2021.1 MC Resenha Crítica - Modelo Par & Plágio - Pan 2o21.1
2021.1 MC Resenha Crítica - Modelo Par & Plágio - Pan 2o21.1
2021.1 MC Resenha Crítica - Modelo Par & Plágio - Pan 2o21.1
Resenha crítica
TEXTOS
RESENHA CRÍTICA
−Cátedra, 2021b, “Resenha crítica” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .4
−Cátedra, 2021c, “Um exemplo de Resenha crítica” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
−Kolak, Daniel; Martin, Raymond, 2004, “Conhecimento de qualidade” . . . . . . . 10
−Anonimus, João, 2017, “Resenha crítica [de Kolak e Martin 2004]” . . . . . . . . . . 11
−Sobre as referências bibliografias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
TEXTOS COMPLEMENTARES
−Eco, Umberto, 1987, “A iniciação à pesquisa” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .18
−Cátedra, 2018d, A ética na pesquisa e na Universidade –O PLÁGIO” . . . . . . . . . .20
−Eco, Umberto, 1998, “Paráfrases e plágio” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .21
−Vídeos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
−Concepción, David, 2020, “Ler como um filósofo” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
1
ATIVIDADES PRÁTICAS
Cátedra, 2021a
Evidentemente essa regra (em qualquer de suas versões) não pode ser considerada como
uma regra restritiva, já que sempre temos a liberdade de entregar nossos trabalhos
antes da data pautada –de fato, nas especificações acima se indica que as datas de
entrega são ‘até o dia...’.
Em síntese: temos uma regra acadêmica simples, ampla e não restritiva; portanto,
não há possibilidades de reclamações nem desculpas.
Para que fique bem claro: Imaginemos que a data determinada para a entrega de uma
Resenha, ou de uma Dissertação é, p.ex., “até o dia 17 de fevereiro”. Algum aluno,
depois do dia 17 de fevereiro, poderá tentar se desculpar por não ter entregado a
Atividade prática a tempo dizendo que no dia 17 teve que viajar, ou que esteve doente
etc. O professor simplesmente responderá que o aluno teve mais de x dias para entregar
esse trabalho (!!), dias nos quais o aluno não viajou nem esteve doente (já que nesse
caso provavelmente estaria reprovado por faltas), e que, infelizmente, por razões
pedagógicas o trabalho não poderá ser aceito.
Em síntese: seja responsável com suas obrigações acadêmicas (frequência, entrega de
APs etc.). Isso contribuirá com suas notas e –mais importante– com seu aprendizado.
2
Revisão do Trabalho, correção e aprimoramento
Eliminar os espaços duplos, as palavras unidas, outros erros de digitação etc. Justificar
o texto. Entregar no formato especificado.
A Atividade deve ser redigida com espaço simples, em letra Times New Roman,
tamanho 14.
3
RESENHA CRÍTICA
Cátedra, 2021b1
Uma RC, então, implica (i) fazer uma análise, um exame, e, (ii) também e
principalmente, emitir um julgamento, uma opinião fundamentada.
Destacando a mesma ideia em outras palavras: a ‘RC’ é um tipo especial de
síntese, onde se apresenta de maneira clara e sucinta um texto acadêmico. É (i) uma
síntese, mas é (ii) uma síntese crítica e abrangente, que permite comentários e
opiniões, inclui julgamento de valor, comparação com outros textos da mesma área, e
avaliação da relevância do texto analisado em relação a outros do mesmo gênero.
Resenhar significa sintetizar e destacar os pontos principais de uma obra e,
principalmente, criticar a obra, avaliá-la criticamente. ‘Resenhar’, então, não implica
simplesmente ou somente resumir. Uma resenha pressupõe −também e
principalmente− uma apreciação sobre um texto. Assim sendo, podemos caracterizar
a Resenha crítica como uma síntese crítica de um texto, em que se destacam e
julgam as principais ideias contidas nele.
Embora o texto a ser resenhado tenha um autor, quem elabora a resenha deve ser o
autor da sua própria resenha. Isto é: é importante manter a identidade de quem
escreveu o trabalho que você está analisando, mas é preciso transparecer a sua
própria presença, como voz crítica sobre o texto.
A resenha é uma útil ferramenta de estudo e aprendizagem.
