11 Teorias Da Aprendizagem e As TIC S

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 16

Pós‑Graduação em Educação

Metodologia do ensino superior na EaD

Teorias da Aprendizagem
e as TICs

Maria Helena Pupo Silveira


FAEL
Diretor Executivo Marcelo Antônio Aguilar

Diretor Acadêmico Francisco Carlos Sardo

Coordenador Pedagógico Francisco Carlos Pierin Mendes

editora Fael
Autoria Maria Helena Pupo Silveira

Gerente Editorial William Marlos da Costa

Projeto Gráfico e Capa Patrícia Librelato Rodrigues

Revisão Dayene Castilho

Programação Visual e Diagramação Patrícia Librelato Rodrigues

Atenção: esse texto é de responsabilidade integral do(s) autor(es), não correspondendo, necessariamente, à opinião da Fael.
É expressamente proibida a venda, reprodução ou veiculação parcial ou total do conteúdo desse material, sem autorização prévia da Fael.

Editora Fael
Rua Castro Alves, 362
Curitiba | PR | CEP 80.240‑270

FAEL
Rodovia Deputado Olívio Belich, Km 30 PR 427
Lapa | PR | CEP 83.750‑000

FOTOS DA CAPA
Anissa Thompson
Jos van Galen
Julia Freeman‑Woolpert
Krishnan Gopakumar
Stefan Krilla
Viviane Stonoga

Todos os direitos reservados.


2012
Teorias da Aprendizagem
e as TICs

Resumo

As novas tecnologias da informação e da comu‑ políticas e econômicas. As tecnologias educacionais


nicação (TICs) revolucionaram o ensino. As teorias não são ferramentas que salvamos educadores dos
da aprendizagem permeiam as TICs, influenciando a problemas educativos.
produção e a inovação em áreas educativas variadas.
Nesse sentido, é preciso considerar a psicologia da Palavras‑chave:
aprendizagem, a filosofia, a sociologia, a pedagogia e
a neurolinguística, assim como as questões culturais, Tecnologia. Informação. Comunicação.

