduzindo pela metade o
gasto com o carro.

Pensei em me mudar para um lugar mais barato, mas


não quero viver no lado ruim da cidade. Sinto-me feliz e
segura nesse bairro. Além disso, há a parte doente de mim
que quer ficar aqui por causa das memórias de Pierce.
Tivemos apenas alguns dias juntos nessa casa, mas a
lembrança é o suficiente para me prender aqui.

— Estou bem agora, mas vou ter que conseguir outro


trabalho depois que ele chegar, algo que pague melhor —
respondo.

Eu odeio admitir isso.

Estar quebrada não é nada fácil, especialmente quando


você tem um bebê a caminho e todas as despesas que vêm
com ele.

— Estou na gestão do clube de strip, LeeLee. Eu não


queria nem mesmo sugerir isso, vou te ajudar tanto quanto
puder, mas você consideraria trabalhar lá depois que o bebê
nascer? Você ganharia dinheiro pra caralho — ele sugere.

Começo a gargalhar. É hilário, realmente.

— Bates, vou estar gorda e repugnante. Talvez nunca


perca o peso que ganhei com a gravidez e você quer me
despir? — Pergunto.

— Não, porra. Fury me mataria se eu deixasse a mulher


dele fazer strip — diz ele.

Eu olho para os meus pés, tentando esconder as


lágrimas.

Mulher do Pierce.

Eu gostaria de ser, mas não sou.


Ficou muito claro para mim que não sou do Pierce, de
qualquer forma. Não só por ele, mas pelo clube. Bates
explicou que, geralmente, quando um membro fica preso, o
clube ajuda sua mulher com as contas, toma conta da
criança, mantimentos e tudo o que ela precisar, o clube está
lá para ela.

Isso me deu esperança, talvez a minha situação não


fosse tão terrível como pensei que seria. Então Bates me
chamou para a realidade. Eu não fui reivindicada por Pierce.
Ele não tinha contado a ninguém sobre mim, ou sobre o
bebê. Eles não estavam convencidos de que estava realmente
grávida dele e todos votaram contra me ajudar.

Gostaria de estar com raiva de todos eles, mas não


estou. Entendo completamente porque fizeram o que fizeram.
A pessoa com quem estou decepcionada é Pierce. Eu nem
estou mais com raiva, apenas triste e decepcionada.

— Então qual é o plano? — Pergunto, tirando os


pensamentos negativos da minha cabeça.

— Garçonete. Você pode trabalhar à noite, estar em casa


com o bebê durante o dia. As gorjetas vão ser muito mais do
que o que você ganha no escritório do Tommy Walker —
explica.

— Quem cuidaria do bebê? Em quem eu poderia


confiar?

— Drifter, o VP, a mulher dele faria isso. Ela cuida de


muitas crianças e está disposta a ajudar — ele oferece. Eu
balanço minha cabeça.
— Não, não posso pedir ajuda para o clube. De jeito
nenhum — digo. Bates apenas sorri tristemente.

— E quanto a Mary-Anne? Ela adora crianças. Talvez ela


pudesse alugar o quarto do bebê e você pode mudar o berço
para o seu quarto.

Mary-Anne é irmã de Bates. Ela tem cerca de vinte agora


e provavelmente seria uma boa babá. Ela sempre foi uma
menina tão doce e a menos que algo tenha mudado, ela
provavelmente ainda é.

— Posso confiar nela, Bates? Posso realmente confiar


nela? É de um bebê que estamos falando, não é como cuidar
de um animal de estimação — digo, parecendo mais escrota
do que queria soar, mas este é o meu bebê.

— Juro pela minha vida, LeeLee, você pode confiar nela.


Ela quer sair da casa dos meus pais, mas não tem condição
de pagar um aluguel sozinha. Aposto que ela cuidaria do
bebê em troca do aluguel. Seria bom para ambas. Ela sairia
debaixo do autoritarismo do meu pai e você teria uma babá
gratuita.

Eu tremo só de pensar no pai do Bates. Esse homem me


dá arrepios, sempre me deu. Ele é um idiota rigoroso e
autoritário, pior do que o meu próprio pai. Além disso, é
verbalmente abusivo e manipulador. Havia uma razão para o
Bates ter se alistado na marinha assim que fez dezoito.

— Ele é mau com ela também? — Pergunto-lhe. Ele sabe


o que quero dizer, não preciso explicar.
— Não tanto quanto era comigo, mas ela quer muito sair
de lá — confessa. Eu concordo.

— Ok, ela pode se mudar para cá. E em troca do


aluguel, ela pode olhar o bebê enquanto eu trabalho.
Obrigada Bates. Eu realmente agradeço tudo o que você está
fazendo por nós — murmuro.

Não posso acreditar que vou trabalhar em um clube de


strip com um bebê em casa. Tremo só de pensar. Mas os
necessitados não podem escolher e realmente estou
necessitada neste momento.

— Você estará segura. Vou me certificar de sempre estar


lá durante seus turnos. Você vai ganhar muito dinheiro, além
disso, vai te colocar dentro do clube. Pelo menos eu posso te
proteger melhor se você estiver vivendo com a minha irmã e
estiver trabalhando lá — explica.

— Preciso de proteção? — pergunto de repente


preocupada com sua escolha de palavras.

— Tem acontecido muita merda com o clube. Você está


bem distante dessas coisas. Mas prefiro prevenir a remediar,
você entende? — ele tenta explicar.

Não diminuiu o meu pânico.

De repente, eu quero sua irmã aqui, agora mesmo.

— Bem, talvez você possa me ajudar a mover o berço e


as coisas para o meu quarto assim a Mary-Anne poderá se
mudar quando quiser — sugiro.

Ele apenas sorri antes de dar um beijo na minha testa.


— Você vai ficar bem, LeeLee. Eu nunca deixaria
acontecer algo com você — diz com um sorriso.

Balanço a cabeça, sabendo que está dizendo a verdade.

Bates nunca propositadamente deixaria algo acontecer


comigo. Ele sempre foi um grande amigo praticamente da
família. Ele tem sido meu maior protetor e aliado durante os
últimos quatro meses.

Sem ele eu estaria perdida.

Queria que Brentlee pudesse ver o quanto Bates é


maravilhoso. Que pudesse ver além da fumaça e do glitter
que Scotty oferece e aceitasse o Bates do jeito que ele é. Ele é
um homem muito bom.

Quatro dias depois, Mary-Anne se muda. Ela é tão doce


quanto me lembrava, com seus longos cabelos escuro e olhos
verdes. Seu corpo é esguio, mas cheio de curvas onde
importa. Ela me abraça como se sentisse minha falta pelos
últimos anos e eu a abraço de volta.

— Muito obrigada, LeeLee — sussurra em meu ouvido.


Dou um passo para trás para ver lágrimas brilhando em seus
olhos.

— Obrigada, também, Mary-Anne. Somos uma equipe


agora — digo, sorrindo-lhe. Ela pega a minha mão e sorri de
volta.
— Nós somos. A melhor equipe — murmura.

Não consigo evitar me sentir feliz neste momento.

Mary-Anne está na faculdade comunitária, estudando


design gráfico. Ela quer abrir um negócio on-line de
confecção de convites de casamento e cartões.

Uma noite enquanto jantávamos bolo de chocolate ela


explicou seu sonho para mim. Parece perfeito. Ser
empresária, seu próprio chefe.

— E o melhor de tudo é que, se decidir que não quero


mais viver aqui, eu posso ir embora não perderei um cliente
sequer — diz ela.

— Isso é tão impressionante, Mary-Anne. Quero dizer,


muitas pessoas não são capazes de fazer esse tipo de coisa.
Estou tão feliz que você encontrou o que queria na vida tão
cedo — suspiro.

— O que você quer fazer? — Ela pergunta timidamente.


Eu sorrio.

— Nunca tive um plano. Quando éramos pequenas e


tínhamos que escolher uma profissão, minha mãe não nos
incentivava a nada. Ela disse a Brentlee e eu que a melhor
coisa que podíamos fazer por nós mesma era casar com um
homem que pudesse nos sustentar e cuidar de nós. Fomos
criadas para sermos esposas, mãe, a estrutura da família.
Não me permitiam sonhar — confesso. Mary-Anne pega a
minha mão na dela.
— Você pode sonhar agora, LeeLee — ela tenta me
encorajar e eu zombo.

— Os sonhos são para pessoas que têm a capacidade de


realmente fazê-los se tornarem reais. Eu tenho um bebê
chegando a apenas um mês. Tenho aluguel para pagar e um
novo emprego de garçonete, logo que a minha licença
maternidade acabar. Tenho um homem que não me
reivindica que está na prisão e se recusa a me ver ou falar
comigo. Um homem por quem estou tão apaixonada que me
sinto mal, um homem que não se sente da mesma maneira.
Não, Mary-Anne, eu não posso sonhar agora — desabafo e
Mary-Anne não esconde sua simpatia por mim.

— Não tem problema sonhar, LeeLee. Seu sonho não


tem que ser algo inalcançável. Pode ser ter um bebê saudável
e feliz. Pode ser resolver sua situação com o Fury. Que quiser
que seja — diz. Suspiro profundamente.

— Eu quero isso. Um bebê saudável, feliz e Fury. Quero


um casamento, felicidade e uma família — sussurro
enxugando as lágrimas que começam a cair.

— Você vai ter tudo isso, querida — diz ela, envolvendo


os braços em volta dos meus ombros para um grande abraço.
— Você vai conseguir, sei que vai — ela sussurra antes de me
soltar.

Ela segue para o seu quarto e me deito, pensando em


Pierce. Fury. Penso sobre o quão segura me sentia em seus
braços, como tudo parecia estar dando certo. Estar com ele,
tê-lo me abraçando, dentro de mim. Era tudo tão perfeito.
Deveria desistir dele completamente e seguir em frente
com minha vida. Ele nem mesmo me liga. Mas algo dentro de
mim ainda o quer, ainda precisa dele. Ele é dono de um
pedaço do meu coração e tenho medo que eu nunca vá
recuperá-lo.

O que tivemos nesse curto intervalo de tempo, isso era o


meu sonho.

Rezo para que volte e quando o fizer, que ainda me


queira. Mas ao invés de me esconder, espero que ele vá ter
orgulho de me ter em seus braços.

Eu quero tudo isso.

Uma família com esse homem duro, áspero e desordeiro.

Fury
Deito na minha cama com os braços atrás da cabeça.

Têm sido longos cinco meses de merda.

Eu fecho os olhos e me pergunto onde Kentlee está


agora. Será que ela já teve o bebê? Deve estar chegando perto.
Sei que é um menino. Sniper me disse. Sei também que Mary-
Anne, sua irmã, foi morar com ela. Essa notícia me fez dar
um suspiro de alívio.
Pelo menos ela não está completamente sozinha agora.
Fiquei sem chão quando ele me disse que os pais dela não a
aceitaram de volta. Se eu pudesse ordenar para apagar
alguém e ficar impune, mandava matar aqueles dois.

Então, me lembro que eu a abandonei também.

Sniper tenta me convencer a ligar para ela toda vez que


ele vem, mas não posso fazer isso. Se eu ouvir a voz dela, vou
quebrar.

Não posso quebrar neste buraco do inferno, tenho que


ficar forte. Só os fortes sobrevivem. Vou acertar as coisas
depois que sair. É uma promessa que faço todas as noites
antes de fechar os olhos.

Eu vou fazer o certo por ela.

Eu vou ganhar o seu perdão.

Eu vou ganhar sua confiança.

Eu vou ganhar seu coração.

Sem ela, minha vida seria inútil.

Fecho meus olhos e me lembro de seu doce rosto, seu


longo cabelo loiro e olhos azuis brilhantes. Seu jeito como
olhava para mim com admiração e espanto cada vez que a
fazia gozar. A maneira como seu corpo cheio de curvas se
derretia por mim, com um único toque. Sabor dos seus lábios
e da sua boceta perfeita e rosa. Porra, aquela boceta era
espetacular cada vez que me enterrava nela. Ela me aceitou,
sem perguntas e apesar das merdas que aconteceram no
caminho.
Eu fui um idiota por tentar escondê-la.

Estarei condenado se deixá-la ir.


Kentlee
Bear Pierce Duhart Johnson nasceu em uma terça-feira,
às duas horas da manhã. Ele veio gritando para este mundo,
pronto para lutar com seus dois punhos, um tufo de cabelo
loiro e um forte par de pulmões. Tinha cinquenta e três
centímetros de comprimento e pesava quatro quilos.

Eu não poderia tê-lo naturalmente. Tentei sem


medicamentos e sem cirurgia, mas depois de vinte horas de
trabalho de parto, estava exausta e ele não estava
progredindo, então passei por uma cesariana de emergência.
Algumas horas mais tarde, o segurei junto a mim. Ele era
perfeito.

Três meses mais tarde, ainda é perfeito.

Ser mãe era natural para mim. Não tenho ideia do que
estou fazendo, mas todo dia nós sobrevivemos. Bates e Mary-
Anne são meus salvadores. Sem eles, não acho que teríamos
sobrevivido tanto tempo juntos.

Esta é a minha primeira noite trabalhando no clube de


strip, apropriadamente chamado Devils. Bates trouxe meu
uniforme, ou o que sobrou dele, esta manhã.

Ele me fazia estremecer.

— Isso é nojento— digo para mim mesma quando me


olho no espelho.

Estou usando um short super colado, que quase mostra


a minha bunda. Para minha sorte, é cintura alta e preto
espero que me faça parecer mais magra. Na parte de cima
uso um sutiã dourado brilhante que mal cobre os meus seios.
Fiz um rabo de cavalo no meu longo cabelo loiro e calcei meu
salto vermelho brilhante, outra parte do meu uniforme.

Torço meu nariz para o meu visual. Sinto-me vulgar.

— Que mamãe gostosa. Puta merda, seu corpo está


sensacional — Mary-Anne diz depois de assobiar para mim
da porta do meu quarto.

— Eu pareço uma piranha — murmuro. Ela ri.

— É um clube de strip, querida. Lá você vai ser a pessoa


vestida com mais classe — ela informa, me fazendo sorrir. Eu
realmente tenho classe, mas ainda me sinto estranha.

— Tem certeza de que você ficará bem a noite toda


sozinha? Meu turno é das sete até as três, mas tenho que
ajudar a limpar depois que ele fecha, — lembro Mary-Anne.
— Por favor. Esse bebê me ama. Nós vamos ficar bem,
ele e eu — diz ela.

Eu sei que ela vai. Sei que eles vão. Só não quero deixá-
lo. Pego minha bolsa na cama e um casaco para cobrir o meu
corpo nu. De jeito nenhum vou sair de casa com esta roupa.
Que os meus vizinhos iriam pensar?

Vou até o balanço, onde Bear está descansando. Paro o


balanço e levanto-o para afagá-lo perto de mim, inalando seu
doce perfume de bebê.

Dei-lhe um banho antes de me vestir, então está limpo e


pronto para dormir, o que acontecerá daqui a quinze
minutos. Ele está dentro de uma rotina. Sete da noite até as
sete da manhã, doze horas dormindo direto com apenas uma
acordada no meio para uma mudança de fraldas e
mamadeira.

Ele é um bebê tão bom, tão calmo e doce. Tem olhos


cinzentos que rivalizam com os de seu pai e me deixam fraca
cada vez que ele olha para mim. Adoro que os tenha herdado,
mas gostaria de ter Pierce comigo também. Eu sinto muita
falta dele, mais do que deveria.

— Quase um ano se foi. Falta mais dois, meu garoto —


murmuro antes de dar-lhe um beijo e prendê-lo de volta no
seu balanço.

Agradeço a Mary-Anne novamente e a aviso que vou


estar com meu telefone atrás do bar, mas se houver alguma
emergência é para ligar para o seu irmão. Então saio de casa
para o meu primeiro dia de trabalho... Como uma garçonete
em um clube de strip.

Algo que nunca pensei que iria fazer em minha vida.

O clube ainda não está aberto e Candy, seu verdadeiro


nome, me ensina como funciona a caixa registadora e me
mostra onde tudo está localizado. Ela é alta e magra, cabelo
loiro e olhos castanhos, tem uma aparência agradável e
tranquila. No primeiro momento já avisa para ficar longe das
strippers, elas são competitivas e as coisas podem ficar
desagradáveis se acharem que você está tentando roubar a
gorjeta delas.

— Basta manter a cabeça baixa e servir as bebidas,


menina. Não fazer amizade com ninguém — aconselha.

— Inclusive você? — pergunto com um sorriso. Ela ri.

— Nós estamos na mesma equipe. Claro que vivemos


pelas gorjetas, mas estamos aqui nas trincheiras trabalhando
duro e não lá fazendo os outros ficarem duros. Nós meninas
temos que ficar unidas. — Ela sorri e minha preocupação
diminui. Eu gosto dela e acho que trabalhar juntas pode ser
divertido.

— Então, você tem um homem? — Ela pergunta.

Não é que é a pergunta de um milhão de dólares? Eu


tenho um homem? Não tenho certeza.

Não tenho notícias de Fury há quase um ano. Nenhuma


palavra, nenhum telefonema. Bates mantém atualizada sobre
como ele está, mas Fury nem sequer passa mensagens para
mim através dele. A última vez em que Bates foi ver Pierce,
dei-lhe uma pequena fotografia do Bear quando estava na
maternidade e pedi-lhe para dar a ele, mas nunca ouvi uma
palavra sobre isso.

— Você tem — diz, interrompendo meus pensamentos.

— Eu não sei se eu tenho — confesso. Ela balança a


cabeça.

— Complicado. Entendi. — Ela sorri antes da porta se


abrir e strippers começarem a entrar. Vejo Bates caminhando
pouco depois e ele sorri amplamente antes de vir em minha
direção.

— Ei, LeeLee. Você está bem? Candy está te ajudando?


— Pergunta, me envolvendo em um grande abraço.

— Sim, estou muito menos nervosa do que quando


cheguei aqui — confesso. Bates ri.

— Eu vou estar aqui o tempo todo. Vou ficar aqui


embaixo esta noite só para ter certeza de que está tudo certo
contigo. Ninguém vai mexer com você, LeeLee — ele
murmura. Descanso minha cabeça em seu ombro por apenas
um segundo antes de endireitar-me e dar-lhe um largo
sorriso.

— Eu consigo fazer isso — digo com determinação.

— Sim, você consegue — ele resmunga.

Ele puxa o meu rabo de cavalo antes de ir fazer seja lá o


que um gerente de um clube de strip faz antes de abrir.
— Então você conhece o Bates? — Candy pergunta. Ela
parece confusa.

— Sim. No ensino médio ele namorou minha irmã — eu


explico. Ela balança a cabeça antes de me mostrar
exatamente quais mesas serão minhas para atender esta
noite.

— Então, você tem alguma relação com o clube?

— Minha situação complicada é o presidente — admito.


Seus olhos se arregalam em surpresa.

— Drifter? — Sussurra.

— Não, Fury — digo. Seu queixo cai.

— Eu só o vi uma vez, pouco antes de inaugurarmos.


Eles estavam fazendo entrevistas para o pessoal, não as
dançarinas, mas a equipe de verdade. Ele foi intimidante para
caralho, menina. Como é que uma coisa doce como você
acabou com um cara como ele?

— Apenas aconteceu. Temos um bebê juntos. — Digo.

Ela vai saber sobre Bear em breve. Eu não consigo evitar


me vangloriar do meu menino para quem quiser ouvir sobre
ele.

— É filho dele? — pergunta a voz uma mistura de


espanto e choque.

— Sim, pouco antes de ele ir embora — eu digo.

— Porra. Então você está por conta própria com um


bebê?
— Ele tem três meses de idade — respondo com um
aceno de cabeça. — Bates está sempre por perto e sua irmã
vive comigo.

— Deve ser bem difícil, ainda mais por ele ter ido
embora— diz ela.

Eu concordo.

Preciso mudar de assunto. Felizmente, as portas se


abrem e os homens estão com sede e prontos para a festa.

Não penso em Pierce e nem mesmo em Bear a noite


toda.

Estou muito ocupada, muito distraída e pela hora que


chego em casa, às três e meia da manhã, estou destruída.
Também eu estou trezentos dólares mais rica, tudo em
gorjetas.

Tomo um banho deito-me na cama às quatro da manhã.


Bear acorda as sete todos os dias, felizmente Mary-Anne não
tem aula até as nove. Ela se levanta com ele e durmo até a
hora em que tem que sair.

Eu consigo dormir um total de quatro horas e meia de


sono antes de começar o meu dia todo de novo e ainda tenho
que trabalhar novamente na noite seguinte. Quatro dias de
trabalho e três dias de folga. Vai ser cansativo, mas vai pagar
as contas.

A essa altura é o que sou verdadeiramente grata.


Fury
Essas visitas são tudo para mim. Principalmente
quando Sniper traz fotografias do meu menino.

Um menino.

Bear Pierce Duhart Johnson.

No início, fiquei puto que o garoto não tinha o meu


sobrenome, mas Sniper me explicou que ela tentou colocar
meu nome na certidão de nascimento, mas eles não
deixaram.

Há algum tipo de formulário que teria que assinar.


Como eu não estava lá para fazê-lo, tem o sobrenome dela.
Minha garota, porém, ainda lhe deu o meu nome. Isso me faz
amá-la ainda mais. Ele é lindo, também. Cabelo loiro e olhos
cinzentos que são iguais aos meus.

Ele é perfeito.

— Irmão — Sniper diz, me puxando para um abraço e


um tapa nas costas.

— Sniper — Aceno. Ele me observa.

Eu mudei um pouco aqui. Minha barba está um pouco


maior e meu cabelo bastante comprido. Não cortei nenhuma
vez. Agora, ele é puxado para trás em um rabo de cavalo que
vai até a minha nuca.

— Você está bem? — Ele pergunta exatamente a mesma


pergunta que me fez meses atrás, a última vez que esteve
aqui.

— Estou sobrevivendo, irmão. Quase metade do


caminho já, cara. Não posso reclamar disso nem um pouco —
digo. Ele balança a cabeça.

— O carinha está com nove meses. Porra, ele é uma


graça — ele ri.

Tento não o odiar. É minha culpa que estou aqui, não


dele, mas é foda que possa ver o meu filho e eu não.

— Tem uma foto nova? — pergunto como um drogado.

Sniper acena com a cabeça, tirando-a do bolso superior


e deslizando-a sobre a mesa. Eu olho e meu coração bate com
força na porra do meu peito.

Não é apenas uma imagem do Bear, como tenho


recebido.

É uma imagem de Kentlee e Bear juntos.

Todo o meu mundo na porra de uma imagem, olhando


para mim.

Eu traço o lado de seu rosto e quase posso sentir sua


pele macia. Ela está ajoelhada no chão com um vestido
branco liso. Posso ver a elevação de seus seios, que parecem
tão maiores que querem saltar da roupa. Merda, eles parecem
bons. Ele a abraça com força, com um enorme sorriso babado
no rosto e quatro dentes na boca, dois na parte superior e
dois na parte inferior.

— Ela precisa ouvir você — diz ele.

Balanço a cabeça, colocando a imagem no meu bolso,


incapaz de olhar um segundo a mais para a perfeição da foto
e de tudo o que estou sentindo falta.

— Não enquanto eu estiver aqui — digo inflexível.

— Irmão, ela está trabalhando para caralho lá fora,


cuidando do seu filho e não sabe se você ainda a quer. Se
você ainda os quer. As mulheres precisam de afirmação. Ela
passou por um monte de merda desde que você foi preso.
Você precisa ligar para ela — ele insiste.

Sinto meus punhos se apertarem com as suas palavras.

— Que merda que ela passou? Pensei que você estava


cuidando dela, deles? — Grito. Ele suspira antes de se
inclinar para trás na cadeira.

— Os filhos sem pai não tem sido um problema. Estão


se virando bem nos dias de hoje, se é com isso que você está
preocupado. Eu só quero dizer que trazer seu filho ao mundo
foi difícil, ela voltou a trabalhar agora, está solitária. Sua
família ainda não quer saber dela, a não ser o irmão, que liga
para ela a cada duas semanas. Ela tem a Mary-Anne e a
mim, mas é só isso — ele diz.

Essa porra parte meu coração. Kentlee é doce, amorosa


e tão perfeita que deveria ser cercada por pessoas que gostem
dela.
— E como ela está? — pergunto.

— Ela é forte pra caralho, mais forte do que qualquer


mulher que conheço. Sempre tem um sorriso no rosto, não
importa o quão fodida esteja. Se o bebê faz apenas um
gemido, está lá ao lado dele, cara. Você ficaria orgulhoso dela.
É uma boa mãe, trabalhadora e é forte, para caralho.

Já perdi a conta de quantas vezes ele enfatizou a força


dela. Ele quer que eu saiba que declará-la como minha
mulher seria a coisa mais sensata a se fazer. Ele só não
entende que eu nunca quis ter uma. Torná-la minha é um
compromisso que eu não queria e não poderia assumir
facilmente.

Mas e torná-la mãe do meu filho?

Meu Deus é um imbecil.

— Vou pensar sobre ligar para ela — digo,


principalmente para tirá-lo do meu pé.

— Você conversou com o Pops? — ele pergunta,


mudando de assunto. Sou grato por isso.

— Sim. Ele ficou puto pra caralho porque não conheceu


Kentlee antes do bebê nascer. Quer sair de Idaho, mas tem
alguns problemas com aqueles racistas que precisa resolver
antes — digo a ele.

Meu Pops vem tentado cortar os laços do clube com todo


o grupo Aryan. Eu estou feliz para caralho com isso, odiava
aqueles idiotas racistas desde o primeiro dia. Mas eles estão
provando ser um problema. Um problema que vem
envolvendo bombas e um monte de merda.

— Sim, por enquanto não estamos sob nenhuma


ameaça, mas estamos alerta, irmão. Mantendo tudo sob
controle — ele me informa. Eu concordo.

Poucos minutos depois, a hora de visitação acaba e é


hora de voltar para o purgatório.

— Ela tem trepado com alguém? — Pergunto, embora


não saiba por que.

Eu não deveria querer saber.

O que uma mulher faz quando seu homem está na


prisão por tanto tempo não importa.

Tudo o que eu deveria me importar é que ela está


cuidando do meu filho.

— Ela nunca faria isso com você, irmão — diz ele. Seus
olhos permanecem nos meus, nunca vacilando.

— Tive que perguntar — digo com um encolher de


ombros antes de me virar para ir embora.

— Fury — ele chama. Ergo minha cabeça para olhar


para ele.

— Ligue para ela. Ela te ama, irmão — ele diz e então vai
embora.

Ela me ama.

Será que sim?


Eu sei a resposta para isso. Sabia a resposta antes
mesmo de ser preso. É claro que ela me ama e eu a amo
plenamente, porra.

Então, por quê? Por que eu não pude reclamá-la e fazê-


la cem por cento minha?

Por que não posso pensar em ter meu nome marcado


permanentemente em seu corpo para o mundo ver?

Por que isso me assusta e me deixa nervoso?

Eu sou um maldito fracassado. Se o meu pai soubesse


da minha hesitação, ele provavelmente me daria um soco no
nariz por ser um frouxo.

Não estou assumindo as minhas responsabilidades.

Não estou sendo um homem.

Eu sou um covarde.

Não ligo para a Kentlee, por covardia. Não posso ouvir


sua voz e as lágrimas que sei que deixará cair quando
finalmente ouvir a minha voz na linha. Eu não posso deixá-la
ouvir as minhas próprias. Lágrimas que certamente irei
derramar por ela. Lágrimas que já chorei por ela, mais de mil
vezes. Eu sou um maricas. Um completo maricas.

Um dia, vou ser forte o suficiente para ligar ou escrever


para ela, mas por agora, apenas seguro a foto dela na minha
mão e olho. Sorriso no rosto, o olhar feliz ainda que cansado
em seus olhos. As curvas a mais em seu belo corpo. Achava
que o corpo dela antes era sexy para caralho, nem se
compara com o corpo que a gravidez do meu filho lhe deu.
Peitos maiores, quadril mais largo e sua cintura ainda
pequena, mas mais suave. Ela está gostosa, sexy demais,
linda como sempre.

Talvez Sniper esteja apenas tentando fazer eu me sentir


mal. Ela não parece que está sofrendo tanto. Tento me
convencer de que estou certo e Sniper só tem me informando
mentiras, mas sei que é a verdade. Vejo isso em seus lindos
olhos. Ela está exausta.

Fecho meus olhos, fazendo contagem regressiva para o


fim de mais um dia. Mais vinte e dois meses e voltarei para
minha casa. Voltarei para a minha mulher e meu filho, onde
eu pertenço.

Vinte e dois meses até que eu possa assumir de volta a


liderança do meu próprio clube.

Vinte e dois meses de inferno e tudo isso vai acabar.


Kentlee
Dois anos exatos.

Esse é o tempo que Pierce se foi.

Já faz dois anos e quatro dias desde que ouvi sua voz.
Eu deveria seguir em frente, tentar namorar e encontrar
alguém que vai me amar. Que vai estar lá durante a noite,
não só para mim, mas para Bear também. Eu deveria - mas
não posso.

Meu coração dói por uma única pessoa Pierce Fury


Duhart.

O bastardo egoísta.

Se pudesse esquecê-lo, esqueceria num piscar de olhos.

Se pudesse esquecer a maneira que sentia quando ele


me tocava, quando olhava para mim, faria sem olhar para
trás.
Mas não posso.

Eu ainda sonho com ele, em estar presa em seus braços.


Sonho com a maneira como ele gemia meu nome quando
estava dentro de mim.

Estou além do ponto de tristeza. Agora estou com raiva.

Tanta raiva, porra.

Sinto uma mão na minha bunda e depois um tapa. Olho


para baixo e vejo um homem de uma festa de despedida de
solteiro, completamente bêbado e sorrindo como um idiota.
Rolo meus olhos e continuo caminhando. Isso acontece toda
noite de trabalho.

Sou beliscada, levo tapas, puxada para cima e para


baixo.

Parei de usar meu cabelo em um rabo de cavalo no


segundo dia, quando um homem o agarrou para me fazer
sentar no colo dele. Agora, durante o último ano, passei a
usá-lo em um coque alto.

Eu perdi peso desde que comecei a trabalhar aqui. Não


apenas o peso da gravidez. Perdi peso de verdade. Estou mais
magra e minhas pernas estão com uma aparência fantástica,
mas estou cansada.

Correndo pelo clube, servindo bebidas e em seguida


correndo atrás de uma criança ativa quando estou de folga
exige muito de uma pessoa.

Mary-Anne tem sido uma dádiva de Deus, mas ela está


terminando a escola e está pronta para ir para outro lugar.
Eu posso ver isso em seus olhos. Ela tem a coceira para
abandonar esta cidade e não a culpo nem um pouco.

Amanhã, vou dizer-lhe para ir. Está ganhando dinheiro


com seu novo negócio e é jovem, precisa ver o mundo. Ela
não precisa, é da responsabilidade de um bebê que não é
dela. Bear é meu, ele é todo meu e não posso contar com ela
ou qualquer outra pessoa mais um minuto.

