Em Honra Ao Espírito Santo
Em Honra Ao Espírito Santo
Em Honra Ao Espírito Santo
ESPÍRITO
SANTO
C A S H L U N A
EM HONRA AO
ESPÍRITO
SANTO
Luna, Cash
Em honra ao Espírito Santo : não é algo, é alguém! / Cash Luna ; [tradução
Sônia Freire Lula Almeida]. -- São Paulo : Editora Vida, 2017.
À Sonia, fiel esposa e amiga, que sempre esteve ao meu lado fazendo o
que acreditamos.
Aos meus filhos, que sempre me apoiaram com ternura durante as viagens
que fiz a outras nações para compartilhar a Palavra de Deus e seu poder,
sabendo que eu não os veria durante muitos dias para que eu pudesse ser
bênção para outros. Hoje eles amam o Senhor e o servem comigo.
À minha mãe, por crer em mim quando contei a ela que queria ser um
missionário, e por me assegurar que eu alcançaria meu objetivo, embora
nenhum de nós soubesse o que isso significava na realidade.
À minha grande equipe, o maior presente de Deus no ministério. Graças a
eles, ao seu trabalho persistente e apoio incondicional, tenho podido ir a
lugares aonde Deus me conduz.
Aos membros da Igreja Casa de Deus (House of God), que eu fundei e na
qual sirvo como pastor sênior, pelo amor e pelo respeito que têm mostrado a
mim e à minha família.
Dedicatória
Introdução
Capítulo 1: Desperto e ainda estou contigo
Capítulo 2: Além da minha compreensão
Capítulo 3: Ele é alguém, não algo!
Capítulo 4: A portas fechadas
Capítulo 5: Onde quer que esteja
Capítulo 6: Abismo chama abismo
Capítulo 7: Ordens estranhas
Capítulo 8: Ministrando diante do Senhor
Capítulo 9: O natural e o espiritual
Capítulo 10: Seu lugar de habitação
Capítulo 11: Usado por ele
Capítulo 12: Curando os doentes
Capítulo 13: A bicicleta ou eu?
Introdução
urante a infância, aprendi muitas lições sobre Jesus. Aprendi que ele
D fazia milagres, curava os doentes, andava sobre a água, multiplicava
pães e peixes e que, além disso, havia se entregado como sacrifício para
nossa salvação.
Embora tivesse aprendido muito sobre o Senhor Jesus na infância, só o
aceitei como meu Senhor e Salvador pessoal no dia 11 de julho de 1982. Foi
nesse dia que nasci de novo. Finalmente sua graça me alcançara.
A partir daquele momento, mais de vinte e cinco anos atrás, nunca deixei
de servi-lo com minha mais profunda devoção, de continuamente dar meu
testemunho, assim como fizeram os apóstolos durante o ministério que
exerceram neste mundo.
Esperei muito tempo para escrever o meu primeiro livro, porque entendia
que levava tempo para desenvolver um relacionamento maduro com o
Espírito Santo, exatamente como acontece com qualquer outra pessoa.
Quando recebi o poder do Espírito e ele começou a me usar para tornar
conhecida sua presença e seus milagres a outros, senti um grande desejo de
escrever sobre ele. De fato, fiz o rascunho do primeiro capítulo deste livro
dez anos antes de ele ser publicado, mas deixei-o na gaveta para meditar
sobre o tema. Entendi que seria mais razoável esperar até que estivesse certo
de poder manter um relacionamento íntimo com o Espírito Santo e manter o
poder sobrenatural que havia recebido na minha vida.
Você tem nas mãos um livro cujo conteúdo não se encontra em nenhuma
outra publicação sobre esse assunto. Tenho certeza de que a combinação de
ensino e narrativas sobre a minha própria experiência edificará sua vida e
motivará você a buscar sua presença, a ponto de desejar ter um
relacionamento íntimo com ele mais do que qualquer outra coisa que ele
possa dar a você.
Se, depois de ler este livro, você sentir mais fome e sede de Deus, então
terei cumprido o meu propósito em escrevê-lo.
CASH LUNA
1
Desperto e ainda
estou contigo
NOITES DE GLÓRIA
Nossa igreja havia aberto as portas havia apenas três meses e ainda
estávamos nos reunindo em um hotel na Cidade da Guatemala. Muitas foram
as vezes em que as pessoas foram incapazes de ter acesso ao salão das
reuniões, porque a presença poderosa do Senhor tomara o local de entrada, os
corredores e até mesmo os banheiros. Por fim, a administração do hotel não
permitiu que continuássemos com as reuniões ali, porque aos domingos de
manhã acabávamos tendo mais pessoas cheias do Espírito Santo do que eles
tinham pessoas bêbadas em suas festas nas noites de sexta e sábado.
Em dezembro daquele ano, fui movido pelo Espírito Santo a separar seis
noites consecutivas para ministrar a Palavra e o poder Deus àqueles que o
desejassem. O preço para alugar o hotel era muito alto, de modo que pedi a
um amigo que supervisionava a Escola Bíblica Mundial Harvest que nos
alugasse seu salão principal, e aí teríamos nossas reuniões. Ele prontamente
aceitou nossa solicitação.
Não demos nenhum nome especial a essas reuniões nem fizemos qualquer
tipo de divulgação. O convite foi de boca a boca, até que um jovem me
mostrou um folheto com as palavras inscritas “Noites de glória”. Em seguida,
informalmente e inspirados por Deus, as reuniões começaram a ser chamadas
dessa forma. Serviram de caminho para que pessoas sedentas da presença
divina pudessem experimentar tempos de refrigério, um lugar para beber do
vinho do Espírito Santo e receber grandes milagres, à medida que cresciam
no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. A vida das pessoas de fé que
foram às reuniões foi transformada definitivamente.
Por causa da unção do Espírito Santo e do número crescente de
testemunhos de pessoas tocadas por Deus, aquelas reuniões à noite
começaram a crescer a ponto de se tornar grandes cruzadas de cura, com
milagres e unção.
É maravilhoso ministrar quando a pessoa é ungida. Por vezes, os milagres
começam a ocorrer por meio do Espírito unicamente, sem que seja necessário
dizer sequer uma palavra. Um exemplo disso foi o que aconteceu na cruzada
de cura que tivemos em Loja, uma pequena cidade do Equador. Nessa cidade
havia talvez oito igrejas cristãs, mas 90% dos que assistiram às nossas
reuniões Noites de Glória no Coliseu não eram cristãos.
Na primeira noite da grande cruzada, havia uma garoa constante. Ainda
assim, as pessoas vieram, e o local ficou superlotado. Muitos estavam
esperando um milagre de Jesus, e muitos deles teriam um encontro do qual
jamais se esqueceriam. O culto foi lindo, embora tivéssemos de ensinar
praticamente todas as canções. Todos levantavam as mãos quando eram
convidados a fazê-lo, e as vozes encheram o lugar. A adoração foi
verdadeiramente bela. Lágrimas saltam dos meus olhos sempre que eu me
lembro daquela noite. Eu estava completamente entregue a Deus em adoração
quando, de repente, os gritos de uma mulher interromperam a reunião. Ela
estava de pé à esquerda da plataforma. No início, pensei que ela quisesse
interromper a reunião; desejoso de restaurar a ordem da melhor maneira,
chamei um dos membros da equipe para ver o que estava acontecendo.
Depois ouvi claramente que a mulher gritava: “Eu era cega! Eu era cega! Eu
era cega!”.
Lá estava Jesus outra vez. Ele atuara conforme sua vontade. Curara aquela
mulher sem pedir permissão a ninguém. Ele não esperara por um momento
predeterminado. Não seguira regras, nem mesmo me disse o que ele estava
fazendo. Ele simplesmente agiu! Essa mulher que nem sequer havia tido um
encontro de salvação com Jesus havia recuperado sua visão de modo
instantâneo. Jesus a curara.
Ela provavelmente desconhecia quaisquer formalidades religiosas, portanto
não esperou por um momento específico para compartilhar o milagre que
recebera. Simplesmente aconteceu enquanto ela adorava o Senhor. Uma luz
apareceu em sua frente, e ela orou: “Meu olho! Jesus, meu olho!”. Em
seguida, sentiu um fogo em seu olho cego e imediatamente pôde ver
novamente. O Coliseu inteiro irrompeu com gritos de louvor, dando ao
Senhor Jesus toda a honra e glória.
O PODER DA UNÇÃO
É impossível ministrar sem ter unção. Quando o Espírito de Deus desce,
toda a atmosfera muda, acontecem coisas que jamais ocorreriam se ele não se
manifestasse. Certa vez, disse um homem de Deus: “Não consigo definir
unção, mas sei exatamente quando ela está presente e quando não”. Outro
pastor definiu a unção como “o poder manifesto de Deus”.
De fato, praticamente todas as definições dadas são bastante similares. Eu
creio que a unção é o poder do Espírito Santo na vida de uma pessoa cujo
propósito é realizar a ação sobrenatural de Deus. Na verdade, não se trata de
como a definimos, mas de como a recebemos. O que importa não é aprender
sobre a unção, mas, sim, aceitá-la. A parte difícil não é receber, mas reter.
Muitas pessoas têm orado durante toda a vida a fim de poder experimentar
a unção e confessam com sinceridade que não a provaram ainda, ou pelo
menos admitem que não têm tido resultados tangíveis. Outras tiveram uma
experiência sobrenatural e receberam a unção, mas não souberam retê-la.
Outros vão a todo tipo de congressos e palestras em muitas igrejas buscando
renovar sua própria experiência, porque foram incapazes de reter a unção em
sua caminhada pessoal e em seu ministério. Piores são os que pensam que ter
unção significa estar emocionalmente tocado ao pregar, gritar ou esgoelar-se
e vociferar.
A unção não tem nada a ver com o estilo pessoal de fazer algo. Trata-se da
essência do poder do Espírito Santo manifesto na vida de uma pessoa. Não é
uma pomba agitando as asas, tentando entrar na sua vida e sobrevoando-o
como por mágica ou truque. A unção vem e permanece sobre a pessoa
quando ela busca Deus e seu poder de forma genuína e persistente. A Bíblia
diz em Salmos 105.4,5:
Recorram ao Senhor e ao seu poder;
busquem sempre a sua presença.
Lembrem-se das maravilhas que ele fez,
dos seus prodígios
e das sentenças de juízo que pronunciou.
Precisamos buscar Deus como uma pessoa, ou seja, como alguém com
quem podemos desfrutar de um relacionamento íntimo. Devemos buscar sua
face e seu poder da mesma forma. Se você ler bem o texto bíblico anterior,
observará que o salmista lembra as pessoas das maravilhas e dos milagres do
Senhor. Além disso, ele as exorta a buscarem sua face e seu poder, caso
desejem vê-los manifestos. Até mesmo a palavra revelada — o que alguns
chamam de rhema, ou seja, a palavra dada a uma pessoa específica, para um
propósito específico, em um momento específico — nos será dada se
buscarmos sua presença, uma vez que se trata da única forma em que
podemos ouvir sua voz, revendo sua vontade em dado momento.
Ser ungido não é uma questão de acaso ou A unção é a essência do
poder do Espírito Santo
acidente. A unção é para os que buscam o Senhor, manifesto na vida de uma
sua face e seu poder. Você a sentirá sobre sua vida pessoa.
Notas do Capítulo 01
1 Cf. Nova Bíblia Pastoral.
2
Além da minha
compreensão
UM ENCONTRO ÍNTIMO
Caro amigo, o Senhor conhece suas palavras antes Você não precisa ser santo
para recebê-lo. A presença
mesmo que as pronuncie. Ele conhece o seu coração de Deus o ajuda a se tornar
e cada detalhe do seu ser e, ainda assim, repousa suas santo como ele é santo.
Agora pergunto: Por que um homem tão justo foge da presença de Deus?
Poderíamos pensar que essa presença o fizesse sentir-se indigno? No meu
caso, os onze anos durante os quais orei e pedi pela unção divina não se
comparam em nada com o que recebi e tenho agora. Seu desejo em me dar
sua unção ultrapassou o meu maior desejo de obtê-la. O tempo que gastei
orando nunca se comparará ao preço que Jesus pagou na cruz. Deus deseja
dar a você tanto que qualquer coisa que fizer sempre será inferior ao desejo
dele de o ungir. A unção que você recebe do Senhor não é o produto de algo
que você fará para obtê-la, mas, sim, do intenso desejo dele para que você a
receba. Trata-se de um tesouro cujo valor é indescritível. Ele dará a unção
somente se você a desejar e a apreciar.
Deus deseja cercar você e o buscará onde quer que seja. Não importa
quantas vezes tente se esconder ou fugir dele. Não há nenhum lugar secreto
onde ele não possa encontrar você. Deus literalmente o possui para o
transformar. Se você deseja a unção divina na sua vida e no seu ministério, a
primeira coisa que precisa fazer é permitir que sua presença flua da cabeça
aos pés e de dentro para fora.
Você precisa ser sensível e permitir que a presença do Senhor molde sua
vida a fim de que a unção o leve a ajudar outros nesse processo de
transformação. Não existe nada mais incrível do que deixar o Espírito Santo
trabalhar em nós e nos transformar.
O profeta Isaías experimentou a transformação na presença de Deus antes
de ser capaz de dizer: “Eis-me aqui. Envia-me!”. Sua boca, sua língua, todo o
seu ser foi mudando diante da glória do Senhor. Foi em sua presença que ele
se sentiu como um homem morto e que teve seu pecado revelado.
Aqui vemos novamente o processo: a presença de Deus cercou Isaías, e um
ser angelical veio do trono de Deus com uma brasa viva para transformá-lo.
Deus não veio até ele por este ter uma conduta perfeita, mas para que ele se
tornasse perfeito.