1 Aqueles alunos interessados em aprofundar a técnica da resenha –a qual pode ser utilizada como técnica de estudo–, podem
consultar o site: <http://www.ronaldomartins.pro.br/materiais/resenha.htm>, acesso em 02/03/2007.
2 Para simplificar, a seguir falaremos só de resenha de ‘texto’. Mas, é importante destacar que uma resenha não se restringe a um
texto ‘escrito’: há resenha de conferências, palestras, comunicações, aulas etc. Em outras palavras, as indicações abaixo são válidas
para qualquer tipo de modalidade comunicativa.
4
Técnicas de resenha
5
Características técnicas da Resenha crítica
* A RESENHA CRÍTICA deve ser entregue impressa (digitada), enviada em folha A4,
justificada, em letra Times New Roman (TNR).
Regras gráficas: Se ainda não conhece nenhuma das regras habituais de citação
(ABNT, Vancouver, APA etc.), siga o modelo.
−Utilizar −e citar− só artigos com ISSN e livros com ISBN (independentemente de terem sido
obtidos, ou não, na Internet).
6
Extensão da resenha
Elementos da resenha
A Resenha se estrutura em três partes lógico-redacionais:
Cabeçalho
1. Resumo
2. Comentários pessoais
[Geralmente, as Resenhas críticas não separam o Resumo dos Comentários
pessoais. Porém, por razões didáticas, diferenciaremos com títulos essas duas
atividades: (1.) Resumo e (2.) Comentários pessoais.
Mesmo que a distinção seja artificial, ajudará a que o aluno entenda a diferença
entre sintetizar e argumentar, e a valorizar a importância da argumentação, da
avaliação, da ponderação, i.e., da crítica dos textos.]
3. Bibliografia
7
Elementos da resenha
A Resenha se estrutura em três partes lógico-redacionais:
0. Cabeçalho
No começo da primeira folha, devem ser colocados os dados pessoais (nome
completo do aluno), seguidos dos dados editoriais do texto analisado)3.
1. Resumo
A seguir, sempre na primeira folha, deve se colocar o título ‘1. Resumo’. Nessa
seção, deve se fazer uma exposição sintética do conteúdo da fonte, o resumo ou
síntese do material resenhado (segundo especificado acima). Nela devem ser
destacadas as ideias principais, e esclarecer-se questões como as seguintes: De
que trata o texto? Como foi abordado o assunto? O autor faz conclusões? Quais
são? etc.
2. Comentários pessoais
A continuação, em página independente (nova), sob o título ‘2. Comentários
pessoais’, deve se fazer uma crítica, uma avaliação, uma apreciação pessoal
fundamentada.
Exemplo: 3. Bibliografia
2. Comentários pessoais
Resenha crítica
Dados do aluno: _______
1. Resumo
Neste texto, o autor tenta esclarecer
as noções de ‘descoberta’ e de
‘avaliação’ em ciência.
Em termos muitos claros, Hempel
apresenta estas questões a partir da
análise de um caso científico muito
conhecido: a descoberta, feita pelo...
1
3
Caso a resenha seja uma aula ou de outra modalidade de exposição, se deve indicar a data em que o trabalho
resenhado foi apresentado, título do trabalho, nome do evento etc.
8
Um exemplo de
Resenha crítica
Cátedra, 2020c
10
Resenha crítica
Kolak, Daniel; Martin, Raymond, 2004, “Conhecimento de qualidade”, in Sabedoria sem respostas:
Uma breve introdução à filosofia, Temas e debates, Lisboa, 51-52.
1. Resumo
O texto resenhado corresponde às páginas 51 e 52 do livro de Daniel Kolak e
Raymond Martin, de 2004: Sabedoria sem respostas: Uma breve introdução à
filosofia.
O texto segue a estrutura clássica das introduções à Epistemologia: procura
responder à pergunta ‘O que é o conhecimento?’, e a esclarecer as relações do
conhecimento com a crença, a verdade e a justificação.