— Como você está hoje à noite? — Candy pergunta


enquanto insere um pedido na caixa registradora.

— Cansada. —admito. Ela sorri.

— Sua noite está prestes a ficar ainda mais


movimentada — diz ela. Eu franzi a testa em questionamento.

— O clube vai fazer uma festa privada hoje à noite. Você


não sabia? Foi a sua sala privada que alugaram.

Eu odeio essas festas, gostaria que eles as fizessem na


sede do clube e não aqui. Isto significa que depois do meu
turno, tenho que ficar pelo menos mais duas horas, se não
mais e servir bebidas enquanto eles assistem strippers, fodem
strippers e fodem as putas do clube.

É uma devassidão completa e isso significa que Katie


Powell, também conhecida como Kitty, estará aqui.

Eu não suporto aquela puta.

Peguei meu telefone e sai para os fundos do bar para


ligar para Mary-Anne, explicando que eu provavelmente não
estaria em casa até depois das seis da manhã. Felizmente, ela
não tem aula amanhã, então está feliz de ficar com Bear e
observá-lo durante o dia, enquanto tento pegar no sono.

— Mary está bem em ficar com o pequeno homem? —


Candy pergunta. Concordo com a cabeça enquanto pego as
doses e cervejas alinhados para a despedida de solteiro.

— Sim, mas vou ter que deixá-la livre. Vou incentivá-la a


viajar. Ela não pode ficar por aqui e ser minha babá para
sempre — digo com um sorriso triste.

— Ela não pode, mas faria — Candy aponta. Eu


concordo.

— É por isso que ela não pode ficar — digo com tristeza
enquanto pego a bandeja e me viro para sair. Posso sentir o
pesar de Candy queimando um buraco nas minhas costas.

Eu tenho economizado as minhas gorjetas como uma


louca, gastando o mínimo possível, para que possa voltar a
trabalhar durante o dia em algum lugar sem ter um enorme
buraco na minha conta. Falta mais um ano até que Pierce
seja liberado, mas não tenho ideia se ele vai voltar para mim
ou se vai romper comigo. Neste ponto, tenho a sensação de
que está terminado. Nenhum homem fica na prisão por dois
anos inteiros sem contato, ainda querendo a mulher que
deixou para trás.

Meu coração dói, não só por mim, mas por Bear.

Será que ele vai conhecer o seu pai?

Quando finalmente o clube fecha, eu respiro fundo e


vejo quando os membros do Notorious Devils MC caminham
pelas portas. Meninas em poucas roupas penduradas nos
homens se dirigindo à sala designada. Candy mastiga o lábio
inferior e me dá um olhar preocupado.

— Você tem certeza que não quer que eu fique e ajude?


— ela pergunta. Eu balanço a cabeça. Candy tem um
adolescente em casa, ela não precisa ficar por aqui.

— Vá para casa, menina. Eu cuido disso — digo


elevando meu queixo. Ela aperta meu ombro antes de se
dirigir para a porta.

Respiro fundo e rezo para que esta noite de devassidão


não seja muito traumatizante.

Coloco meu falso sorriso brilhante e adentro. Ouço os


homens gritarem meu nome assim que entro. Eu gosto da
maioria deles. Eles são idiotas sujos, mas são bastardos
divertidos e me pergunto por que foi que Pierce tentou me
manter escondida deles.

Passei a noite servindo bebida a um grupo de


motociclistas atrevidos e até o final da noite e início da
manhã, sinto a necessidade de lavar meus globos oculares
com ácido. Assistir Bates foder Kitty no palco enquanto ela
comia uma stripper foi apenas muito louco para eu aceitar.

Assim que entro na minha casa, tudo isso desaparece.


Tenho visão de meu homenzinho correndo para eu com seus
passos de bebe e um sorriso babado no rosto faz com que
tudo valha a pena. Ele faz as noites, o trabalho duro e os
quilômetros que ando em salto alto valer a pena. É minha
vida, minha luz e não há absolutamente nada que não faria
por ele.

— Como foi? Você parece exausta — Mary-Anne diz


assim que deito no sofá e trago meu pequeno homenzinho
comigo para um rápido aconchego.

— Luxúria na sua forma mais pura. Você realmente não


quer saber — digo, rindo.

— Eles são nojentos não são? — pergunta ela, franzindo


o nariz.

— Eles realmente são — confesso. — Eu queria falar


com você antes de cair no sono.

— Sim? — Ela pergunta, parecendo confusa.

— Eu não quero que fique aqui apenas porque acha que


preciso de você. Seus sonhos e planos precisam ser
alcançados — esclareço, na esperança de não estar ferindo
seus sentimentos. Ela não pode ficar aqui e eu não posso ser
dependente dela.

— Você sabe que vou ficar o tempo que precisar de mim.


Viver aqui está sendo fantástico, nada como a vida que tive
com meus pais — ela diz.

Eu sei disso. Sei o quão ruim sua vida em casa era. Ela
me disse mais do que Bates já falou. É triste e horrível ao
mesmo tempo.

— Vá. Sério, você só tem esta vida, Mary-Anne. Faça o


melhor dela — murmuro, tentando manter minhas lágrimas
controladas.
Mas elas deslizam pelo meu rosto de qualquer maneira.
Mary-Anne envolve seus braços em volta de mim e nos
abraçamos. Ela é como uma irmã para mim. Eu não tive
Brentlee todo esse tempo, mas tive uma irmã em Mary-Anne,
quando mais precisava.

— Ok, vou arrumar as coisas, esta semana. Você vai me


ajudar a escolher um lugar para ir? — ela pergunta,
parecendo esperançosa.

— Sim. Um lugar ensolarado ou frio?

— Ensolarado e bonito — ela sussurra.

Eu sorrio. Califórnia, então. Coloco um beijo em sua


testa antes de encher de beijos as bochechas doces do meu
bebê e então desmaio de exaustão completa.

Mais tarde naquela noite, fiz o jantar para Mary-Anne,


Bates, Bear e eu. Hoje à noite, Mary-Anne e eu vamos contar
a Bates sobre o plano. Tenho certeza que vai ser todo irmão
mais velho e protetor sobre sua saída, mas também sabe o
que é melhor para Mary-Anne. Ela precisa de sua liberdade e
precisa voar.

— Você vai embora, certo? — ele pergunta, empurrando


um pedaço de lasanha em sua boca.

— Sim — confessa Mary-Anne. Eu me pergunto como


diabos ele descobriu.

— Onde? — ele pergunta, sem parecer chateado.

— Califórnia. Quero ir à praia. — ela sorri amplamente e


ele acena com a cabeça uma vez.
— Eu vou te ajudar com o dinheiro para chegar lá. A
única coisa que peço é que me ligue uma vez por dia, todos os
dias, para saber que você está bem — ele diz a ela. Minha
boca se abre em surpresa.

— Sério? — ela grita. Eu não posso resistir e rio de sua


euforia.

— Sim. Agora, o que você vai fazer? — pergunta ele,


apontando o garfo para mim.

— Não tenho ideia. — solto um suspiro e ele acena.

— Que tal eu me mudar para o quarto de Mary-Anne?


Dessa forma, você terá um homem na casa e ajuda com Bear
quando eu estiver por perto. — Ele sugere.

Eu pisco uma vez antes de sorrir. Meu coração salta


uma batida por este homem. Ele é tão bom, tão gentil e
extremamente doce. Não posso acreditar nos sacrifícios que
ele está disposto a fazer para cuidar de mim, de nós. É como
se um interruptor fosse ligado dentro da minha cabeça e de
repente eu o visse sob uma luz diferente.

Bates, a minha única constante nos últimos anos.


Bates, o homem que está aqui, olhando por mim, me
ajudando e cuidando de eu. Ele está sorrindo com dentes
retos e brancos, seu cabelo escuro bagunçado, seus olhos
brilhantes com o seu habitual brilho maliciosos.

— Eu não quero arruinar a sua reputação com as


senhoras, Bates — murmuro. Ele sorri para mim.
— Não vai arruinar nada, querida. Tenho um clube
cheio de prostitutas para chupar e foder, não é preciso vinhos
e jantares com essas cadelas — diz ele. Mary-Anne começa a
fazer ruídos de nojo enquanto sinto como se meu estômago
estivesse revirando.

— Sim, sei como você trabalha, até demais. Eu estava


naquela festa ontem à noite — o lembro.

Na ocasião, só ignorei, mas hoje, com essa nova luz,


tudo aquilo me faz sentir doente. Ele é um homem e está
aqui, é gentil e atencioso, útil e doce, mesmo que esteja
trepando como uma puta. Eu peguei Fury segundos antes de
ter seu pau chupado por Katie Powell, seria tão ruim querer
Bates para mim? Estou me enganando em sentir mais por
ele, porque está aqui, bem aqui na minha frente quando
Pierce não pode estar? Isso não me faz querê-lo menos. Estou
confusa. Muito confusa.

— Eu não quero saber — Mary-Anne diz, segurando as


mãos em sinal de rendição simulada.

— Você realmente não quer — admito, tremendo de


desgosto.

Bates apenas encolhe os ombros e continua a comer.


Isto é família. Isto é o que imaginava quando Pierce e eu nos
mudamos para este lugar. Agora estou compartilhando-o com
outra pessoa. Eu deveria estar sentindo falta de Pierce, mas
agora, não estou. Eu tenho Bates, seus sorrisos e suas
piadas, seu amor e sua devoção, mesmo que não seja de
forma romântica.
É disso que se trata a vida, esse companheirismo, as
brincadeiras e risadas.

Eu gostaria que minha mesa estivesse completa com


Pierce, Brentlee e Connellee, mas será que um dia estaria?
Será que Pierce estaria aqui se estivesse fora da cadeia? Perdi
a fé nele, no ‘nós’ que ele pintou em um quadro na minha
cabeça.

Tenho o meu doce bebê, Mary-Anne e Bates aqui


comigo, junto com telefonemas de Connellee mantendo nosso
contato.

Eles são minha família agora.

Tenho que empurrar tudo e todos os outros para fora da


minha mente. Tenho que focar no presente e não no que
poderia ter sido.

Bates Lukin - Sniper


Eu dou uma tragada profunda do cigarro na minha mão
antes de tomar um gole de uísque.

Perdemos irmãos hoje.

Não apenas um ou dois, foi um grupo inteiro. Nossos


irmãos em Calgary, Canadá apenas se foram. Totalmente
eliminados.
Todos explodidos.

Tem cheiro daqueles malditos arianos nisso. Aqueles


pedaços de merda têm prazer em bombardear. Nunca fui mais
feliz do que quando MadDog decidiu finalmente cortar os
laços com eles. Odiava estar associado a eles no que fosse.
Eu não sou cem por cento, branco então eles fingiam que
nem sequer existia quando tínhamos de fazer contato. Metade
Russo, um quarto Afro americano e um quarto índio
cherokee, era muita mistura para eles. Fodam-se eles. Se
avistar mais um daqueles idiotas racistas, vou colocar uma
bala em sua cabeça.

— Você está ok? — Vault me pergunta enquanto senta


ao meu lado. Ele é o nosso tesoureiro, o cara que cuida do
nosso dinheiro.

— Sim, só com raiva que aqueles babacas conseguiram


nos atingir — admito, tomando outro gole.

— Você vai dizer a Fury? — ele pergunta a preocupação


gravada em suas feições.

Balanço a cabeça uma vez.

Não contar a Fury era o melhor, pois não sabia o que


faria estando preso. Ele seria capaz de encontrar alguém com
tatuagens arianas e matá-lo, adicionando mais tempo a sua
sentença. Não, aquele bastardo mal-humorado precisa voltar
o mais rápido possível.

— Ele não precisa saber nada dessa merda até que


esteja de volta em terreno livre — murmuro.
— Concordo — Vault diz, batendo nas minhas costas.

— Precisa de companhia? — Kitty pergunta quando


Vault se levanta para me deixar com a minha bebida. Eu
suspiro e desvio o olhar por um momento antes de sentir sua
mão deslizar pela minha coxa em direção ao me pau.

— Consiga mais uma menina e estou dentro —


Resmungo. Eu me viro para olhar para ela e ver como seus
olhos se ilumina. Esta cadela gosta de comer boceta mais do
que qualquer cara que já conheci.

Kitty corre para encontrar uma vítima disposta e eu


tomo mais dois goles. Preciso estar bêbado para foder está
cadela suja. Preciso estar bêbado para tirar os meus irmãos
da minha mente. E preciso estar mais bêbado para tirar o
desejo que tenho de tornar Kentlee minha. Eu não posso
pensar nisso, não só por ela já ter um homem, mas também
por ser minha amiga. Nada mais.

Eu tento dizer isso ao meu pau e meu coração, mas eles


não fazem questão de ouvir. Toda vez que ela passa por mim
com seus pequenos shortinhos e sutiã, os seios e traseiro
grande, que geralmente não me atrairiam, quero tudo dela,
ou pelo menos meu pau quer. Meu coração a ama por uma
razão completamente diferente, ela é suave e gentil, adoro
isso nela.

— Pronto, baby — Kitty diz afastando meus


pensamentos. Olho e vejo uma ruiva bonita que está ao lado
dela.

Oh sim, vou foder esta vadia hoje.


Fury
Doze meses.

Doze meses miseráveis.

Isso é todo o tempo que me resta neste inferno.

Uma coisa eu sei, nunca voltarei para cá novamente.


Foda-se essa merda.

Mal posso esperar para ser livre. Para comer, andar e


foder o que eu quiser, quando quiser e onde quiser. Embora,
talvez não a parte do foder. Eu só sonho com uma boceta que
quero foder todas as noites e é a de Kentlee.

Fecho os olhos e tento me lembrar do jeito que ela


cheirava. Leve e frutado, alguma loção feminina que comprou
com cheiro de flores de cerejeira ou alguma merda assim. Eu
sinto falta do jeito que ela sorri para mim, a forma, como
seus olhos se iluminam quando puxo para perto de mim. A
maneira como geme e choraminga quando está em volta do
meu pau. Caralho, seus gemidos eram a minha ruína.

Eu me pergunto o que ela está fazendo neste minuto.


Em uma noite de sexta-feira. Ela provavelmente está em casa
com Bear. Rindo e abraçando o homenzinho. Pequeno cara já
pode andar, aparentemente. Ele já diz algumas palavras,
também.
Eu estou perdendo muito, mas é um sacrifício que
preciso fazer. De jeito nenhum vou ver meu filho pela
primeira vez estando preso. Inferno do caralho. Eu quero ser
capaz de segurá-lo em meus braços sem alguém me dizendo
‘não muito perto, não muito apertado e mantenha as mãos
onde podemos vê-las’.

Porra.

Uma lágrima involuntária desliza do meu olho e estou


contente de estar sozinho. A prisão não é o lugar para chorar.
Porém não posso evitar.

Pensando em tudo o que está esperando por mim


quando sair, pensando em minha mulher e no meu garoto me
torno um filho da puta emocional.

Doze meses.

Doze míseros meses.

Isso é tudo o que me resta.

Se eu disser isso a mim mesmo várias vezes, talvez sinta


que não é um tempo tão longo.
Kentlee
— Nós não podemos — ele sussurra com suas mãos na
minha bochecha.

— Nós não devemos, mas podemos — murmuro para a


escuridão, sentindo o calor de sua mão contra a minha pele.

Tem sido muito tempo desde que um homem me tocou.


Minhas coxas tremem com o pensamento de sua mão
deslizando pelo meu corpo.

— Ele é meu irmão, Kentlee — ele murmura sua


respiração aquecendo meu rosto.

Porra. Ele tem cheiro de uísque e isso me faz gemer. Eu


imagino que sua língua tenha gosto de uísque neste exato
momento.
— Ele nem sequer me quer, Bates, o que isso importa? —
Preciso saber que não estou completamente quebrada,
completamente indesejável. Preciso de alguém que me queira.

— Kentlee — ele geme antes de seus lábios tocarem os


meus em um beijo suave.

Bates arrota alto da cozinha, tirando-me do meu


devaneio. Eu sei o que ele está fazendo, está bebendo
diretamente da caixa de leite, novamente.

Nosso único beijo compartilhado provou que não


estávamos realmente interessados um no outro. Eu estava
apenas solitária. Ainda acho que é muito bem construído e
muito sexy, mas não há nenhuma ligação sexual entre nós.
Quando sua língua deslizou entre meus lábios, não havia
nada. Não senti absolutamente nada. Todo desejo se foi.

Ouvi ele sussurrando na cozinha e arrotando


novamente. Se pudesse sufocá-lo, o faria. Seis meses. Isso é o
tempo em que somos companheiros de casa e são longos
meses. Eu o amo, como um irmão, mas o cara é um suíno
totalmente folgado. Pergunto-me se ele era assim nas forças
armadas.

— Você é nojento — digo, franzindo o nariz enquanto


entro na cozinha para fazer café da manhã para Bear.

— Você me ama — ele responde, mexendo suas


sobrancelhas. É sempre como ele responde.

— Não amo suas porcarias ou a sua falta de educação —


aponto. Ele ri.
— Sem mim, você estaria entediada até a morte — diz
com um sorriso. Quero pegar sua espessa barba escura e
puxar. Ele é chato para caralho.

Nós especulamos sobre ter sentimentos um pelo outro,


quando ele se mudou e ficamos sozinhos. Flerte se
transformou em toques que se transformou em nosso
primeiro e único beijo. Fico feliz por ter conseguido tirar isso
do caminho, caso contrário teria dúvidas se esperar por
Pierce era um erro ou não. Não há como negar a forma como
meu corpo reage a Pierce. É nada menos do que dinamite
sexual. Pena que ele é um pedaço idiota de merda. Ainda
estou com raiva dele e provavelmente estarei até o dia que eu
morrer.

— Sem você minha casa estaria sempre limpa e não iria


cheirar como homem nojento. Oh, sim, eu ficaria entediada.
— reviro meus olhos e Bates ri antes de eu ouvi-lo pegar Bear
em seus braços e encher sua barriga de beijos.

— Nós homens temos que ficar juntos, cara — ele diz.

Isso me faz sorrir. A coisa que me deixou mais atraída


por Bates era a maneira como ele era com Bear.

Bear dá sua risada infantil e gostaria de poder mantê-lo


assim para sempre. Embora, até agora, eu já tenha dito isso
sobre todas as fases de sua vida.

— Tammy está vindo esta noite para cuidar dele? —


pergunta, pegando o prato com ovos e torradas das minhas
mãos e colocando Bear em sua cadeira para comer.
— Sim — digo com um suspiro e sento com a minha
xícara de café.

— Bom. Antes de seu turno, você vai comigo para o


clube. Festa hoje à noite e você precisa aparecer — ele me
informa. Eu quase rio.

— Que diabos vou fazer lá, Bates? — pergunto com uma


risada.

Não estive lá desde o dia em que invadi, chateada com


Pierce, há quase três anos.

— Você precisa fazer aparições quando puder. Ele vai


estar fora em seis meses, LeeLee. Ele vai querer reivindicá-la
e esses caras precisam começar a respeitá-la — ele anuncia.
Eu não posso resistir e começo a rir.

— Sou uma garçonete seminua que lhes serve doses e


cerveja durante suas festas de sexo. Eu poderia andar por aí
com um hábito de freira e eles ainda não me respeitariam,
Bates.

— Eles irão quando você for a mulher do presidente.


Quando entrar ao seu lado com seu bebê em seus braços,
eles vão respeitá-la.

— Isso é tudo suposição Bates. Eu não tenho notícias


dele há dois anos e meio. Não sei se vai me querer. Na
verdade, estou supondo que não vá querer. — abaixo a
cabeça e tomo outro gole de meu café. É tão deprimente
pensar sobre o futuro, sobre o que vai acontecer daqui a seis
meses.
— Ele quer você, LeeLee. Ele te ama — diz Bates. Eu não
consigo evitar o grunhido que sai da minha boca com as
palavras dele.

“Ele me ama”.

Isso é hilário.

Se ele me amasse, não teria me abandonado por dois


anos e meio. Não se recusaria a me ver, a falar comigo e até
mesmo me escrever. Ele não iria se recusar a ver o nosso
filho, também.

Sou uma confusão de sentimentos desde que ele me


deixou. Irritada, decepcionada e triste. Decepção e tristeza me
dominam geralmente. Decepção não só de Pierce, mas de
mim mesma. Deixei-o dominar a minha vida nestes últimos
anos. Governar como vivo, sem seguir em frente, sentada à
beira do limbo esperando por um homem que nem sequer me
reconhece. Que nem sequer me liga.

Agora, a decepção foi embora e eu estou apenas


cansada.

— Claro, tanto faz — respondo, tentando conter as


lágrimas.

Eu chorei muito nos últimos dois anos e meio, não sei


como ainda tenho lágrimas para chorar. Mas todas as noites,
mais lágrimas caem. Como um relógio pontual, um sonho
ruim, um disco que se repete.

— Ok, isso é o que vai acontecer quando ele estiver fora


— murmura Bates.
Tento não revirar os olhos com suas palavras. Ele não
sabe de nada. Pierce vai fazer o que diabos quiser e se isso
significa não querer Bear e eu, não vai pensar duas vezes
sobre nos cortar da sua vida.

— Eu vou levar Bear ao parque hoje, quer ir junto? —


Pergunto enquanto me levanto para lavar o prato de Bear e
minha xícara de café.

— Tenho umas coisas para fazer. Fique atenta sim? —


Ele adverte. Eu concordo.

Estou acostumada com o aviso, ele sempre diz isso


quando saio em público sozinha. Como se estivesse
preocupado que algo fosse acontecer comigo. Mas duvido que
qualquer um dos inimigos do clube, saiba que existo.

Bear e eu passamos a manhã e início da tarde no


parque juntos. Eu amo o clima mais quente e o fato de que
nós somos as únicas pessoas aqui.

Vejo meu filho brincar e o empurro nos balanços por


mais de uma hora, porque é sua parte favorita. Isso me faz
pensar em seu pai. Vento chicoteando seu cabelo loiro, seus
pequenos braços jogados para o ar e sua voz, rindo com
prazer...

Liberdade.

A maneira como Pierce se sente em sua motocicleta.

Embora não conheça Pierce há muito tempo, ou muito


bem, posso ver muito dele em Bear. Essa maneira que Bear
sempre é em relação a vida, mergulhando de cabeça. Gostaria
de saber se Pierce agia do mesmo modo quando criança.

Eu fui uma criança cautelosa, sempre com medo de me


machucar.

Bear não é nada disso.

Ele é teimoso e obstinado e ferozmente protetor comigo.


Odeia que qualquer um afaste minha atenção dele e o único
homem que ele não se chateia por estar perto de mim é
Bates.

O carteiro apertou minha mão uma vez e eu juro que


pensei que Bear ia chutá-lo na altura dos joelhos.

Totalmente os genes de Pierce.

Assim que brincamos bastante no parque, levo Bear


para casa e o coloco para um cochilo. Uso o tempo de silêncio
para limpar a casa antes de Tammy chegar.

Tammy é uma senhora em seus cinquenta que sofre da


síndrome do ninho vazio e vive na nossa rua. Eu a conheço
há dois anos e é a mulher mais doce do mundo. Ela tem
quatro filhos adultos e dois netos. Eles estão espalhados e ela
se sente sozinha. Tammy costumava oferecer para cuidar de
Bear de tempos em tempos, mas eu tinha Mary-Anne
morando comigo, então nunca precisei dela.

Quando Mary-Anne mudou-se para San Diego, eu


precisava de alguém para ficar com o Bear à noite. Bates fez
uma verificação de antecedentes sobre Tammy e disse que
estava totalmente limpa. Então, finalmente aceitei a oferta e
ela tem sido minha rocha desde então. Eu pago algum
dinheiro e usa esse extra para gastar com seus netos, o que
me faz gostar dela ainda mais.

— Toc toc — Tammy diz, entrando pela minha porta.

Estou vestindo um casaco sobre o meu uniforme de


trabalho horrendo.

— Ei, Tam, estou quase pronta — digo do meu quarto


enquanto pego minha bolsa e a jogo sobre o ombro.

Só então, Bear vem cambaleando em minha direção e


joga os braços para cima, seu sinal de que ele quer que eu o
pegue.

Com ele no colo seguimos para a sala. Assim que vê


Tammy ele sorri amplamente e diz oi.

— Olá, menino doce. Você está pronto para os abraços


da sua tia Tammy? — Ela pergunta, esticando seus braços
para Bear. Ele rapidamente afasta minha mão e caminha até
ela que o espera de braços abertos.

Fico muito feliz que a tenha. Amo que ele tem uma
figura de avó para abraçar, uma vez que não tem os meus
pais. Não sei o que aconteceu com o pai de Pierce, mas não
cheguei a conhecê-lo e não ouvi uma palavra sobre ele desde
que Pierce foi embora.

Agradeço Tammy por cuidar de Bear, como faço toda vez


que ela vem e rapidamente sigo em direção ao Devils Club.

Candy está esperando por mim com os olhos


arregalados quando caminho até o bar e guardo minha bolsa.
— O quê? — pergunto, sabendo muito bem que ela tem
algum tipo de fofoca para me contar. Este olhar no seu rosto
diz tudo.

— Ele não te disse? — ela pergunta. Estreito meus olhos


para ela.

— O que é que Bates deveria me dizer desta vez? —


pergunto.

Bates tem o hábito de deixar de me dizer coisas


importantes, como as festas privadas e basicamente qualquer
coisa relacionada com o moto clube.

— Todo o local está fechado ao público esta noite — ela


mastiga o lábio inferior por um minuto antes de continuar —
Toda a chefia do Devils Notorious está aqui e eles vão ter uma
grande festa.

Eu aceno, absorvendo todas as suas palavras e então


fico pálida. Toda a chefia. O pai de Pierce é o Presidente
Oficial o que significa que poderia estar aqui esta noite. Entro
em pânico.

— Ele queria que eu fosse para o clube antes do


trabalho hoje à noite. Ele nunca disse absolutamente nada
sobre isso — praticamente rosno. — Aquele idiota.

Candy sabe tudo. Ela sabe sobre Pierce e um pouco


sobre o clube e definitivamente sabe que o pai de Pierce é
parte do clube original na Califórnia. Eu não consigo pensar
direito. É muita coisa para assimilar.
— O pai de Pierce vai me ver hoje à noite, vestindo isto
— Aponto para meu sutiã brilhante e shorts minúsculos,
salto alto vermelho que completa minha roupa de prostituta.

— Talvez ele não saiba que é você — ela diz com um


encolher de ombros.

— Sim, talvez ele não saiba que eu trabalho aqui? Talvez


o chão se abra e me engula inteira? — murmuro para mim
mesma. Candy sorri.

Algumas horas mais tarde e estou exausta. Estou tão


ocupada servindo estes completos e nojentos idiotas com
doses e cervejas, que não tenho tempo para me preocupar
com o pai de Pierce, que reconheci no segundo que entrou
pela porta. Ele é alto, como Pierce, com o mesmo tom de
cabelo loiro e aqueles olhos cinzentos lindos pra caralho.

Eles poderiam ser gêmeos.

Inicialmente, ele me deixou com os joelhos fracos. Mas


agora, eu via as diferenças sutis entre eles. Sua voz é mais
rouca que a de Pierce, os olhos têm rugas que Pierce ainda
não têm e há uma escuridão por trás deles que me dá
arrepios. Ele viu merda, ele fez merdas que Pierce não fez, ou
pelo menos não tinha feito, antes de ir embora.

— Venha aqui, querida — o pai de Pierce chama.

Deixei escapar um suspiro antes de ir em sua direção.


Ele não me chamou nenhuma vez e estava temendo isso.
— Posso ajudá-lo? — Pergunto, tentando não fazer
contato visual. Eu aprendi desde cedo, com este grupo de
homens, que quanto menos contato visual, melhor.

— Preciso de outra dose de uísque — ele murmura.

Eu rapidamente fui buscar isso para ele. Não quero que


me conheça assim, que pense que sou uma prostituta. Não
quero ver o desapontamento em seus olhos quando perceber
que seu filho engravidou uma garota que teve de recorrer a
isto para alimentar seu bebê.

— Você conhece uma menina por aqui como o nome de


Kentlee? — Ele pergunta quando sirvo sua dose poucos
momentos depois.

Meus olhos voam para os seus, ele está olhando para


mim como se já soubesse a resposta. Seu olhar me
reconhece, mas tenho vergonha de admitir a verdade.

— N-Não, senhor — gaguejo. Ele sorri.

— Chame-me de MadDog. Achei que não. Se você a


encontrar, certifique-se de dizer a Sniper que quero falar com
ela. Ela teve o meu neto e assim que meu filho estiver de
volta, vou querer conhecê-lo. Meu filho tem sido um idiota
nesses três anos e eu vou acabar com essa merda. Ele terá
cerca de uma semana após a sua libertação para se
endireitar e então eu vou voltar — anuncia.

Pressiono meus lábios firmemente antes de abrir minha


boca grande.
— Você sabe que ela teve um menino, então? —
pergunto. Ele estende sua mão, pegando a minha.

— Sei muito mais do que qualquer outra pessoa. Sei que


às vezes você tem que mexer na merda quando a vida fica
difícil. Não vou julgá-la pelo que fez nos últimos dois anos e
meio. Meu filho tem sido um idiota com esta menina. Ele
deveria tê-la reivindicado, dado a sua proteção e dinheiro,
pelo menos fazer com que o clube cuidasse dela. Porra, eu
teria passado por cima dele e feito isso se pudesse na época
— ele murmura. Eu suspiro.

— Por favor, não queria conhecê-lo assim — sussurro,


enquanto as lágrimas se formam em meus olhos. Ele me dá
um olhar de piedade e aperta minha mão antes de deixá-la
cair.

— Não sei do que você está falando, querida. Se


encontrar com essa menina Kentlee na cidade, você passa a
mensagem, certo? — ele pergunta. Eu concordo com a cabeça
antes de me virar e correr para trás do bar. Preciso de um
minuto para processar tudo o que ele me disse.

Tudo o que sei é o seu nome de estrada, MadDog, que é


pai do Pierce e que sabe exatamente quem eu sou.

Mais tarde naquela noite, depois de enviar Tammy para


casa, tomo um banho e rastejo para a cama.

Então deixei a noite repetir em minha mente.

Eu não vi MadDog fazer nada impróprio. Ele comportou-


se completamente. Bebeu, fumou e observou. Ele apreciou os
homens ao seu redor, os shows no palco com as strippers e
em seguida, aqueles com os homens e as strippers ou
prostitutas do clube. Ele não tocou em ninguém e seu pau
ficou firmemente em sua calça.

Não sei se era porque eu estava lá, ou se ele


simplesmente não faz essa merda em público como os outros
caras. Sorrio para mim mesma. Tenho a sensação de que era
apenas por minha causa. Pierce, sem dúvida, participaria de
uma noite cheia de boceta fluindo livremente se ele estivesse
solteiro e tivesse a chance.