1 . Introdução ramentas salvadoras dos problemas educativos. Neste


artigo serão discutidas as vantagens, as saídas e os
Este artigo propõe‑se a clarificar dois temas: teo‑ problemas com os quais é possível se deparar nas tec‑
rias da aprendizagem e conceito e impacto da Tecno‑ nologias da informação e comunicação e as implicações
logia da Informação e da Comunicação na educação e interferências na educação brasileira.
para o século XXI. Para tanto, será necessário analisar
as teorias da aprendizagem que permeiam as novas 2 . O que são tecnologias
tecnologias da informação e como as TICs influenciam da informação e da
a produção e inovação nas diversas áreas educativas.
O que se propõe discutir, também, é se a introdução comunicação?
das novas tecnologias da informação e da comunica‑
De um modo muito simples, é possível afirmar
ção revolucionou a forma de ensinar e, melhor, se pro‑
que tecnologia é todo instrumento utilizado para rea‑
porcionaram qualidade e níveis cognitivos significativos
lizar alguma tarefa, algum propósito, com a intenção
aos alunos.
de facilitar a ação humana e conseguir se chegar a
Um dos tópicos a ser apresentado refere‑se aos bom termo.
conceitos introdutórios das teorias de aprendizagem,
tema da Psicologia da Aprendizagem, sem deixar de Esse conceito muito amplo e simples tem como
lado outras áreas que a fundamentam, como a filoso‑ justificativa romper com a visão de que o computador
fia, a sociologia, a pedagogia, a neurolinguística, assim é a ferramenta principal. Exemplificando, quando se
como as questões culturais, políticas e econômicas que quer ampliar a voz para uma multidão ouvi‑la, usa‑se
envolvem cada uma das suas correntes teóricas. uma tecnologia, ou seja, o conceito de tecnologia
mais ampliado é qualquer recurso de apoio utilizado
Antes de tudo, busca‑se apresentar alguns dos ter‑ pela humanidade para resolver problemas, em qual‑
mos referentes ao assunto, como tecnologia, informação quer situação, em qualquer área do conhecimento,
e comunicação. Tecnologia não é só computador, não é da vida.
só internet ou somente os equipamentos que envolvem
essa rede mundial. Ainda, esses equipamentos e o sim‑ Entretanto, as condições econômicas e culturais
ples acesso ao meio cibernético não são a salvação dos díspares em países latino‑americanos dividem a popu‑
problemas educacionais. Entretanto, a tecnologia é um lação entre as que possuem ou não acesso aos benefí‑
apoio, um facilitador e, não raras vezes, um complicador cios das tecnologias da informação. Dez anos depois da
das situações de aprendizagem. Conferência Mundial de Educação Superior, em 1998,
a Unesco emitiu um documento que afirma que os
No entanto, a maioria dos vendedores de tecno‑ resultados obtidos na utilização das TICs na educação
logias educacionais tenta impor a ideia de que são fer‑ superior são negativos.
Segundo o referido relatório, o uso de TICs não con‑ O fenômeno da sociedade da informação e do
tribuiu para que a educação fosse protagonista na redução conhecimento tem se caracterizado pela impressio‑
das desigualdades entre os países industrializados e os nante mudança nas tecnologias. Hoje, rapidamente,
países em desenvolvimento. Outros aspectos levantados componentes e ferramentas eletrônicas que eram con‑
pelo documento da Unesco referem‑se às transformações siderados de última geração passam a ser inservíveis e
da educação frente aos problemas do século XXI. Não há obsoletos. As principais características dessa sociedade
evidências claras de difusão e desenvolvimento do saber podem ser resumidas em: instantaneidade, interativi‑
universal a todas as camadas das populações, o que dade, inovação, imaterialidade, automatização e alto
permite concluir que as orientações por meio da lógica nível de som e imagem.
de mercado, ou seja, as políticas de difusão das tecno‑
logias da informação, não são disponibilizadas à maioria Quando o jornal e a TV eram os principais meios
das pessoas. Um dos fatores determinantes é o acesso, e de comunicação, as características de suas atuações
mais, o acesso com eficiência por toda a sociedade, pois eram divulgação estática de conteúdos, unilateralidade
as ferramentas estão dispersas nas casas ou em centros de opiniões, materialidade das relações e da informa‑
privados. Portanto, é preciso uma política que socialize em ção, renovação dos fatos com pouca interferência da
espaços públicos e a escola, um espaço privilegiado. opinião pública. Essas mesmas tecnologias tiveram
que se adequar, já que se formou, então, uma rede de
Outra condição para a superação é aproveitar as comunicação da população por celulares e pela inter‑
oportunidades oferecidas pelas TICs. O que é possível net, na qual a ampla circulação de informações provo‑
perceber hoje são sucessivos erros, tais como: equi‑ cou uma forma de sincronização de opiniões, quase
par as escolas e descuidar da qualificação do professor, que imediatamente. Vê‑se que um processo que antes
entender as tecnologias como fins da educação e não se desenvolvia em dezenas de anos, levou apenas
como ferramenta. Ou seja, as TICs não têm objetivo em alguns segundos para mudar.
si mesmo e devem ser pensadas como um apoio, uma
ferramenta, e não como a salvação da educação. No Tomando como referência os trabalhos do professor
entanto, não se pode dispensá‑las, pois há pelo menos Júlio Cabrero (2009), cada uma das características da
uma década fala‑se em uma cibersociedade. cibersociedade pode ser explicada no quadro a seguir:

Aplicação de
Imaterialidade Instantaneidade Interatividade
multimídias
xx Ruptura de coordenação espaço xx Comunicação em qualquer lugar xx Programas de interface amigáveis xx Interação com pessoas distantes
e tempo lineares e a qualquer hora xx Comunicação bidirecional xx O usuário, sujeito ativo que envia
xx Digitalização xx Rapidez das informações xx Qualidade de imagem/som mensagens, dita ritmos e códigos
xx Comunidades virtuais
Fonte: Com base em Cabrero (2009).

