Em Honra Ao Espírito Santo

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EM HONRA AO

ESPÍRITO
SANTO
C A S H L U N A

EM HONRA AO
ESPÍRITO
SANTO

ELE NÃO É ALGO. É ALGUÉM!


© 2012, Cash Luna
Originalmente publicado com o título
En Honor al Espíritu Santo
EDITORA VIDA Copyright da edição brasileira © 2017, Editora
Rua Conde de Sarzedas, 246 – Liberdade Vida
CEP 01512-070 – São Paulo, SP Edição publicada com permissão da Zondervan,
Tel.: 0 xx 11 2618 7000 uma divisão da HarperCollins Christian
atendimento@editoravida.com.br Publishing,
www.editoravida.com.br Inc (Nashville, Tenesse, EUA)

Todos os direitos desta obra reservados por


Editora Vida.
PROIBIDA A REPRODUÇÃO POR
QUAISQUER MEIOS,
SALVO EM BREVES CITAÇÕES, COM
Editor responsável: Gisele Romão da Cruz INDICAÇÃO DA FONTE.
Santiago
Tradução: Sônia Freire Lula Almeida Todos os grifos são do autor.
Revisão de tradução: Marcelo Smargiasse
Revisão de provas: Josemar de Souza Pinto ■
Projeto gráfico: Claudia Fatel Lino
Diagramação: Carolina do Prado Scripture quotations taken from Bíblia Sagrada,
Capa: Arte Peniel Nova Versão Internacional, NVI ®.
Copyright © 1993, 2000, 2011 Biblica Inc.
Used by permission.
All rights reserved worldwide.
Edição publicada por Editora Vida,
salvo indicação em contrário.
Todas as citações bíblicas e de terceiros foram
adaptadas segundo o Acordo Ortográfico da
Língua Portuguesa, assinado em 1990,
em vigor desde janeiro de 2009.

1. edição: set. 2017

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Luna, Cash
Em honra ao Espírito Santo : não é algo, é alguém! / Cash Luna ; [tradução
Sônia Freire Lula Almeida]. -- São Paulo : Editora Vida, 2017.

Título original: In Honor of the Holy Spirit.


ISBN: 978-85-383-0358-9
1. Espírito Santo 2. Jesus Cristo - Ensinamentos 3. Vida cristã I. Título.
17-05854
CDD-231.3

Índice para catálogo sistemático: 1. Espírito Santo : Doutrina cristã :


Cristianismo 231.3
Agradecimentos

À Sonia, fiel esposa e amiga, que sempre esteve ao meu lado fazendo o
que acreditamos.
Aos meus filhos, que sempre me apoiaram com ternura durante as viagens
que fiz a outras nações para compartilhar a Palavra de Deus e seu poder,
sabendo que eu não os veria durante muitos dias para que eu pudesse ser
bênção para outros. Hoje eles amam o Senhor e o servem comigo.
À minha mãe, por crer em mim quando contei a ela que queria ser um
missionário, e por me assegurar que eu alcançaria meu objetivo, embora
nenhum de nós soubesse o que isso significava na realidade.
À minha grande equipe, o maior presente de Deus no ministério. Graças a
eles, ao seu trabalho persistente e apoio incondicional, tenho podido ir a
lugares aonde Deus me conduz.
Aos membros da Igreja Casa de Deus (House of God), que eu fundei e na
qual sirvo como pastor sênior, pelo amor e pelo respeito que têm mostrado a
mim e à minha família.
Dedicatória

Ao Espírito Santo, membro da Trindade, a quem amo com todo o coração.


Estou profundamente agradecido por sua paciência para comigo.
Sumário

Introdução
Capítulo 1: Desperto e ainda estou contigo
Capítulo 2: Além da minha compreensão
Capítulo 3: Ele é alguém, não algo!
Capítulo 4: A portas fechadas
Capítulo 5: Onde quer que esteja
Capítulo 6: Abismo chama abismo
Capítulo 7: Ordens estranhas
Capítulo 8: Ministrando diante do Senhor
Capítulo 9: O natural e o espiritual
Capítulo 10: Seu lugar de habitação
Capítulo 11: Usado por ele
Capítulo 12: Curando os doentes
Capítulo 13: A bicicleta ou eu?
Introdução

urante a infância, aprendi muitas lições sobre Jesus. Aprendi que ele
D fazia milagres, curava os doentes, andava sobre a água, multiplicava
pães e peixes e que, além disso, havia se entregado como sacrifício para
nossa salvação.
Embora tivesse aprendido muito sobre o Senhor Jesus na infância, só o
aceitei como meu Senhor e Salvador pessoal no dia 11 de julho de 1982. Foi
nesse dia que nasci de novo. Finalmente sua graça me alcançara.
A partir daquele momento, mais de vinte e cinco anos atrás, nunca deixei
de servi-lo com minha mais profunda devoção, de continuamente dar meu
testemunho, assim como fizeram os apóstolos durante o ministério que
exerceram neste mundo.
Esperei muito tempo para escrever o meu primeiro livro, porque entendia
que levava tempo para desenvolver um relacionamento maduro com o
Espírito Santo, exatamente como acontece com qualquer outra pessoa.
Quando recebi o poder do Espírito e ele começou a me usar para tornar
conhecida sua presença e seus milagres a outros, senti um grande desejo de
escrever sobre ele. De fato, fiz o rascunho do primeiro capítulo deste livro
dez anos antes de ele ser publicado, mas deixei-o na gaveta para meditar
sobre o tema. Entendi que seria mais razoável esperar até que estivesse certo
de poder manter um relacionamento íntimo com o Espírito Santo e manter o
poder sobrenatural que havia recebido na minha vida.
Você tem nas mãos um livro cujo conteúdo não se encontra em nenhuma
outra publicação sobre esse assunto. Tenho certeza de que a combinação de
ensino e narrativas sobre a minha própria experiência edificará sua vida e
motivará você a buscar sua presença, a ponto de desejar ter um
relacionamento íntimo com ele mais do que qualquer outra coisa que ele
possa dar a você.
Se, depois de ler este livro, você sentir mais fome e sede de Deus, então
terei cumprido o meu propósito em escrevê-lo.
CASH LUNA
1
Desperto e ainda
estou contigo

á momentos na vida que levam um homem a ficar nervoso; por exemplo,


H uma avaliação final na universidade ou enfrentar os pais da sua amada
para pedir a mão dela em casamento. Lembro muito bem de como fiquei
nervoso no primeiro dia em que encontrei o amor da minha vida! Eu tremia
por dentro. Não sabia muito bem como devia me comportar ou o que devia
dizer, e, quando achei que tinha as palavras certas, disse, com uma voz
balbuciante, a primeira coisa que me passou pela cabeça e logo depois fiquei
em silêncio mortal. Fiquei totalmente sem palavras. Pane geral. A grande
conversa que eu tinha imaginado durou apenas alguns minutos.
O que dizer do dia do casamento? Nós, homens, sempre nos esquecemos
de algo realmente importante, ou, pior ainda, podemos nos lembrar na lua de
mel de que nos esquecemos de convidar um amigo para a cerimônia. Outro
acontecimento que em geral nos faz sentir certo nervosismo é o nascimento
do primeiro filho. No meu caso, lembro de haver planejado cada detalhe com
o médico da minha mulher. O meu plano era estar presente no momento do
parto, mas, quando o momento chegou, o médico viu o meu nervosismo. Ele
simplesmente me deu um aperto de mão, chamou-me à parte e disse: — Até
mais tarde. — O restante você já pode imaginar… Entrou, e me deixou
esperando no corredor.
A verdade é que cada pessoa está vinculada a momentos e experiências
capazes de mudar a vida de qualquer um, mas nem todos reagiremos da
mesma maneira. Apenas em algumas ocasiões fiquei tão nervoso quanto num
dia inesquecível de agosto de 1994. Estava a ponto de entrar em uma das
igrejas mais importantes para desfrutar de uma de suas conhecidas reuniões
de reavivamento. Por mais de onze anos, eu tinha orado por um grande
avivamento na minha própria vida. Tinha buscado a presença do Senhor e sua
unção de todo o meu coração quando ouvi notícias de que o poder de Deus
estava sendo derramado com grande profusão nessas reuniões, em um grau
que podia ser sentido no estacionamento. Eu estava cheio de expectativas.
Acreditava que, no momento em que cruzasse aquela porta, o Espírito Santo
seria derramado na minha vida e me deixaria estendido no chão. Tinha
imaginado que, quando ficasse outra vez em pé, eu seria o homem mais
ungido que jamais havia existido.
Assim que me sentei, fiquei profundamente desapontado. O poder do
Senhor era real naquele lugar; seria uma tolice negar. O Espírito Santo estava
tocando muitas pessoas, mas nada acontecia comigo. Ao menos, eu não
parecia experimentar o que a maioria sentia.
Algumas vezes, sentia um suave formigamento na pele, mas só isso.
Depois de ir àquelas reuniões durante vários dias, doze para ser preciso,
minha frustração era enorme. Nada tinha mudado em mim mesmo tendo ido a
duas reuniões por dia, uma média de sete horas diárias.
Você consegue imaginar? Orar durante onze anos, mantendo uma vida de
santidade, servindo a Deus e depois não ver nada acontecer! Muitas
perguntas passaram pela minha cabeça. Eu não podia duvidar de que o poder
de Deus estava presente ali, mas não podia dizer que o tivesse provado
pessoalmente.
Quando o pregador chamou para o altar todos os que quisessem receber a
unção — em outras palavras, o poder de Deus—, eu corri até a frente. Depois
da oração, enquanto todos caíam diante do poder de Deus, eu continuava em
pé. Devo citar que a minha mulher era constantemente cheia com o poder do
Espírito Santo. Cada noite, com a melhor das intenções, ela tentava me
explicar como tinha recebido o poder de Deus e tentava me motivar a fazer o
mesmo. Sonia estava bebendo tão profundamente dos rios de Deus que, em
certa ocasião, ao sair do carro para entrar na igreja, notei que ela não estava
levando sua Bíblia. Perguntei o motivo, pois ela tinha o costume de levar um
exemplar, não apenas por ser cristã, mas também porque queria dar exemplo
por ser a esposa do pastor. Ela sorriu e respondeu: — Hoje vou beber tanto
do Espírito Santo que você terá de me carregar no colo.
De fato, durante essa reunião, Sonia experimentou o poder de Deus e ficou
repleta de sua presença. Essa experiência foi tão irresistível que, enquanto ela
estava estendida no chão, eu me aproximei dela, movendo-a um pouco e
disse: — Sua pressão sanguínea baixou de repente, querida?
Ela voltou a cabeça lentamente na minha direção com uma expressão tão
austera que posso garantir que naquele momento recebi o dom de interpretar
esses olhares e pensei: “É melhor sair e tomar um café!”.
Pouco depois acabei tomando minha mulher nos braços, pois estava
totalmente na presença de Deus. Obviamente que, diante de uma evidência
inegável como essa, minha frustração aumentou a ponto de um dia, enquanto
estava sentado num dos degraus da igreja, começar a soluçar como uma
criança que tinha perdido seu melhor amigo. Em seguida, perguntei a Deus
por que eu não recebia a unção de poder que outras pessoas tinham. Lembrei
a Deus que eu era um homem de oração que dedicava mais de uma hora
diária para me comunicar com ele; eu jejuava e buscava continuamente ter
uma vida de santidade.
Foi então que Deus me confrontou: — Carlos, o seu problema é fé — disse
o Senhor.
— Mas eu sou uma pessoa que outros consideram um homem de fé.
— Olhe para você mesmo — disse o Senhor. — Você tem dinheiro no
banco, mas nem mesmo tem fé para usufruir comprando para você mesmo
um bom par de sapatos.
Nesse momento, Deus me desafiou e mudou minha atitude.
— Se você não tem fé para comprar um par de sapatos, como pode esperar
ter fé para ver a minha glória? O que é maior: a minha glória ou um novo par
de sapatos?
Eu sinceramente pensei duas vezes antes de incluir essa experiência neste
livro, mas concluí que não podia deixá-la de fora. Embora possa soar
ridículo, essa simples pergunta mudou minha vida por completo.
A Bíblia está cheia de narrativas nas quais Deus envia pessoas para fazer
algumas coisas estranhas. Creio que esse fato me encorajou e habilitou para
seguir adiante. Pense por um momento: se não temos fé para obter coisas
materiais, como teremos fé para as espirituais? Se eu não tenho fé para obter
pequenas coisas, como posso ter fé para coisas maiores?
Por experiência, Deus me confrontou antes de me Se não temos fé para obter
coisas materiais, como
ungir. Eu entendi que sem fé é impossível agradar a teremos fé para as
Deus; portanto, no dia seguinte pus em prática a espirituais?

minha fé em tudo o que fiz, incluindo comprar um


novo par de sapatos. Naquela noite, o milagre aconteceu. Eu pedira ao pastor
sênior da igreja que o pastor convidado orasse por mim no domingo seguinte
durante o culto. O pastor prontamente permitiu. No entanto, o Espírito Santo
me disse naquela noite: — Você já tem o que deseja; pode ir para casa agora.
Eu acreditei nele e decidi ir para casa, embora não tivesse experimentado
nada muito poderoso. Assim que minha esposa e eu nos deitamos naquela
noite, fechei os olhos para descansar quando senti sendo coberto com um
lençol ou coberta bem devagar. Inicialmente, achei que ela é que estava me
cobrindo. Em seguida, senti outro lençol posto sobre mim, outro e mais outro,
até que literalmente comecei a afundar na minha cama com o peso.
Finalmente, abri os olhos para ver o que estava acontecendo e fiquei surpreso
ao não ver nenhuma coberta extra sobre o meu corpo; de fato, não tinha nada
sobre mim, exceto um lençol muito fino, ainda que ambos estivéssemos
afundando no colchão em razão do peso extra que havia sobre nós!
Olhei para ela e disse: — Sonia, é ele. Ele está fazendo isto.
Ela sorriu e respondeu: — Sim, é ele.
Realmente, era o peso de seu poder, sua própria presença que se
manifestava em nós. Essa unção poderosa que eu havia buscado por tantos
anos não viera por meio da oração de outra pessoa por mim, mas
simplesmente pelo fato de eu confiar em Deus de todo o coração.
A partir daquele momento, eu experimentei a presença gloriosa do Espírito
Santo em minha vida e em meu ministério. Sua força tem me acompanhado
desde então. Sua visitação foi tão intensa que não pude dormir noites inteiras.
Sua presença envolveu-me feito um leve e, no entanto, pesado manto
carregado de poder. Era uma presença tangível, como um peso sobre mim e
uma forte corrente elétrica que corria por todo o meu corpo. Sua Palavra
inundou minha mente por horas como uma chuva ininterrupta de versículos
que me transformaram. Passaram-se horas até que vi da janela de meu quarto
os primeiros raios do sol, e as palavras de Salmos 139.18 transformaram-se
em realidade na minha vida: “E, quando desperto, ainda estou contigo”.1
A melhor parte é que desde aquele dia especial não deixei de experimentar
o poder do Espírito Santo em minha vida e ministério. Já se passaram mais de
quinze anos, e cada dia o sinto tão fresco e novo como naquela noite. É
maravilhoso saber que a presença do Deus em quem eu creio manifestou-se
sem reservas e que eu posso passar noites inteiras com ele, orando até o
amanhecer.
Até agora o sinto enchendo-me com sua doce e mansa presença, e oro para
que depois de ler este livro — ao mesmo tempo simples e profundo — sua
vida nunca mais seja a mesma.
Desejo que sua fome e sede da presença de Deus o levem a buscá-lo com
todas as suas forças.
Neste exato momento, onde você estiver, ele deseja encher você. No seu
quarto, ou talvez onde trabalha, em um restaurante enquanto bebe uma xícara
de café, no avião enquanto viaja. Não importa onde esteja, se passa por uma
provação ou se simplesmente sai para trabalhar, ele anela visitar você.
Sua Palavra nos ensina que o Espírito Santo, enviado para viver em nós,
“tem fortes ciúmes”, ou seja, nos ama zelosamente (Tiago 4.5). O Senhor
quer você mais do que você poderia querê-lo em toda a sua vida. O Espírito
Santo deseja que você o busque, que tenha tempo para estar só com ele, sem
ninguém mais por perto. Mais do que isso: ele deseja estar em comunhão
com você, até mesmo em público. Deus deseja que você esteja atento à sua
voz, ouvindo sua direção e orientação mesmo quando você estiver
conversando com outras pessoas.

NOITES DE GLÓRIA
Nossa igreja havia aberto as portas havia apenas três meses e ainda
estávamos nos reunindo em um hotel na Cidade da Guatemala. Muitas foram
as vezes em que as pessoas foram incapazes de ter acesso ao salão das
reuniões, porque a presença poderosa do Senhor tomara o local de entrada, os
corredores e até mesmo os banheiros. Por fim, a administração do hotel não
permitiu que continuássemos com as reuniões ali, porque aos domingos de
manhã acabávamos tendo mais pessoas cheias do Espírito Santo do que eles
tinham pessoas bêbadas em suas festas nas noites de sexta e sábado.
Em dezembro daquele ano, fui movido pelo Espírito Santo a separar seis
noites consecutivas para ministrar a Palavra e o poder Deus àqueles que o
desejassem. O preço para alugar o hotel era muito alto, de modo que pedi a
um amigo que supervisionava a Escola Bíblica Mundial Harvest que nos
alugasse seu salão principal, e aí teríamos nossas reuniões. Ele prontamente
aceitou nossa solicitação.
Não demos nenhum nome especial a essas reuniões nem fizemos qualquer
tipo de divulgação. O convite foi de boca a boca, até que um jovem me
mostrou um folheto com as palavras inscritas “Noites de glória”. Em seguida,
informalmente e inspirados por Deus, as reuniões começaram a ser chamadas
dessa forma. Serviram de caminho para que pessoas sedentas da presença
divina pudessem experimentar tempos de refrigério, um lugar para beber do
vinho do Espírito Santo e receber grandes milagres, à medida que cresciam
no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. A vida das pessoas de fé que
foram às reuniões foi transformada definitivamente.
Por causa da unção do Espírito Santo e do número crescente de
testemunhos de pessoas tocadas por Deus, aquelas reuniões à noite
começaram a crescer a ponto de se tornar grandes cruzadas de cura, com
milagres e unção.
É maravilhoso ministrar quando a pessoa é ungida. Por vezes, os milagres
começam a ocorrer por meio do Espírito unicamente, sem que seja necessário
dizer sequer uma palavra. Um exemplo disso foi o que aconteceu na cruzada
de cura que tivemos em Loja, uma pequena cidade do Equador. Nessa cidade
havia talvez oito igrejas cristãs, mas 90% dos que assistiram às nossas
reuniões Noites de Glória no Coliseu não eram cristãos.
Na primeira noite da grande cruzada, havia uma garoa constante. Ainda
assim, as pessoas vieram, e o local ficou superlotado. Muitos estavam
esperando um milagre de Jesus, e muitos deles teriam um encontro do qual
jamais se esqueceriam. O culto foi lindo, embora tivéssemos de ensinar
praticamente todas as canções. Todos levantavam as mãos quando eram
convidados a fazê-lo, e as vozes encheram o lugar. A adoração foi
verdadeiramente bela. Lágrimas saltam dos meus olhos sempre que eu me
lembro daquela noite. Eu estava completamente entregue a Deus em adoração
quando, de repente, os gritos de uma mulher interromperam a reunião. Ela
estava de pé à esquerda da plataforma. No início, pensei que ela quisesse
interromper a reunião; desejoso de restaurar a ordem da melhor maneira,
chamei um dos membros da equipe para ver o que estava acontecendo.
Depois ouvi claramente que a mulher gritava: “Eu era cega! Eu era cega! Eu
era cega!”.
Lá estava Jesus outra vez. Ele atuara conforme sua vontade. Curara aquela
mulher sem pedir permissão a ninguém. Ele não esperara por um momento
predeterminado. Não seguira regras, nem mesmo me disse o que ele estava
fazendo. Ele simplesmente agiu! Essa mulher que nem sequer havia tido um
encontro de salvação com Jesus havia recuperado sua visão de modo
instantâneo. Jesus a curara.
Ela provavelmente desconhecia quaisquer formalidades religiosas, portanto
não esperou por um momento específico para compartilhar o milagre que
recebera. Simplesmente aconteceu enquanto ela adorava o Senhor. Uma luz
apareceu em sua frente, e ela orou: “Meu olho! Jesus, meu olho!”. Em
seguida, sentiu um fogo em seu olho cego e imediatamente pôde ver
novamente. O Coliseu inteiro irrompeu com gritos de louvor, dando ao
Senhor Jesus toda a honra e glória.

O PODER DA UNÇÃO
É impossível ministrar sem ter unção. Quando o Espírito de Deus desce,
toda a atmosfera muda, acontecem coisas que jamais ocorreriam se ele não se
manifestasse. Certa vez, disse um homem de Deus: “Não consigo definir
unção, mas sei exatamente quando ela está presente e quando não”. Outro
pastor definiu a unção como “o poder manifesto de Deus”.
De fato, praticamente todas as definições dadas são bastante similares. Eu
creio que a unção é o poder do Espírito Santo na vida de uma pessoa cujo
propósito é realizar a ação sobrenatural de Deus. Na verdade, não se trata de
como a definimos, mas de como a recebemos. O que importa não é aprender
sobre a unção, mas, sim, aceitá-la. A parte difícil não é receber, mas reter.
Muitas pessoas têm orado durante toda a vida a fim de poder experimentar
a unção e confessam com sinceridade que não a provaram ainda, ou pelo
menos admitem que não têm tido resultados tangíveis. Outras tiveram uma
experiência sobrenatural e receberam a unção, mas não souberam retê-la.
Outros vão a todo tipo de congressos e palestras em muitas igrejas buscando
renovar sua própria experiência, porque foram incapazes de reter a unção em
sua caminhada pessoal e em seu ministério. Piores são os que pensam que ter
unção significa estar emocionalmente tocado ao pregar, gritar ou esgoelar-se
e vociferar.
A unção não tem nada a ver com o estilo pessoal de fazer algo. Trata-se da
essência do poder do Espírito Santo manifesto na vida de uma pessoa. Não é
uma pomba agitando as asas, tentando entrar na sua vida e sobrevoando-o
como por mágica ou truque. A unção vem e permanece sobre a pessoa
quando ela busca Deus e seu poder de forma genuína e persistente. A Bíblia
diz em Salmos 105.4,5:
Recorram ao Senhor e ao seu poder;
busquem sempre a sua presença.
Lembrem-se das maravilhas que ele fez,
dos seus prodígios
e das sentenças de juízo que pronunciou.

Precisamos buscar Deus como uma pessoa, ou seja, como alguém com
quem podemos desfrutar de um relacionamento íntimo. Devemos buscar sua
face e seu poder da mesma forma. Se você ler bem o texto bíblico anterior,
observará que o salmista lembra as pessoas das maravilhas e dos milagres do
Senhor. Além disso, ele as exorta a buscarem sua face e seu poder, caso
desejem vê-los manifestos. Até mesmo a palavra revelada — o que alguns
chamam de rhema, ou seja, a palavra dada a uma pessoa específica, para um
propósito específico, em um momento específico — nos será dada se
buscarmos sua presença, uma vez que se trata da única forma em que
podemos ouvir sua voz, revendo sua vontade em dado momento.
Ser ungido não é uma questão de acaso ou A unção é a essência do
poder do Espírito Santo
acidente. A unção é para os que buscam o Senhor, manifesto na vida de uma
sua face e seu poder. Você a sentirá sobre sua vida pessoa.

como resultado direto de buscar com persistência,


paixão e sinceridade a presença de Deus. Se é verdade que Jesus pagou o
preço na cruz do Calvário e podemos ter essa experiência pela graça de Deus,
também é verdade que ele nunca a dá àqueles que não a valorizam. Na
verdade, alguns chegaram a perder essa graça por algum motivo.
Se você está lendo este livro, é porque deseja de todo o coração receber
essa unção do Senhor, retê-la e permitir que cresça no seu interior e
ministério. Meu amigo, há algo mais do que a unção, e é isso que quero
mostrar a você a seguir.

Notas do Capítulo 01
1 Cf. Nova Bíblia Pastoral.
2
Além da minha
compreensão

lguns anos atrás, a minha mulher e eu fomos a um retiro de casais. Dois


A amigos com quem dividimos um chalé conversaram conosco sobre
temperamentos que os psicólogos descrevem como características
tipicamente presentes desde o nascimento. De acordo com esses estudos, há
quatro temperamentos básicos, que são: sanguíneo, colérico, melancólico e
fleumático. Enquanto nos explicavam cada um deles, identifiquei o meu
próprio temperamento como uma combinação de dois tipos.
Naquela época, eles nos deram um teste para identificar nosso perfil de
personalidade, e os meus pensamentos se confirmaram: dois deles eram
dominantes em comparação com os demais. Quando ouvi sobre as vantagens
de cada um, fui encorajado a ler sobre os traços positivos, mas fiquei
desapontado ao conhecer um pouco mais sobre os pontos negativos e pensei:
“Com características assim, nunca chegarei a lugar algum”.
Naquela noite, não consegui dormir, pensando que toda a minha vida seria
ofuscada pelas fragilidades do meu temperamento. Eu desejava servir ao
Senhor com toda a força que vem dele, não com a minha. Não queria me
orgulhar por obter êxito por minhas habilidades naturais, nem desejava
terminar frustrado em razão das minhas desvantagens de temperamento.
Perguntei a mim mesmo que papel o Espírito Santo teria na nossa vida se
vivêssemos de acordo com nosso temperamento. Se eu aceitasse que minhas
fraquezas humanas jamais seriam vencidas ou se eu buscasse me esconder
atrás da minha personalidade, o Espírito Santo não teria espaço para me
transformar.
Imaginei o dia em que teria de prestar contas a Deus, tentando dar
desculpas com base no meu tipo de personalidade, dizendo a Deus que essa
teria sido a razão por eu não ter feito coisas que deveria ter feito. Como
poderia dizer a Deus que eu não fizera o que ele me ordenara porque eu tinha
tido medo da minha natureza, ou tinha tido dificuldades para perdoar outros
porque meu temperamento era o de uma pessoa que tende ao ressentimento?
Como lhe diria que alcancei todos os meus alvos, mas à custa de pisar em
todas as outras pessoas? Como poderia lhe dizer que me distraí pelo caminho,
porque meu temperamento dificilmente permitia que eu terminasse o que
havia começado? Isso tudo era inconcebível na minha cabeça; por isso,
recusei viver dessa maneira.
Em seguida, tomei a decisão que seria uma das mais importantes da minha
vida. Decidi submeter o meu tipo de personalidade à obediência do Espírito
Santo. Entendi que, se eu estivesse predisposto a depender somente das
minhas forças e fraquezas, pontos fortes e pontos fracos, eu viveria pela força
da carne e não dependeria do Espírito Santo — nem mesmo o buscaria —
que me capacita a dar frutos. Eu assumiria, dessa forma, que as minhas
fraquezas não estariam corretas e que uma obra de transformação não seria
possível. Portanto, acreditei que o fruto produzido pelo Espírito Santo na
minha vida, incluindo o amor, a paciência, a mansidão ou temperança, de fato
todos eles, seriam capazes de vencer qualquer fraqueza de tipo de
personalidade que eu tivesse. Portanto, sempre que olhava para a realidade de
uma das minhas fraquezas, eu rendia essa área da minha vida a Deus. Quando
apresentava a ele minhas fragilidades, ele nunca me rejeitou, dizendo: “Você
não fará isso, porque tem a tendência de se distrair”, ou “Não posso escolher
você para esta grande obra, porque o seu tipo de personalidade nunca termina
o que começa”.
Anos mais tarde, refiz o teste e, segundo o resultado, os quatro
temperamentos estavam em equilíbrio. Esse é o fruto de ter submetido o meu
comportamento todos os dias ao Espírito Santo, a fim de formar novos
hábitos que vencessem muitas das minhas fraquezas. Foi maravilhoso
confirmar que o Espírito Santo é capaz de nos ajudar em nossas fraquezas e
nos tornar as pessoas que ele deseja!
O Senhor nos ensina na parábola dos talentos Foi maravilhoso confirmar
que o Espírito Santo é
sobre um homem que procura justificar-se diante do capaz de nos ajudar em
dono por ter enterrado o talento que este lhe havia nossas fraquezas e nos
tornar as pessoas que ele
confiado. Ele diz: “Tive medo”, cujo significado era deseja!
que ele estava dominado, não pelo adultério, nem
pela prostituição, nem por um estilo de vida obsceno, mas simplesmente pelo
medo.
Você não tem que cometer atos de luxúria, heresia, adultério ou
prostituição para ser carnal. É suficiente que permita que a sua natureza caída
tome conta de sua vida. Se você tenta servir a Deus fundamentado em sua
natureza humana, acabará dando desculpas por suas falhas e fraquezas. Se
você diz que o seu tipo de personalidade é sua única força e sua única
debilidade, onde entra o poder do Espírito em sua vida? Esse tipo de conversa
só confirma que você está vivendo conforme a sua força.
Não posso negar a existência dos temperamentos. De fato, nós os
estudamos em casa para entender melhor e educar adequadamente os nossos
filhos. Minha esposa, Sonia, usou esse material em algumas ocasiões de
ensino. Ainda assim, tenho certeza de que o Senhor não teria cumprido a obra
que tem no nosso ministério se eu não tivesse submetido a fraqueza da minha
natureza carnal ao Espírito Santo. Em vez de justificar os temperamentos com
um tipo de personalidade, eu decidi submetê-los em obediência ao Senhor.

PODER QUE TRANSFORMA


Certa vez, conversava com o meu sogro, que tinha se tornado um grande
amigo meu, e ele me contou a seguinte história:
Um dia, os líderes de uma igreja estavam no processo de decidir convidar alguém para
ministrar em uma de suas reuniões. Um deles, já velho, insistia em convidar um jovem que
tivesse demonstrado ter a unção de Deus em sua vida e por meio de quem Deus tivesse
realizado sinais, maravilhas e milagres. Foi tão insistente que outro membro do grupo ficou
bravo e disse: “Por que essa pessoa precisa ser esse jovem? Do jeito que você fala, é como se
ele tivesse o domínio do Espírito Santo”. A isso, o mais velho respondeu: “Certamente que
não, mas o Espírito Santo definitivamente tem total domínio sobre ele”.

Depois de compartilhar comigo essa história, meu genro concluiu, dizendo:


— Você nunca terá o controle do Espírito Santo, mas pode buscar ser aquele
jovem de quem o Espírito Santo tinha total controle.
Muitas pessoas gostariam de ser usadas pelo Senhor para poder
transformar a vida de outras, mas poucas desejam ser transformadas por ele.
Não tenho dúvidas de que você está lendo este livro porque se interessa pelo
tema da unção, mas devo lembrar de que um dos adjetivos mais usados para
descrevê-la é “sua santa unção”. A unção que transforma somente descerá
sobre pessoas que desejam ser transformadas, não apenas sobre aqueles que
desejam ser usados para transformar outros. Devemos entender que a
santidade é a base de fé que temos na graça de Jesus Cristo, que é capaz de
nos santificar.
É errado interpretar a santidade como um A unção que transforma
somente descerá sobre
comportamento perfeito, livre de defeitos e erros. pessoas que desejam ser
Não é como de fato acontece. Viver em santidade transformadas, não apenas
sobre aqueles que desejam
significa render nossa vontade para cumprir a ordem ser usados para
que Deus nos dá e que nos transforma mais e mais a transformar outros.

cada dia. Se o Senhor toma barro em suas mãos para


fazer um vaso, a partir do momento que o faz, já é santo, porque a palavra
“santo” significa “separado para ele”. É Deus quem separa o barro para
moldá-lo. Algumas pessoas acreditam que precisam ser perfeitas para que
Deus as unja. Isso não acontece com nenhuma personagem bíblica. Não havia
profeta nem apóstolo nas Escrituras que fosse perfeito, e hoje certamente
tampouco. Mas há aqueles que consagraram sua vida a uma constante
transformação, como o barro nas mãos do oleiro.
Quando o poder de Deus se manifesta na minha vida, algumas pessoas
podem pensar que sou perfeito, mas isso não é verdade. Estou longe de
alcançar a perfeição; no entanto, algo que faço é consagrar minha vida a Deus
cada dia para que ele possa continuar me transformando.
Em Salmos 139.1-6, lemos:
Senhor, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me sento e
quando me levanto;
de longe percebes os meus pensamentos.
Sabes muito bem quando trabalho
e quando descanso;
todos os meus caminhos
são bem conhecidos por ti.
Antes mesmo que a palavra
me chegue à língua,
tu já a conheces inteiramente, Senhor.