As pessoas transformadas pelo Senhor são pessoas de oração que mantêm
comunhão e intimidade com ele. Elas não apenas estudam a Palavra, mas
também investem tempo em sua presença. Aquele que busca a Deus a ponto
de que seu coração, suas palavras e seus pensamentos sejam avaliados,
reconhecendo sua própria necessidade de ser moldado e renovado, este é o
que provará uma transformação mais profunda do Espírito.
Se você não desejar que o Espírito de Deus mude a As pessoas transformadas
pelo Senhor são pessoas de
sua vida, então não o conhecerá em profundidade. oração que mantêm
Talvez tenha conhecimento teórico sobre o Espírito comunhão e intimidade
com ele.
Santo, mas não chegará a conhecê-lo intimamente.
Quando a sua vida é transparente diante dele, você se submete a uma
mudança radical na maneira de pensar, de falar e de agir, além de
experimentar em primeira mão a manifestação de sua verdadeira natureza.
Quanto mais transparente for diante de Deus no seu interior, mais ele se
revelará a você. Quanto mais abrir o coração para Deus, mais ele se abrirá
para você, porque as Escrituras afirmam: “Aproximem-se de Deus, e ele se
aproximará de vocês!” (Tiago 4.8).
Esse é o tipo de oração que permite contemplar Deus em toda a sua
majestade. É uma oração que realmente transforma, não a do tipo que fica
apenas repetindo palavras em vão. A verdadeira mudança começa quando
você se inclina aos pés de Deus e diz: “Senhor, eu sou uma pessoa de coração
duro e tu sabes disso. Eu não posso ocultar isso de ti”. Ao vir à presença dele
e dizer: “Senhor, tu conheces a minha vida, sabes o que eu faço, sabes cada
palavra que digo; aqui estou, muda-me”, então é aí quando você abre a vida
para uma transformação que gradualmente o levará a um conhecimento
íntimo do Espírito Santo. Ele busca intimidade com aqueles que demonstram
o desejo de encontrá-lo.
Embora pareça difícil de acreditar, você não deveria apenas pensar quanto
o deseja, mas também em quanto ele deseja você. É por isso que as Escrituras
ensinam que o Espírito Santo tem ciúmes de nós.
Eu me lembro de uma ocasião quando pedi ao Senhor que se manifestasse
e derramasse seu poder durante as nossas reuniões e tocasse as pessoas. Eu
sempre oro para que isso aconteça. Mas um dia o Espírito Santo me disse:
“Hoje eu vou derramar o meu poder não porque as pessoas me desejam, mas
porque eu quero fazer isso”. E acrescentou: “Muitos ensinam que as pessoas
devem anelar por mim, mas poucos realmente entendem quanto eu os desejo.
Quando duas pessoas estão em comunhão, o desejo é mútuo; e não há maior
desejo do que aquele que eu tenho por vocês”. Buscar o Espírito é o começo
de uma relação incrível entre você e ele.
Se ele nos deseja tanto a ponto de expressá-lo por escrito, por que não
aproveitamos esse fato e o desejamos também? Trata-se de uma busca e de
um desejo de mão dupla que produzirá um relacionamento maravilhoso: o
amor que lhe damos e que recebemos dele.
Caro leitor, embora você possa ser uma pessoa bem -sucedida, um bom
aluno, um grande homem de negócios ou profissional de renome, também
precisa alcançar êxito espiritual. Ver a glória de Deus refletida na sua vida é o
maior dos êxitos. Nada pode se comparar a isso. Busque-o de todo o coração!
3
Ele é alguém,
não algo!
A TERCEIRA PESSOA
Quem é a terceira pessoa da Trindade? Sempre que faço essa pergunta, as
pessoas me dizem que é o Espírito Santo, porque foi isso que aprendemos
desde pequenos. É verdade que o Espírito Santo é uma das três pessoas que
formam a Trindade, mas ele não necessariamente ocupa o terceiro lugar.
Nenhuma passagem bíblica diz tal coisa.
Mesmo assim, na cabeça de muita gente, o Espírito Santo vem em terceiro
lugar porque temos uma ideia equivocada gravada na mente. O problema de
ser “a terceira pessoa” é que ninguém presta atenção naqueles que estão em
terceiro lugar de nada. Basta perguntar quem ganhou uma competição, e
muitos provavelmente se lembrarão somente do vencedor. Alguns talvez se
lembrem do segundo colocado, mas muito poucos, se é que alguém, se
lembrarão do terceiro lugar.
O Espírito Santo não ocupa o terceiro lugar na Trindade. Ele é tão
importante como o Pai e o Filho, uma vez que os três são um. Quando
dizemos que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, nós
automaticamente o relegamos ao terceiro lugar em importância quando na
verdade não é o caso. Você não pode ter um bom relacionamento com o
Espírito Santo se não lhe tributa a importância que ele merece. A sua
comunhão com ele será muito melhor se o tratar como a pessoa divina que
ele é.
Em geral, quando ouvimos sobre o Espírito Santo, nós pensamos em
objetos que procuramos associar com ele, como se ele fosse “algo”, não
“alguém”. Pensamos nele como uma pomba porque essa foi a forma visível
com a qual se manifestou no batismo de Jesus, ou pensamos nele como fogo
porque nos lembramos das línguas como chamas de fogo sobre os discípulos
no dia de Pentecoste. Mas o Espírito Santo não é uma pomba nem fogo. Ele é
uma pessoa da Deidade com a qual você tem um relacionamento pessoal. Ele
tem o poder de nos enlevar como o vinho, mas não é o vinho; ele unge com
óleo, mas não é o óleo; ele é gentil como uma brisa, mas não é o vento; ele
nos enche com rios de água da vida, mas ele não é a água. O Espírito Santo é
uma pessoa divina, não humana ou natural.
Ele fala conosco, escuta, ensina, deseja estar conosco. Ele guia, ele nos faz
recordar a Palavra, ele nos santifica e intercede por nós. Ele pode ser resistido
e eliminado; ele pode ser contrariado ou entristecido. Nós não podemos
estudá-lo sistematicamente, porque não podemos explicar uma pessoa como
o fazemos com um mero conceito. Por exemplo, seria inútil tentar estudar
todas as qualidades da minha esposa sem me relacionar com ela. Do mesmo
modo, seria inútil tentar entender tudo sobre o Espírito Santo se não me
alegro com sua presença. Ele é sobrenatural. Mais do que estudá-lo,
precisamos conhecê-lo; para fazer isso, devemos nos tornar mais íntimos
dele.
Ser batizado no Espírito Santo e falar em outras línguas não significa que
você automaticamente o conhece. Conhecer todos os seus atributos e
qualidades não necessariamente leva a uma maior intimidade. O fator tempo
é essencial para manter um relacionamento, assim como fazemos com
qualquer outra pessoa para conhecê-la. O mais importante na nossa vida
deveria ser andar na presença de Deus. Sua companhia vale mais do que
qualquer coisa no mundo. Por esse motivo, o Senhor nos deu seu Espírito
Santo para nos acompanhar aonde formos. É ele quem nos dá o poder de
Deus.
COMUNHÃO E INTIMIDADE
Faz algum tempo, quando eu ainda era solteiro, passei por uma grande
dificuldade financeira. Por isso, tive de interromper a faculdade e só consegui
terminá-la anos mais tarde. Na época, por motivos alheios, fiquei sem lugar
onde morar. No dia em que estava para deixar a casa onde morava, sem saber
aonde ir e onde dormiria naquela noite, eu disse a Deus: “Vou para a igreja
adorar-te, sem me preocupar onde vou dormir, porque sei que tu me darás um
lugar”.
Eu adorei ao Senhor com todo o meu coração naquela noite durante a
reunião, e a paz de Deus dominou meu coração. No final do culto, um amigo
veio até mim e me convidou para jantar na casa de sua avó. A primeira coisa
que me veio à mente foi: “Deus já providenciou um lugar para eu comer”.
Depois da comida, meu amigo me disse que eu poderia ficar em sua casa,
mas o único lugar que tinham disponível era um quarto pequeno e um tapete.
Eu pulei de alegria por ter um teto onde passar aquela noite! Enquanto nos
despedimos de sua avó, ela me disse que tinha algo para me mostrar e me
levou a um depósito no fundo da casa; aí me mostrou uma cama dobrável,
parecida com um berço. Ela me perguntou se eu a queria, pois assim não teria
que dormir no chão. Eu prontamente disse que sim, com muita gratidão no
meu coração. Mesmo estando um pouco mofada e cheirando a coisa
guardada, com um pouco de limpeza estaria perfeita. Foi exatamente nesse
momento que eu senti que comecei a prosperar em Deus! Ele não me deixou
dormir no chão e me deu uma cama. Eu entendi naquela ocasião que, mesmo
que pudesse comprar a melhor cama do mundo, não poderia comprar o sono
e o descanso que somente o Senhor poderia me dar.
Para muitas pessoas, esse tipo de solidão pode ser letal; podem estar cheias
de tristeza e perder tempo reclamando. No meu caso, porém, o tempo que eu
poderia gastar com Deus naquele quarto foi algo para olhar para a frente.
Naquela época, Sonia e eu já estávamos noivos. Eu a visitava todos os dias
depois do trabalho e daí me dirigia para a casa do meu amigo, onde eu estava
morando. Lembro-me muito bem da hora em que eu costumava ir para casa,
porque era o mesmo horário em que iniciava uma programação em inglês na
estação de rádio local. Eu aproveitava o longo percurso até a casa para adorar
e meditar na Palavra de Deus por meio do programa de rádio. O que eu mais
esperava era voltar àquele pequeno quarto e desfrutar sozinho da presença de
Deus.
Um amigo emprestou-me um violão muito peculiar. Menor do que o
normal e com uma corda faltando. As cinco cordas restantes estavam
desafinadas. Como não sou músico, eu não sabia como afinar o instrumento,
mas isso não me importava. Portanto, era naquele pequeno quarto, com um
violão desafinado e uma voz fora de qualquer tonalidade, que eu aproveitei
ao máximo meu tempo a sós para adorar a Deus, sem saber que ele estava me
preparando para caminhar com ele em poder. Foi nesse tempo com ele que
aprendi a buscá-lo.
Por meio dessa experiência, aprendi que, se o Espírito Santo está conosco,
nunca estamos sozinhos. Como deve ser triste para ele, mesmo sendo a nossa
companhia, ouvir a nossa reclamação de como nos sentimos sós! Se ele está
com você, então nunca deveria reclamar nem mesmo sentir-se só.
Foi assim que eu comecei a conhecer o Espírito Santo de forma profunda.
Naquele estado de solitude aprendi a conhecer aquele que pode todas as
coisas. Eu meditava, orava e cantava a ele. Era muito bonito! Hoje ainda me
lembro desses tempos como uma das épocas mais preciosas da minha vida.
Uma pessoa pode aprender a conhecer Deus em situações reservadas.
Obrigado, Senhor, por aquela solitude abençoada contigo! Aprenda a
beneficiar-se de momentos em que estiver só. Esses momentos, em geral, são
a chave para desenvolver um relacionamento íntimo com a pessoa do Espírito
Santo.
Muitas pessoas querem estar cheias do Espírito Santo, mas não ser
dirigidas por ele. Jesus foi levado ao deserto para estar sozinho em intimidade
com ele e para receber dele seu poder. Há alguns que não acreditam que o
Espírito Santo possa liderá-los a um deserto, porque o associam a algo
negativo. Ele o toma pela mão e o conduz por momentos de solitude e solidão
para que você possa conhecê-lo melhor. Quando você estiver em um deserto,
não diminua o Espírito, queixando-se de como se sente sozinho, porque ele
nunca o abandonará. Ele sempre estará com você para o ajudar, assim como
fez com Jesus.
Se você tem se deixado encher da presença do Espírito Santo, permita que
ele o guie. Ser cheio dele e andar com ele são duas realidades distintas. Existe
um deserto entre ambos. Este é o lugar em que você precisa aprender a estar
só com ele, a fim de que ele o convide a conhecê-lo e a andar em seu poder,
porque é impossível caminhar no poder de alguém que você não conhece.
O apóstolo Paulo escreveu: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de
Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês” (2Coríntios
13.14).
O amor do Pai foi manifesto quando enviou seu Filho para morrer por nós,
e a graça de Jesus Cristo foi mostrada na cruz para nos salvar do pecado e da
morte. O Espírito Santo é a pessoa divina que está ao nosso lado, com quem
podemos falar e ter uma íntima comunhão.
Ter comunhão com o Espírito Santo é um dos lados da moeda; o outro é
desfrutar dessa intimidade. Ter comunhão com alguém significa gastar tempo
com essa pessoa, conversando e ouvindo um ao outro. Você pode ter
comunhão com ele estando no seu carro, no trabalho ou na fila do banco.
Pode conversar com ele continuamente ao longo do dia.
No entanto, ser íntimo implica estar a sós com ele em um lugar onde nada
nem ninguém o interromperá. Ele se manifestará aí e mostrará o que tem para
você. Assim é como os planos dele para a sua vida são, na maioria, revelados
e você é transformado pelo poder dele. Esse é o lugar onde os mistérios dele
são revelados. Nada disso pode ser aprendido por outro ser humano. Ele
deseja revelar tudo o que tem sido gratuitamente dado a você, a saber, a
profundidade de quem ele é. Isso não se aprende por meio de leitura, mas por
investir tempo em sua presença.
O que o Espírito Santo revela em primeiro lugar a você durante esse tempo
de intimidade são as coisas que o Pai tem para a sua vida. Ele diz o que e
quando pedir algo, porque ele sabe exatamente o que você enfrentará. Em
seguida, ensina seus atributos como provedor, salvador e médico. Finalmente,
ele mostrará a você as profundezas do coração dele: como pensa e que coisas
lhe agradam e lhe desagradam. Essas são as coisas profundas de Deus.
