Examinai As Escrituras
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Examinai As Escrituras
JOINVILLE - SC
Edições Hebrom
Rua Ministro Calógeras, 394
89.201-500 - Joinville - SC
EXAMINAI AS ESCRITURAS - Seminário Intensivo Para Líderes da Igreja _______________________________________
INTRODUÇÃO
“Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim
testificam” (Jo 5.39).
Nosso objetivo, com este Seminário, é que despertemos para uma nova realidade de amor e de
dedicação ao Senhor e à Sua Palavra. Nestes tempos de grande colheita, precisamos, mais do que
nunca, de pastores e líderes que conheçam a a mensagem de Deus a ser levada ao mundo, na sua
integridade e pureza.
Por outro lado, estamos atravessando tempos de apostasia e de grande operação do erro.
Portanto, para a Igreja crescer em bases sólidas, e não ser enganada pelos ardis que se nos
apresentam, temos que conhecer profundamente as Escrituras e nos aprimorar no estudo da Palavra de
Deus.
“Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se
envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2Tm 2.15).
CONTEÚDO
INTRODUÇÃO
1. A importância das Escrituras e a Verdade
2. Jesus e as Escrituras
• A autoridade de Jesus estava baseada nas Escrituras- Foi reconhecida por isto. Lc.
24.44 - Jesus lhes disse : “São estas as palavras que vos falei estando ainda convosco,
que era necessário que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na Lei de
Moisés, nos Profetas e nos Salmos.”
Jesus não apareceu e... pronto : “Eu sou...”.
1. É coerente
• Foi escrita durante um período de mais de 1500 anos;
• Escrito durante mais de 40 gerações;
• Por mais de 40 autores;
• Nos mais diversos lugares;
• Em 3 continentes : Ásia, África, Europa;
• Em 3 Idiomas: Hebraico, Aramaico, Grego;
• Trata de centenas de temas controversos que geram opiniões diferentes. Entretanto são
tratados com coerência pelos autores. Há harmonia .Harmonia de Deus.
De Gênesis a Apocalipse revela-se o Amor de Deus, a redenção do homem por Deus.
Há coerência e coesão, sem que ninguém tenha sentado para escrever a Bíblia. A Bíblia
jamais se contradiz.
2. Circulação
A Bíblia é o livro mais lido e editado de toda a história da humanidade .
É o livro mais acessível, disponível, traduzido
4. Sobreviveu as perseguições
Como nenhum outro livro a Bíblia tem sido perseguida.
• Voltaire (1778) – renomado filosofo francês disse: “Daqui cem anos o Cristianismo terá
desaparecido. Será História.” 50 anos depois ele tinha morrido, passou para a história mas
sua casa e gráfica eram usadas pela Sociedade Bíblica de Genebra para imprimir Bíblias.
Que ironia!
• Diocleciano imperador romano em 303 AD mandou queimar os livros dos cristãos e
persegui-los. O novo imperador, Constantino, 25 anos depois mandou às custas do
estado fazer 50 cópias das Escrituras.
• “A Alta Crítica” de décadas passadas, pela “Hipótese Documental”, dizia que no tempo
de Moisés não havia um sistema de escrita. Moisés não poderia ter escrito o
Pentateuco. Foi escrito depois. Logo depois, foram descobertos o Obelisco Negro com o
Código de Hamurabi detalhado e o Reino de Elba com escritos perfeitos em l7000
tabletes cerâmicos. O Primeiro, 300 anos antes de Moisés. O segundo, 1000 anos antes.
Infelizmente muitas destas teorias, e outras semelhantes, são ensinadas em escolas e
seminários “Bíblicos”.
Com base em argumentos como estes, várias doutrinas foram formuladas e inseridas na
“Igreja” pela Teologia Moderna:
− Negação da inspiração total da Bíblia;
− Limitação de Deus pelos homens que Ele usou;
− Adaptação dos Princípios e da Moral ensinados pela Bíblia, aos nossos tempos.
Deve-se testar a credibilidade das Escrituras pelos mesmos critérios usados para testar todos
os documentos históricos.
A- O teste Bibliográfico.
Testa a credibilidade das cópias que temos (não temos os originais) em relação ao número de
manuscritos e o intervalo de tempo transcorrido entre o original e a cópia existente.
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Com relação ao Novo testamento, nenhum outro documento da História antiga se compara a
ele.
O Novo Testamento tem 24633 cópias manuscritos.
A Ilíada de Homero tem 643( é o documento antigo com o maior número de cópia).
O intervalo entre o original e a cópia mais antiga do Novo Testamento é 25 anos; o da Ilíada é
500 anos
A maioria das cópias completas mais antigas datam de 250 a 300 A.D. A totalidade dos
documentos históricos antigos, encontram-se bem abaixo destes números, entretanto, são
tratados como preciosidades e cheios de credibilidade pelos estudiosos, e mesmo, pela
sociedade moderna de um modo geral.
Há ainda as citações do N.T. em todos os escritos dos chamados Pais da Igreja: Inácio,
Policarpo, Barnabé, Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Hipolito, Justino Martir, etc,
período este que vai de 70 a 212 AD.
O Velho Testamento, de uma forma diferente, também tem um padrão igualmente confiável de
Palavra de Deus. A cópia mais antiga é de 900 AD, 1300 anos após a conclusão do último
livro, por volta de 400 AC. Entretanto, a tradição dos copistas judeus é inigualável na história
da humanidade. Para eles, copiar era copiar a Palavra de Deus. Precisão! Contavam tudo que
se podia contar. Cópia com qualquer erro era normalmente eliminada. Havia grupos de
homens com funções específicas : Escribas , Copistas e Massoretas. Quem alguma vez
contou as letras, sílabas ou parágrafos dos textos de Platão, Aristóteles, Sócrates, Cícero ou
Seneca?
Nos textos de Shakespeare, com menos de 300 anos, há inúmeras dúvidas quanto a
autenticidade de alguns de seus escritos.
Para a confecção das cópias existiam 17 leis ou princípios que deveriam ser obedecidos.
Só que um outro fragmento encontrado continha esta palavra e a Septuaginta também (300 AC
– 72 anciões , 72 dias). Mil anos de transmissão. Apenas uma palavra de três letras de
diferença.
Estes princípios faziam das cópias um documento mais importante que o original, pois o original
já estava se desfazendo, apagando- se, etc. O original podia então ser destruído. Por isso não
há originais mais antigos.
Entretanto, a maior prova da autenticidade e credibilidade do V. T. é o uso e citações dele
por parte de Jesus e dos Apóstolos.
• O reino de Elba, descoberto no norte da Síria, datado de 2500 A.C. e seus tabletes
cerâmicos com inscrições que lançaram por terra a teoria do Moisés analfabeto dos
estudiosos, também falam das cinco cidades da planície de Gen 14 e na mesma ordem:
Sodoma, Gomorra, Admá, Zeboim e Zoar;
• Os relatos de Lucas concentram a maior atenção. Pois ele diz: “havendo me informado
minuciosamente...”. Então os Críticos aproveitam e dizem : “Não houve censo na época
de Jesus, Quirino não era Governador, e ninguém teve que voltar a terra natal”.
Descobertas arqueológicas revelaram que os romanos realizavam cadastramento e censo de
contribuintes a cada 14 anos.
A volta a terra natal é mencionados em papiros descobertos no Egito.
Inscrições em Antioquia mencionam Quirino como Governador da Síria por dois períodos.
• Sir Willian Ransey, um dos maiores arqueólogos, após 30 anos de trabalho diz: “Lucas é
um historiador de primeira linha... Deve ser colocado entre os maiores historiadores“.
Os livros fora deste padrão foram chamados de Apócrifos. Somente em 1564 no concilio de
Trento é que a igreja de Roma introduziu e recebeu os livros apócrifos como canônicos.
A divisão da Bíblia em capítulos e versículos, se deu em 586 A.C. com o Velho Testamento.
Só em 900 A.D. foi feita a divisão em versículos. Em 1227 Estêvão Langton, um professor da
Universidade de París, e depois arcebispo da Cantuária, dividiu a Bíblia no atual sistema de
capítulos.
A Vulgata Latina foi a primeira versão a incorporar tanto a divisão de capítulos como de
versículos conforme conhecemos hoje.