Tu me cercas, por trás e pela frente,


e pões a tua mão sobre mim.
Tal conhecimento é maravilhoso demais
e está além do meu alcance;
é tão elevado que não o posso atingir.

Não podemos ser transformados se estamos separados da presença de


Deus. Deus nos enche, esperando que nos tornemos transmissores de sua
santa unção aonde quer que formos. Ele nos dá seu Espírito Santo porque
somos santos, mas também para nos santificar. Sem a presença dele, é
impossível alcançar a santidade.
Quando li esse salmo pela primeira vez, entendi que os pensamentos, as
palavras, o comportamento, o deitar e o despertar do homem aqui retratado
eram perfeitos, e que Deus o cercara por essa razão. No entanto, ao meditar
em sua Palavra e depois de passar anos em sua presença, entendi que estava
errado. Medite nessas palavras por um momento. O salmista diz:
Tu me cercas, por trás e pela frente,
e pões a tua mão sobre mim.
Tal conhecimento é maravilhoso demais
e está além do meu alcance;
é tão elevado que não o posso atingir.

Se esse homem fosse perfeito em todas as suas atitudes, pensamentos e


emoções, a presença de Deus teria sido completamente natural para ele; ele
teria sentido que merecia tal privilégio, mas não era o caso. Creio que o
homem pensava exatamente da maneira oposta. Ele sabia que, não importava
quão bom e justo pudesse ser seu comportamento, jamais seria suficiente para
experimentar a presença de Deus, e é por isso que ele se declara indigno.
Suas palavras bem poderiam ser: “Senhor, como podes me cercar com tua
presença e pôr tua mão sobre mim, conhecendo-me como só tu podes me
conhecer? Sabes que não sou o melhor dos teus filhos. Sabes que os meus
pensamentos nem sempre são bons e que o meu comportamento está longe de
ser perfeito”.

UM ENCONTRO ÍNTIMO
Caro amigo, o Senhor conhece suas palavras antes Você não precisa ser santo
para recebê-lo. A presença
mesmo que as pronuncie. Ele conhece o seu coração de Deus o ajuda a se tornar
e cada detalhe do seu ser e, ainda assim, repousa suas santo como ele é santo.

mãos sobre você e o escolheu para o cercar com sua


presença. Não é esse conhecimento maravilhoso e incompreensível? Ele não
espera até que você seja perfeito para protegê-lo; em vez disso, ele o cerca
para tornar você melhor. Você não precisa ser santo para recebê-lo. A
presença de Deus o ajuda a se tornar santo como ele é santo.
Por que creio nisso? Porque nos versículos seguintes desse salmo o escritor
diz:
Para onde poderia eu escapar
do teu Espírito?
Para onde poderia fugir da tua presença?
Se eu subir aos céus, lá estás;
se eu fizer a minha cama na sepultura,
também lá estás.
Se eu subir com as asas da alvorada
e morar na extremidade do mar,
mesmo ali a tua mão direita me guiará
e me susterá (v. 7-10).

Agora pergunto: Por que um homem tão justo foge da presença de Deus?
Poderíamos pensar que essa presença o fizesse sentir-se indigno? No meu
caso, os onze anos durante os quais orei e pedi pela unção divina não se
comparam em nada com o que recebi e tenho agora. Seu desejo em me dar
sua unção ultrapassou o meu maior desejo de obtê-la. O tempo que gastei
orando nunca se comparará ao preço que Jesus pagou na cruz. Deus deseja
dar a você tanto que qualquer coisa que fizer sempre será inferior ao desejo
dele de o ungir. A unção que você recebe do Senhor não é o produto de algo
que você fará para obtê-la, mas, sim, do intenso desejo dele para que você a
receba. Trata-se de um tesouro cujo valor é indescritível. Ele dará a unção
somente se você a desejar e a apreciar.
Deus deseja cercar você e o buscará onde quer que seja. Não importa
quantas vezes tente se esconder ou fugir dele. Não há nenhum lugar secreto
onde ele não possa encontrar você. Deus literalmente o possui para o
transformar. Se você deseja a unção divina na sua vida e no seu ministério, a
primeira coisa que precisa fazer é permitir que sua presença flua da cabeça
aos pés e de dentro para fora.
Você precisa ser sensível e permitir que a presença do Senhor molde sua
vida a fim de que a unção o leve a ajudar outros nesse processo de
transformação. Não existe nada mais incrível do que deixar o Espírito Santo
trabalhar em nós e nos transformar.
O profeta Isaías experimentou a transformação na presença de Deus antes
de ser capaz de dizer: “Eis-me aqui. Envia-me!”. Sua boca, sua língua, todo o
seu ser foi mudando diante da glória do Senhor. Foi em sua presença que ele
se sentiu como um homem morto e que teve seu pecado revelado.
Aqui vemos novamente o processo: a presença de Deus cercou Isaías, e um
ser angelical veio do trono de Deus com uma brasa viva para transformá-lo.
Deus não veio até ele por este ter uma conduta perfeita, mas para que ele se
tornasse perfeito.
As pessoas transformadas pelo Senhor são pessoas de oração que mantêm
comunhão e intimidade com ele. Elas não apenas estudam a Palavra, mas
também investem tempo em sua presença. Aquele que busca a Deus a ponto
de que seu coração, suas palavras e seus pensamentos sejam avaliados,
reconhecendo sua própria necessidade de ser moldado e renovado, este é o
que provará uma transformação mais profunda do Espírito.
Se você não desejar que o Espírito de Deus mude a As pessoas transformadas
pelo Senhor são pessoas de
sua vida, então não o conhecerá em profundidade. oração que mantêm
Talvez tenha conhecimento teórico sobre o Espírito comunhão e intimidade
com ele.
Santo, mas não chegará a conhecê-lo intimamente.
Quando a sua vida é transparente diante dele, você se submete a uma
mudança radical na maneira de pensar, de falar e de agir, além de
experimentar em primeira mão a manifestação de sua verdadeira natureza.
Quanto mais transparente for diante de Deus no seu interior, mais ele se
revelará a você. Quanto mais abrir o coração para Deus, mais ele se abrirá
para você, porque as Escrituras afirmam: “Aproximem-se de Deus, e ele se
aproximará de vocês!” (Tiago 4.8).
Esse é o tipo de oração que permite contemplar Deus em toda a sua
majestade. É uma oração que realmente transforma, não a do tipo que fica
apenas repetindo palavras em vão. A verdadeira mudança começa quando
você se inclina aos pés de Deus e diz: “Senhor, eu sou uma pessoa de coração
duro e tu sabes disso. Eu não posso ocultar isso de ti”. Ao vir à presença dele
e dizer: “Senhor, tu conheces a minha vida, sabes o que eu faço, sabes cada
palavra que digo; aqui estou, muda-me”, então é aí quando você abre a vida
para uma transformação que gradualmente o levará a um conhecimento
íntimo do Espírito Santo. Ele busca intimidade com aqueles que demonstram
o desejo de encontrá-lo.
Embora pareça difícil de acreditar, você não deveria apenas pensar quanto
o deseja, mas também em quanto ele deseja você. É por isso que as Escrituras
ensinam que o Espírito Santo tem ciúmes de nós.
Eu me lembro de uma ocasião quando pedi ao Senhor que se manifestasse
e derramasse seu poder durante as nossas reuniões e tocasse as pessoas. Eu
sempre oro para que isso aconteça. Mas um dia o Espírito Santo me disse:
“Hoje eu vou derramar o meu poder não porque as pessoas me desejam, mas
porque eu quero fazer isso”. E acrescentou: “Muitos ensinam que as pessoas
devem anelar por mim, mas poucos realmente entendem quanto eu os desejo.
Quando duas pessoas estão em comunhão, o desejo é mútuo; e não há maior
desejo do que aquele que eu tenho por vocês”. Buscar o Espírito é o começo
de uma relação incrível entre você e ele.
Se ele nos deseja tanto a ponto de expressá-lo por escrito, por que não
aproveitamos esse fato e o desejamos também? Trata-se de uma busca e de
um desejo de mão dupla que produzirá um relacionamento maravilhoso: o
amor que lhe damos e que recebemos dele.
Caro leitor, embora você possa ser uma pessoa bem -sucedida, um bom
aluno, um grande homem de negócios ou profissional de renome, também
precisa alcançar êxito espiritual. Ver a glória de Deus refletida na sua vida é o
maior dos êxitos. Nada pode se comparar a isso. Busque-o de todo o coração!
3
Ele é alguém,
não algo!

erta noite, acordei de repente às 3 da manhã, chorando sem parar. Eu


C tinha dormido, pensando em como explicar as manifestações do poder de
Deus àqueles que pudessem me perguntar. Quando a presença de Deus se
manifesta, coisas incomuns acontecem. Por exemplo, alguns caem no chão ou
tremem diante do poder divino derramado sobre eles. É difícil entender a
razão das dúvidas e perguntas daqueles que observam tais acontecimentos,
uma vez que nós, seres humanos, estamos acostumados a ver nosso corpo
reagir a algo físico, tal como a anestesia. O efeito de estímulos naturais ou
químicos é prontamente aceito por nossa mente e, mesmo assim, é tão
complicado compreender os efeitos advindos do poder do Espírito Santo. É
com muita tristeza que vejo alguns cristãos envergonhados por tais
manifestações de poder. Eles se sentem tão confusos que chegam a ponto de
tentar esconder isso a fim de que outras pessoas não se sintam constrangidas
ou com medo.
Nessa noite, acordei chorando. Não o fazia por tristeza ou gratidão, mas,
sim, por causa de uma impressão que inundava o meu coração. Não sabia a
origem desse sentimento, mas podia sentir a presença do Espírito Santo
diante de mim, dizendo: “Aonde quer que você vá, diga ao meu povo que eu
os amo exatamente como são, com suas virtudes, fraquezas, defeitos e
fragilidades”. Depois disso, houve um momento de silêncio e eu comecei a
chorar mais intensamente, sabendo que ele ainda não tinha terminado de falar
comigo. De fato, continuou: “Quero que lhes diga que também me aceitem
como eu sou, não como eles desejariam que eu fosse, porque não posso
mudar nem negar como sou”.
Em seguida, minha mente foi inundada de imagens de encontros que eu
havia ministrado. Eu via o Espírito Santo aproximando-se de uma pessoa que
não podia aguentar sua presença santa e que desatou a chorar. Depois vi o
Espírito se aproximando de outra pessoa que estava simplesmente rindo alto
porque uma alegria sobrenatural fluía dele. Outro tremia, incapaz de suportar
um poder tão grande. Conforme o Espírito se aproximava das pessoas, estas
reagiam sob o efeito desse poder. Outras, na mesma reunião, ficaram cada
vez mais incomodadas e agitadas, criticando tais manifestações. Depois senti
como se ele estivesse me olhando e dizendo com delicadeza: “O que você
deseja que eu faça? Eu sou exatamente assim!”.
Foi aí que entendi que é impossível apertar a mão de um campeão peso
pesado sem sentir a força de uma mão que é mais forte do que o normal,
mesmo que para ele se trate de sua força natural. Ele não pode evitar apertar a
mão de outra pessoa com muita força porque é assim que ele é. Tentar evitar
as manifestações do Espírito Santo seria como tentar se aproximar de uma
flor sem sentir seu aroma, ou navegar sem se molhar, ou passar a mão pelo
fogo achando que não vai se queimar. Essas coisas são inevitáveis porque a
natureza desses elementos não pode ser negada. Da mesma forma, o Espírito
Santo não pode negar sua natureza só porque alguns não entendem sua
natureza. Se ele é capaz de nos aceitar apesar de como somos, com nossas
faltas e fraquezas, então também deveríamos aceitá-lo como ele é. Ele é
perfeito!
Sua presença é poderosa e não podemos evitar senti-la quando ele está por
perto ou nos toma. Querer evitá-la é tão ingênuo quanto pôr o dedo numa
tomada elétrica e imaginar que a corrente não tomará conta de todo o seu
corpo. A eletricidade provoca uma reação no nosso corpo mesmo que não
saibamos ou entendamos como funciona. A mesma verdade pode ser dita
sobre as manifestações do poder de Deus e de como causam um efeito no
nosso corpo mesmo quando não as compreendemos.
O Espírito Santo nunca perderá uma oportunidade de se manifestar mesmo
em meio ao seu medo ou surpresa. Se o fizesse, não seria ele mesmo. Imagine
se houvesse grupos religiosos que não praticassem a imposição de mãos
porque alguns, ao cair no chão, talvez causassem espanto nos novos
membros. Com essa atitude, Jesus jamais teria sido capaz de levantar Lázaro
dentre os mortos ou de andar sobre as águas. Imagine se os discípulos
pedissem a ele para ser mais discreto quando cuspiu no barro e depois fez
uma pasta e colocou-a nos olhos de um cego, ou quando multiplicou os pães
e os peixes, porque tudo isso era um escândalo. Talvez eles dissessem:
“Cuidado, Jesus! Lembre-se de que eles o querem fazer rei. Eles pensam que
o Senhor é um político e por isso dá comida às pessoas. Não acha que
deveríamos desenvolver este ministério de modo mais discreto?”. Eu não
ousaria sugerir tal coisa a Jesus nem ao Espírito Santo. Ele é o Senhor; nós
somos apenas seus servos. Eu prefiro falhar a tentar limitar seu poder.
O Espírito Santo não pode negar a si mesmo. Nós é que precisamos
aprender a conhecê-lo e a aceitá-lo como ele é, não como preferiríamos que
fosse. Dessa forma, nós o reconheceremos em dado momento. Devemos
pedir perdão a Deus se temos criticado o Espírito Santo com nossa mente
limitada e pequena. Não tente entender o poder de Deus que se manifesta de
maneiras tão incomuns, como ao abrir o mar Vermelho, ao fazer cair os
muros de Jericó ou ao ressuscitar mortos. Não devemos esperar que o
Espírito Santo aja e pense como ser humano porque ele não é um de nós —
ele é o próprio Deus! Devemos respeitar e amar sua personalidade a fim de
podermos nos relacionar e ter comunhão com ele.

A TERCEIRA PESSOA
Quem é a terceira pessoa da Trindade? Sempre que faço essa pergunta, as
pessoas me dizem que é o Espírito Santo, porque foi isso que aprendemos
desde pequenos. É verdade que o Espírito Santo é uma das três pessoas que
formam a Trindade, mas ele não necessariamente ocupa o terceiro lugar.
Nenhuma passagem bíblica diz tal coisa.
Mesmo assim, na cabeça de muita gente, o Espírito Santo vem em terceiro
lugar porque temos uma ideia equivocada gravada na mente. O problema de
ser “a terceira pessoa” é que ninguém presta atenção naqueles que estão em
terceiro lugar de nada. Basta perguntar quem ganhou uma competição, e
muitos provavelmente se lembrarão somente do vencedor. Alguns talvez se
lembrem do segundo colocado, mas muito poucos, se é que alguém, se
lembrarão do terceiro lugar.
O Espírito Santo não ocupa o terceiro lugar na Trindade. Ele é tão
importante como o Pai e o Filho, uma vez que os três são um. Quando
dizemos que o Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade, nós
automaticamente o relegamos ao terceiro lugar em importância quando na
verdade não é o caso. Você não pode ter um bom relacionamento com o
Espírito Santo se não lhe tributa a importância que ele merece. A sua
comunhão com ele será muito melhor se o tratar como a pessoa divina que
ele é.
Em geral, quando ouvimos sobre o Espírito Santo, nós pensamos em
objetos que procuramos associar com ele, como se ele fosse “algo”, não
“alguém”. Pensamos nele como uma pomba porque essa foi a forma visível
com a qual se manifestou no batismo de Jesus, ou pensamos nele como fogo
porque nos lembramos das línguas como chamas de fogo sobre os discípulos
no dia de Pentecoste. Mas o Espírito Santo não é uma pomba nem fogo. Ele é
uma pessoa da Deidade com a qual você tem um relacionamento pessoal. Ele
tem o poder de nos enlevar como o vinho, mas não é o vinho; ele unge com
óleo, mas não é o óleo; ele é gentil como uma brisa, mas não é o vento; ele
nos enche com rios de água da vida, mas ele não é a água. O Espírito Santo é
uma pessoa divina, não humana ou natural.
Ele fala conosco, escuta, ensina, deseja estar conosco. Ele guia, ele nos faz
recordar a Palavra, ele nos santifica e intercede por nós. Ele pode ser resistido
e eliminado; ele pode ser contrariado ou entristecido. Nós não podemos
estudá-lo sistematicamente, porque não podemos explicar uma pessoa como
o fazemos com um mero conceito. Por exemplo, seria inútil tentar estudar
todas as qualidades da minha esposa sem me relacionar com ela. Do mesmo
modo, seria inútil tentar entender tudo sobre o Espírito Santo se não me
alegro com sua presença. Ele é sobrenatural. Mais do que estudá-lo,
precisamos conhecê-lo; para fazer isso, devemos nos tornar mais íntimos
dele.
Ser batizado no Espírito Santo e falar em outras línguas não significa que
você automaticamente o conhece. Conhecer todos os seus atributos e
qualidades não necessariamente leva a uma maior intimidade. O fator tempo
é essencial para manter um relacionamento, assim como fazemos com
qualquer outra pessoa para conhecê-la. O mais importante na nossa vida
deveria ser andar na presença de Deus. Sua companhia vale mais do que
qualquer coisa no mundo. Por esse motivo, o Senhor nos deu seu Espírito
Santo para nos acompanhar aonde formos. É ele quem nos dá o poder de
Deus.

A IMPORTÂNCIA DO ESPÍRITO SANTO


A Bíblia revela a importância do Espírito Santo na Criação, nos livros
Proféticos, na vida de Jesus e no surgimento da igreja primitiva. Foi ele quem
gerou Jesus no ventre de Maria. Sua unção foi a primeira coisa dada a João
Batista quando ambos, ele e Jesus, ainda eram embriões. Isabel sentiu o bebê
saltar de alegria no útero e ficou cheia do Espírito Santo ao ouvir a voz de
Maria. Jesus sequer havia nascido quando o Espírito Santo já tinha se
manifestado por meio dele. A primeira declaração registrada do que João
disse sobre Jesus foi que ele batizaria com o Espírito Santo e com fogo. No
dia seguinte, João acrescentou: “Vejam! É o Cordeiro de Deus, que tira o
pecado do mundo!”, cujo significado era que o batismo no Espírito é tão
importante quanto a redenção dos nossos pecados. João Batista reconheceu
que Jesus era o Messias porque ele sabia que o Espírito Santo descera como
uma pomba sobre sua cabeça e permanecera sobre ele.
Ao ser batizado nas águas, Jesus ouviu a voz do Pai celestial e viu o
Espírito Santo vir sobre ele na forma de uma pomba. Logo depois, lemos em
Lucas 4.1 o que aconteceu: “Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão
e foi levado pelo Espírito ao deserto”. Depois de ir para o deserto e superar as
tentações, lemos em Lucas 4.14: “Jesus voltou para a Galileia no poder do
Espírito, e por toda aquela região se espalhou a sua fama”. Ou seja, a fama de
Jesus cresceu por causa do poder do Espírito Santo.
Durante o ministério de Jesus, ele curou os doentes e as enfermidades
porque o Espírito o ungira. Ele declarou aos fariseus que, se pelo Espírito ele
expulsara demônios, então o Reino de Deus estava próximo deles. Você se
lembra de qual foi o tema da primeira pregação de Jesus na sinagoga? Isso
mesmo: sobre o Espírito Santo!
Durante a última ceia, no dia em que seria preso, Jesus deu instruções a
seus discípulos. Muitos deles estavam prestes a conhecer a ação do Espírito,
incluindo o fato de que Jesus lhes assegurou que melhor seria partir para que
o Consolador pudesse vir e habitar neles. Quando Jesus morreu, ele se
ofereceu através do Espírito eterno e ressuscitou por esse mesmo poder.
Antes de subir aos céus, ele apareceu a seus discípulos durante um período
de 40 dias, dando-lhes orientações e assegurando-lhes da promessa do Pai de
batizá-los logo depois no Espírito Santo.
No dia de Pentecoste, eles ficaram cheios do Espírito, como com línguas
de fogo que pousavam sobre cada um deles. Naquele momento, o apóstolo
Pedro levantou e pregou a primeira mensagem da história da Igreja cristã.
Qual foi o tema do sermão? O Espírito Santo! Ele disse:
“Homens da Judeia e todos os que vivem em Jerusalém, deixem-me explicar isto! Ouçam
com atenção: estes homens não estão bêbados, como vocês supõem. Ainda são nove horas da
manhã! Ao contrário, isto é o que foi predito pelo profeta Joel: ‘Nos últimos dias, diz Deus,
derramarei do meu Espírito sobre todos os povos’ ” (Atos 2.14-17a).
Em seguida, ele falou de Jesus como alguém enviado por Deus para salvar
o mundo. Durante a mensagem, algumas pessoas cujo coração estava contrito
aceitaram Jesus como Salvador e imediatamente receberam a dádiva
prometida por Deus: o Espírito Santo.
Sua presença foi a coisa mais importante na igreja primitiva. Lemos
inúmeras vezes no livro de Atos como o Espírito Santo se manifestou. Eles
oraram para que todos fossem batizados no Espírito Santo. Ministravam em
seu poder; o estar cheio do Espírito Santo era, inclusive, um requisito para a
função de diácono. No entanto, hoje em dia, o oposto é o comum. Temos
menosprezado sua importância e ele está entre os últimos itens dos assuntos
das nossas reuniões. O Espírito só parece ser importante nas vigílias de
oração, nos batismos e na distribuição dos dons. Isso não está certo. Devemos
voltar aos princípios antigos, ao caminho tomado por Jesus e seus discípulos,
no qual sua presença foi a primeira realidade em ser reconhecida.
Se você tem desprezado a importância do Espírito Santo na sua vida,
deveria pedir perdão a Deus. Se está cada vez mais frio e tem adotado uma
atitude indevida em relação a Deus e ao Espírito, é hora de voltar-se para ele.
Não há motivo para se afastar do Senhor; você não ganha nada se
afastando dele e da presença do Espírito Santo. A chave para cada mover de
Deus é entender e acreditar na importância do Espírito Santo como a pessoa
divina que ele é e que você anda de acordo com essa convicção.
Seja honesto com você mesmo e razoável nas suas atitudes. Deus nunca
faz nada de errado com você a ponto de que o queira abandonar. Pelo
contrário, ele tem tido paciência mais do que suficiente com você e o tem
abençoado, amado e defendido. O Espírito Santo está sempre com você e é
seu Consolador. Ele o unge e enche com seu poder e força.

COMUNHÃO E INTIMIDADE
Faz algum tempo, quando eu ainda era solteiro, passei por uma grande
dificuldade financeira. Por isso, tive de interromper a faculdade e só consegui
terminá-la anos mais tarde. Na época, por motivos alheios, fiquei sem lugar
onde morar. No dia em que estava para deixar a casa onde morava, sem saber
aonde ir e onde dormiria naquela noite, eu disse a Deus: “Vou para a igreja
adorar-te, sem me preocupar onde vou dormir, porque sei que tu me darás um
lugar”.
Eu adorei ao Senhor com todo o meu coração naquela noite durante a
reunião, e a paz de Deus dominou meu coração. No final do culto, um amigo
veio até mim e me convidou para jantar na casa de sua avó. A primeira coisa
que me veio à mente foi: “Deus já providenciou um lugar para eu comer”.
Depois da comida, meu amigo me disse que eu poderia ficar em sua casa,
mas o único lugar que tinham disponível era um quarto pequeno e um tapete.
Eu pulei de alegria por ter um teto onde passar aquela noite! Enquanto nos
despedimos de sua avó, ela me disse que tinha algo para me mostrar e me
levou a um depósito no fundo da casa; aí me mostrou uma cama dobrável,
parecida com um berço. Ela me perguntou se eu a queria, pois assim não teria
que dormir no chão. Eu prontamente disse que sim, com muita gratidão no
meu coração. Mesmo estando um pouco mofada e cheirando a coisa
guardada, com um pouco de limpeza estaria perfeita. Foi exatamente nesse
momento que eu senti que comecei a prosperar em Deus! Ele não me deixou
dormir no chão e me deu uma cama. Eu entendi naquela ocasião que, mesmo
que pudesse comprar a melhor cama do mundo, não poderia comprar o sono
e o descanso que somente o Senhor poderia me dar.
Para muitas pessoas, esse tipo de solidão pode ser letal; podem estar cheias
de tristeza e perder tempo reclamando. No meu caso, porém, o tempo que eu
poderia gastar com Deus naquele quarto foi algo para olhar para a frente.
Naquela época, Sonia e eu já estávamos noivos. Eu a visitava todos os dias
depois do trabalho e daí me dirigia para a casa do meu amigo, onde eu estava
morando. Lembro-me muito bem da hora em que eu costumava ir para casa,
porque era o mesmo horário em que iniciava uma programação em inglês na
estação de rádio local. Eu aproveitava o longo percurso até a casa para adorar
e meditar na Palavra de Deus por meio do programa de rádio. O que eu mais
esperava era voltar àquele pequeno quarto e desfrutar sozinho da presença de
Deus.
Um amigo emprestou-me um violão muito peculiar. Menor do que o
normal e com uma corda faltando. As cinco cordas restantes estavam
desafinadas. Como não sou músico, eu não sabia como afinar o instrumento,
mas isso não me importava. Portanto, era naquele pequeno quarto, com um
violão desafinado e uma voz fora de qualquer tonalidade, que eu aproveitei
ao máximo meu tempo a sós para adorar a Deus, sem saber que ele estava me
preparando para caminhar com ele em poder. Foi nesse tempo com ele que
aprendi a buscá-lo.
Por meio dessa experiência, aprendi que, se o Espírito Santo está conosco,
nunca estamos sozinhos. Como deve ser triste para ele, mesmo sendo a nossa
companhia, ouvir a nossa reclamação de como nos sentimos sós! Se ele está
com você, então nunca deveria reclamar nem mesmo sentir-se só.
Foi assim que eu comecei a conhecer o Espírito Santo de forma profunda.
Naquele estado de solitude aprendi a conhecer aquele que pode todas as
coisas. Eu meditava, orava e cantava a ele. Era muito bonito! Hoje ainda me
lembro desses tempos como uma das épocas mais preciosas da minha vida.
Uma pessoa pode aprender a conhecer Deus em situações reservadas.
Obrigado, Senhor, por aquela solitude abençoada contigo! Aprenda a
beneficiar-se de momentos em que estiver só. Esses momentos, em geral, são
a chave para desenvolver um relacionamento íntimo com a pessoa do Espírito
Santo.
Muitas pessoas querem estar cheias do Espírito Santo, mas não ser
dirigidas por ele. Jesus foi levado ao deserto para estar sozinho em intimidade
com ele e para receber dele seu poder. Há alguns que não acreditam que o
Espírito Santo possa liderá-los a um deserto, porque o associam a algo
negativo. Ele o toma pela mão e o conduz por momentos de solitude e solidão
para que você possa conhecê-lo melhor. Quando você estiver em um deserto,
não diminua o Espírito, queixando-se de como se sente sozinho, porque ele
nunca o abandonará. Ele sempre estará com você para o ajudar, assim como
fez com Jesus.
Se você tem se deixado encher da presença do Espírito Santo, permita que
ele o guie. Ser cheio dele e andar com ele são duas realidades distintas. Existe
um deserto entre ambos. Este é o lugar em que você precisa aprender a estar
só com ele, a fim de que ele o convide a conhecê-lo e a andar em seu poder,
porque é impossível caminhar no poder de alguém que você não conhece.
O apóstolo Paulo escreveu: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de
Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vocês” (2Coríntios
13.14).
O amor do Pai foi manifesto quando enviou seu Filho para morrer por nós,
e a graça de Jesus Cristo foi mostrada na cruz para nos salvar do pecado e da
morte. O Espírito Santo é a pessoa divina que está ao nosso lado, com quem
podemos falar e ter uma íntima comunhão.
Ter comunhão com o Espírito Santo é um dos lados da moeda; o outro é
desfrutar dessa intimidade. Ter comunhão com alguém significa gastar tempo
com essa pessoa, conversando e ouvindo um ao outro. Você pode ter
comunhão com ele estando no seu carro, no trabalho ou na fila do banco.
Pode conversar com ele continuamente ao longo do dia.
No entanto, ser íntimo implica estar a sós com ele em um lugar onde nada
nem ninguém o interromperá. Ele se manifestará aí e mostrará o que tem para
você. Assim é como os planos dele para a sua vida são, na maioria, revelados
e você é transformado pelo poder dele. Esse é o lugar onde os mistérios dele
são revelados. Nada disso pode ser aprendido por outro ser humano. Ele
deseja revelar tudo o que tem sido gratuitamente dado a você, a saber, a
profundidade de quem ele é. Isso não se aprende por meio de leitura, mas por
investir tempo em sua presença.
O que o Espírito Santo revela em primeiro lugar a você durante esse tempo
de intimidade são as coisas que o Pai tem para a sua vida. Ele diz o que e
quando pedir algo, porque ele sabe exatamente o que você enfrentará. Em
seguida, ensina seus atributos como provedor, salvador e médico. Finalmente,
ele mostrará a você as profundezas do coração dele: como pensa e que coisas
lhe agradam e lhe desagradam. Essas são as coisas profundas de Deus.
Quando você não busca esses momentos de intimidade com o Espírito,
acaba perdendo muitas bênçãos e, pior ainda, nunca se familiariza com o
coração e a natureza de Deus. Portanto, para conhecer o Pai, você precisa ter
intimidade com seu Espírito. Ele busca tanto o coração de Deus quanto o
nosso para torná-los um.
Simplesmente erga suas mãos ao Senhor — onde quer que você esteja e
neste exato momento — e feche os olhos. Busque-o. Estar aos pés do Mestre
com um violão de cinco cordas desafinado ou com um CD de adoração é uma
das melhores coisas da vida. Não importa se é numa cama bolorenta ou numa
cama confortável, em uma casa pequena ou numa mansão, com uma carteira
cheia de dinheiro ou com alguns centavos no bolso — sempre aos pés de
Jesus é onde você deve querer estar. Esqueça-se dos seus problemas
financeiros ou da sua agenda para hoje. Busque-o de todo o coração agora
mesmo. Nada vale mais do que o momento inestimável de estar na presença
de Deus.
Faça apenas esta oração: “Pai, por favor, ajuda-me. Quero conhecer-te.
Não mais vou reclamar por achar que estou só. Desejo conhecer-te nesse
lugar secreto e íntimo. Desejo adorar-te, Senhor”.
4
A portas fechadas

urante toda a minha vida tive diversas experiências de intimidade com o


D Senhor. Cada uma delas deixou uma marca profunda na minha vida.
Ainda hoje, ao recordá-las, meu coração é tocado, porque foram momentos
de grande transformação e de desafio para mim.
O primeiro desses momentos aconteceu quando eu tinha 9 ou 10 anos, ao
vê-lo pela primeira vez. Ele estava em frente da minha cama, suspenso no ar;
e, embora não pudesse ver sua face, eu sabia que ele estava olhando
diretamente para mim. Eu acordei minha mãe para que ela também o visse,
mas ela não conseguiu. Embora o momento tenha sido breve e eu não tenha
escutado nenhuma palavra, eu sabia que, a partir daquele momento, ele estava
me vigiando de perto, como se dissesse: “Eu tenho planos para a sua vida.
Sempre estarei com você”. Com sua presença, ele estava me dizendo: “Não
importa o que aconteça, você precisa saber que eu existo e que sou a razão da
sua vida”.
Eu poderia mencionar muitas outras coisas nestas páginas, mas muitas são
praticamente impossíveis de ser descritas. Não tenho palavras para explicar o
que vi. Sempre que me lembro delas, não consigo conter o choro. Foi
espetacular poder ver algo a que outras pessoas ao redor não tiveram acesso.
Foi como o que aconteceu com o apóstolo Paulo na estrada rumo a Damasco.
Eu nunca me esqueci daquele momento. Sua aparência no meu quarto
marcou minha vida. Eu era o garoto esquisito que chorava na igreja sempre
que o coro cantava. Sempre reclinava a cabeça para que ninguém me visse,
porque todos os meus amigos na escola não entendiam o que eu estava
sentindo. Sempre fui o garoto que parava na casa dos amigos às 7 horas da
manhã para ir à missa. Desde aquele encontro, eu desejei servir ao Senhor,
mas em oração eu sempre pedia a Deus para ser um missionário, porque eu
também queria me casar um dia. Esse primeiro encontro como Senhor
estabeleceu a base da minha vida. Eu sabia que tinha sido marcado para
sempre.