Fury
Eu ligo para o meu pai.

— Você é um merda — ele murmura no telefone antes


que eu possa mesmo dizer-lhe olá.

— Ei, Pops — resmungo. Ele suspira.

— Coloquei meus olhos sobre ela, filho e você é um


fodido — ele esbraveja.

Eu quero vacilar, mas não posso, não aqui, onde


qualquer um pode me pegar.

— Em quem? — pergunto, embora saiba exatamente o


que ele quer dizer.
— Fui para Idaho verificar umas coisas cerca de um mês
atrás. Todo o clube foi. Queria ter certeza de que Drifter
estava mantendo tudo na linha. Encontrei a garota. Linda,
embora não esperasse que você fodesse sem proteção uma
que não fosse. Ela é doce, muito inocente, tímida, então eu
entendo. Uma coisa que ela não é e que você disse que era é
fraca. — ele me informa.

Isso faz minhas defesas subirem.

— Você não a conheceu — grito ao telefone, irritado e


com raiva pra caralho.

Não estou bravo com ele, estou com um ciúmes fodido.


Ele pôs os olhos na minha mulher, em Kentlee e eu não a vi
em mais de dois anos e meio.

— Não preciso conhecê-la, filho. Eu a vi com meus


próprios olhos. Ela é forte pra caralho. Se você não a
reclamar no minuto que sair daí, vou dar-lhe a minha
proteção e trazer o meu neto para a Califórnia com ela — ele
adverte. Sinto meu sangue bombear, realmente bombear em
minhas veias quando a raiva me toma rapidamente.

— Você não vai fazer absolutamente nada, meu velho. —


rosno para que os guardas não percebam a minha raiva.

— Resolva essa merda, ou isso é exatamente o que vou


fazer — ele me informa. — Vou dar-lhe a minha proteção,
meu clube e minha cama, Pierce. Não duvide. Resolva essa
porra. — diz ele.

Então o velho desliga na minha cara.


Meu pai não está ameaçando apenas tirá-los de Idaho,
ele também está ameaçando torná-la sua mulher. Isso faz
minha cabeça girar e meu estômago doer em pensar em
Kentlee na cama de alguém que não seja a minha. Eu não
vou deixá-lo fazer essa porra.

Pergunto-me, porém, se isso quer dizer que ela já me


superou. Será que fodi tanto as coisas que passou do ponto
de ser capaz de fazermos as pazes? Será que vai me aceitar
de volta? Talvez queira outro homem, talvez seja disso que se
trata? Talvez queira a porra do meu pai?

Tento afastar tudo da minha mente.

Agradeço a Deus que é hora de lazer. Caminho até o


ginásio e malho até esquecer tudo. Como a merda da comida
e vou para a cama, tudo isso enquanto olhos estão sobre
mim. Estou tão cansado de guardas malditos me observando,
não posso respirar sem os olhos de alguém colados em mim.

Fecho os olhos na minha cama e ranjo os dentes. Meu


próprio pai fodido está me ameaçando e sei que o bastardo
levará isso adiante, também. Não é uma ameaça vazia é uma
promessa maldita. Ele vai fazer isso. Vai voltar e levá-los de
mim se eu não me apressar.

Depois de passar dois anos e meio aqui, longe dela e do


meu filho, não tenho certeza de que os mereça quando sair.

Talvez devesse deixar meu pai levá-los embora.

Eles estariam melhores sem mim neste momento.

Eu sou um inútil fodido. Não os mereço.


Mas eu os quero.

Caralho. Não vou deixar ninguém levar minha família de


mim. Ela é minha. Sua boceta é minha e seu coração é meu.
Todo mundo pode comer areia. Eu vou cortar a garganta de
qualquer homem que tentar levá-los para longe, pai ou não.

Meu pai é o segundo homem a me dizer que Kentlee é


forte. Sniper disse isso todo esse tempo, mas ele tem um
fraco por ela, sempre teve.

Ela é forte o suficiente para mim?

Para esta vida?

Abro os olhos e encaro a escuridão.

Pela primeira vez, espero que ela seja forte o suficiente.

Deus sabe que não vou ser fácil de aturar depois que
sair. Provavelmente, vou quebrá-la.

Não importa o que Sniper e meu Pops digam, eu não


acredito que possa lidar comigo, com essa vida, encarar o
papel de minha mulher perante o clube.

Porra, eu gostaria que fosse forte o suficiente.

Pela primeira vez na minha vida, estou esperando que


Sniper e meu Pops estejam certos, porque quero tomá-la
publicamente, reivindicá-la e marcá-la como minha.
Kentlee
Hoje é o dia.

Pierce será solto.

Há uma enorme festa e Bates está insistindo que Bear e


eu devemos estar lá. No entanto não tenho certeza de que
seja apropriado. Não sei a reação que Pierce terá ao ver o filho
pela primeira vez e não quero que ele fique envergonhado ou
irritado.

— LeeLee — Bates suspira.

— Não, Bates. Ele vai precisar de alguns dias para


relaxar. Deixe que tenha sua festa tranquilamente. Além
disso, tenho que trabalhar hoje à noite, — digo. Ele me olha
irritado.
— Não. Você não está escalada — ele diz envolvendo o
braço em volta de mim e me puxando para seu lado. Sorrio
enquanto ele apoia minha cabeça em seu peito.

— Candy está gripada. Ela me ligou há uma hora. Está


se sentindo horrível, e eu a ouvi vomitar até suas tripas. É
sexta-feira à noite, vai estar lotado e você precisa de uma
garçonete. Pierce pode aproveitar essa noite com seus irmãos.
Não quero jogar tudo sobre ele de uma vez só — explico.
Bates rosna.

— Você está sendo uma covarde de merda — ele


anuncia me dando uma pequena sacudida. Concordo com a
cabeça. — Ele vai ficar feliz em vê-la LeeLee, confie em mim.
Ele vai querer vê-la. Não se esconda da mesma forma que ele
vem fazendo todo esse tempo.

Eu sou uma covarde de merda. Imaginei o retorno de


Pierce na minha cabeça durante três longos anos. Imaginei-o
me vendo e caindo de joelhos com tanta alegria e júbilo por
eu estar na frente dele. Tudo uma completa fantasia.

Então, há a imagem que tenho de sua rejeição completa.


De ele me olhar e sentir nojo de mim. Não sou a mesma
garota de 23 anos de idade que era no dia em que foi preso.
Tenho vinte e seis agora, tive um bebê e inúmeras noites sem
dormir. Trabalhei pra caramba e estou esgotada pra caralho.

Tinha esperança de que ele me quisesse e amasse. Mas


e se não fosse assim? Quando um homem te quer, faz
qualquer coisa para tê-la, para mantê-la, para ter certeza de
que você e todos os outros no mundo saibam que é dele.
Pierce não fez nada disso, na verdade fingiu que não
existíamos.

Estou confusa demais para vê-lo. Muito confusa com


minhas próprias necessidades e desejos, com meus
sentimentos. Sinceramente, pensei que esse dia não chegaria.
Que iria viver para sempre no limbo, mas agora que ele está
aqui, preciso de mais tempo. Para mim. Para minha cabeça.
Para descobrir exatamente o que quero.

Então digo a Bates um pouco do que estou pensando,


mas não tudo. Ele acha que sou tão forte. Ele não percebe o
quão fraca eu realmente sou.

— Eu sou uma total covarde de merda. Posso admitir


isso. Ele não quis nada comigo por três anos, Bates. Você me
culpa por estar com medo? Estou petrificada. E se ele
realmente não me quer? E se eu estiver lá de pé esperando
que me abrace e confesse seu amor por mim e nem sequer se
lembrar de mim? — Divago.

Eu ainda o amo? Verdadeiramente? Tivemos semanas


juntos, que resultou em Bear. Talvez tudo isso seja só eu
tendo sentimentos mistos porque ele é o pai do meu bebê.
Tenho medo de olhar para ele e não sentir nada, não quer
que o que aconteceu com Bates se repita com Pierce e eu.
Não quero beijá-lo e não sentir desejo por ele.

Quero manter esse tempo que passamos juntos,


embrulhados em uma pequena memória perfeita, para nunca
ser destruído, para sempre parecer perfeito.

Bates levanta a mão para me calar.


— Ele não se esqueceu de você, querida. Confie em mim.

— É melhor assim. Ele pode se divertir com os meninos


e depois vir quando estiver pronto. Bear e eu somos um
pacote e somos um pacote intimidante — digo.

Eu deveria exigir que viesse para casa imediatamente e


deveria chutar sua bunda. Mas minhas inseguranças são
muito altas. Estou com muito medo, nervosa e perdida.

— Não sei como convencê-la LeeLee, não sei o que mais


posso dizer-lhe para mostrar que ele te quer. Vocês têm que
resolver as coisas. Eu te amo Lee, de verdade, mas não sei
mais como ajudá-la. — Bates sai, resmungando, exatamente
quando Tammy entra pela porta.

— Aconteceu alguma coisa? — ela pergunta,


observando-o arrancar com sua motocicleta.

— Pierce sai da prisão hoje. Bates acha que eu deveria


estar esperando na sede do clube por ele com Bear. Mas não
quero oprimi-lo e Candy está doente, então de qualquer
maneira preciso trabalhar. Bates não concorda — explico
antes de dar de ombros. Tammy assente.

— Você deve estar aterrorizada-ela diz suavemente.


Meus olhos encontram os seus.

— Estou. É hora da verdade. Será que nos quer, ou


vamos continuar a não existir para ele? Se nos ignorar,
agora, não é porque está na prisão e não quer nos fazer
passar por toda aquela porcaria, como alegou é porque
realmente, apenas não nos quer. — confesso. Tammy me
envolve em seus braços.
— Se ele não quiser você, então é um maldito idiota —
ela sussurra em meu cabelo. Eu balanço um pouco com o
riso, nunca ouvi Tammy amaldiçoar, nunca.

— Se não nos quiser, então vamos seguir em frente. Três


anos é muito tempo para esperar por alguém, mas por ele eu
esperaria para sempre se tivesse que fazer isso. Jesus sou
uma bagunça, nem sei mais o que estou dizendo — digo,
dando-lhe um sorriso triste e ela põe a mão na minha
bochecha.

— Porque você é uma menina que se apaixonou e ele


sempre será seu amor. Eu entendo. Sou o mesmo tipo de
garota, mas tive sorte. Meu marido se apaixonou e ficou preso
comigo, também. Espero que o seu Pierce seja assim — ela
sussurra. Não perco a dúvida brilhando por trás de seus
olhos. Ela pode ver o desgosto escrito em meu rosto e isso faz
meu coração doer com a autopiedade.

Agradeço Tammy por cuidar de Bear e ela me manda


sair. Estou contente por ter que trabalhar esta noite. Espero
que isso mantenha minha mente fora de Pierce, fora do que
está fazendo naquele clube.

Sei que Kitty ainda está lá. Ela me presenteia com a sua
presença cada vez que fechamos o clube de strip e temos uma
festa do clube.

Paro o carro no estacionamento do Devils Club e tento


me acalmar. Tento não o imaginar fodendo alguém sem
nome, sem rosto, uma prostituta do clube enquanto estou
trabalhando pra caramba. Tento não o imaginar de qualquer
jeito, porque se eu fizer, vou enlouquecer completamente.

Entro e começo a me preparar para a noite. Noites de


sextas-feiras são sempre loucas aqui e esta noite promete ser
exatamente igual. Observo silenciosamente quando as
strippers começam a chegar, seguidas pelos bartenders.

Alguns momentos depois, as portas se abrem e estamos


oficialmente em funcionamento. Espero que seja uma
daquelas noites insanas onde me esqueça de até mesmo fazer
uma pausa, porque aí não serei capaz de pensar sobre Pierce
e o que ele está fazendo.

Fury
Liberdade.

Finalmente.

Sorrio quando vejo Sniper, Dirty Johnny, Drifter e


alguns recrutas esperando do lado de fora dos portões do
inferno por mim. Há um caminhão com minha moto na
traseira e sorrio quando o recruta caminha para colocar uma
rampa. A porra da minha moto. Finalmente.

— Irmão — diz Drifter. Ele pega a minha mão antes de


me abraçar, dando um tapa nas minhas costas.
— É bom estar aqui fora, porra — murmuro, afastando-
me dele, apertando a mão de Dirty Johnny e depois Sniper.

Todos eles dizem que estão felizes em me ter de volta.

Então, Drift me dá meu colete e eu o coloco.

Porra.

Tão bom.

— Vamos dar o fora daqui e levá-lo para casa, irmão —


diz Drifter.

Concordo, então subo na minha moto e decolo.

Liberdade.

Finalmente.

É uma porra de jornada voltar para casa em Bonners


Ferry, Idaho. Oito horas normalmente, mas fizemos em sete,
em alta velocidade e não dando a mínima, porque estou
finalmente livre. Quando chegamos à sede do clube, não
estou chocado ao ver uma festa já em pleno vapor. Há
bocetas e irmãos em todos os lugares.

Sou bem acolhido por todo o clube e uma cerveja é


imediatamente empurrada em minha mão. Alguém tenta me
dar um baseado, mas não pego. Estou em liberdade
condicional por doze meses, incluindo testes de drogas
aleatórios.

A cerveja é uma coisa, mas erva no meu sistema? Não.

— Onde ela está? — Pergunto a Sniper quando senta


perto de mim no bar.
— Ela não queria ser rejeitada ou alguma merda. Estava
com medo de esperar por você aqui. Disse que iria vê-lo
quando você tivesse se instalado — ele me informa. Eu
concordo.

Kentlee está nervosa, com medo e não a culpo. Três


anos é um longo tempo para ficar sem contato e ela estava
sozinha. Sniper me disse que seu irmão só veio à cidade uma
vez e foi um idiota completo.

Aparentemente, os pais dela tentaram convencê-lo a


ficar do lado deles. Ele não aceitou isso muito bem. Agora, ele
fica longe da cidade, mas liga regularmente para verificar se
está bem.

Minha consciência está me dizendo para ir buscar a


minha mulher, para fodê-la no colchão, lembrá-la que sou o
dono dela.

Lembrá-la que sou seu homem.

Mas preciso acalmar minha bunda um pouco. Eu não


posso correr para ela. Se fizer isso, que tipo de idiota fraco eu
pareceria na frente dos meus homens?

— Bem, então vamos festejar — digo com um sorriso


largo, fingindo que não está me matando ficar longe dela.

Sniper balança a cabeça, atirando-me um olhar de pura


decepção.

Ele pode enfiar seu desapontamento no rabo dele, porra.

— Ei, vamos até Devils, mostrar o clube para o Prez, —


Bull grita.
Todos aplaudem. Eu tive atualizações sobre o clube de
Sniper. Está fazendo uma grana fodida e é um ótimo lugar
para festas. Peitos e bundas? Estou nessa. Há apenas um
corpo que quero em minhas mãos, mas não sou a porra de
um cego e preciso parecer solteiro para os meus homens até
decidir o que exatamente vou fazer com Kentlee. Se for
reclamá-la como minha mulher ou continuar a mantê-la
separada dessa vida.

— Tem certeza que você não quer voltar para casa? —


Pergunta Sniper. Balanço minha cabeça.

— Quero estar com a cabeça limpa para Kentlee. Vou


vê-la na parte da manhã — digo.

Eu deveria querer ir até lá para vê-la e quero, mas, meus


irmãos, isso é o que preciso agora. É tarde e Kentlee sem
dúvida está dormindo. Assim como Bear. Não quero
atrapalhar sua rotina. Deus sabe que a minha presença por
si só, provavelmente, fará com que Kentlee e eu entremos em
algum tipo de briga.

Também não quero ver o olhar de desgosto e decepção


no seu rosto, apontado diretamente para mim. Sei que ela
provavelmente me odeia que vai me dizer para ir-me foder. Eu
não posso ter isso esta noite. Não posso lidar com isso.

— Você deve ver a garçonete. Porra, ela é gostosa e o


traseiro dela me faz chorar. Continuo implorando-lhe para
dançar, mas ela se recusa. Porém vou usar aquela bunda um
dia destes — Bull divaga enquanto entramos no clube.

É insano.
Está lotado e há três palcos com bailarinas, além de
garçonetes e dançarinas no chão. É tudo o que imaginei
quando aluguei o espaço. Um sentimento de orgulho e
gratidão me enche ao ver minha ideia concretizada. Eu não
posso esconder o sorriso do meu rosto. Sniper se superou.
Sem ele, isto não seria o que é. Minha visão veio à luz e
graças a ele, não desapareceu e apodreceu comigo na prisão.

Sigo meus irmãos para uma mesa que está reservada.


Bull me informa que é sempre reservada para os Notorius
Devils.

Sniper queria ter certeza que qualquer membro teria um


lugar na casa. Eu ri, balançando a cabeça e meu cabelo
comprido cai no meu rosto. Isso me irrita, então rapidamente
faço um coque no topo da minha cabeça. Não o cortar tinha
sido minha pequena rebeldia no inferno.

— Onde está a cadela gostosa que você estava me


falando? — Pergunto a Bull. Ele me cutuca, erguendo o
queixo atrás de mim.

Viro-me e os meus olhos digitalizam a figura


caminhando na minha direção. Ela está com sapato de salto
alto vermelho brilhante e possui pernas longas e magras.
Está usando um minúsculo short preto que marca sua
cintura fina, o quadril é largo pra caralho. Minha boca saliva.
Meus olhos continuam até seus peitos e meu pau endurece
com a visão deles no pequeno sutiã que está usando como
um top. Então olho seu rosto e vejo vermelho.

Kentlee.
Kentlee é uma garçonete porra.

Em um clube de strip.

No MEU clube de strip.

Ela chega mais perto e eu continuo parado, seus olhos


se fixam em mim e seu passo vacila.

Vejo quando a cor drena de seu rosto lindo e ela


congela. Os caras estão gritando e chamando-lhe, mas ela
está congelada no lugar, olhando para mim.

Eu não consigo desviar o olhar.

Estou chateado e excitado, tudo ao mesmo tempo.

Pensei que minha atração poderia ter diminuído, como


se talvez eu imaginasse ela ser mais bonita, mais sexy e mais
quente do que realmente era. Achei que a tivesse construído
na minha mente. Claro que tinha fotos dela, mas nada se
compara à mulher que está na minha frente.

Após três anos, continua parecendo um sonho. Ela


parece resistente, durona e como uma pequena cadela sexy,
mas ainda consegue escorrer doce inocência.

Um anjo sujo.

— Fury — grunhi Sniper atrás de mim. Não tomo


conhecimento dele.

Eu não posso tirar os olhos dela.

Com certeza vou ter uma conversa com Sniper mais


tarde. Eu vou bater nele por permitir que a mãe do meu filho
trabalhe aqui, usando o que está vestindo. Mas agora, meu
pau está duro por ela e não consigo pensar em outra coisa
senão enterrar-me dentro de sua boceta.

— Eu preciso do seu escritório — Falo. Ele coloca uma


chave na minha mão com uma risada.

Levo apenas quatro passos para parar na frente de


Kentlee. Posso sentir seu perfume de flor de cerejeira.

Paro na sua frente sem dizer uma única palavra, então


me curvo e a levanto para cima de meu ombro antes de levá-
la embora.

— Pierce — ela suspira. Isso vai direto para o meu pau.

Sorte minha que o escritório não é muito longe.

Abro a porta antes de colocá-la para dentro. Fecho a


porta com um chute antes de me virar para trancar. Kentlee
está de pé, onde a deixei, com as mãos unidas e olhos baixos.
Ela está com medo e deveria ter mesmo.

— Que porra você pensa que está fazendo aqui? —


berrei.

Vejo quando ela se endireita e ergue sua cabeça.

— Trabalhando — ela bufa deixando sair sua insolência.

— Percebi isso, mas não respondeu à minha pergunta.


Por que, diabos você está trabalhando em um lugar como
este? — Grito, furioso e mais alto do que pretendia.

— A única maneira de o seu clube me ajudar foi me


empregar aqui. Poderia ser como dançarina ou garçonete.
Escolhi garçonete-ela diz, cruzando os braços.
Ela empurra seus peitos perfeitos, quase os derramando
para fora do top inexistente que está vestindo.

— Porque aqui? Por que não no escritório de Walker? —


Pergunto, tentando concentrar-me na conversa e não no meu
pau duro.

— Eu não posso sustentar um bebê sozinha, recebendo


salário mínimo, Pierce. Não seria capaz de pagar creche para
trabalhar por tempo integral e muito menos por todas as
horas extras que teria que fazer. Bates me ajudou, dando-me
este trabalho. Sem ele, não teria sido capaz de ficar em nossa
casa. Sem ele, não teria sido capaz de pagar as fraldas — diz
ela suavemente. Isso me irrita.

É minha culpa que ela está mostrando seus peitos e


bunda por dinheiro.

Eu odeio isso.

— Sniper poderia ter ajudado você até eu sair. Presumi


que era o que ele estava fazendo, de qualquer maneira. Todos
os meus ganhos do clube estão no cofre. Por que você está
aqui fora parecendo uma prostituta? — Pergunto.

Seus olhos se alargam, antes de se estreitarem em mim.


Estou sendo um idiota, mas esta é a minha doce Kentlee, ela
não é uma prostituta do clube.

— O seu clube não sabia quem diabos eu era, Pierce.


Eles não queriam cuidar de mim e eu não vou mendigar
qualquer ajuda de ninguém. Sou uma adulta, tive que
assumir a responsabilidade por mim e pelo meu bebê. Eu não
tinha ninguém. Bates me ajudou, ele me deu este trabalho,
um trabalho que eu ralo pra caramba para ganhar o meu
próprio dinheiro.

— Você acha que quero vestir isto e ter caras agarrando


minha bunda toda noite? Que foi assim que imaginei a minha
vida? Você acha que eu queria cuidar de um bebê por minha
conta? Dar à luz a ele sozinha sem saber se você ainda se
importava com a gente? Não se atreva a castigar-me por
colocar comida na mesa, por pagar o aluguel e por cuidar do
nosso bebê — ela grita seu rosto ficando vermelho brilhante.

Dou um passo em direção a ela, incapaz de parar.

Envolvo minhas mãos ao redor de sua cintura e a puxo


para mim. Meus lábios tocam os dela e os tomo asperamente.

Estou tomando o que é meu.

Sinto seus pequenos punhos no meu peito, por cerca de


um segundo, seu corpo rígido até minha língua deslizar para
fora e traçar seus lábios. Então ela derrete.

Ela derrete por mim como fez há três anos. Suas mãos
deslizam para cima do meu peito e se agarram ao meu
cabelo. Seus seios macios pressionam contra o meu peito e
ela geme.

Eu estou pronto.

Essa mulher é minha.


Kentlee
Pierce está me beijando.

O babaca está me beijando e eu adoro isso.

Senti falta disso.

Palavras não podem descrever como me senti no


momento em que meus olhos pairaram sobre ele. Eu podia
ver o choque, a surpresa e em seguida, a fúria passar pelo
seu rosto. Este é o último lugar que ele esperaria que eu
estivesse e não dou a mínima.

A atração que temia que fosse uma coisa da minha


imaginação não era.

Meu corpo inteiro se inflamou no instante em que meus


olhos notaram o rosto dele. Ainda o quero, suplico por ele.
Pierce está maior e seu cabelo, meu Deus está longo e
bagunçado, selvagem e absolutamente magnífico.
Admito que, no início, sentia vergonha de trabalhar no
Devils Club, mas agora, já aceito que essa é minha vida.

Como posso sentir vergonha por colocar comida à mesa


para o meu bebê?

Como posso sentir vergonha por colocar um teto sobre sua


cabeça?

Eu não posso sentir vergonha.

Não estou fazendo nada ilegal e mantenho minhas


poucas roupas no lugar, ou pelo menos foi o que fiz até Pierce
entrar por aquela porta. Agora gostaria que elas pudessem se
desintegrar.

Eu gemo dentro assim que sua língua invade a minha


boca. Firme, quente e úmida. Sinto meu corpo todo como se
fosse explodir.

Chego mais perto dele, precisando de mais, precisando


de tudo o que pode me dar. Faz muito tempo desde que fui
tocada por ele. Três anos e uma semana.

Pierce arranca sua boca da minha, enquanto beija meu


pescoço, sua língua ziguezagueando pela minha pele até
chegar no alto do meu peito.

— Pierce — suspiro quando sinto seus dentes morderem


a carne do meu peito.

— Tire a roupa para mim, quero ver o que tenho


sonhado nesses últimos três longos anos — ele ordena e dá
um passo para trás.
Suspiro e lentamente tiro meu pequeno e sexy shorts
antes de desatar o sutiã. Estou completamente nua, exceto
pelo salto alto que faz maravilhas para minhas pernas pois o
resto de mim não é tão firme e sexy como costumava ser,
então preciso de toda ajuda que puder ter.

Deveria estar gritando, puta da vida com a forma como


ele lidou com os últimos três anos. Como nos abandonou,
recusando a se comunicar de forma alguma. Mas meu corpo
está muito aceso para se preocupar com essa porra agora.
Tudo o que posso pensar é como será bom sentir seu pau me
preenchendo toda.

Os olhos de Pierce examinam o meu corpo e param na


minha cicatriz, na cicatriz da cesariana. Movo minhas mãos
para cobri-la, odiando que a minha barriga não é mais lisa e
provavelmente nunca mais será. Fiz agachamentos, yoga e
pilates, mas ela nunca mais foi a mesma.

Suspiro quando suas mãos tiram as minhas e seus


dedos percorrem minha cicatriz. É da finura de um fio de
cabelo, mas me dá cócegas quando é tocada, uma sensação
estranha que parece que nunca vai sumir.

— Sniper não me contou como foi o parto — ele


murmura antes de olhar para mim. Eu vejo seus olhos
brilhando com lágrimas não derramadas.

— Bear era grande e meu corpo não tinha passagem.


Depois de vinte horas, ele precisava sair. Era a única maneira
— admito, tentando conter minhas próprias lágrimas.
Pierce cai de joelhos e beija o meio da minha cicatriz,
logo acima da minha boceta.

— Deveria estar lá com você. Estraguei a porra toda,


gatinha. Você pode me perdoar? — ele pergunta enquanto
pressiona a testa contra o meu estômago.

Eu deveria dizer não. Dizer para ele ir se foder.

Deveria dizer um monte de coisas.

O que eu não deveria fazer é passar meus dedos em seu


cabelo e puxar a cabeça dele para trás para que os nossos
olhos se encontrassem. Seus olhos cinzentos me possuem.
Um olhar e eu sou dele, sempre e para sempre. Sei disso,
então não deveria olhá-lo. Não deveria pegar sua mão e
colocá-la no meu peito, perto do meu coração. Última coisa
que deveria fazer é abrir meu coração para ele.

Mas faço isso mesmo assim, me entrego.

— Estive triste, deprimida, nervosa pra caralho e


decepcionada nos últimos três anos. Mas você ainda me
possui. Você possui meu coração. Eu sou sua, sempre. Irei
sempre te perdoar, mas nunca me deixe assim de novo. —
sussurro nas últimas palavras, porque mal consigo falar com
o nó de emoções na minha garganta.

Pierce fica em pé e me levanta agarrando minhas coxas


e me carrega até o sofá do escritório. Ele me coloca no sofá e
aconchega seu quadril entre as minhas coxas.

— Nunca vou deixá-la de novo, gata. Você é minha. Viver


sem você é uma grande tortura — ele diz.
O nariz de Pierce passa ao lado do meu, então se move
pelo meu pescoço descendo para o meu peito. Gemo quando
seus lábios envolvem meu mamilo e seus dentes passam na
ponta dele. Grito quando ele suga meu peito e então ele age
como uma fera que foi solta.

Pierce agarra a parte interna das minhas coxas e as


separa bruscamente.

Grito quando sua boca cobre minha boceta e sua língua


pressiona meu clitóris. Seus dedos entram entre as minhas
pernas e eu me empurro para perto dele. É tão bom.

Meu Deus, sua língua é tão boa como um paraíso.

Pierce desliza sua língua para dentro de mim. Ele me


fode com a sua gloriosa boca. Minhas mãos chegam ao seu
cabelo e puxo o prendedor para que possa afundar meus
dedos em seus longos cabelos loiros escuros.

Quando ele fecha seus lábios em volta do meu clitóris e


suga enquanto desliza dois dedos dentro de mim, eu aperto
meus próprios dedos em seus cabelos e puxo-o para mais
perto.

— Pierce — gemo alto e sem pudor.

Eu senti falta dele, do seu toque e do jeito que ele me faz


sentir.

— Preciso entrar aí — ele murmura enquanto beija


minha barriga.

Minha boceta está pulsando. Também preciso dele


dentro de mim. Estou tão perto de explodir.
Sinto suas mãos mexendo dentro da calça enquanto
provo meu sabor em seus lábios. Ele fica mais duro e maior
antes de ir para dentro de mim. Estremeço com a intrusão.
Já se passaram três anos desde a última vez que tive relações
sexuais e isso arde.

— Pierce — ranjo meus dentes. Ele olha para mim, seus


olhos com uma mistura de desejo e necessidade.

— Você está bem? — ele pergunta, com sua respiração


pesada e irregular.

— Você precisa ir um pouco devagar — imploro,


enquanto as lágrimas escorrem dos meus olhos.

Sinto seu peito trepidar contra o meu, mas não diz uma
palavra. Ele lentamente desliza para fora do meu corpo antes
de voltar para dentro. Consigo perceber sua contenção em
cada movimento e isso me faz me apaixonar por ele um pouco
mais.

Levanto a minha cabeça e beijo seus lábios. Ele não


para com o lento movimento de vai e vem. Quando toca o
meu clitóris enquanto entra totalmente dentro de mim, eu
choramingo. Sua língua invade minha boca, com movimentos
firmes, imitando a maneira como seu pênis desliza para
dentro e para fora de mim.

A dor se foi e agora, agora é tão gostoso.

Meu Deus, eu tinha esquecido. Como poderia ter


esquecido disto não sei. Levanto uma das minhas pernas e
ele passa seu braço embaixo do meu joelho para me abrir
ainda mais para ele. Movo meu quadril para cima enquanto
ele se move para baixo e toca seus lábios nos meus, deixando
escapar um gemido baixo.

— Mais forte Pierce — imploro. Ele não pergunta se


tenho certeza, não pensa duas vezes e faz exatamente o que
lhe imploro.

Ele me fode com força.

Minhas unhas cravam cada vez mais em suas costas à


medida que fico mais perto de gozar. É muito bom, bom pra
caralho. Grito enquanto seu quadril bate no meu, sua pélvis
roçando contra o meu clitóris. Cada centímetro de seu corpo
suado que toca no meu está extremamente quente.

— Diga meu nome — ele resmunga com gotas de suor


do seu rosto caindo no meu peito.

— Pierce — grito enquanto gozo.

Meus braços o puxam para mais perto de mim, envolvo-


me em torno dele e minha boceta engole seu pênis.