Os autores tentam mostrar, na sequência, os problemas que surgem quando
pretendemos definir ‘O que é o conhecimento’. “O conhecimento não é mera crença”,
afirmam (Kolak e Martin, 2004: 13). Se uma pessoa acredita em uma coisa, e outra
no oposto, pelo menos uma delas não tem conhecimento. Em outras palavras: uma
crença falsa não é conhecimento, o que nos leva a pensar que para conhecer alguma
coisa “não temos somente de acreditar nisso, [mas que] isso também tem de ser
verdade” (ibid.). Porém, observam os autores, ainda que crença e verdade pareçam
ser condições necessárias para ter conhecimento, não são condições suficientes, pois a
mera crença verdadeira não constitui conhecimento: posso acreditar em alguma coisa
–por exemplo, que há 81.357 pessoas em um ato político–, essa crença ser verdadeira
–há, de fato, 81.357 nesse ato político−, e mesmo assim não ter conhecimento –pois o
número que chutei foi arbitrário e bem poderia ter sido outro. E aqui surge uma
terceira condição: a de justificação. Tenho que ter alguma boa razão, alguma
evidência −em síntese, algum argumento− para sustentar aquilo que sustento. (E aqui
os autores dedicam alguns parágrafos a esclarecer o que é evidência; basicamente, a
parcela de informação que sustenta racionalmente uma crença).
Tabulação, 0.5
Importante!
Indicar o número de
palavras
11
1
Em página nova/
independente
Referência bibliográfica:
autor, ano: n° pág.
2. Comentários pessoais
O texto é muito claro e está bem redigido. Por apresentar vários tópicos na forma de
perguntas (retóricas), consegue problematizar rapidamente o assunto e interessar o
leitor na leitura.
O texto começa formulando as questões básicas da Epistemologia: O que é o
conhecimento? Quando estamos legitimados a afirmar que temos conhecimento?
Temos conhecimento? Essas questões, como bem sabemos, também são questões
básicas da filosofia (cf., por exemplo, Law, 2007: 11) e de nossa existência em geral.
Como indiquei (em 1. Resumo), os autores tentam mostrar, em sequência, os
problemas que surgem quando pretendemos definir conhecimento como crença
verdadeira justificada, interpretando cada um destes componentes –crença, verdade e
justificação− como condições individualmente necessárias e, em conjunto,
suficientes, para ter conhecimento.
Com relação a essas questões gerais, o texto não se diferencia da maioria dos
vários artigos disponíveis em português sobre o assunto. O aspecto que faz o texto
interessante, e um bom complemento dos artigos mencionados, reside em suas
observações incidentais. Por exemplo, quando explicam por que o conhecimento não
é mera crença, os autores fazem o seguinte comentário: “acreditar meramente em
algo, não importa quão ardentemente, não faz disso uma verdade” (ibid.). Por um
lado, a frase contém a objeção clássica, já destacada por Platão: “não é possível
conhecer falsidades –sendo, possível, e até frequente, ter opiniões falsas” (Almeida
2009: 12); por outro lado, enfatiza uma questão que, mesmo não sendo
epistemicamente relevante, é importante para que o leitor entenda a relevância
vivencial do assunto: não importa “quão ardentemente” acreditemos, a intensidade de
nossa crença não tem relação com a verdade. Em síntese, trata-se de uma variante da
famosa frase de Oscar Wilde: “Uma crença não é necessariamente verdadeira pelo
fato de um homem morrer por ela”. Ou, para mencionar um antecedente mais
filosófico, um exemplo concreto da pontual observação de Francis Bacon (1620, I:
49; itálico meu): “A vontade e os afetos colorem e contaminam o entendimento; [por
isso] o homem acredita mais facilmente no que gostaria que fosse verdade”.
Infelizmente, não por serem muito desejadas ou merecidas as coisas são como
achamos que deveriam ser. A realidade é independente de nossas ilusões,
pressentimentos, sonhos, desejos e esperanças. Como chancela Bertrand Russell: “A
verdade ou falsidade de uma crença depende sempre de algo que está fora da própria
crença” (1912, cap. 12, itálico meu).
Outra interessante observação incidental do texto é a passagem em que insinua que
o conhecimento tem a ver, essencialmente, com a justificação; especificamente, com
a justificação epistêmica ou racional. Isto é, não com motivos ou questões práticas –
por exemplo: acredito em A porque A é bom para mim−, mas com razões ou questões
objetivas −acredito em A porque existem razões e evidências em favor de A. O
conhecimento de uma pessoa tem a ver com “estar conectado com a verdade daquilo
em que acredita através das evidências e/ou razões que tem para acreditar nisso” (p.
13).
