Mateus 5. 13-16
Mateus 5. 13-16
Mateus 5. 13-16
13-16
INTRODUÇÃO:
Nas ultimas quartas, estudamos sobres as bem-aventuranças, seu significado e sua importância na vida do
cristão.
Agora chegamos a uma nova seção do Sermão do monte onde ela mostra como o cristão deve manifestar a
sua vida diante de Deus e dos homens, num mundo caído.
Sabemos que o cristão não é uma pessoa isolado do mundo e nem das pessoas. Nós estamos no mundo
embora não pertençamos ao mundo. Ao cristão a palavra de Deus nos orienta a termos uma perspectiva
diferente dos homens do mundo, mas isso não significa que devemos nos alienar da vida nesse mundo.
Esse é o erro do monasticismo, que ensina que a vida cristã significa separar o individuo da sociedade e
passar a viver isoladamente. Esse é um conceito errado e contrário as escrituras. Pedro na sua primeira carta
diz: 1Pe 2:9 Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva
de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz.
Ou seja, somos humildes de espirito, somos misericordiosos, mansos, temos fome e sede de justiça a fim de,
em certo sentido, possamos ser SAL e LUZ na terra. Esse é o propósito. A igreja é chamada para servir a
este mundo que a persegue.
A fim de definir a natureza de sua influência, Jesus recorreu a duas metáforas domésticas. Todo lar, por mais
pobre que seja, usava e ainda usa tanto o sal como a luz.
Jesus chama atenção para a diferença que o crente precisa fazer no seu contexto. Ser sal é uma vocação
importante. Entretanto, quem quiser cumpri-la precisa saber do sacrifício que está ligado a ela. Pois, quando
o sal quer cumprir sua tarefa, precisa dissolver-se. O serviço do sal sempre acontece pela entrega de si
próprio. O sal que não se entrega, o sal que permanece no saleiro, perde o seu poder de salgar e por nada será
revigorado como sal. No tempo de Jesus, o sal (obtido às margens do mar Morto ou de pequenos lagos na
beira do deserto da Síria) facilmente adquiria um gosto insosso e mofado por causa da mistura maior de gesso
ou restos de plantas. Por isso não podia ficar muito tempo armazenado.
A – Precisamos ser diferentes – A moralidade do mundo se perdeu a há muito tempo. As pessoas que não
conhecem o evangelho vivem de acordo com os princípios do mundo. A sociedade está doente porque
abandonou a Deus, que é nossa fonte da vida. O abandono da verdade cai direto numa vida libertina.
O homem, querendo destronar Deus, premiou a si mesmo como a medida de todas as coisas, como diz o
sofista Protágoras. Mas a atitude de assentar o homem no lugar de Deus, o fez descer ao mais baixo abismos.
Por ter perdido a centralidade de Deus na vida, o homem se rendeu aos vícios e à violência. O homem sem
Deus tornou-se um monstro. Estouraram guerras e revoltas entre as nações. Multiplicaram-se os conflitos
étnicos. Cresceu a intolerância racial e religiosa. Cresceram os conflitos dentro da família. Ou seja, Tudo
isso é reflexo do abandono a Deus, o refúgio verdadeiro, a única fonte da vida.
B- Precisamos pensar diferente - A sociedade está doente porque abandonou a verdade. Uma sociedade
que se esquece de Deus e abandona a verdade apodrece todos os dias. O homem desprezou o conhecimento
de Deus afundou nas águas escuras do relativismo moral. Porque tirou dos seus ombros o jugo da verdade.
Nossa sociedade aplaude o vício e vaia da virtude.
Martyn Lloyd-Jones diz que a única maneira de se fazer algo pelo mundo e se agirmos individualmente: “É
dessa maneira que podemos agir como sal da terra, em uma época como a nossa. Não se trata de algo
a ser realizado pela igreja cristã em geral; mas é algo a ser feito pelo crente individual.”
Jesus nos leva a compreender é que, o que tem evitado o mundo a apodrecer, é o cristão como sal. Mas se o
crente não cumpre com seu papel de ser diferente e pensar diferente, não serve para nada a não ser, ser
pisoteado pelos homens e engolido pelo mundo.
Jesus apresentou a sua segunda metáfora com uma afirmação semelhante: vós sois a luz do mundo. É
verdade, mais tarde ele diria: “Eu sou a luz do mundo.” Mas, nós também o somos, pois brilhamos com a
luz de Cristo no mundo, como estrelas no céu à noite.