— Caralho — ele rosna enquanto seu pau tem espasmos


e sua porra me preenche.

Nós não dizemos uma palavra sequer.

Pierce deita em cima de mim, ainda vestindo sua calça,


mas arriada em torno da sua bunda e eu estou
completamente nua. Deveria me importar que ele nem sequer
se deu tempo de tirar toda a roupa. Mas não me importo. Eu
precisava do seu toque, saber que ele ainda me quer.

— Te amo, gatinha — ele murmura no meu ouvido, me


deixando chocada.
— Você me ama? — pergunto segurando seu rosto
barbudo. Seus olhos penetram nos meus enquanto ele se
inclina para frente.

— Sempre te amei. Desde o momento em que a vi indo


em direção ao seu carro fodão, vestindo seu pequeno
conjunto de secretária. Sabia que tinha que tê-la, sabia que
você seria minha ali mesmo — ele diz em um tom sereno.

Meu coração incha com suas palavras.

Eu sabia que ele seria um problema no momento em


que lhe vi, mas o queria assim mesmo. Deveria me
arrepender de tê-lo conhecido. A maneira como ele havia
ocupado meu tempo antes de ter sido arrancado da minha
vida, ter me deixado sozinha com um bebê e ter se recusando
a entrar em contato comigo. Eu deveria me arrepender de
tudo que fosse relacionado a Pierce, odiá-lo, mas não consigo.

— Por que você não entrou em contato comigo nos


últimos três anos? — pergunto.

Pierce imediatamente sai de cima de mim e


instantaneamente perco a sensação dele. Vejo puxar a calça
sobre seu quadril e se jogar de costas contra o sofá, fechando
os olhos. Por um momento, não acho que vai me responder.
Em seguida, ele abre a boca e começa a falar.

— Esse lugar era um inferno do caralho. Eles lhe dizem


o que fazer e como fazer. Você é vigiado a cada segundo de
cada maldito dia. Eles ordenam quando deve comer, cagar,
tomar banho e até quando respirar naquela porra. Não te
queria lá, que me visse daquele jeito. Mas acima de tudo, não
queria que minha linda e inocente Kentlee, grávida do meu
bebê, andasse pelos portões do inferno. Sou um babaca por
ter cortado toda forma de contato. Eu sei. — ele abre os olhos
e finalmente, se vira para mim e vejo claramente a angústia
estampada em seu rosto antes que continue.

Ele chega perto de mim e me puxa para o seu colo antes


de enterrar seu rosto no meu pescoço, inalando meu cheiro.
Inspirando-me. Sinto seu corpo tremendo encostado ao meu
e isso faz partir meu coração. Como deve ter sido ficar
naquele lugar horrível, eu não tenho ideia.

— Se tivesse ouvido a sua voz, teria implorado para que


fosse me ver. Se tivesse lido uma palavra de suas cartas, teria
implorado para que fosse lá. Tive que cortar tudo, gatinha.
Eu precisava tanto de você, queria tanto te ver. Não se
passou um segundo sequer sem que você e o Bear estivessem
nos meus pensamentos. Pensei em vocês constantemente.
Snipe me dava suas fotos e notícias, mas mais do que isso
não aguentaria — ele diz no meu pescoço, incapaz de levantar
o rosto. Então sinto a umidade atingir minha pele e sei que
ele está chorando.

— Você não podia mostrar fraqueza lá, certa? —


pergunto, entendendo o que já sabia o tempo todo.

Entender e aceitar são duas coisas diferentes, embora eu


ainda não aceite a maneira como Pierce lidou com a situação,
sei que foi o melhor para ele.

— Não. Não podia, porra — ele desabafa. Toco seu


ombro, o que faz saltar e levantar a cabeça para me encarar.
— Nunca mais, Pierce. Nunca mais me ignore assim de
novo. Eu não vou aceitar isso. Estou tentando te perdoar,
embora provavelmente não devesse, mas não posso viver
assim novamente. Você pode ter precisado manter-me à
distância, mas eu precisava de apoio, ajuda emocional.
Precisava do seu conforto e não tive nada — começo a chorar.
Não posso mais me conter e Pierce olha para mim como se eu
fosse uma coisa de outro mundo.

— Você queria me ver lá? — ele pergunta. — Quero


dizer, Sniper me disse que queria me ver, mas lá dentro? Não
achei que você realmente queria entrar por aquelas portas.

— Entendo o porquê você não me queria lá. Mas eu


precisava falar contigo, escrever-lhe ao invés de ter que pedir
para Bates te mandar uma maldita mensagem — digo
agressivamente. Ele segura meus ombros e me puxa contra
seu peito.

— Fiz muita merda, querida — admite.

Eu concordo plenamente.

Ele com certeza fez.

— Agora, você tem que compensar o tempo perdido —


murmuro. Ele olha para mim.

— Tenho?

— Porra, claro que sim. E eu quero que me reclame na


frente do clube — digo com convicção.
— Um passo de cada vez, gatinha. Agora, vou te levar
para sua casa. Hoje foi seu último dia aqui — diz
severamente.

Levanto-me, vestindo-me rapidamente.

— Eu acho que não — me oponho enquanto coloco meu


sutiã e subo o meu short pelas pernas.

— Ah sim, claro que sim porra. Estou de volta agora, o


que significa que vou cuidar de você e do Bear - ele diz.

— Eu não vou ser largada sem nenhum centavo e


sozinha novamente, Pierce. Vou continuar trabalhando. Sinto
muito se você não gosta disso, mas realmente não me
importo — digo enquanto calço meu salto alto.

— Cuidado, Kentlee — adverte. Ele envolve meu bíceps


com a sua mão e me puxa contra seu peito, minhas costas
batem contra seu corpo duro.

Estou pronta para encerrar essa conversa. Não importa


o que ele me diga, não vou largar o meu trabalho.

— Você não pode voltar e começar a controlar a minha


vida — digo, tentando me libertar da sua mão.

Ao invés disso, ele envolve um de seus braços ao redor


do meu peito, o outro passando pela minha cintura em torno
de meu quadril.

— Eu sou seu homem, Kentlee. Você não vai ficar


mostrando seus peitos e sua bunda para um bando de
babacas tarados toda a noite. Estou exigindo que você pare
com essa porra agora. Se Sniper já tivesse me falado em
primeira mão, já teria exigido antes. Você pode encontrar
outra coisa para trabalhar — ele fala diretamente no meu
ouvido. Um arrepio percorre minha coluna.

— Você não tem o direito — digo, lutando contra suas


mãos. Em algum momento ele me solta.

— Ah, sim. Tenho sim, porra — diz ele, cruzando os


braços sobre seu peito largo.

— Não, você realmente não tem. Tenho cuidado do Bear


e de mim sozinha. Você não pode chegar agora e começar a
mandar na forma como vivo. Recuso-me a deixar que faça
isso — digo, aumentando o tom da minha voz até chegar a
um grito no final do meu discurso.

— Esta é exatamente as boas vindas que eu queria


Kentlee. Obrigado pra caralho. Obrigado por reiterar que
estraguei a porra toda. Obrigado por me informar que tem
feito tudo, porque não pude fazer nada para você, caralho.
Vai para sua casa, vamos terminar essa conversa depois
quando eu tiver esfriado a cabeça — ele diz.

Seu olhar está ausente de qualquer emoção. Sinto-me


como uma vadia. Deixei minhas emoções comandarem a
minha boca e o magoei. Já o deixei puto. Mas estou puta
também. Tenho o direito de estar tão irritada quanto ele.
Talvez até mais.

— Pierce — sussurro. Ele balança a cabeça.

— Pegue suas coisas e vou te acompanhar até a saída —


ele ordena decidido.
Calo-me, caminho até o bar, pego minha bolsa e o
casaco e vou em direção à saída. Posso sentir que Pierce está
atrás de mim. Ele está perto, mas não está encostando-se ao
meu corpo. Já sinto falta do seu toque. Só o tive por alguns
minutos e já estraguei tudo.

— Onde está seu carro? — ele resmunga por trás de


mim.

Suspiro antes de apontar para o meu pequeno sedan


que está estacionado bem abaixo do poste do
estacionamento. Chego cedo todas as noites para que possa
pegar a vaga mais segura.

— O que é isso? — ele pergunta, olhando para o meu


carro como se fosse à coisa mais nojenta que já viu.

Justo, não é o carro mais bonito do mundo, mas é


limpo, funciona bem e é quase novo. Não é nenhuma
maravilha de carro, mas me sinto abençoada por ser bom do
jeito que ele é.

— Meu carro — digo encolhendo os ombros.

Continuo caminhando para o lado do motorista e pego


minhas chaves. Pierce me empurra contra a porta antes de
eu perceber o que está acontecendo.

— Cadê a porra do Camaro? — ele ruge seu nariz


tocando o meu.

— Tive que vendê-lo — murmuro, enquanto meus olhos


se enchem de lágrimas novamente.
— Caralho! — ele reclama. Fecho bem os meus olhos
antes de abri-los e explicar.

— Não tinha como mantê-lo tendo que pagar a casa,


quando você se foi. Tive que escolher. Eu estava fazendo
muitas horas extras e mal conseguia respirar, estava ficando
atolada. Vendi uma semana depois que você foi condenado.
Tive que escolher entre o carro e o aluguel. Não foi nada
demais — dou de ombros, com a minha voz tremendo a cada
palavra.

— Você adorava aquele carro — ele diz, dando um passo


para trás e passando a mão pelo seu cabelo bagunçado.

— Amo meu bebê e nossa casa — confesso. Seus olhos


focam nos meus, a raiva de antes se foi e agora a tristeza
toma o seu lugar.

— Garota — ele murmura, cobrindo minhas bochechas


com as suas mãos ásperas.

— Temos muito que resolver ainda, Pierce — murmuro,


incapaz de desviar o olhar de seus olhos cinzentos. Eles estão
focados em mim, é hipnotizante.

— Sim, nós temos — ele admite. Seus lábios tocam


suavemente os meus enquanto sua mão desliza para segurar
a minha nuca.

— Quero que a gente se resolva. Eu quero mais de nós


— sussurro contra seus lábios. Quero meu sonho, droga.
Quero a minha família feliz. A mão de Pierce entra no meu
casaco e agarra minha cintura, me puxando para mais perto
dele.
— Não tem maneira alguma de não nos resolvermos,
gata. É você e eu. Pode tentar lutar contra o quanto quiser,
não importa. Vou lutar de volta e você não vai a lugar algum
— ele explica, pressionando seu pau duro contra minha
barriga.

— Pierce — suspiro surpresa que ele está duro


novamente.

— Não posso evitar. Você me faz ficar duro o tempo todo


— ele resmunga, pressionando seus lábios nos meus.

Ele puxa o meu cabelo para baixo e minha boca se abre,


estremeço antes de sua língua invadir minha boca. Ergo
minhas mãos para agarrar seus longos cabelos e apertá-los
com força, pressionando meu corpo ainda mais para perto do
dele.

— Caralho — ele sibila com dificuldade.

Seus lábios percorrem meu pescoço até a parte superior


do meu peito, lambendo antes de sugar minha pele
suavemente.

— Por favor — imploro. Eu quero mais, de novo.

— Não vou te comer no estacionamento de um clube de


strip, querida — ele murmura contra meu pescoço beijando-o
antes de chegar aos meus lábios.

— Venha para casa, Pierce — faço o meu melhor para


convencê-lo.

— Casa — ele suspira.

— Sim, casa — reitero.


— Sim, garota, eu vou para casa — ele concorda antes
de recuar e abrir a porta para mim.

Assim que entro no carro, ele gentilmente fecha a porta


e o vejo caminhar até sua moto e ligá-la. Eu sorrio para mim
mesma enquanto dirijo saindo do estacionamento.

Estou feliz, não radiante, mas feliz.

Pierce está de volta e ele está vindo para casa.

Temos muito para resolver, mas ele está voltando para


casa e isso é o mais importante agora. Todas as outras
merdas podem esperar. Amanhã de manhã, ele vai conhecer
o filho dele, mas esta noite, eu o tenho só para mim. Planejo
usar e abusar desse corpo que senti tanta falta nos últimos
três longos anos.

Fury
Sigo atrás daquele carro barato de merda da Kentlee,
ainda com raiva que ela vendeu aquele carro fodão. Não estou
com raiva dela. Não, estou puto comigo mesmo. Por que não
posso simplesmente declará-la como minha, botar minha
marca nela e acabar com isso? Ela até me pediu para fazer
isso, disse que queria ser minha.

Algo está me segurando, embora eu ainda não consiga


descobrir o que é. Gostaria de saber, porque não posso deixá-
la desprotegida novamente. Estraguei a porra toda dessa vez,
mas não sou tolo o suficiente para pensar que ela vai ficar me
esperando se isso acontecer de novo.

Chegando na garagem, estaciono ao lado do carro dela e


desligo a minha moto. Estou nervoso. Nervoso por entrar na
minha própria casa. É justo, só passei algumas noites aqui,
mas ainda é minha. Observo como ela caminha até mim e
pega a minha mão antes de entrarmos.

Há uma senhora sentada no sofá, lendo. Percebo que


deve ser quem Kentlee deixa tomando conta do Bear. Ela olha
para cima sorrindo antes de me notar e seu rosto ficar em
choque.

— Tammy, este é o Pierce, o pai do Bear — anuncia


Kentlee.

Irrita-me muito o fato dela me anunciar apenas como


pai do Bear e não como o seu homem. Ranjo meus dentes e
tento não estourar com ela por causa disso. Não deveria ficar
puto com qualquer coisinha. Sinto-me no limite.

A mulher é mais velha, em torno da idade do meu pai e


estende a mão para me cumprimentar. Eu a cumprimento e
tento sorrir para ela, mas não estou me sentindo muito
amigável. Estou numa mistura de irritado com tesão, o que
não é nem um pouco culpa desta senhora.

— Prazer em conhecê-lo, Pierce. Bem, Kentlee é melhor


eu ir agora. Bear foi um anjo, como sempre. Se precisar de
mim de novo, fale comigo, tudo bem? — diz ela, envolvendo
os braços ao redor de Kentlee em um abraço.
Quero dizer a ela nunca, que nunca Kentlee vai precisar
dela novamente porque não vai mais trabalhar naquele lugar,
mas me retraio.

Eu me sinto como um maldito santo por segurar tanto a


minha língua nos últimos dez minutos.

— Sou apenas o pai do Bear, então? — pergunto a


Kentlee enquanto ela tranca a porta da frente.

— Foi a maneira mais fácil de explicar. Tammy sabe


quem você é e onde esteve — ela fala um pouco mais alto.

Ignoro a baboseira dela e vou para o quarto. Olho em


volta e é como se fosse um espaço completamente diferente.
Agora está decorado, um edredom preto com travesseiros
beges, quadros com pinturas em tom vermelho sangue nas
paredes. Não presto atenção para saber o que são as
pinturas, estou muito puto e excitado.

— Pierce — fala enquanto tranca a porta do quarto.

— Eu não quero falar mais nada. Vou acabar te


irritando e você só vai me irritar também. Vamos foder e
dormir. Amanhã você pode me irritar tudo de novo — anuncio
e começo a tirar minhas roupas.

Estou exausto pra caralho. O longo caminho de moto


até aqui e a adrenalina que está passando pelo me corpo o
dia todo, finalmente tomaram conta de mim.

— Tudo bem — ela resmunga enquanto tira a merda do


uniforme.

— Fica de quatro — ordeno.


Com uma bufada e os olhos estreitos, ela faz exatamente
o que ordeno. Sobe no centro da cama e desliza para frente.
Há mais uma coisa que tenho que saber antes de transar com
ela. Eu sou idiota de ainda perguntar, mas não vou conseguir
dormir sem saber.

— Você fodeu com mais alguém enquanto estive fora? —


murmuro, com minha voz baixa.

Não queria perguntar, mas preciso saber a resposta. Ela


se levanta, fica de joelhos e se vira para me encarar.

— Você está realmente me perguntando isso, Pierce? —


porra, ela parece magoada e isso me mata.

— Regra não escrita no meu mundo, gata. Quando seu


homem é trancafiado, você fica livre — resmungo. Ela toma
minhas bochechas barbudas em suas mãos, seus olhos
focados nos meus.

— Nunca. Eu nunca conseguiria ficar com outro


homem. Sou sua, Pierce. Só sua — ela sussurra.

Ela move seus dedos frios em meus cabelos, algo que se


tornou um hábito e adoro.

— Ficamos muito tempo longe um do outro e você tinha


necessidades. Eu tentaria ser compreensivo — digo. Ela bufa.

— Está bem, sei. — diz antes de roçar seus lábios nos


meus. — Eu sou uma menina crescida, Pierce. Sei conter
meus impulsos. Além disso, não tinha muito tempo para
homem algum enquanto estava trabalhando e sendo mãe —
ela sorri, abrindo os lábios em um meio sorriso.
De repente, imagens dela se tocando passam pela minha
mente. Isso eu tenho que ver.

— Mostre-me — digo com tesão.

— Mostrar para você? — ela pergunta.

— Sim, garota. Mostre-me como conteve seus impulsos?


— sorrio, segurando sua bunda maravilhosa.

— Quer que eu me masturbe para você? — ela pergunta


com os olhos arregalados e inocentes, me enchendo de tesão.

— Sim. Passe seus dedos nessa boceta para mim, gata.


Se alivie — suavemente exijo. Ela treme em meus braços
antes de me beijar no queixo e em seguida, se deitar na
cama.

Kentlee me dá um show. Ela se toca para mim, seus


seios, sua boceta e seu clitóris. Caralho, eu quase explodo
antes mesmo de entrar nela, que tesão. Seus pequenos
gemidos ecoam pelo quarto antes de bater com meu pau em
sua boceta molhada transformando seus gemidos em gritos.
Esgotamos-nos até desmaiar.

De manhã, antes mesmo do sol se levantar, acordo


assustado com um pesadelo. Deslizo meu pau dentro da
boceta dela a como de novo, fazendo gozar novamente, antes
de apagar com meu pau ainda dentro dela.

Isso é o paraíso, porra.

Um sonho do qual nunca mais quer acordar.


Kentlee
Saio dos braços de Pierce e pego meu telefone para
verificar a hora. São cinco e meia, o que significa que tenho
cerca de cinco minutos antes do Bear acordar e começar o
dia. Rapidamente vou ao banheiro e me lavo da noite
anterior.

Pierce estava insaciável e a dor entre as minhas coxas é


a prova disso. Sorrio enquanto pego um shorts e um top para
trocar de roupa. Com muita calma e fazendo silêncio saio do
quarto para que ele possa dormir.

Assim que estou na cozinha, preparo uma xícara de café


e aguardo ouvir os pequenos passos pelo chão me alertando
que meu monstrinho está acordado. Pego meu café e sento-
me à mesa da cozinha. Tomo um gole do meu delicioso café e
ouço os sinais de que Bear já se levantou.
Ouço o barulho dos seus pés batendo contra o chão
antes de vê-lo. Seus olhos se iluminam, logo que eles
encontram os meus e em seguida, se joga em meus braços
que o estão aguardando. Eu o pego e coloco no meu colo
enquanto se aconchega no meu peito e coloca o dedo na boca.

Nosso ritual matinal. Adoro isso.

— Bom dia, bebê Bear — murmuro contra o seu cabelo


loiro.

— Oi, mamãe — ele diz, antes de levantar a cabeça e me


dar um olhar pidão de cachorrinho.

— Mamaaaaa — ele implora. Meu coração se derrete.


Leite. Meu homenzinho adora seu leite.

— Claro, meu anjo — murmuro, me levantando e


colocando-o sentado na minha cadeira enquanto pego uma
xícara de leite.

Assim que tenho resolvido a questão do leite e ele está


novamente no meu colo, ouço o barulho de pigarro que vinha
da porta. Levanto a cabeça e vejo Pierce de pé na entrada da
cozinha, com um olhar preocupado. Ele não precisa se
preocupar. Fiz dele praticamente uma lenda aos olhos de
Bear. Falei tanto dele. Tinha receio de que Pierce não
gostasse de nós e que teria que explicar isso eventualmente
para Bear. Talvez eu tenha sido uma idiota por tê-lo
endeusado tanto e o tornado praticamente uma figura mítica,
mas queria que recebesse bem o Pierce no caso dele voltar
para casa, para gente.
— Bear, olha quem está aqui. — aperto sua coxa e
aponto para o outro lado do cômodo.

Bear fica em silêncio por um segundo antes de eu ouvir


a sua respiração entrecortada. Então ele diz a palavra que
tenho ensinado a ele desde o dia em que nasceu. A palavra
que tenho em uma moldura com uma foto dele, uma imagem
de merda que Bates me deu de uma festa de anos atrás.

— Papai — ele chora.

Bear se escorrega para sair do meu colo e corre em


direção ao Pierce, jogando seu pequeno corpo na direção dos
braços do Pierce que o aguardam.

Pierce o levanta e Bear envolve seus braços em volta


dele, enfiando o rosto em seu pescoço. Não consigo me conter
e me derramo em lágrimas com a cena. É tão bonito, simples
e maravilhoso, tudo ao mesmo tempo. Seus olhos encontram
os meus acima da cabeça de Bear e ele sussurra — Obrigado
— para mim.

Eu não penso. Levanto-me e envolvo meus braços em


torno dele e do Bear. Enfio meu rosto no outro lado do
pescoço e os meus lábios vão em direção ao seu ouvido.

— Não, obrigada você, Pierce. Você me deu ele —


sussurro entre meus soluços.

Ficamos assim, nós três, pelos próximos cinco minutos.


Então, a cabeça de Bear se levanta e ele avisa que está com
fome.
Pego Bear e o coloco em sua cadeira antes de começar a
pegar os ingredientes na geladeira e na dispensa para o café
da manhã.

— Ovos, torradas e bacon tudo bem? — pergunto ao


Pierce enquanto ele se senta em frente ao Bear na mesa da
cozinha.

— Sim, gatinha, soa muito bem — ele diz, com sua voz
gentil e suave.

Vou preparando o café da manhã, dando ovos e torradas


ao Bear, enquanto frito o bacon.

— Porra, você é incrível — Pierce sussurra em meu


ouvido enquanto suas mãos envolvem minha cintura.

— Sou não, sério — rio enquanto viro um pouco de


bacon na panela.

— Garota, você realmente é. Ele é tão perfeito, porra —


ele murmura.

Viro a cabeça ligeiramente para beijar seu queixo.

— Ele é, não é? Ele é a melhor parte de cada um de nós,


Pierce — murmuro.

— Claro que é — resmunga, dando um beijo no meu


ombro, agarrando o prato de bacon do balcão e sentando-se a
mesa. Pego o restante e levo para a mesa, sentando-me ao
lado dele, entre os meus dois rapazes.

— Case-se comigo — Pierce deixa escapar no momento


que estou dando a primeira mordida no bacon.
— O quê? — pergunto, voltando-me para ele em estado
de choque.

— Case-se comigo, seja minha mulher perante o clube,


use minha aliança e minha marca em sua pele — diz ele.

Fico olhando para ele em choque.

Na noite passada, ele ignorou o meu pedido para ser


reivindicada, parecia não querer oficializar que estamos
juntos.

— Sério mesmo? — pergunto. — Por quê? — acrescento.

— É assim que tem que ser. Isto é o certo. Você, eu e


Bear. Não parecia certo antes, algo estava me segurando, mas
eu não sabia o que era. Agora, com você e o Bear aqui ao meu
lado, eu sei que isso é o certo — diz antes de dar uma
mordida na torrada.

É como se Pierce estivesse me oferecendo o meu sonho


numa bandeja de prata. Casamento, família e amor. Tudo
embrulhado com um laço em cima. Como posso recusar essa
oportunidade? Eu seria uma covarde em aceitar isso depois
de tudo o que aconteceu nos últimos três anos?

No entanto, se recusar, vai perdê-lo. Eu vou perder a


realização do sonho que ele está me oferecendo. Pierce não é
o tipo de homem que aceitaria um não e ficaria ao meu lado.
De maneira alguma posso pedir-lhe um tempo para pensar.
Seu orgulho não vai permitir que ele fique. Orgulho desse
homem é absolutamente irritante.
— Você realmente me quer? — pergunto em meio ao
tremor dos meus lábios.

Eu mereço ser feliz? Ter os meus sonhos realizados?


Mantive-me fiel a ele, apegada a fios de esperança de que
seria exatamente assim, que acabaríamos ficando juntos.
Mesmo tendo ocorrido mais cedo do que esperava como posso
correr o risco de perder tudo isso?

— Sempre quis você, querida — ele murmura. Balanço


minha cabeça, há mais uma coisa que eu preciso perguntar a
ele.

— Mas não publicamente. Agora você quer que eu seja


sua, diante do seu clube e diante do mundo? — pergunto.

— Claro que sim, porra. Eu quero que todos saibam que


você é minha — ele rosna.

Levanto-me e passo meus braços em volta do pescoço


dele enquanto jogo minha bunda no seu colo. Não posso
deixar de dizer que sim. Mesmo se isso terminar em um
desastre completo, pelo menos eu vou ter provado um
pouquinho do meu sonho.

— Eu te amo, Pierce. Sim, eu vou me casar com você —


digo, sorrindo para ele com os olhos lacrimejando.

— Porra, claro que vai. — ele sorri e é um sorriso


sincero, grande e bonito. — Seu sorriso ilumina a sala,
querida — ele diz, empurrando meu lábio inferior com seu
polegar.
— Fico feliz que você não quer mais que eu seja seu
segredinho sujo — murmuro. Seus olhos se estreitam e sua
mandíbula retrai antes de abrir a boca para falar.

— Tenha certeza de uma coisa, Kentlee. Você nunca foi


e nunca será um segredo sujo para mim. Eu sempre fui
satisfeito para caralho te tendo na minha cama. Não queria
que entrasse para a vida do clube, porque não achava que
você fosse durona o suficiente. É preciso ser muito durona
para estar ao lado de um homem como eu pela vida toda. E é
assim que seria para a vida toda. Não tinha certeza se queria
mulher alguma para sempre comigo, gatinha — ele admite
enquanto seu polegar continua passando pelo meu lábio
inferior.

— Você acha que eu sou durona o suficiente agora? —


pergunto rapidamente.

— Sei que é. Você lidou com muita merda enquanto


estive fora e tirou de letra — diz ele. Eu bufo.

— Nem tanto assim — murmuro.

— Você não surtou. Manteve a porra da linha e cuidou


de tudo. Não saiu porta a fora se vendendo como uma puta.
Porra tirou de letra sim — ressalta.

— Você me quer para sempre? — mudo de assunto


rapidamente e ele sorri.

— Para TODO SEMPRE, gata — ele murmura enquanto


seus lábios suavemente roçam nos meus.
Bear começa a bater com o prato na sua cadeira e eu rio
contra os lábios de Pierce antes de sair do seu colo e pegar o
Bear para limpá-lo.

— Quais são seus compromissos para hoje? — pergunto


enquanto estou limpando o rosto e as mãos do Bear depois
da bagunça que ele fez no seu café da manhã.

— Preciso fazer algumas coisas no clube, mas podem


esperar para amanhã. Vou passar o dia com a minha família
— ele diz.

Eu não conseguia tirar o enorme sorriso do meu rosto,


mesmo se quisesse. A aliança que ele vai colocar no meu
dedo, a segurança de ser sua esposa e tê-lo ao meu lado me
dão a garantia de que o clube dele vai me dar apoio se for
embora de novo. Não sou idiota, ele poderia facilmente ir a
qualquer momento. Sendo a sua mulher oficialmente e tendo
seu sobrenome garantem um lugar para mim no clube,
mesmo se não estiver por perto. Eles cuidariam de mim e do
Bear.

Esse é o único jeito de dar o que ele quer, agora poderei


largar meu emprego e ainda me sentir segura.

— Sério? — pergunto. Ele sorri.

Ouço a porta da frente bater Pierce se levanta, seus


punhos fechados e apertados com força enquanto Bates anda
pela cozinha e depois para. Seus olhos encontram Pierce e se
arregalam.

— Que porra você está fazendo entrando na casa da


minha mulher como se fosse sua? — ele rosna.
É então que percebo que não sabe que Bates vive aqui.
Como poderia não saber? Como Bates poderia não ter dito a
ele?

— Você não disse a ele? — deixo escapar.

Os olhos furiosos de Pierce deixam Bates e se viram


para mim. Estou segurando Bear em meus braços e meus
olhos deixam os de Pierce para encarar os de Bates.

— Hã... Não — ele gagueja.

— É melhor alguém me dizer alguma coisa muito rápida


nessa porra — rosna Pierce.

— Bates se mudou depois que Mary-Anne foi morar na


Califórnia. Ele se ofereceu para ajudar com o aluguel e nos
proteger. Ele disse que era melhor do que nós ficarmos
sozinhos — confesso.

Meus olhos se voltam e observam Pierce, que agora está


focado em Bates. Sua está mandíbula está tão apertada que
chega a estalar.

— Você mora aqui com a minha mulher e filho? —


pergunta Pierce.

— Nunca aconteceu nada, Fury. Apenas dividimos o


apartamento, só isso — ele diz quase implorando.

— Eu sei que nada aconteceu. Confio na minha mulher.


É em você que não confio, morando na casa dela enquanto eu
estava fora. Por que nunca mencionou isso para mim? — ele
rosna.
Isso me assusta. Ele é cem por cento Fury agora, nada
de Pierce à vista.

— Estava tentando ajudá-la — Bates diz encolhendo os


ombros.

— Pega a merda das suas coisas e sai fora daqui —


Pierce ruge, fazendo com que Bear pule nos meus braços.

— Sem problema, cara — Bates diz enquanto se vira.


Antes de sair, Pierce fala.

— Não importa o que aconteceu e o que não aconteceu,


você se deitou na mesma casa que a minha mulher. Isso não
é certo e não é respeitoso. Eu sou seu presidente, porra, você
me desrespeitou na minha própria casa — acrescenta. Vejo
os ombros tensos do Bates e sua coluna se endireitar antes
de se virar para encarar Pierce.

— Você não a reclamou, irmão. Deixou-a aí sem nada.


Eu não fiz nada a não ser ajudar, mostrando a ela e a você
mais respeito do que qualquer outro cara do clube. Mandei
Mary-Anne aqui para ajudar, dei-lhe um emprego e quando
ela precisou intervi e ajudei a pagar a porra do seu aluguel.
Eu não tinha obrigação de fazer porra nenhuma. Poderia tê-la
tratado como os outros irmãos, ter lhe dado um emprego e
então bater na bunda dela enquanto andasse no clube,
sugerindo que ela montasse no meu pau enquanto me
servisse uma bebida. Era o que você queria? Isso seria mais
respeitoso do que o que eu fiz?

Vejo Pierce ficando literalmente vermelho de raiva.

— Apenas vá — Diz Pierce.


Observo Bates saindo da casa. Tenho certeza de que
voltará mais tarde para buscar as coisas dele, mas no
momento, ele está puto.