12 Número de página
2
Outro ponto de destaque no texto está no fato dos autores adotarem uma posição
falibilista do conhecimento: “Em vez de supor que para as evidências serem
adequadas para o conhecimento elas têm de estabelecer conclusivamente a verdade da
crença que sustentam, supomos que as evidências são adequadas quando tornam, em
um determinado contexto, a verdade de uma crença mais provável ou mais plausível
do que o seu contrário” (p. 14; itálico meu).
Essa posição permite aos autores evitar, pelo menos momentaneamente, as
discussões técnicas que surgem dos contraexemplos de tipo Gettier: “O conhecimento
pode ser mais (ou menos) do que mera crença suportada por evidências adequadas”,
eles concedem, mas entendem que começar por essa concepção é um bom ponto de
partida para compreender o problema. Acredito que a estratégia dos autores é válida.
Depois de tudo, os problemas levantados por Gettier residem na justificação (cf.
Nunes 2015c), isto é, nas exigências que impusermos aos procedimentos de
justificação. Além disso, se a verdade não se manifesta por si mesma, a única
conexão racional que temos com a verdade é a justificação epistêmica. Como afirma
Stolnitz, “a verdade de uma crença tem de depender dos seus próprios méritos”
(1960: 5) –não de uma autoridade ou de nossa vontade−, e a única forma de avaliar os
méritos de uma verdade é avaliando as evidências e razões em favor dessa verdade
(que é o único recurso de que dispomos).
Por último, os autores levantam uma questão central na Epistemologia: dado que o
conhecimento está fortemente ligado à justificação, uma tarefa que devemos –e que
podemos− realizar, é “perguntar às nossas autoridades que evidências elas têm para
as coisas que afirmam saber” (p. 14). Com isso, eles colocam novamente o peso da
escolha ou da aceitação na justificação epistêmica ou racional. As autoridades, assim
como nossos desejos e nossas fantasias, são irrelevantes para determinar a verdade de
uma teoria ou afirmação −e, portanto, deveriam ser irrelevantes para fixar nossas
crenças. Se estamos interessados em nos relacionar de modo frutífero com a
realidade (depois de tudo, o conhecimento controla e dirige o curso de nossas vidas;
cf. Stolnitz 1960), o nosso conhecimento tem de descrever adequadamente a
realidade. E a única forma de poder descobrir se as afirmações, teorias etc. (que são
objeto de nossas crenças) de fato descrevem adequadamente a realidade, é consultar a
própria realidade: confrontar diretamente a verdade nas limitadas ocasiões em que
isso é possível, e, nas ilimitadas ocasiões em que não temos aceso à verdade, analisar
as evidências disponíveis que funcionam como indícios indiretos que podem nos
conduzir falivelmente em direção da verdade. Só temos isso. Pouco, fraco, triste, mas
autoridade, revelação, vontade etc. são fontes piores e perigosas.
Importante!
Indicar o número de
palavras
Número de palavras: 756
3
13
3. Bibliografia
−Almeida, Aires, 2009, “Epistemologia ou Teoria do conhecimento”, in Cátedra, 2016, Teoria do
conhecimento: Parte A, 12.
–Bacon, Francis, 1620, Novum Organum, Abril, S.P., 1979.
−Kolak, Daniel; Martin, Raymond, 2004, “Conhecimento de qualidade”, in Sabedoria sem
Respostas: Uma Breve Introdução à Filosofia, Temas e Debates, Lisboa, 51-52.
−Law, Stephen, 2007, “O conhecimento”, in Cátedra, 2016, Teoria do conhecimento: Parte A, 11.
−Nunes, Álvaro, 2015c, “Os contraexemplos de Gettier e Russell”, in Cátedra, 2016, Teoria do
conhecimento: Parte A, 38-41.
−Russell, Bertrand, 1912, Os problemas da filosofia, 1912, Edições 70, Lisboa, 1999.
−Stolnitz, Jerome, 1960, “Filosofia: a crítica de nossas crenças”, in Cátedra, 2016, Teoria do
conhecimento: Parte A, 3-6.
Importante!
Indicar o número de
palavras de (i) e (ii)
14
Sobre as referências bibliografias
A seção ‘Bibliografia’ −ou ‘Referências bibliográficas’− deve ser redigida
conforme as regras adotadas por sua Universidade, ou pela Revista na qual você
deseja publicar seu artigo.
