Guia Prático de Mestrado em Reiki

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Guia prático de mestrado em Reiki



Estudo sobre os ideogramas

Douglas Estevam
Rio de Janeiro
A iniciativa de preparar este manual apareceu quando percebi que
alguns irmãos têm dificuldade em representar os símbolos de Reiki
durante a aplicação. De certa maneira, isso cria uma dificuldade para a
prática de doação, que usamos para propósitos tão sublimes.

Somado a isso, pensei em explicar um pouco sobre o significado de


cada elemento dos símbolos, tendo em vista que a definição de cada
unidade auxilia bastante na compreensão do sistema de cura que tanto
praticamos.

Espero que este material possa trazer luz aos reikianos, seja
facilitando sua aplicação seja contribuindo mais um pouco à sabedoria
celestial que nos foi concedida, sob a graça de nosso Pai Celestial.

Cordis.
O sistema de cura que se popularizou ao redor do mundo, sob o nome Reiki,
teve sua origem na Terra do Sol Nascente. Foi Mikao Usui que sistematizou essa prática
de doação de energia, utilizada para o tratamento de desarmonias, tanto no corpo
físico quanto no espiritual.

Por essa razão, é natural que elementos culturais japoneses estejam inseridos
nesse sistema. Dentre eles, é possível perceber a escrita caligráfica, presente nos
últimos símbolos do grau de Reiki: daikoumyou e honshazeshounen. Portanto, para
melhor compreender a aplicação dessa terapia, são necessárias algumas poucas
palavras sobre a Língua Japonesa.

De início, é importante saber que nenhuma palavra em Japonês possui acento


tônico, tendo em vista que as sílabas (mora) devem sempre ser pronunciadas com a
mesma intensidade – o que significa, em termos didáticos, que todas as palavras
aparentam ser oxítonas.

Da mesma forma, também existem alongamentos vocálicos, como em: rēki (ou
reiki) ou daikōmyō (ou daikoumyou), que nos obrigam a pronunciar a sílaba com um
tempo maior, assim como alongaríamos a vogal nas seguintes frases: “O sol clareia a
manhã.”, “Este é um comitê exemplar.”, “Comi um caqui imenso.”, “Vi meu avô hoje” ou
“Ele é um guru humilde.”.

Aliás, a Língua Japonesa possui um sistema de escrita bem complexo, herança


do contato com os povos habitantes da região que hoje compreende a China, que pode
tanto ser lido de cima para baixo, da direita para a esquerda (assim como está na capa,
é conhecida como escrita tradicional), ou na maneira como nós escrevemos em
Português. Fica ao gosto do freguês.

Além dos silabários (hiragana e katakana) que são empregados para escrever
palavras, nomes, partículas e flexões gramaticais, há também os ideogramas (kanji),
que são caracteres escritos com um número elevado de traços e remetem a uma ideia,
sentimento ou conceito.

São, portanto, os ideogramas que aqui estudaremos. Caso esteja curioso, os


caracteres na capa significam energia espiritual, cuja pronúncia é reiki. Isto é, o
primeiro ideograma (rei) nos remete ao corpo humano que não é o físico, podendo ser
traduzido aqui como espírito; enquanto o segundo (ki), é a energia vital, popularizada
no Ocidente pela pronúncia chinesa qì.
É muito comum, assim, expressões no Japonês que se valham da composição
de dois ou mais ideogramas (jukugo) para designar outro nome, da mesma forma que,
em nossa Língua, podemos formar palavras por composição, como: planalto (plano e
alto), aerossol (aero e Sol) ou terça-feira (terça e feira).

A partir disso, fica mais fácil entender de que maneira os japoneses se


comunicam pela escrita. Assim, a intenção é apresentar cada ideograma presente
nesses símbolos sagrados, além de um guia para a prática da caligrafia.

A ordem dos traços dos ideogramas, que obedece a regras estabelecidas há


muito tempo por calígrafos e professores, geralmente são assim: (1) os traços são
escritos de cima para baixo e da esquerda para a direita, e (2) os traços que inclinam
da direita para a esquerda são escritos antes dos traços que inclinam da esquerda para
a direita.

É claro que existem outras regras além de inúmeras exceções, mas o domínio
dos princípios é um auxílio e tanto para intuirmos a maneira de se escrever qualquer
ideograma que seja.