FUI FORMADO EM SECRETO


A Palavra de Deus diz em Salmos 139.13-15:
Tu criaste o íntimo do meu ser
e me teceste no ventre de minha mãe.
Eu te louvo porque me fizeste
de modo especial e admirável.
Tuas obras são maravilhosas!
Digo isso com convicção.
Meus ossos não estavam escondidos de ti
quando em secreto fui formado
e entretecido como nas
profundezas da terra.

Para que Deus forme cada parte do seu ser, ele o esconde e trabalha em
você em secreto. A formação do nosso ser é uma obra-prima perfeita; é por
isso que o Senhor não permitiu que o ventre da mulher fosse transparente,
para que ninguém pudesse ver sua maior façanha. É por isso que Deus
esconde o processo da gestação e não o torna conhecido, nem mesmo aos
pais, até que esteja completo.
Embora a formação de um ser humano seja uma obra de arte, o processo
em si não é belo. Se testemunhássemos o procedimento, provavelmente o
julgaríamos ou criticaríamos. Ficaríamos nervosos ao nos preocupar com a
forma apropriada de cada parte do corpo ou com a presença de todos os
órgãos humanos. Isso para não mencionar todos os tipos de sugestões que
daríamos ao Criador, incluindo detalhes sobre traços familiares e
características específicas. Talvez você pense que estou exagerando, mas não
estou. Lembre-se de quão difícil ou desafiador foi decidir que nome dar a um
filho seu? Todos tinham uma opinião ou sugestão. Por tudo isso, penso que
ocultar o período de gestação foi a melhor decisão; caso contrário,
provavelmente não permitiríamos que seguisse seu curso.
Deus o criou de um modo único. Você é exclusivo. As pessoas não são
feias ou bonitas, mas, sim, únicas. Olhe para você mesmo: não há ninguém
como você. Até mesmo os gêmeos têm algo que os diferencia. As impressões
digitais são um exemplo — não existem réplicas. Da próxima vez que se
olhar no espelho, reconheça e aprecie a obra exclusiva que está refletida no
que você vê. Além disso, aos olhos de Deus somos todos perfeitamente
criados; é por isso que podemos dizer com segurança: “Quão maravilhosas
são tuas obras, Senhor!”.
Este é um bom momento para meditar em um Deus o criou de um modo
único. Você é exclusivo.
ensino que pode mudar completamente sua vida. As pessoas não são feias
Muito do que somos está relacionado com como ou bonitas, mas, sim,
únicas.
fomos concebidos. Durante a Segunda Guerra
Mundial, muitas crianças nasceram fora do casamento. Homens e mulheres
da América do Norte viajaram para a Europa como parte dos exércitos
aliados e tiveram relações que deram frutos. Milhares de mulheres
conceberam filhos fora do casamento e, como consequência, muitos filhos
nasceram sem um pai. Os que permaneceram sós nos Estados Unidos
viveram em condições semelhantes. Esse foi o começo de uma geração de
jovens órfãos e desorientados que, à medida que cresciam, se rebelavam
contra seus pais e sua própria vida. A sociedade estava enfrentando uma séria
fissura de identidade. Havia um número crescente de lares desfeitos, pessoas
vivendo juntas sem estar casadas e crescente abuso das drogas.
Talvez você se pergunte por que incluir essa parte da História num livro
sobre o Espírito Santo. Mas deve se perguntar também o que aconteceria se o
poder de Deus, capaz de levantar os mortos, pairasse sobre alguém cujo
coração ainda carrega feridas do passado e não se esqueceu de como ou por
quem foi gerado. O Senhor deseja dar a você um coração saudável, não que
esteja vagando de um lugar a outro com o poder de Deus, mesmo com feridas
antigas. Ele deseja ungir você e o transformar, mas também quer curar você e
o fazer inteiro. É tempo de meditar nisso e entender que Deus nos ama e deu
seu Filho por nós, independentemente de onde viemos, como fomos educados
e quem nos trouxe ao mundo. Deus tem um futuro para a sua vida.
Talvez você seja filho de uma mãe solteira, ou fruto de uma gravidez
indesejada, cuja chegada resultou em um casamento forçado. Talvez seja
fruto de uma violência. Quem sabe nunca tenha conhecido seus pais ou saiba
que um dos seus progenitores tenha outra família. Qualquer que seja o caso,
talvez questione o motivo de ter nascido e diga que nunca pediu para nascer.
Tudo isso pode facilmente impedir o seu potencial e limitar as suas
conquistas, mas, devo esclarecer, as circunstâncias do seu nascimento são
irrelevantes. O que realmente importa é que você entenda que Deus deu vida
porque você é estimado e precioso para ele. Por isso, Deus pôs a mão no
útero da sua mãe e com cuidado e gentileza o formou, independentemente de
como, quando ou onde foi concebido.
De hoje em diante, pare de reclamar. Aprecie a sua vida, porque você é
único. Você não pode mudar o seu passado, mas pode fazer muito sobre o seu
futuro. Você nasceu porque Deus tinha planos maravilhosos para você.

UM ÚTERO ESPIRITUAL
Também existe um tipo de útero espiritual para aqueles que nasceram do
espírito. Quando o Senhor nos encoraja a orar, ele nos diz para ir a um lugar
secreto e fechar a porta, porque deseja nos formar em segredo. Esse jardim de
oração é como o útero materno, um lugar no qual o Senhor trabalha em nós.
Ele descobre o nosso coração e nos revela quais mudanças deseja fazer.
Certo dia, o Senhor me perguntou: “Você sabe por que eu mandei você
fechar a porta do quarto ao orar?”. Essa mesma pergunta pode passar pela
cabeça de muita gente, e a resposta é simples. Ele deseja formar você na
solitude. Ele quer falar a você sobre todas as coisas boas que você está
fazendo e como você pode melhorar e maximizar o seu potencial. Não tenha
pressa de aceitar sugestões ou aconselhar alguém, porque esse é um tema
entre o Criador e sua criação, entre o Pai e seus filhos, os quais ele deseja
corrigir sem envergonhá-los, como devemos fazer com os nossos filhos.
Ele deseja formar você na No livro de Apocalipse, em cada uma das cartas às
solitude. Ele quer falar a
você sobre todas as coisas
igrejas, Deus as elogia por tudo o que fazem de
boas que você está fazendo correto e depois as adverte, dizendo:
e como você pode
melhorar e maximizar o “Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor.
seu potencial. Lembre-se de onde caiu!
Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se
arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do lugar dele” (2.4,5).

Lembro-me de uma ocasião quando chamei um dos meus filhos para que
viesse ao meu quarto para corrigi-lo e deixei a porta aberta. Meu outro filho
foi até lá para ver como eu o puniria. Nesse momento, eu percebi que o
assunto não tinha nada a ver com o irmão, mas, sim, entre pai e filho. Então,
disse ao outro filho, que estava à porta: “Filho, isso não diz respeito a você.
Por favor, feche a porta e saia. Isso é só entre mim e o seu irmão”.
Todavia, nem sempre que fechamos a porta é porque queremos corrigir
alguém. O mais belo entre o marido e a mulher também acontece com as
portas fechadas. É aí quando podemos ter intimidade. E, embora não haja
nenhum pecado implícito e por meio dessa intimidade nasçam nossos filhos,
não podemos convidar ninguém para assistir ao ato. Da mesma forma, as
coisas mais belas entre Deus Pai e seus filhos ocorrem a portas fechadas.
Lembre-se: cada vez que Deus nos chama para estar a sós com ele não
necessariamente é para repreender-nos, mas, sim, para moldar e amar.
A oração em grupo é muito eficaz, mas não substitui a oração íntima e
individual, porque esse é o tempo planejado por Deus para que tenhamos
comunhão com ele como Pai de amor. Seu ensino em oração nos mostra que
devemos fechar a porta e nos preparar para falar com ele face a face. Assim
também acontece em muitas situações no casamento. Ao conversar com a
esposa, o marido não permite que os filhos interrompam. Ele lhes pede
privacidade para organizar temas e resolver assuntos com ela. A portas
fechadas, você resolve assuntos e permite que o Senhor transforme o seu
coração.
A minha mulher e eu nos casamos há muitos anos A portas fechadas, você
resolve assuntos e permite
e o nosso relacionamento é excelente. Nós que o Senhor transforme o
respeitamos mutuamente o espaço do outro e o tempo seu coração.
a sós com Deus. Embora oremos juntos com
frequência, cada um de nós também tem seu tempo de oração porque
sabemos que nossa comunhão com o Senhor também é íntima e pessoal. Os
momentos em que a vi mais quebrantada foram os que ela estava orando
sozinha ao Pai celestial.
A primeira opção de Deus nunca será enviar você a um profeta para ser
reprovado ou corrigido diante de outros. Até mesmo ao corrigir uma pessoa
na igreja, segundo Paulo, a correção pública era a última opção. Não tenha
medo de ser moldado por Deus. Ele ama você e sabe a forma correta de o
moldar.

A TRANSFORMAÇÃO ACOMPANHA A CONFRONTAÇÃO


As revelações mais importantes da minha vida ocorreram durante o tempo
íntimo de oração. Foi neles em que eu recebi a palavra que produziu os
resultados que muitos hoje veem no meu ministério. Grande parte da palavra
começou com uma confrontação. Foi quando Deus me questionou por que a
minha fé era incapaz de comprar um bom par de sapatos sem ficar
excessivamente preocupado com as minhas finanças. Se eu não podia crer em
algo tão simples como um bem material, então eu teria menos fé ainda para
ver algo muito maior, como a glória de Deus.
Quando eu pedi a ele que me conduzisse à operação de milagres, eu disse:
“Senhor, se eu tivesse vivido durante o teu ministério na terra e tivesse visto
os teus milagres, seria mais fácil acreditar neles”. Então, no lugar secreto, ele
me respondeu: “Carlos, se você tivesse vivido naquela época, teria se
perdido, porque os seus modos são muito refinados para seguir um homem
que cospe nos outros”.
Sua resposta me assustou, e eu pude meditar nisso por muito tempo. Eu
tinha de reconhecer que em algumas ocasiões Jesus fizera coisas como cuspir
no chão e fazer uma mescla para pôr nos olhos de um cego, ou cuspir nos
olhos de outro, ou ainda pôr saliva na boca de um surdo-mudo. Se eu não
tivesse saído correndo escandalizado, tenho certeza de que a minha mãe teria
me pedido para não me juntar com um carpinteiro que cuspia nas pessoas.
Meus bons modos teriam competido com a minha fé, como fazia nesse
momento, mas o Espírito Santo estava lá para me corrigir no lugar secreto da
oração.
Nesse lugar secreto, ele também me ensinou que eu deveria diminuir para
poder vê-lo. Foi exatamente nesses momentos de solitude, no lugar secreto,
que Deus transformou minha vida para que sua unção poderosa descansasse
sobre mim. É desse modo que entendo que antes da unção nós muitas vezes
precisamos experimentar a confrontação.
Lemos em Salmos 51.6: “Sei que desejas a verdade no íntimo; / e no
coração me ensinas a sabedoria”. Deus tem um relacionamento íntimo com
aqueles que o temem e respeitam. É verdade que na multidão de conselheiros
há sabedoria, mas como chegar até eles se em primeiro lugar não buscamos
Deus no lugar secreto para que ele nos ajude a entender sua sabedoria?
Somente diante do Senhor é que você aprende a ser sábio.
Em outra ocasião, eu estava na sala de estar da minha casa adorando o
Senhor e buscando sua face para a igreja que pastoreio; de repente, vi o
reflexo de seu contorno diante de mim e senti sua presença. Ele falou comigo
e me ordenou que comprasse o terreno no qual construímos nosso primeiro
edifício. Em seguida, desapareceu imediatamente. Como eu teria amado se
ele permanecesse mais um momento para que eu pudesse explicar-lhe que
não tínhamos dinheiro e que ele estava pedindo algo impossível! Mas, ainda
que eu não entendesse, eu disse que obedeceria. Esse foi um desafio que
pessoalmente me transformou e me levou ministerialmente a outro nível.
Também me lembro de que foi no lugar secreto e íntimo que o Senhor me
fez a seguinte pergunta: “Quanto você está disposto a sacrificar por mim para
mostrar a minha glória às nações?”. Eu respondi: “Tudo o que for
necessário”. Imediatamente comecei a encontrar uma forma de perguntar a
Sonia, minha esposa, se podíamos vender nossa casa nova. Tinham sido
necessários onze anos de economias, sacrifícios e muita gratificação atrasada
para construí-la. Quando nos casamos, eu lhe prometi que construiríamos
uma casa sem dever nada a ninguém. Mas naquele momento eu lhe estava
propondo que vendêssemos a casa para investir o dinheiro na primeira
Cruzada de Cura Noites de Glória em outro país. Lembro-me de certa noite
em que tentava encontrar coragem para perguntar a ela. Sua resposta me
surpreendeu totalmente: “Se nós o fizermos para que mais pessoas possam
ser abençoadas, vá em frente e venda-a!”. Foi assim que começamos nossas
reuniões internacionais de milagre em estádios e anfiteatros. Foi então que o
Senhor se revelou a mim que ele usa aqueles que estão dispostos a pagar o
preço, porque são estes cujo caráter se parece mais com o dele.
O ministério na televisão começou de forma semelhante. Eu sabia que o
Espírito Santo queria falar comigo sobre o tema, mas evitei o assunto por
motivos pessoais. A verdade é que eu nunca quis estar na televisão. Não sou
o tipo que deseja aparecer em todos os lugares. Sou muito mais tímido do que
pode parecer. Eu sabia que ir para a televisão me tornaria uma pessoa
pública, o que também tem seus inconvenientes, aos quais já nos adaptamos
por amor a Deus e a seu povo. Naquele tempo, eu não estava querendo fazer
televisão e, por isso, não levei o assunto a ele, embora soubesse que ele o
faria cedo ou tarde. Acredite ou não, cheguei a parar de orar durante algum
tempo, tentando evitar a voz do Espírito Santo.
De repente, algo aconteceu. Eu recebi um convite para pregar na cidade de
Laredo, Texas. Não era uma reunião grande, de fato relativamente pequena,
mas o Senhor me levou a aceitar o convite. Fizemos todos os preparativos
para a viagem, eu e minha esposa, mas o voo nos levou a outra cidade. Uma
voluntária da igreja que nos convidara foi nos buscar no aeroporto e nos
levou de carro até a cidade de Laredo. Eu me sentia muito cansado, e Sonia
sempre tão gentil me deixou ir no assento da frente para poder descansar um
pouco. Em seguida, o motorista ligou o som e começou a tocar uma música
instrumental que me ajudou a descansar. Para a minha surpresa, o hino
Pescadores de homens, que eu conhecia desde pequeno, começou a tocar. A
letra diz mais ou menos o seguinte:
“Senhor, tu me tens olhado bem lá no fundo.
Ao sorrir, chamaste-me pelo nome.
À beira do mar, deixei o barco
Para contigo buscar outro mar”.

Naquele momento, comecei a chorar feito uma criança, e sua voz me disse:
“Carlos, quero que você vá para a televisão!”. Eu levantei as mãos e lhe disse
que eu estava de acordo. Ele respondeu em seguida: “Veja, tudo o que eu
preciso é de alguns segundos para convencer você”. Respondi, soluçando: “É
verdade, Senhor! É por isso que eu não queria falar sobre o assunto contigo”.
Talvez todas essas coisas pareçam estranhas ou impossíveis, mas os
resultados do que estou compartilhando aqui são tão visíveis e atestados por
muita gente.
Somos formados em secreto, durante nossos momentos de intimidade com
Deus, nos quais ele fala àqueles que o buscam com um coração puro e
sincero. Ele se revela àquele que o deseja. Não desista; insista diante de seu
trono. Talvez nunca o veja fisicamente ou ouça sua voz audivelmente, mas
tenho a certeza de que ele falará ao seu coração e que você será transformado.

O PODER DA TRANSFORMAÇÃO
Salmos 51.7-11 diz:
Purifica-me com hissopo, e ficarei puro;
lava-me, e mais branco do que a neve serei.
Faze-me ouvir de novo júbilo e alegria,
e os ossos que esmagaste exultarão.
Esconde o rosto dos meus pecados
e apaga todas as minhas iniquidades.
Cria em mim um coração puro, ó Deus,
e renova dentro de mim um espírito estável.
Não me expulses da tua presença
nem tires de mim o teu Santo Espírito.

O escritor fala primeiro do lugar secreto de intimidade antes de suplicar


por transformação. Davi entendia o equilíbrio, porque ele já estava levando a
carga de seu pecado quando pediu ao Senhor para mudar sua vida e deixá-lo
sentir novamente alegria e júbilo. Deus não o confrontou para condená-lo,
mas, sim, para liberá-lo. Ele faz o mesmo por você. Ele o exorta e lança luz
sobre seus pecados para o liberar deles. Mas Davi não se condenou. Ele pediu
ao Senhor para esquecer de seus pecados, mas ao mesmo tempo sem tirar-lhe
a bênção de seu Espírito Santo porque sem ele estaria perdido.
Os versículos 12 e 13 dizem:
Devolve-me a alegria da tua salvação
e sustenta-me com um espírito pronto a obedecer.
Então ensinarei os teus caminhos aos transgressores,
para que os pecadores se voltem para ti.

Esses versículos falam de ser usado para trazer o povo de volta para Deus.
O homem que se recusa a entrar na presença de Deus para ser moldado,
corrigido e transformado nunca pode ser usado para transformar outros.
Aquele que busca alcançar o equilíbrio que estava no coração de Davi é quem
pode falar a outros para que estes possam corrigir a própria vida, pois ele
mesmo já foi corrigido e alinhado segundo a vontade de Deus.
O homem que se recusa a Se você deseja isso de verdade, apenas repita esta
entrar na presença de Deus
para ser moldado,
oração em voz alta: “Senhor, muda o meu coração.
corrigido e transformado Dá-me um espírito humilde como o teu. Dá-me um
nunca pode ser usado para
transformar outros.
novo coração e um espírito reto. Vem e me renova
para que eu possa levar outros a ti”.
A transformação de sua família começa com a sua própria vida. Alguém
certa vez disse que ninguém poderia falar às pessoas sobre Deus sem
primeiro ter falado com Deus sobre as pessoas. Devemos entrar na sala do
trono de graça para que Deus nos transforme e renove. Podemos ir direto à
presença dele e pedir: “Senhor, tu conheces os meus pensamentos. Sabes que
sou imaturo, que reclamo; tento me justificar e dou desculpas para tudo.
Muda-me por favor e transforma-me”.
Como é que cristãos de tanto tempo, que sabem como devem agir, agem
tantas vezes de modo imaturo e caprichoso. Há aqueles que buscam posição e
liderança e que choram como bebês quando deveriam ganhar
reconhecimento. Esse tipo de comportamento deve mudar. Somente Deus e
sua presença santa podem fazer isso. Se você vai até ele para ser alcançado
por sua glória, ele certamente lidará com você sobre isso com tanto amor e
cuidado que parecerá gentil mesmo quando tiver uma palavra dura a dizer a
você.
Deixe-me dizer que tudo o que você está sentindo é sede de Deus. Sua
alma está sedenta pelo Deus vivo, não por liturgia religiosa ou algum tipo de
adoração ou estudo teológico. O que você realmente está sentindo é uma sede
intensa pelo próprio Deus. Aproxime-se dele e beba tudo o que desejar.
As melhores Noites de Glória que tivemos foi experimentar a presença do
Deus vivo. Não dependa de um grande evento com um grupo famoso de
adoração ou líder. Não espere ser convidado para uma vigília de oração.
Busque experimentar os seus momentos a sós com Deus. Sempre se lembre
de que a chave para uma vida pública é a sua vida particular. Se você deseja
ter sucesso na vida pública, em primeiro lugar busque ser bem-sucedido
diante de Deus em sua vida particular. Se deseja ser conhecido em algum
lugar, deixe isso com Deus, em seu trono de graça.
Se você deseja ter sucesso
Como dissemos antes, quando se fecha a porta do na vida pública, em
quarto há intimidade entre duas pessoas casadas. Isso primeiro lugar busque ser
bem-sucedido diante de
não é pecado. Mas a razão de você fechar a porta é Deus em sua vida
porque algo íntimo está para acontecer. Você já sabe particular. Se deseja ser
conhecido em algum lugar,
que será um tempo de olhar profundamente nos olhos deixe isso com Deus, em
seu trono de graça.
da outra pessoa, de expressões amorosas e ternas de
amor, com palavras doces.
Os conselheiros matrimoniais nos confirmam que a felicidade dos casais
que experimentam esse tipo de intimidade compartilhada reflete essa
satisfação em público. A mesma coisa acontece com Deus e uma vida de
oração no lugar secreto. Sempre que ele pede que você feche a porta, é
porque estão para surgir momentos gloriosos. Você contemplará a beleza de
sua santidade, você ouvirá o chamado que ele tem para a sua vida, além de
receber uma visão precisa do que Deus deseja que você cumpra para ele. Seu
coração será quebrantado. Todo o seu ser será cheio de alegria. A unção dele
repousará sobre você. Você ouvirá uma voz doce, porém firme, e o mais
importante: deixará o lugar secreto mais apaixonado por Deus e
comprometido com ele do que jamais havia experimentado. Então, por que
esperar mais? Pare de ler por um momento e busque estar só com ele. Posso
garantir que você jamais será o mesmo.
5
Onde quer que esteja

Senhor pode manifestar-se em qualquer lugar, a qualquer momento.


O Esses momentos acontecem, em geral, nos ambientes de comunidade
entre irmãos na fé, quando Deus nos permite ministrar seu poder. Mas
também há momentos em que ele deseja fluir seu poder sem nos pedir
permissão. Por ele ser uma pessoa independente que nos acompanha a
qualquer parte e porque nos deseja dessa maneira, ele também se manifesta
sempre que deseja, sem prévio aviso.
Certa vez, eu estava em um aeroporto internacional entre uma conexão e
outra. Nunca viajo sozinho, mas essa viagem para a América do Sul foi uma
exceção; e a fiz porque o Espírito Santo assim me orientou. Ele, com toda a
certeza, quis me mostrar que sua comunhão comigo é genuína. Enquanto
esperava para entrar no avião, busquei uma boa cafeteria e um bom livro. Em
seguida, uma pessoa veio até mim e me perguntou se eu era Cash Luna.
Depois me pediu com toda a gentileza se eu podia explicar-lhe o que estava
acontecendo com as pessoas. Eu não entendi a que ele se referia, ao que me
explicou que tinha havido uma grande confusão na área de imigração porque
alguns tinham caído no chão movidos pelo Espírito Santo. No meio de toda a
confusão, alguns mencionaram que eu acabara de passar pelo local e que
alguns estavam me procurando. A única explicação que pude dar é que, como
ele podia constatar, eu estava na livraria lendo um livro tranquilamente e que
seguramente Deus havia se manifestado entre aquelas pessoas. Enquanto
fiquei sentado esperando na sala de embarque, uma mulher começou a trazer
pessoas, uma a uma, para que eu orasse por elas. Passei mais de uma hora
orando pelas pessoas.
Em outras ocasiões, cumprimentei pessoas na rua, as quais depois
relataram que sentiam como se fossem cair quando eu me aproximei. Coisas
assim acontecem o tempo todo, mesmo quando não tenho consciência de
nada disso. A presença de Deus não se limita aos edifícios das igrejas ou às
reuniões religiosas. É algo real em qualquer lugar, e ele é capaz de fazer
qualquer coisa que desejar, em qualquer lugar, com qualquer um que
escolher.
A presença de Deus não se Isso me lembra de experiências semelhantes com
limita aos edifícios das
igrejas ou às reuniões
pessoas que estavam hospedadas em hotéis onde
Kathryn Kuhlman, conhecida evangelista com dom
religiosas. É algo real em
qualquer lugar, e ele é
capaz de fazer qualquer de cura, costumava se hospedar. Enquanto ela estava
coisa que desejar, em em um hotel, até mesmo os garçons e os cozinheiros
qualquer lugar, com
qualquer um que escolher.tombavam no chão, tocados pelo Senhor na cozinha.
Algo semelhante acontecia com Jesus. Alguns
leprosos eram curados quando ele passava pelo caminho porque o poder de
Deus os tocava ali mesmo. Eram como aqueles que eram curados nos ônibus
enquanto se dirigiam aos nossos eventos Noites de Glória. Enquanto estou no
lugar secreto de oração, outros recebem a cura pelo poder do Espírito Santo
que os alcança onde quer que estejam. O Espírito Santo não espera que
alguém lhe diga o que fazer. Em muitas ocasiões, ele simplesmente nos diz o
que ele fez depois que já aconteceu.
Enquanto estávamos celebrando uma Cruzada Noites de Glória em uma
cidade do Equador, algo muito poderoso aconteceu a um homem que estava
envolto em um lençol azul. Ele era muito conhecido na cidade porque era
considerado louco. Durante as duas reuniões que tivemos na cidade, ele não
parava de cambalear de um lado para o outro e babava continuamente. Fiquei
imensamente triste ao vê-lo naquela situação diante de todos, sem nenhuma
evidência de melhora. Na noite seguinte, algo dentro de mim me dizia que o
homem podia ser curado. Quando o evento acabou, voltei ao quarto que me
haviam preparado para oração. De repente, algumas pessoas que nos
ajudaram nas reuniões começaram a bater na minha porta. Estavam muito
emotivas, e pareciam ter visto um fantasma. Perguntei-lhes o que tinha
acontecido. Prontamente me disseram que, enquanto estavam movendo as
cadeiras para limpar o local antes de terminar a noite, o homem pareceu
reagir. Ele parou de babar e começou a falar. Suas primeiras palavras foram:
“E-e-e-e-u-e-e-s-t-t-o-o-u-c-u-r-a-a-a-d-o!”. Ele havia sido restaurado de sua
insanidade! Ninguém orou por ele ou impôs as mãos sobre ele; foi
simplesmente a presença de Deus que pairava sobre o ambiente mesmo
depois que todos se haviam retirado, e assim ele foi curado.

SUA ONIPOTÊNCIA ACOMPANHA SUA ONIPRESENÇA


Desde a infância aprendemos que Deus está em todos os lugares. Ter essa
crença no coração tem uma profunda influência no nosso comportamento e
santidade. O Senhor está sempre conosco, independentemente de onde
estamos ou do que estamos fazendo. Quando você está totalmente
convencido dessa verdade, terá a certeza de que ele pode manifestar-se onde
você estiver, tanto no trabalho quanto no seu quarto, estudando ou em casa,
no campo ou na cidade, na academia ou na igreja.
Anelar a unção do Espírito Santo é desejar a manifestação da onipotência
de Deus na nossa vida. Em Salmos 91.1, temos uma palavra profética àqueles
que buscam desenvolver um relacionamento de intimidade com o Senhor.
Assim ele diz: “Aquele que habita no abrigo do Altíssimo / […] descansa à
sombra do Todo-poderoso”.
Para entender esse texto, devemos prestar atenção especial nos verbos
“habitar” e “descansar”, que mostram como necessitamos da presença de
Deus. A promessa do nosso Senhor é: “Todo aquele que habita na minha
presença e vive comigo, cedo ou tarde, experimentará a manifestação do meu
poder em sua vida”. A chave para ver sua onipotência é acreditar em sua
onipresença.
O versículo 2 continua: “pode dizer ao Senhor: / ‘Tu és o meu refúgio e a
minha fortaleza, / o meu Deus, em quem confio’ ”. Aliada ao primeiro
versículo, essa passagem compara o Senhor a três importantes recursos de
proteção para o crente: abrigo, refúgio e fortaleza. Uma fortaleza é um lugar
de defesa e reabastecimento durante tempos de guerra; um lugar no qual
nossa força é renovada. Nosso lugar secreto é o lugar no qual
experimentamos momentos com a pessoa mais íntima do nosso círculo.
Trata-se de um lugar aconchegante no qual podemos descansar, sonhar e
manter nossos segredos. O refúgio protege o corpo de um clima incontrolável
e de outros riscos exteriores. Tudo isso é o que sua presença representa para
nós. A unção não apenas nos capacita a fazer milagres, mas também nos
fornece a proteção divina. Por essa razão, o salmo continua com uma
promessa de que ele nos livrará do caçador e do veneno mortal e que não
devemos temer as flechas de dia nem os terrores da noite, porque ele enviará
seus anjos para nos manter firmes sobre a rocha.
Muitas pessoas buscam o poder do Senhor, mas não querem aprender a
viver em sua presença. Buscam a cura, mas não aquele que cura; buscam a
prosperidade mais que aquele que as unge. Buscam onipotência enquanto se
esquecem de sua onipresença, porque querem seu poder, mas não respeitam
nem honram sua existência. Aqueles que aprendem a habitar na onipresença
de Deus terão a honra de ver sua onipotência.