Caso você inicie sua pesquisa antes de ler um manual de regras gráficas,
ou de decidir em que revista você tentará publicar seu artigo, não
esqueça de registrar (idealmente em ‘fichas bibliográficas’) os seguintes
dados das fontes consultadas5:
SOBRENOME, Nome, ano, Título do livro: subtítulo, Editora, Cidade.
Importante:
• Sempre registrar as referências completas das fontes consultadas.
5Denomina-se ‘fonte’ o meio no qual se obtém as informações. As fontes podem ser ‘escritas’ −livros, artigos,
periódicos, monografias, revistas e todo tipo de material produzido gráfica ou eletronicamente− ou ‘orais’
−conferências, entrevistas, palestras, seminários, aulas etc.
15
16
TEXTOS COMPLEMENTARES
17
A INICIAÇÃO À
PESQUISA
Para mais informação sobre esse assunto, cf. Eco, Umberto, 1987, Como se faz uma tese.
18
19
A ética na pesquisa e na
Universidade – O PLÁGIO Cátedra, 2018d
A seguir, se anexam alguns textos breves de diversos autores, todos relacionados com o
problema da ética no conhecimento, principalmente com o plágio. (Ler, também, o texto de U.
Eco, «Paráfrases e plágio»).
Se você, depois de ler estes textos ainda tiver dúvidas sobre o quê é ‘plágio’,
consulte livros de metodologia ou pergunte a seu professor. Mas sempre se
lembre desta regra clara:
20
Código de Honra do Estudante6
Espera-se que cada aluno obtenha seu grau baseado exclusivamente na avaliação de
seu esforço e trabalho pessoal. Consequentemente qualquer forma de conversa em
exames, ou o plágio de trabalhos, constitui-se em fraude inaceitável e em desonestidade.
O Plágio (1)7
Plagiar significa copiar, imitar (obra alheia), apresentar como seu o trabalho intelectual de
outra pessoa.
Reproduzir em sua totalidade, ou apenas partes de um texto, sem aspas duplas (“”), e
sem citar sua fonte (textos impressos, internet, companheiros etc.), é plágio.
Na nossa maneira de ver se alguém acha interessante copiar ou imitar um trabalho é
porque está lhe atribuindo importância, o que prova que o trabalho ao menos atinge
algum objetivo de qualidade. É pena, porém que alguns demonstrem falta de ética
copiando literalmente o trabalho de outros sem citar a fonte, o que significa uma
incapacidade de produzir conhecimento próprio.
O Plágio (2)8
O plágio é o ato pelo qual um indivíduo faz crer aos outros, mesmo que por omissão, que
um determinado trabalho intelectual é de sua autoria (isto é, assinando-o com o seu nome
sem declarar explicitamente que porção ou porções são pertencentes a determinado
autor), quando na verdade ele é cópia de algum outro trabalho anterior. Tal ato é
normalmente considerado antiético em praticamente todo o mundo, chegando a ser
classificado como crime em vários países, especialmente no meio académico.
6
Código de Honra, <http://www.inf.ufrgs.br/~palazzo/disciplinas/codigo_de_honra.htm>, acesso em 02/03/2007.
7
<http://br.geocities.com/direitoaplicado/plagio.htm>, acesso em 02/03/2007.
8
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%A1gio>, acesso em 02/03/2007.
9
<http://homemportrasdosoculos.blogspot.com/2006/07/plgio-praga-da-universidade.html>, acesso em 02/05/2007
21
Se você é aluno e fez um plágio ou está prestes a fazê-lo, pense duas vezes. Esse seu
erro irá beneficiá-lo temporariamente, mas irá prejudicá-lo e à sociedade de forma
permanente, indelével. Disse um monge budista certa vez: “O pior erro é aquele que
você sabe que está errando”.
Resumir –reescrever as principais ideias do autor em uma versão mais curta, usando
suas próprias palavras;
Parafrasear –apresentar as principais ideias usando as suas próprias palavras;
Citar –usando exatamente as mesmas palavras da fonte, colocando aspas nas citações
diretas.
Citações. Citar a fonte é dar crédito de autoria de onde você tirou as informações
para compor o seu trabalho. Elas podem aparecer em uma lista ao final do trabalho
ou ao longo do texto como notas de rodapé.
Mas, o que é passível de citação? Você deve dar crédito a: dados, desenhos,
exemplos, experimentos, gráficos e tabelas, ideias, incluindo uma interpretação,
opinião, conceito ou conclusão, fotografia, solução a um problema, discurso,
sequência de fatos, ideias ou argumentos, vídeo ou filme, palavras que você citou,
resumiu ou reescreveu incluindo uma expressão de conhecimento, nas palavras de
alguém.