2. Inerrante
A Bíblia não é somente infalível mas é acima de tudo inerrante. Não é só infalível no seu todo
mas também em suas partes. Geografia, Matemática, Ciências, Anatomia, Sociologia,
Psicologia, Psiquiatria, etc.
NÃO HÁ UMA PARTE INSPIRADA E OUTRA NÃO. TODA AS ESCRITURAS, EM
SEUS AUTÓGRAFOS, FORAM INSPIRADAS POR DEUS.
“Toda palavra de Deus é pura... nada acrescentes tu às suas palavras, para não te
repreenda e sejas achado mentiroso” (Pv 30.5-6).
“Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão
escritas neste livro. E se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus
lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro”
(Ap 22: 18,l9).
3. Completa
A Bíblia é portanto completa . Contém tudo o que diz respeito à vida eterna, ao homem, ao
plano de salvação feito por Deus, a toda as suas implicações, presente, passada e futura, bem
como, a toda revelação da eternidade que Deus quis dar ao homem.
4. Autoritativa
Ela é perfeita e completa. É a última palavra. É Deus quem fala, portanto todos devem ouvir.
1. Barreiras de Linguagem
A Bíblia foi escrita em três línguas: O Antigo Testamento em Hebraico e algumas poucas partes
em Aramaico, e o Novo Testamento em Grego. Nossas traduções em Português, embora muito bem
feitas por conselhos editoriais compostos por grandes eruditos nessas línguas, muitas vezes não
conseguem achar palavras da nossa língua que correspondam perfeitamente às do idioma original.
Também, é difícil fazer a transposição do tempo, da voz e do modo dos verbos das línguas originais
para a nossa língua.
Exemplo 1: Em 1Co 4.1 Paulo diz: “ Que os homens nos considerem, pois, ministros de
Cristo ...” Ministro na nossa língua é uma palavra sofisticada, usada para designar altas posições,
como os ministros do Presidente da República. Mas, no grego, a palavra é huperetes, que significa
servo, escravo, servente. Esse termo era usado para designar os escravos remadores das naus
romanas. Esse conhecimento certamente irá nos ajudar a compreender melhor o que Paulo está
querendo dizer.
Exemplo 2: Em Gn 1.1 o texto diz: “No princípio criou Deus os céus e a terra.” A
palavra traduzida por Deus é a palavra hebraica Elohim. Esta palavra, embora singular, tem um sentido
de pluralidade. Podemos então enxergar aí o Deus Trino, e ver a pessoa de Jesus já no primeiro verso
das Escrituras . Aleluia!
Ferramentas Úteis: Concordâncias, Dicionários Bíblicos, Auxílios para o grego.
2. Barreiras Culturais
A Bíblia é o produto de culturas que são dramaticamente diferentes entre si. Para apreciar um
texto temos que reconstruir o contexto cultural em que foi escrito. Quais os costumes e o ambiente do
povo? Que tipo de influência sofriam?
Exemplo 1: A Parábola das Dez Virgens poderá ser melhor entendida se conheceremos os
costumes relacionados ao noivado e casamento do povo oriental na época de Jesus.
Exemplo 2: No Capítulo 8 de 1 Coríntios, Paulo discute o problema de comer comida
sacrificada aos ídolos, um problema que não é crítico hoje em dia. Porém, o conhecimento do contexto
cultural relacionado a este problema nos facilitará aplicar os princípios de Deus que se encontram nesta
passagem em problemas similares que encontramos hoje em dia na nossa cultura.
Ferramentas Úteis: Dicionários Bíblicos, Enciclopédias Bíblicas e Manuais Bíblicos.
3. Barreiras Históricas
Também, o conhecimento da História atrás de uma passagem ajudará sua compreensão.
Devemos sempre perguntar em que ponto da revelação a respeito de Deus o autor se encontra. É
claro que o entendimento de Paulo é muito diferente do entendimento de Moisés, ou Jó, pois a
revelação de Deus é progressiva através da História. Portanto é importante considerar as diversas
passagens no seu contexto histórico. Se você está estudando Jeremias estará depois dos dez
mandamentos, depois de Davi, mas antes do Sermão do Monte e antes de João 3.16. O pano de
fundo histórico é muito importante!
Exemplo 1: Algum conhecimento a respeito do Gnosticismo existente no tempo em que
Colossenses foi escrito irá nos ajudar a compreender melhor este livro, bem como as cartas de João; se
soubermos da existência dos judaizantes se movendo entre as igrejas gentias, entenderemos melhor o
livro de Gálatas.
Exemplo 2: Se não conhecermos o pano de fundo histórico, especialmente o compreendido
entre o cativeiro na Babilônia e a chegada do Império Romano, vamos entender muito pouco do livro
de Daniel. Muitas profecias lá proferidas se cumprem na História e o conhecimento desses fatos nos
abre uma nova perspectiva de entendimento desse livro.
Ferramentas Úteis: Enciclopédias Bíblicas, Manuais Bíblicos.
4. Barreiras Geográficas
Muitas cidades, províncias, regiões, rios, mares, entre outros conceitos geográficos aparecerem
na Bíblia, muitos dos quais desapareceram ou contam com pouca informação a seu respeito. Todos os
dados que pudermos coletar nos ajudarão a interpretar as Escrituras.
Exemplo 1: Em Marcos 4 vemos o milagre de Jesus acalmando a tempestade no Mar da
Galiléia. Estudando a Geografia da Palestina verificamos que o Mar da Galiléia fica a 220 metros
abaixo do nível do mar, rodeado por montanhas, e, por isso, propicia freqüentemente grandes
tempestades. Se aqueles homens se assustaram, eles que eram na sua maioria pescadores,
acostumados a essas intempéries, deve ter sido realmente uma tempestade muito terrível.
Exemplo 2: Temos muito pouca informação sobre o monte Moriá, onde Isaque foi oferecido
por Abraão. Na verdade trata-se de um conjunto de montes. Porém, a constatação que foi nesse
mesmo lugar que Jesus foi oferecido por nós, nos proporciona um entendimento muito maravilhoso dos
propósitos de Deus.
Embora encontremos diversos tipos de dificuldades. temos que procurar sobrepujá-las, pois é
impossível aplicar a palavra de Deus a nossa vida sem que a compreendamos. É por isso que Davi
diz: “Dá-me entendimento, para que eu guarde a Tua lei e a observe de todo o meu coração” (Sl
119.34). A Palavra de Deus corretamente aplicada tem grande poder. Em At 8.26-40, depois que
Filipe interpretou as palavras de Isaías para o eunuco, este prosseguiu seu caminho com uma nova
perspectiva de vida, e o evangelho pode alcançar a África.
Ferramentas Úteis: Atlas Bíblicos, Manuais Bíblicos, Enciclopédias Bíblicas.
Estas três palavras: leitura, ensino e exortação estão ligadas, respectivamente, à observação,
à interpretação (ou explicação) e à aplicação. O processo geral de estudo da Bíblia consiste destas
três etapas essenciais, realizadas nesta mesma ordem:
1. Etapa de Observação
Nesta etapa, procura-se identificar os fatos, o que o texto está dizendo. A pergunta chave nesta
etapa é: O que eu vejo?
Observar é o ato de reconhecer e anotar fatos ou ocorrências. O propósito da observação no
estudo da Bíblia é saturar-se do conteúdo da passagem das Escrituras, familiarizar-se o quanto
possível com tudo que o escritor bíblico está dizendo, explícita ou implicitamente.
A identificação dos termos relevantes, da estrutura gramatical e literária do texto, do seu
gênero literário e da atmosfera que o cerca é importante para reconhecer o que o autor está dizendo
e constitui informação imprescindível para a realização das etapas seguintes do estudo bíblico.
Paulo, ao ler Gênesis, observou que a palavra “descendente” estava no singular: “Apareceu,
porém, o Senhor a Abraão, e disse: Ao teu descendente darei esta terra.” (Gn 12.7).
“Ora, a Abraão e a seu descendente foram feitas as promessas; não diz: E a seus
descendentes, como falando de muitos, mas como de um só” (Gl 3.16a). Isto é
observação!
Para que se consiga realizar uma observação de qualidade, são necessárias basicamente duas
coisas: saber ler com proveito e saber o que procurar. Estes dois temas são desenvolvidos no
próximo capítulo.