Quando você não busca esses momentos de intimidade com o Espírito,
acaba perdendo muitas bênçãos e, pior ainda, nunca se familiariza com o
coração e a natureza de Deus. Portanto, para conhecer o Pai, você precisa ter
intimidade com seu Espírito. Ele busca tanto o coração de Deus quanto o
nosso para torná-los um.
Simplesmente erga suas mãos ao Senhor — onde quer que você esteja e
neste exato momento — e feche os olhos. Busque-o. Estar aos pés do Mestre
com um violão de cinco cordas desafinado ou com um CD de adoração é uma
das melhores coisas da vida. Não importa se é numa cama bolorenta ou numa
cama confortável, em uma casa pequena ou numa mansão, com uma carteira
cheia de dinheiro ou com alguns centavos no bolso — sempre aos pés de
Jesus é onde você deve querer estar. Esqueça-se dos seus problemas
financeiros ou da sua agenda para hoje. Busque-o de todo o coração agora
mesmo. Nada vale mais do que o momento inestimável de estar na presença
de Deus.
Faça apenas esta oração: “Pai, por favor, ajuda-me. Quero conhecer-te.
Não mais vou reclamar por achar que estou só. Desejo conhecer-te nesse
lugar secreto e íntimo. Desejo adorar-te, Senhor”.
4
A portas fechadas
Para que Deus forme cada parte do seu ser, ele o esconde e trabalha em
você em secreto. A formação do nosso ser é uma obra-prima perfeita; é por
isso que o Senhor não permitiu que o ventre da mulher fosse transparente,
para que ninguém pudesse ver sua maior façanha. É por isso que Deus
esconde o processo da gestação e não o torna conhecido, nem mesmo aos
pais, até que esteja completo.
Embora a formação de um ser humano seja uma obra de arte, o processo
em si não é belo. Se testemunhássemos o procedimento, provavelmente o
julgaríamos ou criticaríamos. Ficaríamos nervosos ao nos preocupar com a
forma apropriada de cada parte do corpo ou com a presença de todos os
órgãos humanos. Isso para não mencionar todos os tipos de sugestões que
daríamos ao Criador, incluindo detalhes sobre traços familiares e
características específicas. Talvez você pense que estou exagerando, mas não
estou. Lembre-se de quão difícil ou desafiador foi decidir que nome dar a um
filho seu? Todos tinham uma opinião ou sugestão. Por tudo isso, penso que
ocultar o período de gestação foi a melhor decisão; caso contrário,
provavelmente não permitiríamos que seguisse seu curso.
Deus o criou de um modo único. Você é exclusivo. As pessoas não são
feias ou bonitas, mas, sim, únicas. Olhe para você mesmo: não há ninguém
como você. Até mesmo os gêmeos têm algo que os diferencia. As impressões
digitais são um exemplo — não existem réplicas. Da próxima vez que se
olhar no espelho, reconheça e aprecie a obra exclusiva que está refletida no
que você vê. Além disso, aos olhos de Deus somos todos perfeitamente
criados; é por isso que podemos dizer com segurança: “Quão maravilhosas
são tuas obras, Senhor!”.
Este é um bom momento para meditar em um Deus o criou de um modo
único. Você é exclusivo.
ensino que pode mudar completamente sua vida. As pessoas não são feias
Muito do que somos está relacionado com como ou bonitas, mas, sim,
únicas.
fomos concebidos. Durante a Segunda Guerra
Mundial, muitas crianças nasceram fora do casamento. Homens e mulheres
da América do Norte viajaram para a Europa como parte dos exércitos
aliados e tiveram relações que deram frutos. Milhares de mulheres
conceberam filhos fora do casamento e, como consequência, muitos filhos
nasceram sem um pai. Os que permaneceram sós nos Estados Unidos
viveram em condições semelhantes. Esse foi o começo de uma geração de
jovens órfãos e desorientados que, à medida que cresciam, se rebelavam
contra seus pais e sua própria vida. A sociedade estava enfrentando uma séria
fissura de identidade. Havia um número crescente de lares desfeitos, pessoas
vivendo juntas sem estar casadas e crescente abuso das drogas.
Talvez você se pergunte por que incluir essa parte da História num livro
sobre o Espírito Santo. Mas deve se perguntar também o que aconteceria se o
poder de Deus, capaz de levantar os mortos, pairasse sobre alguém cujo
coração ainda carrega feridas do passado e não se esqueceu de como ou por
quem foi gerado. O Senhor deseja dar a você um coração saudável, não que
esteja vagando de um lugar a outro com o poder de Deus, mesmo com feridas
antigas. Ele deseja ungir você e o transformar, mas também quer curar você e
o fazer inteiro. É tempo de meditar nisso e entender que Deus nos ama e deu
seu Filho por nós, independentemente de onde viemos, como fomos educados
e quem nos trouxe ao mundo. Deus tem um futuro para a sua vida.
Talvez você seja filho de uma mãe solteira, ou fruto de uma gravidez
indesejada, cuja chegada resultou em um casamento forçado. Talvez seja
fruto de uma violência. Quem sabe nunca tenha conhecido seus pais ou saiba
que um dos seus progenitores tenha outra família. Qualquer que seja o caso,
talvez questione o motivo de ter nascido e diga que nunca pediu para nascer.
Tudo isso pode facilmente impedir o seu potencial e limitar as suas
conquistas, mas, devo esclarecer, as circunstâncias do seu nascimento são
irrelevantes. O que realmente importa é que você entenda que Deus deu vida
porque você é estimado e precioso para ele. Por isso, Deus pôs a mão no
útero da sua mãe e com cuidado e gentileza o formou, independentemente de
como, quando ou onde foi concebido.
De hoje em diante, pare de reclamar. Aprecie a sua vida, porque você é
único. Você não pode mudar o seu passado, mas pode fazer muito sobre o seu
futuro. Você nasceu porque Deus tinha planos maravilhosos para você.
UM ÚTERO ESPIRITUAL
Também existe um tipo de útero espiritual para aqueles que nasceram do
espírito. Quando o Senhor nos encoraja a orar, ele nos diz para ir a um lugar
secreto e fechar a porta, porque deseja nos formar em segredo. Esse jardim de
oração é como o útero materno, um lugar no qual o Senhor trabalha em nós.
Ele descobre o nosso coração e nos revela quais mudanças deseja fazer.
Certo dia, o Senhor me perguntou: “Você sabe por que eu mandei você
fechar a porta do quarto ao orar?”. Essa mesma pergunta pode passar pela
cabeça de muita gente, e a resposta é simples. Ele deseja formar você na
solitude. Ele quer falar a você sobre todas as coisas boas que você está
fazendo e como você pode melhorar e maximizar o seu potencial. Não tenha
pressa de aceitar sugestões ou aconselhar alguém, porque esse é um tema
entre o Criador e sua criação, entre o Pai e seus filhos, os quais ele deseja
corrigir sem envergonhá-los, como devemos fazer com os nossos filhos.
Ele deseja formar você na No livro de Apocalipse, em cada uma das cartas às
solitude. Ele quer falar a
você sobre todas as coisas
igrejas, Deus as elogia por tudo o que fazem de
boas que você está fazendo correto e depois as adverte, dizendo:
e como você pode
melhorar e maximizar o “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor.
seu potencial. Lembre-se de onde caiu!
Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se
arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele” (2.4,5).
Lembro-me de uma ocasião quando chamei um dos meus filhos para que
viesse ao meu quarto para corrigi-lo e deixei a porta aberta. Meu outro filho
foi até lá para ver como eu o puniria. Nesse momento, eu percebi que o
assunto não tinha nada a ver com o irmão, mas, sim, entre pai e filho. Então,
disse ao outro filho, que estava à porta: “Filho, isso não diz respeito a você.
Por favor, feche a porta e saia. Isso é só entre mim e o seu irmão”.
Todavia, nem sempre que fechamos a porta é porque queremos corrigir
alguém. O mais belo entre o marido e a mulher também acontece com as
portas fechadas. É aí quando podemos ter intimidade. E, embora não haja
nenhum pecado implícito e por meio dessa intimidade nasçam nossos filhos,
não podemos convidar ninguém para assistir ao ato. Da mesma forma, as
coisas mais belas entre Deus Pai e seus filhos ocorrem a portas fechadas.
Lembre-se: cada vez que Deus nos chama para estar a sós com ele não
necessariamente é para repreender-nos, mas, sim, para moldar e amar.
A oração em grupo é muito eficaz, mas não substitui a oração íntima e
individual, porque esse é o tempo planejado por Deus para que tenhamos
comunhão com ele como Pai de amor. Seu ensino em oração nos mostra que
devemos fechar a porta e nos preparar para falar com ele face a face. Assim
também acontece em muitas situações no casamento. Ao conversar com a
esposa, o marido não permite que os filhos interrompam. Ele lhes pede
privacidade para organizar temas e resolver assuntos com ela. A portas
fechadas, você resolve assuntos e permite que o Senhor transforme o seu
coração.
A minha mulher e eu nos casamos há muitos anos A portas fechadas, você
resolve assuntos e permite
e o nosso relacionamento é excelente. Nós que o Senhor transforme o
respeitamos mutuamente o espaço do outro e o tempo seu coração.
a sós com Deus. Embora oremos juntos com
frequência, cada um de nós também tem seu tempo de oração porque
sabemos que nossa comunhão com o Senhor também é íntima e pessoal. Os
momentos em que a vi mais quebrantada foram os que ela estava orando
sozinha ao Pai celestial.
A primeira opção de Deus nunca será enviar você a um profeta para ser
reprovado ou corrigido diante de outros. Até mesmo ao corrigir uma pessoa
na igreja, segundo Paulo, a correção pública era a última opção. Não tenha
medo de ser moldado por Deus. Ele ama você e sabe a forma correta de o
moldar.
Naquele momento, comecei a chorar feito uma criança, e sua voz me disse:
“Carlos, quero que você vá para a televisão!”. Eu levantei as mãos e lhe disse
que eu estava de acordo. Ele respondeu em seguida: “Veja, tudo o que eu
preciso é de alguns segundos para convencer você”. Respondi, soluçando: “É
verdade, Senhor! É por isso que eu não queria falar sobre o assunto contigo”.
Talvez todas essas coisas pareçam estranhas ou impossíveis, mas os
resultados do que estou compartilhando aqui são tão visíveis e atestados por
muita gente.
Somos formados em secreto, durante nossos momentos de intimidade com
Deus, nos quais ele fala àqueles que o buscam com um coração puro e
sincero. Ele se revela àquele que o deseja. Não desista; insista diante de seu
trono. Talvez nunca o veja fisicamente ou ouça sua voz audivelmente, mas
tenho a certeza de que ele falará ao seu coração e que você será transformado.
O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
Salmos 51.7-11 diz:
Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e mais branco do que a neve serei.
Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria,
e os ossos que esmagaste exultarão.
Esconde o rosto dos meus pecados
e apaga todas as minhas iniquidades.
Cria em mim um coração puro, ó Deus,
e renova dentro de mim um espírito estável.
Não me expulses da tua presença
nem tires de mim o teu Santo Espírito.
Esses versículos falam de ser usado para trazer o povo de volta para Deus.
O homem que se recusa a entrar na presença de Deus para ser moldado,
corrigido e transformado nunca pode ser usado para transformar outros.
Aquele que busca alcançar o equilíbrio que estava no coração de Davi é quem
pode falar a outros para que estes possam corrigir a própria vida, pois ele
mesmo já foi corrigido e alinhado segundo a vontade de Deus.
O homem que se recusa a Se você deseja isso de verdade, apenas repita esta
entrar na presença de Deus
para ser moldado,
oração em voz alta: “Senhor, muda o meu coração.
corrigido e transformado Dá-me um espírito humilde como o teu. Dá-me um
nunca pode ser usado para
transformar outros.
novo coração e um espírito reto. Vem e me renova
para que eu possa levar outros a ti”.
A transformação de sua família começa com a sua própria vida. Alguém
certa vez disse que ninguém poderia falar às pessoas sobre Deus sem
primeiro ter falado com Deus sobre as pessoas. Devemos entrar na sala do
trono de graça para que Deus nos transforme e renove. Podemos ir direto à
presença dele e pedir: “Senhor, tu conheces os meus pensamentos. Sabes que
sou imaturo, que reclamo; tento me justificar e dou desculpas para tudo.
Muda-me por favor e transforma-me”.
Como é que cristãos de tanto tempo, que sabem como devem agir, agem
tantas vezes de modo imaturo e caprichoso. Há aqueles que buscam posição e
liderança e que choram como bebês quando deveriam ganhar
reconhecimento. Esse tipo de comportamento deve mudar. Somente Deus e
sua presença santa podem fazer isso. Se você vai até ele para ser alcançado
por sua glória, ele certamente lidará com você sobre isso com tanto amor e
cuidado que parecerá gentil mesmo quando tiver uma palavra dura a dizer a
você.
Deixe-me dizer que tudo o que você está sentindo é sede de Deus. Sua
alma está sedenta pelo Deus vivo, não por liturgia religiosa ou algum tipo de
adoração ou estudo teológico. O que você realmente está sentindo é uma sede
intensa pelo próprio Deus. Aproxime-se dele e beba tudo o que desejar.
As melhores Noites de Glória que tivemos foi experimentar a presença do
Deus vivo. Não dependa de um grande evento com um grupo famoso de
adoração ou líder. Não espere ser convidado para uma vigília de oração.