O quadro mostra que ao mesmo tempo que as trouxe uma revolucionária cadeia de imagens e sons
informações aparecem também podem desaparecer capaz de integrar uma rede genuinamente planetária.
com tanta celeridade como chegaram. Uma das tec‑
nologias mais usadas hoje é a recente rede WEB1, que A internet e os meios digitais que ela utiliza consti‑
tuem a espinha dorsal da comunicação mundial. Por meio
1 A rede WWW (World Wide Web ou, simplesmente, Web), tam‑ dessa rede pode‑se circular todo o tipo de mensagens,
bém conhecida como internet, pode exibir páginas de hipertexto nos textos, imagens, sons, sendo um meio capaz de incluir
sites, ou seja, são páginas de documentos que podem conter todo o
tipo de informação: textos, fotos, animações, trechos de vídeo e sons todos os formatos de comunicação com a presença vir‑
e programas e que permite conexões entre documentos (links). tual, real, imediata dos sujeitos que se comunicam.

Metodologia do ensino superior na EaD

2.
Ao longo da história, inúmeros meios de comuni‑ blema e de busca de diversos caminhos para se chegar
cação foram inventados. A escrita, por exemplo, teve à resolução desses problemas.
grandes dificuldades de se propagar em grande escala
e só depois de cinco mil anos conseguiu a acessibili‑ Por isso, uma das manifestações dessa era se dá
dade, graças à invenção da imprensa. Outro problema pela insatisfação com o conceito piagetiano de estágios
técnico dos meios impressos se deve à limitação física de desenvolvimento da aprendizagem, unida a vários
e impossibilidade de transmissão de sons e imagens em fatores psicológicos e didáticos. Esses questionamentos
movimento. A televisão, por sua vez, rica na transmissão impactaram as investigações orientadas progressiva‑
de seus conteúdos, acaba esbarrando na conectividade, mente até o estudo das ideias dos alunos sobre fenô‑
pois não permite a relação emissor e telespectadores. menos científicos específicos.
O telefone, um meio eminentemente dotado de alta
Entretanto, se encaixar na “época das concepções
conectividade, tem um limite do ponto de vista imagé‑
alternativas” alguns trabalhos pioneiros, como as teses
tico; o mesmo se pode dizer do rádio.
de Driver (1973) e Viennot (1979), que tratavam basica‑
A internet, com uma extensividade quase que ilimitada, mente da detecção das concepções alternativas, indicam
com ampla conectividade e funcionamento em tempo real, que essa época iniciou nos anos 70 do século XX.
pode ser qualificada como um meio de comunicação de Apesar de que, como bem assinala Pozo (1992, p.
alcance e flexibilidade muito superiores que qualquer outra 5), para Piaget o progresso do conhecimento científico é
ferramenta inventada até hoje. O que se questiona é se a essencialmente estrutural e não conceitual, como suge‑
educação, mais especificamente a escola, tem acompa‑ rem os estudos sobre a troca conceitual, é exatamente
nhado essa tecnologia no seu cotidiano. em um construto desse autor que se pode encontrar
um primeiro modelo explicativo para esse tipo de troca.
Contudo, em geral, não se pode esquecer de que,
Em particular, a concepção piagetiana de acomodação
apesar dos avanços tecnológicos, todas as ferramen‑
oferece uma possível explicação:
tas comunicativas também têm seus limites, como, por
exemplo, a falta do contato frente a frente, que caracte‑ Por muito tempo se aceitou que a acomoda‑
riza a interação comunicacional humana. Essa interação ção cognitiva requer alguma experiência que
é insuperável e flexível, cheias de signos, olhares e ges‑ provocaria um estado de desequilíbrio, disso‑
nância o conflito cognitivo no aluno. Implici‑
tos que pelas lentes das máquinas muitas vezes podem tamente se admitia que tal conflito conduziria
não ser percebidas. No entanto, as ferramentas tecno‑ a uma acomodação cognitiva que apareceria
lógicas disponibilizam uma interação em maior escala, como uma imediata troca conceitual (NUSS‑
transformando uma interação real (vis‑à‑vis), natural, em BAUM, 1989, p. 537).
uma interação virtual e potencial com outras culturas em
lugares muito distantes. Esse fenômeno propõe novos 3.1 Teorias de
estudos sociológicos sobre a interação virtual, sobre
aprendizagem: alguns
como a sociedade se organiza a partir desse processo e
o sentido das interações humanas. personagens