Se você tiver dúvida, inclua a citação, que é mais tranquilo.
10
Versão adaptada de <www.escolatecnica.ufrgs.br>, acesso em 02/03/2007.
22
Paráfrases
e
Umberto Eco, 1998
plágio
ECO, Umberto, 1998, “Citações, paráfrases e plágio”, in: Como se faz uma tese, São Paulo: Perspectiva, 128-9.
Ao elaborar uma resenha ou uma ficha de leitura, você resumiu vários pontos do/a
autor/a que lhe interessavam: isto é, fez paráfrases e repetiu com suas próprias
palavras o pensamento do autor. E também reproduziu trechos inteiros entre aspas.
Ao passar para a redação da tese ou da dissertação, já não terá sob os olhos o texto, e
provavelmente copiará longos trechos das fichas. Aqui, é preciso certificar-se de que os
trechos que copiou são realmente paráfrases e não citações sem aspas. Do contrário,
terá cometido um plágio.
Essa forma de plágio é assaz comum nas teses e artigos. O estudante fica com a
consciência tranquila porque informa, antes ou depois, em nota de rodapé, que está se
referindo àquele autor. Mas o leitor que, por acaso, percebe na página não uma
paráfrase do texto original, mas uma verdadeira cópia sem aspas, pode tirar dai uma
péssima impressão. E isto não diz respeito apenas ao orientador, mas a quem quer que
posteriormente estude seu trabalho, para publicá-la ou para avaliar sua competência.
Como ter certeza de que uma paráfrase não é um plágio? Antes de tudo, se for muito
mais curta do que o original, é claro. Mas há casos em que o autor diz coisas de grande
conteúdo numa frase ou período curtíssimo, de sorte que a paráfrase deve ser muito
mais longa do que o trecho original. Neste caso, não se deve preocupar doentiamente
em nunca colocar as mesmas palavras, pois às vezes é inevitável ou mesmo útil que
certos termos permaneçam imutáveis. A prova mais cabal é dada quando conseguimos
parafrasear o texto sem tê-lo diante dos olhos, significando que não só não o copiamos
como o entendemos.
1. O texto original
A vinda do Anticristo deu lugar a uma desordem”; e, já que os “sinais”
tensão ainda maior. Sucessivas incluíam maus governantes, discórdia
gerações viveram numa constante civil, guerra, fome, carestia, peste,
expectativa do demônio destruidor, cujo cometas, mortes imprevistas de
reino seria de fato um caos sem lei, pessoas eminentes e uma crescente
uma era votada à rapina e ao saque, à pecaminosidade geral, nunca houve
tortura e ao massacre, mas também o dificuldade em detectá-los.
prelúdio de um termo ansiado, a
Segunda Vinda e o Reino dos Santos.
As pessoas estavam sempre alerta,
atentas aos “sinais” que, segundo a
tradição profética, anunciariam e
acompanhariam o último “período de
23
Atividades práticas − Resenha crítica
11
Cohn, Norman, 1965, I fanatici dell’Apocalisse, Vominitá, Milano, p. 128.
24
Atividades práticas − Resenha crítica
Sobre os vídeos
Uma observação geral sobre os vídeos. A Internet está repleta de
vídeos –sobre qualquer assunto. Mas a maioria deles são ruins ou
muito ruins. Não é de se estranhar: muitos são feitos por alunos, que
mal começaram a ler sobre o assunto, ou por influenciadores que
fazem vídeos sobre todos os assuntos –o que equivale a dizer: sobre
nada.
Em geral, os alunos gostam de se informar a partir de vídeos. Para
eles, segue esta dica geral: cuidado, a maioria deles são ruins ou muito
ruins!
25
Atividades práticas − Resenha crítica
Ao lado do grande “D” vermelho, na parte inferior do trabalho final que escrevi para
um curso de ciência política de nível médio, durante o segundo semestre da faculdade,
estava escrito: “Você pensa como um filósofo, não como um cientista político”. Tomei
alegremente este comentário, o único comentário, como um conselho sábio, em vez de
um insulto desdenhoso, e me inscrevi para fazer o curso Teorias da Natureza Humana
no departamento de filosofia, no semestre seguinte.