O FUNDAMENTO DA SANTIDADE
Faz algum tempo, uma pessoa que era alcoólatra me desafiou dizendo que
beber bebidas alcoólicas não era errado. Então, pedi que orasse e agradecesse
a Deus cada vez que ele tomasse um trago. Imagine a oração desse homem:
“Pai, agradeço por esta bebida que me deste e abençoa este uísque a fim de
que ele alimente o meu corpo”. Sabe o que aconteceu? Ele parou de beber.
Alguns dias depois, ele me disse que tomou o copo nas mãos e, quando orou,
sentiu uma convicção de Deus a tal ponto de ser incapaz de tomar outro
drinque. Ele descobriu que Deus estava em sua presença, com ele, e decidiu
que não desagradaria a Deus.
Acreditar que Deus está presente em todos os lugares e que ele vê tudo o
que fazemos é chave para uma vida de santidade. Sua jornada é mais correta
quando você está convencido de que não pode fazer qualquer coisa pelas
costas de Deus. Ele o acompanha e está sempre ao seu lado, vendo tudo o que
você faz, ouvindo suas conversas e avaliando seus pensamentos mais íntimos.
Talvez você saiba esconder o seu pecado das pessoas, mas não de Deus.
Muitos anos atrás, quando havíamos acabado de abrir a igreja, contratamos
uma empregada que acabou nos roubando. Numa sexta-feira à noite,
enquanto eu dormia, pude ver sua face, e naquele momento Deus me revelou
que faltava dinheiro da igreja e que essa pessoa era a responsável pelo roubo.
Ele até mesmo me mostrou a quantia exata que ela havia levado. No dia
seguinte, confirmei cada detalhe que o Senhor me havia mostrado e tive de
despedi-la imediatamente. Como eu sabia? Porque, ao roubar, ela fez de tudo
para garantir que ninguém a visse, mas se esquecera de que Deus estava lá.
Passei por experiências semelhantes em outras ocasiões. Sempre lembro
minha equipe de que Deus está presente no nosso ministério. E isso é um
benefício real para nós, porque somos testemunhas de sua obra; ainda assim,
podemos nos ferir se nos esquecermos de que ele é o único responsável por
revelar as coisas erradas que ele vê. Viver uma vida convencido de sua
onipresença é o que sustenta nossa caminhada com ele.
Os jovens precisam entender que não são seus pais que os incomodam em
seus momentos de paixão e tentação quando estão na companhia de um
namorado ou namorada. É Deus que os leva a se preocupar, porque está ao
lado deles. Não é do pastor que devem esconder um cigarro ou uma bebida,
ou diante de quem devem se sentir envergonhados por ter um hálito de quem
bebeu. Deveriam, sim, estar preocupados pela desaprovação do Pai celestial,
pois é ele que sempre os acompanha. Quando nossa santidade é visível no
nosso comportamento, nosso alvo é agradar ao Senhor, não a igreja ou um
líder espiritual.
O problema com um relacionamento extraconjugal não é o fato de que os
amantes sejam cuidadosos para que ninguém os veja entrar em um lugar em
segredo. A questão é lembrar que o Senhor os verá porque está com eles
aonde quer que forem. O problema não está em conduzir questões escusas em
segredo, mas, sim, o pensamento que não conseguimos esconder de Deus. É
mais fácil ser santo quando estamos convencidos de sua onipresença. Crer
significa que, ao nos sentar para ver televisão, evitaremos cenas inapropriadas
porque sabemos que Deus está aí assistindo ao mesmo programa. Podemos
enganar o patrão, chegando tarde no trabalho, mas não a Deus.
É mais difícil abster-se de coisas que agradam à nossa carne e que
entristecem o nosso espírito quando ainda não aprendemos a viver de acordo
com a onipresença de Deus. Nós tentamos nos justificar, dizendo que não há
nada de errado em buscar nossa satisfação pessoal, mas nos esquecemos de
que isso não agrada a Deus. É vital que você aprenda a mudar o seu
comportamento em tais assuntos. A carne sempre desejará coisas contrárias à
nossa vontade. Talvez você não seja capaz de remover um desejo carnal que
tenha, mas pode eliminar sua prática. Aprenda a viver sob a sombra de Deus,
respeitando sua presença em todos os momentos.
Quando você caminha no temor de Deus, seu comportamento o reflete
porque você passa a dar prioridade aos princípios divinos, não aos seus
prazeres. Não tente obter diversão com nada que ofenda aquele que deu a
própria vida por você na cruz do Calvário. Não zombe de seu sacrifício; peça
a ele força e domínio necessários para não querer nada que o possa induzir ao
pecado. Devemos manter uma conduta correta tanto fora quanto dentro da
igreja, uma vez que somos habitação do Todo-poderoso.
Certa vez, quando eu dirigia por uma grande É mais fácil ser santo
quando estamos
avenida na Cidade da Guatemala, vi um homem convencidos de sua
pedindo carona. Parei e lhe dei uma carona. onipresença.

Imediatamente, ele pegou o maço de cigarros e me


ofereceu um:
— Aceita um?
— Não, obrigado. Eu não fumo — respondi.
— É sexta-feira. Não quer uma cervejinha? — insistiu.
— Não, obrigado. Eu não bebo.
— Por que não? — perguntou, olhando-me atentamente.
Por sua expressão, eu sabia que ele esperava uma resposta do tipo
religioso.
— Porque o meu Pai não se agrada — respondi, sem dar muita explicação.
A resposta deixou-o sem entender, mas não perguntou nada mais. De fato,
o que eu dissera parecia correto e apropriado, portanto a questão religiosa
tinha sido estabelecida.
Agir e comportar-se de forma apropriada não é uma questão de religião.
Não tem nada a ver com pertencer a uma religião ou ir a uma igreja. Trata-se
simplesmente de uma questão de buscar agradar nosso Pai celestial.
Queiramos ou não, o comportamento é uma questão de respeitar a
onipresença de Deus para seguir a sombra de sua onipotência. Devemos nos
comportar aqui como se estivéssemos no céu, porque Deus está em ambos os
lugares ao mesmo tempo. Alguns pensam que estarão perto de Deus somente
depois de chegarem ao céu. Esse tipo de pensamento limita grandemente a
presença do Senhor na vida de quem pensa dessa maneira. Eles mantêm Deus
na última fila, em vez de se alegrar com uma profunda comunhão com ele
agora mesmo.

ENVOLVIDO POR SUA PRESENÇA


Alguém me perguntou certa vez há quanto tempo eu tinha consciência da
onipresença de Deus na minha vida. Creio que a maioria dos cristãos
aprendemos desde bem pequenos que Deus está presente em todos os lugares,
que vê todas as coisas e que sabe de tudo. Na verdade, trata-se de uma
verdade fundamental para aqueles de nós que dizemos crer nele.
Pessoalmente, tenho consciência disso desde que era criança, mesmo antes de
me voltar para Deus. Como resultado, sempre que pecava, eu me sentia
envergonhado de saber que ele podia ver tudo o que fazia. Se sempre
estivéssemos conscientes dessa verdade, com certeza a nossa conduta seria
apropriada cem por cento das vezes.
Lembremos o que diz o salmo 139: “Tu me cercas, por trás e pela frente, /
e pões a tua mão sobre mim” (v. 5). E acrescenta:
“Para onde poderia eu escapar do teu Espírito?
Para onde poderia fugir da tua presença?
Se eu subir aos céus, lá estás;
se eu fizer a minha cama na sepultura,
também lá estás” (v. 7,8).

Aparentemente, o salmista estava passando por uma etapa difícil da vida.


Talvez estivesse tentando fugir da presença de Deus. Adão fez o mesmo
depois de sua desobediência. A mesma coisa pode acontecer conosco quando
pecamos; tentamos nos esconder de Deus. Não há motivo para abandonar
tudo por causa do pecado. Não podemos nos esconder de Deus, porque ele
sabe o que estamos sentindo e passando todo o tempo. Ele nos vê em cada
situação. Estamos nos enganando se pensamos que podemos nos distanciar de
Deus, deixando a igreja ou nos afastando dos cristãos. A presença dele não se
limita ao âmbito da igreja. Ele está em cada lugar onde pecamos. Está agora
mesmo com você. Quando se sentir triste ou convencido de ter pecado, pode
orar a ele, e ele estará pronto para perdoar você e continuar a relação pai-
filho.
O Senhor ama tanto você que ele ousa estar ao seu redor mesmo que saiba
das suas fraquezas e dos seus erros. Para poder andar à sombra de sua
onipotência, você deve aprender a se comportar de acordo com a onisciência
do Senhor. Em outras palavras, para isso precisa estar convencido de que ele
está com você em todos os lugares e que conhece o que você pensa e faz
todos os momentos.
Crer de todo o coração em sua onipresença o convencerá de que pode ouvir
o que ele diz a você. Ninguém ganha a habilidade de ouvi-lo sem primeiro
adotar a atitude correta de chegar a ele. Alguns se sentem abandonados
quando não conseguem escutar a voz de Deus, mas ele, às vezes, fica em
silêncio por amor. O problema está em querer que o Senhor fale quando nós é
que estamos falando. Deus fala quando ele quer fazê-lo. É necessário que
você o ouça para estar totalmente convencido de que ele está ao seu lado.
Eu não estou tentando amedrontar você, lembrando-o de que Deus vê tudo
o que faz. Pelo contrário, quero que se sinta amado e confiante porque ele
nunca o abandonará. Alguns podem dizer: “Deus me vê e controla tudo o que
faço para me castigar se eu pecar”. Mas é bem melhor ser grato e pensar: “Se
ele me vê todo o tempo, também é verdade que ele está comigo todos os
momentos e nunca me abandonará nem desamparará”. Agradeça-lhe por não
o deixar só e por dar a você a oportunidade de andar em comunhão com o
Espírito. Muitos reclamam, dizendo que estão sós sem considerar que têm
comunhão com Deus. A presença de Deus é real. Não o ofenda, mas honre-o
com o seu comportamento. Nunca diga que ninguém entende você, porque,
ao se expressar dessa forma, você desconsidera que o Espírito Santo está
sempre com você. Embora você possa sentir que outros o abandonaram, Deus
nunca fará isso.
Aqueles que desejam viver com a manifestação de seu poder e adentrar
uma nova dimensão de milagres, além do que são capazes de imaginar,
devem agir com fé diante da onipresença de Deus. Busque experimentar a
comunhão e a intimidade com ele. O desejo mais profundo do meu coração é
que Deus derrame sua unção em cada área da minha vida!
6
Abismo chama abismo

ois amigos presidiram uma das maiores organizações missionárias do


D meu país natal, a Guatemala. Eu sempre havia sonhado em ministrar lá
um dia porque havia sido o lugar de um reavivamento poderoso e bastante
conhecido na década de 1960. Sinais e maravilhas aconteceram ali de modo
continuado. Ainda hoje as pessoas falam da visitação angelical durante esse
derramamento. Imagine o que significaria para mim ministrar nesse lugar e
testemunhar um novo derramamento do Espírito Santo.
Finalmente, chegou o dia em que fui convidado para dirigir algumas
Noites de Glória em uma igreja local. Na primeira noite, preguei sobre Isaías
61.1,3:
“O Espírito do Soberano, o SENHOR, está sobre mim, porque o SENHOR ungiu-me para […] dar
a todos os que choram em Sião uma bela coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez
de pranto e um manto de louvor em vez de espírito deprimido”.

Eu enfatizei o fato de que Jesus veio ao mundo com o comando de mudar


nossa angústia e nosso pranto em alegria.
Quando terminei de pregar, tudo parecia normal. De fato, parecia o
contrário do que normalmente acontece em outros lugares onde ministro. Não
aconteceu nada de extraordinário ou sobrenatural. Então me perguntei se
Deus estava comigo aquela noite ou não e se era da vontade dele que eu
estivesse ali.
Por um momento passou pela minha cabeça que talvez o desejo de
ministrar naquele lugar memorável fosse apenas um desejo pessoal, não
divino. Ao terminar a mensagem, eu disse à congregação que o meu trabalho
de compartilhar a Palavra havia sido cumprido, mas que o derramamento do
Espírito Santo era algo que competia a Deus e que eu esperava vê-lo na noite
seguinte. De repente, uma mulher sentada na quarta ou quinta fila se levantou
e começou a pular e gritar: “Aqui há alegria; sim, há alegria!”. Foi impossível
interrompê-la; ela não parava de rir à medida que se aproximava do altar.
Imagine a cena: a igreja cheia de gente, em profundo silêncio, todos
esperando a palavra final para ir embora e, do nada, uma mulher se levanta
um tanto descontrolada no altar. Eu ainda estava de pé no púlpito, vendo e
orando em espírito: “Santo Espírito, derrama-te com todo o teu poder”.
Se isso não fosse suficiente, todos os pastores da igreja estavam sentados
atrás de mim, vendo toda aquela falta de ordem. Em meio à situação, o pastor
encarregado da reunião pediu o microfone. Nesse momento, disse a mim
mesmo: “Bem, isso é bem do tipo das Noites de Glória. Prepare-se para ir
embora”.
Então, o pastor disse exatamente o que eu estava esperando ouvir: “Com
certeza, o Espírito Santo está aqui”. Minha primeira reação foi que esse
homem estava mais louco do que eu, porque a mulher não pararia de pular,
gritar e rir com sinceridade em seu coração. O pastor continuou: “Essa
mulher foi verdadeiramente enchida da presença de Deus porque alguns dias
atrás seu marido foi morto e hoje essa Escritura foi cumprida em sua vida.
Por ser viúva, o Espírito de Deus mudou seu pranto em alegria e sua angústia
em louvor”.
Nesse momento, olhei em direção à galeria e orei pelos que estavam ali.
Todos começaram a ser cheios do Espírito Santo e caíam no chão sob o poder
de sua unção. Algumas pessoas inclusive foram tocadas pelo fogo de Deus na
própria pele e ficaram acamadas aquela semana. Por favor, não me peça para
explicar isso. A única coisa que posso dizer é que eu fui testemunha de todos
esses acontecimentos. Vimos tantas coisas que eu poderia escrever um livro
somente com as experiências que compartilhamos aqueles dias nessa igreja.
Foi realmente impressionante e incrível; algo do qual nunca me esquecerei.
A unção é e sempre será dada para o propósito que Deus estabelece: para o
que a Palavra ordena, não para o que cada um de nós imagina ou deseja.
Há pessoas que anseiam ter unção para qualquer A unção é e sempre será
dada para o propósito que
coisa. Têm uma ideia utilitária do que seja e pensam Deus estabelece: para o
que se trata de um reparo para qualquer situação. que a Palavra ordena, não
para o que cada um de nós
Devemos ter cuidado com esse tipo de mentalidade e imagina ou deseja.
não brincar ou zombar de sua realidade. Lembre-se
de que a unção é como uma insígnia que identifica aqueles que buscam o
Senhor e sua presença. Por trás dessa busca, há encontros íntimos, próximos
entre Deus e homens e mulheres. Respeite aqueles que são ungidos e o
demonstram publicamente porque eles experimentam uma realidade, não um
conceito.

MAIS DERRAMAMENTO DE SUA UNÇÃO


Aquelas reuniões gloriosas culminaram com um evento especial para
mulheres. No sábado em um hotel da cidade, experimentamos um profundo
tempo de adoração e louvor. O momento de ministrar a Palavra e a unção
estava se aproximando e, embora eu soubesse que mensagem pregaria, minha
fé me dizia que algo exclusivo e poderoso aconteceria.
Quando chegou o momento de ministrar a Palavra, eu pedi ao Espírito que
me guiasse. Abri a Bíblia como de costume e comecei a pregar. Depois de
alguns minutos, o ambiente estava completamente mudado, e a presença de
Deus começou a se manifestar. Era como um manto que cobria cada um dos
presentes.
Quando a unção começa a cobrir a vida de uma pessoa, o ambiente pode
mudar e se tornar um lugar de poder, não necessariamente de emoção, mas
certamente de poder.
Quando a unção começa a Curiosamente, algumas mulheres começaram a ser
cobrir a vida de uma
pessoa, o ambiente pode
cheias do vinho do Espírito e pareciam embevecidas
mudar e se tornar um lugar em seus assentos. Eu lhes pedi que trouxessem todas
de poder, não
necessariamente de
emoção, mas certamente
as pessoas que tinham sido cheias do Espírito, e o
de poder. que aconteceu é que foram as esposas dos pastores e
ministros que os haviam acompanhado à reunião. Eu
fui tremendamente tocado por ver como o Espírito Santo conduziu toda a
reunião. Cada um dos ministros e pastores também ficou tomado com a
unção de Deus que lhes concedeu um intenso reavivamento na vida e no
ministério.
Mais uma vez, o derramamento da unção havia me surpreendido. O
derramar do poder de Deus foi tão forte que, ao terminar a reunião, eu desci
da plataforma e busquei um lugar para estar a sós com Deus. Eu me ajoelhei
diante dele e o adorei. Eu estava totalmente maravilhado e sentia um temor
reverente dentro de mim. Em outras palavras, estava com medo, estupefato.
A manifestação de seu poder foi tão esmagadora, que eu sinceramente me
considerei indigno de sua presença.
Na quinta-feira da semana seguinte, saímos para jantar com o pastor
daquela igreja e dois amigos de ministério em um restaurante localizado no
chamado “point” da Cidade da Guatemala, um bairro com um grande número
de restaurantes e lanchonetes onde as pessoas passam um tempo agradável
com amigos. Todos fizemos a pergunta de sempre: “Onde vamos comer?”, e
respondemos como é normal: “Em qualquer lugar”. Ninguém queria decidir e
todos diziam o mesmo: “Você escolhe”, “Onde você quiser”, “Para mim,
qualquer lugar”.
Depois de certo tempo, escolhemos um restaurante italiano. Quando
chegamos ali, era impossível encontrar uma mesa porque o lugar estava
repleto e, por isso, esperamos alguns minutos até encontrar uma mesa lateral,
quase na rua. A mesa estava em uma área em que qualquer um que entrasse
ou saísse do restaurante podia vê-la. Foi uma noite aparentemente normal.
Estávamos totalmente envolvidos na conversa, e o assunto principal era a
unção do Espírito Santo e seus milagres.
Um dos pastores nos contava algumas das coisas maravilhosas que havia
acontecido com as pessoas de sua igreja durante aquela semana. Depois outro
pastor peruano e amigo meu, que meses antes tinha me convidado para
ministrar em sua igreja, me perguntou se eu me lembrava de um homem
portador de deficiência por quem minha mulher e eu tínhamos orado. Claro
que me lembrava dele, porque em várias ocasiões ele tinha sido enchido do
Espírito Santo sentado em sua cadeira de rodas, embora eu não entendesse
por que ele não tivesse podido caminhar. Meu amigo me disse que depois
recebeu uma ligação telefônica do Peru e a pessoa lhe disse que, quando o
homem foi à igreja no domingo seguinte, ele andou sem a cadeira de rodas e
sem a ajuda de sua irmã que sempre o havia assistido. Finalmente, durante
aquela reunião entre amigos, pudemos compartilhar muitos testemunhos
semelhantes que nos deixaram simplesmente extasiados.
Esses milagres deveriam ter me feito sentir muito bem, porque eu tinha
sido a pessoa que ministrara em muitas dessas ocasiões e pudera sentir o
poder de Deus em mim. Claro que não existe ninguém chamado pelo Senhor
para o ministério que não deseje ser usado por ele. Qualquer um em
circunstâncias parecidas ficaria feliz, mas eu não me sentia assim.
Comecei a me sentir vazio, ainda mais do que antes de receber a unção do
Espírito, mesmo que o sentimento fosse totalmente diferente.
Comecei a soluçar como uma criança em um momento difícil sem que os
pais estejam por perto para ajudá-la. Chorei com uma sensação de perda,
como alguém em um funeral chora a morte de uma pessoa amada. O que eu
não sabia era que estava chorando pelo meu próprio funeral.
Isso estava acontecendo bem na minha frente, diante de todo mundo,
sentado naquele lugar com multidões de gente que me acompanhavam.
Naturalmente, todos começaram a me olhar. Até mesmo meus amigos
ficaram perplexos com o que estava acontecendo e até hoje não entendem a
amplitude do que aconteceu, porque eu nunca lhes disse tudo o que eu estava
experimentando. Era algo aterrador, um sentimento de morte dentro de mim,
e, bem, era exatamente o que estava acontecendo. Eu fui tomado de um
desejo profundo de morrer para mim mesmo. Eu queria ser um autômato para
Deus, um ser sem nenhum livre-arbítrio, completamente obediente a cada
ordem dele. Eu não queria ter vontade própria.
Certamente não é o que Deus quer de nós; ao contrário, ele deseja que o
sirvamos voluntariamente e vivamos para obedecer a ele. Não interprete mal
minhas palavras, mas a única coisa que eu queria naquele momento era
deixar de viver para mim mesmo. Eu anelava viver totalmente para ele, só
para ele, não para exercer o ministério que eu dirigia, nem por nada nem
ninguém. Eu sempre pedi ao Espírito de Deus: “Não eu, mas tu, Senhor. Não
minha presença, mas a tua”. Nesse momento, o sentimento era tão profundo
que essa oração tão simples expressava o maior desejo da minha vida.
Embora alguns pensem que eu estivesse errado, a única coisa que eu
desejava profundamente no meu coração era viver como um robô, sem
questionar nem duvidar das ordens mais simples de Deus. Eu queria ser um
completo escravo de Jesus e de seu Espírito, embora eu seja seu filho e
herdeiro.
O único pedido dentro de mim era: “Mais de ti e menos de mim, Senhor”.
Eu perguntei ao Espírito Santo o que estava acontecendo comigo e por que eu
me sentia mais vazio do que antes. Naquele momento, ele me trouxe à mente
o texto de Salmos 42.7, que diz: “Abismo chama abismo ao rugir das tuas
cachoeiras; / todas as tuas ondas e vagalhões se abateram sobre mim”. Então,
encontrei a resposta para o que eu estava experimentando. A profundeza
estava chamando a profundeza para que eu pudesse ser posicionado
diretamente abaixo de sua cascata de poder e ser cheio dele.
Na noite em que Sonia e eu mergulhamos durante a visita de sua presença,
aquele desejo por sua unção tinha sido preenchido. Por onze anos, eu tinha
orado, pedindo ao menos uma gota de sua unção para saciar a minha sede.
Quando o poder divino veio sobre mim, esse desejo profundo de sua unção
tinha sido preenchido, chamando-nos para algo mais profundo, que foi o
desejo de ser usado com poder. No momento em que esse segundo vazio foi
preenchido, eu fui imediatamente chamado para um terceiro profundo desejo,
que era ser completamente obediente a Deus a fim de sucumbir à vontade
dele.
Então, compreendi que naquele restaurante eu desejava obedecer a ele em
tudo. Eu anelava ir aonde quer que ele me levasse, não para onde eu quisesse
ir. Eu desejava dizer somente o que ele me mandasse. Estava ávido para
aplicar o mesmo nível de obediência em cada área da minha vida, família e
ministério. Eu repetia vária vezes: “Abismo chama abismo ao rugir das tuas
cachoeiras”.
Quando algo profundo transborda com o Espírito, vá e encontre dentro de
você mesmo outra área profunda que esteja vazia e clame para que ela esteja
debaixo da mesma cachoeira a fim de ser preenchida. Por exemplo, se você
sente um vazio interior na sua vida que foi preenchido pela presença de Deus
e depois de um tempo sente um vazio no íntimo novamente, isso se deve
provavelmente não à mesma área, e sim a outra. Trata-se possivelmente de
uma área profunda que deseja amar a Deus da mesma forma com que ele nos
ama. Quando esse vazio é preenchido, ele clama à área profunda da
“santidade”, para que também seja banhada pelas cachoeiras do Espírito.
Quanto mais você beber dele, sempre haverá outra área profunda a ser
preenchida por ele.

ÁREAS PROFUNDAS
Que área profunda está sendo revelada no seu íntimo neste momento? Vá
ao Deus vivo e apresente-a diante dele, porque ele o encherá. Quando
gastamos tempo na presença de Deus, sedentos por seu amor, ele nos enche e
faz isso a seu modo, não como alguns imaginam que deveria fazê-lo. Muitos
pensam que Deus lhes dará um copo cheio de água, mas se enganam. Ele nos
faz beber exatamente como conduz uma gazela sedenta e ofegante à margem
de um rio para saciar sua sede.
O salmista diz:
“Como a corça anseia por águas correntes,
a minha alma anseia por ti, ó Deus.
A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo.
Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (42.1,2).

Quando está com sede, a corça não busca um vaso de água, mas vai às
correntes de um rio para beber e saciar a sede. A corça aparece na beira da
água exatamente como você e eu devemos nos apresentar diante do Senhor.
Se você está sedento dele e quer beber de sua presença, se deseja beber do
vinho do Espírito Santo, você deveria responder à mesma pergunta que o
salmista faz: “Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?”. Quando
poderei gastar tempo suficiente com ele para satisfazer a minha sede?
Quando?
Não se trata de buscar água para encher um vaso. Você deve ir e submergir
no rio de Deus. A corça aproxima-se das águas correntes e começa a beber e
beber, e logo se dá conta de que todas as cachoeiras e ondas do rio se abatem
contra ela.
Assim é como Deus está com aqueles que genuinamente bebem dele e o
buscam. Ele não lhes dá água para beber em uma xícara ou jarra, nem os
limita à margem do rio. Quando ele o vê beber de sua presença, o toma e o
mergulha completamente. Depois, sem perceber, todas as ondas e cachoeiras
se arrebentam sobre você, a ponto de ver-se imerso nele, bebendo
continuamente.
A sede espiritual é diferente da sede física, pois esta faz parte da nossa
constituição corporal. A sede natural é satisfeita quando se bebe água;
contudo, a sede espiritual aumenta quando bebemos do Senhor. A mesma
comparação pode ser feita com a fome física, que desaparece quando
comemos. Em contraste, a fome espiritual cresce a cada refeição da Palavra
de Deus. >Minha oração é que um dia, depois de tanto comer e beber da
Palavra de Deus, você se torne totalmente dependente de sua presença e de
sua Palavra.
7
Ordens estranhas

a primeira vez em que orei pela cura de uma pessoa, algo estranho e um
N tanto inesperado aconteceu. Sonia e eu ainda namorávamos e, quando eu
a levava para casa certo dia, recebi uma mensagem. Naquela noite haveria
uma vigília de oração na igreja em que eu estaria presente, e alguém da
coordenação estava tentando me encontrar para dizer que a minha presença
era necessária na igreja.
Quando eu cheguei, a pessoa que estava encarregada de pregar me
cumprimentou e disse que estava impossibilitada de fazê-lo e que eu seria o
pregador da noite. Perguntei-lhe um tanto surpreso: “Por quê?”. Ela
respondeu: “Esteja pronto em dez minutos”. Naquele momento pensei na
desculpa perfeita: “Você não poderia ter me avisado 15 dias antes para que eu
me preparasse e pudesse cumprir melhor essa tarefa?”. Se eu tivesse lhe dado
essa resposta, eu apenas estaria defendendo o meu ego. As pessoas, em geral,
fazem isso para evitar riscos. Mas Deus ama usar pessoas que morreram para
seus próprios desejos. Por isso, perguntei ao Senhor o que eu poderia pregar,
e ele respondeu: “Fale sobre cura e fé”.
Eu prontamente obedeci. Depois de pregar sobre fé, um dos líderes da
igreja se aproximou e disse: “Eu tenho uma perna mais comprida que a outra;
você poderia orar por mim para que a perna menor cresça?”. Eu nem sequer
toquei nas pernas do homem e todos os olhos se voltaram para mim para ver
o que aconteceria. Senti uma enorme pressão naquele momento. E se nada
acontecesse? E se, em vez de a perna menor crescer, a maior diminuísse? O
que diriam todos se a perna não crescesse?
Se for honesto com você mesmo, você verá que nesses momentos de
pressão o seu pensamento não será: “O que estas pessoas pensam sobre
Deus?”, mas, sim: “O que todos vão pensar de mim se nada acontecer?”.
Ninguém gosta de passar por esse tipo de pressão, e é por esse motivo que
muitos não ousam ministrar milagres. Naquela noite, eu me armei de fé e
peguei a perna do homem nas mãos, fechei os olhos e disse em voz alta: “Pai,
faze esta perna crescer”.
Quando ouvi os gritos das pessoas ao nosso redor, eu imediatamente abri
os olhos. Naquele exato momento a perna começou a crescer em frente de
todos os que me rodeavam. Foi um milagre visível. Algo glorioso! Em
seguida, todos desejavam que eu orasse por eles, e logo havia uma fila longa
de pessoas esperando para receber um milagre. Vimos muitas curas naquela
noite.
O Espírito Santo é um dom que Deus nos deu, não um prêmio. Claro que
andar no poder e na unção do Espírito Santo depende de nós e da nossa
obediência. Naquela reunião de oração, nós testemunhamos grandes milagres
porque eu obedeci quando me disseram que eu ministraria. Eu não resisti nem
reclamei porque me chamaram apenas alguns minutos antes de começar.
A Palavra de Deus diz em Atos 5.32: “Nós somos testemunhas destas
coisas, bem como o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe
obedecem”. E em Salmos 45.7, lemos:
“Amas a justiça e odeias a iniquidade;
por isso Deus, o teu Deus,
escolheu-te dentre os teus companheiros
ungindo-te com óleo de alegria”.

A presença do Espírito Santo é um presente que


A unção vem sobre nós por
Deus nos dá para que saibamos que ele sempre está meio de nossa obediência a
Deus ao crer nele.
conosco e que nunca nos abandonará. Somente temos
de pedir, e ele nos dará. No entanto, a unção é diferente. É o poder de Deus
que cobre a pessoa e a segue aonde quer que vá. A unção vem sobre nós por
meio de nossa obediência a Deus ao crer nele. É ele que deseja nos ungir e
nos dar poder, mas, para recebê-lo, você deve ser obediente às orientações e
instruções divinas.

DESAMARRAR O JUMENTO
Muitas vezes, Deus nos pede coisas incomuns. Embora nos possam parecer
impossíveis, é sua forma de nos moldar. Podemos ver algo desse tipo em sua
Palavra, por exemplo, no relato de Lucas 19.29-34:
Ao aproximar-se de Betfagé e de Betânia, no monte chamado das Oliveiras, enviou dois dos
seus discípulos, dizendo-lhes: “Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão
um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou.
Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém perguntar: ‘Por que o estão desamarrando?’
digam-lhe: O Senhor precisa dele”. Os que tinham sido enviados foram e encontraram o
animal exatamente como ele lhes tinha dito. Quando estavam desamarrando o jumentinho, os
seus donos lhes perguntaram: “Por que vocês estão desamarrando o jumentinho?” Eles
responderam: “O Senhor precisa dele”.

Imagine, por um momento, essa ordem sendo dada aos discípulos e sua
reação quando eles a ouviram. Seria semelhante ao seu patrão enviá-lo a uma
cidade próxima para pegar um carro novo de um negociante e você
simplesmente dizer: “É para o meu chefe”. Posso imaginar os dois discípulos
conversando um com o outro, pensando em como essa ordem de Jesus era
estranha. Talvez sua conversa tenha sido algo como: “Você acredita no que o
Mestre nos pediu para fazer?”. “Sim”, responderia um deles. “O dono vai
pensar que queremos roubar o jumento e virá atrás de nós. Você não acha que
seria mais fácil se simplesmente pedíssemos umas ofertas e comprássemos
um novo jumento para o Mestre?”. Quando chegaram ao lugar e encontraram
o jumento amarrado, provavelmente disseram: “Quem de nós vai desamarrá-
lo?”. “Eu não!” “Ok, eu faço isso, mas, se alguém perguntar qualquer coisa,
você responde.”
Independentemente de todas as perguntas e dúvidas que pudessem ter tido
sobre aquela instrução tão incomum, eles simplesmente obedeceram à ordem
de Jesus.
Nas ocasiões em que Deus nos pede algo pouco usual ou difícil para a
nossa compreensão, é aí que devemos morrer para o nosso ego e orgulho. É
nessas situações que Deus nos molda para nos ungir.
Nas ocasiões em que Deus Como seres humanos, temos um problema quando
nos pede algo pouco usual
ou difícil para a nossa
conversamos sobre unção; a questão é, em geral,
compreensão, é aí que sobre o instrumento que Deus escolhe para transferir
devemos morrer para o
nosso ego e orgulho. sua unção à pessoa que ele unge, porque muitas
pessoas creem que seja difícil andar em obediência.
Queremos obedecer a Deus, que não vemos, mas é difícil para nós obedecer
às pessoas que vemos. Portanto, Deus nos molda, estabelecendo autoridades
sobre a nossa vida que nos dão ordens e nos corrigem.
Como filho, em tudo o que faz você está sujeito a alguém: aos seus pais em
casa, aos professores na escola, ou ao patrão no trabalho. Deus faz isso,
porque quer nos dar seu poder, mas ele sabe que não há nada mais perigoso
que uma pessoa ungida e desobediente. É por isso que o Senhor nos submete
a autoridades. Ele deseja que você trabalhe em você mesmo e morra para a
própria natureza carnal.
A obediência é o que nos faz morrer para nós mesmos. Criatividade,
desejos e aspirações talvez não nos ajudem nesse processo. A obediência que
demonstramos para com Deus nos ajuda a morrer para a nossa vontade, o
nosso ego e o nosso orgulho. Leva-nos a abraçar as decisões às quais o
Espírito Santo nos conduz.
Ao lhes dar essas instruções tão incomuns, o Senhor Jesus estava formando
seus discípulos para andar sob a unção que ele tinha reservado para eles. Ele
os estava treinando e ensinando a obedecer àquele que podiam contemplar,
para depois obedecer àquele que não podiam ver. Assim que aprendessem a
obedecer, o próprio Jesus lhes daria o Espírito Santo para ser seu guia.
Creio que naquele tempo havia outras pessoas mais preparadas que os
discípulos que Jesus chamou. No entanto, esses foram os que mostraram
maior desejo e vontade de servi-lo e segui-lo. Certamente, havia pessoas com
um caráter mais seguro que o de Pedro. Este era impulsivo, sempre andava
armado e chegou inclusive a cortar a orelha de um soldado. Alguns pastores
nem sequer deixariam um Pedro conduzir o fluxo de pessoas em suas igrejas!
João e Tiago quiseram pôr fogo em Samaria, porque não foram bem
recebidos ali e até mesmo ousaram dar essa sugestão ao Senhor. Apesar de
todos os defeitos desse grupo, ele era obediente; e esse era o diferencial do
ponto de vista de Jesus.
Quando andamos em obediência a ele, seu poder manifesta-se na nossa
vida. Se você quiser andar em unção e desejar o poder de Deus em sua vida,
então deverá ser obediente às ordens e solicitações que o Senhor dará. Você
também deverá obedecer às ordens que receber de autoridades terrenas, como
pais, professores, pastores, chefes, entre outros, sempre que isso não implicar
algum tipo de pecado.