3 . Teorias da aprendizagem
Desde que as Teorias do Pensamento se desen‑
volveram, a partir das primeiras décadas do século XX,
e as TICs a preocupação central dessas correntes era entender
como os seres vivos aprendem. Melhor ainda, como
Segundo Pozo (1992, p. 193), “se a década de a ciência poderia contribuir para melhorar a apreensão
setenta [do século XX] foi para o ensino da ciência a ‘idade dos conhecimentos pelos seres humanos.
de Piaget’, a década de oitenta [do século XX] pode quali‑
ficar‑se como ‘a época das concepções alternativas’”. Duas ciências que contribuíram para o avanço
dessa questão foram a Medicina e a Psicologia da
Os avanços das ciências, dentre elas as que emba‑ Aprendizagem. Dentre os teóricos que se ocuparam
sam a educação, impulsionam uma era de incertezas dessa temática, destacam‑se Pavlov e Skinner, como
com possibilidades de muitas respostas para um pro‑ representantes da corrente comportamentalista; Piaget,

Teorias da Aprendizagem e as TICs

3.
Vygotsky e Johnson‑Laird, da Teoria Cognitiva; Rogers Skinner se afasta de Watson à medida que avança
e Novak, da corrente afetiva; e a Teoria Psicomotora de em seus estudos, porque, ao contrário dele, aceita a
Gestalt, de Lewin, etc. ideia de outros comportamentos privados como fonte de
dados, como aquele revelado nas respostas objetivas e
3.1.1 Behavioristas ‑ outras ordens verbais. Abstém‑se de analisar ou teorizar
sobre as causas internas, pois considera que a causa final
comportamentalistas
que influencia o comportamento interno pode ser rastre‑
Skinner e o reforço ou condicionamento ope‑ ada no ambiente. Para o autor, os eventos ambientais
rante determinam o comportamento. Assim, propõe a inclusão
de variáveis que estão em torno do corpo e outras variá‑
A teoria skinneriana de aprendizagem dá especial veis relacionadas à história do próprio corpo.
ênfase ao controle da conduta mediante circunstâncias
que premiam ou reforçam uma ação. O método utilizado por Skinner para investigar as vari‑
áveis externas do controle do comportamento é o que ele
A origem desse pensamento pode ser encontrada chamou de uma abordagem causal ou funcional. O obje‑
em Aristóteles, quando afirmava que uma coisa faz lem‑ tivo era a previsão e o controle das variáveis dependentes.
brar‑se de outra. Ou seja, se (A) faz com que se lembre Ou seja, as leis do comportamento consistem na relação
de (B), qual é a relação de (A) para (B)? entre causa e efeito das variáveis independentes [eventos
ambientais] e das variáveis respostas. Segundo Hull, os
O Behaviorismo do século XX derivou‑se de dois nexos de causalidade se configuravam exclusivamente
grandes movimentos, quais sejam: a crítica ao raciona‑ nas variáveis internas, que se supunham serem mediado‑
lismo cartesiano e a ruptura contra as inconsistências ras das agências de mudanças de comportamento.
das tendências subjetivistas e o estudo da consciência,
além do surgimento da teoria positivista da ciência do Postulou a existência de dois tipos distintos de
filósofo francês Augusto Comte (1789‑1857). aprendizagem. O primeiro tipo, Pavloviana, caracteri‑
za‑se por um estímulo anteriormente neutro, adquire o
Dentre os diversos cientistas que estudaram o poder de evocar uma resposta originalmente foi causado
comportamento, é relevante a obra de B. F. Skinner por outro estímulo. A mudança ocorre quando o estí‑
(1904‑1990). O autor começou o processo de suas mulo neutro é seguido ou “reforçado” pelo sujeito. Este
pesquisas por leis gerais, tomou como método de pes‑ conceito foi incorporado em sua teoria como a base
quisa a previsão da condução individual até organizar que explica o poder do reforço secundário ou condi‑
uma vasta gama de aplicações humanas. É importante cionado. O autor usa os princípios da associação para
ressaltar que Skinner abordou seguidamente o exame explicar o reforço secundário. Dessa forma, explica a
das consequências filosóficas da sua teoria. O teórico ação retardada ou reforço comportamental de longas
do comportamento rechaçou de forma invariável as cadeias respostas em termos de respostas internas que
causas internas da aprendizagem. levam em direção a uma meta e, assim, geram estímu‑
los que classicamente condicionados são chamados de
Dentre os diversos autores, Skinner recebeu de reforços primários.
Pavlov uma influência que o orientou a investigações
incansáveis e, também, foi iniciado pelos conceitos de Os chamados reforços generalizados são
Watson no condutismo mais rigoroso. condicionados ao longo de um reforço primário, por‑
tanto, são mais poderosos que qualquer reforço ligado a
Skinner considerava que a ciência é um conjunto de um único estado de privação. Esse pode ser entendido
atitudes que facilitam a observação e a experimentação. como um princípio de contiguidade para explicar aque‑
Isso que dizer que negava as ideias impostas. Dentre les comportamentos que parecem padecer da falta de
as características dessa concepção está a primazia da relacionamento com o reforço imediato.
objetividade e a importância dos dados experimentais.
Ainda, recusa as abordagens de Hull, que tenta prever o Para o behaviorismo clássico, as respostas con‑
comportamento com base nos processos internos. dicionadas são geradas automaticamente pelos sinais