— Onde estava o Bear na noite passada? Ele com


certeza, não estava na porra do nosso quarto — ele rosna,
direcionando sua raiva para mim.

— Bates quase não fica aqui. Eu tenho uma pequena


cama que mudo de lugar. Quando trabalho, Bates não vem
para casa, então Bear dorme em seu quarto. Quando estou
em casa, Bear dorme comigo — respondo. Pierce balança a
cabeça uma vez. Espero que ele fique satisfeito com essa
resposta.

— E quanto às mulheres? — as narinas de Pierce


chegam a bufar e balanço minha cabeça.

— Ele nunca trouxe ninguém aqui, seja homem ou


mulher. Sinceramente, Pierce, ele é nada além de um
cavalheiro. Ele nunca sequer tentou me tocar. — sussurro a
última frase, esperando que ele acredite em mim. Não quero
que a relação deles se destrua por causa disso, por minha
causa. Não quero que saiba sobre a nossa única tentativa
frustrada de nos beijarmos. Não foi nada, nenhum de nós
sentiu coisa alguma.

— Os outros caras, eles fazem essa merda mesmo? —


pergunta, recusando-se a comentar sobre o que falei sobre o
Bates.

— Eles são homens, Pierce e estavam bêbados — digo.


Ele balança a cabeça.
— Nunca mais, gata. Se um deles sequer olhar diferente
para você, eu os mato — ele anuncia.

Dou um passo para trás. Ele está tão irritado, tão puto.

— Pierce — digo, hesitante.

— Estou falando sério, porra. É por isso que nunca te


quis perto deles. Eles são um bando de sujos. Agora, vão ser
um bando de sujos mortos se tentarem alguma coisa com
você de novo — rosna. Ele anda rapidamente na minha
direção e puxa tanto Bear quanto a mim em seus braços.

— Ok — murmuro, olhando para cima e para seus olhos


cinzentos.

— Vá se vestir enquanto cuido do homenzinho, então


todos nós poderemos fazer algo juntos. — ele sorri e sua fúria
desaparece.

Não tenho certeza do que pensar sobre sua raiva e


explosão, mas entendo de onde estava vindo. Pensei que ele
soubesse que Bates viveu aqui esse tempo todo. Eu nunca
quis irritá-lo com isso, com algo que não tinha importância.

Tomo banho e visto um jeans apertado e uma regata


preta, deixando meu cabelo solto e com pouca maquiagem.
Não tenho ideia do que iremos fazer hoje, mas não me
importo. O importante é que Pierce vai estar comigo e isso é
tudo o que interessa agora.

Entro na sala de estar para falar para o Pierce ir se


arrumar, mas assim que meus olhos veem o que está
acontecendo, minha respiração fica presa em meus pulmões.
Pierce está sentado no chão com o Bear na frente dele e eles
estão brincando com as peças grandes de Lego. Pierce está
sentado de pernas cruzadas, seu longo cabelo bagunçado
está caído ao redor de seus ombros, mas ele está rindo e é a
melhor coisa que já vi na minha vida.

— Não fique aí parada, querida — murmura Pierce.


Meus pés rapidamente se juntam ao dos meus garotos.

— Vocês estão tão bonitos juntos — digo colocando um


bloco vermelho em cima de um bloco amarelo.

Nós não dizemos uma palavra. Brincamos com nosso


filho e estes são os melhores quinze minutos que já tive na
vida. Depois, Pierce vai tomar banho e se arrumar enquanto
visto o Bear. Pego meu celular, para que possa tirar algumas
fotos desse dia. Primeiro dia do Bear com seu pai. É
definitivamente um dia para ser registrado.

Nós não vamos muito longe. Primeiro vamos para um


parque e brincamos, como uma família. Transformo-me
naquelas mães loucas que não param de tirar fotos, fazendo
Pierce rir. Depois vamos almoçar e Pierce pode ver as
verdadeiras alegrias de se ter uma criança. Ele não parece se
incomodar com o nível de agitação do Bear. Aliás, demonstra
ter muito mais paciência do que pensei que seria possível.

Finalmente, ele me leva em uma concessionária de


carros e compra um Camaro preto novinho para mim. Tento
protestar, mas ele não deixa. Pierce paga em dinheiro vivo
meus olhos saltam ao ver o maço de dinheiro que ele entrega
ao homem.
— Seu carro é uma porcaria, gata. Isto é o que você
deveria estar dirigindo. É a sua cara. Nada de conversível
desta vez. Eles não são muito seguros — ele murmura. Eu
não me importo com isso.

— Você me comprou um carro — sussurro com os olhos


enchendo de lágrimas.

— Sim. E vou te comprar mais um monte de coisas e


você não vai recusar nada disso — resmunga.

— Não vou?

— Não, porra. Tenho três anos para compensar e este é


o primeiro passo. Um belo carro para a minha mulher — diz,
sorrindo. Ele me faz dar um grande e belo sorriso.

Este homem é demais. Ele não tem que compensar


merda nenhuma. Amar-me e amar ao Bear é mais do que o
suficiente, no entanto, para ele, não é.

Entendo isso, então não digo uma palavra. Eu o deixo


ser o homem da casa, cuidar de sua família e faço tudo isso
com um grande sorriso no meu rosto. Ele está de volta e é
isso que realmente importa.

Fury
Melhor dia da minha vida.
Nunca pensei que o melhor dia da minha vida seria tão
calmo, tranquilo e relaxante. Passei o dia com meu filho e
minha mulher.

Fechando meus olhos, penso no meu dia, no momento


em que conheci os olhos cinza do meu filho, os olhos que são
claramente idênticos aos meus. Eu sorrio, lembrando da sua
primeira palavra para mim. Papai.

Nunca ouvi nada mais bonito na minha vida. Sou um


frouxo e não estou nem aí para isso. Essa mulher e esse
menino me têm nas mãos.

Quando voltamos para casa depois do nosso dia, Sniper


já tinha tirado as merdas dele do quarto e eu ajudei Kentlee a
levar para lá todas as coisas do Bear. Seu próprio quarto algo
que deveria ter tido desde o dia em que nasceu.

Outra coisa que é minha culpa.

— Pierce? — a voz de Kentlee interrompe meus


pensamentos e minha boca seca no momento em que meus
olhos a encontram.

Ela está de pé na porta do corredor que dá para o


banheiro, a luz da sala saindo por trás dela e está tão bonita
que me faz passar mal.

— Estou bem assim? — ela pergunta, mexendo no que


acredito ser uma camisola.

É curta e apertada, segurando bem os peitos e os


mostrando num belo decote. Eles estão quase saindo e isso
afeta instantaneamente o meu pau. Mas o que faz minha
barriga apertar é a cinta liga que ela está vestindo, junto com
o salto alto que eu já vi antes. Seu longo cabelo loiro solto
indo até a altura do cotovelo é demais. É exatamente o que
tenho sonhado há anos, exceto que é melhor do que jamais
poderia ter imaginado.

— Vem aqui, gata — murmuro enquanto sento na cama


e deixo os meus pés pendurandos para fora.

Abro bem minhas pernas para ela ficar entre elas, suas
mãos repousando nos meus ombros e as minhas
imediatamente ficam em volta do seu quadril.

— Você é perfeita — digo baixinho, olhando em seus


olhos. Um sorriso preenche seus lábios antes de sua doce
língua sair e passar pelo seu lábio inferior. Eu quase gemo só
de olhar.

— Você também é Pierce e está maior do que antes. Seu


cabelo está mais comprido, assim como sua barba. Eu amo
isso. Mas acima de tudo, amo o fato de estar mais aberto,
como você, obviamente, adora o Bear e como quer cuidar da
gente. Eu não sabia como seria com a sua volta, mas estou
tão feliz — ela diz. Suas palavras partem meu coração.

— Estou feliz aqui, com você e com o Bear. Nada vai me


afastar de novo, querida — prometo antes das minhas mãos
deslizarem pela seda da sua camisola e pegarem na sua
bunda.

Aperto a carne, lembrando que costumava haver mais


ali e prometo fazer de tudo para aumentá-las novamente nas
próximas semanas. Amo seu corpo como está agora, mas
também sinto falta das suas curvas.

— Possua-me, Pierce. Possua-me do jeito que só você


pode — ela geme enquanto cravo minhas unhas na sua
bunda.

Levanto-me, ando em volta dela e pressiono minha mão


no meio de suas costas, dobrando-a sobre a cama. Ela se
arrepia de antecipação, mas terá uma surpresa. Não vou
comê-la com meu pau, não agora. Caio de joelhos e inclino o
rabo dela com as minhas mãos antes de passar a minha
língua pelos lábios da sua boceta, grato pelo conjunto da
camisola dela não incluir calcinha. Ouço um suspiro antes
que ela gema enquanto lambo toda sua vagina perfeita.

Eu como a minha garota como se estivesse morrendo de


tesão, porque realmente estou. Estive desejando a sua boceta
durante três anos e agora vai levar um bom tempo até eu me
sentir totalmente satisfeito.

Após Kentlee gozar na minha língua, ela se levanta e


vira, ficando de joelhos na minha frente. Seus olhos inocentes
olham para mim e meu coração para de bater por um
instante. Eu posso sentir seu hálito quente no meu pau duro
e quero enfiá-lo no fundo da sua garganta, mas não faço isso.

Isso é ela confiando em mim.

Tremo quando sua língua lambe a cabeça do meu pau e


depois, lentamente, me engole. Ela é tímida e adoro isso.

Seguro seu rosto e pressiono um pouco para impedi-la,


mas não a deixo tirar a boca.
— Eu vou foder sua bela boca, Kentlee — murmuro
meus olhos focados nos seus arregalados. Ela balança a
cabeça um pouco, concordando e vou devagar.

Fodo a linda boca dela lentamente, tão lentamente que


quando gozo, jorro por sua garganta abaixo. É demorado e
não posso evitar gemer alto e intensamente. Ela suga tudo de
mim, cada gota e faz todo o meu corpo tremer.
Kentlee
Viro-me na cama a procura do corpo quente de Pierce,
mas os lençóis estão frios. Com meus olhos entreabertos,
pego meu telefone e sento, em pânico, quando olho à hora.

Já passa das oito horas da manhã.

Pulo da cama e agarro a camiseta de Pierce da noite


anterior, jogando-a por cima do meu corpo nu enquanto saio
do quarto.

Os sons de movimento e do burburinho doce de Bear me


aliviam instantaneamente. Entro na cozinha e vejo Pierce
sentado à mesa, com seu longo cabelo bagunçado de um jeito
sexy e Bear roendo um pedaço de torrada.

— Você já está acordada? — Pierce pergunta, olhando


por cima de seu telefone.
— Você me deixou dormir. — murmuro incapaz de tirar
os olhos dele, de seu cabelo e seu peito nu.

Aperto minhas coxas. Estou dolorida, mas ainda quero


mais dele. O olhar de Pierce inflama quando seus olhos focam
nas minhas pernas.

— Você precisava. — Ele afirma com um sorriso.

Sei que está pensando sobre a noite passada. Pierce me


comeu até eu gozar e então chupei seu pau até que ele gozou
na minha garganta, algo que nunca tinha feito antes. Sem
sequer tomar um fôlego, ele estava entre as minhas pernas
novamente, me levando a outro orgasmo com a boca.

Então ele me fodeu até que gritei o meu terceiro clímax


da noite. Foi espetacular.

— Mmmm, você precisava também. — murmuro e me


sento no seu colo e olho para Bear, que está feliz mastigando
sua torrada.

— Tenho reunião às dez da manhã, baby. Provavelmente


vou ficar no clube durante todo o dia. — ele fala enquanto
sua mão percorre minha coxa, acariciando minha pele.

— Vou sentir sua falta, mas posso botar em dia as


tarefas domésticas, lavar roupa e ir ao supermercado. — digo
com um encolher de ombros.

— Você chamou a babá para esta noite, certo? — Ele


pergunta. Olho-o confusa. — Eu vou te reivindicar na frente
do clube esta noite. Vai ser uma festa.
— Você não vai foder-me... Na frente de seu clube, vai?
— pergunto enquanto o pânico se arrasta pela minha
espinha.

— Você está louca, mulher? Claro que não. Aqueles


idiotas não vão ver 'qualquer’ parte de sua. É a porra de um
pronunciamento. Puta merda! — ele rosna. Não consigo me
controlar e começo a rir. — Não é engraçado. Estou ficando
mais velho e você me deu um mini-ataque cardíaco agora. —
ele diz, deixando escapar um suspiro antes de me puxar para
mais perto de seu corpo.

— Vou bater nessa sua bunda gostosa por esse


comentário, baby. — ele sussurra em meu ouvido, sua
respiração pesada e quente.

Paro de rir imediatamente e me contorço em seu colo.


Levar um tapa de Pierce poderia ser divertido e não consigo
controlar o pulsar entre as minhas pernas com o
pensamento.

— Estarei aqui às oito. Esteja pronta. — ele geme e me


aperta antes de colocar um beijo na minha bochecha e ficar
de pé. Deslizo do seu colo e sorrio para ele.

— Você será a minha morte mulher. — ele resmunga


caminhando para o quarto.

Eu o deixo ir se arrumar enquanto limpo sua tentativa


de fazer um café da manhã. Tudo o que ele fez foi torrada,
mas a cozinha está um lixo, uma faca está no balcão com
manteiga e migalhas espalhadas em todos os lugares e a
torradeira ainda está ligada. Quase ri. Ele é pior do que o
Bear. Tenho um pressentimento que meu futuro será limpar
a bagunça dos homens da minha vida. Para um homem que
gosta de ter tudo em seu lugar, ele é o inferno na minha
cozinha.

Tiro Bear da sua cadeira alta e o coloco no chão, me


servindo de uma xícara de café enquanto o vejo cambalear
para a sala para brincar com seus brinquedos. Ele pega um
balde cheio de carrinhos e despeja a coisa toda no chão,
procura através da pilha, agarrando a única moto que tem.

Genética flui de verdade nesta casa.

— Ok, as oito eu vou estar de volta. Esteja pronta para a


festa. Existe alguma maneira da Tammy poder ficar a noite
toda? — ele pergunta enquanto desliza seu colete sobre os
ombros.

— Será que vai durar a noite toda? — levanto minha


sobrancelha. Ele sorri.

— Vou ficar bêbado, querida. Não quero colocá-la na


parte de trás da minha moto e dirigir bêbado. — anuncia.
Meu coração bate um pouco mais rápido por ele.

Proteção e segurança.

Eu amo isso e o amo.

— Vou perguntar a ela. — digo suavemente. Ele balança


a cabeça e se apoia no sofá para pressionar um beijo em
meus lábios.

— Seja uma boa menina enquanto eu estiver fora. — ele


murmura e pisca. Então o vejo se agachar para ficar na
altura do Bear para lhe dar um abraço e um beijo em seus
lábios de bebê.

— Seja bom para a mamãe garoto. — ele resmunga.


Bear ri como se fosse a coisa mais engraçada do mundo.

— Tchau baby. — Pierce diz da porta. Sorrio, olhando


para ele.

— Tchau Pierce. Eu te amo. — falo e ele sorri


amplamente.

— Também te amo.

Fury
Deixá-los não foi fácil.

Eu queria ficar e passar mais tempo com eles.

Perdi muito, mas o clube precisa de mim e eu preciso


tomar o martelo de volta de Drifter. Preciso tomar o meu
clube de volta, saber como estão as coisas.

Ficar por dentro do Cartel, os Aryan’s, os Bastards e o


estado financeiro do negócio, legítimo ou não. Este ia ser um
dia de merda, mas não conseguia parar o meu sorriso,
mesmo se quisesse.

Vou reivindicar Kentlee na frente de todo o clube e neste


fim de semana ela vai ser marcada como minha.
A mesa para a reunião está cheia, assim como as
paredes ao longo dos cantos da sala. Todos estão presentes e
isso é bom. Drifter coloca o martelo em minhas mãos com um
golpe nas minhas costas com o punho.

— É bom ter você de volta irmão. — ele murmura. Sorrio


antes de colocar o martelo sobre a mesa.

— Vamos pôr a conversa em dia sobre os últimos três


anos. — digo. Drifter ri antes de começar.

— Onde estão os Bastards? — pergunto, depois de já ter


colocado em dia as finanças e os negócios do clube. Agora é
hora da merda pesada.

— Sumiram cara. Esses fodidos desapareceram depois


que você se foi. — Torch diz do final da mesa.

— Ninguém tentou encontrá-los? — pergunto a ninguém


em particular.

— Tentamos. Eles desapareceram. Nenhum indício para


onde foram. — explicou Torch. Eu aceno.

— Então, eles apenas mataram uma mulher e


desapareceram? Essa porra não está certa. — murmuro,
recebendo grunhidos de acordo de todos da sala.

— Os Aryan’s? — pergunto, deixando os Bastards em


segundo plano.

Se Torch não pôde encontrá-los, ninguém poderia. Ele é


a porra de um gênio do computador.
— Escondidos. Seu pai cortou os laços depois que você
foi para a prisão, são muito perigosos e uns idiotas. — Dirty
Johnny diz com um encolher de ombros.

— E quanto ao clube no Canadá que estava lidando com


eles? — pergunto.

— Os Aryan’s retaliaram quando a sua remessa foi


apreendida. Eles decidiram queimar o clube. Todos estavam
dentro. — murmura Bull, me chocando.

— Como é que não fiquei sabendo disso? — estreitei


meus olhos sobre Sniper, mas ele nem sequer olhou para
mim quando respondeu.

— O Clube votou em manter isso em silêncio para que


você não perdesse a cabeça na prisão. — ele diz, sem
nenhuma emoção na sua voz. Ele está muito puto comigo,
mas não consigo dar a mínima para isso agora.

— Ok. Como nos vingamos? — lati, querendo saber


sobre a retaliação.

Estou puto pra caralho, não só por Sniper, mas com


todo o maldito clube. Perguntei a Sniper todas as vezes em
que ele veio me visitar o que estava acontecendo e tudo o que
me disse foi que os Aryan’s e os Bastards estavam
escondidos. Eu não sabia que eles tinham desaparecido.
Porra. E então, adicione a explosão de um clube inteiro.
Estou não apenas puto com eles, mas com o meu velho
também.

Como diabos ninguém me disse uma maldita coisa


durante a porra desses três anos?
— Seu pai não queria mais problemas depois que você
foi preso. A polícia estava nas nossas bundas, com os olhos
no clube em todo o país. Ele rompeu os laços e isso foi o fim.
— Drifter afirmou. Isso me fez questionar tudo. Não parecia
certo para mim.

— O Cartel? — perguntei.

— Tem trabalhado com o clube no fretamento de drogas,


o lucro é enorme. — Drifter anuncia.

Agora sei o que está acontecendo. Eles querem desistir


das armas e se tornarem mulas.

Mais dinheiro.

— Mais dinheiro para nós e mais tempo de prisão se


forem pegos. — anuncio. Todos olham para suas botas,
exceto Sniper.

— Não vamos dirigir caminhões, dessa forma as


probabilidades de ser pego são poucas. Nós apenas levamos
para a fronteira e passamos. —ele diz.

— De onde estamos pegando a droga? — pergunto,


olhando diretamente para ele.

— Os membros do clube recebem na fronteira mexicana,


então passam para o clube de Vegas, eles trazem para Salt
Lake City. Esse clube SLC leva o carregamento para Butte,
Montana, onde nos encontramos e levamos para a fronteira
com o Canadá, onde o nosso clube em Lethbridge vai entregá-
lo ao Cartel em Calgary. — Sniper explica. Ele fez a porra da
minha cabeça girar.
— São muitos intermediários. — explico. Torch acena
com a cabeça.

— Estou de acordo. — ele diz e se inclina para pegar um


mapa.

— Se conseguirmos que o clube da Califórnia vá até San


Diego para nos encontrar em Salt Lake City, vamos ter
percorrido metade disso. Vai ser apenas uma troca nos
estados. E então, entregamos na fronteira e acabamos por aí.

— Quero dizer, vai ser uma corrida difícil, mas se


montarmos um cronograma e um revezamento então não
serão tão ruins. Em longo prazo, acho que isso poderia
funcionar. Nossos números estão crescendo e nós
provavelmente só teremos que sair uma vez por mês. — Torch
explica. Analiso a rota. Isso definitivamente poderia funcionar
e assim só teria três clubes envolvidos em vez de cinco.

— Nossa parte seria maior também, uma vez que só


estaríamos dividindo em três, ao invés de cinco. — digo. Eu
ouço os caras murmurando ao nosso redor. Todo mundo
gosta de mais dinheiro.

— Vamos fazer uma votação. — Sugiro.

Votamos cem por cento a favor e isso me faz sentir um


pouco melhor. Drifter vai programar um primeiro encontro
em SLC e Torch vai fazer um cronograma. Falo para ele que
quero participar da primeira entrega, mas depois disso, pode
me usar como back-up em caso de algo acontecer e um cara
não poder ir. Normalmente, como o presidente, não faria
merdas assim, mas não vejo nenhum problema em ajudar
meus irmãos.

— Antes de encerrar, tenho um anúncio que quero fazer


a vocês antes dessa noite, quando vou tornar isso oficial. —
todo mundo ficou quieto e não consigo segurar o meu sorriso.

— Estou reivindicando Kentlee como minha mulher.

A sala fica silenciosa e então de repente se ouvem


aplausos e risos.

— Finalmente. Porra, eu ia roubá-la de você, se não


fizesse isso. Aquele pedaço de mau caminho. — Bull sorri. Eu
não posso nem ficar chateado com o velho bastardo, estou
muito feliz.

— Ei, desculpe não poder ajudá-la mais enquanto você


estava fora. —Drifter diz, me batendo nas costas. Balanço
minha cabeça.

— Eu entendo você não sabia sobre a garota ou sobre o


bebê, teria feito o mesmo no seu lugar irmão. — admito,
mesmo que não queira.

Quero ficar puto com eles, mas no final, tudo foi minha
culpa, não deles. Temos regras por uma razão.

— Seu pai está chegando hoje à noite. — Torch diz


depois que ele aperta minha mão.

— Vamos fazer isso oficial antes, para o meu velho não


tentar tirar a minha menina de mim. Ele já me avisou que
faria. — admito com uma risada.

— Sério? — pergunta Torch. Eu aceno.


— O velho me ameaçou, disse para resolver minhas
coisas ou ele pegaria Kentlee e Bear e os levaria para
Califórnia e a reivindicaria para si. Aparentemente, temos o
mesmo gosto para mulheres. — rio, Torch balança a cabeça.

— Não é difícil querer uma mulher como Kentlee ao seu


lado, irmão. Eu não a conheço bem, mas a vi no Devils Club.
Ela é doce e bonita. Deve ser ótimo acordar ao seu lado na
parte da manhã. — ele sorri.

— Você a viu como era antes do Devils Club, Torch. —


Resmungo.

— Sim. Ela era encantadora. Mas mudou, cresceu e


conseguiu lutar para sobreviver. Impressionou a todos nós.
Sniper nos manteve atualizados, alertando-nos que ela estava
fora de cogitação. Nada atrai mais um homem do que cobiçar
algo que está fora do seu alcance. — Ele sorri. Dou-lhe um
olhar sério.

— Ela está cem por cento fora de alcance agora. Ela é


como uma irmã mais nova. — rosno. Torch começa a rir.

— Irmão eu não estou mais nessa. Ela é sua, mãe do


seu bebê e sua mulher. Estou feliz para caralho que você tem
isso. Você merece. — ele diz, enquanto se afasta em direção
ao bar.

Passo o dia com meus irmãos, recuperando o tempo


perdido sabendo sobre suas vidas e apenas desfrutando da
minha liberdade. Na próxima semana, tenho um encontro
com o meu agente da condicional, mas esta noite só vou
aproveitar com meus irmãos, meu pai e minha mulher. Nada
poderia acabar com a porra do meu bom humor.

Isto é, até eu sentir garras afiadas na minha perna,


fincando no meu jeans. Olho para um corpo completamente
nu com cabelos loiros bagunçados, Kitty.

— Posso ajudá-la, Kitty? — pergunto, retirando sua mão


da minha coxa.

— Senti sua falta enquanto você estava fora Fury. —


lamenta.

Ela me dá nos nervos.

— Não posso dizer o mesmo sobre você. — dou de


ombros e vejo-a fazer beicinho como um bebê.

— Qualquer coisa que você quiser hoje, qualquer buraco


que quiser, é seu. — ela sorri. Balanço minha cabeça.

— Não. Eu tenho a minha própria mulher, Kitty. Não


preciso de nada de você.

— Conheço as regras Fury. Não vou dizer nada a


ninguém. Você sabe que quer foder todas às bocetas que
conseguir já que ficou muito tempo sem. — ela choraminga
um pouco mais.

— Vadia, eu tenho uma mulher e não vou sacaneá-la.


Não dou a mínima para o que os outros fazem, mas não vou
te comer. — rosno. Ela dá um passo para trás.

— Você está mesmo me dispensando por aquela puta?


Aquela puta que trabalhava em um clube de strip e viveu com
um dos seus irmãos? — ela diz.
Suas palavras despertam a raiva dentro de mim. Eu
alcanço sua mão e a contorço. Vejo-a cair no chão e nem
sequer me sinto culpado por isso.

— O seu trabalho aqui Kitty é chupar e ser fodida. Não é


mandar os homens meterem seus paus em sua boceta
arrombada. E outra, você não deve falar nada sobre as
mulheres do clube. Lembre-se do seu lugar ou vai para a na
rua. Você pode vender sua boceta flácida e usada na esquina
para todos e não vou me importar. Mais uma explosão vinda
sua e está fora. — rujo. A sala fica em silêncio.

Ignoro todos e passo por cima de seu corpo tremendo


antes de caminhar para o meu escritório. Essa vadia acha
que pode falar da Kentlee assim, insinuar que estava fodendo
com o Sniper e sobre se prostituir porque serviu mesas em
um clube de strip, ela pode ir para o inferno.

Eu bato a porta do escritório e respiro.

— Ela não disse nada que você já não tivesse pensado.


— Sniper diz da cadeira em meu escritório. Ele estava
esperando por mim.

— Sim, a diferença é que eu tenho o direito de pensar e


questionar minha mulher. Ela nem sequer deveria pensar
nada sobre ela. — rosno. Sniper acena.

— Nada aconteceu. — ele diz.

— Eu sei. — admito.
Eu sabia o tempo todo, de jeito nenhum Sniper iria fazer
isso comigo. E Kentlee, nunca poderia. Ela é minha, cem por
cento.

— Você é um bastardo ciumento com ela. — Sniper diz.


Olho para cima para ver que ele está sorrindo.

— Claro que sou porra. Tenho o direito de ser. Ela é


muito gostosa. — sorrio, repetindo as palavras que Torch
disse mais cedo.

— Ela seria se não fosse para mim como minha irmã —


ele ri. Concordo.

— Estamos bem? — pergunto. Ele balança a cabeça


uma vez.

— Irmão, nós nunca estivemos mal. Fiquei chateado que


você pensou que eu estaria fodendo ela pelas suas costas,
mas tudo parecia muito suspeito, te entendo. — Ele admite.

Eu concordo.

Suspeito pra caralho.

— Obrigado. — falo.

— Por?

— Por mantê-la segura. Por lhe dar um trabalho e


manter meu bebê saudável e feliz. — Sniper me envolve em
um abraço e bate nas minhas costas.

— Sempre irmão. Mas não fiz isso apenas por você, fiz
por ela também. Ela é uma boa menina. — ele diz.

— A melhor. — admito.
Passo o resto do dia enrolado com a papelada sobre
valores financeiros. Tenho três anos para compensar. Parecia
que a minha vida estava em espera durante esses anos, mas
a vida aqui não parou. Ela continuou e agora é hora de pôr
tudo em dia. E só então, vou pegar a minha mulher para
exibi-la.
Kentlee
Eu tenho muita sorte.

Nunca teria pensado isso três anos atrás, quando fui


deixada sozinha e grávida, mas desde aquele medo inicial só
tive pessoas maravilhosas batendo à minha porta.

Com Mary-Anne, Bates e Tammy ao meu lado, não


poderia pedir pessoas melhores para cuidarem de mim. Claro
que sinto falta da minha família, Brentlee principalmente,
mas tenho Connellee e isso é melhor do que não ter ninguém.

Paro em frente ao espelho quando uma onda de tristeza


passa por mim. Tento não pensar sempre em Brentlee, mas
quando penso isso me entristece.

Eu fui desconvidada para o seu casamento e não a vi


desde o dia em que briguei com meus pais sobre Pierce e
minha gravidez. Anos se passaram desde a última vez que
falei com minha própria irmã.

Na verdade, isso é mentira. Eu a vi cerca de um ano


atrás, mas ela não me viu. Ela estava sentada em um
restaurante e parecia deprimida. Vinte um anos de idade
estava vestida com um terninho, seu cabelo em um coque
francês e com pérolas no pescoço. Ela parecia educada e
sofisticada, mas parecia mais velha. Não parecia em nada
com a minha irmã jovem e vibrante.

Observei-a por um tempo, apenas apreciando vê-la,


mesmo parecendo muito deprimida. Vi quando Scotty
caminhou até sua mesa e seu corpo todo enrijeceu. Não sabia
exatamente o que isso significava, mas odiei. Não podia ficar
e assistir, pois Scotty estava lá. Homem é uma cobra e não
confio nele nem um pouco. Espero que um dia minha irmã
volte para mim, para que possamos ser amigas de novo.
Adoraria que ela conhecesse seu sobrinho.

Sacudo a tristeza, a decepção e inspeciono as minhas


roupas. Hoje à noite será especial para Pierce. Ele me quer ao
seu lado e é onde vou estar.

Eu me viro para olhar para o meu perfil e tento prender


minha barriga um pouco. Ela não está mais tonificada, mas
estou mais magra do que quando o conheci. Essa legging que
estou usando é apertada e de um material sintético imitando
couro e faz com que minhas pernas pareçam fantásticas
junto com o vermelho brilhante do meu salto alto que uso no
Devils Club.
Olho para o meu top branco, que vai até acima da
minha bunda, querendo que fosse cerca de 5cm mais longo.
Estou usando um sutiã vermelho, por baixo. Meu cabelo loiro
comprido está solto e liso, isso tudo acompanhado de uma
maquiagem escura e lábios vermelhos que se destacam na
minha pele pálida.

Sinto-me sexy e bonita.

Sou do tipo que usa jeans e camisetas, exceto quando


tenho que vestir o horrível short e top brilhante do Devils
Club. Hoje à noite, quero estar sexy para o meu homem e
para mim. Eu não saía desde antes mesmo do Bear nascer e
hoje à noite vou me divertir.

— Pronta garota? —a voz de Pierce atravessa a casa e


olho para mim uma última vez.

Pronta, como nunca estive antes.

— Sim, estou indo. — Falo enquanto desligo as luzes do


meu quarto e caminho em direção a sala de estar.