PAGAMENTO DE IMPOSTO
Em Mateus 17.24-27, encontramos um relato sobre o pagamento do
imposto do templo. Alguns cobradores de impostos desafiaram Pedro,
perguntando-lhe se seu mestre pagava o imposto devido ao templo como
qualquer outro cidadão. Além do interesse financeiro desses líderes, eles
queriam encontrar alguma falha da qual pudessem acusar o Senhor.
Quando Pedro voltou para casa, ele não disse nada a Jesus sobre o assunto.
Foi Jesus que tocou no assunto e disse que, para não ofender os demais, ele
pagaria o imposto. Em seguida, diz a Pedro para ir pescar, dando-lhe
instruções bastante específicas: ir ao mar e jogar o anzol, e que o primeiro
peixe que pegasse teria uma moeda de quatro dracmas na boca. Com essa
moeda, Pedro deveria pagar o imposto em nome de ambos.
Pense um momento. Pedro era um pescador profissional que sabia lançar
suas redes ao mar como meio de vida; tinha inclusive trabalhadores sob suas
ordens. Era um homem de negócios, um homem que pescava com redes, não
com uma vara. Eu gostaria de saber como Pedro deve ter se sentido ao ouvir
um carpinteiro dizer a ele como devia pescar. Talvez isso lhe tenha parecido
um pouco ofensivo, razão suficiente para um pescador especialista feito
Pedro ignorar esse tipo de instrução. Isso, porém, não era tudo. Além de dizer
a Pedro para pescar com um anzol, Jesus também lhe disse que o primeiro
peixe que ele pescasse teria uma moeda na boca que seria usada para pagar o
imposto. Que peixe, tendo uma moeda na boca, pode morder um anzol?
Qualquer um que conheça um pouco de pescaria diria que essa ideia era
absurda, mas Pedro nem pensou sobre o assunto; ele simplesmente obedeceu.
Posso imaginar o que pensaram os cobradores de impostos. Talvez
tivessem visto Pedro sair com uma vara de pescar no ombro, em direção ao
mar. “Que cena estranha!”, talvez pensas sem. Pedro sentou-se à beira da
praia e lançou o anzol no mar, sem saber exatamente o que esperar. Talvez
olhasse de um lado para o outro, esperando que ninguém mais o visse e em
seguida visse aqueles cobradores surpresos que não tiravam o olho de cima
dele. Estes foram os mesmos homens que o tinham acusado de não pagar o
imposto e agora o viam com uma vara de pescar na mão. O grande pescador
parecia aqui um amador. Talvez até tivessem zombado dele, insinuando que
se recusava a pagar o imposto e questionando como esperava obter a moeda
com aquela atitude.
Talvez dissessem: “Você deixou as redes para seguir um homem que não
paga seus impostos e agora tudo o que você tem é uma vara de pescar”.
Apesar de toda essa possível humilhação, Pedro não largou a vara de pescar
até que o peixe mordeu o anzol. Ele o puxou para fora da água, curioso para
ver que tipo de peixe teria engolido uma moeda e como a encontraria. Para
surpresa geral, a moeda estava no primeiro peixe apanhado, exatamente como
Jesus lhe havia dito.
Sair para pescar daquele jeito pode ter sido humilhante para ele, mas essa é
a única forma de podermos morrer para nós mesmos. Pedro tinha aprendido
que, quando obedecia, a mão de Deus pairava sobre ele e tudo ia bem. Não
nos esqueçamos de que Jesus também foi humilhado na cruz do Calvário; em
seguida, depois de ressuscitar, ele disse que todo o poder lhe havia sido dado.
A unção repousa de forma mais poderosa sobre aqueles a quem se pediu algo
incomum, de que não gostavam, coisas que os levaram a morrer, e que
mesmo assim não deixaram de cumpri-las. Esses são os que não dão
nenhuma desculpa para se livrar, livrar seu ego ou sua reputação e evitar
fazer algo para o qual foram designados. Pelo contrário, deixam de lado o
orgulho e não se escondem de nenhum tipo de aparência de espiritualidade
que possa impedi-los de andar na unção do Espírito Santo. Por esse motivo, o
Senhor vai adiante deles, a todos os lugares, com poder.

O HOMEM COM UM POTE DE ÁGUA


O terceiro exemplo que quero dar se encontra em Lucas 22.7-13. Havia
chegado o dia da Páscoa judaica, e Jesus celebraria essa ocasião com seus
discípulos. Ele pediu a Pedro e a João que deixassem tudo pronto. E lhes
disse que quando entrassem na cidade encontrariam um homem carregando
um pote de água, ao qual deveriam seguir para ver em que casa ele entraria.
Em seguida, deveriam pedir ao dono da casa o andar superior, ou salão de
hóspedes no andar de cima, onde o Mestre comeria a Páscoa com seus
discípulos. Assim o fizeram e, depois de seguir o homem com o pote de água,
entraram na casa e prepararam o salão para a Páscoa.
Posso imaginar Pedro e João sem entender bem o que Jesus lhes pedia até
que começaram a executar tal tarefa. Naqueles dias, os homens não
carregavam potes de água, pois era um trabalho para mulheres. Isso significa
que eles nunca tinham pensado como seria estranho encontrar um homem
carregando um pote de água; muito menos como seriam considerados dois
homens seguindo outro por toda a cidade até entrarem em uma casa. O
homem com o pote deve ter se sentido vigiado, seguido, e todos na
vizinhança deviam conhecê-lo, mas a surpresa foi que aqui ele estava
sozinho, embora seguido por dois homens. Creio que algumas pessoas podem
ter começado a caçoar deles; outras, talvez, tenham dito certas coisas.
Ambos, porém, não hesitaram em obedecer às instruções do Mestre.
Pense por um momento no tipo de instruções a que os discípulos de Jesus
estavam obedecendo. Imagine como era difícil para aqueles homens ir e
desamarrar um jumento, cujo dono lhes questionasse os motivos de tal
atitude, ou quão ilógico era que Pedro fosse pescar para encontrar uma moeda
na boca do peixe quando havia formas melhores que aquela de pagar
impostos. Já os dois apóstolos que tiveram de perambular pela cidade
seguindo um homem com um pote de água provavelmente se sentiram
desconfortáveis, mas o que o Mestre estava buscando era que morressem para
sua natureza carnal e aprendessem a obedecer.
Depois, o Senhor levou esses dois homens diante do Espírito Santo e disse:
“Esses homens não podem ver-te, mas eu os tenho moldado para seguir cada
ordem minha; embora em sua mentalidade possa parecer ridícula ou absurda,
eles obedecem. Se eles são capazes de desamarrar um jumentinho e trazê-lo a
mim, então serão capazes de fazer qualquer coisa que pedires a eles”.
Imagino que Jesus também foi até Pedro e lhe disse: “Venha aqui; quero
que conheça alguém a quem não pode ver, mas a quem pode obedecer
porque, se você foi capaz de obedecer à minha ordem de pescar e encontrar
uma moeda da boca de um peixe, espere e veja as ordens que ele dará a
você”. Em seguida, deve ter apresentado Pedro ao Espírito Santo, dizendo:
“Ele se dispôs a me obedecer em situações que podem ter parecido incomuns;
portanto, tenho a certeza de que será capaz de obedecer a ti igualmente”.
Ele também deve ter chamado os dois discípulos que seguiram aquele
homem com o pote de água e provavelmente lhes disse: “Sei como foi
incômodo naquele dia, mas eu também sei que ambos já não são aqueles
homens comuns, porque aprenderam a lição”. Em seguida, levou-os até o
Espírito Santo e disse: “Estes dois discípulos são capazes de seguir um
homem com um pote de água. Eu os confio aos teus cuidados, porque sei que
os ungirás”.
Agora pergunto: o Senhor pode tomar a sua mão e dizer: “Você obedece
aos seus pais e os que têm autoridade sobre você” e, depois, apresentá-lo ao
Espírito Santo por ter obedecido em tudo àqueles que é capaz de ver, para,
em seguida, ser capaz de obedecer a ele, que você não vê?

É UMA QUESTÃO DE OBEDIÊNCIA


O discipulado com Jesus é comparável à educação que um pai dá a uma
filha, a qual dará no altar a um noivo, no futuro. Ele a ensina como ser
submissa e obediente a ele, para que um dia a leve a outro. Nesse dia, ele será
capaz de dizer ao noivo: “Eu tenho cuidado dela e a moldado durante anos.
Tenho certeza de que é uma mulher consciente de seu papel e potencial que
honrará você em tudo. Portanto, sei que tudo irá bem com vocês”.
Discipular é moldar alguém para que outra pessoa se encarregue dele. Se
você aprender a obedecer àqueles que pode ver, o Espírito Santo será capaz
de confiar em você com sua unção poderosa. Ele sabe que, se um filho pode
obedecer a seus pais, mesmo quando não compreende suas instruções, ou que
um trabalhador pode se submeter a seu chefe mesmo nos piores momentos,
então será capaz de obedecer a Deus em tudo. Ele nos porá sob autoridade
para que sejamos moldados e nossas atitudes se tornem evidentes. Nesse
processo, o Espírito Santo mantém os olhos em nós para ver que lhe
obedeceremos.
É por isso que, anos mais tarde, o apóstolo Pedro foi usado para levar o
evangelho pela primeira vez aos gentios e, dessa forma, abrir a porta da
salvação àqueles de nós que não somos judeus. O Espírito visitou-o e deu a
ele uma visão na qual viu um grande lençol descer do céu com cada tipo de
animal, alguns puros e outros impuros; depois ouviu uma voz do céu, que
dizia: “Não chame impuro aquilo que Deus purificou”. Naquela mesma hora,
alguns homens, enviados pelo Senhor, visitaram a casa onde ele estava
hospedado para pedir que os acompanhasse até a casa de Cornélio, onde os
gentios estavam esperando que Pedro lhes falasse sobre o Reino de Deus.
Assim como todos os judeus, Pedro não achou correto visitar a casa de
estrangeiros, muito menos de não judeus, mas ele compreendeu a ordem do
Senhor para não considerar impuro ninguém que Deus havia purificado.
Devemos nos acostumar a obedecer mesmo sem entender completamente.
O apóstolo Pedro seguiu as instruções que o Senhor lhe deu e foi com eles.
Embora ir àquele lugar talvez não fosse do agrado de Pedro, ele foi sem
objeção. Pedro pôde ir aos gentios porque já havia sido formado no dia em
que fora pescar e conseguiu a moeda da boca do peixe. Ele era um daqueles
que obedeciam a ordens estranhas, como aqueles que rodearam uma cidade,
seguindo um homem com um pote de água. É por esse motivo que, quando o
Espírito Santo precisava de um homem para levar as boas-novas aos gentios,
ele sabia que podia contar com Pedro. A unção fora derramada sobre eles
pela primeira vez, porque Deus encontrou em Pedro um homem obediente.
Há pessoas que desejam ter a unção, mas não desejam manter um
relacionamento com o Espírito Santo que lhes dá a unção. Falando de modo
geral, há pessoas que prestam mais atenção nos dons que o Espírito Santo
pode lhes dar e os desejam, mas não seguem as instruções do mesmo Espírito
nem se deixam ser guiadas por eles em sua vida diária. Quando cremos em
Deus, obedecemos à sua Palavra. Ninguém pode dizer que crê em Deus se
não obedece à sua Palavra, porque aquilo em que realmente se crê se reflete
na obediência que se demonstra.
Se você não estiver Creio que os milagres do Senhor se manifestam na
disposto a obedecer e a
fazer o que não deseja
minha vida não apenas porque tenho um dom
fazer, nunca verá uma especial, mas também porque obedeci a suas ordens
unção poderosa em sua
vida e ministério. de orar pelos doentes. Orar pelos enfermos é uma
ordem que todos recebemos, não somente os que têm
dons de cura. Ouse impor suas mãos sobre os doentes e creia que os milagres
acontecem. Não tenha medo de enfrentar os que o podem criticar se nada
acontecer naqueles por quem orar. A unção acompanha a obediência. Se você
não estiver disposto a obedecer e a fazer o que não deseja fazer, nunca verá
uma unção poderosa em sua vida e ministério. Talvez você tenha momentos
de unção e tenha momentos preciosos na presença de Deus, mas para ver o
poder de Deus fluir de modo contínuo em sua vida é uma questão de fé e
obediência.
8
Ministrando diante do Senhor

m geral, as pessoas me perguntam quanto tempo dedico à oração. Por trás


E dessa pergunta, há a crença de que a quantidade de tempo em oração é
proporcional à quantidade de unção que se derrama nas reuniões da igreja.
Nunca respondo a essa pergunta, porque não depende do que elas pensam. A
Bíblia não equaciona a eficácia da oração segundo o tempo que se dedica a
ela. Se isso fosse verdade, tudo seria tão simples, porque, então, bastaria
repetir palavras feito um papagaio e as pessoas aumentariam a unção de Deus
sobre elas mesmas.
Quando as pessoas perguntam sobre oração, em geral imaginam que o
poder está mais relacionado com a duração de uma oração do que com o
próprio Deus que responde às orações. O que é importante é orar com fé,
porque todas as coisas são possíveis aos que creem. O apóstolo Tiago nos
ensina que a oração eficaz do justo pode alcançar muita coisa. A palavra
“eficaz” está relacionada a eficiência e significa alcançar objetivos em
determinado período de tempo. Portanto, a sua oração deve ser eficaz a fim
de produzir os frutos e as respostas de que necessita.
Outra pergunta que as pessoas normalmente fazem é sobre o preço que
temos de pagar para obter a unção de Deus. Minha resposta é que o Senhor
Jesus Cristo é aquele que já pagou o preço na cruz do Calvário, derramando
seu sangue por todos nós. Seu sacrifício abriu a porta para que nós
recebêssemos o Espírito Santo. Não há nada que possamos fazer pelos nossos
próprios esforços que pudesse ser maior que o preço pago pelo Senhor Jesus.
Seria arrogante da minha parte dizer que foram os anos de oração ou
sacrifícios que alcançaram o derramamento de sua unção.
Ouço muitos dizerem que uma vida de santidade foi o preço que pagaram,
mas no meu caso tudo o que tive de fazer foi obedecer àquele que chamamos
Senhor. É o que devemos fazer. Outros dizem que viajar e deixar a minha
família por causa da obra do Senhor é parte desse preço, mas os mesmos
sacrifícios fazem os médicos que estão de plantão ou os militares que são
transferidos de uma base a outra. O mesmo é verdade em relação aos que têm
de levantar cedo ou permanecer acordados até tarde da noite por cuidar de um
doente. Assim também fazem os pediatras quando ajudam crianças enfermas.
As pessoas que trabalham em sua função também não ficam exaustas quando
têm de atingir metas? Então, por que os líderes cristãos pensam que somos os
únicos chamados para “pagar o preço”? Nós simplesmente não podemos
estabelecer um preço na unção. Jesus Cristo já pagou todo o preço devido, e é
a fé em sua obra completa que nos permite ver sua glória.
Orar e buscar sua face não é um preço a ser pago, mas algo para se alegrar
e desfrutar. É o maior prazer de todos. Como você pode caracterizar estar na
presença de Deus e adorá-lo como sacrifício? Eu o busco porque o amo, não
porque seja um requisito para obter a unção. Oro e peço coisas porque ele é o
meu Pai e confio naquele que deseja me dar todas as coisas. Eu o busco
persistente e continuamente, mesmo quando estou cansado, porque o amo.

ÚTIL E OBEDIENTE
No livro de Lucas 17.7-10, lemos um grande ensino que o Senhor nos deu
sobre o trabalho e o serviço que devemos aos que têm autoridade sobre nós:
“Qual de vocês que, tendo um servo que esteja arando ou cuidando das ovelhas, lhe dirá,
quando ele chegar do campo: ‘Venha agora e sente-se para comer’? Ao contrário, não dirá:
‘Prepare o meu jantar, apronte-se e sirva-me enquanto como e bebo; depois disso você pode
comer e beber’? Será que ele agradecerá ao servo por ter feito o que lhe foi ordenado? Assim
também vocês, quando tiverem feito tudo o que for ordenado, devem dizer: ‘Somos servos
inúteis; apenas cumprimos o nosso dever’ ”.

Nessa passagem, o Senhor nos apresenta uma nova perspectiva quanto ao


serviço. Desejo mostrar a você três coisas importantes que transformarão a
sua atuação e busca por Deus. A primeira diz respeito à obediência; a
segunda, ao respeito; a última refere-se a revestir-se para ministrar diante do
Senhor.
A obediência no trabalho é um requisito que você deve cumprir. Muitos
preferem fazer “o que acontece naturalmente” ou “o que eles sentem que
devem fazer” em vez de fazerem o que são ordenados a fazer, o que nos
mostra que por trás dessa “criatividade” e “ingenuidade” se esconde uma
resistência à autoridade. Se deseja crescer no seu local de trabalho, faça
prontamente o que pedem a você. Isso não significa que seja errado dar a sua
própria opinião, mas que a sua prioridade deve ser cumprir bem e no tempo
adequado todas as tarefas que vierem a pedir a você. Quando houver
oportunidade, os seus chefes o promoverão por poder confiar em você.
Portanto, a obediência o torna alguém qualificado para receber a bênção.
Não espere sempre receber “obrigado” por aquilo que fizer e não fique
frustrado quando não receber nenhum reconhecimento. Pelo contrário,
sempre seja grato por aquilo que receber para desempenhar, mesmo quando
ninguém agradecer a você pelo que estiver fazendo. Nessa passagem, o servo
se vê como “infiel”, mesmo quando era obediente em tudo. Tudo o que ele
fazia era o que lhe mandavam que fosse feito. Ele não esperava gratidão do
chefe, porque sabia que o servo faz o que lhe é ordenado. Isso parece duro,
mas não foi o Ministério do Trabalho que o escreveu. De acordo com o texto
bíblico, quando fazemos apenas o que nos ordenam somos trabalhadores
“inúteis”. Só começamos a ser fiéis quando fazemos além do que esperam de
nós.
Jesus ensinou obediência a seus discípulos. Ele os preparou para que
fossem obedientes mesmo quando não mais pudessem vê-lo. Dessa forma,
eles aprenderiam a seguir a orientação do Espírito Santo, que tampouco
podiam ver. Devemos ensinar nossos filhos a obedecer, para que assim
possam lembrar dos seus valores e pô-los em prática quando não estivermos
mais com eles.
Lembre-se de que uma pessoa obediente é aquela que é capaz de agir
conforme as instruções que recebe; por sua vez, a pessoa útil é aquela que faz
mais do que lhe é pedido. O servo útil é o que faz mais do que lhe pedem.
Jesus está buscando pessoas que sejam úteis e obedientes.

RESPEITOSO E PRONTO PARA SERVIR


Há muitos anos, era costume honrar os líderes e os mais velhos nas nossas
comunidades. Considerava-se apropriado dar um presente ao professor ou dar
a ele uma maçã. Hoje em dia, qualquer um que fizer isso é considerado
bajulador. Também era comum ver todos os alunos ficarem de pé para
cumprimentar um convidado quando este entrava na sala de aula. Hoje em
dia, eles nem sequer se viram para olhar.
As tarefas diárias do servo na parábola eram lavrar a terra e guiar o
rebanho. Além disso, lhe pediam para fazer outras coisas que não podiam ser
ignoradas. Ele tinha que voltar para casa depois de um dia árduo e atender
seu dono. Hoje poucas pessoas querem fazer mais do que lhes é pedido.
Talvez seja essa falta de compromisso que tenha nos trazido à atual crise
financeira e à presente falta de valores e declínio moral.
Atualmente, é difícil encontrar um assistente que seja atento e detalhista e
que de fato sirva o patrão sem interesses escusos. Eu agradeço a Deus por ter
uma assistente eficiente que me pergunta se pode ir para casa mesmo quando
já terminou seu trabalho. Também posso pedir-lhe que me faça um café
mesmo que essa tarefa não faça parte de seu contrato de trabalho ou de suas
tarefas. Essa é a atitude correta que a pessoa deve ter. >Você deve ser o
trabalhador que passa pela sala do patrão para oferecer a ele um copo de água
ou perguntar se algo mais é necessário. Mostre-se como um servo que não se
restringe ao básico. Cuide do seu chefe e vá além das tarefas conferidas a
você, como se o fizesse para o Senhor.

PREPARE-SE PARA RECEBER UMA BÊNÇÃO


Na parábola, lemos que no fim do dia o dono não pergunta ao servo se ele
está cansado. Ele simplesmente lhe pede que prepare o jantar, que se apresse
e o sirva. Após a refeição é que o servo recebe permissão para comer o que
lhe cabe. Essa é uma grande promessa. Se o servo tivesse se retirado no final
de um dia de trabalho para sua casa com os outros servos, ele teria comido a
refeição dos trabalhadores. Mas, por ter ido à casa do dono, preparado seu
jantar e o servido, ele teve a oportunidade de comer a mesma comida que seu
dono e, o melhor de tudo, esteve em sua companhia à mesa. O servo que
obedece e serve a seu dono recebe melhor comida e maior bênção no final do
dia. Isso implica um esforço extra, porque requer dele algo além de sua
responsabilidade. A chave é estar pronto, porque, ao fazer isso, você está se
sujeitando.
Os que gostam de levantar peso, como os halterofilistas, ou os que fazem
mudança, utilizam um cinto ou cinta que serve de suporte para o abdômen e
protege as vértebras. Isso é exatamente o que devemos fazer. A fim de
executar um grande esforço, devemos nos preparar para o serviço porque
sempre haverá uma recompensa para aqueles que agem desse modo.
A Palavra de Deus e a revelação com as quais Deus me abençoa não se
originam do cuidado com o rebanho, mas, sim, do meu preparo pessoal
quando não tenho mais forças e ao estar diante do Senhor. Eu levanto as
mãos e digo: “Aqui estou, pronto para servir e ministrar a ti. Diga-me o que
mais o Senhor deseja”.
No fim do dia, apresente-se diante do Senhor, sirva-lhe o jantar e pergunte-
lhe tudo o que pode fazer por ele. Tenha a certeza de que a resposta dele será:
“Fique aqui, coma comigo e conversaremos”.
Sempre ofereça a melhor comida diante do Senhor porque você com
certeza partilhará da mesma comida. Dê a ele a melhor adoração porque ele o
honrará da mesma maneira. Separe um tempo especial para adorar o Senhor e
ministrar a ele como nunca fez. Prontifique-se e atenda aos desejos do seu
Mestre.
Não seja um servo inútil. Se estiver cansado, encontre um cinto ao qual se
agarrar. Busque força onde for possível e sempre dê mais do que pedirem a
você. Cuide daquele que dá ordens a você, sem se importar com o que os
outros digam ou pensem. Ser um bom filho de Deus exige que você seja um
trabalhador diligente e excepcional. Não importa qual seja o seu trabalho.
Mostre sempre compromisso e seja útil. E, o mais importante: disponha-se ao
Senhor; nunca se retire para dormir antes de servir-lhe e compartilhar um
tempo de sua companhia.

O PERIGO DAS PREOCUPAÇÕES PESSOAIS


Todos nós conhecemos a história de Marta e Maria, duas irmãs que
convidaram Jesus para jantar em sua casa. Enquanto Marta estava preocupada
com suas tarefas domésticas, Maria estava sentada aos pés do Mestre,
ouvindo-o. Marta estava aborrecida com ela por não ajudar em nada, por isso
pediu a Jesus que advertisse Maria, mas ele responde que havia uma única
coisa necessária e que Maria tinha escolhido a melhor parte.
Marta estava bastante preocupada no sentido de que tudo estivesse em
ordem para seu convidado. Ela era produtiva, mas não deu tempo a si mesma
para escutar o Senhor. Não há nada de errado em oferecer um banquete e
gastar tempo para se assegurar de que tudo seja feito com excelência, mas
isso não deve ser executado com uma atitude errônea. Deus não quer que
sejamos preguiçosos nem negligentes, tampouco deseja que estejamos
ultrapreocupados com nossa rotina diária. Ele sabe muito bem que o estresse
físico pode fazer mal ao nosso corpo, restringir o nosso relacionamento com
os membros da família e, acima de tudo, afetar a intimidade do
relacionamento que ele deseja ter com cada um de nós.
Em geral, leva tempo aprender que o mais importante do mundo é o seu
tempo a sós com Deus. Maria descobriu isso, e Jesus não a privaria desse
presente. Preocupações excessivas sobre a vida e o engano das riquezas
conspiram para nos separar da sua presença. Há aqueles que perderam a
intimidade familiar por correr atrás de um melhor salário, uma casa maior ou
um trabalho melhor. Eles se preocupam tanto com diferentes coisas que não
têm tido tempo para descobrir o que realmente tem valor na vida. Não
entenderam que o homem não vive somente de pão, mas de toda palavra que
sai da boca de Deus.
Gaste tempo ouvindo Deus. Se desejar ouvi-lo, deve livrar-se de tudo que
o sufoca. Deixe de lado as preocupações e a ansiedade da mente; caso
contrário, não será capaz de ouvir a promessa de Deus para a sua vida. Você
deve cuidar daquele a quem serve. Não é suficiente trabalhar o dia todo para
o Senhor. Você também deve gastar tempo com aquele que o criou, que
concedeu vida a você e que o ama de paixão.
Necessitamos servir o Senhor, mas também precisamos de tempo para
ouvir sua voz. Isso evitará que o nosso coração se encha de preocupações a
ponto de reclamar com Jesus, como fez Marta. Não podemos permitir que as
nossas atividades para Jesus sejam um substituto para o nosso relacionamento
com ele.

EM QUIETUDE E DESCANSO
A Bíblia nos ensina em Marcos 6.31 que o Senhor Jesus levou os
discípulos ao deserto porque havia tanta gente recebendo ministração que já
não tinham tempo para comer. Por que ele os levou a um lugar solitário?
Porque desejava que os discípulos descansassem. Da mesma forma, devemos
descansar todos os dias. Quando fazemos pequenas pausas, diminuímos
nosso nível de estresse e não precisamos tanto de longas e caras férias para
compensar. A vontade de Deus é que trabalhemos e também que
descansemos, a fim de que encontremos nosso lugar secreto para meditar em
Deus. Você não deve ter medo da solitude, porque pode ser de fato muito
produtiva.
Quando o Senhor queria libertar seu povo da escravidão do Egito, ele deu
instruções específicas a Moisés, que devia transmiti-las aos hebreus. No
entanto, lemos em Êxodo 6.9: “Moisés declarou isso aos israelitas, mas eles
não lhe deram ouvidos, por causa da angústia e da cruel escravidão que
sofriam”. Quando o povo estava bastante desencorajado por causa do serviço
escravo, parou de ouvir as grandes promessas que Deus tinha para ele. A
mesma coisa acontece conosco quando estamos correndo de um lado para o
outro, porque Deus é o Deus do descanso e da meditação.
Quanto tempo faz que você teve contato com a Quando o povo estava
bastante desencorajado por
natureza? Da casa para o trabalho, do trabalho para causa do serviço escravo,
casa, da casa para a TV, da TV para a internet, da parou de ouvir as grandes
promessas que Deus tinha
internet para o celular. Os erros que cometo em geral para ele.
se devem à falta de paciência provocada por uma
ansiedade descontrolada. Devemos tomar cuidado com as orações
impacientes! Devemos deixar de lado todas as coisas que provocam estresse e
tensão para que possamos conhecer Deus. Quando nossa cabeça está cheia de
preocupações da vida, acabamos não conseguindo escutar Deus, porque nossa
mente está perturbada. Libere a mente para poder focar toda a atenção nas
promessas de Deus.
Não podemos de fato conhecer Deus no meio do tumulto que nos rodeia
nos tempos modernos. Ele pode se manifestar em público, mas também gosta
de se tornar conhecido face a face, em solitude. “Parem de lutar! Saibam que
eu sou Deus!”, diz Salmos 46.10. A expressão “parar de lutar” significa
relaxar. Trata-se de um conselho precioso que nos ajudará a melhorar nossa
intimidade com Deus.