Metodologia do ensino superior na EaD

4.
também automáticos. Skinner chamou este tipo de con‑ funcionar como estímulos discriminativos que dizem ao
dicionamento de “respondente”, ou o condicionamento corpo quando e onde deve esperar um reforço.
do tipo E [estímulo].
As leis de aprendizagem encontradas no ambiente
O que mais preocupa Skinner é a conduta evi‑ controlado do laboratório são generalizáveis a animais e
dente que tem consequências sobre o mundo circun‑ pessoas. Ele inventou um instrumento chamado fundo
dante. Nesse tipo de conduta, as consequências se “reali‑ de investigação animal Skinner, fornecidos tanto na teoria
mentam” para o corpo e podem modificar a probabilidade como na metodologia a qual baseia‑se no pressuposto
de repetir o comportamento que deu origem a essas con‑ de que o princípio é equipotencialidade normalmente
sequências. Quando uma consequência atua de maneira válida nos termos controladas de laboratório. Se nessas
que aumenta a probabilidade de reincidência de uma res‑ condições, as leis que regem as respostas escolhidas
posta se diz que funcionam como um reforçador e que o são as mesmas leis em qualquer uma das espécies de
ato de manifestar essa consequência é um reforço.  maior, a resposta escolhida para o estudo deve ser tão
simples como possível, repetível à vontade e rapidez, e
Assim, o ato reforçador é todo aquele que aumenta facilmente observados e registrados. 
a probabilidade de recorrência de respostas e que não
pressupõe fatores internos. O condicionamento dessa Qualquer movimento de um corpo especial se cons‑
ordem é chamado de condicionamento operante, por‑ titui uma resposta. A cada tipo de movimento ou de um
que o organismo atua em seu ambiente; outro tipo é o tipo de comportamento que satisfaz este critério é cha‑
condicionamento instrumental, que se caracteriza pelas mado um operante. A frequência e o padrão de ocorrên‑
respostas que desempenham um papel fundamental cia que se apresentam os comportamentos operantes são
na determinação de uma consequência. Desse modo, medidas. Outras possíveis variáveis dependentes, como a
Skinner difere o condicionamento clássico (respondente) intensidade ou a duração da resposta, não são medidas.
que não se considera que a maioria das respostas são
desencadeadas por estímulos.  A chamada caixa de Skinner fornece um
ambiente no qual o sujeito pode emitir uma resposta
Outra forma de resposta é o comportamento ope‑ mensurável como processos operacionais padroniza‑
rante que é emitido espontaneamente pelo organismo. O dos. Só são consideradas operantes aquelas condutas
comportamento operante pode adquirir uma relação suficientemente firmes para fechar os microinterrupto‑
com um estímulo particular, e essa ocorrência pode ser res. Ao contar só com os comportamentos operantes, a
controlada em parte pelo estímulo discriminativo. Estes caixa de Skinner elimina os juízos subjetivos do obser‑
servem para sinalizar o corpo quando é muito provável vador acerca do que deve considerar‑se como resposta.
que o reforço emita uma resposta operante especí‑ Este é um meio para controlar as consequências dos
fica.  Os estímulos discriminativos servem para guiar a comportamentos operantes.
conduta. Formam a base da aprendizagem discriminativa
naqueles casos em que se combina com incentivos para Com este experimento, Skinner quis provar que o
a emissão de uma ação operante quando é improvável condicionamento operante modela a conduta. Nesse
de ser reforçada.  O estímulo discriminativo se limita a processo só se reforçam aqueles movimentos cuja dire‑
notificar o corpo quando deve emitir o operante.  ção coincide coma nova resposta que se deseja. Nesse
processo, que o cientista chamou de aproximação
A ênfase sobre as respostas encontradas determinou sucessiva, continuam‑se os estímulos até que o orga‑
que o condicionamento operante fosse, também, denomi‑ nismo emita uma resposta desejável, ou moldagem
nado do tipo R [resposta]. Reconheceu a importância de de novos comportamentos.
ambos, tanto do condicionamento pavloviano [respon‑
dente ou Tipo E], em que o estímulo provoca respostas, Desse modo, a modelação se fundamenta na carac‑
como do condicionamento do tipo R [operante ou ins‑ terística do organismo de não dar a mesma resposta e de
trumental], em que as resposta são emitidas esponta‑ não emitir somente as respostas após a aplicação de um
neamente. No condicionado do tipo R, em que Skinner reforço. A tendência é emitir uma “família” de respostas
concentrou os seus esforços nos estímulos,  podem semelhantes, ou a chamada generalização da resposta.