2. Etapa de Interpretação
Nesta etapa, busca-se o significado do texto. Aqui, a pergunta chave é: O que significa? Neste
ponto do estudo, procura-se explicar a passagem, compreender o sentido que as palavras tinham para
o escritor quando as escreveu e descobrir a mensagem que ele está querendo comunicar.
No capítulo 8 de Neemias, há uma passagem valiosa a este respeito. Vejamos primeiramente o
que diz o versículo 1:
“Então todo o povo se ajuntou como um só homem, na praça diante da porta
das águas; e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de
Moisés, que o Senhor tinha ordenado a Israel.”
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Não devemos somente ler a Palavra; devemos, também, procurar saber o significado daquilo
que está escrito. Este é o alvo da interpretação.
2. Etapa de Aplicação
Nesta etapa, o alvo é descobrir como a Palavra de Deus se aplica a mim e aos outros. A
pergunta chave aqui é: Como funciona? Primeiramente, os ensinos devem ser aplicados a minha vida,
para em seguida repassá-los a outros.
Paulo faz a aplicação a respeito de Cristo ser o descendente: “E, se sois de Cristo, então
sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa” (Gl 3.29). Aleluia! Eu e você
somos herdeiros de Abraão.
Há algumas perguntas que podem ser feitas ao texto para se obter mais facilmente as
aplicações, isto é:
• Há um exemplo a ser seguido?
• Há um pecado a ser evitado?
• Há uma promessa a ser reivindicada?
• Há uma oração a ser repetida?
• Há um mandamento a ser obedecido?
• Há uma condição a ser satisfeita?
• Há um versículo a ser memorizado?
• Há um erro a ser mostrado?
• Há um desafio a ser enfrentado?
O estudo jamais deve encerrar-se sem a aplicação em nossas vidas (a prática da Palavra de
Deus). O alvo final de todo estudo bíblico não é a aquisição de conhecimento, mas a transformação
das nossas vidas, para que glorifiquem mais e mais ao Rei da Glória.
1. Identifique o contexto
Quando lemos o texto acima, nos deparamos com a palavrinha “Mas”, que nos leva
imediatamente a pesquisar os versículos anteriores e posteriores a At 1.8. Fazendo isto, chegamos à
conclusão que os versículos 6 a 11 tratam de um só tema básico: o último diálogo de Jesus com os
seus discípulos, momentos antes da Sua ascensão. É neste contexto literário que o versículo 8 está
inserido. De fato, podemos retroceder um pouco mais até Atos 1.1 e dali a Lucas 24, onde é relatada a
ressurreição e as aparições de Jesus, além de estendermos nossa visão até Atos 1.14. Fazendo isto,
teríamos um contexto literário mais abrangente e mais algumas informações a respeito daqueles dias
que se seguiram à ressurreição.
escolhidos para estarem com Ele, a fim de serem preparados para uma missão que nenhum deles
jamais poderia sequer ter sonhado. Além disso, eram homens comuns e vários deles tinham sido
pescadores. Todos os presentes eram judeus, conheciam o ensino de Jesus, viram os Seus milagres e
gastaram muito tempo com o Senhor.
Preste atenção ao lugar. Eles estão no Monte das Oliveiras em Jerusalém (At 1.12), perto de
Betânia, um lugar especial para Jesus. Alguns dados sobre Jerusalém podem ser úteis a uma melhor
compreensão do texto:
• uma cidade importante na região
• o Templo está ali
• é uma cidade familiar a eles
• é onde Jesus foi crucificado
• é o lugar do fracasso deles
• um lugar hostil a eles
Este poder não viria de dentro, mas de fora, por meio de uma pessoa: O Espírito Santo de
Deus. Os discípulos precisavam deste poder? Sem dúvida. É só retrocedermos à ocasião da
crucificação e lembrarmos o que fizeram, amedrontando-se, abandonando o Senhor e até O negando,
que não teremos qualquer dúvida a respeito.
Ser testemunha é conseqüência (o efeito) do poder recebido (a causa) com a vinda do Espírito
Santo.
3. Seja paciente
Bons resultados de estudo bíblico não acontecem rápido. Não queira alcançar tudo já nos
primeiros dias. O estudante da Bíblia é melhor comparado a um maratonista do que a um velocista.
Seja paciente e a mensagem de Deus será revelada, e você achará os tesouros da sabedoria.
4. Leia orando
Ore pedindo a Deus sabedoria, entendimento, revelação. Em João 16.13, Jesus nos diz que o
Espírito Santo nos guiará a toda verdade.
5. Leia telescopicamente
Observe os detalhes, mas não se perca neles. Procure ver as partes à luz do todo, junte as
partes. Caso não o faça, terá apenas um amontoado de fragmentos. A identificação dos assuntos
tratados e palavrinhas de ligação como - mas, e, portanto – ajudam nesse trabalho.
2. Contexto
A palavra contexto significa: o que acompanha o texto. Por extensão, passou também a
significar o ambiente em que alguma coisa habita, o cenário em que alguma coisa existe ou acontece. É
o contexto que dá significação ao texto (que pode ser uma só palavra), é ele que dita as regras que nos
levam à interpretação. Por isso, é muito importante verificar o contexto e assinalar os seus limites.
3. Atmosfera
Aqui, além de observação, é necessário também de imaginação. Observe as circunstâncias, os
sentimentos e tente compor, imaginar o cenário relacionado ao texto. Por isso, é necessário
transportar-se para dentro do texto, vivenciá-lo. Se há um pôr-do-sol, veja-o; se há um odor, cheire-o;
se há angústia, sinta-a.
Um exemplo marcante é Filipenses 4.4:
“Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos.”
Quando Paulo disse isto, ele estava preso em Roma. O conhecimento das circunstâncias em
que se encontrava o autor dá uma nova força à exortação ali expressa.
Quem?
Identifique as pessoas envolvidas. Procure saber algo sobre elas. Faça perguntas como:
• Quem são as principais personagens?
• Quem escreveu? A quem o autor está falando? Sobre quem está falando?
• Quem disse? A quem disse?
O Que?
Procure investigar do que se trata. Faça perguntas como estas:
• O que está acontecendo?
• Quais são os acontecimentos principais?
• Que idéias estão expressas?
• Quais os resultados?
• Quais são os principais ensinamentos?
• Quais as características das pessoas?
Onde?
Identifique o lugar. Procure descobrir algo a respeito de antecedentes históricos, costumes e
crenças importantes. Faça perguntas como estas:
• Onde a narrativa teve lugar?
• Onde está o escritor?
• Onde estão as pessoas? De onde elas vêm? Para onde vão?
Quando?
Identifique o tempo, a ocasião, o fundo histórico, a data se possível. Bombardeie o texto com
perguntas como:
• Quando os eventos aconteceram?
• Quando irá acontecer?
• Quando foi escrito?
Por que?
Aqui se procura descobrir o propósito, a razão. Questione o texto, perguntando-lhe, por
exemplo:
• Por que isto está aqui?
• Por que esta ordem?
• Por que esta pessoa disse isto?
• Por que tanto ou tão pouco espaço foi reservado para este ou aquele acontecimento ou
ensino?
• Por que esta referência foi mencionada?
Como?
Finalmente, pergunte ao texto:
• Como se realizaram as coisas? Com que eficiência? Com que rapidez? Por meio de qual
método?
• Como isto afeta a minha vida?
• Como essa verdade é exemplificada?
temos (tenhamos) paz com Deus ...” foi traduzido em algumas versões com o verbo no indicativo
(temos), afirmando uma realidade presente (a paz com Deus), e em outras no subjuntivo (tenhamos),
dando a idéia de algo (a paz com Deus) que ainda não possuímos.
Modificadores. Modificam o significado das palavras. Em Filipenses 4.19, lemos: “Meu Deus
suprirá todas as vossas necessidades ...” A presença desta palavrinha enfatiza o cuidado de Deus
para conosco, além de produzir um benéfico efeito colateral: o aumento da nossa confiança e da nossa
admiração por este Pai amoroso.
Preposições. Indicam onde a ação está acontecendo (em, sobre, através de ...).
