A Crise Dos Anos Vinte e A Revolução de Trinta
A Crise Dos Anos Vinte e A Revolução de Trinta
A Crise Dos Anos Vinte e A Revolução de Trinta
1. Introdução
1
Para um aprofundamento da discussão sobre a crise econômica brasileira em 1922 ver: FRITSCH,
Winston. “1922: A Crise econômica.” In: Revista Estudos Histórico, Rio de Janeiro, vol. 6, n.º 11, 1993,
p. 3-8.
2
Para uma análise dos diferentes projetos de república em disputa no período ver: CARVALHO, José
Murilo de. Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que não foi. São Paulo: Companhia das
Letras, 1987, capítulo II.
3
Apesar da supressão do critério censitário, ao excluir menores de vinte e um anos, mulheres,
analfabetos, praças de pré e frades, a Constituição de 1891 deixou como margem para a qualificação
enquanto eleitores um índice bastante reduzido da população brasileira, que girou no período entre 1,4 e
3,4%. Ver CARVALHO, José Murilo de. ”Os três povos da República.” In: CARVALHO, Maria Alice
Resende de. (org.) A República no Catete. Rio de Janeiro: Museu da República, 2001, p. 72.
4
Na Primeira República, a bancada mineira, composta por 37 deputados, era a maior do Congresso. Em
segundo lugar vinha a paulista com 22 parlamentares, igualando-se à da Bahia. Rio Grande do Sul,
Pernambuco e Rio de Janeiro (estes dois últimos apresentavam o mesmo número de representantes)
tinham respectivamente 16 e 17 deputados.
5
Para uma análise da produção historiográfica sobre a Primeira República ver: FERREIRA, Marieta de
Moraes & GOMES, Ângela de Castro. Primeira República: Um balanço historiográfico. In: Revista
Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 2, n.º 4, 1989, pp. 244-280.
6
Em seu livro, inicialmente apresentado como Tese de Doutorado à Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Viscardi questiona ainda a tese da existência de um consenso político mineiro interno como
suporte para a projeção do estado na esfera nacional e a hegemonia exclusiva dos interesses cafeeiros no
controle do Estado Republicano.
7
Diferente de Victor Nunes, Maria Isaura Pereira de Queiroz e Eul Soo Pang, nos anos sessenta e setenta,
identificaram o coronelismo com mandonismo dilatando o conceito e comprometendo sua precisão
histórica. Maria Isaura ampliaria inclusive a caracterização do fenômeno ao incorporar manifestações
urbanas. Ver dos autores: QUEIROZ, Maria Isaura Pereira de. “O coronelismo numa interpretação
sociológica. “ In: FAUSTO, Boris (dir.) História Geral da Civilização Brasileira. São Paulo: Difel, 1975,
tomo III, vol. I, pp. 155-190; PANG, Eul Soo. Coronelismo e oligarquias 1889-1943. A Bahia na
Primeira República. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. Para críticas ao modelo coronelista de
Victor Nunes e uma resposta às mesmas ver CAMMACK, Paul. “O coronelismo e o compromisso
coronelista: uma crítica.” In: Cadernos do Departamento de Ciência Política. Belo Horizonte, n. 5, mar.,
1979, pp. 1-20; CARVALHO, José Murilo de. “Mandonismo, coronelismo, Clientelismo: uma discussão
conceitual.” In: DADOS, Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, vol. 40, n.º 2, 1997, pp. 229-250.
8
PEÇANHA, Nilo. Política, economia e finanças – Campanha presidencial de 1921-1922, p. 45.
9
Para uma análise das fraudes eleitorais na Primeira República ver: TELAROLLI, Rodolpho. Eleições e
fraudes eleitorais na República Velha. São Paulo: Brasiliense, 1982.
10
O Imparcial, 6/11/1921.
11
O Estado, 27/4/1922.
12
Idem, 6/5/1922.
4. O movimento tenentista
13
Idem, 6/5/1922.
14
Nelson Werneck Sodré é caudatário deste tipo de interpretação.
15
Entrevista de Osvaldo Aranha ao Correio do Povo, edição de 14/06/1931.
16
O Partido Democrático(PD) se diferenciava do Partido Republicano Paulista (PRP) pelo seu
liberalismo, repudiado na prática pelo PRP e pela maior juventude relativa de seus integrantes. Defensor
de reformas políticas, da “vocação agrária do país” e sem defender uma política industrialista, em suas
linhas militavam tanto setores da burguesia urbana e profissionais liberais quanto representantes das
oligarquias cafeeiras descontentes com seus representantes políticos. Ver: FORJAZ, Maria Cecília Spina.
Tenentismo e Aliança Liberal (1927-1930). São Paulo: Ed. Pólis, 1978.
17
Manifesto de Luís Carlos Prestes dirigido à Nação Brasileira em 30/05/1930. Arquivo Getúlio Vargas,
GV 30.5.30.
18
Apesar da aproximação com o comunismo, Prestes enfrentaria séries resistência para ingressar no
Partido Comunista Brasileiro (PCB), que condenava o que chamavam de conteúdo personalista de sua
postura política. Seu ingresso no Partido se daria apenas em 1934.
19
Carta Aberta de Juarez Távora de 31.05.1930. Arquivo Pedro Ernesto Batista, PEB, 30.05.31
20
Carta de Osvaldo Aranha a Borges de Medeiros provavelmente de junho de 1930. Arquivo Osvaldo
Aranha, AO, 30.06.00 (?)
21
Carta de Getúlio Vargas a Borges de Medeiros em 29/07/1930. Arquivo Getúlio Vargas, GV, 30.07.29
22
Carta de Osvaldo Aranha a Vargas
23
Guerreiro Ramos e Hélio Jaguaribe são alguns dos autores caudatários desta interpretação. Para
Ramos, a revolução de trinta seria a continuidade dos movimentos militares da década de vinte e da
Campanha Civilista. O movimento teria assim encerrado o ciclo da constitucionalização efetiva do
Estado, abrindo um ciclo de lutas políticas pela estruturação ideológica das classes sociais no Brasil.
24
Em 1972, como um aprofundamento de seus trabalhos anteriores, o mesmo autor publicou Pequenos
ensaios de história da República. A intenção destes textos foi apresentar as linhas gerais da forma ção
social brasileira e seu sistema político durante a Primeira República. Uma das idéias centrais do autor é
que a concentração das atividades econômicas em áreas geográficas definidas propiciou a formação no
país de uma estrutura regional de classes. As oposições entre os diferentes grupos regionais no interior da
classe dominante ganharam mais importância do que as divisões setoriais (burguesia agrária, comercial,
industrial).
Com esta afirmação, Fausto não só aprofundou as críticas às interpretações dualistas (contradições entre
oligarquias agrárias e setores urbano-industriais), como ofereceu novas contribuições no sentido de
melhor explicitar o papel da oligarquia cafeeira.
25
Maria Helena Capelato, em sua análise sobre o movimento de 1932, é caudatária deste tipo de
interpretação.
26
Ver PRESTES, Anita. A Coluna Prestes. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997, p. 34.
Bibliografia Referenciada
I. Fontes Primárias
Arquivos Privados:
Nilo Peçanha– Museu da República
Getúlio Vargas – CPDOC – FGV
Pedro Ernesto – CPDOC – FGV
Osvaldo Aranha – CPDOC - FGV
Imprensa
O Imparcial (1921)
O Estado (1922)
O Correio do Povo (1931)