Teorias da Aprendizagem e as TICs

5.
Skinner chamou este processo de generalização No mundo real, os tatos são contaminados por
do estímulo, que é a tendência dos estímulos similares conotações emocionais, por sua vez os mandos, que
ao estímulo original influenciarem a tendência do orga‑ derivam dos termos “demanda” e “comando”; distin‑
nismo de responder similarmente. Ou seja, reconhece a guem‑se por serem uma forma de respostas verbais e
existência da generalização primária como a secundária, o reforço que se caracteriza por uma ação verbal dada.
ou mediada, e considera que a generalização é a base
da transferência de aprendizagem de uma situação para Os mandos especificam um reforço esperado e a
novas situações. sua emissão é controlada por condições de privação e
por estímulos adversos. A probabilidade de ocorrência
Esse conceito, o de modelagem, é um conceito chave de um mando é também controlada pelas experiências
no sistema de Skinner, como método de aproximação anteriores com a pessoa que escuta, assim como pelas
sucessiva, que supõe respostas de reforço que coincidem práticas de reforço que seguem em uma determinada
na direção da resposta final desejada. Esse modelamento comunidade verbal. Nesse caso, o falante aprendeu que
depende da generalização da resposta ou tendência das algumas classes de respostas verbais têm probabilidade
respostas que variam de um ensaio para outro. de serem seguidas por um reforço.
Por isso, Skinner se dedicou a trabalhar em torno Os textos consistem em estímulos verbais que
da forma com que se apresenta um reforço ao orga‑ chegam a controlar a conduta verbal. São normalmente
nismo. Esse trabalho chamado de programa de reforço visuais, mas podem ser táteis. A conduta textual exem‑
se constitui em um conjunto de regras que devem ser plifica o processo básico que subjaz em toda a conduta
aplicadas e seguidas para que um tipo de resposta seja verbal. A sua leitura gera um reforço automático.
ou não reforçada.
Ainda que suas opiniões sobre as funções e a
Dentre os vários procedimentos do programa, o aprendizagem da fala tivessem enorme influência sobre
reforço que se aplica a uma conduta varia entre um as formulações das modernas teorias da aprendizagem
reforço intermitente e um reforço contínuo. Esta sequên‑
social, elas têm sido constantemente atacadas por auto‑
cia de movimentos é o que se denomina de cadeia de
res de orientação cognitivista.
respostas. Quando a maioria das respostas é semelhante
constitui, uma cadeia de respostas homogêneas. Para Um de seus maiores críticos foi Chomsky (JUSTI;
Skinner, a linguagem e o pensamento são um tipo de con‑ ARAÚJO, 2004), que afirmava que para os cogniti‑
duta operante que se ajusta às mesmas leis das condutas vistas nenhum dos argumentos eram suficientemente
operantes. Os estímulos têm a função de assinalar quando consistentes, sobretudo no que diz respeito ao compor‑
tem a probabilidade de ser reforçada uma resposta parti‑ tamento verbal. Essas críticas, datadas dos anos 60 do
cular pensamento/palavra, não há uma relação fixa entre século XX, eram feitas pelos linguistas e outros psicólo‑