Conjunções. São elementos de ligação, que nos ajudam a discernir o fluxo dos assuntos
abordados, a fazer a ligação entre eles e a obter uma visão panorâmica do texto. Eis algumas
palavrinhas que desempenham estas funções:
• e
• mas, porém (indicam que a seguir vem um contraste)
• portanto (introduz um sumário de idéias ou resultados)
• se (introduz condição)
• porque, ou, pois, então (introduzem uma razão ou resultado)
• para que, a fim de que (expõem um propósito)
Estrutura Biográfica: A chave são os personagens principais (Gênesis 12-50, Juízes, I-II
Samuel).
Estrutura Geográfica: A chave é o lugar (o livro de Êxodo depende fortemente dos lugares
visitados por Israel).
Estrutura Histórica: A chave são os eventos (os livros de Josué, de João – 7 milagres e
do Apocalipse).
Estrutura Cronológica: A chave é o tempo, os eventos acontecem seqüencialmente (os
livros de I-II Samuel e de Lucas).
Estrutura Ideológica: A chave são as idéias e conceitos, a argumentação em torno de uma
idéia principal (a maioria das cartas de Paulo é assim).
7. Coisas Enfatizadas
A ênfase de um texto pode ser mostrada ou identificada por meio de quatro modos:
• Em Mateus, dos seus 1062 versículos, 342 são relativos aos discursos de Jesus.
• Alguns evangelhos reservam muito mais espaço para a crucificação do que para outros
eventos da vida de Jesus.
• Efésios 1-3 (doutrina), 4-6 (prática); Romanos 1-11 (doutrina), 12-16 (prática).
8. Coisas Repetidas
A repetição desperta a atenção, reforça o aprendizado. Jesus usou a expressão “quem tem
ouvidos para ouvir, ouça” 9 vezes nos Evangelhos e mais uma vez no Apocalipse. Ele realmente
queria capturar nossa atenção.
b) Repetição de um padrão
c) Passagens do VT citada no NT
• Se o Espírito Santo repete uma passagem do VT no NT é porque Ele quer enfatizá-la.
9. Coisas Relacionadas
Coisas que estão ligadas, que interagem entre si, também devem ser procuradas e identificadas.
Três tipos de relacionamento:
b) Perguntas e Respostas
As perguntas nos estimulam, nos envolvem, demandam nossa atenção, além de serem,
geralmente, acompanhadas de respostas.
• O livro de Romanos é um modelo clássico. Veja, por exemplo Romanos 6.1-2: “Que
diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo
nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele?”
• A estrutura do livro de Malaquias é definida pelas perguntas e respostas nele contidas.
c) Causa e Efeito
• Em Atos 8.1, discernimos uma causa - a perseguição aos primeiros cristãos em
Jerusalém - e o efeito produzido - a pregação e difusão do evangelho.
• No caso da história do povo de Israel, há relações de causa e efeito evidentes, e
importantes como exortação para nós. O pecado de Israel (a causa) ocasionou o seu
exílio (o efeito). O arrependimento do povo (a causa) permitiu o seu retorno à palestina
(o efeito).
• Um interessante exercício para casa é descobrir os contrastes entre Marta e Maria, em João
11.1-46, e aprender com eles.
A interpretação procura responder a pergunta: “Que significa?”. Neste ponto do estudo você
procura explicar a passagem, compreender o sentido que as palavras tinham para o escritor quando ele
as escreveu e descobrir a mensagem que ele está querendo comunicar.
No decorrer dos séculos muitos “homens da Palavra” estudaram a Bíblia e descobriram que
ela tem uma simetria, uma estrutura, uma lógica, uma grande mente e uma grande sabedoria. Esses
irmãos descobriram certos princípios relacionados ao estudo das Escrituras e com esses princípios
podemos entender mais e mais a Palavra de Deus. Alguns desses princípios são apresentados a seguir.
Esses princípios tem como substrato o fato de que a Bíblia é a Palavra de Deus, não apenas
contém a Palavra de Deus. Portanto o pressuposto é que a as Escrituras, como um todo, são
inerrantes e infalíveis. Elas formam um mundo todo seu, completamente auto-consistente e coerente.
Não erros, não há contradições. A Bíblia sempre está de acordo consigo mesma.
PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
1. Princípio da Declaração Direta
A primeira abordagem sobre o significado de um texto deve ser o seu sentido natural e óbvio.
Isto eqüivale a dizer que o texto diz o que ele está realmente dizendo. Procure primeiramente o ensino
claro e mais direto, não algum significado oculto. A primeira regra é “não espiritualizar”.
Exemplo 1: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom
de Deus; não vem das obras para que ninguém se glorie” (Ef 2.8-9). Aqui a interpretação deve ser
literal. A interpretação rígida de textos como esse fez com que muitas verdades das Escrituras
pudessem ser redescobertas pelos reformadores, como a “justificação pela fé”.
Por outro lado, identifique e entenda as figuras de linguagem, interpretando-as adequadamente.
As vezes, ao interpretar literalmente um texto podemos chegar a resultados absurdos. Temos então que
procurar seu sentido natural, numa forma simbólica. Quando lidamos com linguagem figurada, temos
que nos ater aos aspectos pertinentes dos símbolos usados, que sempre reforçam o ponto central da
passagem. Detalhes dos símbolos não considerados no texto devem ser tratados com muito cuidado.
Exemplo 2: “Desvenda os meus olhos para que eu veja as maravilhas de tua lei” (Sl
119.18). É claro que o tirar a venda dos olhos é uma linguagem figurada para o fato de buscarmos ter
um espírito receptivo para a Palavra do Senhor.
Exemplo 3: “ O justo florescerá como a palmeira , crescerá como o cedro do Líbano” (Sl
9.12). Através dessa figura de linguagem podemos considerar a importância de termos raízes firmes no
Senhor para crescermos n’Ele. Porém, um estudo sobre os “cupins” dessa árvore, que poderiam se
rebelião, inveja, entre outros pecados, por mais bonito que seja, não tem nada a ver com o que o texto
está dizendo.
Exemplo 4: “Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti, pois convém
que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno” (Mt 5.29).
O Senhor não está ensinando aqui que temos que nos mutilar. Temos que ser cuidadosos, pois essa
interpretação literal iria contrariar outras partes das Escrituras. Lembre-se que nosso corpo é templo do
Espírito Santo (1Co 6.19-20).
isto é pela fé. Tiago, no entanto, refere-se ao fato de que se alguém é justificado pela fé, também deve
ser justificado pelas obras, mas diante dos homens. O conflito então pode ser resolvido, possibilitando
que aprimoremos nossa compreensão a respeito da justificação.
5o. Exemplo: Muitas profecias se cumprem parcialmente numa geração, com o restante
cumprindo-se noutra época. É muito semelhante com o que acontece quando olhamos para as
montanhas e vemos apenas a primeira fileira delas. Quando os profetas olhavam para a vinda do
Messias, viam os seus dois adventos como um só. É o que se dá em Is 61.1-2: “O Espírito do Senhor
Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu para pregar boas-novas aos mansos; enviou-
me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de
prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do Senhor e o dia da vingança do nosso Deus“.
Comparando com o trecho de Lc 4.17-21, Jesus disse: “Hoje se cumpriu a Escritura que acabais
de ouvir”, mas note que Êle omitiu as palavras “e o dia da vingança do nosso Deus”. Esta parte
refere-se à Sua segunda vinda.
O princípio da Menção Repetitiva afirma que sempre que Deus repete algum assunto, como
vemos freqüentemente nas Escrituras, há acréscimo de detalhes não dados anteriormente.
Exemplo 1: O livro de Deuteronômio é um bom exemplo. A palavra Deuteronômio significa
“segunda lei”, o que significa a repetição da Lei. É a Lei sendo repetida para a geração seguinte.
Exemplo 2: Nos livros de 1 e 2 Reis e 1 e 2 Crônicas há muita repetição. Porém, lendo e
comparando esses quatro livros descobrimos propósitos diferentes para eles: Enquanto 1 e 2 Reis nos
falam da história do povo de Israel, 1 e 2 Crônicas nos revelam a interpretação do Espírito Santo
sobre essa história. Em Reis temos as narrativas dos fatos, e em Crônicas temos os “porquês”.