Lembro-me de ter uma sensação profunda, mas vaga, que foi uma mistura de
alívio e de alegria durante a primeira semana de Teorias da Natureza Humana.
“Encontrei meus iguais”, pensei. Eu não sabia que existia um campo de estudo que
considerava sensatas as questões que estavam sempre na minha cabeça. Ainda mais
surpreendente é que o tipo de ideias que eu oferecia como respostas, ainda que
desorganizadas, era o mesmo tipo de respostas que os filósofos fornecem. Mudei de
curso antes do final do semestre.
Mas tinha um problema. Eu não sabia como ler filosofia. Não sabia como
conectar razões a conclusões, acompanhar mudanças na expressão, decifrar sutilezas,
avaliar argumentos ou usar o texto para criticar as minhas próprias opiniões. Eu sabia
como ler a fim de extrair informações que poderiam me ser solicitadas a regurgitar em
algum momento posterior, mas não sabia ler como os filósofos liam. Embora a
destilação precisa de informações básicas seja necessária para uma experiência
significativa de leitura filosófica, é infelizmente insuficiente. No meu primeiro curso de
filosofia, li cada texto lentamente, com um dicionário de filosofia e um dicionário geral
ao meu lado. Com exceção de Kant — que eu sabia que não entendia —, descobri e
redescobri todos os dias, em sala de aula, que o que eu havia feito, da maneira como
havia lido, não me preparava para me engajar com as ideias da maneira como era
esperada de mim. Como um entusiasta novo da filosofia, andava em círculos. O que
segue é uma lista das 10 coisas que eu gostaria de saber quando comecei a ler filosofia.
27
Atividades práticas − Resenha crítica
28
Atividades práticas − Resenha crítica
ensaio que estou lendo reside, geralmente consigo entender melhor a discussão
refinada encontrada no ensaio.
9. Avaliar
À sua vontade, pense nas razões adicionais que poderia haver para pensar que o autor
está correto ou incorreto. Pondere se: nossa experiência de vida fornece alguma
29
Atividades práticas − Resenha crítica
revelação sobre os méritos dos argumentos? Caso o autor esteja correto, quais são as
consequências? Para a verdade? Para as suas crenças? Para como você deve viver?
Discuta com amigos sobre os argumentos, especialmente com aqueles que
provavelmente discordarão de você. Elabore críticas adicionais e veja se consegue
imaginar respostas em nome do autor.
10. Decida
Depois de um tempo suficiente, passe da avaliação dos argumentos para as suas
próprias conclusões. O autor está certo, errado ou, mais provavelmente, parcialmente
certo e parcialmente errado? Sobre o que, se alguma coisa, você deveria mudar de
ideia? Depois de decidir o que pensa sobre as ideias do ensaio, escolha outro que
contenha novos argumentos que possam fazê-lo mudar de ideia novamente.
Quanto ao que ler, quem é que sabe? Leia o que instiga você. Acredito que as
pessoas que estão no início de uma carreira de leitura de filosofia estão bem providas
ao se dedicarem a artigos e capítulos, até encontrarem um autor ou tópico que
realmente gostem. Se você não sabe quais são seus interesses, procure algo diferente
do que normalmente lê, então comece pela navegação da Enciclopédia de Filosofia da
Stanford. Se tiver sorte, haverá um livro que coleta ensaios sobre um tema que lhe
provoca. Se você for realmente sortudo, um autor favorito terá um livro que reúna os
ensaios dele, de modo que você obtenha versões revisadas que tenham algo como uma
pista, mesmo que continuem independentes.
Três de meus favoritos, quando comecei minha jornada como leitor de filosofia,
foram Mortal Questions, de Thomas Nagel, Moral Luck, de Bernard Williams, e The
Politics of Reality, de Marilyn Frye. No lado mais literário da filosofia estão James
Baldwin, Collected Essays e A Sand County Almanac, e Sketches Here and There de
Aldo Leopold. Finalmente, quando você realmente se apaixona por um pensador,
como me apaixonei por John Rawls, é hora de pegar um livro inteiro. A Theory of
Justice de Rawls pode mudar sua vida.
David W. Concepción
Publicado originalmente em The Philosopher's Magazine.
Nota
1. Agradecemos ao Prof. Dr. David Concepción, da Ball State University, pela autorização da tradução.
30