Pierce está em pé com Bear em seus braços gigantes e


essa visão faz com que meus joelhos fiquem fracos. Eu não
sei quando vou me acostumar a ver esses dois juntos. É tão
lindo.

— Baby. — ele resmunga, enquanto seus olhos


examinam meu corpo.

Coro antes de olhar para Tammy, que está com um


enorme sorriso no rosto que parece ir de orelha a orelha.
Ignoro o sorriso de Tammy e o olhar quente de Pierce e
tomo Bear de seus braços fortes. Acaricio seu pescoço e
gentilmente beijo seu rosto, tentando não o manchar de
vermelho com meu batom. Digo-lhe para ser um bom menino
e então passo ele para Tammy, enquanto dou as instruções
que ela não precisa como os números de telefone dos médicos
que estão na geladeira, e que o meu celular estará ligado e
comigo em todos os momentos.

— Vá se divertir, Kentlee, você merece. — ela sussurra


em meu ouvido enquanto me dá um grande abraço.

Eu não sei se mereço uma noite de folga do trabalho e


de ser mãe, mas estou sinceramente feliz e agradecida por
tudo.

Pierce não diz uma palavra enquanto o sigo até sua


moto. Já faz muito tempo em que estive na garupa dele.
Parece uma vida. Fico lá, tentando decidir como vou subir na
moto de salto, quando ele senta e liga o motor.

Minha boca enche de água com a visão dele, as pernas


fortes que abraçam a peça preta de metal, o cabelo em um
coque masculino, sexy pra caralho, sua barba cobrindo o
rosto. Aperto minhas coxas, lembrando o quão bom essa
barba fica sobre mim enquanto ele lambe minha boceta.

— Vamos baby. — ele grita sobre o barulho do motor.

Sacudo-me, saindo do meu sonho acordado e coloco


minha mão em seu ombro enquanto subo em suas costas.
Envolvo minhas mãos em torno de sua cintura e seguro firme
quando ele decola em direção ao seu clube.
O ar da noite é calmo, limpo e com certeza está fazendo
o meu cabelo ficar uma bagunça, mas não me importo. Tenho
o meu homem comigo e finalmente estou feliz. Ele me fez
promessas que só posso orar para que as mantenha. Poderia
ter rancor dele pelo o que houve no passado, poderia estar
irritada e amarga, mas o que isso traria de bom? Não seria
bom para Bear ou para mim.

A melhor coisa que posso fazer é deixar este homem nos


amar, nos exibir e cuidar da gente. Vou agarrar minha fatia
de felicidade por tanto tempo quanto puder tê-la.

O estacionamento de cascalho do clube está


completamente cheio de motos. Só estive aqui duas vezes,
mas nunca vi isso tão cheio. Pierce estaciona bem na frente,
em uma vaga que deve ser sempre designada para ele. Tem
alguns caras que estão do lado de fora a postos, ele levanta o
queixo para eles antes de pegar minha mão. Eu rapidamente
tento pentear meu cabelo com os dedos.

— Baby. — ele resmunga enquanto puxo minha mão da


dele.

— Preciso arrumar meu cabelo. Está um desastre. —


continuo a correr meus dedos por ele para tentar desatar
todos os nós.

Pierce se vira e dá um passo em minha direção antes de


envolver seu braço em torno das minhas costas e me puxar
para o seu peito. Ele enterra a outra mão no meu cabelo,
estragando tudo que já tinha feito e eu estreito meus olhos
para ele.
— Você está sexy pra caralho esta noite, garota. Vou ter
que manter sua bunda perto, porque cada homem lá vai
querer um pedaço de você. Seu cabelo está parecendo a porra
do pecado, seus malditos peitos estão inacreditáveis e sua
bunda, juro por Deus, que quase chorei quando a vi nessa
calça. Pare de se preocupar.

Ele bate seus lábios nos meus antes que eu possa dizer
uma palavra. Sua mão desliza da parte inferior das minhas
costas para a minha bunda e a aperta com vontade, fazendo-
me gemer em sua boca.

— Vamos. — ele resmunga.

Fico um momento limpando o meu batom do seu rosto


enquanto ele também me limpa. Não posso parar o sorriso
gigante se formando em meus lábios e Pierce sorri enquanto
balança a cabeça. Ele mantém sua mão firmemente apoiada
na minha bunda enquanto me guia para dentro do seu clube.

Nós começamos a caminhar pelo interior do clube e isso


me lembra da noite em que vim aqui para dizer a ele que
estava grávida, só que com dez vezes mais pessoas. Há
mulheres nuas, mulheres seminuas e mulheres usando jeans
e camiseta perambulando. Algumas pessoas olham para nós,
mas continuam fazendo o que, ou com quem, estavam
fazendo antes.

Meus olhos se cruzam com olhos cinza familiares e tento


esconder o meu choque, mas não consigo. Eu vejo como o
homem sorri antes de caminhar em nossa direção.
— Kentlee. — ele diz, pegando a minha mão em meio as
suas mãos quentes.

Os dedos de Pierce cravam minha bunda e o ouço


grunhir ao meu lado.

— Pops. — ele resmunga. Ele olha para o seu filho, que


mais parece seu irmão gêmeo.

— MadDog. — digo enquanto sorri calorosamente para


mim.

— Você fez o que sugeri? — pergunta MadDog.

Pierce estreita os olhos e range os dentes enquanto olha


para o seu pai e então, move a mão da minha bunda e
assobia tão alto que parece que vai estourar um tímpano.

— Escutem todos! — ele grita.

A sala fica em silêncio.

Os homens olham para ele e esperam. Está no controle


de todos aqui. Totalmente no comando e juro que parece
ainda maior neste momento.

— Três anos foi um tempo longo pra caralho. Eu perdi


muito do que aconteceu com o clube e com meus irmãos.
Estou feliz de estar de volta. Também perdi um monte
pessoalmente, como esta garota que está ao meu lado. Esta é
Kentlee, ela é a mãe do meu filho e concordou em ser minha
esposa. Se alguém der ao menos um olhar torto para ela, eu o
mato. — ele ruge.

Você poderia ouvir um alfinete cair.


Então, não mais do que trinta segundos depois, há
elogios e a música volta a tocar.

— Maravilhoso. Agora, quando poderei conhecer o meu


único neto? — pergunta MadDog. Não posso me segurar e
sorrio para ele.

— Você ainda vai estar na cidade amanhã? — questiono.

— Só por alguns dias, querida. — MadDog sorri.

— Então venha amanhã para o jantar. — sugiro


enquanto Pierce coloca a mão na minha bunda novamente.
Olho para ele, mas está falando com um homem que não
reconheço.

— Parece uma boa ideia. — MadDog diz calmamente.

— Você tem outro nome que posso chamá-lo? Além de


MadDog? — pergunto, franzindo o nariz. Ele ri.

— Me chame de Max. — ele pisca.

— Tenho que fazer uma ronda, querida. Vamos lá. —


Ordena Pierce. Olho para Max que apenas sorri.

— Vejo você amanhã à tarde, Kentlee — ele diz


gentilmente.

Choca-me um pouco. Ele parece forte e duro, mas como


Pierce é gentil quando quer ser. Eu sorrio, gostando que Bear
não só terá esses homens fortes na sua vida, mas também
homens que irão mostrar-lhe que não há problema em ser
gentil às vezes também.

Pierce me leva para o bar e pede uma garrafa de tequila


e dois copos para uma atendente seminua. Ela rapidamente
lhe entrega o que pede e vejo como ele enche os dois copos.
Entrega-me um e eu apenas o encaro.

Não tomo bebida alcoólica desde antes de ter o Bear.


Minha tolerância sempre foi uma merda, agora é
provavelmente inexistente. Vejo como Pierce vira sua dose e
em seguida, bate no bar e pede duas cervejas. Eu ainda estou
olhando para o meu copo como se ele fosse veneno.

— Beba querida. Nós vamos nos divertir hoje à noite. —


Pierce murmura enquanto dá um beijo ardente em meu
pescoço.

— Eu não bebo mais. Não desde que tive Bear. —


admito, ainda olhando para a tequila.

— Solte-se, menina. Comemore com o seu homem. — ele


murmura ao lado do meu pescoço. Sua língua serpenteia
para fora e lambe minha pele até minha orelha antes de
tomar o lóbulo na boca e gentilmente sugar.

Porra, isso é tão bom.

Eu bebo a dose e depois tomo um gole da cerveja.

Porra.

Vou me divertir com o meu homem.

Pierce me puxa para ficar entre suas pernas e felizmente


coloco meus braços em volta de seu pescoço e descanso
minha cabeça em seu peito. Sinto sua mão na minha bunda,
esfregando e me apertando enquanto a tequila aquece meu
corpo de dentro para fora. Tomo minha cerveja enquanto
inalo seu aroma picante. Isso está me excitando. A tequila, a
cerveja, seu cheiro e sua mão quente queimam através de
minhas roupas.

— Mais uma garota. — ele murmura, entregando-me


outra dose.

Desta vez, não penso. Eu tomo. Fico em silêncio


apreciando a minha segunda cerveja com o meu homem,
enquanto fala com seus amigos. Estou em êxtase e ficando
mais excitada a cada minuto.

O som de um gemido alto interrompe o meu abraço feliz


e espio acima do ombro de Pierce. Meus olhos quase saltam
da minha cabeça com o que vejo. Katie Powell está de quatro
na borda da mesa de bilhar, completamente nua. Ela está
chupando o pau de um cara, enquanto outro cara está
transando com ela por trás.

— Caramba. — murmuro.

Pierce se vira para ver o que está acontecendo e então se


volta para mim.

— Isso é o que ela faz aqui Kent. —ele diz com um


encolher de ombros.

— Sei disso. Já vi essas meninas fodendo antes, Pierce.


O que você acha que eles fazem quando fecham o clube e tem
festas privadas? — rolo meus olhos enquanto sua outra mão
enterra no meu cabelo, puxando-o apertado para que seus
olhos foquem nos meus.
— Odeio que você esteve lá e viu essa merda. Odeio que
tenha visto qualquer coisa relacionada a isso. Não me lembre
de seu tempo lá. Essa porra acabou agora. — ele rosna.

Pierce bate a boca sobre a minha e nos beijamos. Ele


tem gosto de uma mistura de tequila e cerveja. Deveria odiar
esse gosto, mas isso só me faz querer mais dele. Pressiono-
me mais perto de seu corpo e coloco uma das minhas mãos
ao redor de seu pescoço. A outra passo pelo seu peito,
sentindo cada ondulação de seu abdômen. Bravamente pego
seu pau através da sua calça jeans. Está duro, então o aperto
delicadamente e ele geme na minha boca.

— Quero esses lábios vermelhos ao redor do meu pau,


garota. —ele murmura depois que interrompe o nosso beijo.

— Aqui? — pergunto timidamente.

— Posso levá-la para algum lugar. — ele murmura


enquanto sua mão envolve em torno do meu pescoço.

— Se você quiser aqui, farei isso por você Pierce. —


sussurro, surpresa com minhas próprias palavras.

Talvez seja a tequila, talvez seja o fato de que todo


mundo por aqui está envolvido em algum tipo de atividade
sexual e não dou a mínima para nenhuma das pessoas na
sala.

Talvez só queira fazê-lo feliz.

— Eu quero tudo de você, Kentlee. Quero seus lábios no


meu pau, a sua boceta e quero a porra da sua bunda
perfeita. Não estava de brincadeira quando disse que
ninguém iria vê-la assim. Eles não vão. Eu sei o quanto um
boquete aqui seria ótimo, mas não quero que nenhum idiota
aqui pense que tem uma chance contigo. Que sequer
imaginem como seria ter você os chupando. —resmunga, me
liberando. Ele então bebe outra dose.

— Você gostaria de fazer isso comigo? —pergunto,


apontando a cabeça na direção da Katie, ou Kitty, ou
qualquer merda que eles a chamem.

— Compartilhar você? Você realmente está falando


sério? — ele rosna.

— Com outra mulher, Pierce, não um homem. —


resmungo. Ele me estuda por um instante antes de falar.
Quando o faz, é com a sua voz suave.

— Fodi um monte de boceta nesta vida, garota. Eu tive


ménages com prostitutas. Mas você é minha. Não dou a
mínima se é com outra mulher ou com um homem, não
compartilho você, qualquer parte sua com outra pessoa. —
ele murmura antes de roçar seus lábios contra os meus.

— Quero que você seja feliz, Pierce. Sei a frequência que


os ménages acontecem. Vejo isso o tempo todo. — murmuro,
olhando para o meu salto alto vermelho.

— Estou muito feliz com você, Kentlee. Nada poderia


mudar isso. — ele diz e beija o meu decote.

— Não quero que você sinta que está perdendo algo por
minha causa. — sussurro, com olhos lacrimejados.
Porra odeio quando bebo e choro. Isso é tão
constrangedor.

— Eu tenho trinta e oito anos baby. Vi e fiz um monte de


coisas. Não estou perdendo nada por estar com você. Não
faria nada que pudesse arruinar o que temos. Eu finalmente
estou vivendo. — ele diz.

Pierce então me beija enquanto suas mãos enrolam nas


minhas coxas e me pega no colo. Eu imediatamente coloco
minhas pernas em volta de sua cintura e seguro.

Ele me leva para o seu quarto e bate à porta atrás de


nós antes de remover meus braços e pernas de seu corpo.
Não paro ou penso no que estou fazendo, apenas deixo o
álcool me conduzir e fico de joelhos. Sem sequer olhar para
cima, puxo o jeans de Pierce para baixo de suas coxas. Ele
está completamente ereto e choramingo quando seu pênis
aparece só para mim. Lambo sua fenda e então todo o seu
comprimento.

— Porra. — ele sibila enquanto enterra as mãos no meu


cabelo.

— Foda minha boca, Pierce. Dê-me tudo o que você tem.


— sussurro, olhando em seus olhos.

Vejo-o fechando os olhos por um segundo e em seguida


olha para mim e sorri.

— Abre a boca garota. Hora de você ser fodida. — ele


rosna. Eu tremo antes de abrir minha boca.
Pierce não me provoca. Não, ele segura minha cabeça
com as mãos e desliza seu pau entre meus lábios e na minha
garganta, em um movimento suave.

Mantenho meus olhos nos dele enquanto puxa


completamente para fora da minha boca, lentamente,
centímetro por centímetro então desliza para dentro, indo um
pouco mais fundo. Ele repete seus movimentos lentos até que
o seu pau está na minha garganta. É difícil respirar e meus
olhos lacrimejam, mas quando o vejo excitado e seus olhos
me fitam, valem cada segundo de dor e desconforto.

— Você é tão boa comigo, querida. —ele introduz e puxa


para fora um pouco e em seguida começa a dar golpes
rápidos e curtos na minha boca. Ele está focado. Seus olhos
agora estão concentrados na minha boca, em seu pau
deslizando para dentro e para fora, então para e me afasta.

— Fique aí. — ele resmunga. Assisto com admiração


enquanto ele retira completamente suas roupas antes de cair
de joelhos atrás de mim.

Pierce agarra a cintura da minha calça e a puxa até


parar na metade das minhas coxas, suas mãos me empurram
para baixo. Caio de quatro, mas o ouço fazer um barulho de
protesto enquanto empurra um pouco mais duro contra as
minhas costas.

— Peito no chão baby. — ele murmura. Eu faço o que


ele pede, sentindo o chão frio contra minha bochecha, não
dando a mínima para o quão sujo está.
Minhas pernas estão juntas, minhas calças as prendem,
mas acho que Pierce não se importa. Ele lambe do meu
clitóris até minha bunda e eu gemo enquanto sua língua
brinca com meu buraco apertado. É proibido, bom, sujo e
diferente. Eu suspiro quando suas mãos agarram ambos os
lados da minha bunda e ele espalha minhas bochechas mais
afastadas antes dele me lamber, lá, novamente.

— Pierce, por favor. — imploro, sabendo o quanto ele


adora quando faço isso.

— Sim, o que você quiser. — ele murmura antes de


morder forte minha bunda.

Eu gemo porque, cacete é tão bom que nem mesmo me


importo que ele está rindo de mim.

— Vou foder você agora. — ele fala enquanto desliza


dentro de mim. Sua mão vai para a parte de trás do meu
pescoço, prendendo-me ao chão.

Porra, eu o sinto tão fundo nesta posição.

Os dedos de Pierce, da outra mão, passam em volta do


meu quadril e cravam na minha carne, me apertando. É uma
sensação deliciosa também. Ele puxa lentamente para fora de
mim antes de socar de volta, duro e rápido. Eu gemo com a
sensação. Minhas pernas estão praticamente grudadas uma
na outra, meu peito está no chão e ele me fode com toda a
sua força. Sinto-me fraca, mas é tão bom, tudo ao mesmo
tempo.

— Mãos. — ele rosna.


Eu não me movo, não entendendo o seu comando. Um
segundo depois, ele solta o meu quadril e envolve a mão no
meu pulso, puxando-o para minhas costas. Faço o mesmo
com a outra mão e seus longos dedos envolvem em torno de
ambos os meus pulsos, prendendo-os na parte inferior das
costas. Mão no meu pescoço desliza pela minha espinha e se
move em torno do meu clitóris, seus dedos pressionando
contra minha protuberância endurecida.

— Vai ser duro e rápido, baby, mas você consegue, não


é? — ele ronrona, seus lábios roçando meu ombro.

Eu não questiono. Quero agradá-lo.

Posso levar tudo o que me der agora.

— Eu aguento baby, me dê tudo. — digo. Ele resmunga


e puxa para fora um pouco e começa a me foder com
movimentos lentos. Ele não soca dentro de mim como pensei
que faria. Não, ele está indo com calma. Lentamente e com
graça, ele fode meu corpo enquanto estou completamente
imóvel, enquanto seus dedos provocam meu clitóris,
trazendo-me tão perto do limite, mas incapaz de gozar.

— Você está tão molhada Kentlee. Meu pau está


encharcado. Molhada e quente. Porra, eu poderia ficar dentro
dessa boceta doce e nunca mais sair. Você quer isso? Meu
pau te fodendo lentamente, sem parar? Nunca te deixar
gozar, deixar você no limite por muitas horas? — ele
pergunta.

Bastardo cruel.
Soluço só de pensar. Se ficar assim por mais cinco
minutos, vou surtar quem dirá por horas.

— Eu vou soltar seu pulso garota. Quero que você


brinque com sua boceta para mim. Você pode fazer isso? —
ele pergunta gentilmente.

Pierce solta meus pulsos e sem delongas enfio minha


mão por baixo do meu corpo e começo a esfregar meu clitóris.
Eu preciso muito gozar, estou prestes a enlouquecer. Preciso
que ele seja áspero duro, que soque dentro de mim até eu
gritar.

— Não goze ainda. — Ele rosna. Isso me assusta.


Choramingo e retardo meus movimentos enquanto ele
continua a me foder no seu ritmo, deslizando para dentro e
para fora de mim, forte e rápido.

Fico tensa quando o sinto pressionando minha bunda,


mas então ele começa a me massagear e o sentimento é tão
sublime que não seguro um gemido de prazer. Suspiro
quando o sinto empurrar um dedo dentro de mim. Ele não diz
uma palavra, só continua a me foder com o dedo e seu pau
ao mesmo tempo. Acho que vou pegar fogo a qualquer
momento enquanto continuo a acariciar meu clitóris.

Eu quero tudo.

Eu quero mais.

— Olha que boa garota. — ele murmura acima de mim.


E juro que fico mais úmida com suas palavras.

— Por favor, Pierce. — Sussurro rouca.


— Você precisa gozar? — ele ri atrás de mim.

— Sim — digo lambendo meus lábios secos.

— Você gosta do meu dedo na sua bunda, baby? —ele


pergunta rispidamente, ignorando minhas súplicas.

— Sim. — suspiro, desistindo da chance de qualquer


alívio.

Suspiro novamente quando o sinto deslizar um segundo


dedo dentro de mim, estendendo-me cada vez mais.

Puta merda, eu vou gozar.

— Pierce. — choro. Ele começa a empurrar seu quadril


um pouco mais forte.

— Ok, garota, você pode gozar. — ele me impulsiona.

É como se ele próprio também se permitisse, porque ele


começa a bater seu quadril e seu pau dentro de mim com
tanta força que o ar escapa dos meus pulmões.

Continuo a acariciar meu clitóris, mais e mais rápido.


Então, quando gozo todo o meu corpo fica rígido e não
consigo segurar meu grito de prazer.

Pierce está bem atrás de mim, batendo o quadril contra


mim e fodendo minha bunda com os dedos rápidos, ásperos e
isso é tão bom que as lágrimas escorrem pelo meu rosto.
Então o sinto explodir dentro de mim.

Pierce sai de mim quase imediatamente e me pega,


levando-me gentilmente para a cama. Eu não movo um
músculo enquanto ele tira as roupas do meu corpo. Ainda
estou tremendo e sentindo seu esperma escorrendo da minha
boceta, mas não me importo. Meu corpo está saciado.

— Amo você garota. — ele murmura, beijando meu


ombro.

— Eu também te amo Pierce. — suspiro antes de rolar


na cama e ficar de frente para ele.

Fury
Kentlee me encara suada e com sua maquiagem e batom
vermelho manchados. Ela nunca pareceu tão bonita para
mim como neste momento.

Acaricio seu rosto e pescoço. Porra, ela é jovem. Esse


pensamento realmente nunca tinha passado pela minha
cabeça antes. Eu deixei sozinha com apenas vinte três. Agora,
aos vinte e seis anos, ela ainda é tão jovem.

Sou doze anos, mais velho do que ela por algum motivo,
isso não me incomodou até este momento. Deve ser porque
falou sobre me dar coisas que pensa que quero como o sexo a
três. Talvez fosse a sua maneira de dizer que quer isso.
Preciso ter certeza do que quer, tenho que fazê-la feliz e eu
vou fazer o que for preciso.

— Todo aquele papo sobre eu ser feliz e sexo a três. Isso


é porque você quer isso? Você sente que perdeu isso por
causa do Bear? — pergunto gaguejando como a porra de um
idiota.

— O quê? — ela olha para mim, genuinamente confusa


e então sorri preguiçosamente com um olhar que diz que está
muito feliz para pensar em qualquer coisa.

— De jeito nenhum. Não quero lamber a boceta de outra


mulher. Não, obrigada. Eu só sei que você nunca quis uma
esposa, mas aqui está você, pedindo-me para ser isso. Não
quero que sinta como se eu estivesse te prendendo ou
arruinando sua vida. Se quiser algo a mais, eu faria qualquer
coisa para te dar isso. — ela confessa.

Por alguma razão, isso afeta diretamente o meu pau.


Sinto-me estremecer com o pensamento desta bela mulher
estar disposta a me dar tudo. Se eu fosse mais canalha iria
tirar vantagem disso. Provavelmente ainda vou.

— Você é tudo o que quero Kentlee. Quero meu anel em


seu dedo, que tenha o meu nome, quero sentir seu corpo na
parte de trás da minha moto e meu pau enterrado
profundamente em você. — digo com um sorriso, pensando
em como eu a possuí a poucos minutos atrás.

Porra foi tão bom.

— Parece perfeito. —ela murmura, envolvendo o braço


em volta de mim e pressionando seu corpo contra o meu.

—Bom. Quero você feliz baby, porque sou o último


homem que vai foder. É melhor gostar de como faço. —
resmungo. Ela joga a cabeça para trás, rindo. Envolvo minha
mão em torno de sua bunda suculenta e a aperto.
— Sim, o mesmo vale para você, baby. — ela sorri.
Mordo seu lábio inferior.

— Eu não poderia ter escolhido uma boceta mais doce


para foder pela eternidade. — digo, sorrindo. Ela estreita os
olhos por um instante antes de pressionar seus lábios nos
meus.

— Estou no controle de natalidade. Nós nunca


conversamos sobre isso, mas queria que você soubesse. —
admite. Sorrio para ela.

— Não me importo querida. Não seria ruim ter mais


bebês. Você é obviamente uma mãe fantástica e faz lindas
crianças. — digo, capturado por seus lindos olhos.

— Acha que consigo animá-lo para que possa desfrutar


de outro passeio? — ela pergunta, me chocando quando sua
mão começa a gentilmente acariciar meu pau, o trazendo de
volta à vida. Seus lábios têm gosto de tequila e Kentlee.

Gemo enquanto movo meu quadril em sua mão.

— Sim baby, sobe em cima de mim e cavalgue. Faça a


porra de um show em cima dele. Estou pronto para brincar
com seus seios sexys. — resmungo enquanto ela sobe em
cima de mim.

Posso sentir sua boceta quente e molhada enquanto ela


se apoia na minha cintura, com sua mão gentilmente me
acariciando.

— Um show? — ela pergunta arqueando as


sobrancelhas.
— Isso aí, amor. Quero um show completo, um
espetáculo para meus olhos. Quero ver você brincar com o
seu clitóris enquanto me monta, quero apertar seus lindos
mamilos enquanto toma meu pau nessa sua doce boceta
molhada, várias vezes. — descrevo, observando seu corpo
tremer com arrepios.

Porra, a minha mulher gosta quando falo sacanagem e


lhe digo o que fazer.

Encosto-me na cama e assisto ao show. E que show.

Kentlee é perfeita.

Ela é doce e suave quando precisa ser.

Pervertida e suja quando precisa.

E…

Resistente como rocha quando o mundo exige isso dela.

Ela é tão perfeita, não poderia ter desejado nada melhor.


Kentlee
Abro meus olhos e vejo ao meu redor. Quarto é simples
e vazio, mas limpo. Tento levantar minha cabeça, mas gemo
quando a sala começa a girar. Pierce consegue me ouvir,
porque em segundos seu peito pressiona minhas costas, seu
joelho se posiciona entre minhas coxas e seu pau duro
pressiona meu quadril.

— Bom dia querida. — ele murmura contra meu pescoço


enquanto seus longos cabelos fazem cócegas na minha pele.

— Está muito cedo. — resmungo. Ele apenas ri de mim.

— Temos que levantar e ir para casa, para o nosso


garoto. — ele sussurra contra a minha pele, causando
arrepios pelo meu corpo.

Nosso garoto.

Casa.
Palavras tão bonitas para mim.

— Sim, tudo bem. — suspiro. Tento me mover, mas ele


não permite. — Tenho que sair da cama para ir para casa
Pierce. — gemo no travesseiro.

De repente, sinto seus dedos na minha boceta, me


acariciando gentil e suavemente. Não consigo segurar meu
gemido causado pelo seu toque macio.

— Sua boceta está dolorida garota? — ele sussurra.


Seus lábios percorrem minha espinha, seu cabelo arrasta ao
longo da minha pele e me excita cada vez mais.

— Sim, está. — gemo quando minha boceta começa a


pulsar por causa de seus toques suaves.

— Apenas relaxe. Vou cuidar de você. — ele murmura e


sinto sua língua quente contra minha fenda dolorida.

Estou dolorida, mas agora também estou excitada.

Os lábios de Pierce beijam meu clitóris gentilmente.


Sinto-o deslizar sua língua dentro de mim e então tremo com
seu gemido.

— Pierce. — digo levantando meu quadril, dando-lhe


mais acesso ao meu corpo.

— Vou foder essa sua boceta dolorida garota. — ele diz,


beijando o lado da minha coxa antes de me envolver em seus
braços e pressionar minhas costas contra seu peito. Eu sinto
seu pau contra as bochechas da minha bunda e gemo.

— Guie-me baby. — ele murmura com o rosto colado no


meu pescoço.
Envolvo minha mão ao redor do seu pau duro enquanto
ele segura minha coxa e seu outro braço pressiona meu peito,
então lentamente deslizo nele. Essa porra queima e não
consigo segurar o gemido de dor que escapa dos meus lábios.

Pierce beija meu pescoço, mas não se move dentro de


mim, então sinto uma de suas mãos deslizarem pela minha
barriga e seus dedos começam a acariciar suavemente meu
clitóris. Descanso minha cabeça contra seu ombro, começo a
deslizar lentamente para cima e para baixo no seu pau
enquanto sua outra mão começa a manipular os meus
mamilos sensíveis.

— Isto é tudo o que preciso querida. Você, eu e isso. —


ele murmura.

— Nós trepando? — pergunto com um suspiro. Ele


acaricia um mamilo entre os dedos e gentilmente aperta o
bico.

— Pela porra da eternidade. Quando estou com você, o


resto da porra do mundo some. Só existimos nós. — ele
resmunga.

— Somente nós. — repito enquanto enterro minhas


mãos, em seu fantástico cabelos comprido.

— Amo suas mãos em mim. — ele resmunga enquanto


começa a me foder um pouco mais forte, levantando seu
quadril para encontrar o meu. Envolvo minha outra mão em
torno de seu antebraço.

— Nunca corte seu cabelo, nem sua barba. — eu falo.


Ele ri.
— Minha garota quer que eu fique com o cabelo
comprido e com barba. Que você quiser vai ter. — ele diz.

Embora já tenha ouvido essas mesmas palavras antes


ainda era muito difícil de acreditar, até esse momento. Gozo
sem aviso prévio e Pierce segue pouco depois, a sua porra me
enche e seus dentes afundam em meu ombro com um
grunhido.

Horas mais tarde, estamos em casa. Nós dispensamos


Tammy e agora estamos no supermercado fazendo compras
para o jantar com Max. Eu sei cozinhar, mas não sou a
melhor cozinheira, então decido fazer algo simples e gostoso,
bolo de carne e purê de batatas.

Bear está no carrinho e Pierce o conduz enquanto pego


as coisas das prateleiras. É tão doméstico que é quase
cômico. Pierce de calça jeans e seu cabelo em um coque sexy,
eu com minha legging e camisa larga e Bear está tão alegre
sentado no carrinho.

Nós somos uma família de verdade.

Nunca pensei que esse dia chegaria.

Paro no meio do caminho quando ouço meu nome e me


viro, vejo Brentlee parada a alguns passos de mim.

Sei que estou olhando para ela como se tivesse duas


cabeças, mas não consigo evitar. Ela está em pé bem na
minha frente, grávida e seu rosto está machucado.
— Brentlee. — sussurro, dando um passo mais perto
dela. Ela faz o mesmo e depois, estamos nos braços uma da
outra.

— É esse o cara? — ela pergunta hesitante depois de se


soltar do nosso abraço. Sinto Pierce ao meu lado e sua mão
passa ao redor da minha cintura.

— Pierce. — ele murmura. Sei que ele está olhando para


seu rosto machucado.

— É bom finalmente conhecê-lo. — ela sussurra.

Sinto-me mal.

Ela parece apenas um pouco do que foi no passado.


Seus olhos estão mórbidos e seu sorriso é falso.

— Eu vou pegar a carne e as batatas querida. Vocês


duas conversem e a encontro no caixa, sim? — pergunta
Pierce.

Relutantemente afasto meus olhos da minha irmã para


olhá-lo. Com um simples beijo na minha testa ele leva Bear
para buscar o restante das coisas.

— Você está feliz. — Brentlee observa.

— Finalmente. — concordo.