Vejamos 1 Re14.21-22: “Reinou em Judá Roboão, filho de Salomão. Tinha quarenta e um anos
quando começou a reinar e reinou dezessete anos em Jerusalém. ... E fez Judá o que era mau aos
olhos do Senhor; e com seus pecados que cometeram provocaram-no a zelos, mais do que
fizeram seus pais”. Agora, o texto paralelo em 2 Cr 12.13-14 nos mostra o que causou essa situação
de pecado: ”Fortaleceu-se, pois, o rei Roboão em Jerusalém, e reinou. Roboão tinha quarenta e
um anos quando começou a reinar, e reinou dezessete anos em Jerusalém.... Ele fez o que era
mau, porquanto (porque) não dispôs o seu coração para buscar o Senhor”. Também, em Reis
vemos mais o lado político, ligado aos reis, enquanto que em Crônicas vemos o lado espiritual,
relacionado com o sacerdócio. Em Reis as guerras de Ezequias ocupam três capítulos, do 18 ao 20, e
há apenas três versículos (18.4-6) sobre o avivamento espiritual que ocorreu em seu reinado. Em
Crônicas isso esse fato se inverte: o envolvimento nas guerras ocupa apenas o capítulo 32, enquanto
que três capítulos, do 20 ao 31, são destinados ao avivamento espiritual.
Exemplo 3: Sabemos que Deus repete bastante nos quatro evangelhos, mas essa é exatamente
a riqueza deles, cheio de simetria e beleza. O tema de Mateus é que Jesus é o nosso Rei. Em Marcos
Ele é apresentado como o Servo de Deus. Lucas nos revela que Ele é o Filho do Homem. No
evangelho de João Ele é apresentado como o Filho de Deus. Mateus foi escrito para os judeus,
Marcos para os romanos, Lucas para os gregos e João para cristãos, mas todos para nós.
Exemplo 3: Alguns personagens bíblicos tiveram mulheres e concubinas. Jacó, por exemplo,
teve duas mulheres e duas concubinas. Embora Jacó seja um patriarca da Bíblia, e pai do povo de
Israel, sua experiência não pode servir de base doutrinária que nos permita imitá-lo.
Exemplo 6: Is 11.1,10: “Então brotará um rebento do toco de Jessé (pai de Davi) e das
suas raízes um renovo frutificará....Naquele dia a raiz de Jessé será porta por estandarte dos
povos, à qual recorrerão as nações”. Comparte com Ap 22.16b: “Eu sou a raiz e a geração de
Davi, a resplandecente estrela da manhã”.
bem, e que não há nada mais para ser mudado. Não enxergamos os pontos cegos em nossas
vidas. Isto levará a um terceiro ponto:
C- Substituir o arrependimento por racionalização
Quando a verdade fica tão perto de nós e tão clara, ao invés de nos arrependermos, tomamos o
caminho da autodefesa. Nossa estratégia favorita é nos defender ao invés de nos arrepender do
pecado. Ou, pode ocorrer uma “admissão parcial”: “pequei, mas...”.
CONHECER
A - Conhecer o texto
A aplicação é baseada na interpretação, assim, se a interpretação de uma passagem está
errada, sua aplicação também o será.
Estando correta a interpretação, haverá correta aplicação.
B- Conhecer a si mesmo
I Tm 4.16; Lc 4.23; Mt 7.1-5;
A importância da consciência
Se você não conhece a ti mesmo, será difícil ajudar outras pessoas a aplicar a Palavra
em outras vidas.
Nós somos um termômetro de Deus. Ele começa conosco, para então, por meio de nossas
vidas, atingir a outros. A ênfase do Senhor não é o uso que Ele faz dos homens, senão, os
próprios homens. Não se necessita de maiores dons, mas sim, de homens. O que importa é
aquilo que sai de nós, o que somos. O princípio do verdadeiro ministério é dar Jesus. Agora,
para isto a cruz vai tratar com tudo o que é desmedido em nossas vidas. A base do nosso
serviço está claramente colocada por Paulo em II Co 2.14-17; 3.5- 6; 4.11-13.
RELACIONAR
Uma vez que conhecemos a verdade da Palavra de Deus, precisamos relacioná-la a nossa
experiência. O padrão bíblico para isto é: II Co.5.17. Quando nos tornamos cristãos, o
senhorio de Jesus Cristo se estabelece em nossas vidas, afetando cada área: pessoal, familiar,
com os irmãos em Cristo, no trabalho, negócios, na comunidade. Enfim, a palavra de Deus
atingirá toda a nossa existência e áreas de relacionamento.
Assim, nos tornamos mais sensíveis quanto ao nosso cônjuge, aos pais, e de uma maneira geral,
sensíveis ás pessoas.
A operação da Palavra
Quando percebemos que Jesus Cristo quer impactar toda nossa vida de uma maneira
profunda, vamos perceber que a Palavra atuará em nossas vidas trazendo a luz todo o nosso
ser. Ela opera nos que a recebem e crêem, 1Ts 2.13.
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A Palavra também:
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d - _____________________________________________________________________
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O Senhor trabalha em nós por meio de Sua Palavra e do Espírito Santo (Ef. 5.25-27).
MEDITAR
PRÁTICA
O alvo supremo do estudo bíblico é a prática da verdade. Você não pode conscientemente
aplicar toda a verdade que descobre num estudo bíblico de uma vez, mas pode
consistentemente começar a aplicar algo em tua vida. Assim, você perguntará a si mesmo: Há
alguma área de minha vida que esta verdade está tocando? Vamos ver então, algumas
perguntas de aplicação que podemos fazer sempre que a palavra vem a nós:
2- Há um pecado a evitar?
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CONSIDERAÇÕES
A pergunta básica é: estamos abertos para as mudanças? Estamos realmente preparados para tomar
os desafios do Senhor. Precisamos estar com um espírito ensinável, tratável, honesto, para que Sua
obra seja completada em nossas vidas. Em Tiago 1.2-8, temos o modo com que Deus trabalha em
nossas vidas. Também revela as nossas deficiências. Observe as palavras:
“..._________________ e ___________________sem _______________________________.
E, se algum de vós _________________________...”
O texto fala do alvo e do processo para atingi-lo. Se não compreendemos isto, seremos apenas
ouvintes esquecidos, conforme os versos posteriores nos dirão (22-26). O processo de Deus começa
em nossas vidas com o novo nascimento. Somos gerados pela palavra da verdade (v. 18), agora
necessitamos recebê-la (v.21) para que o processo de desenvolvimento ocorra em nossas vidas. Todo
o contexto da carta de Tiago está relacionado a prática: “Assim a fé, se não tiver obras, é morta em
si mesma (2.17)”. Ele fala da verdadeira sabedoria, a qual se expressa na nossa vida diária. Deus nos
dá princípios pelos quais Ele faz Sua obra. Necessitamos conhecê-los.
DESENVOLVIMENTO
Vamos observar agora, o desenvolvimento da nossa vida no Senhor, relacionando o contexto
original das Escrituras e o contexto contemporâneo em que nós vivemos. O contexto faz profunda
diferença em como uma pessoa aplica a verdade bíblica.
Mais tarde, encontramos Jesus discutindo com os fariseus (Mt 19.1-9). Neste tempo o divórcio se
tornara comum. Mas Jesus cita Gênesis 2 para reforçar a santidade do casamento. Os seus ouvintes
ficaram chocados com esta afirmação, mesmo os discípulos. Por quê? Era a mesma verdade bíblica,
mas em um contexto completamente diferente.
Mais tarde quando Paulo escreve aos Efésios no capítulo 5 sobre o casamento, ele reafirma a
verdade sobre o casamento. Qual era o contexto de Éfeso? Sêneca, um filósofo romano, descreve
assim:
“Eles se divorciam e em seguida tornam-se a casar. Eles se casam em
seguida se divorciam.”
Então, Paulo chega em Éfeso trazendo um novo e estranho ensino para eles (At 19.23-41). Na
sua carta a Éfeso, vemos uma revelação mais profunda ainda sobre o casamento. Como soou isto aos
ouvidos daqueles novos crentes no séc. I ?
E hoje, como soa aos nossos ouvidos estas afirmações da Palavra de Deus? Qual é o contexto em
que nós vivemos a respeito de casamento, fidelidade conjugal, pureza sexual? Como uma casal pode
praticar o princípio de ser uma só carne no casamento dentro deste clima cultural?
O ponto é que a Palavra de Deus é eterna e imutável, mas nosso mundo não é. Se vivermos fora da
verdade de Deus, iremos fazer uma adaptação da verdade para a nossa cultura e, ao invés de sermos
confrontados pela Palavra, não faremos o menor esforço para mudanças. Mudaremos a verdade de
acordo com nossas conveniências.