Busque experimentar os seus momentos a sós com Deus. Sempre se lembre
de que a chave para uma vida pública é a sua vida particular. Se você deseja
ter sucesso na vida pública, em primeiro lugar busque ser bem-sucedido
diante de Deus em sua vida particular. Se deseja ser conhecido em algum
lugar, deixe isso com Deus, em seu trono de graça.
Se você deseja ter sucesso
Como dissemos antes, quando se fecha a porta do na vida pública, em
quarto há intimidade entre duas pessoas casadas. Isso primeiro lugar busque ser
bem-sucedido diante de
não é pecado. Mas a razão de você fechar a porta é Deus em sua vida
porque algo íntimo está para acontecer. Você já sabe particular. Se deseja ser
conhecido em algum lugar,
que será um tempo de olhar profundamente nos olhos deixe isso com Deus, em
seu trono de graça.
da outra pessoa, de expressões amorosas e ternas de
amor, com palavras doces.
Os conselheiros matrimoniais nos confirmam que a felicidade dos casais
que experimentam esse tipo de intimidade compartilhada reflete essa
satisfação em público. A mesma coisa acontece com Deus e uma vida de
oração no lugar secreto. Sempre que ele pede que você feche a porta, é
porque estão para surgir momentos gloriosos. Você contemplará a beleza de
sua santidade, você ouvirá o chamado que ele tem para a sua vida, além de
receber uma visão precisa do que Deus deseja que você cumpra para ele. Seu
coração será quebrantado. Todo o seu ser será cheio de alegria. A unção dele
repousará sobre você. Você ouvirá uma voz doce, porém firme, e o mais
importante: deixará o lugar secreto mais apaixonado por Deus e
comprometido com ele do que jamais havia experimentado. Então, por que
esperar mais? Pare de ler por um momento e busque estar só com ele. Posso
garantir que você jamais será o mesmo.
5
Onde quer que esteja
O FUNDAMENTO DA SANTIDADE
Faz algum tempo, uma pessoa que era alcoólatra me desafiou dizendo que
beber bebidas alcoólicas não era errado. Então, pedi que orasse e agradecesse
a Deus cada vez que ele tomasse um trago. Imagine a oração desse homem:
“Pai, agradeço por esta bebida que me deste e abençoa este uísque a fim de
que ele alimente o meu corpo”. Sabe o que aconteceu? Ele parou de beber.
Alguns dias depois, ele me disse que tomou o copo nas mãos e, quando orou,
sentiu uma convicção de Deus a tal ponto de ser incapaz de tomar outro
drinque. Ele descobriu que Deus estava em sua presença, com ele, e decidiu
que não desagradaria a Deus.
Acreditar que Deus está presente em todos os lugares e que ele vê tudo o
que fazemos é chave para uma vida de santidade. Sua jornada é mais correta
quando você está convencido de que não pode fazer qualquer coisa pelas
costas de Deus. Ele o acompanha e está sempre ao seu lado, vendo tudo o que
você faz, ouvindo suas conversas e avaliando seus pensamentos mais íntimos.
Talvez você saiba esconder o seu pecado das pessoas, mas não de Deus.
Muitos anos atrás, quando havíamos acabado de abrir a igreja, contratamos
uma empregada que acabou nos roubando. Numa sexta-feira à noite,
enquanto eu dormia, pude ver sua face, e naquele momento Deus me revelou
que faltava dinheiro da igreja e que essa pessoa era a responsável pelo roubo.
Ele até mesmo me mostrou a quantia exata que ela havia levado. No dia
seguinte, confirmei cada detalhe que o Senhor me havia mostrado e tive de
despedi-la imediatamente. Como eu sabia? Porque, ao roubar, ela fez de tudo
para garantir que ninguém a visse, mas se esquecera de que Deus estava lá.
Passei por experiências semelhantes em outras ocasiões. Sempre lembro
minha equipe de que Deus está presente no nosso ministério. E isso é um
benefício real para nós, porque somos testemunhas de sua obra; ainda assim,
podemos nos ferir se nos esquecermos de que ele é o único responsável por
revelar as coisas erradas que ele vê. Viver uma vida convencido de sua
onipresença é o que sustenta nossa caminhada com ele.
Os jovens precisam entender que não são seus pais que os incomodam em
seus momentos de paixão e tentação quando estão na companhia de um
namorado ou namorada. É Deus que os leva a se preocupar, porque está ao
lado deles. Não é do pastor que devem esconder um cigarro ou uma bebida,
ou diante de quem devem se sentir envergonhados por ter um hálito de quem
bebeu. Deveriam, sim, estar preocupados pela desaprovação do Pai celestial,
pois é ele que sempre os acompanha. Quando nossa santidade é visível no
nosso comportamento, nosso alvo é agradar ao Senhor, não a igreja ou um
líder espiritual.
O problema com um relacionamento extraconjugal não é o fato de que os
amantes sejam cuidadosos para que ninguém os veja entrar em um lugar em
segredo. A questão é lembrar que o Senhor os verá porque está com eles
aonde quer que forem. O problema não está em conduzir questões escusas em
segredo, mas, sim, o pensamento que não conseguimos esconder de Deus. É
mais fácil ser santo quando estamos convencidos de sua onipresença. Crer
significa que, ao nos sentar para ver televisão, evitaremos cenas inapropriadas
porque sabemos que Deus está aí assistindo ao mesmo programa. Podemos
enganar o patrão, chegando tarde no trabalho, mas não a Deus.
É mais difícil abster-se de coisas que agradam à nossa carne e que
entristecem o nosso espírito quando ainda não aprendemos a viver de acordo
com a onipresença de Deus. Nós tentamos nos justificar, dizendo que não há
nada de errado em buscar nossa satisfação pessoal, mas nos esquecemos de
que isso não agrada a Deus. É vital que você aprenda a mudar o seu
comportamento em tais assuntos. A carne sempre desejará coisas contrárias à
nossa vontade. Talvez você não seja capaz de remover um desejo carnal que
tenha, mas pode eliminar sua prática. Aprenda a viver sob a sombra de Deus,
respeitando sua presença em todos os momentos.
Quando você caminha no temor de Deus, seu comportamento o reflete
porque você passa a dar prioridade aos princípios divinos, não aos seus
prazeres. Não tente obter diversão com nada que ofenda aquele que deu a
própria vida por você na cruz do Calvário. Não zombe de seu sacrifício; peça
a ele força e domínio necessários para não querer nada que o possa induzir ao
pecado. Devemos manter uma conduta correta tanto fora quanto dentro da
igreja, uma vez que somos habitação do Todo-poderoso.
Certa vez, quando eu dirigia por uma grande É mais fácil ser santo
quando estamos
avenida na Cidade da Guatemala, vi um homem convencidos de sua
pedindo carona. Parei e lhe dei uma carona. onipresença.
ÁREAS PROFUNDAS
Que área profunda está sendo revelada no seu íntimo neste momento? Vá
ao Deus vivo e apresente-a diante dele, porque ele o encherá. Quando
gastamos tempo na presença de Deus, sedentos por seu amor, ele nos enche e
faz isso a seu modo, não como alguns imaginam que deveria fazê-lo. Muitos
pensam que Deus lhes dará um copo cheio de água, mas se enganam. Ele nos
faz beber exatamente como conduz uma gazela sedenta e ofegante à margem
de um rio para saciar sua sede.
O salmista diz:
“Como a corça anseia por águas correntes,
a minha alma anseia por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.
Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (42.1,2).
Quando está com sede, a corça não busca um vaso de água, mas vai às
correntes de um rio para beber e saciar a sede. A corça aparece na beira da
água exatamente como você e eu devemos nos apresentar diante do Senhor.
Se você está sedento dele e quer beber de sua presença, se deseja beber do
vinho do Espírito Santo, você deveria responder à mesma pergunta que o
salmista faz: “Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?”. Quando
poderei gastar tempo suficiente com ele para satisfazer a minha sede?
Quando?
Não se trata de buscar água para encher um vaso. Você deve ir e submergir
no rio de Deus. A corça aproxima-se das águas correntes e começa a beber e
beber, e logo se dá conta de que todas as cachoeiras e ondas do rio se abatem
contra ela.
Assim é como Deus está com aqueles que genuinamente bebem dele e o
buscam. Ele não lhes dá água para beber em uma xícara ou jarra, nem os
limita à margem do rio. Quando ele o vê beber de sua presença, o toma e o
mergulha completamente. Depois, sem perceber, todas as ondas e cachoeiras
se arrebentam sobre você, a ponto de ver-se imerso nele, bebendo
continuamente.
A sede espiritual é diferente da sede física, pois esta faz parte da nossa
constituição corporal. A sede natural é satisfeita quando se bebe água;
contudo, a sede espiritual aumenta quando bebemos do Senhor. A mesma
comparação pode ser feita com a fome física, que desaparece quando
comemos. Em contraste, a fome espiritual cresce a cada refeição da Palavra
de Deus. >Minha oração é que um dia, depois de tanto comer e beber da
Palavra de Deus, você se torne totalmente dependente de sua presença e de
sua Palavra.
7
Ordens estranhas
a primeira vez em que orei pela cura de uma pessoa, algo estranho e um
N tanto inesperado aconteceu. Sonia e eu ainda namorávamos e, quando eu
a levava para casa certo dia, recebi uma mensagem. Naquela noite haveria
uma vigília de oração na igreja em que eu estaria presente, e alguém da
coordenação estava tentando me encontrar para dizer que a minha presença
era necessária na igreja.
Quando eu cheguei, a pessoa que estava encarregada de pregar me
cumprimentou e disse que estava impossibilitada de fazê-lo e que eu seria o
pregador da noite. Perguntei-lhe um tanto surpreso: “Por quê?”. Ela
respondeu: “Esteja pronto em dez minutos”. Naquele momento pensei na
desculpa perfeita: “Você não poderia ter me avisado 15 dias antes para que eu
me preparasse e pudesse cumprir melhor essa tarefa?”. Se eu tivesse lhe dado
essa resposta, eu apenas estaria defendendo o meu ego. As pessoas, em geral,
fazem isso para evitar riscos. Mas Deus ama usar pessoas que morreram para
seus próprios desejos. Por isso, perguntei ao Senhor o que eu poderia pregar,
e ele respondeu: “Fale sobre cura e fé”.
Eu prontamente obedeci. Depois de pregar sobre fé, um dos líderes da
igreja se aproximou e disse: “Eu tenho uma perna mais comprida que a outra;
você poderia orar por mim para que a perna menor cresça?”. Eu nem sequer
toquei nas pernas do homem e todos os olhos se voltaram para mim para ver
o que aconteceria. Senti uma enorme pressão naquele momento. E se nada
acontecesse? E se, em vez de a perna menor crescer, a maior diminuísse? O
que diriam todos se a perna não crescesse?
Se for honesto com você mesmo, você verá que nesses momentos de
pressão o seu pensamento não será: “O que estas pessoas pensam sobre
Deus?”, mas, sim: “O que todos vão pensar de mim se nada acontecer?”.
Ninguém gosta de passar por esse tipo de pressão, e é por esse motivo que
muitos não ousam ministrar milagres. Naquela noite, eu me armei de fé e
peguei a perna do homem nas mãos, fechei os olhos e disse em voz alta: “Pai,
faze esta perna crescer”.
Quando ouvi os gritos das pessoas ao nosso redor, eu imediatamente abri
os olhos. Naquele exato momento a perna começou a crescer em frente de
todos os que me rodeavam. Foi um milagre visível. Algo glorioso! Em
seguida, todos desejavam que eu orasse por eles, e logo havia uma fila longa
de pessoas esperando para receber um milagre. Vimos muitas curas naquela
noite.
O Espírito Santo é um dom que Deus nos deu, não um prêmio. Claro que
andar no poder e na unção do Espírito Santo depende de nós e da nossa
obediência. Naquela reunião de oração, nós testemunhamos grandes milagres
porque eu obedeci quando me disseram que eu ministraria. Eu não resisti nem
reclamei porque me chamaram apenas alguns minutos antes de começar.
A Palavra de Deus diz em Atos 5.32: “Nós somos testemunhas destas
coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe
obedecem”. E em Salmos 45.7, lemos:
“Amas a justiça e odeias a iniquidade;
por isso Deus, o teu Deus,
escolheu-te dentre os teus companheiros
ungindo-te com óleo de alegria”.
DESAMARRAR O JUMENTO
Muitas vezes, Deus nos pede coisas incomuns. Embora nos possam parecer
impossíveis, é sua forma de nos moldar. Podemos ver algo desse tipo em sua
Palavra, por exemplo, no relato de Lucas 19.29-34:
Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveiras, enviou dois dos
seus discípulos, dizendo-lhes: “Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão
um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou.
Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém perguntar: ‘Por que o estão desamarrando?’
digam-lhe: O Senhor precisa dele”. Os que tinham sido enviados foram e encontraram o
animal exatamente como ele lhes tinha dito. Quando estavam desamarrando o jumentinho, os
seus donos lhes perguntaram: “Por que vocês estão desamarrando o jumentinho?” Eles
responderam: “O Senhor precisa dele”.
Imagine, por um momento, essa ordem sendo dada aos discípulos e sua
reação quando eles a ouviram. Seria semelhante ao seu patrão enviá-lo a uma
cidade próxima para pegar um carro novo de um negociante e você
simplesmente dizer: “É para o meu chefe”. Posso imaginar os dois discípulos
conversando um com o outro, pensando em como essa ordem de Jesus era
estranha. Talvez sua conversa tenha sido algo como: “Você acredita no que o
Mestre nos pediu para fazer?”. “Sim”, responderia um deles. “O dono vai
pensar que queremos roubar o jumento e virá atrás de nós. Você não acha que
seria mais fácil se simplesmente pedíssemos umas ofertas e comprássemos
um novo jumento para o Mestre?”. Quando chegaram ao lugar e encontraram
o jumento amarrado, provavelmente disseram: “Quem de nós vai desamarrá-
lo?”. “Eu não!” “Ok, eu faço isso, mas, se alguém perguntar qualquer coisa,
você responde.”