ORAÇÃO EFICAZ
Aprender a orar de modo eficaz é um processo. O processo de orar é
exclusivo de cada pessoa, assim como um pai que educa seus filhos. Deus é
nosso Pai e deseja nos ensinar os fundamentos de um bom relacionamento
com ele. Não devemos criar uma doutrina a respeito da forma de orar que
cada pessoa usa para se aproximar do Senhor na intimidade. A oração é tão
pessoal que só nos resta contar nossa experiência. Cada um sabe quando e
como é mais conveniente buscar intimidade com o Senhor.
Se você está aprendendo a orar, é bom estabelecer uma programação que
possa ser seguida a fim de criar o hábito e moldar uma disciplina na sua vida
— algo que você não tinha antes de se converter ao Senhor. Digo isso porque
eu era muito disciplinado comigo mesmo em orar das 6 às 8 da manhã.
Durante esse tempo, eu percebia que na segunda hora de oração eu repetia
muito do que já havia orado na primeira hora. Portanto, reduzi o tempo, pois
entendi que a quantidade não determina a qualidade da oração. Foi necessário
que eu passasse pelo estágio da maturidade, porque todo o tempo investido
em oração me ajudou a edificar a fé. Nós pensamos que precisamos repetir e
repetir as coisas, não porque pensamos que Deus não nos ouve, mas porque,
ao fazer isso, estamos edificando a nossa própria fé. Jesus disse que não
devemos orar com vãs repetições, mas nem todas as repetições são vãs. Por
exemplo, a prática e a repetição nos ajudam a alcançar a perfeição e a
confiança na escrita caligráfica. Uma vez que aprendamos a escrever, já não
fazem falta exercícios constantes de boa letra, porque teremos desenvolvido
uma caligrafia.
Depois de anos sendo disciplinado e responsável no meu tempo de oração,
chegou a hora de Deus me ensinar a confiar mais nele. Quando começamos
as cruzadas de cura Noites de Glória, o meu horário de oração mudou e
abandonei a disciplina de orar às 6 da manhã. Como a maioria das reuniões
terminava depois da meia-noite, era muito difícil levantar cedo no dia
seguinte para orar. Então, enfrentei um grande conflito interno. Fiz todo o
possível para manter essa programação, e foi cada vez mais difícil. Cheguei,
inclusive, a repreender Satanás porque pensei que ele estivesse interferindo.
Mas a unção não diminuiu; pelo contrário, as manifestações de Deus na
minha vida eram cada vez mais evidentes. Eu me senti inseguro em ministrar
sem orar como antes, mas ainda assim havia mais milagres e ouvíamos mais
testemunhos. Foi quando Deus me disse que estava lidando com a minha fé.
Ele desejava que eu tivesse confiança e certeza de que o que estava fazendo
era o necessário. Aparentemente, eu estava confiando mais na quantidade de
oração do que na minha comunicação contínua com ele durante o dia.
Em certa ocasião, meus filhos pequenos me pediram para brincar com eles
justamente quando estava me preparando para orar. Eu não podia deixar de
atendê-los, mas também não queria negar o Senhor e precisava de tempo a
sós com ele. Nesse momento, ouvi-o dizer: “Você acha que vou deixar de o
ungir por brincar com os seus filhos e cumprir a sua responsabilidade como
pai?”. Então, decidi permanecer com eles e pulei e brinquei, embora por
dentro continuasse preocupado. Naquela noite, senti uma grande paz quando
estava prestes a ministrar. De repente, vi que, enquanto eu caminhava em
direção à plataforma, as pessoas começavam a cair, tocadas pelo Espírito
Santo. Alguém pode dizer: “Esse homem deve ter orado muito”, quando na
verdade eu tinha acabado de pular com meus filhos na cama. A única coisa
que eu podia fazer era confiar na voz de Deus, que me dizia: “Eu estarei lá.
Eu sou aquele que faz a obra”.
O Senhor me ensinou a confiar nele, mas não a ponto de eu ser
irresponsável com o meu tempo de oração. O que importa é entender que há
coisas que se aprendem orando e outras que se aprendem simplesmente
confiando nele. Ambas são importantes.
O relato sobre Moisés tentando orar diante do mar Vermelho resume a
minha vida. Deus lhe disse: “Agora não é momento de orar; simplesmente
estenda o seu cajado”. Isso significa que o momento não era de orar, mas de
agir. Pessoalmente, é muito difícil entender que há momentos quando não
devemos orar, porque o Senhor está pronto para fazer sua obra. Foi duro
aplicar essa verdade na minha vida, porque tudo o que eu havia alcançado até
aquele momento era fruto de onze anos de intensa oração. Era complicado
entender que eu tinha passado para outro nível. Cheguei a me sentir culpado e
condenei a mim mesmo por não orar tanto como antes. Enfrentei um
problema de consciência até que aprendi a confiar sem perder o zelo pelo
tempo de oração.
Agora estou convencido de que Deus não me deixará se eu não tiver o meu
tempo de oração como planejei. Mesmo assim, é importante lembrar que a
segurança não é justificativa para a negligência. Continue a orar, para que ao
pensar que está muito autoconfiante não seja como o campeão que subestima
o adversário e é derrotado.
A qualidade da oração é reconhecida pelos resultados que produz. Um
homem que se comunica com Deus é identificado pelo ambiente de bem-estar
que o circunda. Há os que fazem da oração um fim em si mesma em vez de
um meio para alcançar um objetivo. Pensam que a dedicação à oração os
tornará santos independentemente do que oram. Lembremo-nos de que na
Bíblia a oração sempre serviu para acompanhar algo. Elias orou para que não
chovesse por três anos e meio. No início da sua vida de oração, talvez você
peça 20 vezes por algo pequeno. Mas, ao crescer na fé, você orará apenas
uma vez por algo 20 vezes maior.
Aprendemos a orar orando. Nada sobre oração Aprenda a trabalhar com
você mesmo, gaste tempo
pode ser ensinado a alguém que não ora. Aprenda a com o Senhor,
trabalhar com você mesmo, gaste tempo com o contemplando-o, não
apenas fazendo-lhe
Senhor, contemplando-o, não apenas fazendo-lhe pedidos.
pedidos. Ao buscá-lo e conhecê-lo em profundidade,
as suas orações se tornarão mais eficazes. É muito parecido com quando os
nossos filhos ganharam espaço para nos pedirem algo porque nos conhecem e
sabem a hora certa de pedir. A chave é encontrar o tempo adequado. Ao pedir
algo na hora certa, você o obterá mais facilmente. A comunicação com Deus
é um círculo virtuoso: “Quanto mais tempo você dedica à oração, mais o
conhece; quanto mais o conhece, melhor a sua oração”.
9
O natural e o espiritual

Espírito Santo é um mestre por excelência. Ele tem um método único de


O ensinar cada aluno, como se estivesse dando aulas particulares e
personalizadas. Dá aulas conforme as necessidades de cada pessoa, de acordo
com as características de cada um. Por esse motivo, creio que ele me ensinou
uma forma única que talvez não use com outras pessoas.
Uma de suas lições rompeu uma das maiores barreiras na minha
caminhada cristã. Isso aconteceu quando ele me ensinou na passagem de
1Coríntios 2.9-12 que o Espírito Santo é quem nos revela não apenas as
coisas de Deus e as profundidades de seu coração, mas também as coisas que
o Pai gratuitamente nos deu. Ele sabe o que Deus deseja nos dar e nos
sussurra ao ouvido para que o peçamos em oração, sabendo que, quando
assim o fazemos, sua resposta será “sim”. É como uma criança que, ao ouvir
que os pais darão uma bicicleta ao irmão, corre e diz a este para que a peça.
Com esse ensino, decidi voltar-me ao Espírito Santo em oração e pedir a
ele que me mostrasse o que eu deveria pedir, crendo que ele me revelaria o
que o Pai desejava. Sua resposta me deixaria completamente surpreso. Até
aquele dia eu tinha tido muita dificuldade em pedir-lhe bens materiais e
acreditar que o Senhor desejava me dar coisas assim. Mas ele mudou a minha
perspectiva em três noites. Na primeira noite, quando sua presença encheu o
meu quarto e lhe pedi o que desejava, ouvi sua doce voz dizer: “Peça uma
casa. Ele quer dar uma a você”.
Não é necessário dizer que foi um desafio para mim pedir uma casa, mas
obedeci. No início, fiquei surpreso de que o Espírito me influenciasse a pedir
uma casa, porque se tratava de algo material que talvez não fosse tão
importante a ponto de gastar tempo com isso em oração. Mas o Espírito
Santo insistiu e me disse que o Pai já a havia concedido a mim; tudo o que eu
tinha de fazer era pedir. Assim que orei pelo assunto, todo o meu corpo foi
cheio da presença do Senhor. Senti como se o meu corpo estivesse crescendo
em volume em razão do forte poder do Senhor sobre mim. De fato, anos
depois, a minha esposa e eu pudemos comprar uma casa, exatamente como
queríamos, sem dívidas e em paz.
Motivado, voltei no dia seguinte ao meu quarto de oração, e o Espírito
falou comigo novamente. Nesse momento, ele me levou a outro nível. Ele me
falou que pedisse um auditório cheio de jovens, porque Deus desejava nos
dar um. Na época, eu era um pastor jovem no primeiro pastorado. Levantei as
mãos e, enquanto pedia, tinha a visão de um auditório repleto de gente. A
mesma presença que veio sobre mim naquela primeira noite estava no meu
quarto. Esse grupo de jovens que pastoreei tornou-se o maior do meu país.
Na terceira noite, voltei sabendo que ele me levaria a um nível superior.
Nessa ocasião, o Espírito me disse: “Agora peça mais de mim, porque o Pai
quer ungir você”. Pude sentir a glória de Deus enchendo todo o quarto e sua
presença poderosa repousando sobre mim. Sua unção veio sobre a minha
vida.
De muitas maneiras, pedir algo a Deus é semelhante a comprar algo on-
line. Você pede hoje, paga no momento da compra, aquilo se torna uma
propriedade sua, mas leva algum tempo até que o distribuidor o envie. Peça a
Deus hoje. Acredite que ele garante conceder o que você pediu e tenha fé de
que ele finalmente o trará.
Assim é como Deus me levou a pedir do material Peça a Deus hoje. Acredite
que ele garante conceder o
para o espiritual. Mas, mesmo enquanto aprendia que você pediu e tenha fé
essa lição, eu ainda era inconsciente de todos os de que ele finalmente o
trará.
planos que Deus tinha reservado na minha vida e no
meu ministério.
Anos mais tarde, depois de passar pelo processo de ver esses três pedidos
respondidos, entendi que o Senhor é tão completo que provê tudo o que é
necessário para abençoar as pessoas. As Noites de Glória são um exemplo
claro de como esses três aspectos trabalham juntos. O Espírito Santo, em sua
misericórdia, me deu o belo dom da cura, por isso podemos ver doentes
sendo curados. Ele me deu o dom da fé para crer que as pessoas virão e que
ele dará os recursos necessários para cobrir todas as despesas envolvidas para
abençoá-las. Você poderia imaginar que alguém tivesse todos os recursos
materiais e ainda assim não ter o dom do Espírito Santo que as abençoasse?
Ou então que fosse possível ter o dom do Senhor para ministrar cura às
pessoas e ainda assim não ter os recursos necessários para ir até onde elas se
encontram? É por isso que se faz necessário crer que Deus nos dará todas as
coisas.
Quando o Espírito Santo me motivou a pedir coisas materiais, ministeriais
e espirituais, ele sabia que o resultado final seriam as instruções que estava
me dando. O Senhor não nos usará sem antes nos treinar; e não fará isso se
não estivermos abertos a romper o nosso status quo por sua Palavra e seu
ensino.
Agora tenho a fé para edificar uma igreja maior, algo que vi há mais de
vinte anos. Também tenho a determinação de vê-la dominada pela unção de
Deus, que abençoará todos os que entrarem. Devemos ter uma fé holística e
equilibrada para cumprir esses alvos porque a fé parcial não é suficiente para
que alcancemos o objetivo mais amplo.
Se você crê que a unção está sobre você, então deve compreender que isso
quer dizer abençoar outros. Quanto mais pessoas você quiser abençoar, mais
recursos precisará ter. Portanto, deve ter fé tanto para coisas materiais quanto
para as espirituais. Deus é especialista em ambas.

UM DESAFIO DE FÉ
Na nossa vida material e espiritual devemos sempre acreditar e buscar o
melhor. Sempre aprendi que fé para obter o material complementa a fé no
espiritual. Tudo o que você vê agora no nosso ministério, da igreja crescente
às Noites de Glória, tem sido um resultado direto por crer nele.
Não há nada de errado em ter fé para prosperar. Isso significa crer que
Deus o fará prosperar em tudo no que dedicar o seu tempo e esforço. Não se
esqueça de que uma das promessas que Deus fez a Josué foi que, se fosse
diligente e corajoso, prosperaria em tudo que se propusesse. Desse modo,
sempre que embarco em um novo empreendimento, creio que Deus o fará
prosperar. Outro exemplo disso foi José, filho de Jacó. Até mesmo o faraó
entendeu que Deus estava com ele, e tudo o que fez prosperou.
Crer em Deus em relação à prosperidade é como ir à academia da fé e
exercitar os músculos da confiança. Ele concederá a vitória a você no dia da
verdadeira batalha. É por isso que há situações que desafiam a nossa fé todos
os dias, porque o Senhor deseja que continue se exercitando e vencendo a
batalha. Assim como um avião voa por causa da conhecida força de
sustentação, a fé se mantém viva pelos desafios que em geral surgem na
nossa vida. Você não será capaz de voar sem uma suspensão ou força de
sustentação, nem será capaz de viver se não tiver travado a batalha da fé.
Não podemos falar em vencer se não corrermos o risco de perder. Não
podemos falar de vencer nada, a menos que decidamos enfrentar as
adversidades. Embora alguns queiram crer que a fé não deve ser usada para
trazer prosperidade, eu continuarei a fazer isso. Enfrentarei dia a dia os
desafios que Deus puser no meu caminho, acreditando que ele me dará todas
as coisas em Cristo. Assim como acredito que ele pode me usar para curar
milhares de pessoas, também preciso crer que terei os recursos necessários
para alcançar cada vez mais pessoas.

ELE NÃO POUPOU SEU PRÓPRIO FILHO


Em Romanos 8.32, Paulo faz a seguinte pergunta: “Aquele que não poupou
seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará com ele,
e de graça, todas as coisas?”. Se Deus já nos deu seu Filho, certamente ele
nos dará tudo o de que precisarmos ou solicitarmos.
Permita-me repetir a pergunta que fez Paulo: se o Pai já deu a você seu
Filho amado, e o deu a ponto de levá-lo a uma morte humilhante na cruz do
Calvário, você não acredita que ele deseja dar a você todos os bens materiais
de que também precisa? Você acredita que as coisas materiais que solicita são
mais importantes ou custosas para o Pai do que seu próprio Filho? Se ele já
deu a você a vida de Cristo que é muito mais valiosa, não negará o que é
material a você. Ao receber Jesus no seu coração, você também deve crer que
receberá as bênçãos que acompanham a salvação nele.
Se você fosse me dar o seu filho voluntariamente, e um pouco depois eu
pedisse que me desse comida para sustentá-lo, o que você faria? Você não
daria isso a mim se já me tivesse confiado seu filho? Que pai daria seu filho
para ser ferido e crucificado e logo depois recusasse dar a você qualquer
coisa?
O Senhor deseja que você exercite a sua fé cada dia e creia que tudo de que
precisa e deseja será dado a você. Se você não crer em Deus para receber
coisas materiais, quem você pensa que fará isso? O Deus que nos deu seu
precioso Filho também deseja nos dar qualquer outra coisa.
O Senhor deseja que você Cristo foi oferecido por sua causa. Quando você
exercite a sua fé cada dia e
creia que tudo de que
tem um problema financeiro, pode dizer ao Senhor:
“Eu dormirei em paz, porque se tu já me deste teu
precisa e deseja será dado
a você.
Filho, não sentirei falta de nada”. Sempre que
precisar de algo, volte-se para a cruz e diga a Deus: “Se o Senhor foi tão
longe a ponto de me dar o teu Filho, então sei que me dará tudo de que eu
preciso, Pai!”. Deposite a sua fé em Cristo, que morreu na cruz, e você obterá
tudo o que o Pai conquistou na cruz.
Se Deus pôs no seu coração Jesus, cujo valor é inestimável, ele também
dará a você tudo que pode ser estimado. Somente Jesus foi exaltado ao mais
alto lugar. Se o Pai nos deu aquele que é a excelência do Universo, não nos
dará também todas as outras coisas?
Quando a Bíblia declara que Deus não negou seu próprio Filho e que não
nos negará nada, nesse contexto as Escrituras referem-se às coisas de que
precisamos para tornar conhecidas no mundo as boas-novas de que Deus deu
seu Filho para a nossa salvação. Portanto, todos que desejamos levar a
mensagem do Senhor Jesus ao mundo inteiro também devemos crer que ele
nos dará todo o necessário para alcançar esse objetivo.
Esse ensino sobre prosperidade é mais espiritual do que muitos de nós
creem, e só o aceita quem é maduro na fé. Se o Senhor deu a você um corpo,
por que não daria os meios de sustentá-lo e vesti-lo? O corpo que ele nos deu
é muito mais valioso que qualquer outra vestimenta que podemos usar. Pense
sobre isto: Quanto vale a pele que cobre o nosso corpo ou quanto vale um dos
nossos órgãos? Se você tivesse que pagar para restaurar qualquer parte do seu
corpo, isso custaria uma fortuna. O valor é inestimável! Se ele já deu a você a
pele, não dará também a roupa com que vesti-la? Se ele já deu o que é mais
valioso, seria ilógico pensar que ele não dará o que você precisa para cuidar
de você mesmo. Sim, Deus deseja fazer você prosperar.

PEÇA E ELE DARÁ


Se o Senhor nos ensinou a pedir a ele, então por que há pessoas que dizem
que é errado pedir? Ele veio para nos ensinar a verdade que nos liberta, e um
de seus ensinos foi sobre pedir. Pedir livremente é a atitude natural de um
filho que confia. Eu peço a Deus com a mesma persistência que tinha quando
criança sempre que pedia algo à minha mãe. Eu faria o que fosse necessário
para fazê-la me dar o que lhe pedia! Eu me lançava nos braços dela quando
estava dormindo ou abria suas pálpebras. Em seguida, deixava o meu rosto o
mais perto do dela e dizia: “Mãe, a minha bicicleta! Quando vamos comprar a
minha bicicleta?”.
Você acredita que Deus não goste que seus filhos lhe peçam coisas? Como
pai, eu fico feliz quando os meus filhos me pedem algo, porque isso significa
que confiam em mim. Seria terrível para eles pedir a outros, não a seu pai.
Quando os meus filhos chegavam com coisas que não lhes pertencia, eu
sempre dizia: “Devolva isso imediatamente; é para isso que você tem seu pai
aqui”. Deus também não gosta que você confie em outra pessoa para ir bem.
Então, por que você não quer pedir a Deus tudo o de que precisa para viver?
E como pode pedir que a unção gloriosa de Deus esteja com você se nem
sequer é capaz de pedir a ele coisas comuns da vida diária? Jesus nos ensinou
a pedir porque ele sabe que o Pai deseja nos abençoar.
Peça com confiança. Jesus ensinou que, se pedirmos, nos será dado; se
buscarmos, encontraremos; e, se batermos, a porta se abrirá. Veja o que diz o
evangelho de Lucas:
“Qual pai, do meio de vocês, se o filho pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra?
Ou, se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas
coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o
pedir! ” (Lucas 11.11-13).

Há três coisas que podemos aprender com essa passagem. A primeira é que
o Senhor deseja dar a você o Espírito Santo. Se nós, seres humanos, sendo
maus, não recebemos pedras nem serpentes, como podemos pensar que Deus
não nos dará seu Espírito quando o pedirmos? Se você pedir a Deus sua
presença ou a plenitude do Espírito Santo, ele o dará a você. Se lhe pedir
unção, ele ungirá você. Peça-o. Não espere mais, mas ore, crendo. Peça a ele
para derramar de seu Espírito em abundância, e ele assim fará!
A segunda lição é que ele o motiva a ser um pai que dá boas coisas à sua
família. Esse é o motivo pelo qual a plenitude do Espírito Santo não é para a
avareza ou para a ganância, mas para aqueles que sabem como dar. Há
muitos homens que desejam ser servos de Deus ungidos e ainda não sabem
como dar um abraço ou um beijo na esposa, muito menos um presente de
aniversário. Quem anda de mãos dadas com o Espírito Santo sabe como
imitar o Pai de forma positiva. Por que Deus não daria o Espírito Santo se ele
visse que você dá o melhor para a sua mulher e seus filhos? O Senhor deseja
encher com sua glória divina os pais que desejam levantar a própria família.
Querido pai, o Senhor deseja que você seja um dos que peçam coisas boas
para sua casa. Não se esqueça de que, ao mesmo tempo que você é um pai
responsável que provê às necessidades da casa, também é filho; e, como tal,
Deus espera que você vá até ele para pedir o que precisar.
A terceira e última coisa é que a Palavra compara a Não se esqueça de que, ao
mesmo tempo que você é
plenitude do Espírito à nossa comida diária. Ela nos um pai responsável que
fala em uma dieta balanceada composta de peixe, provê às necessidades da
casa, também é filho; e,
ovos e pão. Essa comparação não é por acaso. como tal, Deus espera que
Quando perguntei a Deus sobre isso, ele me mostrou você vá até ele que
para pedir o
precisar.
seu desejo de nos fazer entender que o Espírito é
mais indispensável do que a comida. Se na média comemos três refeições por
dia, deveríamos buscar sua presença com a mesma frequência. O que o
Senhor está dizendo é que precisamos tanto de comida como do Espírito
Santo e que devemos buscá-lo com a mesma energia com que trabalhamos
para ganhar o sustento diário.
Há pessoas que creem que o Espírito Santo não faz parte da vida diária.
Quando você volta para casa depois de trabalhar e pergunta o que há para
jantar, em geral a esposa, ou a pessoa que fez o jantar, não diz que não tem
nada porque você já comeu algo no dia anterior. Com respeito ao Espírito
Santo, há aqueles que dizem: “Eu fiquei cheio do Espírito Santo em um retiro
ou congresso”. Todos os dias escolhemos o que vamos comer, mas, quanto ao
Espírito Santo, nós o relegamos a determinadas ocasiões sem perceber que
precisamos beber dele todo o tempo.
Assim como não podemos viver sem comer, não deveríamos viver sem o
Espírito Santo. O corpo se torna fraco sem comida e o espírito morre de
inanição sem sua presença. Deus nos deu vida para que pudéssemos viver
abundantemente, sendo cheios de seu Espírito. Sempre que você for à igreja,
deve dizer: “Hoje eu quero ser cheio, Senhor”.
O ESPÍRITO SANTO E AS BOAS COISAS
Leiamos no evangelho de Mateus agora a mesma passagem de Lucas sobre
pedir. Observe que o Espírito Santo inspirou uma palavra diferente no final
desta passagem: “Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos
seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas
aos que lhe pedirem!” (7.11).
Lemos em Lucas que o Pai quer dar o Espírito Santo àqueles que lhe
pedirem, mas agora vemos que Mateus diz que Deus quer nos dar coisas
boas. Ao inspirar as Escrituras, o Senhor faz questão de dizer em Mateus e
em Lucas que o Pai é capaz de nos dar o Espírito Santo tanto quanto as boas
coisas se lhe pedirmos. É muito importante para ele que seus filhos creiam
que podem pedir a Deus sua presença e plenitude, assim como podem pedir-
lhe coisas boas. Ambas vêm do Pai celestial.
A expressão “coisas boas” no grego significa “algo bom, benéfico, útil,
saudável e agradável”. Também quer dizer “agradável, que produz alegria,
excelente, distinguível, honrável e de boa qualidade”. Isso significa dizer que
o Senhor dá coisas que sejam úteis e agradáveis. Por isso, ele diz que não nos
dará um escorpião ou uma pedra. Deus nos dá algo para o nosso bem-estar,
mas isso não necessariamente significa que ele concederá algo para prazeres
pecaminosos. Por exemplo, você não pode pedir internet para ver
pornografia. Você nunca dá a seus filhos algo que lhes causará danos. O Pai
não apenas provê, como também educa. Há filhos que não se comportam bem
e ainda assim querem tudo. Da mesma forma, há pessoas que se comportam
mal e querem coisas boas. Isso é impossível.
Para receber coisas boas, é preciso ter fé. Eu devo Você precisa de fé para
pedir que a glória de Deus
crer para ter o Espírito e tudo o de que necessito. Não esteja com você, da mesma
posso dizer que tenho fé para que o Espírito Santo maneira que precisa de fé
para pedir por sustento
me unja e, em seguida, não pedir pelas coisas que diário.
necessito para viver, tais como comida, casa e
condições para pagar as contas. Você precisa de fé para pedir que a glória de
Deus esteja com você, da mesma maneira que precisa de fé para pedir por
sustento diário. A fé para ver milagres é a mesma fé que usamos para pagar
as cruzadas de cura, o transporte de equipamento, o sistema de som e as
luzes. Deus está interessado em questões espirituais tanto quanto nas nossas
necessidades materiais. Nós precisamos de fé para receber ambas. Aprenda a
pedir e a receber tudo o que ele tem para nos dar.
10
Seu lugar de habitação

erta noite, enquanto orava no meu quarto, preparando-me para uma


C cruzada de cura, o Senhor me deu uma palavra. Ele me disse que as
pessoas viriam às Noites de Glória buscando milagres e que ele os daria, mas
que, no dia seguinte, seus maus hábitos as deixariam doentes novamente.
Esse foi o dia em que Deus abriu completamente meu entendimento para que
eu não esperasse cura divina sem me preocupar com a saúde do meu corpo
como um todo. Não posso crer em milagres sobrenaturais sem ter
responsabilidade com o meu próprio físico.
Nessa noite, o Senhor me fez uma promessa. Ele me disse que aumentaria
a unção sobre as pessoas que respeitassem seu próprio corpo e que lhe
dessem a importância que merece. É como ter a sua própria casa, mas pagar
para outra pessoa cuidar dela. Ninguém gosta de viver num lugar sujo e
desorganizado, cheio de teias de aranhas, mofo e umidade. É por isso que
devemos cuidar do corpo, para poder oferecer ao Espírito um lugar para
habitar que seja digno de sua presença. Quando cuidamos do nosso corpo,
estamos dizendo que valorizamos o Espírito e que conscientemente estamos
nos preparando para sua renovação.
O Senhor me revelou que ele unge corpos, não espíritos. Ele unge mente,
não alma. Quando Jesus disse: “O Espírito do Senhor está sobre mim”, o
Espírito era como um óleo sobre a pessoa. A unção perpassa o corpo, da
cabeça aos pés, e é ministrada pela imposição de mãos. A Bíblia fala a esse
respeito: “É como óleo precioso derramado sobre a cabeça, que desce pela
barba, a barba de Arão, até a gola das suas vestes” (Salmos 133.2).
Há quem acredite que o corpo é algo material, passageiro, de pouca
importância no mundo espiritual, mas, se isso fosse verdade, por que então
haverá um novo corpo na ressurreição? Porque vamos precisar de um na
eternidade!
Algumas pessoas desprezam o corpo que Deus lhes deu e creem que tomar
conta dele é só vaidade. Pensam que não tem nada a ver com santidade ou
com Deus e que devemos apenas nos preocupar em guardar a mente e o
espírito. Mas isso é um erro. Caso contrário, por que o apóstolo diz: “Que o
próprio Deus da paz os santifique inteiramente. Que todo o espírito, a alma e
o corpo de vocês sejam preservados irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor
Jesus Cristo” (1Tessalonicenses 5.23)?
O seu corpo é o lugar onde habita o Espírito Santo. A Bíblia diz que você
não deve manchar o templo de Deus. Esse templo é o seu corpo. Em
1Coríntios 3.16,17, lemos uma advertência de que todo aquele que destrói o
corpo será destruído por Deus. Trata-se de uma advertência muito séria que
devemos considerar a fim de nos proteger, pois Deus habita o corpo de seus
filhos.

SACRIFÍCIO SANTO E VIVO


Todos nós sabemos que, enquanto estava neste mundo, Jesus tinha um
corpo. Foi por isso que nasceu de uma virgem e cresceu como filho.
Perdemos de vista a tamanha importância do corpo para o cumprimento dos
propósitos de Deus. Em 1Pedro 2.24, lemos: “Ele mesmo levou em seu corpo
os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os
pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados”.
Jesus levou nossos pecados em seu corpo e por suas feridas fomos curados.
Ele nos reconciliou com Deus em seu corpo, através da morte, a fim de nos
tornar um povo santo. Deus considera o corpo tão valioso que nossa redenção
se tornou uma realidade mediante o sacrifício da carne e do sangue de Cristo,
não por meio de seu espírito ou presença.
Deus considera o corpo tão
Imagine por um momento Jesus com sua valioso que nossa redenção
fisionomia desfigurada, uma coroa de espinhos na se tornou uma realidade
mediante o sacrifício da
cabeça, suas costas dilaceradas por um chicote e o carne e do sangue de
lado traspassado por uma espada. Essas feridas foram Cristo, não por meio de seu
espírito ou presença.
onde ele levou nossas enfermidades e por elas é que
fomos curados do câncer, da artrite, da enxaqueca, do diabetes e de qualquer
outra enfermidade humana. Imagine todas as enfermidades deixando o corpo
dos homens e pesando sobre o corpo de Cristo na cruz do Calvário. Antes
disso, o corpo de Cristo era saudável e íntegro. Para nos abençoar
fisicamente, ele submeteu seu corpo como uma maldição.
Como cordeiro destinado ao sacrifício, Jesus tinha de apresentar seu corpo
de modo perfeito. Em Hebreus 10.10, lemos claramente: “Pelo cumprimento
dessa vontade fomos santificados, por meio do sacrifício do corpo de Jesus
Cristo, oferecido uma vez por todas”.
A oferta de Jesus foi seu corpo, preparado por Deus para ser sacrificado na
cruz. Ele tinha de cuidar dele porque deveria ser apresentado sem nenhuma
imperfeição, totalmente saudável e inteiro a fim de levar toda a miséria da
condição humana. Da mesma maneira que ele deveria estar livre de pecado
para poder levar nossos pecados, ele também tinha de estar livre de
enfermidades para poder suportar nossas doenças. Você consegue imaginar o
sangue que Jesus derramou na cruz com problemas de colesterol ou
triglicérides?
O corpo era muito importante para o Senhor Jesus. Nossa salvação
dependia dele. Ele cuidou de sua própria saúde, porque sabia que em seu
corpo apresentaria um sacrifício que agradaria ao Pai. O véu do tabernáculo
representava sua carne e, assim, tivemos acesso a ele quando o véu se rasgou.
Hoje podemos entrar no Lugar Santíssimo por meio de Jesus Cristo.
O apóstolo Paulo também nos diz que devemos nos preocupar com o nosso
corpo a fim de nos apresentarmos como sacrifício vivo a Deus:
Portanto, irmãos, rogo pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo
e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo,
mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e
comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus (Romanos 12.1,2).

Quando você vai a Deus, está apresentando o seu corpo. Nós o adoramos
em espírito e em verdade, mas fazemos isso levantando as mãos a ele,
cantando e dançando diante dele. Por essa razão, quando você ora, pense:
Será que o Senhor aceitará a forma com que eu trato meu corpo? Estou
pecando ao apresentar um corpo indigno diante dele?
Se não vemos Deus trabalhando na nossa vida, é porque certamente deve
haver algo que estamos deixando de lado. Se você deseja mais unção, deve
ter mais respeito por seu corpo, porque o poder de Deus se move nele e por
meio dele. Quanto mais se santificar, melhor será a oferta que apresentará a
Deus. A sua mente será transformada. Quem aprende como apresentar seu
corpo diante do Senhor experimentará a renovação da mente e viverá feliz na
boa e perfeita vontade do Senhor.

AME-O COM TODAS AS SUAS FORÇAS


A Bíblia nos ensina que o primeiro mandamento é: Se você deseja mais unção,
deve ter mais respeito por
“Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, seu corpo, porque o poder
de toda a sua alma e de todas as suas forças” de Deus se move nele e por
meio dele.
(Deuteronômio 6.5). Quando Deus fala de força, ele
está se referindo à força física. Essa é outra razão por que devemos cuidar
muito bem de nosso corpo, alimentando-o e nutrindo-o corretamente.
Devemos amar a Deus com nosso coração e alma, mas também devemos
amá-lo com a força física. Por isso, devemos fazer todo o possível para
sermos saudáveis.
O corpo é do Senhor, e a Bíblia ensina que tudo o que fizermos deve ser
motivado por desejo profundo de agradar a ele. Deus é equilibrado e não é
afeito a extremos. Ele não o chama para ser descuidado, tampouco o chama
para adorar o seu corpo. Cuidado do corpo não é o mesmo que viver para ele.
Filipenses 3.17-19 diz:
Irmãos, sigam unidos o meu exemplo e observem os que vivem de acordo com o padrão que
apresentamos a vocês. Pois, como já disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há
muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o seu deus é
o estômago, e eles têm orgulho do que é vergonhoso; só pensam nas coisas terrenas.

Há duas formas de tornar o corpo um falso deus. A primeira delas é viver


para ele, com um único objetivo de se parecer belo diante dos outros, mas
não de apresentá-lo ao Senhor. A outra é negligenciá-lo, tornando-se vítima
da glutonaria e dos desejos carnais. Como você pode ver, cuidar de nosso
corpo não tem nada a ver com ser gordo ou magro, mas com respeitá-lo como
templo do Espírito Santo.
Pense um minuto e reflita como você trata seu corpo. Mude seus hábitos se
você é uma pessoa que se preocupa em demasia e usa o corpo em excessos.
Deixe os vícios para trás, bem como as comidas que causam malefícios à sua
saúde. Você deve escolher cuidadosamente o que come. Deus deu a você a
responsabilidade de ser sabiamente seletivo. Ele deu um apetite e um
estômago para digerir comida, mas isso não significa que deve comer mais do
que é necessário. Exercite o autocontrole, faça exercícios e procure
permanecer saudável. Determine-se a usar seu corpo para glorificar a Deus
acima de qualquer coisa.