Precisamos de pessoas que entendam ambos, a palavra de Deus e o mundo, pessoas que
conhecem o que Deus quer deles nesta sociedade, pessoas que não são somente bíblicas mas
que também sabem comunicar a verdade a sua própria geração.
Estudando a cultura
Portanto, entender a cultura não é tão fácil parece. Temos que discernir nossa cultura para
poder comunicar a verdade de maneira clara. Isto não significa conformar-se com o mundo, ou
usar de métodos mundanos, mas assim como os profetas aplicaram a verdade dentro de suas
culturas, precisamos trazer esta verdade à nossa geração.
Devemos não só pregar a palavra de acordo com o pensamento de Deus de muitos séculos;
devemos saber também como o Espírito aplica hoje, aos homens, esta palavra.
Vamos considerar alguns pontos para ajudar-nos a discernir nosso contexto cultural:
Poder
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Comunicação
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Dinheiro
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Etnia
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Gênero
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Gerações
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Edições Hebrom _______________________________________________________________________
Agosto/98
41
EXAMINAI AS ESCRITURAS - Seminário Intensivo Para Líderes da Igreja _______________________________________
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As artes
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A História e o tempo
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Lugar
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Exemplo 1: Pv 20.2
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(a respeito de autoridade e poder do governo)
Exemplo 2: 1Co 8
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(consideração ao outro, da consciência)
Dar um passo diante da verdade é a expressão prática da fé. Dietrich Bonhoeffer, no livro
Discipulado diz:
“Só o crente é obediente, isso consideramos compreensível. A obediência
resulta da fé como os bons frutos de uma árvore saudável. Dizemos:
primeiro a fé, depois a obediência.... Há que se dar um primeiro passo
obediente, para que a fé não se transforme numa piedosa ilusão ou na
graça que chamamos barata” pg 25.
A palavra experimentada levará a maturidade, a multiplicação da verdade.
APÊNDICE
Um inventário espiritual
Você quer aplicar A palavra de Deus à tua vida? Vamos considerar algumas
questões para ver melhor nossos hábitos e comportamentos.
Na vida pessoal:
• Como estão tuas disciplinas pessoais - aquelas relacionadas com o
desenvolvimento espiritual, tais como estudo bíblico, oração, leitura, etc.?
• Como estão os hábitos e condições físicas, tais como comer, exercícios físicos,
descanso, etc.?
Na vida familiar:
• Você tem um tempo onde a família pode contar com você?
• Você namora tua esposa regularmente?
• Você tem um tempo desimpedido, onde pode se envolver com teus filhos?
• Você mantém responsabilidades para com teus pais, etc.?
Na vida da Igreja:
• Você se coloca sempre debaixo da instrução da Palavra?
• Você coopera fielmente com alegria, com a causa de Cristo, ajudando a
sustentar a obra de Deus, sendo sempre generoso?
• Está orando regularmente por aqueles que te ensinam a palavra, bem como
pelos irmãos de um modo geral?
• Tem procurado servir na Casa de Deus, de modo que estás comprometido com
a Casa (Igreja), estando sempre disposto a cooperar para a saúde dela?
No trabalho:
• Tens tido uma atitude honesta no trabalho, tanto para com o empregador,
como para com os colegas?
• Você cumpre com os compromissos assumidos com aqueles com quem trata
de negócios?
• Procura desenvolver na tua área de modo a fazer o melhor, não para aparecer,
mas para a glória do Senhor?
• Você procura olhar as pessoas como seres humanos, prestando atenção nas
suas necessidades, para ajudá-las, levá-las a Cristo?
Estas perguntas são somente para nos ajudar a enxergar nossas deficiências e colocar nossas
vidas diante de Deus com transparência, sinceridade e permitir o Senhor tocar nelas.
Nosso Mestre, exemplo a seguir, tudo em todos, aquele que é o nosso capacitador. Necessidade
primordial de nossa vida: Crer no Espírito Santo e na Sua Obra, comungar com o Espírito Santo para
que sejamos vasos úteis.
Alguns pontos chaves quanto à vida de Jesus que o qualificou para discipular/ensinar:
1. Encarnação da Verdade
Em João 1.1, vemos que um exemplo vale mais do que mil conselhos. Aquilo que você é
troveja tão alto que não posso ouvir o que você diz. A realidade não é o que aprendemos, e sim com
quem aprendemos.
Nossa vida é a lição que mais apela ao coração do discípulo. Isto de fato é assim, porque a
verdade mais se apanha do que se ensina. Jesus disse: "Eu sou ... a verdade" (Jo 14.6). A
encarnação da verdade pelo Mestre afetava o seu ensino pelo menos de duas maneiras. Em primeiro
lugar, dava-lhe um tom de autoridade que se não via nos escribas e rabinos do seu tempo (Mc 1.22).
O seu modo de viver reforçava e dava peso aquilo que dizia. Segundo, inspirava confiança naquilo que
dizia. O povo viu corporificado no que ele praticava aquilo que ele queria que eles fizessem.
A maior coisa que seus discípulos aprenderam de seus ensinos não foi a doutrina, e sim, sua
influência. A maior coisa foi o terem eles estado com Jesus.
2. O Desejo de Servir
Outra chave para discipular/ensinar é o interesse que devemos ter pelo povo e o desejo de
servi-lo bem, de ajudá-lo. Nada pode suprir a falta de interesse pelo bem estar de nossos semelhantes.
Podemos ter conhecimento, mas isto não substitui o interesse profundo que devemos ter pelo
próximo. Por outro lado, amando e desejando servir bem aos discípulos, teremos suprido em boa parte
as deficiências de conhecimento e de técnica. Mais cedo ou mais tarde, os discípulos compreendem
esse amor e interesse daquele que ensina, e a eles respondem.
Jesus se interessou mais por pessoas do que por credo, tradições, cerimônias, organizações,
etc. Ele via o povo. (Mc 6.34; Mt 9.35-38; Mc 10.1,41)
O Mestre não só se interessou pelos problemas humanos, mas sempre buscou fazer alguma
coisa para solucioná-los (Mt 20.29-34). Não se julgou tão cansado que não pudesse conversar sobre
a água da vida com uma decaída junto ao poço de Sicar (Jo 4; Lc 15).
O vivo desejo de servir é indispensável ao ensino vitorioso.
3. A Crença no Ensino
Jesus não pertencia a nenhuma classe de líderes ou doutores de sua época. Era carpinteiro.
Não estava na classe dos que interpretavam minuciosamente a Lei, não, ele ensinou.
Jesus citou pelo menos 20 livros do A.T. de cor em muitas circunstâncias, em crises, frente aos
mais severos críticos de sua época.
5. Compreensão da Natureza Humana
Não se pode aplicar bem as Escrituras à vida a não ser que se compreenda bem o discípulo e
suas necessidades. Nós somos inicialmente o campo de prova, Deus trata conosco para sermos úteis
em suas mãos como termômetros para compreendermos nosso semelhante.
Propósito das Escrituras 2Tm 3.14-17. Jesus conhecia a natureza humana. Jo 2.25 Jesus
discernia o coração humano, suas intenções e desvios, pecados e sentimentos, etc.
Mt 9.4; Jo 6.61,64; Mc 12.15; Jo 1.47; 4.17,18; Mc 7.14-23.
Jesus conhecia as pessoas e ensinava para solucionar-lhes as suas necessidades profundas e
ocultas, não poucas vezes desconhecidas delas próprias.
Jesus nunca esperou momentos especiais para ensinar, todos os momentos eram especiais e
oportunos para o Mestre dos mestres.
Precisamos ser aptos para ensinar, 2Tm 2.19-26; 3.1.
Senhor, queremos andar nas pisadas de nosso mestre.
2. Cuidados na liderança
a) Não possuir cavalos (poder) - não depender de nós mesmos. Não confiar em si
mesmo. Muitos dependem de métodos e forças do mundo. Tudo que atrai a carne, como os
reis de Israel que dependiam de seus cavalos. (Foge destas coisas 1Tm 6.7-11).
b) Poluição própria - Para si multiplicar mulheres. Desviar o coração. Um líder imoral
perceberá que o seu coração se desvia do Senhor. Sua mente se desviará de si mesmo.