Independentemente de todas as perguntas e dúvidas que pudessem ter tido
sobre aquela instrução tão incomum, eles simplesmente obedeceram à ordem
de Jesus.
Nas ocasiões em que Deus nos pede algo pouco usual ou difícil para a
nossa compreensão, é aí que devemos morrer para o nosso ego e orgulho. É
nessas situações que Deus nos molda para nos ungir.
Nas ocasiões em que Deus Como seres humanos, temos um problema quando
nos pede algo pouco usual
ou difícil para a nossa
conversamos sobre unção; a questão é, em geral,
compreensão, é aí que sobre o instrumento que Deus escolhe para transferir
devemos morrer para o
nosso ego e orgulho. sua unção à pessoa que ele unge, porque muitas
pessoas creem que seja difícil andar em obediência.
Queremos obedecer a Deus, que não vemos, mas é difícil para nós obedecer
às pessoas que vemos. Portanto, Deus nos molda, estabelecendo autoridades
sobre a nossa vida que nos dão ordens e nos corrigem.
Como filho, em tudo o que faz você está sujeito a alguém: aos seus pais em
casa, aos professores na escola, ou ao patrão no trabalho. Deus faz isso,
porque quer nos dar seu poder, mas ele sabe que não há nada mais perigoso
que uma pessoa ungida e desobediente. É por isso que o Senhor nos submete
a autoridades. Ele deseja que você trabalhe em você mesmo e morra para a
própria natureza carnal.
A obediência é o que nos faz morrer para nós mesmos. Criatividade,
desejos e aspirações talvez não nos ajudem nesse processo. A obediência que
demonstramos para com Deus nos ajuda a morrer para a nossa vontade, o
nosso ego e o nosso orgulho. Leva-nos a abraçar as decisões às quais o
Espírito Santo nos conduz.
Ao lhes dar essas instruções tão incomuns, o Senhor Jesus estava formando
seus discípulos para andar sob a unção que ele tinha reservado para eles. Ele
os estava treinando e ensinando a obedecer àquele que podiam contemplar,
para depois obedecer àquele que não podiam ver. Assim que aprendessem a
obedecer, o próprio Jesus lhes daria o Espírito Santo para ser seu guia.
Creio que naquele tempo havia outras pessoas mais preparadas que os
discípulos que Jesus chamou. No entanto, esses foram os que mostraram
maior desejo e vontade de servi-lo e segui-lo. Certamente, havia pessoas com
um caráter mais seguro que o de Pedro. Este era impulsivo, sempre andava
armado e chegou inclusive a cortar a orelha de um soldado. Alguns pastores
nem sequer deixariam um Pedro conduzir o fluxo de pessoas em suas igrejas!
João e Tiago quiseram pôr fogo em Samaria, porque não foram bem
recebidos ali e até mesmo ousaram dar essa sugestão ao Senhor. Apesar de
todos os defeitos desse grupo, ele era obediente; e esse era o diferencial do
ponto de vista de Jesus.
Quando andamos em obediência a ele, seu poder manifesta-se na nossa
vida. Se você quiser andar em unção e desejar o poder de Deus em sua vida,
então deverá ser obediente às ordens e solicitações que o Senhor dará. Você
também deverá obedecer às ordens que receber de autoridades terrenas, como
pais, professores, pastores, chefes, entre outros, sempre que isso não implicar
algum tipo de pecado.
PAGAMENTO DE IMPOSTO
Em Mateus 17.24-27, encontramos um relato sobre o pagamento do
imposto do templo. Alguns cobradores de impostos desafiaram Pedro,
perguntando-lhe se seu mestre pagava o imposto devido ao templo como
qualquer outro cidadão. Além do interesse financeiro desses líderes, eles
queriam encontrar alguma falha da qual pudessem acusar o Senhor.
Quando Pedro voltou para casa, ele não disse nada a Jesus sobre o assunto.
Foi Jesus que tocou no assunto e disse que, para não ofender os demais, ele
pagaria o imposto. Em seguida, diz a Pedro para ir pescar, dando-lhe
instruções bastante específicas: ir ao mar e jogar o anzol, e que o primeiro
peixe que pegasse teria uma moeda de quatro dracmas na boca. Com essa
moeda, Pedro deveria pagar o imposto em nome de ambos.
Pense um momento. Pedro era um pescador profissional que sabia lançar
suas redes ao mar como meio de vida; tinha inclusive trabalhadores sob suas
ordens. Era um homem de negócios, um homem que pescava com redes, não
com uma vara. Eu gostaria de saber como Pedro deve ter se sentido ao ouvir
um carpinteiro dizer a ele como devia pescar. Talvez isso lhe tenha parecido
um pouco ofensivo, razão suficiente para um pescador especialista feito
Pedro ignorar esse tipo de instrução. Isso, porém, não era tudo. Além de dizer
a Pedro para pescar com um anzol, Jesus também lhe disse que o primeiro
peixe que ele pescasse teria uma moeda na boca que seria usada para pagar o
imposto. Que peixe, tendo uma moeda na boca, pode morder um anzol?
Qualquer um que conheça um pouco de pescaria diria que essa ideia era
absurda, mas Pedro nem pensou sobre o assunto; ele simplesmente obedeceu.
Posso imaginar o que pensaram os cobradores de impostos. Talvez
tivessem visto Pedro sair com uma vara de pescar no ombro, em direção ao
mar. “Que cena estranha!”, talvez pensas sem. Pedro sentou-se à beira da
praia e lançou o anzol no mar, sem saber exatamente o que esperar. Talvez
olhasse de um lado para o outro, esperando que ninguém mais o visse e em
seguida visse aqueles cobradores surpresos que não tiravam o olho de cima
dele. Estes foram os mesmos homens que o tinham acusado de não pagar o
imposto e agora o viam com uma vara de pescar na mão. O grande pescador
parecia aqui um amador. Talvez até tivessem zombado dele, insinuando que
se recusava a pagar o imposto e questionando como esperava obter a moeda
com aquela atitude.
Talvez dissessem: “Você deixou as redes para seguir um homem que não
paga seus impostos e agora tudo o que você tem é uma vara de pescar”.
Apesar de toda essa possível humilhação, Pedro não largou a vara de pescar
até que o peixe mordeu o anzol. Ele o puxou para fora da água, curioso para
ver que tipo de peixe teria engolido uma moeda e como a encontraria. Para
surpresa geral, a moeda estava no primeiro peixe apanhado, exatamente como
Jesus lhe havia dito.
Sair para pescar daquele jeito pode ter sido humilhante para ele, mas essa é
a única forma de podermos morrer para nós mesmos. Pedro tinha aprendido
que, quando obedecia, a mão de Deus pairava sobre ele e tudo ia bem. Não
nos esqueçamos de que Jesus também foi humilhado na cruz do Calvário; em
seguida, depois de ressuscitar, ele disse que todo o poder lhe havia sido dado.
A unção repousa de forma mais poderosa sobre aqueles a quem se pediu algo
incomum, de que não gostavam, coisas que os levaram a morrer, e que
mesmo assim não deixaram de cumpri-las. Esses são os que não dão
nenhuma desculpa para se livrar, livrar seu ego ou sua reputação e evitar
fazer algo para o qual foram designados. Pelo contrário, deixam de lado o
orgulho e não se escondem de nenhum tipo de aparência de espiritualidade
que possa impedi-los de andar na unção do Espírito Santo. Por esse motivo, o
Senhor vai adiante deles, a todos os lugares, com poder.
ÚTIL E OBEDIENTE
No livro de Lucas 17.7-10, lemos um grande ensino que o Senhor nos deu
sobre o trabalho e o serviço que devemos aos que têm autoridade sobre nós:
“Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá,
quando ele chegar do campo: ‘Venha agora e sente-se para comer’? Ao contrário, não dirá:
‘Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode
comer e beber’? Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado? Assim
também vocês, quando tiverem feito tudo o que for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos
inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ ”.
EM QUIETUDE E DESCANSO
A Bíblia nos ensina em Marcos 6.31 que o Senhor Jesus levou os
discípulos ao deserto porque havia tanta gente recebendo ministração que já
não tinham tempo para comer. Por que ele os levou a um lugar solitário?
Porque desejava que os discípulos descansassem. Da mesma forma, devemos
descansar todos os dias. Quando fazemos pequenas pausas, diminuímos
nosso nível de estresse e não precisamos tanto de longas e caras férias para
compensar. A vontade de Deus é que trabalhemos e também que
descansemos, a fim de que encontremos nosso lugar secreto para meditar em
Deus. Você não deve ter medo da solitude, porque pode ser de fato muito
produtiva.
Quando o Senhor queria libertar seu povo da escravidão do Egito, ele deu
instruções específicas a Moisés, que devia transmiti-las aos hebreus. No
entanto, lemos em Êxodo 6.9: “Moisés declarou isso aos israelitas, mas eles
não lhe deram ouvidos, por causa da angústia e da cruel escravidão que
sofriam”. Quando o povo estava bastante desencorajado por causa do serviço
escravo, parou de ouvir as grandes promessas que Deus tinha para ele. A
mesma coisa acontece conosco quando estamos correndo de um lado para o
outro, porque Deus é o Deus do descanso e da meditação.
Quanto tempo faz que você teve contato com a Quando o povo estava
bastante desencorajado por
natureza? Da casa para o trabalho, do trabalho para causa do serviço escravo,
casa, da casa para a TV, da TV para a internet, da parou de ouvir as grandes
promessas que Deus tinha
internet para o celular. Os erros que cometo em geral para ele.
se devem à falta de paciência provocada por uma
ansiedade descontrolada. Devemos tomar cuidado com as orações
impacientes! Devemos deixar de lado todas as coisas que provocam estresse e
tensão para que possamos conhecer Deus. Quando nossa cabeça está cheia de
preocupações da vida, acabamos não conseguindo escutar Deus, porque nossa
mente está perturbada. Libere a mente para poder focar toda a atenção nas
promessas de Deus.
Não podemos de fato conhecer Deus no meio do tumulto que nos rodeia
nos tempos modernos. Ele pode se manifestar em público, mas também gosta
de se tornar conhecido face a face, em solitude. “Parem de lutar! Saibam que
eu sou Deus!”, diz Salmos 46.10. A expressão “parar de lutar” significa
relaxar. Trata-se de um conselho precioso que nos ajudará a melhorar nossa
intimidade com Deus.
ORAÇÃO EFICAZ
Aprender a orar de modo eficaz é um processo. O processo de orar é
exclusivo de cada pessoa, assim como um pai que educa seus filhos. Deus é
nosso Pai e deseja nos ensinar os fundamentos de um bom relacionamento
com ele. Não devemos criar uma doutrina a respeito da forma de orar que
cada pessoa usa para se aproximar do Senhor na intimidade. A oração é tão
pessoal que só nos resta contar nossa experiência. Cada um sabe quando e
como é mais conveniente buscar intimidade com o Senhor.
Se você está aprendendo a orar, é bom estabelecer uma programação que
possa ser seguida a fim de criar o hábito e moldar uma disciplina na sua vida
— algo que você não tinha antes de se converter ao Senhor. Digo isso porque
eu era muito disciplinado comigo mesmo em orar das 6 às 8 da manhã.
Durante esse tempo, eu percebia que na segunda hora de oração eu repetia
muito do que já havia orado na primeira hora. Portanto, reduzi o tempo, pois
entendi que a quantidade não determina a qualidade da oração. Foi necessário
que eu passasse pelo estágio da maturidade, porque todo o tempo investido
em oração me ajudou a edificar a fé. Nós pensamos que precisamos repetir e
repetir as coisas, não porque pensamos que Deus não nos ouve, mas porque,
ao fazer isso, estamos edificando a nossa própria fé. Jesus disse que não
devemos orar com vãs repetições, mas nem todas as repetições são vãs. Por
exemplo, a prática e a repetição nos ajudam a alcançar a perfeição e a
confiança na escrita caligráfica. Uma vez que aprendamos a escrever, já não
fazem falta exercícios constantes de boa letra, porque teremos desenvolvido
uma caligrafia.
Depois de anos sendo disciplinado e responsável no meu tempo de oração,
chegou a hora de Deus me ensinar a confiar mais nele. Quando começamos
as cruzadas de cura Noites de Glória, o meu horário de oração mudou e
abandonei a disciplina de orar às 6 da manhã. Como a maioria das reuniões
terminava depois da meia-noite, era muito difícil levantar cedo no dia
seguinte para orar. Então, enfrentei um grande conflito interno. Fiz todo o
possível para manter essa programação, e foi cada vez mais difícil. Cheguei,
inclusive, a repreender Satanás porque pensei que ele estivesse interferindo.
Mas a unção não diminuiu; pelo contrário, as manifestações de Deus na
minha vida eram cada vez mais evidentes. Eu me senti inseguro em ministrar
sem orar como antes, mas ainda assim havia mais milagres e ouvíamos mais
testemunhos. Foi quando Deus me disse que estava lidando com a minha fé.
Ele desejava que eu tivesse confiança e certeza de que o que estava fazendo
era o necessário. Aparentemente, eu estava confiando mais na quantidade de
oração do que na minha comunicação contínua com ele durante o dia.