Como nós não nascemos no Japão, é difícil memorizarmos tantos caracteres


aleatoriamente. Dessa maneira, é mais fácil usarmos alguma técnica de memorização
que nos auxilie a aprendê-los mais rápido. Por exemplo, rei (霊) tem quinze traços, e
pensar que isso significa espírito, para quem não estuda Japonês, é coisa de louco.

Mas, e se nós associássemos algum desenho lúdico a esse ideograma, como


seria?
Com um pouco de imaginação, aliada à força de vontade e humor, passamos a
ver no emaranhado de rabiscos um fantasminha num cemitério. Com o uso constante
dessa mnemônica, você passará a associar automaticamente rei (霊) a espírito.

É dessa maneira divertida, portanto, que veremos os símbolos: daikoumyou e


honshazeshounen. Certamente com estas dicas, passaremos praticar Reiki com mais
fluidez e propriedade.

Concluindo a explicação: mas como se escreve esses quinze traços? Simples!

Embora pareça um bicho de sete cabeças a primeira vista, a prática constante


fará de você um monge calígrafo. (Acredito que ninguém aqui tenha aprendido a
escrever facilmente na aula inaugural do abecedário no primeiro ano do Ensino
Fundametal!)

Descontraidamente, e com um pouco de esforço, conseguimos ver a energia


vital plasmada ao nosso redor:
Para finalizar, só falta aprendermos a escrever o famoso qì, que tem bem
menos traços, por sinal:

Depois de escrever Reiki, dominar a caligrafia japonesa é um pulo. Nada


como a dedicação diária e a fé inabalável para nos tornamos monges da sabedoria do
Pai Celestial. 
大光明 (daikoumyou)

A começar pelo último símbolo, temos uma composição de


ideogramas que significa brilho imenso, muitíssima luz, claridade
radiante. A partir da tradução, é possível intuir por que nós o utilizamos
para potencializar a energia canalizada pelo Reiki.

Seu primeiro
ideograma (dai, 大), que
possui apenas três traços,
significa
grande,
largo, e, quando posicionado na frente de outro
ideograma, expressa intensidade, assim como ocorre
em: arqui-inimigo, alto-falante ou megafone. E sua
forma lembra muito um gigante de braços abertos em
pé.

Já o segundo (kou ou kō, 光), é simplesmente luz. Seus traços


lembram a chama de uma vela cintilando.
Por fim, restou o ideograma de brilho (myō ou myou, 明).

Estudando um pouco mais a fundo sobre a


caligrafia dele, descobrimos que é feito a partir da
união de dois outros ideogramas para poder formar
a ideia de brilho: sol (à esquerda) e lua (à direita).
Isso é muito comum na escrita ideográfica, unir
elementos capazes de expressar um conceito
relacionado a eles, como veremos a seguir.

Apenas a título de curiosidade espiritual, se se juntar kou com


myou (光明), além de designar algo como brilho da luz, isso também pode
se referir, conforme a literatura budista, à luz emanada dum boddhisattva,
simbolizando sua sabedoria e compaixão.
本者是正念 (honshazeshounen)

Em atenção ao que vimos até agora, a caligrafia japonesa nos


proporcionou um novo mundo de aprendizado e espiritualidade. E, assim
como nossa jornada, é vez de se aumentar um pouco nossos desafios.

O símbolo honshazeshounen possui um significado sublime, em


vista da cura a que se propõe. Sua grande mensagem é a experiência
cardíaca por meio da qual possa um irmão ajustar suas dívidas cármicas.

Por certo, essa tradução é uma interpretação da composição dos


cinco ideogramas, um sentido extraído de: origem, pessoa, correição,
justiça e sentimento. Logo, é muito feliz que outros irmãos possam
compreender algo diferente, desvendando ainda mais o caminho esotérico
do símbolo.

O primeiro dos cinco elementos (hon, 本) significa causa,


fundamento, raiz, origem, cujo ideograma se parece muito com a
representação duma árvore.

É interessante que, desde pequenos, sempre tivemos o


costume de desenhar uma árvore apenas com tronco,
galhos e folhas. Entretanto, são suas raízes que lhe dão
alimento, extraindo água e nutrientes necessários para
seu crescimento, bem como a sustentação de toda sua
parte visível.

Da mesma forma, é nosso Eu Superior


que sustém a graça da vida, fincando as
raízes do fundamento de nossa existência.
A seguir, vem pessoa (sha, 者). Com oito traços, o ideograma se
parece com um homem carregando um fardo nas costas.