Como líderes podemos facilmente ter nossos corações desviados por não atentar para isto.
c) Auto-indulgência (auto-piedade). Multiplicar o dinheiro. 1Tm 6.10: desejo de controlar
e manipular. É tão fácil desejar o carro que o outro tem, sem perceber que a cobiça está
tomando conta. Devemos achar a vontade de Deus, e este é o ponto chave.
d) Auto-edificação - Versos 18-20. Escrever a lei de Deus, para não haver dúvidas.
Se queremos ser eficazes na obra do Senhor, deveremos nos guardar nestes pontos.
Daremos aqui alguns passos práticos para se estudar um livro da Bíblia. Se você é principiante
em estudo metódico, comece com um livro mais fácil e não muito grande. Uma boa indicação é a carta
aos Tessalonicenses, ou a Primeira Carta de João.
Anote as descobertas do seu estudo. Sugerimos que você use três folhas de papel: a primeira
para Observação, a segunda para Interpretação e a terceira para Aplicação. Anote tudo que encontrar.
Procure não deixar nada desapercebido. Mais tarde você poderá selecionar as anotações mais
pertinentes. Todos os passos abaixo devem ser feitos com oração, dependendo do Senhor, não da
nossa própria sabedoria.
ESTUDO DE TÓPICOS
Consiste em examinar o que as Escrituras ensinam a respeito de um tópico, como Fé, Graça,
Amor, Salvação, Tipos de Cristo, Personalidade do Espírito Santo, etc. Jesus certamente usou este
método, pois Lc 24.27 nos diz: “E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicou-lhes o
que dele se achava em todas as Escrituras”. Este modo de estudar a Bíblia é uma das aplicações
mais importantes do Princípio do Contexto Correlato.
A exemplo dos estudos anteriores, anote todas as suas descobertas em folhas correspondentes
a Observação, Interpretação e Aplicação. Faça tudo com oração.
1. Estudo de Palavras
• Muitas vezes o estudo de um tópico pode se resumir ao estudo de uma palavra nas
Escrituras. Comparando a utilização de uma mesma palavra no decorrer das Escrituras,
poderemos entender melhor seu significado;
• Para Estudo de Palavras você deve fazer uso de uma Concordância Bíblica. Uma
concordância é como um índice que mostra onde cada palavra é usada através da Bíblia em
uma dada versão (Revista e Corrigida, Revista e Atualizada, Contemporânea, etc). Você
deve procurar a palavra na concordância por ordem alfabética. Se for um verbo, procure
sua forma básica, não conjugada (ex.: façamos Þ procure fazer); se for um substantivo ou
adjetivo, sua forma masculina singular (ex.: justas Þ procure justo);
• De preferência, utilize uma concordância que, para cada palavra em português, indique as
várias palavras do idioma original que correspondam a ela. Por exemplo, a palavra amor
pode ser tradução de duas palavras gregas: ágape (amor de Deus) ou fileo (amor fraternal).
Se estudarmos a palavra ágape, poderemos compreender melhor a respeito do amor de
Deus. Sem fazer essa distinção o estudo da palavra amor fica prejudicado, pois estaremos
estudando tanto ágape como fileo . É importante frisar que para utilizar esse tipo de
concordância não é necessário conhecer nada de grego ou hebraico;
• Examine cuidadosamente cada passagem referente à palavra a ser estudada, aplicando o
que você aprendeu sobre Observação, Interpretação e Aplicação. Não se esqueça de
verificar o contexto de cada uma. Leia traduções diferentes para melhorar a compreensão;
• Interpretação: Selecione as passagens que tragam algum esclarecimento, para as quais
você conseguiu descobriu um ou mais pensamentos chaves relativos à palavra estudada,
enunciando-os com suas próprias palavras;
• Interpretação: Com base nos pensamentos chaves encontrados, procure encontrar o
significado da palavra;
• Confira suas conclusões com livros que tratam de estudo de palavras e com Comentários
Bíblicos autores recomendados;
• Organize seus estudos, elaborando um esboço contendo o significado da palavra, os textos
que a explicam e os respectivos pensamentos chaves;
Note que apareceu o número 3339. Esse número indica o código da palavra grega a ser
estudada e tem a finalidade de facilitar o acesso ao Grego a qualquer pessoa interessada. Se entrarmos
com esse número no Volume I (Grego - Português), veremos que a palavra grega correspondente a
“transformar”, código 3339, é metamorphoo, e obteremos os seguintes textos onde essa palavra
aparece no Novo Testamento:
Mt 17.2 foi transfigurado diante deles; o seu rosto
Mc 9.2 alto monte. Foi transfigurado diante deles;
Rm 12.2 mas transformai-vos pela renovação da vossa
2 Co 3.18 somos transformados de glória em glória, na
Exemplos sugestão: Usando a Bíblia Vida Nova estude os tópicos “Rebelião” (tópicos 3231 e
3232) e “Tipos de Cristo” (tópico 4121), ambos com natureza mais abrangente que uma palavra.
ESTUDO DE PERSONAGENS
1. Bíblias de Estudo
• A Bíblia Vida Nova - Contém Enciclopédia de Assuntos, Visão Panorâmica dos livros da
Bíblia e Esboço de Doutrina Cristã.
• Bíblia de Referência Thompson - Contém Enciclopédia de Assuntos, Visão Panorâmica dos
livros da Bíblia, Suplemento Arqueológico e Concordância Abreviada.
• Bíblia de Estudo Indutivo - Kay Arthur - Vida
2. Concordâncias
• Concordância Bíblica Abreviada - Imprensa Bíblica Brasileira (vem junto com a Bíblia).
• Concordância Bíblica Abreviada - Vida
• Chave Bíblica - Sociedade Bíblica do Brasil
• Concordância Fiel do Novo Testamento - Editora Fiel
Primeiro Volume: Grego/Português - Segundo Volume: Português/Grego
1. Dicionários Bíblicos
• O Novo Dicionário da Bíblia - J.D. Douglas - Vida Nova
• Dicionário Bíblico Universal - Buckland - Vida
• Dicionário da Bíblia - John D. Davis - Casa Publicadora Batista
• Pequena Enciclopédia da Bíblia - Boyer - Vida
5. Comentários Bíblicos
• O Novo Comentário da Bíblia - Davidson - Vida Nova
• Estudo Panorâmico da Bíblia - H.C. Mears - Vida
• Através da Bíblia - Myer Pearlman - Vida
• Comentário Bíblico Devocional - F.B. Meyer - Editora Vida
• Comentário Bíblico Moody - 5 volumes - Imprensa Batista Regular
• Pentateuco - C.H. Mackintosh - Depósitos de Literatura Cristã
• Zacarias - F.B.Meyer - Vida
• João - F.F. Bruce - Vida Nova
• Romanos - F.F. Bruce - Vida Nova
• Gálatas - John R.W. Stott - ABU
• Filipenses - F.F.Bruce - Vida Nova
• 2 Timóteo - John R.W. Stott - ABU
• Hebreus - Depois do Sacrifício - Walter A. Henrichsen - Vida
• I, II e III João - John R.W. Stott - Mundo Cristão
• Apocalipse - George Ladd - Vida Nova
7. Atlas
• Atlas Vida Nova
• Atlas da Bíblia - Mundo Cristão
O TEXTO
1 Pois não quero, irmãos, que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e
todos passaram pelo mar;
4 e beberam todos da mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os
acompanhava, e a pedra era Cristo.
5 Mas Deus não se agradou da maior parte deles; pelo que foram prostrados no deserto.
6 Ora, estas coisas nos foram feitas, para exemplo, a fim de que não cobicemos as coisas
más, como eles cobiçaram.
7 Não vos torneis, pois, idólatras, como alguns deles, conforme está escrito: O povo
assentou-se a comer e a beber, e levantou-se para folgar.
8 Nem nos prostituamos, como alguns deles fizeram; e caíram num só dia vinte e três mil.
9 E não tentemos o Senhor, como alguns deles o tentaram, e pereceram pelas serpentes.
11 Ora, tudo isto lhes acontecia como exemplo, e foi escrito para aviso nosso, para quem já
são chegados os fins dos séculos.
13 Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará
que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio
de saída, para que a possais suportar.