Em certa ocasião, meus filhos pequenos me pediram para brincar com eles
justamente quando estava me preparando para orar. Eu não podia deixar de
atendê-los, mas também não queria negar o Senhor e precisava de tempo a
sós com ele. Nesse momento, ouvi-o dizer: “Você acha que vou deixar de o
ungir por brincar com os seus filhos e cumprir a sua responsabilidade como
pai?”. Então, decidi permanecer com eles e pulei e brinquei, embora por
dentro continuasse preocupado. Naquela noite, senti uma grande paz quando
estava prestes a ministrar. De repente, vi que, enquanto eu caminhava em
direção à plataforma, as pessoas começavam a cair, tocadas pelo Espírito
Santo. Alguém pode dizer: “Esse homem deve ter orado muito”, quando na
verdade eu tinha acabado de pular com meus filhos na cama. A única coisa
que eu podia fazer era confiar na voz de Deus, que me dizia: “Eu estarei lá.
Eu sou aquele que faz a obra”.
O Senhor me ensinou a confiar nele, mas não a ponto de eu ser
irresponsável com o meu tempo de oração. O que importa é entender que há
coisas que se aprendem orando e outras que se aprendem simplesmente
confiando nele. Ambas são importantes.
O relato sobre Moisés tentando orar diante do mar Vermelho resume a
minha vida. Deus lhe disse: “Agora não é momento de orar; simplesmente
estenda o seu cajado”. Isso significa que o momento não era de orar, mas de
agir. Pessoalmente, é muito difícil entender que há momentos quando não
devemos orar, porque o Senhor está pronto para fazer sua obra. Foi duro
aplicar essa verdade na minha vida, porque tudo o que eu havia alcançado até
aquele momento era fruto de onze anos de intensa oração. Era complicado
entender que eu tinha passado para outro nível. Cheguei a me sentir culpado e
condenei a mim mesmo por não orar tanto como antes. Enfrentei um
problema de consciência até que aprendi a confiar sem perder o zelo pelo
tempo de oração.
Agora estou convencido de que Deus não me deixará se eu não tiver o meu
tempo de oração como planejei. Mesmo assim, é importante lembrar que a
segurança não é justificativa para a negligência. Continue a orar, para que ao
pensar que está muito autoconfiante não seja como o campeão que subestima
o adversário e é derrotado.
A qualidade da oração é reconhecida pelos resultados que produz. Um
homem que se comunica com Deus é identificado pelo ambiente de bem-estar
que o circunda. Há os que fazem da oração um fim em si mesma em vez de
um meio para alcançar um objetivo. Pensam que a dedicação à oração os
tornará santos independentemente do que oram. Lembremo-nos de que na
Bíblia a oração sempre serviu para acompanhar algo. Elias orou para que não
chovesse por três anos e meio. No início da sua vida de oração, talvez você
peça 20 vezes por algo pequeno. Mas, ao crescer na fé, você orará apenas
uma vez por algo 20 vezes maior.
Aprendemos a orar orando. Nada sobre oração Aprenda a trabalhar com
você mesmo, gaste tempo
pode ser ensinado a alguém que não ora. Aprenda a com o Senhor,
trabalhar com você mesmo, gaste tempo com o contemplando-o, não
apenas fazendo-lhe
Senhor, contemplando-o, não apenas fazendo-lhe pedidos.
pedidos. Ao buscá-lo e conhecê-lo em profundidade,
as suas orações se tornarão mais eficazes. É muito parecido com quando os
nossos filhos ganharam espaço para nos pedirem algo porque nos conhecem e
sabem a hora certa de pedir. A chave é encontrar o tempo adequado. Ao pedir
algo na hora certa, você o obterá mais facilmente. A comunicação com Deus
é um círculo virtuoso: “Quanto mais tempo você dedica à oração, mais o
conhece; quanto mais o conhece, melhor a sua oração”.
9
O natural e o espiritual
UM DESAFIO DE FÉ
Na nossa vida material e espiritual devemos sempre acreditar e buscar o
melhor. Sempre aprendi que fé para obter o material complementa a fé no
espiritual. Tudo o que você vê agora no nosso ministério, da igreja crescente
às Noites de Glória, tem sido um resultado direto por crer nele.
Não há nada de errado em ter fé para prosperar. Isso significa crer que
Deus o fará prosperar em tudo no que dedicar o seu tempo e esforço. Não se
esqueça de que uma das promessas que Deus fez a Josué foi que, se fosse
diligente e corajoso, prosperaria em tudo que se propusesse. Desse modo,
sempre que embarco em um novo empreendimento, creio que Deus o fará
prosperar. Outro exemplo disso foi José, filho de Jacó. Até mesmo o faraó
entendeu que Deus estava com ele, e tudo o que fez prosperou.
Crer em Deus em relação à prosperidade é como ir à academia da fé e
exercitar os músculos da confiança. Ele concederá a vitória a você no dia da
verdadeira batalha. É por isso que há situações que desafiam a nossa fé todos
os dias, porque o Senhor deseja que continue se exercitando e vencendo a
batalha. Assim como um avião voa por causa da conhecida força de
sustentação, a fé se mantém viva pelos desafios que em geral surgem na
nossa vida. Você não será capaz de voar sem uma suspensão ou força de
sustentação, nem será capaz de viver se não tiver travado a batalha da fé.
Não podemos falar em vencer se não corrermos o risco de perder. Não
podemos falar de vencer nada, a menos que decidamos enfrentar as
adversidades. Embora alguns queiram crer que a fé não deve ser usada para
trazer prosperidade, eu continuarei a fazer isso. Enfrentarei dia a dia os
desafios que Deus puser no meu caminho, acreditando que ele me dará todas
as coisas em Cristo. Assim como acredito que ele pode me usar para curar
milhares de pessoas, também preciso crer que terei os recursos necessários
para alcançar cada vez mais pessoas.
Há três coisas que podemos aprender com essa passagem. A primeira é que
o Senhor deseja dar a você o Espírito Santo. Se nós, seres humanos, sendo
maus, não recebemos pedras nem serpentes, como podemos pensar que Deus
não nos dará seu Espírito quando o pedirmos? Se você pedir a Deus sua
presença ou a plenitude do Espírito Santo, ele o dará a você. Se lhe pedir
unção, ele ungirá você. Peça-o. Não espere mais, mas ore, crendo. Peça a ele
para derramar de seu Espírito em abundância, e ele assim fará!
A segunda lição é que ele o motiva a ser um pai que dá boas coisas à sua
família. Esse é o motivo pelo qual a plenitude do Espírito Santo não é para a
avareza ou para a ganância, mas para aqueles que sabem como dar. Há
muitos homens que desejam ser servos de Deus ungidos e ainda não sabem
como dar um abraço ou um beijo na esposa, muito menos um presente de
aniversário. Quem anda de mãos dadas com o Espírito Santo sabe como
imitar o Pai de forma positiva. Por que Deus não daria o Espírito Santo se ele
visse que você dá o melhor para a sua mulher e seus filhos? O Senhor deseja
encher com sua glória divina os pais que desejam levantar a própria família.
Querido pai, o Senhor deseja que você seja um dos que peçam coisas boas
para sua casa. Não se esqueça de que, ao mesmo tempo que você é um pai
responsável que provê às necessidades da casa, também é filho; e, como tal,
Deus espera que você vá até ele para pedir o que precisar.
A terceira e última coisa é que a Palavra compara a Não se esqueça de que, ao
mesmo tempo que você é
plenitude do Espírito à nossa comida diária. Ela nos um pai responsável que
fala em uma dieta balanceada composta de peixe, provê às necessidades da
casa, também é filho; e,
ovos e pão. Essa comparação não é por acaso. como tal, Deus espera que
Quando perguntei a Deus sobre isso, ele me mostrou você vá até ele que
para pedir o
precisar.
seu desejo de nos fazer entender que o Espírito é
mais indispensável do que a comida. Se na média comemos três refeições por
dia, deveríamos buscar sua presença com a mesma frequência. O que o
Senhor está dizendo é que precisamos tanto de comida como do Espírito
Santo e que devemos buscá-lo com a mesma energia com que trabalhamos
para ganhar o sustento diário.
Há pessoas que creem que o Espírito Santo não faz parte da vida diária.
Quando você volta para casa depois de trabalhar e pergunta o que há para
jantar, em geral a esposa, ou a pessoa que fez o jantar, não diz que não tem
nada porque você já comeu algo no dia anterior. Com respeito ao Espírito
Santo, há aqueles que dizem: “Eu fiquei cheio do Espírito Santo em um retiro
ou congresso”. Todos os dias escolhemos o que vamos comer, mas, quanto ao
Espírito Santo, nós o relegamos a determinadas ocasiões sem perceber que
precisamos beber dele todo o tempo.
Assim como não podemos viver sem comer, não deveríamos viver sem o
Espírito Santo. O corpo se torna fraco sem comida e o espírito morre de
inanição sem sua presença. Deus nos deu vida para que pudéssemos viver
abundantemente, sendo cheios de seu Espírito. Sempre que você for à igreja,
deve dizer: “Hoje eu quero ser cheio, Senhor”.
O ESPÍRITO SANTO E AS BOAS COISAS
Leiamos no evangelho de Mateus agora a mesma passagem de Lucas sobre
pedir. Observe que o Espírito Santo inspirou uma palavra diferente no final
desta passagem: “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos
seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas
aos que lhe pedirem!” (7.11).
Lemos em Lucas que o Pai quer dar o Espírito Santo àqueles que lhe
pedirem, mas agora vemos que Mateus diz que Deus quer nos dar coisas
boas. Ao inspirar as Escrituras, o Senhor faz questão de dizer em Mateus e
em Lucas que o Pai é capaz de nos dar o Espírito Santo tanto quanto as boas
coisas se lhe pedirmos. É muito importante para ele que seus filhos creiam
que podem pedir a Deus sua presença e plenitude, assim como podem pedir-
lhe coisas boas. Ambas vêm do Pai celestial.
A expressão “coisas boas” no grego significa “algo bom, benéfico, útil,
saudável e agradável”. Também quer dizer “agradável, que produz alegria,
excelente, distinguível, honrável e de boa qualidade”. Isso significa dizer que
o Senhor dá coisas que sejam úteis e agradáveis. Por isso, ele diz que não nos
dará um escorpião ou uma pedra. Deus nos dá algo para o nosso bem-estar,
mas isso não necessariamente significa que ele concederá algo para prazeres
pecaminosos. Por exemplo, você não pode pedir internet para ver
pornografia. Você nunca dá a seus filhos algo que lhes causará danos. O Pai
não apenas provê, como também educa. Há filhos que não se comportam bem
e ainda assim querem tudo. Da mesma forma, há pessoas que se comportam
mal e querem coisas boas. Isso é impossível.
Para receber coisas boas, é preciso ter fé. Eu devo Você precisa de fé para
pedir que a glória de Deus
crer para ter o Espírito e tudo o de que necessito. Não esteja com você, da mesma
posso dizer que tenho fé para que o Espírito Santo maneira que precisa de fé
para pedir por sustento
me unja e, em seguida, não pedir pelas coisas que diário.
necessito para viver, tais como comida, casa e
condições para pagar as contas. Você precisa de fé para pedir que a glória de
Deus esteja com você, da mesma maneira que precisa de fé para pedir por
sustento diário. A fé para ver milagres é a mesma fé que usamos para pagar
as cruzadas de cura, o transporte de equipamento, o sistema de som e as
luzes. Deus está interessado em questões espirituais tanto quanto nas nossas
necessidades materiais. Nós precisamos de fé para receber ambas. Aprenda a
pedir e a receber tudo o que ele tem para nos dar.
10
Seu lugar de habitação
Quando você vai a Deus, está apresentando o seu corpo. Nós o adoramos
em espírito e em verdade, mas fazemos isso levantando as mãos a ele,
cantando e dançando diante dele. Por essa razão, quando você ora, pense:
Será que o Senhor aceitará a forma com que eu trato meu corpo? Estou
pecando ao apresentar um corpo indigno diante dele?
Se não vemos Deus trabalhando na nossa vida, é porque certamente deve
haver algo que estamos deixando de lado. Se você deseja mais unção, deve
ter mais respeito por seu corpo, porque o poder de Deus se move nele e por
meio dele. Quanto mais se santificar, melhor será a oferta que apresentará a
Deus. A sua mente será transformada. Quem aprende como apresentar seu
corpo diante do Senhor experimentará a renovação da mente e viverá feliz na
boa e perfeita vontade do Senhor.
acreditamos.
PROPRIEDADE DE OUTRO
Seu corpo pertence a Deus porque você foi comprado por meio de Jesus
Cristo. Portanto, é natural e lógico que Deus peça contas de como você faz
uso dele. Você não tem o direito de fazer o que deseja com ele. Depois de
Deus, se é casado, somente sua esposa pode estabelecer algumas exigências
sobre o seu corpo e vice-versa.
Em 1Coríntios 3.16,17, somos advertidos:
“Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se
alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são
vocês, é sagrado”.
O MOTIVO DE ME CUIDAR
Tenho visto muita gente que começa a fazer dieta e exercícios nas
academias antes de casar porque quer ter boa aparência para o futuro cônjuge
na lua de mel. Isso é bom, mas seria muito melhor se o fizesse primeiro para
o Senhor. Também é bom cuidar de você mesmo para evitar ficar doente, mas
a presença de Deus e seu amor devem motivá-lo ainda mais. A lua de mel ou
o risco de morte por enfermidade podem ser mais importantes do que o fato
de que o seu corpo é o templo do Espírito Santo? Há muitas coisas que
podem nos motivar a ter mais cuidado com o nosso corpo, mas a motivação
correta é perceber que se trata do lugar de habitação do nosso Deus e Criador.
O Espírito Santo vive em nosso corpo. Ao se vestir, pergunte a ele se o que
está usando lhe parece bem. Você não pode dizer que Jesus é o seu Senhor se
nem mesmo permitir que ele dirija a casa dele — o seu corpo. Se
verdadeiramente diz que o seu corpo pertence a Deus, então dê provas disso!