CUIDE DO CORPO E SIRVA A DEUS


Há muitos anos, antes de termos inaugurado o segundo edifício da igreja,
alugávamos um galpão para as nossas reuniões. Chegamos ao ponto de ter
seis cultos por domingo. Eu pregava em todos eles. No fim do dia, eu estava
simplesmente exausto. Era comum que eu tivesse febre e tremor. Meu
espírito queria pregar mais, mas meu corpo não aguentava. Foi aí que entendi
que a fadiga é um inimigo da unção. Quando minhas forças se esvaem, a
oração se torna mais difícil, bem como crer que Deus agirá. Decidi ser mais
cuidadoso com o que comia e fazer mais exercício para ter mais resistência.
Isso me capacitaria para ministrar a mais pessoas. Se eu não tomar conta de
mim mesmo, limitarei grandemente a minha capacidade de servir a outros.
Eu quero servir a Deus muitos anos, até ser de idade avançada. Para isso,
devo me manter forte e saudável, cuidando de mim enquanto sou jovem. O
corpo tende a se deteriorar e gastar, de modo que, se queremos servir mais a
Deus, precisamos cuidar do físico! Você somente será capaz de servir-lhe à
medida que o seu corpo aguentar.
Para cuidar de meu corpo, tento descansar, comer alimentos saudáveis e
fazer exercícios com regularidade. Esses são os pilares da boa saúde. Aprendi
que o corpo é como uma planta que cresce melhor quando um sistema de
irrigação gota a gota lhe fornece os nutrientes exatos e necessários para sua
saúde e seu crescimento integral. É difícil escolher se é mais importante
satisfazer nosso corpo ou nossos desejos, porque geralmente comemos o de
que gostamos, não o de que precisamos para nos manter saudáveis. Essa é a
razão por que, em geral, nos sentimos esgotados e acabamos ficando doentes.
Sempre tento comer uma dieta balanceada. Não me privo completamente de
pequenas delícias, porque tudo o que Deus nos dá é bom, desde que
consumido com moderação.
Faço exercícios e bebo muita água. Faço exercícios físicos e
cardiovasculares regularmente, uma vez que vivemos num mundo tão
sedentário. Saímos da cama e vamos direto para a mesa do café da manhã,
depois para o carro, dele para a cadeira, e assim por diante. Nossa rotina
dificilmente poderia ser mais sedentária! Gastamos mais tempo sentados do
que em pé, por isso nosso coração não é tão eficiente como deveria ser para
bombear o sangue por todo o corpo. Obviamente precisamos fazer mudanças
na nossa rotina.
Também tento dormir mais. O descanso nos permite renovar as forças e a
mente para ter mais energia durante o dia e uma mente mais sensata nos
momentos de decisão. Os que não descansam de forma adequada terminam
exaustos e tendem a ficar mais facilmente irritados. No longo prazo, essa é
uma questão séria para os que servem a Deus.
Vemos na figura da água em garrafa uma ilustração do que significa cuidar
do corpo como lugar de habitação do Espírito Santo. Não podemos beber sem
um copo ou taça. É por esse motivo que necessitamos estar seguros de que o
copo sempre esteja à mão para ser enchido. Não podemos criar a água, mas
podemos engarrafá-la. Uma vez que a água é um elemento vital, é lógico que
precisamos ter uma boa garrafa para armazená-la. A analogia serve para
ilustrar o cuidado que devemos dispensar ao nosso corpo. Se queremos ser
plenos da presença do Espírito, devemos cuidar do recipiente que ele usa para
enchê-lo. Certamente o Senhor depositará mais num recipiente que esteja
bem cuidado.
O cuidado e o uso do nosso corpo estão intimamente relacionados com
nossa vida espiritual. Por exemplo, os discípulos de Jesus, embora
desejassem de todo o coração acompanhá-lo, foram incapazes de orar com ele
por uma hora na noite em que foi traído e preso. Por isso, Jesus lhes disse:
“Vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas
a carne é fraca” (Mateus 26.41).
Se você realmente quer aumentar sua fé, deve orar nos melhores
momentos, não quando está cansado ou esgotado. Davi disse que buscava o
Senhor logo de manhã porque era o horário do dia em que estava mais alerta.
Outros estão acostumados a buscar Deus à noite, uma vez que é a hora do dia
em que têm mais energia. No entanto, há muitos cristãos que não oram,
porque terminam o dia deixando para orar por último, quando já fizeram de
tudo e não têm mais forças. A falta de força física nos impede de buscar o
Senhor, mesmo quando o desejamos de todo o coração. É por isso que você
deve organizar bem o tempo e as forças para buscá-lo em intimidade. O jejum
é outra prática espiritual relacionada com o nosso modo de tratar o físico. Ele
traz muitos benefícios, incluindo o exercício do autocontrole. Se você pode
abster-se da comida a que tem direito, também estará habilitado para abster-
se de outras coisas que são proibidas. O exercício do autocontrole é o que
torna o jejum uma ferramenta poderosa para aumentar a sua fé.
Se você pensar sobre o assunto, a vida de fé é Você deve organizar bem o
tempo e as forças para
diretamente proporcional à forma de tratar o nosso buscar o Senhor em
corpo e é mais importante do que já pensamos ou intimidade.

acreditamos.

PROPRIEDADE DE OUTRO
Seu corpo pertence a Deus porque você foi comprado por meio de Jesus
Cristo. Portanto, é natural e lógico que Deus peça contas de como você faz
uso dele. Você não tem o direito de fazer o que deseja com ele. Depois de
Deus, se é casado, somente sua esposa pode estabelecer algumas exigências
sobre o seu corpo e vice-versa.
Em 1Coríntios 3.16,17, somos advertidos:
“Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês? Se
alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá; pois o santuário de Deus, que são
vocês, é sagrado”.

A palavra “sagrado” ou “santo” na Bíblia significa “separado”. O seu


corpo é santo porque é o templo do Espírito Santo. Ou seja, é separado em
primeiro lugar para Deus e depois para o cônjuge. É por esse motivo que as
Escrituras dizem:
“ ‘Os alimentos foram feitos para o estômago e o estômago para os alimentos’, mas Deus
destruirá ambos. O corpo, porém, não é para a imoralidade, mas para o Senhor, e o Senhor
para o corpo” (1Coríntios 6.13).

Pense na quantidade de coisas que estão sempre competindo por nosso


corpo! Por que você acha que uma das influências mais fortes na TV é a
pornografia? Porque tenta nos persuadir a usar o corpo de maneira indevida.
Ao fazer isso, a Bíblia diz que o próprio Deus nos destruirá, porque está
destruindo seu templo. A estratégia do inimigo é conduzir você à destruição
do seu próprio corpo e forçar Deus a cumprir sua palavra, destruindo-o.

O MOTIVO DE ME CUIDAR
Tenho visto muita gente que começa a fazer dieta e exercícios nas
academias antes de casar porque quer ter boa aparência para o futuro cônjuge
na lua de mel. Isso é bom, mas seria muito melhor se o fizesse primeiro para
o Senhor. Também é bom cuidar de você mesmo para evitar ficar doente, mas
a presença de Deus e seu amor devem motivá-lo ainda mais. A lua de mel ou
o risco de morte por enfermidade podem ser mais importantes do que o fato
de que o seu corpo é o templo do Espírito Santo? Há muitas coisas que
podem nos motivar a ter mais cuidado com o nosso corpo, mas a motivação
correta é perceber que se trata do lugar de habitação do nosso Deus e Criador.
O Espírito Santo vive em nosso corpo. Ao se vestir, pergunte a ele se o que
está usando lhe parece bem. Você não pode dizer que Jesus é o seu Senhor se
nem mesmo permitir que ele dirija a casa dele — o seu corpo. Se
verdadeiramente diz que o seu corpo pertence a Deus, então dê provas disso!
Nós que somos chamados para o ministério temos a responsabilidade de
cuidar de nós mesmos a fim de que prestemos contas ao Senhor e alcancemos
o prêmio que ele nos deu.
Algum dia, algo o motivará a cuidar de seu corpo. Você não pode dizer que
Jesus é o seu Senhor se
Pode ser o câncer, a pressão alta, a sua lua de mel, nem mesmo permitir que
um torneio, um esporte ou o próprio Jesus. Você ele dirija a casa dele — o
seu corpo.
cuidará melhor de seu corpo se for diagnosticado
com câncer? Comerá de modo mais saudável se tiver altos níveis de
colesterol? Fará mais exercício para evitar infartos? Ou manterá o seu corpo
em boa forma para apresentá-lo a Deus como sacrifício vivo, santo e
agradável a ele?
Não se trata de um tema religioso cuidar do corpo e respeitá-lo
simplesmente por ser o templo de Deus. O corpo é o recipiente que
apresentamos a ele também espiritualmente como o veículo para sua unção.
Ao tocar o seu corpo, você está tocando parte de Cristo. Por essa razão,
podemos dizer com segurança que o modo com que você trata o seu corpo é
realmente como trata Cristo.
11
Usado por ele

erta noite, na presença do Espírito de Deus, Jesus começou a me falar


C sobre um elemento-chave para o crescimento contínuo no ministério. Eu
meditava na cama, como faço normalmente, e ele me disse que há três áreas
de resistência que precisamos aprender a administrar.
A primeira delas, disse ele, é que Satanás é nosso adversário. Ele me
lembrou de que as Escrituras dizem: “Portanto, submetam-se a Deus.
Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês” (Tiago 4.7). Ele me mostrou como
devemos aprender a resistir a seus ataques para que, ao ver que não vamos
desistir, ele fuja. Esse é o tipo de resistência mais conhecido entre o povo de
Deus e o mais fácil de entender e aceitar.
Em seguida, Jesus mostrou-me a segunda área de resistência e me levou ao
texto de Atos 7.51: “Povo rebelde, obstinado de coração e de ouvidos! Vocês
são iguais aos seus antepassados: sempre resistem ao Espírito Santo!”.
Aqui ele me ensinou que as pessoas resistem ao Espírito Santo porque seu
coração é duro. Agem em oposição à obra do Senhor. Parece ser um
problema geracional, uma vez que sempre houve quem se opusesse aos
apóstolos e profetas de Deus que agiam com sinais e maravilhas e falavam
em seu nome. Jesus me disse que eu deveria resistir ao mal, mas não ao
Espírito Santo. Quando pararmos de resistir ao Espírito e à obra que ele
deseja fazer em nossa vida, começaremos a andar em comunhão com ele.
A terceira área de resistência — e que, em geral, recebe menos atenção —
refere-se às ofensas praticadas por outros contra nós. Compreendo como
esses fatores nos interrompem em nossa caminhada para que nos tornemos
homens e mulheres que Deus deseja que sejamos. Se permitirmos que a raiva,
a amargura e o ressentimento nos provoquem e formem um ninho em nosso
coração, isso impedirá o fluir da graça de Deus em nossa vida.
O Senhor foi claro ao me dizer: “Esta é a área de resistência na qual muitos
dos meus filhos e ministros falham. Sou incapaz de levá-los a outro nível por
causa disso”. E acrescentou: “A esses pregadores que não sabem como lidar
com ofensas, eu só falo com eles para lhes revelar a Palavra ao meu povo,
mas não tenho intimidade com eles”. Entendi que os maus sentimentos que
guardamos contra alguém afetam diretamente nossa relação com o Espírito
Santo. Isso perturba nossa comunhão com ele. Deus pode usar você, mas não
terá o melhor relacionamento com ele que poderia ter.
Entendi que os maus Como Deus pode usar alguém que perdeu a
sentimentos que
guardamos contra alguém
comunhão com ele? Lembre-se de que Jesus disse
certa vez que as pessoas iriam até ele, dizendo que
afetam diretamente nossa
relação com o Espírito
Santo. em seu nome haviam expulsado demônios ou curado
enfermos e que Jesus responderia: “Nunca os
conheci. Afastem-se de mim”. Eles foram usados para milagres, mas não
fizeram sua vontade; foram ajudados, mas não aprovados. Se Deus abençoa
alguém, isso não necessariamente significa que a vida da pessoa ou suas
atitudes receberam a aprovação dele. Deus é como o pai que apoia sua filha
no dia do casamento mesmo que ele não aprove sua decisão. Isso quer dizer
que você não pode se esconder atrás do fluxo da unção, mas deve buscar a
aprovação de Deus no lugar secreto. Essa é a melhor razão por que
precisamos vencer essa resistência.

LIVRE DE OFENSAS
Precisamos perdoar cada ofensa contra nós, intencional ou não, pois, se
não perdoarmos, Deus não perdoará os nossos pecados. O dia em que
escolhermos não perdoar um pecado ou uma ofensa que alguém praticar
contra nós, tolheremos nosso crescimento, porque Deus deixará de responder
às nossas orações.
Naquela noite transformadora, o Senhor me disse: “Há pecados que as
pessoas cometem contra você dos quais eu me vingarei; no entanto, há outros
que são apenas ofensas, e com esses você precisa lidar”.
Há uma diferença entre pecados e ofensas. Nem tudo que nos ofende é
pecado, e devemos ter maturidade para aceitar que nem todo pecado,
cometido contra nós deveria nos ofender. Muitas pessoas pecaram contra o
Senhor Jesus, mas ele nunca se ofendeu ou sentiu ressentimento. Pelo
contrário, ele as perdoou. Por outro lado, embora Jesus nunca tenha pecado,
havia pessoas que foram ofendidas por ele. Você se lembra quando ele
declarou que era o pão da vida e que quem comesse dele jamais voltaria a ter
fome? Muitos se sentiram ofendidos e pararam de segui-lo.
Infelizmente, algumas pessoas não perdoaram às outras por coisas que
Deus nem considera pecaminosas. Pense em quantos trabalhadores sentem
ressentimentos do patrão por terem sido corrigidos por chegar tarde? Quantas
crianças se sentiram ofendidas porque foram corrigidas por seus pais? Não
podemos julgar algo como pecado só porque nos ofendeu ou nos deixou
tristes.
Deus lidará pessoalmente com pessoas que pecaram contra nós, mas, ao
mesmo tempo, ele espera que lidemos com as ofensas de que fomos alvo para
que elas não impeçam a bênção que ele quer derramar sobre nós. Quando
você se sentir ofendido, não se torne presa, fazendo-se de vítima. Não tente
justificar a falta de perdão, mas liberte-se das ofensas e aprenda a ultrapassar
cada dor que outros possam ter causado. Se você quer que o Espírito Santo o
use de forma poderosa, então deve se tornar uma pessoa cujo coração, cuja
mente e cuja alma sejam saudáveis e livres de toda amargura.
Se você quer que o O Senhor lidou comigo duramente nessa área, não
Espírito Santo o use de
forma poderosa, então
para que eu aprendesse a resistir ao Maligno, porque
deve se tornar uma pessoa eu havia feito isso durante toda a minha vida como
cujo coração, cuja mente e
cuja alma sejam saudáveis filho dele. Também não se tratava de me fazer resistir
e livres de toda amargura. ao Espírito Santo, porque ele sabe que eu o amo e
que o deixo fazer o que desejar na minha vida. Ele
queria tratar essa terceira área de resistência.
Todos estamos sujeitos a críticas de outros e corremos o risco de permitir
que as feridas dominem o nosso coração. Como líder, inevitavelmente eu me
tornara uma pessoa pública mesmo sem desejar. Por vezes sou chamado a
explicar algo porque nem todos concordam com o que eu ensino. Outros se
levantam para mentir e me criticar sem conhecer a verdade. Inventam coisas
a meu respeito mesmo que eu demonstre uma atitude de bênção em favor
deles. Se não tomo cuidado, essa situação pode facilmente causar um conflito
interno dentro de mim. O Senhor foi claro quando me disse que eu não
deveria ceder diante de uma ofensa. Ele queria me usar de forma poderosa.
Ele queria me levantar cada dia mais alto, e a minha raiva não deveria se
tornar um muro para o fluir de suas bênçãos. Uma atitude de perdão só pode
ser alcançada se o coração permanece limpo e livre de ofensas.

O PASTOR DA MINHA ALMA


Leia 1Pedro 2.20-24:
Pois que vantagem há em suportar açoites recebidos por terem cometido o mal? Mas, se
vocês suportam o sofrimento por terem feito o bem, isso é louvável diante de Deus. Para isso
vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo, para
que sigam os seus passos. “Ele não cometeu pecado algum, e nenhum engano foi encontrado
em sua boca.” Quando insultado, não revidava; quando sofria, não fazia ameaças, mas
entregava-se àquele que julga com justiça. Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados
sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por
suas feridas vocês foram curados.

Essa passagem começa com uma referência sobre aprender a sofrer por
fazer o que é correto e aguentar injustiças feitas contra nós com uma boa
consciência para que sejamos aprovados por Deus. Imediatamente depois, o
escritor diz que o Senhor é nosso exemplo de atitude correta na vida, pois ele
carregou nossas enfermidades em seu corpo e por suas pisaduras fomos
sarados.
Você já desejou entender a relação entre o início e o fim dessa passagem?
O que dizer da relação entre a nossa reação a ofensas e cura? Ninguém pode
ser usado para curar alguém enquanto guarda o mal em seu coração.
Ninguém que tenha desejos maus em relação a outra pessoa pode ser usado
para ministrar cura a outros. Se você tem preconceito contra determinadas
pessoas, como poderá ser usado por Deus para tocá-las com o poder dele? Da
mesma forma, como Deus pode usar alguém para abençoar você se ela tem
algo contra outra pessoa no coração? Para ministrar o poder de Deus, é
essencial ter um coração livre de ressentimentos contra outros.
Para ministrar o poder deQualquer pessoa que responda com maldição não
Deus, é essencial ter um
coração livre de
pode ser usada para abençoar outros. Qualquer
ressentimentos contra pessoa que faz isso demonstra que é um solo fértil
outros.
para a amargura e as ofensas. Por esse motivo, Deus
não pode usá-las para curar outros. Muitos não recebem mais da unção
porque guardam ressentimento contra outras pessoas e têm amargura em seu
coração. É por isso que perderam a honra de ser um instrumento de bênção
para outros.
Jesus nos deu um exemplo de como devemos nos comportar quando
encaramos as críticas e as ofensas. Ele nunca devolveu os insultos, as
maldições ou o mau tratamento que recebeu nem nunca ameaçou vingar-se.
Devemos seguir seus passos e aprender do caráter de Cristo, humilhando-nos
mesmo quando parece muito mais fácil retribuir o mal com o mal. Devemos
aprender a sofrer para fazer o que é bom, assim como o Senhor fez para nos
abençoar.
Nenhum filho de Deus deveria abrigar sentimentos doentios contra
ninguém. Aprenda a perdoar se você deseja ser como Jesus. Não pense que
uma alma sadia é aquela que nunca passou por injustiças; pelo contrário, a
alma que já aprendeu a reagir de forma adequada e a lidar com suas emoções
diante de injustiças é a que se mantém saudável e íntegra. As ofensas podem
danificar nossa alma. No entanto, sua decisão e determinação é que
determinarão isso. Uma primeira dama dos Estados Unidos, chamada Eleanor
Roosevelt, disse certa vez: “Ninguém pode fazer você se sentir inferior sem
seu consentimento”. Ser facilmente ofendido é um sintoma de uma alma
frágil que pode suportar muito pouco. Não é necessariamente a evidência de
uma ofensa séria. Submeta seu coração à disciplina do Senhor e você sempre
estará pronto para que o Senhor o use.
Certa ocasião, fui terrivelmente ferido quando algumas pessoas muito
próximas de mim me ofenderam gravemente. Depois, como sempre, orei para
perdoá-las, mas, conforme a paz do Senhor começou a tomar conta de mim,
descobri que o Senhor estava muito zangado com o que elas haviam feito.
Tive certeza de que ele agiria em meu favor se eu lhe pedisse. Meu espírito
sabia que ele moveria sua mão contra elas e meditei sobre isso. Entendi,
então, que eu faria uma oração diferente. Pedi ao Senhor que não agisse
contra elas como eu havia planejado e deixasse passar aquela ofensa. Embora
eu soubesse que podia clamar por justiça ou simplesmente deixar a justiça em
suas mãos, acreditava que não era a melhor coisa para mim. Eu desejava
crescer em amor e pedi ao Senhor que mostrasse misericórdia aos meus
agressores. Agi dessa forma para manter o meu coração em paz e me senti
livre da ofensa. Não posso ministrar unção se tenho um desejo de vingança
na minha alma.
Os demônios tentam usar as ofensas para desanimar você e assim parar de
fazer o bem. É por isso que você deve perdoar em oração qualquer ofensa que
receber. Caso contrário, sua alma ficará doente e começará a desejar pagar o
mal com o mal. Não há desculpa válida quando a questão é ser usado por
Deus. Você deve manter uma alma saudável, e não há nada mais agradável
do que viver livre de sentimentos negativos contra outros.
Jesus é o bispo e pastor da nossa alma (1Pedro 2.25) e deseja nos manter
saudáveis para sermos usados por ele. Você deve ser uma pessoa que precisa
estar pronta para olhar diretamente no olho da outra pessoa e não ter nenhum
rancor contra ela. Seu modo de falar se tornará mais agradável e os seus olhos
serão cheios de luz quando estiver em paz. Será maravilhoso levantar as mãos
para Deus com um coração puro e dizer a ele: “Senhor, usa-me agora!”.

CONTROLANDO AS SUAS EMOÇÕES


Uma noite, antes de uma reunião, eu me ajoelhei no meu quarto para orar e
pedi ao Senhor para curar os doentes. Em meu desejo para que o Senhor
agisse, orei ansiosamente para que ele fizesse algo por aqueles que estavam
passando por necessidades. Em meio à oração, eu disse algo como: “Senhor,
por favor, cura-os. Por favor, toca-os”. O tom da minha voz era de desespero.
Minha oração era tão cheia de agonia e choro que foi quase como se eu
estivesse dizendo a Deus: “Eu imploro: cura-os”. Ele me interrompeu e disse:
“Por que você está me pedindo como se eu não quisesse curá-los?”. Ele
queria que eu entendesse que ele estava mais interessado em curar os doentes
que eu. De qual outra forma ele poderia ter carregado as nossas enfermidades
em seu corpo na cruz? Se ele pagou o preço, é porque ele está mais
interessado em curar os doentes que eu. Por isso, comecei a agradecer ao
Senhor por todos os milagres que eu veria acontecer. No dia seguinte, a
unção foi poderosamente derramada, e muitos foram curados e libertos.
Não podemos pedir a Deus um milagre quando as Não podemos pedir a Deus
um milagre quando as
nossas atitudes lhe dizem que não acreditamos que nossas atitudes lhe dizem
ele deseja nos curar. Ninguém chega a um grande que não acreditamos que
ele deseja nos curar.
shopping center suplicando que os lojistas lhe
vendam algo; tampouco alguém entra em sua casa gritando à esposa para
servir-lhe o jantar. Então, por que costumamos suplicar a Deus por coisas?
Aprendi uma coisa muito importante depois de muitos anos no ministério
de cura. Não importa quão dolorosa seja a enfermidade, Jesus pode realizar
um milagre e pôr um sorriso nos lábios da pessoa. Ele não age movido pelas
necessidades das pessoas, mas, sim, por sua fé. Se o poder de Deus fosse
derramado motivado por pena dos necessitados, todos receberiam um
milagre. Mas Deus só atua diante da fé, porque sem fé é impossível agradar-
lhe. Quando você ora com fé pela cura de uma pessoa doente, suas emoções
podem, por vezes, o enganar. Você deve preservar suas emoções para que
elas não ataquem sua fé, que é o bem mais precioso que você tem.
Certa ocasião, eu estava ministrando e os auxiliares me trouxeram um
menino que sofria de hidrocefalia para que eu orasse por ele. Quando o
puseram diante de mim, fiquei tão emocionado que comecei a imaginar o
sofrimento de sua família. Tudo o que consegui fazer foi chorar. O choque de
ver aquela criança doente foi tão intenso que minha fé desapareceu
completamente. Quando consegui me recompor e orar, nada aconteceu.
Depois o Senhor me reprovou, dizendo: “Os doentes não precisam que você
chore por eles. Precisam que você creia com eles”. Foi nessa ocasião que
aprendi a controlar as minhas emoções para que eu tivesse uma fé ativa em
favor dos que sofrem. Eles não vêm até nós para que sintamos pena deles ou
de seus sofrimentos. Eles buscam alguém que declare a palavra de fé para sua
cura.
As pessoas que fazem constante uso da fé aprendem a reconhecer o
momento quando a fé está fluindo e quando ela é interrompida. É assim que
aprendemos a administrar não apenas a nossa fé, mas também a fé daqueles
que nos procuram e pedem oração. Em outras ocasiões, quando oro pelas
pessoas, peço que olhem para mim. Faço isso porque vejo que elas vêm à
frente para pedir por um milagre, mas estão mais preocupadas com a doença
do que em crer na resposta de Deus para elas. Precisam de alguém que as
ajudem a ver o raio de fé nos olhos de alguém que possa inspirá-las a crer que
Deus irá curá-las. Elas não precisam recitar todo o seu histórico clínico.
Simplesmente precisam da ajuda de um pastor que possa crer no milagre com
elas.
O Senhor Jesus também ajudou algumas pessoas a conservar a fé. Jairo, o
líder da sinagoga, suplicou a Jesus para ir a sua casa e orar por sua filha
doente de 12 anos de idade. Como os dois estavam viajando por estradas, no
meio de uma multidão, uma mulher tocou o manto de Jesus esperando ser
curada de um fluxo de sangue. O Senhor parou para falar com ela. Naquele
momento, alguns mensageiros disseram a Jairo que não perturbasse mais
Jesus porque sua filha havia morrido. Imagino o coração de Jairo
completamente destroçado quando soube das notícias e seu profundo pesar. O
Senhor imediatamente ministrou sobre os medos que poderiam tê-lo
destruído. Jesus virou para ele e disse: “Não temas; apenas creia”. Não
permitiu a ninguém mais segui-lo, exceto Pedro, Tiago e João, e, quando
chegaram à casa de Jairo, Jesus ordenou que todos se retirassem do quarto.
Ao tomar a criança pela mão, disse a ela que se levantasse, e ela começou a
andar. Porque o Senhor ajudou Jairo a manter a fé em meio às adversidades,
ele o ajudou a experimentar o milagre que tanto desejava.

O PODER DA HONRA
Lembro-me de uma vez em que estava doente. Tinha uma dor de cabeça
tão forte e estava num centro de convenções de um hotel a caminho do
púlpito para pregar. Um irmão da igreja, tão conhecido por sua forte
personalidade, estava caminhando ao meu lado. Quando lhe disse que não me
sentia bem, ele disse que oraria por mim e que eu seria curado. Paramos; ele
colocou as mãos sobre mim e disse com voz firme: “Satanás, eu não
permitirei que você toque o meu pastor porque ele é um homem de Deus.
Deixe-o agora, em nome de Jesus!”. Depois acrescentou, olhando para mim:
“Você está curado agora!”. Nesse momento específico eu senti o poder de
Deus. Se eu tivesse parado para pensar sobre o caráter do homem ou sobre o
que os outros diziam dele, não teria acreditado que Deus pudesse usá-lo
daquela forma. Mas eu não vi sua fraqueza. Eu vi o Filho de Deus nele. Eu
cri que o Senhor podia usá-lo para fazer um milagre, e, quando ele orou, eu
estava curado!
Honrar a Deus e o instrumento que ele escolhe é Honrar a Deus e o
instrumento que ele
indispensável para que os milagres fluam por meio escolhe é indispensável
dele. O Senhor Jesus curou muitas vezes em para que os milagres fluam
por meio dele.
diferentes lugares, mas em Nazaré, sua cidade natal,
ele foi incapaz de fazer muitos milagres, exceto alguns. Todos em Nazaré o
viam apenas como o filho do carpinteiro de quem esperavam uma cadeira ou
mesa. Eles não o viam como o Filho de Deus que podia curá-los. O que
vemos na outra pessoa determina, em grande medida, o que somos capazes
de receber delas. O Espírito Santo se move onde a honra é dada a Deus, não
onde há crítica e murmuração. Nós vivemos em um Reino e precisamos
aprender a nos conduzir como cidadãos desse Reino. É por isso que devemos
honrar aqueles que representam o Senhor.
Uma das cruzadas de milagres mais memoráveis que já organizamos foi
feita na minha cidade natal, Guatemala, em março de 2008. Por duas noites
consecutivas, lotamos nosso estádio nacional de futebol, Mateo Flores. Já não
havia lugar para tanta gente, e muitos tiveram de assistir à cruzada nas telas
de projeção que montamos do lado de fora. Tivemos de pedir às pessoas pela
rádio que parassem de se dirigir ao estádio. Na segunda noite, começamos
duas horas antes do programado, porque o estádio já estava lotado. Muitas
rádios seculares transmitiram o evento e diversos pastores amigos estavam lá
para oferecer ajuda. Foi um evento poderoso que deixou uma marca
inesquecível no nosso ministério e na cidade. Foi o cumprimento de um
sonho que eu tinha mantido na mente desde o dia em que havia entregado
minha vida ao Senhor e pedido a ele que me usasse para abençoar meu país,
assim como ele havia usado muitos estrangeiros até aquele momento. Mas o
que realmente me encorajou foi a atitude das pessoas que chegaram aos
milhares, contradizendo o antigo ditado de que o profeta não é honrado em
sua própria terra. O Senhor se manifestou poderosamente e curou muita
gente, porque ele viu a honra que estavam demonstrando.
Alguns acreditam que Deus não pode usá-los em sua família ou país
porque interpretam de modo equivocado o texto que diz que um profeta é
honrado em todos os lugares, exceto em seu próprio país. Se você ler o
contexto, verá que o foco desse texto não está na sua cidade ou
nacionalidade, mas na falta de honra. Se o lugar de origem for o problema,
teríamos de admitir que no México não pode haver nenhum pastor mexicano
ou que na Guatemala não pode haver nenhum pastor guatemalteco. Eles não
o honraram como o Filho de Deus e por esse motivo não acreditariam no
poder do Espírito Santo que repousava sobre ele. Você pode fluir na unção
onde você é respeitado e honrado, quer seja em sua família, em sua
vizinhança, em seu trabalho ou em sua universidade. Deus quer usar você
para abençoar aqueles que estão mais perto.
Quando Deus o usa, você deve ter cuidado tanto com o orgulho quanto
com a falsa humildade. A falsa humildade busca a aparência da virtude
menosprezando a si mesmo. O Senhor Jesus nunca falou negativamente dele
mesmo. Ele disse: “Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará
em trevas, mas terá a luz da vida” (João 8.12); “Eu sou a ressurreição e a
vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá” (11.25); “Eu sou o
bom pastor; […] e dou a minha vida pelas ovelhas” (10.14,15). Vezes e vezes
lemos declarações semelhantes: “Eu sou o pão da vida” (6.48); “Eu sou a
porta das ovelhas” (10.7); “Eu sou a videira verdadeira” (15.1); “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida” (14.6). Ele falou bem de si mesmo, porque
acreditava em sua identidade diante de Deus e das pessoas. Sua humildade
não o impediu de revelar quem era. Você sabe quem você é?
Somente quando você reconhece o que Deus deu a você é que finalmente
será capaz de dar algo a outros. Quando você acredita em quem é e o que tem
no Senhor, anunciará a outros para que creiam também. Sempre que eu me
preparo para subir ao púlpito para ministrar em uma cruzada, a voz do Senhor
me dá sua afirmação. Ouço o Espírito Santo lembrando-me: “Você é meu
príncipe. Vá até lá e creia que eles serão curados; e você o verá”.
Creia à medida que ele age e você verá o Senhor usar você com sua unção
poderosa para abençoar inúmeras pessoas.
12
Curando os doentes

erta noite, há muitos anos, tive um sonho que marcaria o começo de uma
C mudança poderosa em meu ministério. Sonhei com uma evangelista que
foi tremendamente usada em curas e milagres, Kathryn Kuhlman. Ela era
muito conhecida internacionalmente pelas manifestações poderosas que
ocorriam durante as cruzadas de cura divina. No meu sonho, vi que ela havia
morrido, e uma pessoa me chamava para entregar duas caixas, dizendo: “Ela
deixou isto para você”. Eu fiquei confuso, mas abri as caixas. A primeira
continha livros e mais livros. A outra caixa estava cheia de roupas. Lembro-
me de ter ficado muito surpreso, tirando uma a uma dessas roupas e
perguntando: “Como vou vestir isso?”. Obviamente, a roupa era um símbolo
do manto de unção que eu receberia, mas naquele momento eu não tinha
compreendido dessa forma.
Dias depois, uma mulher a quem carinhosamente chamamos de Mama
Rosa me deu um livro de Kathryn Kuhlman, intitulado Vislumbres de glória.
O estranho era que os livros dessa autora não eram vendidos em qualquer
livraria da cidade, mas Mama tinha um exemplar. Sem saber nada a respeito
do meu sonho, ela o deu para mim. Logo depois, mais dois livros da mesma
autora vieram parar em minhas mãos. A mensagem era clara.
Enquanto eu orava certa noite, o Senhor me disse que me usaria para
ministrar curas e milagres como ele havia usado Kathryn Kuhlman e que eu
saberia quando a hora chegasse. Eu sempre quis ser usado por Deus para
ministrar a cura divina. Desde pequeno me preocupava com o bem-estar dos
demais e não queria ver ninguém ficar doente nem sofrer. Minha mãe se
lembra de que, quando eu era pequeno, costumava dar as minhas jaquetas a
pessoas nas ruas para que se cobrissem, mesmo que isso significasse que eu
passaria frio. Quando o Senhor me fez essa promessa de curas e milagres em
grandes reuniões, eu já estava visitando os doentes em seus lares e hospitais.
Eu tinha orado e imposto as mãos em pessoas para que fossem curadas, mas
ele queria fazer algo que tivesse um impacto maior. Desejava me conceder
uma unção para ministrar cura em reuniões de massa onde muitas pessoas
pudessem receber ao mesmo tempo seu próprio milagre.
Certo dia, enquanto eu ministrava em uma reunião, experimentei algo pelo
qual estava esperando. Senti a mão de Deus em minhas costas e vi sua
silhueta do meu lado. Entendi que era ele, e com muita emoção disse:
“Senhor, tu estás do meu lado!”. Mas ele gentilmente respondeu: “Não, é
você que está do meu lado”. Eu entendi que é ele quem nos põe do seu lado.
Não nós. Mais tarde, eu o vi andando em meio às pessoas, e ele me disse:
“Declare a minha cura aos doentes porque chegou o dia”. Nesse momento,
com toda a fé, o meu coração reuniu forças e com uma voz das mais potentes
comecei a declarar cura aos doentes, e os milagres começaram a acontecer.
Essa foi a primeira reunião de cura em massa da minha vida.