Ao seu lado está um ideograma (ze, 是) que não é normalmente


visto isolado no Japonês contemporâneo, pois sempre vem acompanhado
de algum outro ideograma após para complementar seu sentido, como
acontece em zeshou (是正).

Mas, ao abrirmos um dicionário japonês de ideogramas,


descobrimos que ze (是) significa justo, correto. A título de curiosidade, o
mesmo é utilizado em Mandarim como verbo ser e, na Língua Japonesa
arcaica, era empregado como pronome demonstrativo.

No Sânscrito, a palavra para verdade é tattva, formada a partir da


união entre tad (pronome demonstrativo) e tva (sufixo de
qualidade, essência).

O ideograma parece uma criança correndo debaixo


do sol quente. Será correto praticar corrida ao meio-dia?
Como complemento, o próximo (shō ou shou, 正) tem o mesmo
significado do que o anterior, com a exceção de que seu uso isolado é bem
comum na Língua Japonesa hoje em dia.

Já sua ordem de traços, por bem, é fácil de ser


memorizada, em razão de sua harmonia. Sua imagem nos
lembra uma pessoa aprendendo a ter postura, colocando
um livro sobre a cabeça. É necessário, portanto: a palavra
correta, a ação correta, o meio de vida correto, o esforço
correto, a plena atenção correta, a concentração correta, o pensamento
correto e a compreensão correta, como meio de acesso à justiça divina.

Como já dito aqui algumas vezes, os japoneses costumam se referir


a conceitos juntando outros nomes já existentes, principalmente quando
eles têm o mesmo significado, para poder criar uma síntese. De igual
modo é zeshou (是正), isto é, correção, justiça – do mesmo jeito que
existem as palavras zunzum, vaivém e corre-corre na Língua Portuguesa.

O último elemento de nosso estudo (nen, 念)


tem uma formação muito bonita. No seu topo, com
quatro traços, está o ideograma para agora, enquanto
embaixo, com também quatro traços, está coração.
Significa como você estava em determinada situação,
traduzido usualmente como sentimento, desejo, pensamento, atenção ou
sensação.

Sua mnemônica é simplesmente a


ilustração de um relógio de sol. Onde será
que estava nosso coração uma hora atrás?
Tínhamos pensamentos elevados em
propósitos celestiais? Nosso sentimento era de
amor e gratidão?

Não é difícil encontrar algum manual de Reiki que apresente a


caligrafia diferente de honshazeshounen da apresentada aqui. Isso porque
a maneira cursiva de escrever o símbolo tem a vantagem de ser mais
prática, pois, emendando um ideograma noutro, a quantidade de traços
cai de trinta e cinco para vinte e um. :o

A recomendação é no sentido de que


busquemos, primeiro, aprender a escrever
isoladamente cada ideograma, porque assim
aumentaremos significantemente nossa habilidade
de escrita e aplicação do símbolo como um todo.

Depois desse domínio, intuitivamente


passaremos, durante a aplicação, a utilizar a forma
cursiva, que é muito mais rápida e suave.

Sem muito mistério, mas com bastante


amor e fraternidade, são essas lições que nos
auxiliarão daqui em diante na prática de Reiki.
Fórmula secreta para a felicidade

A cura espiritual para todas as doenças

Somente hoje,
Não se irrite,
Não se preocupe,
Seja grato,
Trabalhe com dedicação
E seja gentil com todas as pessoas.

Em suas orações diárias, no silêncio de seu coração, recite esses versos.

Tratamento Reiki do sistema Usui


para aperfeiçoamento do corpo e do espírito.

Seu fundador,
Mikao Usui.
FONTES:

MATTOS, Luiz Franklin. Seminário Reiki I, II e III.

ROWLEY, Michael. Kanji pictográfico: dicionário ilustrado mnemônico Japonês-


Português. Tradução de Suara Bastos e Fábio Ogawa. 2ª edição. São Paulo: Conrad
Editora do Brasil, 2004.

SAKADE, Florence. A Guide to Reading & Wrinting Japanese: A Comprehensive


Guide to the Japanese Wrinting System. Revised by Kenneth Henshall, Christopher
Seeley & Henk de Groot. Third Edition. Singapore: Tuttle, 2003.

http://tangorin.com/

http://www.visualmandarin.com/tools/dictionary/

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