Nós que somos chamados para o ministério temos a responsabilidade de
cuidar de nós mesmos a fim de que prestemos contas ao Senhor e alcancemos
o prêmio que ele nos deu.
Algum dia, algo o motivará a cuidar de seu corpo. Você não pode dizer que
Jesus é o seu Senhor se
Pode ser o câncer, a pressão alta, a sua lua de mel, nem mesmo permitir que
um torneio, um esporte ou o próprio Jesus. Você ele dirija a casa dele — o
seu corpo.
cuidará melhor de seu corpo se for diagnosticado
com câncer? Comerá de modo mais saudável se tiver altos níveis de
colesterol? Fará mais exercício para evitar infartos? Ou manterá o seu corpo
em boa forma para apresentá-lo a Deus como sacrifício vivo, santo e
agradável a ele?
Não se trata de um tema religioso cuidar do corpo e respeitá-lo
simplesmente por ser o templo de Deus. O corpo é o recipiente que
apresentamos a ele também espiritualmente como o veículo para sua unção.
Ao tocar o seu corpo, você está tocando parte de Cristo. Por essa razão,
podemos dizer com segurança que o modo com que você trata o seu corpo é
realmente como trata Cristo.
11
Usado por ele
LIVRE DE OFENSAS
Precisamos perdoar cada ofensa contra nós, intencional ou não, pois, se
não perdoarmos, Deus não perdoará os nossos pecados. O dia em que
escolhermos não perdoar um pecado ou uma ofensa que alguém praticar
contra nós, tolheremos nosso crescimento, porque Deus deixará de responder
às nossas orações.
Naquela noite transformadora, o Senhor me disse: “Há pecados que as
pessoas cometem contra você dos quais eu me vingarei; no entanto, há outros
que são apenas ofensas, e com esses você precisa lidar”.
Há uma diferença entre pecados e ofensas. Nem tudo que nos ofende é
pecado, e devemos ter maturidade para aceitar que nem todo pecado,
cometido contra nós deveria nos ofender. Muitas pessoas pecaram contra o
Senhor Jesus, mas ele nunca se ofendeu ou sentiu ressentimento. Pelo
contrário, ele as perdoou. Por outro lado, embora Jesus nunca tenha pecado,
havia pessoas que foram ofendidas por ele. Você se lembra quando ele
declarou que era o pão da vida e que quem comesse dele jamais voltaria a ter
fome? Muitos se sentiram ofendidos e pararam de segui-lo.
Infelizmente, algumas pessoas não perdoaram às outras por coisas que
Deus nem considera pecaminosas. Pense em quantos trabalhadores sentem
ressentimentos do patrão por terem sido corrigidos por chegar tarde? Quantas
crianças se sentiram ofendidas porque foram corrigidas por seus pais? Não
podemos julgar algo como pecado só porque nos ofendeu ou nos deixou
tristes.
Deus lidará pessoalmente com pessoas que pecaram contra nós, mas, ao
mesmo tempo, ele espera que lidemos com as ofensas de que fomos alvo para
que elas não impeçam a bênção que ele quer derramar sobre nós. Quando
você se sentir ofendido, não se torne presa, fazendo-se de vítima. Não tente
justificar a falta de perdão, mas liberte-se das ofensas e aprenda a ultrapassar
cada dor que outros possam ter causado. Se você quer que o Espírito Santo o
use de forma poderosa, então deve se tornar uma pessoa cujo coração, cuja
mente e cuja alma sejam saudáveis e livres de toda amargura.
Se você quer que o O Senhor lidou comigo duramente nessa área, não
Espírito Santo o use de
forma poderosa, então
para que eu aprendesse a resistir ao Maligno, porque
deve se tornar uma pessoa eu havia feito isso durante toda a minha vida como
cujo coração, cuja mente e
cuja alma sejam saudáveis filho dele. Também não se tratava de me fazer resistir
e livres de toda amargura. ao Espírito Santo, porque ele sabe que eu o amo e
que o deixo fazer o que desejar na minha vida. Ele
queria tratar essa terceira área de resistência.
Todos estamos sujeitos a críticas de outros e corremos o risco de permitir
que as feridas dominem o nosso coração. Como líder, inevitavelmente eu me
tornara uma pessoa pública mesmo sem desejar. Por vezes sou chamado a
explicar algo porque nem todos concordam com o que eu ensino. Outros se
levantam para mentir e me criticar sem conhecer a verdade. Inventam coisas
a meu respeito mesmo que eu demonstre uma atitude de bênção em favor
deles. Se não tomo cuidado, essa situação pode facilmente causar um conflito
interno dentro de mim. O Senhor foi claro quando me disse que eu não
deveria ceder diante de uma ofensa. Ele queria me usar de forma poderosa.
Ele queria me levantar cada dia mais alto, e a minha raiva não deveria se
tornar um muro para o fluir de suas bênçãos. Uma atitude de perdão só pode
ser alcançada se o coração permanece limpo e livre de ofensas.
Essa passagem começa com uma referência sobre aprender a sofrer por
fazer o que é correto e aguentar injustiças feitas contra nós com uma boa
consciência para que sejamos aprovados por Deus. Imediatamente depois, o
escritor diz que o Senhor é nosso exemplo de atitude correta na vida, pois ele
carregou nossas enfermidades em seu corpo e por suas pisaduras fomos
sarados.
Você já desejou entender a relação entre o início e o fim dessa passagem?
O que dizer da relação entre a nossa reação a ofensas e cura? Ninguém pode
ser usado para curar alguém enquanto guarda o mal em seu coração.
Ninguém que tenha desejos maus em relação a outra pessoa pode ser usado
para ministrar cura a outros. Se você tem preconceito contra determinadas
pessoas, como poderá ser usado por Deus para tocá-las com o poder dele? Da
mesma forma, como Deus pode usar alguém para abençoar você se ela tem
algo contra outra pessoa no coração? Para ministrar o poder de Deus, é
essencial ter um coração livre de ressentimentos contra outros.
Para ministrar o poder deQualquer pessoa que responda com maldição não
Deus, é essencial ter um
coração livre de
pode ser usada para abençoar outros. Qualquer
ressentimentos contra pessoa que faz isso demonstra que é um solo fértil
outros.
para a amargura e as ofensas. Por esse motivo, Deus
não pode usá-las para curar outros. Muitos não recebem mais da unção
porque guardam ressentimento contra outras pessoas e têm amargura em seu
coração. É por isso que perderam a honra de ser um instrumento de bênção
para outros.
Jesus nos deu um exemplo de como devemos nos comportar quando
encaramos as críticas e as ofensas. Ele nunca devolveu os insultos, as
maldições ou o mau tratamento que recebeu nem nunca ameaçou vingar-se.
Devemos seguir seus passos e aprender do caráter de Cristo, humilhando-nos
mesmo quando parece muito mais fácil retribuir o mal com o mal. Devemos
aprender a sofrer para fazer o que é bom, assim como o Senhor fez para nos
abençoar.
Nenhum filho de Deus deveria abrigar sentimentos doentios contra
ninguém. Aprenda a perdoar se você deseja ser como Jesus. Não pense que
uma alma sadia é aquela que nunca passou por injustiças; pelo contrário, a
alma que já aprendeu a reagir de forma adequada e a lidar com suas emoções
diante de injustiças é a que se mantém saudável e íntegra. As ofensas podem
danificar nossa alma. No entanto, sua decisão e determinação é que
determinarão isso. Uma primeira dama dos Estados Unidos, chamada Eleanor
Roosevelt, disse certa vez: “Ninguém pode fazer você se sentir inferior sem
seu consentimento”. Ser facilmente ofendido é um sintoma de uma alma
frágil que pode suportar muito pouco. Não é necessariamente a evidência de
uma ofensa séria. Submeta seu coração à disciplina do Senhor e você sempre
estará pronto para que o Senhor o use.
Certa ocasião, fui terrivelmente ferido quando algumas pessoas muito
próximas de mim me ofenderam gravemente. Depois, como sempre, orei para
perdoá-las, mas, conforme a paz do Senhor começou a tomar conta de mim,
descobri que o Senhor estava muito zangado com o que elas haviam feito.
Tive certeza de que ele agiria em meu favor se eu lhe pedisse. Meu espírito
sabia que ele moveria sua mão contra elas e meditei sobre isso. Entendi,
então, que eu faria uma oração diferente. Pedi ao Senhor que não agisse
contra elas como eu havia planejado e deixasse passar aquela ofensa. Embora
eu soubesse que podia clamar por justiça ou simplesmente deixar a justiça em
suas mãos, acreditava que não era a melhor coisa para mim. Eu desejava
crescer em amor e pedi ao Senhor que mostrasse misericórdia aos meus
agressores. Agi dessa forma para manter o meu coração em paz e me senti
livre da ofensa. Não posso ministrar unção se tenho um desejo de vingança
na minha alma.
Os demônios tentam usar as ofensas para desanimar você e assim parar de
fazer o bem. É por isso que você deve perdoar em oração qualquer ofensa que
receber. Caso contrário, sua alma ficará doente e começará a desejar pagar o
mal com o mal. Não há desculpa válida quando a questão é ser usado por
Deus. Você deve manter uma alma saudável, e não há nada mais agradável
do que viver livre de sentimentos negativos contra outros.
Jesus é o bispo e pastor da nossa alma (1Pedro 2.25) e deseja nos manter
saudáveis para sermos usados por ele. Você deve ser uma pessoa que precisa
estar pronta para olhar diretamente no olho da outra pessoa e não ter nenhum
rancor contra ela. Seu modo de falar se tornará mais agradável e os seus olhos
serão cheios de luz quando estiver em paz. Será maravilhoso levantar as mãos
para Deus com um coração puro e dizer a ele: “Senhor, usa-me agora!”.
O PODER DA HONRA
Lembro-me de uma vez em que estava doente. Tinha uma dor de cabeça
tão forte e estava num centro de convenções de um hotel a caminho do
púlpito para pregar. Um irmão da igreja, tão conhecido por sua forte
personalidade, estava caminhando ao meu lado. Quando lhe disse que não me
sentia bem, ele disse que oraria por mim e que eu seria curado. Paramos; ele
colocou as mãos sobre mim e disse com voz firme: “Satanás, eu não
permitirei que você toque o meu pastor porque ele é um homem de Deus.
Deixe-o agora, em nome de Jesus!”. Depois acrescentou, olhando para mim:
“Você está curado agora!”. Nesse momento específico eu senti o poder de
Deus. Se eu tivesse parado para pensar sobre o caráter do homem ou sobre o
que os outros diziam dele, não teria acreditado que Deus pudesse usá-lo
daquela forma. Mas eu não vi sua fraqueza. Eu vi o Filho de Deus nele. Eu
cri que o Senhor podia usá-lo para fazer um milagre, e, quando ele orou, eu
estava curado!
Honrar a Deus e o instrumento que ele escolhe é Honrar a Deus e o
instrumento que ele
indispensável para que os milagres fluam por meio escolhe é indispensável
dele. O Senhor Jesus curou muitas vezes em para que os milagres fluam
por meio dele.
diferentes lugares, mas em Nazaré, sua cidade natal,
ele foi incapaz de fazer muitos milagres, exceto alguns. Todos em Nazaré o
viam apenas como o filho do carpinteiro de quem esperavam uma cadeira ou
mesa. Eles não o viam como o Filho de Deus que podia curá-los. O que
vemos na outra pessoa determina, em grande medida, o que somos capazes
de receber delas. O Espírito Santo se move onde a honra é dada a Deus, não
onde há crítica e murmuração. Nós vivemos em um Reino e precisamos
aprender a nos conduzir como cidadãos desse Reino. É por isso que devemos
honrar aqueles que representam o Senhor.
Uma das cruzadas de milagres mais memoráveis que já organizamos foi
feita na minha cidade natal, Guatemala, em março de 2008. Por duas noites
consecutivas, lotamos nosso estádio nacional de futebol, Mateo Flores. Já não
havia lugar para tanta gente, e muitos tiveram de assistir à cruzada nas telas
de projeção que montamos do lado de fora. Tivemos de pedir às pessoas pela
rádio que parassem de se dirigir ao estádio. Na segunda noite, começamos
duas horas antes do programado, porque o estádio já estava lotado. Muitas
rádios seculares transmitiram o evento e diversos pastores amigos estavam lá
para oferecer ajuda. Foi um evento poderoso que deixou uma marca
inesquecível no nosso ministério e na cidade. Foi o cumprimento de um
sonho que eu tinha mantido na mente desde o dia em que havia entregado
minha vida ao Senhor e pedido a ele que me usasse para abençoar meu país,
assim como ele havia usado muitos estrangeiros até aquele momento. Mas o
que realmente me encorajou foi a atitude das pessoas que chegaram aos
milhares, contradizendo o antigo ditado de que o profeta não é honrado em
sua própria terra. O Senhor se manifestou poderosamente e curou muita
gente, porque ele viu a honra que estavam demonstrando.
Alguns acreditam que Deus não pode usá-los em sua família ou país
porque interpretam de modo equivocado o texto que diz que um profeta é
honrado em todos os lugares, exceto em seu próprio país. Se você ler o
contexto, verá que o foco desse texto não está na sua cidade ou
nacionalidade, mas na falta de honra. Se o lugar de origem for o problema,
teríamos de admitir que no México não pode haver nenhum pastor mexicano
ou que na Guatemala não pode haver nenhum pastor guatemalteco. Eles não
o honraram como o Filho de Deus e por esse motivo não acreditariam no
poder do Espírito Santo que repousava sobre ele. Você pode fluir na unção
onde você é respeitado e honrado, quer seja em sua família, em sua
vizinhança, em seu trabalho ou em sua universidade. Deus quer usar você
para abençoar aqueles que estão mais perto.
