Eletromagnetismo

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Os microfones e os altifalantes são aparelhos que espelham bem a base de fenómenos

eletromagnéticos que estão na sua origem. Um campo é uma região do espaço em que
se verifica a ação de uma dada força; no caso do campo elétrico, essa força será uma
força elétrica.

Qualquer carga elétrica, ao ser colocada num qualquer ponto do espaço, interage com
outras cargas. A carga elétrica pode ela própria criar um campo ou situar-se num campo
criado por outras cargas. Dado que cargas de igual sinal se repelem e cargas de sinal
oposto se atraem, importa definir uma grandeza física que identifique o campo elétrico,
independentemente das cargas existentes nos diversos pontos.

O campo elétrico é uma grandeza vetorial e define-se, em cada ponto, por uma força
elétrica que atua numa carga de prova (q = 1 C), colocada num ponto do espaço.

Fe−→=qE⃗ Fe→=qE→

A direção da força que atua entre as cargas é a do segmento de reta que as une, mas o
sentido depende da interação entre ambas ser repulsiva ou atrativa, tal como mostra a
figura seguinte:

O campo elétrico é tanto maior quanto maior for a carga que o cria e tanto menor quanto
maior for a distância a essa carga; aponta para a carga se aquela for positiva e em
sentido contrário se for negativa.
O vetor campo elétrico pode assim caracterizar-se por ter:

 Direção: a do segmento de reta que une as duas cargas;


 Sentido: o mesmo da força elétrica que atua na carga de prova;
 Intensidade: é dada pela relação entre a intensidade da força elétrica que
atua por unidade de carga elétrica positiva, colocada num ponto do
espaço;
 Unidade: NC−1NC−1

                                  

                          

Linhas do campo elétrico

As linhas de campo elétrico são extremamente úteis porque permitem representar o


campo elétrico. Tal como no campo magnético, estas linhas indicam a direção e sentido
do campo elétrico em cada ponto. Para um campo elétrico criado por uma carga,
verifica-se que as linhas de campo têm sempre origem nas cargas positivas – fontes – e
terminam sempre nas cargas negativas.

Quanto mais intenso for o campo elétrico, maior será a densidade de linhas de campo.
Estas linhas são paralelas, no caso do campo elétrico ser uniforme – é o que acontece
num campo elétrico estabelecido entre duas placas metálicas paralelas com iguais
cargas mas de sinal contrário.

Se, por outro lado, tivermos duas cargas elétricas, uma negativa e outra positiva, é
possível estabelecer um dipolo elétrico.

Nas figuras seguintes, apresentam-se diversas representações de linhas de campo


elétrico, de acordo com as cargas presentes.
Um campo de forças é uma região do espaço na qual se pode sentir uma
influência de uma força bem definida. No caso do campo magnético
terrestre, a ação magnética da Terra sente-se em todo o planeta e por
isso é possível utilizar uma bússola para encontrar o norte magnético,
seja qual for o local onde nos encontremos. A agulha da bússola é
sempre atraída para o polo norte do campo magnético terrestre,
comportando-se a Terra como uma espécie de íman gigante.

No caso do campo magnético, a região a considerar será aquela em que


se sente a influência de uma fonte magnética, como um íman. Não é
obrigatório que a interação ocorra só em materiais magnéticos como é o
caso dos magnetes: pode ocorrer também em cargas em movimento, ou
seja, nas correntes elétricas.

Esta situação é facilmente comprovável se pegarmos numa bússola e a


colocarmos perto de um fio condutor que esteja a ser atravessado por
uma corrente num circuito fechado. Verifica-se que a agulha da bússola
roda até atingir uma posição de equilíbrio, situação que não ocorre
quando o circuito está aberto.

Esta experiência foi realizada, pela primeira vez, em 1820 por Oersted.
Oersted observou que a agulha magnética de uma bússola se
movimentava ao ser aproximada de uma corrente elétrica, tal como
acontecia caso se aproximasse um íman.

Oersted concluiu assim que uma corrente elétrica origina um campo


magnético.

O campo magnético, B⃗  B→ , é uma grandeza física vetorial cuja


unidade do Sistema Internacional (S.I.) é o tesla (T), em homenagem ao
físico Nikola Tesla. Esta unidade equivale a 1 NA−1m−1NA−1m−1 e é
definida como a intensidade de um campo magnético uniforme quando
um fio condutor de 1 metro de comprimento, colocado
perpendicularmente às linhas de campo e sujeito a uma força de
intensidade igual a 1 N, é percorrido por uma corrente de 1 ampere de
intensidade.

As linhas de campo magnético são extremamente importantes na


descrição do campo magnético, tendo sido referenciadas, pela primeira
vez, por Michael Faraday, quando este visualizou o espetro magnético de
um íman. Estas linhas possuem características próprias:

 são tangentes em cada ponto ao vetor B⃗  B→;


 são linhas fechadas, possuindo o mesmo sentido que o
campo magnético;
 o seu número, por unidade de área, é diretamente
proporcional à intensidade do campo que as cria.
As linhas são facilmente observáveis se se colocar um íman debaixo de
uma folha de papel e, em cima desta, algumas limalhas de ferro. As
zonas mais densas correspondem a pontos em que o campo magnético
é mais intenso, enquanto as zonas menos densas correspondem a um
campo magnético menos intenso nessa região.

No caso de um íman, observa-se ainda que as linhas saem do polo norte


e entram no polo sul. Ao contrário do campo elétrico, são necessários os
dois polos para visualizar as linhas de campo, enquanto no campo
elétrico basta ter uma carga, positiva ou negativa.