ELE QUER USAR VOCÊ!


Muitas vezes as pessoas se aproximam de mim para me dizer que Deus
certamente me usará porque sou uma boa pessoa e tenho um bom coração. O
que elas não sabem é que, em certo sentido, ele me usa porque as pessoas
creem que ele me usará. Aconteceria da mesma forma se elas acreditassem
nisso sobre elas mesmas. Por que não usar sua fé e crer que Deus também
pode usar você? Deus deseja dar seu poder para curar aqueles que têm câncer,
paralisia, que são cegos e mudos. Deus pode manifestar-se por meio de
qualquer um que se considera digno de ser usado por ele.
Não pense que sua conduta tem de ser perfeita para Por que não usar sua fé e
crer que Deus também
que Deus use você. Somente Jesus, o Cordeiro de pode usar você?
Deus que derrama seu sangue na cruz para nos
garantir vida eterna, foi perfeito. Não é sua conduta que permite acesso a
Deus, mas a graça do nosso Senhor Jesus Cristo que foi sacrificado por nós.
Você tem acesso ao trono de Deus graças a ele, não a você. É nessa graça que
ele deseja usar você com o poder dele.
Você acredita que pode ser usado por Deus? Você não precisa entender por
que ele o está usando, mas precisa crer que ele o usará. Quando olho para os
meus defeitos e fraquezas, agradeço a Deus por sua graça. Não duvido nem
questiono; simplesmente creio que ele pode me usar, não porque eu seja
perfeito, mas porque ele prometeu tal coisa. Você não é o seu próprio
carrasco que o condena por não ser perfeito, impedindo Deus de usar sua
vida. Ele não pode usar você dessa forma. O poder dele, no entanto, fluirá de
você se acreditar que sua graça o pode ungir como você é.
Deveríamos ver milagres todos os dias e permitir que Deus nos use para
realizá-los. Eu tenho visto jovens vestidos de camiseta e com penteados
excêntricos ministrarem poderosamente com a unção de Deus. Uma nova
geração está florescendo, porque os jovens estão crendo na presença de Deus
e no poder dele. Alguns poderiam dizer que uma igreja não tem o preparo
para ser evangelista ou que os jovens carecem de maturidade para ministrar
sob a unção do Espírito Santo. Isso só reflete seu nível de crença em Deus.
Ele usa pessoas que são simples e genuínas e espera usar você como é.

CUMPRINDO SUAS ORDENS


Curar os doentes é mais do que um dom ou ministério específico; é uma
ordem que o Senhor deu a todos os que creem. É nossa responsabilidade orar
pelos doentes sem nos preocupar se temos os dons de cura divina ou não.
Quando você obedece a Deus, os milagres o acompanharão. Ore pelos
doentes e não espere que o Senhor faça tudo. Você é a pessoa que deve curá-
los no poder do Senhor Jesus Cristo. Veja o que diz a Palavra de Deus em
Marcos 6.12,13: “Eles saíram e pregaram ao povo que se arrependesse.
Expulsavam muitos demônios e ungiam muitos doentes com óleo e os
curavam”.
Se você atentar bem para esses versículos, observará que foram os
discípulos que curaram os doentes, não Jesus. Eles é que saíram para pregar e
expulsar demônios em nome de Jesus, no poder do Espírito Santo.
Os discípulos assumiram a responsabilidade que o Senhor lhes havia
delegado de orar pelos doentes e obedeceram. É por isso que os milagres os
seguiam por onde quer que fossem. Essa mesma ordem também se aplica a
você e a mim. Quando você crê que é a pessoa que deve fazer essas coisas,
começará a exercer sua responsabilidade. Quem quer que a cumpra, verá o
poder de Deus manifesto em sua vida.
Jesus já havia pagado o preço para que os milagres fossem feitos. Ele nos
ordenou que oremos pelos doentes. Por suas feridas fomos sarados, e é nossa
responsabilidade estender as mãos sobre os enfermos e orar, crendo que
obteremos a resposta. Você e ele são um; vocês trabalham juntos para a cura
de outros. Ele ordena que você faça isso em seu nome, porque já pagou o
preço.
Quando oramos por uma pessoa doente, devemos ordenar que ela receba a
cura. Lembro-me de haver ministrado em uma reunião de milagres em que eu
orava pelos doentes de forma genérica e ter recebido uma palavra de
conhecimento de que os pés de uma pessoa seriam endireitados. Estava
naquela reunião um jovem que tinha nascido com os dois pés torcidos, de
modo que parte da frente ficava atrás. Essa deformidade o impedia de pular e
correr como seus amigos faziam. Um de seus sonhos era poder jogar
basquete, mas esse impedimento físico criou todas as limitações. Quando
ouviu a palavra, ele creu, abaixou a cabeça e olhou para seus pés e, com toda
a autoridade e determinação que podia ter, apontou para seus pés com o dedo
indicador e disse: “Isso é para vocês, portanto endireitem-se agora mesmo”.
Nesse mesmo instante, diante de seus olhos, seus pés começaram a endireitar-
se. Ninguém orou por ele. Ninguém impôs as mãos sobre ele. Ele apenas creu
na Palavra e ordenou que seus pés se endireitassem. Foi exatamente isso que
aconteceu. Aqueles que o conheciam me disseram depois que aquele jovem
agora joga basquete na escola. A mesma coisa aconteceu com pessoas que
sofriam de pés achatados. Muitas crianças e adultos testemunharam que no
momento em que eu emiti a palavra, foi formada uma curvatura na sola de
seus pés.
Sempre que vou a uma reunião de milagres, sei que estou representando
Jesus. Foi ele que me enviou para realizar milagres em seu nome. É por isso
que eu ordeno que a enfermidade desapareça e que o corpo seja sarado.
Quando oramos ou ministramos em nome de Jesus, fazemos isso como seus
representantes. Não se trata de você ser perfeito, mas, sim, porque acredita na
autoridade que lhe foi delegada em nome de Jesus. Portanto, quando oramos
por alguém em nome de Jesus, sabemos que foi ele que nos enviou para fazer
essa obra, e a autoridade dele sempre será o nosso fundamento.

DECLARE A PALAVRA
Em Lucas 5.17-26, lemos o relato do paralítico que foi descido por um
telhado por quatro amigos e posto bem diante de Jesus Cristo para ser curado.
Vemos no começo desse relato que o Senhor não estava orando pelos
doentes, mas ensinando o povo. Lemos: “Certo dia, quando ele ensinava,
estavam sentados ali fariseus e mestres da lei, procedentes de todos os
povoados da Galileia, da Judeia e de Jerusalém. E o poder do Senhor estava
com ele para curar os doentes” (v. 17).
Observemos que a Bíblia nos diz que o poder de curar estava em Jesus,
mas que ele não estava curando ninguém naquele momento. Estava apenas
instruindo os fariseus e os mestres da lei quando, de repente, foi interrompido
por quatro homens que abriram uma passagem no telhado de uma casa e
introduziram o homem por ela em uma maca. Posso imaginar que alguns dos
presentes devem ter se sentido apreensivos pela desordem que isso deve ter
causado. Mas Jesus parou, olhou para o homem deitado na maca e olhou em
direção aos amigos, tão determinados em receber um milagre de Jesus. Eles
não se detiveram simplesmente porque a multidão não os permitiria fazer tal
coisa. Acreditavam que o amigo seria curado. Portanto, tinham tudo
planejado para levá-lo até Jesus de qualquer modo. Um deles deve ter tido a
ideia de levá-lo até o telhado, abrir uma passagem e descê-lo por ela até onde
estava Jesus, na casa. Imagine o risco que estavam correndo! Mas eles
acreditaram e superaram os obstáculos por meio da fé. O Senhor atentou para
isso, porque a fé sempre lhe agrada. Qualquer pessoa esperaria que Jesus
realizasse um milagre imediatamente, mas não foi o que aconteceu. Embora
houvesse um homem paralítico diante dele e o poder estivesse nele para
curar, Jesus não o curou. Em vez disso, o Senhor lhe disse que seus pecados
estavam perdoados. Isso deixou aborrecidos os fariseus e os mestres da lei, os
quais pensavam que Jesus não tinha autoridade para perdoar pecados. Por
isso, perguntou àqueles o que era mais fácil dizer ao homem: que seus
pecados estavam perdoados ou dizer a ele para pegar sua cama e andar.
Ninguém respondeu, por isso o Senhor rompeu o silêncio e declarou sua
ordem. Quando Jesus fez isso, o corpo do homem se endireitou e ele ficou em
pé na presença de todos ali, pegou sua cama, na qual havia estado deitado, e
começou a andar rumo a sua casa, dando glória a Deus. Esse homem foi
curado, porque o Senhor declarou a palavra de cura e ativou o poder que
estava sobre ele.
Na sua boca há poder. Você pode usar as suas palavras para declarar cura
com autoridade. Não confesse apenas os problemas e provações que está
enfrentando. Declare que promessas de Deus serão cumpridas na sua vida.
Nesse relato, o Senhor já tinha o poder para cura, mas este não foi ativado até
que o declarou. Da mesma forma, a bênção de Deus pode estar com você e
pode ser ativada somente quando você a confessa ou declara. Quando
acreditamos na Palavra de Deus e a declaramos, podem acontecer maravilhas.

ORANDO PELAS MULTIDÕES


Nossa primeira cruzada formal de cura começou depois que alguns amigos
me convidaram para ministrar a presença do Espírito Santo em Quito,
Equador. Nessas reuniões, a manifestação do poder de Deus era tão forte que
as pessoas se deitavam nos corredores fora do templo completamente cheias
do Espírito Santo.
Na sua boca há poder. Entre os líderes da igreja havia uma jovem que era
Você pode usar as suas
filha de outro pastor de uma influente igreja da
palavras para declarar cura
com autoridade. cidade. Essa jovem estava presente nessas noites e
decidiu pedir permissão ao pai para me convidar a
ministrar em sua igreja também. Sem que eu soubesse, ela mostrou um vídeo
para o pai do que tinha acontecido na igreja onde eu havia ministrado, mas as
cenas não mostravam muito da manifestação do poder de Deus. Ela havia
escolhido mostrar algumas cenas de uma noite calma e monótona, por isso o
pai aceitou seu pedido. O pastor não tinha imaginado o que estava reservado
para ele e, para ser honesto, nem eu.
Vários dias depois o convite chegou ao meu escritório para ministrar na
igreja, e o Espírito Santo me levou a aceitá-lo. As reuniões foram gloriosas, e
o poder de Deus foi derramado grandemente. O pastor e sua família foram
poderosamente tocados. O que ocorreu foi tão forte que em alguns momentos
de oração no meu quarto, onde eu estava hospedado, o Espírito Santo me
revelou especificamente o que ele faria com as pessoas, até mesmo me dando
os nomes de algumas delas. Depois de uma semana de ministério, os pastores
testificaram que muitos doentes haviam sido curados durante as reuniões.
Eles ficaram tão impressionados que eu mantive uma série de encontros, que
denominei Noites de Glória. Eu fiquei muito emocionado, especialmente
porque tive a oportunidade de ter a primeira dessas reuniões com as quais
tinha sonhado desde a minha juventude.
Os pastores sugeriram que as reuniões fossem feitas no Coliseu
Rumiñahui, com capacidade para mais de 18 mil pessoas. Quando me
levaram até lá para ver o local, pareceu-me um lugar gigante e me perguntei:
“O que vou fazer para encher este lugar?”. A pergunta seguinte foi: “Como
vou pagar por isso?”. Em seguida, sugeriram que eu convidasse algum cantor
famoso para me ajudar a reunir e trazer mais pessoas, mas eu não gostei da
ideia. Minha resposta foi um tanto jocosa: “Vamos fazer isso sem truques
nem artifícios. Deixem vir os que estão realmente famintos e sedentos de
Deus e do Espírito Santo; se este não for o caso, então não têm motivos para
estarem aqui”.
Tentamos fazer tudo com excelência, usando o mesmo sistema de som e
iluminação disponível. Essa seria a primeira vez que usaríamos câmeras para
filmar o culto. Ninguém tinha adiantado nenhuma quantia em dinheiro para
pagar pela cruzada. Como disse antes, esse foi o evento por meio do qual
decidi vender nossa casa para cobrir as despesas. Claro que o Senhor nos
surpreendeu quando voltamos para o nosso país, porque alguém nos ajudou,
pagando a diferença que faltava.
O coliseu esteve repleto nas três noites naquele maio de 1999. Quinze mil
pessoas receberam Jesus como seu Salvador durante as reuniões. Durante
essa primeira cruzada, eu vi cegos ganhando vista, pessoas com algum
membro paralisado serem restauradas e, o mais importante, uma pessoa com
doença mental ser restabelecida e curada. No final, uma mulher se aproximou
de mim para dizer que tudo havia saído bem, mas que nós tínhamos cometido
um erro muito grave, que era gastar muito dinheiro. Eu respondi que, se
tivesse que comparar a quantidade de dinheiro gasto com o número de
pessoas que foram salvas e abençoadas, as coisas tinham sido na verdade bem
baratas.
Foi assim que embarquei na aventura do que se tornariam nossas cruzadas
de cura Noites de Glória. Quando celebramos o 10º aniversário desses
encontros, fizemos uma avaliação do que o Senhor nos havia permitido
alcançar com sua bondade. Entendemos que mais de um milhão de pessoas
havia feito sua confissão de fé, e muitas mais tinham sido curadas. Isso só
poderia ser fruto da fidelidade de Deus em cumprir suas promessas.
Creio no dia em que todos os doentes que assistirem a uma cruzada de cura
serão curados, assim como foi no ministério de Jesus. Mesmo assim,
enquanto isso não acontece, eu me alegro com aqueles que são curados em
cada oportunidade. Quando termino de ministrar, em geral tenho sentimentos
opostos. Fico emotivo por aqueles que receberam milagres, mas não posso
parar de pensar nos que não foram curados. É triste ver muitos que viajaram
longas distâncias para participar de uma cruzada de cura e depois voltar para
casa sem receber um milagre. É realmente doloroso. Eu oro por eles para que
o Senhor os toque no caminho de volta, no dia seguinte ou em uma ocasião
futura. Sei que Jesus quer curá-los.
Muitos perguntam por que alguns não são curados; eu realmente não sei.
Outros podem oferecer alguns motivos, mas eu não ouso confabular. Não
posso julgar aqueles que não são curados, dizendo que não têm fé, porque já
têm dor o bastante com a qual lidar todos os dias e não precisam de ninguém
mais para condená-los. Nossa responsabilidade é dar esperança, estimulá-los
a crer em seu próprio milagre. Se ele não vier nessa ou naquela ocasião, Jesus
poderá fazê-lo no dia seguinte. Apenas precisam dizer para si mesmos: “Hoje
pode ser o dia em que receberei o milagre que desejo”.
Mas não me aguento de alegria quando vejo tantos Nossa responsabilidade é
dar esperança, estimulá-los
outros sendo curados. É por isso que celebramos a a crer em seu próprio
vitória, porque cada milagre prova que o Senhor milagre.

continua fazendo sua obra até hoje. E é por isso que


me sinto maravilhado e profundamente comovido cada vez que ouço um
testemunho, tanto que não posso evitar rir, pular de alegria e cantar a ele.
Esse é o motivo pelo qual prometi a Jesus que faria todo o possível para
contar ao mundo as maravilhas que ele continua fazendo.
Em certa ocasião, Jesus me perguntou: “Você quer saber por que eu o uso
dessa forma?”. Eu nunca lhe havia perguntado, porque não estava buscando
motivos para me gloriar. Eu preferia ser usado sem saber por que, e
simplesmente estar grato por seu amor. Mas, no dia em que Deus me fez essa
pergunta, perguntei a razão, e ele me respondeu: “Porque o que você faz está
diretamente relacionado com o sacrifício do meu Filho e eu sempre estarei
por trás de tudo, não importa o que aconteça. Você prega salvação, ministra
cura e ensina o meu povo a prosperar. O meu Filho pagou por todas essas
coisas por meio de sua morte”.
Deus está presente hoje para operar milagres. Peça a ele para usar você
para a glória e honra dele, e ele o fará. Peça a ele os meios para a obra, e você
logo se verá fazendo grandes coisas para ele. Não busque notoriedade;
somente procure servir. Não busque fama, mas, se Deus quiser dá-la a você,
use-a para trazer mais pessoas a ele. Não busque dinheiro, mas, se Deus
quiser dá-lo a você, use-o para alcançar mais pessoas e abençoá-las. Vá e faça
a obra!
13
A bicicleta ou eu?

á muitos anos, quando estávamos começando a nossa igreja,


H experimentei um momento bastante intenso. Dentro de mim, estava
lutando com algumas questões sobre o meu chamado. Foi quando recebi um
telefonema surpresa. Era um dia comum, mas fiz dele uma exceção na minha
rotina de levar os filhos para a escola e decidi ficar em casa sozinho e orar.
Naquele momento, o telefone tocou.
Eu atendi e ouvi a voz de um homem mais velho, que me perguntou: “É o
servo de Deus, Cash Luna?”. No início fiquei surpreso com sua saudação e
até cheguei a pensar: “Que tipo de saudação é essa?”, repetindo a mesma
declaração que Maria usou para com o anjo Gabriel. Então respondi: “Sim, é
ele”. “O Senhor disse que o chamou para pregar seu evangelho aos ricos e
pobres, às pessoas que são academicamente preparadas e àquelas que nem
sequer sabem ler e escrever. E que em poucos dias você será ungido como os
reis e sacerdotes eram no Antigo Testamento”.
Em seguida, eu perguntei quem ele era, mas ele não quis me dar seu nome.
Apenas me disse que era um homem de Deus e que sabia pelo Espírito Santo
que eu tinha estado orando na noite anterior, pedindo a Deus por mais
definição para a minha vida. Ele me deu as respostas específicas pelas quais
eu havia buscado como se estivesse presente lá durante o meu período de
oração. Em seguida, desligou. Eu fiquei surpreso e grato a Deus por me dar
evidência de sua fidelidade.
Uma semana depois, ele me ligou novamente. De novo naquele dia eu
tinha decidido não ir com a minha mulher deixar as crianças na escola. Dessa
vez, ele me disse que o Senhor estava me dizendo para não temer, mas para
alargar a tenda e estender as cortinas (cf. Isaías 54.2). Foi exatamente essa a
palavra que eu havia recebido do Senhor algum tempo antes. Ele acrescentou
que Deus lhe dissera dito para me ungir com óleo, como um ato profético do
que estava para vir, porque Deus me ungiria com seu Espírito. Ele também
me disse que estava esperando ungir a minha esposa e a mim em um local
específico de um bairro fora da cidade; em seguida me disse seu nome. Era
estranho, porque eu sabia que ele era o administrador de uma casa de
repouso. Mas, quando ouvi os detalhes que ele sabia do meu relacionamento
com o Senhor, entendi que Deus estava definitivamente no meio de tudo
aquilo, falando por meio dele pelo Espírito Santo.
Então, a minha esposa e eu nos preparamos com jejum e marcamos nosso
encontro, na hora e no dia planejados. O homem veio para nos receber.
Desejando chamar sua atenção para o que ele planejava fazer, eu disse:
“Perdão, mas por que você vai me ungir se nem sequer me conhece? E se
estiver ungindo alguém que não é bom?”. Claro que eu conhecia o meu
comportamento e a minha integridade, e não perguntava por mim mesmo,
mas disse isso para evitar ser ungido descompromissadamente por alguém. O
homem respondeu com um tom de autoridade: “Olhe, eu já sou velho e, se há
algo que aprendi ao longo dos anos, é ouvir a Deus e obedecer a ele. Ele me
disse para ungi-lo, e isso é o que vou fazer”.
Pensei: “E por que eu deveria permitir que esse homem me unja?”. Eu não
queria ser presa de alguém que entregasse missões aleatórias a outros. Mas
naquele momento o Senhor me lembrou de sua palavra em Romanos 12.16:
“Tenham uma mesma atitude uns para com os outros. Não sejam orgulhosos,
mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior. Não sejam
sábios aos seus próprios olhos”. Em seguida, acrescentou: “Nenhuma pessoa
grande ou renomada o ungirá, para que você sempre se lembre de que fui eu
que fiz isso e de onde eu o levantei”. Ao que respondi: “Perfeito, Senhor. Que
assim seja. Unge-me”.
Esse homem lavou os nossos pés e em seguida nos serviu a ceia do Senhor.
Em seguida, colocou algumas toalhas no chão e pediu que nos ajoelhássemos
nelas. Tomou uma enorme jarra de azeite com especiarias, semelhante à
fórmula do azeite de unção que era usado pelos sacerdotes no Antigo
Testamento. Nesse momento, imaginei que ele colocaria as mãos no azeite e
depois poria as mãos na minha cabeça, como de costume, ou talvez colocasse
um pouco de azeite na minha fronte ou na minha cabeça, mas nada disso
aconteceu. Para minha surpresa, ele jogou todo o conteúdo de azeite sobre
nós, como se estivéssemos tomando um banho. Fomos literalmente
embebidos dele. O azeite cobriu nossa cabeça, escorrendo pelo rosto e
ombros, entrando pelos olhos e sendo absorvido por nossa roupa. Fomos
muito tocados e quebrantados pelo Senhor. Naquele dia eu pude realmente
sentir o poder de Deus naquele lugar.
Quando deixamos o local, eu disse à minha esposa que precisava tomar
uma xícara de café em uma cafeteria no shopping center. Ela concordou, mas
disse que antes tínhamos que passar em casa, tomar um banho e trocar de
roupa porque estávamos literalmente pingando e cheirando a óleo. Eu, porém,
insisti que fôssemos como estávamos. Quando chegamos lá, sentamos em
uma das mesas perto da entrada, de frente para o corredor em que todos
passavam. Havia tanto azeite na nossa cabeça que, quando tentei tomar o
café, gotas de azeite caíam dentro da xícara. As pessoas na cafeteria que nos
conheciam ficaram surpresas quando nos viram, mas não disseram nada.
Naquele instante eu disse à minha esposa: “Convido você para tomar um café
desse jeito, pingando azeite, em frente de todas estas pessoas, porque jamais
teremos vergonha da unção de Deus ou do que ele é capaz de fazer”.
Estamos vivendo em um tempo em que os filhos de Deus e até seus
ministros temem as manifestações do Espírito Santo e as reações físicas que o
nosso corpo pode experimentar. Quero ter certeza de que nada desse tipo
passe pelo meu coração. Não finjo entender tudo o que Deus está fazendo,
mas, dentro de mim, aceito tudo o que vem dele.
O que fizemos naquela tarde diante de todos, com azeite pingando, cabelo
grudento e roupas ensopadas, pode ter parecido embaraçoso para alguns, até
mesmo humilhante para outros. Mas, para mim, mostrar o poder do Espírito
Santo ao mundo é uma honra. Por sua misericórdia, o nosso programa de TV
vai ao ar a milhões de latino-americanos. Não creio que seja um acidente que
o Senhor me use para tornar conhecidas as suas maravilhas. De fato, ele deve
ter visto essa cena peculiar e pensado: “Aí está um filho meu que não tem
vergonha de mim ou da minha unção. Vamos ungi-lo e usá-lo para divulgar o
meu evangelho”.
Não tenha vergonha do Não tenha vergonha do Espírito Santo, porque ele
Espírito Santo, porque ele
nunca tem vergonha de
nunca tem vergonha de você. Ande com ele e tenha
você. comunhão com ele. Testifique suas palavras. Desse
modo, sempre se alegrará com sua companhia.

MINHA PRESENÇA SEMPRE ESTARÁ COM VOCÊ


Por vezes, encontro-me fazendo a mesma oração que Moisés fez no
deserto. Quando ele pediu ao Senhor que o acompanhasse rumo à terra
prometida, Deus respondeu que seu anjo iria adiante dele e do povo. Mas
Moisés disse a Deus que ele preferia ficar no deserto a andar sem a presença
de Deus na terra de abundância. Para ele, o deserto com Deus parecia bem
melhor do que uma terra que manava leite e mel, mas que não tivesse sua
presença.
Quando estava para me casar, eu ainda vivia em um pequeno quarto onde
aprendi a buscar a presença de Deus e a ter comunhão com seu Espírito. Eu
ainda dormia em uma cama dobrável emprestada, e, antes de me mudar para
a casa em que viveria com Sonia, minha esposa, pedi ao Senhor para ir
comigo. Eu disse que sua presença era vital para mim aonde quer que fosse e
que, se ele não fosse comigo, preferia ficar ali mesmo. Depois fiz uma oração
da qual ele certamente deve ter dado risada: “Senhor, se não fores comigo,
não me tires daqui. Portanto, terás que fazer esta cama mais larga ou diminuir
Sonia, porque não sairei daqui sem o Senhor”. Claro que sua presença nos
acompanhou ao nosso novo lar.
Sempre que ocorre uma mudança em minha vida e em meu ministério,
faço a mesma oração: “Senhor, a menos que vás comigo, não me tires daqui”.
Fiz essa oração quando nos mudamos para a casa que construímos e quando a
igreja dedicou seu novo templo. Se sua presença não nos acompanhar, não
valerá a pena fazer o que estou fazendo, mesmo que pareça ser a coisa certa.

A BICICLETA OU EU?
Quando eu era criança, tive o encontro com o Senhor na minha cama —
como descrevi nos primeiros capítulos —, o que teve um grande impacto na
minha vida. Daquele momento em diante, comecei a ouvir uma pequena voz
no meu coração que me guiou e confrontou.
Lembro-me de dois momentos nos quais ele claramente falou comigo. Um
deles dizia respeito a uma bicicleta que eu queria muito quando criança. Era
uma bicicleta tipo Califórnia, a mais moderna daquele tempo, um estilo que
antecedeu o famoso modelo BMX. Eu desejava uma vermelha e fui muito
persistente, pedindo todos os dias à minha mãe que me desse uma.
Lembro-me de uma noite, quando ia dormir, que uma voz interior me disse
claramente: “Você prefere a mim ou a bicicleta?”. Sentia algo indescritível no
estômago cada vez que essa voz falava comigo. Parecia estar agitada e
repetia: “A bicicleta ou eu?”. “Tu, Senhor. Sempre será tu. Se tivesse que
escolher entre ti e uma bicicleta, sempre seria tu.” Parece ser uma decisão
fácil, mas, acredite, não foi para um garoto de 12 anos. Mais tarde, tal como
havia sonhado, ganhei a bicicleta, assim como as demais coisas nos são dadas
quando buscamos a Deus em primeiro lugar.
O segundo momento de que me lembro tem a ver com uns patins. Naquele
tempo, não havia patinação em linha, somente aqueles com rodas presas a
uma estrutura de metal, que por sua vez estava atada aos calçados, que se
prendiam com faixas ou ganchos. Os patins que eu queria tinham umas
pontas para frear e um interior vermelho plástico. Estes eram da marca
preferida porque não danificavam os sapatos nem as solas. Eu estava
determinado a ganhar um par destes e de novo ouvi uma voz: “Os patins ou
eu?”. E eu disse: “Tu, Senhor. Sempre será tu”.
Anos mais tarde, estava pastoreando uma igreja durante os primeiros
meses depois de ter sido organizada e precisávamos de um grande local para
as nossas reuniões. Alugamos o salão de um hotel, crendo que Deus nos faria
prosperar para ter o nosso próprio espaço. Foi quando um homem de
negócios apareceu, dizendo que Deus lhe havia dito para construir uma igreja
exatamente na área onde eu queria construir o nosso templo. Ele veio falar
comigo sobre o assunto. O edifício estava quase completo, e esse homem
estava buscando um pastor ao qual pudesse doar o edifício. Você imagina
como fiquei radiante de felicidade? Eu era um pastor jovem, que acabara de
abrir uma igreja. Eu queria ver milagres e tinha fé de que Deus faria a igreja
prosperar. Foi fácil concluir que Deus o havia enviado. Mas aqui está a
diferença entre uma pessoa que tira conclusões com base em evidências e
outra que ouve o Senhor.
Esse homem esteve em uma das nossas reuniões no domingo seguinte. O
poder de Deus foi derramado de forma poderosa e coisas que podem parecer
estranhas aos olhos e à mente humana estavam acontecendo. Esse homem
vinha de uma igreja bastante conservadora e havia aprendido que essas coisas
não podiam acontecer na igreja, de modo que, ao chegar, sentou-se no fundo.
De repente, uma jovem mulher endemoninhada entrou na igreja e foi tocada
pelo poder de Deus. Ela caiu no chão e começar a rastejar feito uma serpente,
semelhante aos relatos descritos nos Evangelhos de pessoas que foram
libertas. Eu estava de pé, atrás de um púlpito de madeira, e, quando dei a
volta para ver o homem, ele parecia muito sério, com um olhar perturbado.
Pensei em diminuir o derramamento do poder de Deus para evitar o risco de
que ele mudasse de opinião e decidisse não nos dar o edifício da igreja. No
entanto, teria evitado que uma jovem fosse liberta!
Naquele momento, ouvi novamente a voz da minha infância me pedindo
para escolher entre a bicicleta e ele. Eu literalmente senti como se uma mão
estivesse no meu peito e me perguntasse: “A igreja ou eu?”. Respondi: “Tu,
Senhor. Sempre que me pedires para escolher, sabes que a minha escolha
sempre será o Senhor. Acima de qualquer bênção material, eu sempre
escolherei a ti”.
Obviamente, o homem não me deu o edifício, porque não interrompi a
manifestação do poder de Deus. A propósito, anos mais tarde construímos um
templo com capacidade para 3.500 pessoas na mesma região da cidade.
Construímos esse edifício sem deixar dívidas e sem empréstimo bancário. Foi
inaugurado em 2001, e em 2011 construímos um santuário para mais de 12
mil pessoas, bem como salas para 2.800 crianças e estacionamento para 3.600
veículos, tudo em uma área de 324 mil metros quadrados, ou 40 quarteirões.
Por escolher o Senhor, eu perdi a doação de um edifício, mas depois ele
nos permitiu construir um templo duas vezes maior. Suas bênçãos sempre o
acompanharão sempre que escolha Deus acima de tudo.
Suas bênçãos sempre o Ele nos fez uma maravilhosa promessa, a de que
acompanharão sempre que
escolha Deus acima de
ele sempre estará conosco. Se, algum dia, você tiver
tudo. de escolher entre ter comunhão com ele e uma de
suas bênçãos, pequena ou grande, sempre escolha
Deus, assim como ele escolheu você. Nunca troque o Senhor por nenhum de
seus sonhos ou desejos, não importa quão belos possam parecer, nem mesmo
por uma bicicleta vermelha estilo Califórnia.
Lembre-se: Deus é uma pessoa, não algo.
Table of Contents
Agradecimentos
Dedicatória
Sumário
Introdução
Desperto e ainda estou contigo
Além da minha compreensão
Ele é alguém, não algo!
A portas fechadas
Onde quer que esteja
Abismo chama abismo
Ordens estranhas
Ministrando diante do Senhor
O natural e o espiritual
Seu lugar de habitação
Usado por ele
Curando os doentes
A bicicleta ou eu?

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