O LIVRO EM PANORAMA
- O contexto global da mensagem do autor nos apresenta um quadro maior e nos ajuda a
estabelecer os contornos do livro. A visão panorâmica do livro nos ajuda a:
* Ver a mensagem do livro como um todo, no conjunto;
* Compreender o propósito do autor ao escrever;
* Identificar o tema principal do livro;
* Tomar consciência da estrutura do livro;
* Compreender a correlação dos versículos e dos capítulos entre si e com o livro como
um todo;
* Ter uma base sólida para a interpretação precisa e para a aplicação correta.
- Leia muitas vezes o Livro sem anotar nada, depois leia várias vezes anotando, sempre
com oração.
* A igreja sofria forte influência dos problemas da sociedade corintiana, tais como
imoralidade, culto de ídolos, soberba, etc.
- Qual era a condição da Igreja de Corinto?
1. Aspectos positivos
* Eram enriquecidos em Cristo, na Palavra e no conhecimento (1.5);
* Confirmava o testemunho de Cristo (1.6);
* Notavelmente dotados com dons espirituais (1.7).
2. Aspectos negativos
* Havia divisões e contendas entre eles (1Co 1.10-13; 11.17-19);
* Haviam imoralidades não julgadas entre eles (1Co 5.1-2);
* Eles estavam ensoberbecidos (1Co 5.2; 8.1-2);
* Eles tinham dúvidas sobre questões importantes, como: casamento, comida sacrificada à
ídolos, hierarquia de autoridade (Cap 7-8);
* Eles partiam o pão indevidamente (11.20-34);
* As mulheres estavam em proeminência (14.34-35; 11.3);
* Usavam indevidamente nos dons (Cap 12,13,14).
- Qual o tema geral do livro?
* Os assuntos examinados são diversos, mas todos podem ser relacionados com o tema
geral: A conduta cristã.
- Quais os principais assuntos do livro?
1. Problemas de desordens na Igreja
* Cap 1.1 – 4.21 - Divisões na igreja de Corinto
* Cap. 5.1 – 6.8 - Repreensão à imoralidade x disciplina ordenada
* Cap. 6.9 – 7.40 - A santidade do corpo e o casamento cristão
* Cap. 8 - Coisas oferecidas aos ídolos
2. Exemplos: como um “sanduiche”
* Cap. 9 - Bons exemplos de Paulo
* Cap. 10 - Maus exemplos de Israel
3. Ensinos Diretivos
* Cap. 11 - A ordem cristã e a ceia do Senhor
* Cap. 12,14 - Os dons espirituais e o seu uso em amor
* Cap. 15 - A ressurreição do corpo
* Cap. 16 - Instruções e saudações pessoais
Ore, leia com envolvimento, leia orando, leia telescopicamente, anote enquanto estiver lendo,
em folhas de observação (o que eu vejo), interpretação (o que significa) e aplicação (como
funciona)
O QUE EU VEJO:
1. Contexto do capítulo (situá-lo no contexto do livro)
− Como começa o capítulo?
______________________________________________________________________
− O que indica?
______________________________________________________________________
− O que diz o contexto próximo? (9:25-27)
______________________________________________________________________
2. Atmosfera
− Geral da carta : Paulo exortando aos coríntios por causa de sua soberba e carnalidade;
− Do capítulo na carta : Paulo contrastando a carnalidade dos coríntios com a humildade
do seu apostolado, sem reivindicações pessoais e mostrando que mesmo os mais
experientes podem ser desqualificados;
3. Investigando o capítulo
− O que Paulo não queria?
______________________________________________________________________
− Quem eram esses pais?
______________________________________________________________________
− O que eles deveriam saber sobre os pais?
(v1) - Todos estiveram ___________________________________________________
(v1) - Todos passaram ____________________________________________________
(v2) - Todos batizados ___________________________________________________
(v3) - Todos comeram ____________________________________________________
(v4) - Todos beberam ____________________________________________________
− Quem era a pedra espiritual que os seguia? ____________________________________
− O que aconteceu com os pais? ______________________________________________
− O que eles fizeram que desagradou a Deus?
(v6) - Eles cobiçaram _________________________ Quando? __________________
(v7) - Eles se tornaram ________________________ Quando? __________________
(v7) - Eles assentaram-se para __________________ Quando? __________________
(v8) - Eles se________________________________ Quando? __________________
(v9) - Eles _________________________________ Quando? __________________
v(10)- Eles _________________________________ Quando? __________________
− O que aconteceu aos pais como conseqüências de seus atos?
(v5) - Foram prostrados ________________________ Quando? __________________
(v8) - Caíram num só dia _________________Quando ? Nm 25-1.9_______________
(v9) - Pereceram______________________________ Quando? __________________
(v10) - Pereceram _____________________________ Quando? __________________
4. Elementos Gramaticais
− Identifique os verbos, seus modos e seus tempos (sublinhe no texto).
Observe que todos os verbos para os quais os sujeitos são “os pais”, estão no passado,
enquanto que todos os verbos para os quais os sujeitos são, ou Paulo, ou os coríntios
(e portanto nós), estão no presente.
O versículo 14 é o único em que o verbo está na voz imperativa, e portanto trata-se de
uma ordem, ou exortação: “Fugi da idolatria”.
− Identifique os sujeitos (circular no texto).
− Identifique as preposições e conjunções (entre chaves no texto).
5. Identifique coisas repetidas:
− Termos repetidos: - “todos”: versos 1, 2, 3 e 4
- “exemplos”: versos 6 e 11
- “não (nem)_______, como alguns deles ______”: versos 7, 8, 9, 10
− Passagens do V.T. citadas:
* Diretamente: - (v 7) : Ex. 32.6
* Indiretamente: - _______________ - _______________ - _______________
- _______________ - _______________ - _______________
1. Revisão
Na interpretação se busca o significado do texto. Procura-se na interpretação:
• Explicar a passagem,
• Compreender o sentido que as palavras tinham para o escritor quando as escreveu,
• Descobrir a mensagem que ele está querendo comunicar.
2. Contexto Próximo
Paulo inicia o capítulo 10, com uma conjunção (pois ou ora), para contrastar seu exemplo
de comportamento e fervor (9, 23 e 27) como apóstolo de Cristo, com a experiência dos
“nossos pais” (v 1). Seu objetivo era alertar aos coríntios para que não caíssem nos
mesmos erros do povo de Israel quando da peregrinação pelo deserto.
‘Pois não quero que ignoreis que nossos pais .....’ (v 1)
3. Divisão em Assuntos
No item anterior (Observando 1Co 10.1-14), detectamos que a passagem em estudo
apresenta apenas um assunto: “A necessidade de vigiar para não cair”.
* Contexto Correlato
O contexto correlato principal deste parágrafo é o Salmo 78, especialmente os
versículos 11-17 , 24-25 e 33. Observe que Paulo se baseou nessa passagem. Porém há
outros textos que podemos citar:
v 1 - todos debaixo da nuvem Sl 78.14 Ex 13.21-22; Nm 9.17-18
v 1 - todos passaram pelo mar Sl 78.13 Ex 14.21-22; Nm 33.8
v 2, todos foram batizados - Rm 6.3; Gl 3. 27
v 3 - todos comeram Sl 78.24-25 Ex 16.14-15
v 4 - todos beberam Sl 78.15-16 Ex 17.6-7
* Contexto Correlato
O contexto correlato principal deste parágrafo continua sendo o Salmo 78,
especialmente os versículos 8,17-19,30,32,41-43,56-64.. Porém há outros textos que
podemos citar:
v 6 - ... não cobicemos coisas más Sl 78.29-30 Nm 11.4-6
v 7 - ...idólatras, como alguns deles Sl 78.58 Ex 32,6
v 8 - Nem nos prostituamos como alguns deles Sl 78. Nm 25, 1 e 2
v . 9 - Não tentemos ao Senhor, como alguns deles Sl 78.41,56 Ex 17, 2 a 7
v 10 - Não murmureis como alguns deles Sl 78.19 Ex 16, 2 e 3
* O versículo 14 fecha o assunto, iniciando com a palavra “pois”, que quer dizer
“portanto”, e conclama os coríntios com o imperativo: “Fugi da Idolatria”. Por que?
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PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
ESBOÇO DO LIVRO
1. Barreiras de Linguagem
2. Barreiras Culturais
3. Barreiras Históricas
4. Barreiras Geográficas