— Fico feliz por você. Alguém merece ser. — ela


murmura. Tomo sua mão na minha.

— Eu sou sua irmã. Sempre vou te amar, Brent. Não


vou fingir que sei sobre sua vida, mas consigo ver que não
está sendo boa. Não estou julgando, mas sempre vou te amar
e apoiar. Minha porta estará sempre aberta para você,
sempre. — sussurro, tentando não derramar minhas
lágrimas.

Brentlee acena com a cabeça.

— Eu só traria problemas à sua porta. — ela confessa.


Balanço minha cabeça.

— Você vê aquele grande motoqueiro com quem estou?


— pergunto. Ela acena com os olhos arregalados. — Esse
cara, pode lidar com qualquer problema que você poderia
sonhar. Se não conseguir lidar com isso sozinho, tem um
clube inteiro atrás dele para apoiá-lo. Pierce é o presidente.
Ninguém vai mexer com você, se ele estiver te dando apoio
Brent. — digo me sentindo mais corajosa do que realmente
sou. Estou tão assustada por ela, parece tão frágil.

— Ok. — ela fala arrastado. Quaisquer que sejam os


demônios que esteja enfrentando, ainda não estão prontas
para deixá-los. Coloco minha mão em sua barriga.

— Menino ou menina? — pergunto com um sorriso.

— Menina — ela diz solenemente.

— Uma sobrinha. Eu já a amo. — digo, antes de


envolvê-la em um abraço novamente. — A qualquer hora
Brent, noite ou dia, me chame ou venha até mim, qualquer
que seja o seu problema, estarei lá, estaremos lá por você. —
enfatizo, sussurrando em seu ouvido.

Ela sussurra um tudo bem e a deixo ir. Viro-me e vou


embora deixando minha irmã que obviamente estava
sofrendo abusos domésticos. Não há nada que possa fazer até
que ela esteja pronta. Só espero que esteja antes que seja
tarde demais.

— Ele está batendo nela. — Pierce rosna horas depois


quando começo a fazer o jantar. Bear está dormindo e nós
estamos sozinhos na cozinha.

— Está. Suspeito que já faz algum tempo. — respondo.

— Precisamos tirar ela de lá o quanto antes garota. Ela


está grávida. Ele pode matá-la. — Pierce diz. Viro-me para
ele, surpresa com sua insistência.

— Disse-lhe que estaria aqui por ela. Ofereci sua


proteção, embora devesse ter perguntado primeiro. Eu sinto
muito por isso. — digo suavemente. Ele balança a cabeça
antes de tomar um gole da sua cerveja.

— Nunca se desculpe por oferecer minha ajuda em uma


situação como essa querida. Eu iria lá agora e a buscaria, se
pudesse. — ele murmura.

— Ela não aceitaria se você fosse e simplesmente


voltaria. Ainda não está no fundo do poço. — digo enquanto
coloco a panela com água no fogão.

— Eu sei. No entanto, odeio saber disso. Odeio ver uma


boa garota ser agredida por um completo babaca. — Ele
rosna. Isso me faz rir.

— Como você sabe como o Scotty é? — levanto uma


sobrancelha e é a sua vez de sorrir.

— Fiz Sniper me dar informações sobre sua família


enquanto estive preso. Queria ter certeza de que vocês
estavam bem. — ele diz com um sorriso e um encolher de
ombros.

— Bem, você está certo. Ele é um babaca. Eu o odeio,


sempre odiei. Ela merece alguém melhor. — sussurro,
olhando o nada.

— Alguém como o Sniper? — ele pergunta levantando


uma sobrancelha.

— Bates era bom com ela e bom para ela. Eles eram
muito novos quando ficaram juntos, mas ele a amava. Ela
não era um troféu ou apenas alguma vagabunda, era sua
garota e ele a tratava como uma princesa. — digo mexendo o
molho na panela.

— Espero que ela se dê conta antes que seja tarde


demais. — ele murmura e envolve seus braços em volta da
minha cintura e apoia o queixo no meu ombro.

— Eu também. — sussurro.

Fury
Jantar com o meu pai foi... Bem... Interessante.

O velho filho da puta passou a noite inteira flertando


com a minha mulher e brincando com meu filho. Que achei?
Eu gostei. Bem, queria estripá-lo por flertar com Kentlee, mas
gostei da facilidade com que eles se deram bem e o quanto
meu filho o aceitou imediatamente.

Nós comemos e brincamos com o Bear até a Kentlee nos


expulsar para fora de casa e colocá-lo para dormir. Mantendo
o horário dele de ir para a cama, o que diz ser importante. Eu
não vou brigar com ela por isso, porque com toda a
honestidade, não sei porra nenhuma sobre crianças.

Assim que estamos do lado de fora, meu pai fica sério,


muito sério.

— Você tem uma boa vida agora, meu filho. — Pops diz
enquanto toma um gole da sua cerveja.

— A melhor. — concordo.

— Queria que você pudesse ter conseguido isso mais


cedo, como eu e sua mãe, mas o que você tem aqui é
insubstituível — ele murmura. Eu olho para o céu à noite.

— Não, eu consegui no momento certo. Teria esperado


mais trinta anos para tê-la se precisasse. Que tenho? Nada
nesta vida se compara a isso. — digo, soando como se tivesse
uma maldita vagina.

— Isso é bom, filho. Proteja-os, alimente-os e pelo amor


de Deus, faça mais alguns bebês, porra. Aquele garoto é
bonito e precisa de irmãos. Meu único arrependimento na
vida foi não ter dado a sua mãe mais filhos. Ela queria mais
sabia? — ele diz. Concordo.

Ela me disse uma vez que rezava para ter mais, mas
meu pai estava imerso no clube e não queria mais
responsabilidade do que já tinha na época. Ele amava a
minha mãe e eu, mas mais bebês significavam mais tempo
em casa e menos tempo com seus irmãos.

Eu provavelmente teria me sentido da mesma forma há


dez anos.

Agora, porém, a minha família é o que mais quero. Eles


vêm em primeiro lugar.

— Uma tempestade de merda está para acontecer filho.


Quero que você esteja alerta. — ele diz, olhando para o nada.

— Bastards ou Aryan’s? — pergunto. Meu pai balança a


cabeça.

— Não tenho a mínima ideia de qual dos dois, mas


marque minhas palavras, eles estão planejando, esperando e
ganhando tempo. E então, vão vir com uma vingança. —
avisa.

Eu concordo.

Essa merda dos Bastards terem desaparecido está me


preocupando e os Aryan’s terem explodido um clube e ficado
por isso mesmo? Enfurece-me.

— Vou manter o olho aberto Pops. — murmuro. Ele dá


um tapa em minhas costas antes de voltar para dentro.

Meu pai não fica por muito mais tempo, pois tem
bebidas e boceta esperando por ele no clube, então está
pronto para extravasar. Ele dá um abraço em Kentlee e
agradece-lhe pela noite, prometendo fazer mais visitas e
passar mais tempo com Bear.
Quase posso ver os pensamentos que passam pela sua
cabeça. Ele está pegando leve ultimamente. Gostaria de saber
se está pronto para a aposentadoria. Quando estiver aposto
que ficará aqui com seu neto. Talvez seja apenas uma ilusão,
mas ter o meu pai de volta numa vida normal seria muito
bom. Sinto falta desse velho bastardo.

Levo Kentlee para a cama, mas não transamos. Ela


andou engraçado o dia todo e sei que sua boceta está
dolorida. Peguei pesado com ela na noite passada, mais de
uma vez e depois novamente esta manhã. Vou dar-lhe uma
pequena pausa esta noite. Estou me sentindo generoso.

Envolvo-a em meus braços e a pressiono no meu peito,


seu corpo macio e seu aroma doce me rodeiam.

— Gosto muito do seu pai. — ela sussurra no quarto


escuro.

— Ele gosta de você um pouco demais. — eu resmungo.


Ela ri.

— Bem, ele ainda parece muito bonito para sua idade.


—ela diz. Aperto seu corpo em sinal de advertência.

— Kentlee. — resmungo o que faz com que ria ainda


mais. Ela rola em meus braços e coloca suas pequenas mãos
nas minhas bochechas.

— Eu te amo, Pierce. Você é o único homem em toda a


Terra para mim. — ela sussurra antes de seus lábios
acariciarem os meus em um beijo.
— Vamos dormir mulher. Estou tentando ser um
cavalheiro e dar à sua boceta dolorida uma pausa. Mas se
você me beijar, não serei responsável por minhas ações.

— Minha boceta está dolorida. Porra ficou ardendo o dia


todo. — ela admite. É a minha vez de rir.

— Eu sei você andou engraçado o dia todo. Não pude


deixar de perceber. Senti muito orgulho disso. — sorrio para
o quarto escuro e ela bufa.

— Você é tão idiota. —ela reclama. Jogo a cabeça para


trás rindo. — Vá dormir homem das cavernas. — ela ordena.

Vou dormir e pela primeira vez em toda a minha vida,


vou dormir sorrindo.

Essa mulher é minha. Seu coração é meu, assim como


seu corpo. Ela me aceita como sou, sem esperar nada em
troca, a não ser minha fidelidade e fé em nós. Kentlee me tem
e possui também de coração, corpo e alma. Ela é a porra da
minha fraqueza. Uma fraqueza que nunca quis e achava que
não precisava ter. Quão errado estive?

O amor desta mulher vale tudo e qualquer coisa que a


vida poderia colocar no meu caminho.
Kentlee
Uma rotina.

É incrível pensar que em apenas algumas semanas,


Pierce e eu caímos em uma rotina. E é uma das boas. Uma
excelente, na verdade. Eu sorri mais no mês passado do que
em três anos. A perda da minha família e em seguida, a perda
de Pierce foi um golpe para o meu coração. Ele se partiu,
realmente. Mas agora me sinto viva, livre e feliz.

Pierce tem me levado em algumas festas no clube para


encontrar outras mulheres e conhecê-las. Elas não são nada
como aquela puta da Katie Powell. A maioria delas é mal-
encarada, mas são autênticas e dizem o que pensam. Gosto
disso. Não me importo em saber o que as pessoas pensam de
mim. Isso torna a vida mais fácil.

Uma delas, Rosie, vai trazer a filha para brincar com o


Bear esta tarde. Não consigo tirar o enorme sorriso do meu
rosto enquanto faço o almoço para nós e esperamos elas
chegarem. A filha de Rosie tem pouco mais de três anos,
então ela e Bear devem se dar bem juntos.

Ouço uma batida na porta e sei que deve ser a Rosie,


então grito dizendo para ela entrar. Bear ainda está
dormindo, mas ele vai acordar a qualquer minuto.

Ouço a porta da frente abrir, mas não ouço a voz de


Rosie. Saio da cozinha e paro instantaneamente com a visão
que tenho na minha frente.

A sala está cheia de homens.

Não faço um barulho sequer. Meu único pensamento é


que não importam quem sejam esses homens, eles não
podem saber que Bear está em casa. Devo proteger meu filho.

— Não é uma linda menina branca? — um dos homens


diz enquanto seus olhos observam todo o meu corpo.

— Porra, ela é perfeita. —outro homem diz.

Em seguida, eles viram-se, para mim.

Viro-me para correr, mas eles são maiores, mais rápidos


e mais fortes do que eu.

Um braço envolve minha cintura, assim como uma mão


tampa a minha boca. Fecho bem os meus olhos à espera que
mais alguma coisa irá acontecer, mas nada acontece. Mãos
fortes me seguram pelos meus tornozelos e sou levada para
fora de casa, longe do meu bebê e jogada na traseira de uma
van. Eu faço uma oração silenciosa para Bear e espero que
Rosie apareça logo para que ela possa pegá-lo e chamar
Pierce.

Não digo uma palavra enquanto a van sai. Dois homens


que falavam na minha sala estão na frente e os três que
estavam em silêncio se sentam em volta de mim.

Um deles se senta ao meu lado e a lateral do seu corpo


pressiona-se contra o meu. Por um instante olho a minha
volta e percebo que todos os homens são carecas e tatuados.

No entanto suas tatuagens não são nada parecidas com


as do Pierce.

O homem ao meu lado tem uma suástica tatuada em


seu braço e um trevo de três folhas, com o número seis em
cada folha. Ele também tem o número 1488 em seu
antebraço e as letras AB estão tatuadas em sua mão. Noto
um escudo e uma espada renascentistas tatuados em seu
antebraço oposto, com outro AB acima. Meus olhos vagam
lentamente pelo resto dos homens e percebo que todos têm as
mesmas tatuagens, mas em lugares diferentes.

— Quem são vocês? — pergunto hesitante para o


homem ao meu lado. Seus frios olhos azuis se viram para
baixo na minha direção antes dele sorrir. Não é um sorriso
amigável. É aterrorizante pra caralho.

— Seus amigáveis Aryans, princesa — diz ele. Meus


olhos se arregalam.

Que merda, são supremacistas brancos.


— O que vocês querem de mim? — pergunto com a voz
vacilante e trêmula.

— Retaliação — diz ele, inclinando a cabeça para o lado


e me estudando. — Eu não me preocuparia muito, princesa.
Você é bonita e pálida, com todo esse cabelo loiro e olhos
azuis. Nós nos certificaremos de tratá-la direito — ele
murmura. Isso me deixa toda arrepiada.

Arrepios assustadores.

Fury
Vault me liga enquanto estou descendo da minha moto
no estacionamento do clube. Franzo a testa ao olhar meu
telefone por um minuto antes de responder, olho em volta do
estacionamento e não vejo sua moto.

— Sim — digo enquanto entro passando pelo bar.

Está bastante deserto, algumas pessoas circulando, mas


é uma tarde normal de sexta-feira. Tenho algumas merdas
para verificar e finalizar antes de acontecer a primeira corrida
da SLC para o Canadá, que começa segunda-feira.

— Você precisa ir para casa, Prez — diz ele. Enquanto


passo pela porta aberta do meu escritório.

— Para quê? — pergunto distraidamente enquanto ligo


meu computador.
— Rosie veio com nossa filha para ela brincar com seu
filho. Quando ela chegou aqui, a porta da frente estava
aberta, Bear estava gritando em sua cama e sua mulher não
estava em lugar nenhum. No entanto o carro dela está na
garagem. Acabei de verificar — diz ele.

De repente é como se tivesse deixado o meu corpo e


estivesse do lado de fora olhando para dentro. Eu posso ver
sentado rígido como pedra, incapaz de mover, respirar ou
falar.

— Prez. — A voz rouca de Vault corta minha paralisia e


balanço a cabeça para me recompor.

— Estou no meu escritório. Estarei aí em dois minutos.


— desligo o telefone antes que ele tenha uma chance de falar
e começo a correr para fora do clube, quase atropelando
Sniper.

— O que está acontecendo? — ele pergunta, percebendo


que algo está errado.

— Quero todos na minha casa em cinco minutos —


ordeno. Ele balança a cabeça.

— Kentlee? — ele pergunta em voz baixa. Meus olhos se


viram para ele.

— Ela desapareceu, porra. Ela sumiu — digo incapaz de


esconder minha emoção.

Snipe sabe, ele conhece a minha mulher e sabe como


me sinto a respeito dela. Eu vejo medo e raiva misturados em
seu rosto. Sinto-me da mesma maneira.
Sem dizer mais nada, eu saio.

Corro para casa e encontro Rosie segurando um Bear


inconsolável enquanto sua filha está envolta nos braços de
Vault. Assim que meu filho ouve o som da minha bota ecoar
na sala de estar, ele clama por mim levantando os braços, se
jogando em meu colo. Eu o pego e o abraço apertado, sem
pensar.

Meu filho, meu menino. Ele está tão assustado.

Vault entrega sua filha para Rosie e pede-lhe para ir


para a cozinha um pouco. Ela não faz perguntas, só faz isso
sem dizer uma palavra. Ela sabe como as coisas funcionam
no nosso mundo, é muito boa nisso. Vault se volta para mim
com um olhar nervoso antes de falar.

— Rosie era para estar aqui ao meio-dia. Ela estava


aproximadamente dez minutos atrasada. Disse que a porta
foi deixada aberta, então ela entrou. Almoço estava pronto em
cima da mesa para as crianças e as meninas. Bear estava em
seu quarto gritando, mas nada mais estava errado. Não havia
sinais de luta e o carro está na garagem. — Ele me diz tudo o
que sabe.

— É a hora do cochilo do Bear, das dez ao o meio-dia.


Talvez houvesse uma batida na porta e ela gritou, pensando
que era Rosie e quem quer que fosse entrou. Kentlee não é
idiota. Ela provavelmente foi porque não queria que soubesse
que Bear estava em casa. Eu a conheço — afirmo. Vault
acena com a cabeça em concordância. Embora ele não
conheça Kentlee tão bem, faz sentido que ela não iria querer
que fosse feito algum mal ao nosso menino.

— Então pensamos da mesma forma, porque nada mais


faz sentido. Ela não iria fugir. Vocês estão noivos e tinha tudo
pronto para o encontro das crianças e seu carro, chaves,
bolsa e o telefone estão aqui na casa — Vault confirma,
excluindo todas as outras perguntas que poderia ter tido.

— Retaliação — murmuro.

— Retaliação — murmura Vault antes de a minha casa


encher com cada irmão que temos.

— Precisamos encontrá-la rápido — digo na sala para


todos os homens, meus irmãos.

Eu saio da sala, ainda segurando meu filho, que de


tanto chorar dormiu no meu ombro e ligo para o meu Pops.
Isso cheira a coisa dos Bastards, mas não posso ter certeza.
Não quero acabar indo atrás do grupo errado e correr o risco
de nunca a encontrar, ou encontrá-la tarde demais.

— Torch me ligou — meu pai diz assim que atende.


Fiquei feliz por não ter que explicar toda essa merda de novo.

— Quem seria capaz de fazer isso? — pergunto,


tentando manter a calma. Estou usando tudo o que tenho
dentro de mim para mantê-la.

— Tentei o meu contato com os Bastards e os Aryans,


nenhuma resposta em ambos. Meu palpite? Eles estão nisso
juntos — ele sugere.
Deixei escapar um suspiro. Faz sentido. Bastards
estavam querendo nosso território desde sempre e em
seguida, cortamos os laços com os arianos. Tudo está
tranquilo porque eles estão planejando esse tempo todo.

— Juntos — repito.

— Aquisição em massa — meu Pops sugere.

Aceno com a cabeça para mim mesmo.

Aquisição em massa.

Eles não sabem o que fizeram. Vou estrangular cada um


desses filhos da puta, um por um.

Lentamente.

— Preciso de apoio — exijo. Não é uma pergunta e meu


pai não me negaria mesmo que fosse.

— Já estamos nos preparando. Estaremos aí amanhã de


manhã — ele diz, antes de desligar o telefone. Deixei escapar
um suspiro.

— Todas as mulheres e crianças precisam ficar


obrigatoriamente confinadas — digo ao Sniper, que estava
atrás de mim. Eu podia sentir a raiva exalando dele.

— Feito — diz ele. Viro-me para encará-lo.

— Quero que todos os homens fiquem aqui. Nós


estamos em modo de planejamento, mas não quero ninguém
nos ouvindo. Como eles descobriram Kentlee, eu não sei, mas
se isso vazou, não quero arriscar mais — digo. Sniper acena
com a cabeça e seus olhos encontram os meus.
— E se foi algum irmão que vazou a informação? — ele
pergunta.

— Então vou matá-lo, lentamente, levando o tempo que


eu quiser — digo.

Sniper sorri antes de se virar para dar minhas


instruções aos homens.

Segundos depois, Rosie está saindo da casa e correndo


para o carro dela. Eu deveria deixar o Bear com ela, mas não
posso. Meu menino só iria chorar. Ele precisa de mim. Eu
poderia deixá-lo com Tammy, mas não no clube. Não sei
como esses filhos da puta racistas descobriram sobre Kentlee,
mas sei que se tem um vazamento na sede do clube, não
quero uma alma sabendo onde está o meu filho.

É hora de planejar alguns assassinatos.

Eu sorrio com o pensamento.

Estou pronto para matar alguns babacas racistas.

Agora.

Kentlee
Eu gostaria de poder dormir, mas de forma alguma
posso abaixar minha guarda perto desses malucos. Eles
praticamente têm me ignorado até aqui, conversando entre si.
Eles são revoltantes, uma vergonha para a raça humana e me
dão nojo.

— Faça a ligação — o que está próximo de mim ordena.

Não consigo evitar pensar se é o líder. Ele ficou em


silêncio o tempo todo e apenas olhou para frente, para nada
além da parede da van. Ele é enervante.

Escuto um toque de telefone tomar conta da van.


Telefone está no viva voz e quero saber apenas para quem
diabos eles estão ligando, até que a voz na outra extremidade
atende. Eu não tenho mais que imaginar quem é do outro
lado da linha.

Pierce.

— Para onde você levou a minha mulher, porra? — ele


ruge. Isso me faz saltar. Esse homem ao meu lado olha para
mim, sem expressão, apenas me analisando.

— Sua loirinha está perfeitamente segura, não é


querida? — um dos homens da frente diz, com sua voz
melosa.

— Pierce — digo com a voz trêmula.

— Se você tocar em um só fio de cabelo dela vou


arrancar as entranhas de cada um de vocês — ele rosna, com
voz baixa e ameaçadora.

— Você teria que nos encontrar primeiro e não somos do


tipo que seríamos encontrados se não quisermos.

— O que você quer? — suspira Pierce.


Parece como se tivesse se entregado, que desistiu e vai
fazer o que eles pedem. No entanto, eu conheço Pierce. Ele
fará com que esses homens sofram.

— Queremos nossas armas ou o nosso dinheiro. Aquela


merda de três anos atrás não foi esquecida.

— Você explodiu um clube e matou todos que estavam


lá dentro, conseguiu seu dinheiro em forma de sangue — diz
Pierce, enquanto começo a juntar as peças e entender a
situação.

Pierce foi para a cadeia entregando armas a estes idiotas


e agora eles querem o dinheiro que pagaram por elas de volta.

— O sangue não paga as contas e não nos fornece


armas — o homem da frente diz.

Eu meio que entendo seu raciocínio, mesmo que ele seja


maluco de pedra.

— Não lido mais com armas — anuncia Pierce. homem


ri.

— Sim, você está lidando com drogas agora. Sabemos


tudo a respeito. Isso não muda merda nenhuma. Dinheiro ou
armas, Fury. Traga para mim no domingo ao meio-dia ou vou
virar essa puta branquinha do avesso. Todos os homens do
meu clube adoram foder boceta de uma branca pura e isso é
exatamente o que ela é. Ela vai ser usada plenamente aqui.
Mande uma mensagem para mim quando estiver pronto e
vou te avisar o local de encontro — ele diz, antes de desligar.
Sinto falta de ar. Suas palavras ecoam na minha cabeça,
repetidas vezes.

Todo homem no meu clube gosta de foder boceta de uma


branca pura e isso é exatamente o que ela é.

Ela vai ser usada plenamente aqui.

Fecho os olhos com força e tento me acalmar antes que


eu surte por completo.

Paramos em um armazém e a van desliga antes que as


portas se abram e eu seja arrancada de dentro. Encontro-me
cercada por pelo menos mais vinte skinheads e todo um
grupo de motociclistas.

Motociclistas assustadores para caralho.

Meus olhos conseguem ver um colete que diz Bastards.


Dois grupos estão juntos nisso, dois grupos contra um. Só
espero que sobreviva a isso, mas não parece muito provável.

— Essa é a boceta? — uma voz grave pergunta. Eu olho


para cima para ver um homem barrigudo e com uma longa
barba grisalha de pé na minha frente, vestindo um colete dos
Bastards.

— Sim. Fury está puto — o homem quieto anuncia.

— É claro que ele está. A gostosa dele se foi — o homem


de barba cinza diz antes de rir.

— Você sabe como esses caras são territoriais. Tem


certeza que é assim que você quer conduzir isso? — Aquele
homem quieto pergunta ao da barba comprida.
— Tem que atingir onde dói, no orgulho e no pau. É a
única maneira para ele levar a sério, Mark — barba comprida
diz, chamando o homem quieto de Mark.

Bom, pelo menos já sei o nome de um deles agora.

— Bom, seu orgulho está definitivamente em jogo —


Mark diz com um aceno de cabeça. — Vou mantê-la comigo.
Há muitos homens por aqui — ele diz. Barba comprida ri.

— Nós poderíamos brincar um pouco, ter uma festinha


— diz.

Mark balança a cabeça uma vez e o de barba comprida


dá um passo para trás. Esse cara é realmente o chefe. Sou
levada para um escritório. Posso sentir os homens atrás de
mim, assim como seus olhares. É como se um milhão de
agulhas picasse minha pele. Assim que entramos no
escritório, Mark olha diretamente para mim, seus olhos frios,
mórbidos e insensíveis.

É assustador.

— Isto não tem nada a ver com você. Não leve nada para
o lado pessoal — ele começa. Meus olhos se arregalam.

Como não posso levar para o pessoal o fato de que esses


babacas me sequestraram e querem-me foder como se eu fosse
uma boneca inflável?

— São negócios — ele encolhe os ombros, sem parecer


nem um pouco arrependido.
— Fury não vai apenas te dar o que você quer e deixar
por isso mesmo — digo. Mark inclina a cabeça para o lado
antes de falar.

— Esses homens podem ser idiotas, mas eu não sou.


Tínhamos um contrato e nós o avisamos que os nossos
concorrentes estavam fodendo com a gente. No entanto, eles
romperam os laços conosco e foram para o lado dos
concorrentes. É uma questão de princípios agora, Kentlee —
diz ele, dando um passo em minha direção. Congelo quando
sua mão se aproxima e ele a coloca na minha bochecha.

— Ele e seus homens precisam ser mortos, bonitinha.


Você vai ter pouco tempo para se lamentar por ele, porque na
segunda-feira terá um novo lugar e uma nova vida. Você pode
adivinhar o que será? — ele pergunta enquanto abaixa a
cabeça e os seus lábios tocam a minha orelha.

— Não — resmungo.

— Na minha cama, como a minha puta. Toda vez que eu


afundar o meu pau dentro da sua boceta, será a minha
vitória contra ele. Matá-lo não será suficiente. Preciso
desrespeitá-lo mesmo após sua morte e vou fazê-lo por te
possuir. Então, eu vou fazê-lo novamente ao me tornar o pai
de Bear — diz ele ao me soltar e dar um passo atrás.

Minha boca se abre completamente em choque quando


olho para ele, incapaz de falar.

— Você achou que não sabia sobre aquele garoto? Eu


sei de tudo, Kentlee. Seu filho será criado para ser meu
soldado e você vai produzir mais crianças brancas para mim.
Elas vão ser lindas — ele sorri antes de sair da sala, me
deixando trancada.

Eu caio de joelhos e choro pela primeira vez desde que


fui tirada de minha própria casa.
Fury
— Eles não podem tê-la levado para longe se quiserem
que você saia e se exponha — o meu Pops diz, enquanto
acende um cigarro perto de mim.

— Não. Mas a cidade é pequena então devem ter se


escondido em uma das cidades vizinhas — digo.

Estou cansado pra caralho.

Minha adrenalina caiu e agora estou resignado a ser um


completo merda.

— Isso tudo não é apenas pelo dinheiro, eles querem


provar um ponto — Pops murmura. Eu concordo.

Bear está seguro na casa da Tammy, feliz por estar com


a “vovó” favorita dele e eu tenho tudo pronto para encontrar a
Kentlee.
Não consigo evitar me perguntar se nós já não passamos
por merda o suficiente nesses últimos anos. Assim que
estamos felizes, vem mais essa tempestade sobre nós. Não é
justo com ela, nem um pouco. Kentlee nunca fez
absolutamente nada de errado e aqui estou de novo,
causando-lhe dor. Eu sabia que a minha vida iria foder com a
dela, mas a fiz minha de qualquer maneira, porque sou um
idiota egoísta de merda.

— Você é um idiota, mas fez a coisa certa ao reivindicá-


la — meu pai diz ao meu lado.

Deveria me dar um murro por falar meus pensamentos


em voz alta.

— O que eles querem provar, então? — pergunto.

— Quer deixar você puto, mostrar que tem uma


vantagem sobre nós. Provar que podem tomar o que é nosso e
não há nada que possamos fazer a respeito. Mark é um
sádico filho da puta. Ele vai fazer o que for preciso para
provar o seu ponto de vista — meu pai me informa. Ele não
me faz sentir melhor, nem um pouco.

— Sei onde eles estão — diz Bull, dando um passo ao


meu lado. Dirijo-me a ele enquanto a raiva flui pelas minhas
veias.

— Como? — eu calmamente pergunto. Vai contra tudo


dentro de eu ser tão calmo agora.

— Kitty. Fui ao clube verificar as mulheres e as crianças


cerca de dez minutos atrás e Kitty estava falando sobre isso
com outra vadia. Ela não me viu, não sabia que estava lá. Ela
está passando informações para eles.

A raiva flui pelo meu corpo e rapidamente caminho até


minha moto. Pops e Bull seguem atrás de mim, junto com os
outros, mas não me importo.

Minha única missão é fazer com que aquela puta me dê


algumas respostas antes de matá-la.

O clube está tranquilo. Caminho e vejo mulheres e


crianças a minha volta, mas não me importo com elas. Com
sangue nos olhos, procuro apenas uma pessoa, Kitty. Quando
a encontro, vejo que está vestindo um top e shortinho,
pintando as unhas dos pés como se não tivesse nenhuma
preocupação no mundo. Ando até ela com meus irmãos atrás
de mim.

— Levanta — falo. Ela olha para mim e dá o seu sorriso


mais sexy antes de lentamente se levantar.

— Sabia que você ia ficar cansado daquela boceta velha


e voltaria para mim — ela diz enquanto põe as mãos nos
seios, apertando-os.

Quase reviro os olhos, mas estou puto pra caralho.


Envolvo minha mão em torno de seu bíceps e a arrasto atrás
de mim. Sei que estou fazendo uma cena, mas não dou a
mínima. Eu a levo para nossa garagem, onde guardamos
nossas motos nos invernos rigorosos de Idaho e a jogo no
chão de concreto.

— Fury — ela choraminga. Olho para ela que


prontamente se cala.
— Onde está minha mulher? — pergunto. Ela aperta os
lábios.

— Não faço ideia — ela bufa.

Tiro minha faca do bolso e curvo-me ao seu nível. Vejo


seus olhos se arregalarem, em seguida ela grita quando
arrasto o topo da lâmina ao longo de sua coxa. É um corte
bem grande, mas ela vai sobreviver.

— Resposta errada — rosno.

— Puta merda, você é louco — ela choraminga. Isso não


me afeta. Ela é uma filha da puta de sangue frio e merece
tudo o que vou lhe dar.

Pego a faca e corto o topo de seu seio.

— Puta idiota. Eu quero respostas. Já sei que sou


maluco — rujo em seu rosto. Ela começa a chorar.

— Os Aryans e os Bastards estão trabalhando juntos —


ela murmura.