Quando Deus o usa, você deve ter cuidado tanto com o orgulho quanto
com a falsa humildade. A falsa humildade busca a aparência da virtude
menosprezando a si mesmo. O Senhor Jesus nunca falou negativamente dele
mesmo. Ele disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará
em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12); “Eu sou a ressurreição e a
vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (11.25); “Eu sou o
bom pastor; […] e dou a minha vida pelas ovelhas” (10.14,15). Vezes e vezes
lemos declarações semelhantes: “Eu sou o pão da vida” (6.48); “Eu sou a
porta das ovelhas” (10.7); “Eu sou a videira verdadeira” (15.1); “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida” (14.6). Ele falou bem de si mesmo, porque
acreditava em sua identidade diante de Deus e das pessoas. Sua humildade
não o impediu de revelar quem era. Você sabe quem você é?
Somente quando você reconhece o que Deus deu a você é que finalmente
será capaz de dar algo a outros. Quando você acredita em quem é e o que tem
no Senhor, anunciará a outros para que creiam também. Sempre que eu me
preparo para subir ao púlpito para ministrar em uma cruzada, a voz do Senhor
me dá sua afirmação. Ouço o Espírito Santo lembrando-me: “Você é meu
príncipe. Vá até lá e creia que eles serão curados; e você o verá”.
Creia à medida que ele age e você verá o Senhor usar você com sua unção
poderosa para abençoar inúmeras pessoas.
12
Curando os doentes
erta noite, há muitos anos, tive um sonho que marcaria o começo de uma
C mudança poderosa em meu ministério. Sonhei com uma evangelista que
foi tremendamente usada em curas e milagres, Kathryn Kuhlman. Ela era
muito conhecida internacionalmente pelas manifestações poderosas que
ocorriam durante as cruzadas de cura divina. No meu sonho, vi que ela havia
morrido, e uma pessoa me chamava para entregar duas caixas, dizendo: “Ela
deixou isto para você”. Eu fiquei confuso, mas abri as caixas. A primeira
continha livros e mais livros. A outra caixa estava cheia de roupas. Lembro-
me de ter ficado muito surpreso, tirando uma a uma dessas roupas e
perguntando: “Como vou vestir isso?”. Obviamente, a roupa era um símbolo
do manto de unção que eu receberia, mas naquele momento eu não tinha
compreendido dessa forma.
Dias depois, uma mulher a quem carinhosamente chamamos de Mama
Rosa me deu um livro de Kathryn Kuhlman, intitulado Vislumbres de glória.
O estranho era que os livros dessa autora não eram vendidos em qualquer
livraria da cidade, mas Mama tinha um exemplar. Sem saber nada a respeito
do meu sonho, ela o deu para mim. Logo depois, mais dois livros da mesma
autora vieram parar em minhas mãos. A mensagem era clara.
Enquanto eu orava certa noite, o Senhor me disse que me usaria para
ministrar curas e milagres como ele havia usado Kathryn Kuhlman e que eu
saberia quando a hora chegasse. Eu sempre quis ser usado por Deus para
ministrar a cura divina. Desde pequeno me preocupava com o bem-estar dos
demais e não queria ver ninguém ficar doente nem sofrer. Minha mãe se
lembra de que, quando eu era pequeno, costumava dar as minhas jaquetas a
pessoas nas ruas para que se cobrissem, mesmo que isso significasse que eu
passaria frio. Quando o Senhor me fez essa promessa de curas e milagres em
grandes reuniões, eu já estava visitando os doentes em seus lares e hospitais.
Eu tinha orado e imposto as mãos em pessoas para que fossem curadas, mas
ele queria fazer algo que tivesse um impacto maior. Desejava me conceder
uma unção para ministrar cura em reuniões de massa onde muitas pessoas
pudessem receber ao mesmo tempo seu próprio milagre.
Certo dia, enquanto eu ministrava em uma reunião, experimentei algo pelo
qual estava esperando. Senti a mão de Deus em minhas costas e vi sua
silhueta do meu lado. Entendi que era ele, e com muita emoção disse:
“Senhor, tu estás do meu lado!”. Mas ele gentilmente respondeu: “Não, é
você que está do meu lado”. Eu entendi que é ele quem nos põe do seu lado.
Não nós. Mais tarde, eu o vi andando em meio às pessoas, e ele me disse:
“Declare a minha cura aos doentes porque chegou o dia”. Nesse momento,
com toda a fé, o meu coração reuniu forças e com uma voz das mais potentes
comecei a declarar cura aos doentes, e os milagres começaram a acontecer.
Essa foi a primeira reunião de cura em massa da minha vida.
DECLARE A PALAVRA
Em Lucas 5.17-26, lemos o relato do paralítico que foi descido por um
telhado por quatro amigos e posto bem diante de Jesus Cristo para ser curado.
Vemos no começo desse relato que o Senhor não estava orando pelos
doentes, mas ensinando o povo. Lemos: “Certo dia, quando ele ensinava,
estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os
povoados da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava
com ele para curar os doentes” (v. 17).
Observemos que a Bíblia nos diz que o poder de curar estava em Jesus,
mas que ele não estava curando ninguém naquele momento. Estava apenas
instruindo os fariseus e os mestres da lei quando, de repente, foi interrompido
por quatro homens que abriram uma passagem no telhado de uma casa e
introduziram o homem por ela em uma maca. Posso imaginar que alguns dos
presentes devem ter se sentido apreensivos pela desordem que isso deve ter
causado. Mas Jesus parou, olhou para o homem deitado na maca e olhou em
direção aos amigos, tão determinados em receber um milagre de Jesus. Eles
não se detiveram simplesmente porque a multidão não os permitiria fazer tal
coisa. Acreditavam que o amigo seria curado. Portanto, tinham tudo
planejado para levá-lo até Jesus de qualquer modo. Um deles deve ter tido a
ideia de levá-lo até o telhado, abrir uma passagem e descê-lo por ela até onde
estava Jesus, na casa. Imagine o risco que estavam correndo! Mas eles
acreditaram e superaram os obstáculos por meio da fé. O Senhor atentou para
isso, porque a fé sempre lhe agrada. Qualquer pessoa esperaria que Jesus
realizasse um milagre imediatamente, mas não foi o que aconteceu. Embora
houvesse um homem paralítico diante dele e o poder estivesse nele para
curar, Jesus não o curou. Em vez disso, o Senhor lhe disse que seus pecados
estavam perdoados. Isso deixou aborrecidos os fariseus e os mestres da lei, os
quais pensavam que Jesus não tinha autoridade para perdoar pecados. Por
isso, perguntou àqueles o que era mais fácil dizer ao homem: que seus
pecados estavam perdoados ou dizer a ele para pegar sua cama e andar.
Ninguém respondeu, por isso o Senhor rompeu o silêncio e declarou sua
ordem. Quando Jesus fez isso, o corpo do homem se endireitou e ele ficou em
pé na presença de todos ali, pegou sua cama, na qual havia estado deitado, e
começou a andar rumo a sua casa, dando glória a Deus. Esse homem foi
curado, porque o Senhor declarou a palavra de cura e ativou o poder que
estava sobre ele.
Na sua boca há poder. Você pode usar as suas palavras para declarar cura
com autoridade. Não confesse apenas os problemas e provações que está
enfrentando. Declare que promessas de Deus serão cumpridas na sua vida.
Nesse relato, o Senhor já tinha o poder para cura, mas este não foi ativado até
que o declarou. Da mesma forma, a bênção de Deus pode estar com você e
pode ser ativada somente quando você a confessa ou declara. Quando
acreditamos na Palavra de Deus e a declaramos, podem acontecer maravilhas.
A BICICLETA OU EU?
Quando eu era criança, tive o encontro com o Senhor na minha cama —
como descrevi nos primeiros capítulos —, o que teve um grande impacto na
minha vida. Daquele momento em diante, comecei a ouvir uma pequena voz
no meu coração que me guiou e confrontou.
Lembro-me de dois momentos nos quais ele claramente falou comigo. Um
deles dizia respeito a uma bicicleta que eu queria muito quando criança. Era
uma bicicleta tipo Califórnia, a mais moderna daquele tempo, um estilo que
antecedeu o famoso modelo BMX. Eu desejava uma vermelha e fui muito
persistente, pedindo todos os dias à minha mãe que me desse uma.
Lembro-me de uma noite, quando ia dormir, que uma voz interior me disse
claramente: “Você prefere a mim ou a bicicleta?”. Sentia algo indescritível no
estômago cada vez que essa voz falava comigo. Parecia estar agitada e
repetia: “A bicicleta ou eu?”. “Tu, Senhor. Sempre será tu. Se tivesse que
escolher entre ti e uma bicicleta, sempre seria tu.” Parece ser uma decisão
fácil, mas, acredite, não foi para um garoto de 12 anos. Mais tarde, tal como
havia sonhado, ganhei a bicicleta, assim como as demais coisas nos são dadas
quando buscamos a Deus em primeiro lugar.
O segundo momento de que me lembro tem a ver com uns patins. Naquele
tempo, não havia patinação em linha, somente aqueles com rodas presas a
uma estrutura de metal, que por sua vez estava atada aos calçados, que se
prendiam com faixas ou ganchos. Os patins que eu queria tinham umas
pontas para frear e um interior vermelho plástico. Estes eram da marca
preferida porque não danificavam os sapatos nem as solas. Eu estava
determinado a ganhar um par destes e de novo ouvi uma voz: “Os patins ou
eu?”. E eu disse: “Tu, Senhor. Sempre será tu”.
Anos mais tarde, estava pastoreando uma igreja durante os primeiros
meses depois de ter sido organizada e precisávamos de um grande local para
as nossas reuniões. Alugamos o salão de um hotel, crendo que Deus nos faria
prosperar para ter o nosso próprio espaço. Foi quando um homem de
negócios apareceu, dizendo que Deus lhe havia dito para construir uma igreja
exatamente na área onde eu queria construir o nosso templo. Ele veio falar
comigo sobre o assunto. O edifício estava quase completo, e esse homem
estava buscando um pastor ao qual pudesse doar o edifício. Você imagina
como fiquei radiante de felicidade? Eu era um pastor jovem, que acabara de
abrir uma igreja. Eu queria ver milagres e tinha fé de que Deus faria a igreja
prosperar. Foi fácil concluir que Deus o havia enviado. Mas aqui está a
diferença entre uma pessoa que tira conclusões com base em evidências e
outra que ouve o Senhor.
Esse homem esteve em uma das nossas reuniões no domingo seguinte. O
poder de Deus foi derramado de forma poderosa e coisas que podem parecer
estranhas aos olhos e à mente humana estavam acontecendo. Esse homem
vinha de uma igreja bastante conservadora e havia aprendido que essas coisas
não podiam acontecer na igreja, de modo que, ao chegar, sentou-se no fundo.
De repente, uma jovem mulher endemoninhada entrou na igreja e foi tocada
pelo poder de Deus. Ela caiu no chão e começar a rastejar feito uma serpente,
semelhante aos relatos descritos nos Evangelhos de pessoas que foram
libertas. Eu estava de pé, atrás de um púlpito de madeira, e, quando dei a
volta para ver o homem, ele parecia muito sério, com um olhar perturbado.
Pensei em diminuir o derramamento do poder de Deus para evitar o risco de
que ele mudasse de opinião e decidisse não nos dar o edifício da igreja. No
entanto, teria evitado que uma jovem fosse liberta!
Naquele momento, ouvi novamente a voz da minha infância me pedindo
para escolher entre a bicicleta e ele. Eu literalmente senti como se uma mão
estivesse no meu peito e me perguntasse: “A igreja ou eu?”. Respondi: “Tu,
Senhor. Sempre que me pedires para escolher, sabes que a minha escolha
sempre será o Senhor. Acima de qualquer bênção material, eu sempre
escolherei a ti”.
Obviamente, o homem não me deu o edifício, porque não interrompi a
manifestação do poder de Deus. A propósito, anos mais tarde construímos um
templo com capacidade para 3.500 pessoas na mesma região da cidade.
Construímos esse edifício sem deixar dívidas e sem empréstimo bancário. Foi
inaugurado em 2001, e em 2011 construímos um santuário para mais de 12
mil pessoas, bem como salas para 2.800 crianças e estacionamento para 3.600
veículos, tudo em uma área de 324 mil metros quadrados, ou 40 quarteirões.
Por escolher o Senhor, eu perdi a doação de um edifício, mas depois ele
nos permitiu construir um templo duas vezes maior. Suas bênçãos sempre o
acompanharão sempre que escolha Deus acima de tudo.
Suas bênçãos sempre o Ele nos fez uma maravilhosa promessa, a de que
acompanharão sempre que
escolha Deus acima de
ele sempre estará conosco. Se, algum dia, você tiver
tudo. de escolher entre ter comunhão com ele e uma de
suas bênçãos, pequena ou grande, sempre escolha
Deus, assim como ele escolheu você. Nunca troque o Senhor por nenhum de
seus sonhos ou desejos, não importa quão belos possam parecer, nem mesmo
por uma bicicleta vermelha estilo Califórnia.
Lembre-se: Deus é uma pessoa, não algo.
Table of Contents
Agradecimentos
Dedicatória
Sumário
Introdução
Desperto e ainda estou contigo
Além da minha compreensão
Ele é alguém, não algo!
A portas fechadas
Onde quer que esteja
Abismo chama abismo
Ordens estranhas
Ministrando diante do Senhor
O natural e o espiritual
Seu lugar de habitação
Usado por ele
Curando os doentes
A bicicleta ou eu?