Jesus esclarece que essa luz são as nossas “boas obras”. Que os homens vejam as vossas boas obras, disse, e
glorifiquem a vosso Pai que está nos céus, pois é através dessas boas obras que a nossa luz tem de brilhar.
Parece que “boas obras” é uma expressão generalizada, que abrange tudo o que o cristão diz e faz porque é
cristão, toda e qualquer manifestação externa e visível de sua fé cristã.
O que são as boas obras? As boas obras são todo o cumprimento da vontade de Deus. Tudo aquilo que ele
nos pede em sua palavra. Sejam preceitos que regulam a nossa conduta como indivíduos diante de Deus, em
relação ao próximo ou à sociedade em geral.
Tg 2:18 Mas alguém dirá: Tu tens fé, e eu tenho obras; mostra-me essa tua fé sem as obras, e eu, com as
obras, te mostrarei a minha fé. (efeito)
Ef 2:8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; Ef 2:9 não de
obras, para que ninguém se glorie. (causa)
Considerando que a luz é um símbolo bíblico comum da verdade, a luz do cristão deve certamente incluir o
seu testemunho verbal. Assim, a profecia do Velho Testamento de que o Servo de Deus seria uma “luz para
os gentios”, Is 49:6 (...) também te dei como luz para os gentios, para seres a minha salvação até à
extremidade da terra. Cumpriu-se não só no próprio Cristo, a luz do mundo, mas também nos cristãos que
dão testemunho de Cristo.
A evangelização deve ser considerada como uma das “boas obras” pelas quais a nossa luz brilha e o nosso
Pai é glorificado.
Assim como acontece com o sal, também a afirmação referente à luz foi seguida de uma condição: Assim
brilhe também a vossa luz diante dos homens. Se o sal pode perder sua salinidade, a luz em nós pode
transformar-se em trevas. Mas nós temos de permitir que a luz de Cristo que em nós há, brilhe para fora, a
fim de que as pessoas a vejam.
John Stott no seu livro Sermão do Monte nos mostra algumas lições que eu quero passar para os irmãos:
1- Há uma diferença fundamental entre os cristãos e os não cristãos, entre a igreja e o mundo
É verdade que alguns não cristãos adotam uma falsa aparência de cultura cristã. Por outro lado, alguns
cristãos professos parecem não se diferenciar dos não cristãos e, assim, negam o nome de Cristo através do
seu comportamento não cristão.
Este tema é básico no Sermão do Monte. O Sermão foi elaborado no pressuposto de que os cristãos são por
natureza diferentes, e convoca-nos a sermos diferentes na prática. Provavelmente, a maior de todas as
tragédias da Igreja através de sua longa história, cheia de altos e baixos, tem sido a sua constância de
conformar-se à cultura prevalecente, em lugar de desenvolver uma contracultura cristã.
Quando em cada metáfora reunimos a afirmação e a condição, a nossa responsabilidade se destaca. Cada
afirmação começa, em grego, com o enfático pronome “vocês”, que seria o mesmo que dizer “vocês
simplesmente não podem falhar para o mundo ao qual foram chamados a servir. Vocês têm de ser o
que são. Vocês são o sal e, por isso, têm de conservar a sua salinidade e não podem perder o seu sabor
cristão. Vocês são a luz e, por isso, devem deixar que a sua luz brilhe e não devem escondê-la de modo
algum.”
A função do sal é principalmente negativa: evitar a deterioração. A função da luz é positiva: iluminar as
trevas. Assim, Jesus chama os seus discípulos para exerceram uma influência dupla na comunidade secular:
uma influência negativa, de impedir a sua deterioração, e uma influência positiva de produzir a luz nas trevas.
Pois impedir a propagação do mal é uma coisa; e promover a propagação da verdade, da beleza e da bondade
é outra.
Os cristãos foram colocados por Deus numa sociedade secular para retardar este processo. Deus pretende
que adentremos no mundo. O sal cristão não tem nada de ficar aconchegado em elegantes e pequenas
dispensas eclesiásticas; nosso papel é o de sermos “esfregados” na comunidade secular, como o sal é
esfregado na carne, para impedir que apodreça. E quando a sociedade apodrece, nós, os cristãos, temos a
tendência de levantar as mãos para o céu, piedosamente horrorizados, reprovando o mundo não cristão.
CONCLUSÃO:
O caráter do cristão, conforme descrito nas bem-aventuranças, e a influência do cristão, conforme definida
nas metáforas do sal e da luz, estão organicamente relacionados um com o outro. Nossa influencia depende
de nosso caráter.