— Onde está minha mulher? Onde está a Kentlee? —


grito na cara dela enquanto corto sua outra coxa e vejo o
sangue escorrer pela sua perna.

— Eles me disseram que estavam levando-a para um


armazém que alugaram apenas para isso. Eles vão se livrar
de toda a porra do seu clube, seu babaca. Então Kentlee vai
ser a puta do Mark. É incrível. Ele até prometeu que poderia
assistir enquanto ele a fodia com tanta força que a faria
sangrar. Eu odeio aquela vadia idiota. — Kitty grita. Não
posso ouvir mais uma palavra. Envolvo meus dedos em seu
cabelo e passo minha lâmina pelo seu pescoço. Sangue jorra
por toda parte, mas a vadia está quieta agora e finalmente
morta.

— Prez — murmura Bull atrás de mim.

— Ela não vai assistir merda nenhuma agora, não é? —


digo. E sorri por um momento antes de falar no telefone com
os irmãos.

Viro-me e foco nos olhos de Sniper. Ele fodeu essa vadia


mais de uma vez, mas também tomou conta de Kentlee
quando eu não podia.

— Bom trabalho, chefe — ele diz com um largo sorriso


maníaco.

— Eu quero saber a localização desse armazém agora.


Se aquele bastardo maluco penso que pode colocar um dedo
na minha mulher, ou em qualquer membro do meu clube, ele
não sabe que está por vir.

— Nós acharemos a porra do armazém e eu vou matar


esses filhos da puta, um por um. Vou vê-los cair como
moscas — ele ri.

— Será que Kitty sabia a localização do armazém? —


Bull pergunta olhando para Kitty enquanto o sangue se esvai
de seu corpo sem vida.

— Ela não sabia de merda nenhuma. De jeito nenhum


esses malucos teriam dito a ela qualquer informação útil.
Precisamos encontrar contratos de locação de armazéns nos
arredores da cidade. Aposto que é onde eles estão — ordeno.
Finalmente, vejo a luz no fim deste túnel longo e escuro.

Kentlee
Sento-me no pequeno escritório e espero. Observo esses
maníacos babacas pelas janelas e percebo que parecem estar
separados por grupo, como se estivessem trabalhando juntos,
mas não se suportassem.

Nada disso faz sentido para mim. Retaliação, vingança e


dinheiro eu entendo, mas matar Pierce e me roubar dele não
faz sentido nenhum.

— Você parece confusa — Mark diz, enquanto caminha


de volta para o escritório, com seu olhar frio focado em mim.
Ele poderia ser bonito, se não possuísse esse olhar mórbido e
assustador.

— Tudo isso é apenas por causa daquele contrato que


foi quebrado? — pergunto, apontando para os homens que
estão em volta conversando e bebendo.

— Basicamente. Algumas pessoas acham que sou um


pouco dramático. — Ele sorri, mas seus olhos permanecem
inalterados.

— Quem te contou sobre mim? — pergunto. Ele poderia


ter feito isso anos atrás, então há uma razão para isso estar
acontecendo agora.
— Uma prostituta chamada Kitty. Cara, ela realmente te
odeia — ele ri. Arregalo meus olhos, aquela vadia.

— E você prometeu a ela... — deixei minhas palavras


morrerem e Mark continua de onde parei.

— Ah, não tive que prometer muita coisa para aquela


puta. Só que ia deixá-la assistir enquanto fodia você até
sangrar. Ela parecia bastante feliz com isso, então cantou
como um passarinho — ele dá de ombros. Não consigo evitar
a raiva que toma conta de mim. Aquela puta desgraçada.

— E daí? Você é parceiro dela?

— Claro que não, porra. Eu comi o rabo dela e a mandei


de volta para o Notorious Devils. Ela acha que está me
ajudando, mas vai morrer junto com o resto deles. Traidores
não têm nenhuma utilidade para mim. Mulheres como aquela
afundam navios — ele murmura enquanto coloca o meu
cabelo atrás da orelha.

O movimento é aparentemente gentil, mas posso ver a


depravação em seus olhos.

O homem não possui alma.

— Depois de tudo isso, o que faz você pensar que eu vou


ser leal? — pergunto por curiosidade.

— Você vai ser fiel a mim, não se preocupe. Se você não


for, vou matar o seu filho — ele diz com um encolher de
ombros. Suspiro enquanto a minha mão cobre a minha boca
em choque.
— Você não faria isso — murmuro com meus lábios
trêmulos.

— E por acaso dou a mínima para aquele garoto? Claro


que o mataria, então é melhor você andar na linha, princesa
— ele resmunga, antes de bater à porta, trancando-a de novo,
deixando-me sozinha com suas palavras.

Ele mataria o Bear. Homens como ele são maus. Fecho


meus olhos e rezo para Pierce me encontrar. Então oro por
algo que nunca pensei que faria.

Eu oro para que Pierce não só me encontre, mas também


mate esse filho da puta doente.

Fico sozinha pelo que parecem horas, felizmente. Não


quero ver Mark, muito menos falar com ele novamente, pois é
um canalha assustador.

Ouço um estrondo e me levanto para olhar pelas janelas


do escritório. Há fumaça por toda parte, mas consigo ver algo
se aproximando, ou melhor, alguém. Um homem alto com um
coque bagunçado e um colete preto do Notorious Devils —
Pierce.

Meu coração literalmente salta diante da visão dele, mas


essa sensação dura pouco. Sinto uma mão envolver meu
pescoço vindo por detrás e em seguida, a respiração quente
no meu ouvido. Estava tão deslumbrada por vê-lo que não
ouvi a porta sendo destrancada e aberta novamente.

— Você ainda não está livre, vadia — diz Mark. Seu tom
de voz está muito diferente de antes, mesmo assim eu
reconheço a voz dele.
Abro a boca para gritar, mas ele aperta minha garganta,
bloqueando a passagem de ar. Estou completamente indefesa
enquanto ele me arrasta para a porta dos fundos do
armazém. Meu ouvido é preenchido com sons de armas e
gritos de onde os homens estão se enfrentando, mas não
consigo ver mais nada.

Lágrimas escorrem pelo meu rosto porque sei que se ele


me levar para fora deste armazém, será o meu fim. Pierce não
vai ser capaz de me rastrear uma segunda vez.

— Aquela puta me traiu como sabia que faria. Porém


esperava que isso só fosse ocorrer mais adiante — ele
murmura enquanto continua a me arrastar para longe.

Assim que estamos do lado de fora, olho ao redor e vejo


todas as motos alinhadas, mas não vejo nenhum dos
homens.

É isso.

Ele vai me levar.

Estuprar-me e torturar.

Fecho os olhos de novo e aceito o meu destino.

Então envolvo minhas mãos em torno dos antebraços de


Mark e arranho o mais forte que posso, enquanto
simultaneamente bato com meu salto em sua canela. Se vou
me ferrar, não vai ser sem luta. Se não por mim, pelo Bear.

— Sua vadia — resmunga. Ele me vira e me dá um tapa


tão forte que meu corpo é jogado no chão.
Ele então me levanta pelo cabelo. A dor é enorme, mas
me esforço muito para não gritar, para não chamar mais
atenção para mim. Talvez possa dar conta de um homem.
Mais do que isso? Nem pensar.

— Lute comigo, sua vadia idiota e não vou ser o único a


foder você quando voltar para o meu clube — ele rosna antes
de me puxar pelos cabelos em direção às vans sem placas
que estão na nossa frente.

Só espero que Pierce sobreviva.

Estes são os meus últimos pensamentos antes de sentir


meu corpo caindo sobre o de Mark. Sua força desaparece e
rapidamente me levanto. Olho para baixo para ver uma poça
de sangue se formando debaixo de sua cabeça. Há um
pequeno ponto redondo no meio da testa.

Abro minha boca para gritar, mas prontamente a fecho.


Não posso chamar atenção para mim. Preciso me esconder.
Eu não quero nem saber quem matou aquele babaca. Apenas
fico feliz que ele está morto. Graças a Deus minhas preces
foram atendidas, penso enquanto procuro um lugar para me
esconder.

Vejo uma pilha de caixas e corro na direção delas tão


rápido quanto posso. Assim que chego, decido voltar a correr
ou a fazer algum exercício, porque estou seriamente fora de
forma. Abaixo e me encolho, tentando me esconder o máximo
possível. Não quero que ninguém me encontre.

— Onde ela está porra? — ouço Pierce gritando.


Espreito entre as caixas para vê-lo segurando uma arma
e apontando para o motoqueiro de barba comprida dos
Bastards.

— Tarde demais, babaca — ele sorri.

Assisto enquanto Pierce pressiona a arma contra a testa


dele e puxa o gatilho. Ele nem sequer pisca. Olho ao meu
redor, procurando alguém perigoso, mas tudo que eu vejo são
coletes do Notorious Devils na multidão. Deixo escapar um
suspiro.

Levanto-me do meu esconderijo e saio, limpando as


palmas das mãos suadas na minha bermuda antes de
começar a caminhar em direção ao grupo.

— Aquele maluco estava arrastando-a para longe. Eu


atirei nele, mas não vi para onde LeeLee foi — a voz do Bates
ressoa.

Eu corro em direção ao Pierce.

Ele está em pé com as mãos nos quadris, olhando para


baixo, mas Bates me vê e o cutuca. Quando ele olha para
cima, o meu coração se parte. Ele parece devastado antes da
completa surpresa tomar seu rosto. Ele abre os braços um
segundo antes de eu saltar para eles. Coloco minhas pernas
ao redor de sua cintura e meus braços ao redor de seu
pescoço enquanto ele dá alguns passos para trás. Então
enterro meu rosto em seu pescoço encharcado de suor.

— Kentlee — ele suspira, me apertando com força, com


as mãos na minha bunda.
— Pensei que nunca mais iria vê-lo novamente — soluço
em sua pele. Ele geme enquanto me abraça forte.

— Vamos embora dessa merda — ele diz aos seus


homens. Ergo minha cabeça de seu pescoço para olhar para o
Bates.

Uma noite, cerca de dois anos atrás, Bates chegou em


casa extremamente bêbado e admitiu que era um atirador na
Marinha. Ele matou tantas pessoas que tinha perdido a
conta. Odiava isso, odiava os pesadelos que isso lhe causou.
Seu apelido é Sniper, mas ele despreza tudo o que está
associado a esse nome. Não queria mais abater pessoas de
árvores ou telhados. Ele não queria os pesadelos. Queria se
libertar. Mas acabou de matar um homem. E fez isso por
mim. Enfrentou seus demônios-para me salvar.

Eu o amo como não poderia amar nenhum outro amigo.


Ele é a minha família e agora também é meu salvador e herói.

— Obrigada — falo.

— Por você? Qualquer coisa — Ele fala de volta antes de


sorrir e ir embora.

— Queimem este lugar até não sobrar nada — Pierce


ordena.

Ouço algumas pessoas confirmarem antes dele me


soltar e ir até sua moto. Sem uma palavra, me arrasto atrás
dele e me agarro em suas costas. Envolvo sua cintura
firmemente enquanto ele me leva para longe do que poderia
ter sido uma situação mortal para nós. Tanto para nós
quanto para o nosso amor. Espero que ele vá direto para o
clube, mas ele não o faz. Ao invés disso, ele dirige em direção
a nossa casa.

— Precisamos tomar um banho antes de pegarmos o


nosso menino — ele murmura. Desliga o motor da sua
motocicleta e fecha a porta da garagem.

Eu o sigo para dentro de casa, em estado de choque.


Ainda não parei de chorar, mas minhas lágrimas agora são
mais silenciosas e só continuam a cair pelo meu rosto. Não
estou triste, estou aliviada e as lágrimas são a minha
adrenalina abaixando e meu alívio tomando conta.

Acompanho Pierce até nosso banheiro. Observo


meticulosamente enquanto ele retira suas roupas sujas e
ensanguentadas e abre o chuveiro. Ele se vira para mim e
silenciosamente retira minhas próprias roupas antes de pegar
minhas mãos e me levar para a ducha quente, cheia de
vapor.

— Eu quase perdi você — ele diz calmamente enquanto


a água cai e percorre nossos corpos.

Nenhum de nós faz coisa alguma, a não ser ficar


olhando um para o outro. É como se nós estivéssemos
congelados, com medo de nos mover, com medo de que um
de nós fosse desaparecer de repente.

— Eu quase perdi você — repito suas palavras.

Eu quase o perdi, mas quase me perdi, também.

— Estava com tanto medo — ele admite. Vejo lágrimas


caindo dos seus olhos, agora avermelhados com sua emoção.
— Estava apavorada — admito antes de jogar o meu
corpo contra o dele.

— Nunca mais. Eu mataria todos novamente, se


pudesse garota — ele sussurra em meu pescoço. Sinto suas
grandes mãos nas minhas coxas antes dele levantar meu
corpo, pressionando minhas costas contra a parede quente.

— Eu preciso te sentir, saber que está aqui e que está


segura — ele murmura enquanto seus lábios encostam-se
aos meus.

— Possua-me, Pierce — suspiro, enterrando as mãos em


seus cabelos longos e molhados.

Sem dizer uma palavra, sinto seu pau entrar em mim


em um movimento lento e gentil. Suas mãos estão em meu
quadril e seus olhos estão focados nos meus. Ele me conduz
devagar e com cuidado.

Eu posso senti-lo, cada centímetro dele, enquanto


desliza para dentro e para fora de mim.

Nós não dizemos mais nada, meus suspiros e seus


baixos grunhidos são os únicos ruídos que ressoam. Quando
seus lábios tocam os meus, eu suspiro. Isso não é uma foda
para se sentir vivo, isso é acalentar um ao outro porque nós
sobrevivemos. Um movimento equivocado um de nós poderia
ter morrido hoje, ou nós dois.

Afasto meus lábios dos seus quando sinto minha boceta


começar a pulsar, logo antes de gozar. Gemo enquanto meus
olhos se fecham, mas Pierce não para, ele continua a me
foder lentamente, com precisão e num ritmo perfeitamente
malicioso. Seus lábios tocam meu pescoço enquanto seus
dedos apertam minha bunda ainda mais forte. Sinto a
vibração do seu gemido no meu pescoço antes de ouvi-lo sair
da sua boca e então ele preenche meu corpo com seu
orgasmo.

— Porra, ainda bem que eu a consegui de volta, garota.


Morreria sem você — ele murmura enquanto seus lábios
percorrem meu pescoço e depois sobem para minha boca.

— Eu também não teria sobrevivido sem você, Pierce.


Sem você e sem o nosso Bear — murmuro. Ele sorri por uma
fração de segundo antes de me soltar.

Nós passamos os minutos seguintes lavando todo o


sangue e sujeira de nossos corpos e cabelos. Assim que
terminamos, nos vestimos e caminhamos até a casa de
Tammy para buscar o nosso menino. Eu não posso esperar
mais um segundo para ter ele de volta em meus braços.

— Sei por que você foi com eles em silêncio — Pierce diz
enquanto nos aproximamos da casa da Tammy.

— Pelo Bear — digo, com certeza confirmando suas


suspeitas.

— Obrigado, garota. Por protegê-lo quando eu não podia


— ele diz. Vejo a dor claramente estampada em suas feições.

— Você não pode estar conosco vinte e quatro horas por


dia, Pierce. Merdas acontecem. Isso poderia acontecer mesmo
se você não fosse presidente dos Notorious Devils — digo,
tocando sua bochecha.
— Sim, mas isso aconteceu porque eu sou o presidente
do Notorious Devils. Você sempre será um alvo — ele diz. Eu
concordo.

— Posso ser sempre um alvo, Pierce, mas nada faz valer


à pena ser infeliz e solitária. Vou enfrentar qualquer coisa
que a vida me der, desde que você esteja ao meu lado.

Fury
— Eu posso ser sempre um alvo, Pierce, mas nada faz
valer à pena ser infeliz e solitária. Vou enfrentar qualquer
coisa que a vida me der, desde que você esteja ao meu lado.

As palavras de Kentlee permanecem na minha cabeça


por muito tempo depois dela ter dito. Estou deitado na cama,
horas depois de nós termos pego o Bear e passado um tempo
apenas nos amando, amando nossa família. Eu sacio minha
mulher, esperando esgotá-la até o ponto de não ter pesadelos
sobre o seu horrível dia. No entanto, não consigo desligar
meu cérebro.

Saio da cama, agarrando o meu celular e minha calça


jeans antes de ir para a varanda da frente.

— Não consegue dormir — diz a voz na outra


extremidade.

— Não, Pops, eu não consigo, — admito.


Posso ouvir uma festa no fundo, mas não me importo se
o interrompi. Há alguma movimentação no entorno a música
desaparece no fundo.

— Ela está segura, eles estão seguros. — ele confirma o


que minha cabeça sabe, mas não consigo me livrar desse
sentimento. Este sentimento de que eu a coloquei nessa
merda e que deveria deixá-la viver livre.

— Como você fez isso? — pergunto.

— Fiz o quê? — ele parece confuso.

Esqueci-me que ele não sabe o que está me


atormentando a noite toda.

— Colocar a mãe em perigo como você fez ao torná-la


sua mulher? Como você conscientemente fez dela um alvo?

— É egoísmo da nossa parte, não é? — ele pergunta.


Resmungo concordando. — Eu fiz isso em parte porque sou
um canalha egoísta e a queria, mas não foi a única razão.
Tentei mantê-la afastada de mim quando soube que ela seria
um alvo, quando soube que realmente gostava dela e que
poderia ser usada pelo inimigo como refém. Mesmo assim, ela
não aceitava se afastar e me disse que se eu realmente a
amava, então faria de tudo ao meu alcance para fazê-la feliz.
E então ela disse que não poderia ser feliz a menos que fosse
minha. Foda, né? — ele ri. Quero concordar, mas sei que
Kentlee diria a mesma coisa.

— Mesmo assim, você a fez feliz — aponto. Ele ri.


— Ralei pra caralho para fazê-la feliz, filho. Não significa
que não fiz merda, porque eu fiz. Mas tentei o meu melhor
para me certificar de que ela não se arrependesse um minuto
sequer de estar ao meu lado. Eu já lhe disse, se pudesse faria
tudo de novo, teria lhe dado mais filhos e passado mais
tempo em casa, mas isso não significa que não dei a ela tudo
o que podia dar naquela época. Dei. Dei-lhe tudo, inclusive
meu coração — ele diz.

— Ok — sussurro no escuro.

— Não afaste toda essa beleza e esse amor que você tem
Pierce. Agarre-os com as duas mãos — ele diz calmamente
antes de terminar a ligação. Eu coloco o celular sobre o
corrimão antes de sentir dois braços finos envolverem minha
cintura.

— O que está fazendo acordada? — pergunto, virando-


me e grudo minhas costas na madeira, puxando Kentlee em
meus braços. Ela está usando uma das minhas camisas e
está sexy pra caralho.

— Virei-me e a cama estava vazia — ela dá de ombros.


Coloco meu dedo sob o queixo, levantando sua cabeça para
que os nossos olhos possam se encontrar.

— Verdade? — pergunto, observando seus lindos olhos.

— Eu senti você se levantar. Estava dormindo, mas


inquieta. Segui-o alguns minutos depois que você saiu da
cama — ela diz. Sei que ouviu minha conversa com o meu
pai.
— Eu te amo garota, você sabe disso? — vejo que ela
morde o lábio inferior.

— Mas você está nos deixando? — ela pergunta.

Porra, isso me quebra. Deslizo minha mão em torno da


nuca dela antes de dar-lhe um selinho em seus lábios
carnudos.

— Nunca. Eu nunca vou te deixar, querida. Eu te amo


tanto — admito ao pressionar minha testa na dela.

— Parecia que você queria pular fora — ela sussurra.


Odeio quando a faço se sentir assim, incerta.

— Falei para ele o quanto me assusta você ser a minha


fraqueza, que as pessoas vão usá-la para chegar até mim. Foi
o que aconteceu e foi aterrorizante. Mas nenhum de nós
sobreviveria sem o outro. Não posso imaginar minha vida sem
você e o Bear. Não quero nem pensar nisso. Então, não, eu
não quero pular fora, não vou embora — digo. Ela envolve
seus braços em volta de mim um pouco mais apertado, me
segurando antes de sussurrar.

— Fiquei tão perdida quando você estava longe e quando


achei que não nos queria. Eu nunca mais quero sentir isso de
novo, Pierce. Você é o meu alicerce e meu coração. É todo
áspero e rude e amo isso em você. Eu amo tudo a seu
respeito, mas quero que seja feliz como eu sou.

— Estou feliz. Sou feliz pra caralho, tanto que dói por
dentro, garota — digo antes beijá-la.
Eu a beijo, minha amante, minha mulher, minha amiga,
a mulher que repousa seu coração na palma da minha mão.

A mulher que me transformou em um frouxo.

E não dou a mínima para isso. Não há absolutamente


nada que mudaria sobre nós.

Pego meu celular e minha menina e os levo para dentro.

Passei o resto da noite dizendo e mostrando a Kentlee o


quanto eu a amo e preciso dela na minha vida. Não estava
vivendo até que ela apareceu com aquela bunda gostosa na
minha frente na Main Street. Eu estava deixando a vida me
levar, fodendo, brigando e sobrevivendo, mas não estava
vivendo até que tive algo pelo que viver.

Minha mulher.

Meu filho.

Minha família.
Seis meses depois

Kentlee
— O zíper não quer subir — diz Rosie atrás de mim
enquanto puxa o zíper do meu vestido.

Hoje é o dia do meu casamento. Vou me tornar


oficialmente a Sra. Pierce Duhart. Mesmo já sendo
considerada mulher de Fury há meses por seus irmão e
motociclistas foras da lei e tendo o seu nome tatuado
permanentemente no meu quadril, quero seu sobrenome para
mim. Também quero mudar o sobrenome do Bear para o
mesmo do Pierce.

Mas eu não posso fazer nada disso, se o meu vestido não


entrar.
— Eu o experimentei na semana passada e estava bom
— murcho a barriga para que Rosie possa puxar o zíper para
cima.

— Sua puta, você está grávida. Como não deu uma


margem de segurança? — ela pergunta.

Sorrio, pensando sobre o bebê que Pierce e eu teremos


daqui a seis meses.

— Achei que uma semana não teria problema. Estava


cabendo perfeitamente na semana passada, como uma luva
— resmungo. Ela xinga quando finalmente sobe o zíper.

Está apertado.

Deixo escapar um suspiro e me olho no espelho. Seu


vestido é um tom de bege, porque branco seria ridículo. Tem
um decote em formato de coração e o corpete vai até os
joelhos, parte em que o vestido é um pouco mais volumoso. O
formato estilo sereia destaca cada curva que tenho que é
mais do que eu tinha há seis meses.

Pierce tem me alimentado, tentando me fazer ganhar


peso. Aparentemente, ele sentia falta do corpo que eu tinha
quando nos conhecemos. Peitos e bunda mais volumosos são
o que ele sente falta, mas afirma que só queria me ver
saudável e que eu parecia estar sempre faminta. Sorrio
enquanto calço meu sapato de salto alto azul claro.

Hoje meus sonhos se tornam realidade. Sinto-me


completa e totalmente realizada.
— Seu irmão conseguiu vir? — Rosie pergunta
hesitante. Eu balanço minha cabeça.

Meu irmão está cada vez mais distante ultimamente.


Não sei se é porque aceitei Pierce de volta na minha vida tão
facilmente, ou se é porque ele está cansado do drama familiar
e das merdas que os nossos pais dizem por que mantemos
nossas linhas de comunicação abertas.

Pedi-lhe para me levar até o altar cerca de quatro meses


atrás e ele disse que iria me avisar se faria isso. Não tenho
notícias dele desde então. Amo Connellee, mas não vou
pressioná-lo. Se eu o fizesse, não seria muito diferente dos
meus pais. Mas não estou feliz com ele. Na verdade, estou
com raiva. Estou com raiva dele por ter me apoiado
verbalmente e em seguida, simplesmente desaparecer.

— Tenho certeza de que está muito ocupado sendo um


médico chique — digo, tentando conter as lágrimas.

Estou numa montanha russa emocional por causa da


gravidez, sem contar com a minha família e o casamento que
também contribuem para isso.

— Mas você tem todos nós, e vai ficar tudo bem — Rosie
diz com um sorriso antes de me envolver em um abraço.

Rosie e eu nos tornamos muito amigas desde o meu


sequestro. Nós passamos vários dias da semana juntas com
os nossos filhos, apenas desfrutando da companhia uma da
outra. Ela também não tem contato com a família, por isso
tivemos mais um motivo para nos aproximar.
— Você está pronta? — ela pergunta enquanto pega sua
bolsa e coloca seu sapato.

— Sim — digo com um aceno de cabeça. Estou tão


animada para ser a Sra. Pierce Duhart, que mal consigo
respirar.

Nosso casamento não é uma enorme cerimônia. Únicos


convidados são os membros do clube e suas mulheres ou
namoradas. Pai do Pierce, Max e os seus homens também
vieram. Há apenas cerca de setenta pessoas e as únicas que
eu convidei foi minha vizinha Tammy e a Candy do clube.
Mas não me importo. Este grupo de homens e algumas
mulheres, realmente são minha família agora. Tammy bate
na porta do quarto, onde estou me vestindo e traz Bear para
dentro.

— Você está linda — ela sussurra enquanto envolve


seus braços em volta de mim.

Agradeço-a antes de ela sair e então olho para o meu


homenzinho. Ele está usando um miniterno e está adorável.

— Você está pronto? — Pergunto-lhe. Ele balança a


cabeça e se balança de um lado ao outro.

Quando meu irmão não retornou meu telefonema, decidi


que Bear me levaria até ao altar, até o seu pai. Parecia
perfeito. Estamos, finalmente, nos tornando uma família,
legalmente e aos olhos de Deus.

Quando disse isso para Pierce, ele revirou os olhos e


disse-me que já éramos uma família. E eu sei que somos uma
família perfeita, mas quero que seja em todos os aspectos,
não apenas em nossos corações. Portanto, este casamento é
importante para mim.

Deixei Pierce escolher o local e rezava para que não


fosse um bar. Eu realmente achava que iria querer que fosse
à sede do clube, mas ele me surpreendeu. Chocou-me,
realmente.

Nosso casamento está ocorrendo em um velho celeiro no


campo. Celeiro é rústico e bonito. No interior, há uma pista
de dança, além de um bar e uma iluminação antiga entre as
grandes vigas. Do lado de fora, há cadeiras enfileiradas,
fazendo um corredor e mesas ao lado para o jantar. É calmo e
pacífico, de tirar o fôlego. Adoro que ele tenha pensado em
mim ao escolher esse lugar.

Pego na mão do Bear e juntos, saímos da antiga casa da


fazenda em direção ao Pierce. Quase obriguei Pierce a usar
um terno e tenho certeza que ele usaria se eu pedisse, mas
não pude fazer isso com ele. Simplesmente não é o seu estilo.

Ele está de pé no fim do corredor, esperando por nós.


Seu cabelo está preso em um coque masculino, que se tornou
meu penteado favorito, com sua barba cobrindo as bochechas
e o queixo. Está vestindo calça preta, sua bota de motoqueiro
e uma camisa preta de botão. Seu colete está firmemente no
lugar, ele parece tão robusto e durão, mas tão incrivelmente
lindo suntuoso tudo em uma só pessoa.

Depois que Bear e eu caminhamos por todo o corredor,


ele corre para Rosie, que está na primeira fileira com sua
filha.
Eu tomo as mãos do Pierce e começamos nossa
cerimônia.

Fury
Kentlee é minha desde o momento em que a vi, mas
hoje, ela é oficialmente e legalmente minha.

Olho em volta para todos os nossos amigos dançando,


rindo e bebendo. Isso sim é vida. Nossos amigos e familiares
comemorando nosso novo marco. Observo como Kentlee dá
um beijo de boa noite em Bear e Tammy o leva embora.

Está ficando tarde e todas as crianças estão indo


embora. Eu gostaria de ir embora também, para que pudesse
transar com minha esposa por toda a noite, mas é uma festa
e ela está se divertindo, então não vou fazê-la ir embora
ainda.

Vejo como ela anda em minha direção. Seu vestido é tão


bonito, realçando suas curvas. Empenhei-me muito para que
ganhasse mais corpo. É claro, também tem a pequena barriga
da gravidez. Eu estaria mentindo se dissesse que essa
barriguinha não é a minha parte favorita do seu corpo agora.
Nunca a vi crescer com o Bear, então estou curtindo-a neste
momento.
Sinceramente, mal posso esperar para engravidá-la
novamente.

Porra, como ela é estonteante quando está grávida.

— Oi, marido — ela sussurra enquanto se senta na


minha coxa.

— Gata — murmuro contra o pescoço dela enquanto


deslizo seu cabelo sobre o seu ombro nu.

— Hoje foi perfeito. Muito obrigada — ela suspira,


recostando-se contra o meu peito. Passo minha mão pela sua
barriga, sentindo a vida que eu criei.

— Você é perfeita — murmuro. Ela ri um pouco, antes


de virar a cabeça e dar um beijo suave no meu queixo.

— Leve-me embora e me foda até eu desmaiar — ela


sussurra em meu ouvido.

Meu pau fica duro instantaneamente. Kentlee sempre


gostou do jeito que eu a fodo, mas Deus do céu, ela está
incrivelmente excitada desde que ficou grávida. Adoro as
sacanagens que me fala.

— É? Eu vou comer sua boceta até você gritar —


murmuro contra sua pele. Sinto-a se contorcer no meu colo.

— Por favor, Pierce, eu preciso de você — ela


choraminga.

Sei que é hora de ir.

Eu a pego e grito adeus para todos os nossos hóspedes,


que buzinam e gritam enquanto levo minha noiva embora.
Queria levá-la para algum lugar agradável para nossa
lua de mel, mas ela recusou. Disse que não queria sair de
férias enquanto estivesse grávida e houvesse a possibilidade
de ficar doente. Então, Tammy vai cuidar do Bear no fim de
semana, enquanto nós ficamos em uma cabana próxima ao
lago, apenas 32 quilômetros da cidade. Eu preparei tudo pela
manhã e tudo está a nossa espera.

Hoje vou fazer amor com a minha esposa.

É surreal e fantástico ao mesmo tempo.

— Vamos — digo, enquanto a levanto do banco de


passageiro e a carrego para dentro da cabana.

— É perfeito, Pierce. — Ela suspira quando vê a lareira


acesa e a cabana transformada neste pequeno lugar com
apenas um quarto, longe do resto do mundo. Nosso próprio
pedacinho de solidão pelos próximos dias.

— Você é perfeita — digo, repetindo as palavras que


disse mais cedo. Ela é, e sempre será perfeita para mim.

— Fode a sua esposa, Pierce — ela sussurra.

Eu a coloco em pé e pressiono meus lábios nos dela.

Vou transar com ela, sim, mas primeiro vou fazer amor
com ela, suave e gentil.

Depois, vou fazê-la gritar meu nome.

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