Se aproximássemos e afastássemos um íman vulgar de um fio condutor enrolado num


cilindro de plástico ligado a um galvanómetro, observar-se-ia a deteção momentânea de
corrente elétrica no circuito. A este fio condutor enrolado dá-se a designação
de espira e à corrente observada dá-se a designação de corrente de indução. Isto
acontece porque a corrente observada no galvanómetro não é devida a nenhuma fonte
de tensão, mas antes ao simples movimento de vaivém do íman.

O que se faz ao variar a posição do íman é simplesmente variar o campo magnético


criado pelo mesmo. A corrente que flui na espira apenas ocorre devido ao fluxo de
linhas de campo que atravessam a superfície delimitada por essa mesma espira.

Conclui-se assim que se o íman estiver muito afastado da espira, o campo magnético é
pouco intenso nas proximidades da espira e, por isso, as linhas de campo que
atravessam a espira são poucas, o que faz com que a corrente de indução detetada seja
fraca.

Por outro lado, quanto mais perto estiver o íman da espira, maior é o número de linhas
de campo que a atravessam por área de superfície, o que provoca uma indução
magnética mais intensa e, consequentemente, uma corrente de indução muito mais forte.

O mesmo acontece se se aumentar a área de superfície da espira.


Resumindo, para haver corrente de indução ou corrente induzida numa espira
condutora basta variar:

 a intensidade de indução magnética (B), ou seja, a intensidade do campo


magnético B⃗  B→ criado pelo íman;
 a área da espira condutora;
 a orientação das linhas de campo, em relação à espira condutora.

Para traduzir os efeitos relacionados com o número de linhas de campo que atravessam
uma dada área, utiliza-se o conceito de fluxo magnético, que é uma grandeza física
representada pela letra grega ϕϕ .

Tome-se por base um campo magnético B⃗  B→, uniforme, e uma espira condutora com
uma área plana A. Representando e atribuindo um sentido à perpendicular à
superfície, N,  (normal), é possível definir o ângulo α formado pela direção que esta
perpendicular faz com o vetor campo magnético.

O fluxo magnético que atravessa a área da espira condutora é dado pelo produto entre a
componente do vetor campo magnético, perpendicular à superfície, e a área A. A
componente do vetor campo magnético é B cos α , pelo que, matematicamente, o fluxo
magnético é dado por:

ϕϕ = B A cos α

No Sistema Internacional de unidades (SI), o fluxo magnético é expresso


em weber (Wb), enquanto que a intensidade de indução magnética tem como unidade
o tesla (T).

A expressão anterior permite concluir ainda que é possível ter fluxo magnético máximo,
mínimo ou nulo, de acordo com a orientação da superfície da espira condutora no
campo magnético (o valor do cosseno varia entre –1 e +1 conforme os valores do
ângulo α se situam entre os 0º e os 180º).

Resumindo:

 Se o campo magnético é perpendicular à superfície delimitada pela espira


condutora e tem o mesmo sentido de N, o ângulo α entre N e B⃗ B→ é nulo: o
fluxo magnético é máximo.

ϕϕ = B A

 Se o campo magnético é perpendicular à superfície delimitada pela espira


condutora e tem o sentido oposto ao de N, o ângulo α entre N e B⃗
 B→ é de
180º: o fluxo magnético atinge o valor mínimo.

ϕϕ = − B A
 Se o campo magnético e a superfície delimitada pela espira condutora possuem a
mesma direção, o ângulo α entre N e B⃗ B→ é 90º ou 270º: o fluxo magnético
tem valor nulo.

ϕϕ = 0

Se em vez de uma tivermos várias espiras colocadas num campo magnético orientado
de igual forma para todas, o fluxo magnético total pode ser calculado pela soma dos
fluxos magnéticos que atravessam cada uma das espiras isoladamente, o que é traduzido
matematicamente por:

Fluxo magnético de n espiras: ϕt=nϕϕt=nϕ

Indução magnética

Ao variar o número de linhas de campo magnético que atravessa uma dada área, varia a
intensidade da corrente induzida.

Consideremos um circuito em que foram colocadas duas bobinas no mesmo núcleo de


ferro macio.

Se fecharmos e abrirmos o primeiro circuito, verificamos, através do galvanómetro, que


há passagem momentânea de corrente elétrica no outro circuito.

Podemos assim afirmar que a variação de campo magnético no primeiro circuito, pelo
estabelecimento e interrupção do circuito, induz uma corrente elétrica no segundo.
A produção de uma corrente de indução num circuito elétrico fechado, quando nele se
observa uma variação de fluxo magnético que atravessa a superfície definida pelos
condutores desse circuito, constitui a indução eletromagnética.

À diferença de potencial associada a uma corrente induzida dá-se o


nome de força eletromotriz induzida e representa-se por εε. A sua
unidade SI é o volt (V).

A força eletromotriz induzida é produzida devido a variações do fluxo


magnético, que ocorrem através da variação da intensidade do campo
magnético, área da espira ou ângulo entre a perpendicular ao plano da
espira e o campo magnético.

A lei de Faraday relaciona a força eletromotriz induzida num circuito com


o fluxo magnético variável que o atravessa, num intervalo de tempo:

|ε|=∣∣∣△ϕ△t∣∣∣|ε|=|△ϕ△t|

A força eletromotriz induzida num circuito é igual à variação do fluxo


magnético, por unidade de tempo, e inversamente proporcional ao
intervalo de tempo durante o qual se verifica essa variação de fluxo.

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