uma resposta verbal particular e um estímulo discriminativo gos que refutaram veementemente as teorias behavio‑
particular. Outras influências ambientais, assim como as ristas. Surgia um novo paradigma proposto pela teoria
próprias experiências anteriores no seio da comunidade cognitivista. Dentre as principais críticas aos conceitos
verbal a que o indivíduo pertença, exercerão influências de Skinner, cita‑se:
devido às sutilezas e às complexas relações. Skinner divide
a conduta verbal em vários tipos de respostas e as mais [...] os termos usados na descrição da “vida
importantes poderiam ser os tatos, mandos e textos. real” e os usados na descrição dos experimen‑
tos de laboratório podem ser meros homôni‑
mos, sem qualquer similaridade de significado
Os tatos são rótulos que se aplicam a coisas e
[...] Os conceitos de estímulo e controle por
situações constantemente em modificação. São as con‑ estímulos (que Chomsky inadvertidamente
dutas verbais que estabelecem contato com o mundo chama de noções), perderiam toda a sua obje‑
físico, seja por sinais ambientais, seja por estímulos rela‑ tividade fora do contexto do laboratório [...] um
cionados a estados internos, e servem para permitir ao processo de reforçamento como esse jamais
poderia explicar a rapidez da aquisição da lín‑
sujeito refletir sobre as circunstâncias ambientais. Ainda, gua pela criança e nem a capacidade de com‑
estabelecem‑se mediante o reforço coerente, na pre‑ preensão de sentenças novas do leitor (JUSTI;
sença de estímulos e por reforços distintos. ARAÚJO, 2004, p. 269‑270).

Metodologia do ensino superior na EaD

6.
Não há dúvidas de que o Behaviorismo “funciona”. dade uma parte do objeto do conhecimento, diferenciar
A tortura também. Coloque‑me nas mãos um Behavio‑ um elemento entre os demais), assimilação (apropriação
rista firme, eficiente e realista, algumas drogas e apare‑ de uma parte da situação global pelo processo da dife‑
lhos elétricos simples, que em seis meses farei com que renciação) e redefinição (percepção de um estímulo de
ele recite em público o “Credo de Anastácia” (AUDEN). modo diferente).

A crítica do poeta aparentemente explicita que: Novas correntes apareceram nos anos 50 e 60
do século XX, entre elas uma corrente psicológica teve
1. O Behaviorismo Radical é exageradamente
como representante o psicólogo Jerome Bruner, con‑
realista.
siderado como um dos precursores de uma psicologia
2. O Behaviorista ignora os sentimentos dos cognitiva nos Estados Unidos. Em 1956, Bruner publi‑
atores. cou “Estudos sobre o Pensamento”, e em 1960 fundou,
em Harvard, o Centro para Estudos Cognitivos.
3. Os trabalhos de laboratórios dos skinnerianos
não condizem com a realidade social, descon‑
siderando as implicações culturais implícitas 3.1.3 Aprendizagem
nas diferentes sociedades. significativa e troca
conceitual
3.1.2 Os cognitivistas
Segundo Ausubel e Novak (LEGRAND, 1990), a
A crise do behaviorismo nos Estados Unidos, a partir assimilação de una nova ideia ou de um novo signifi‑
dos anos 50 do século XX, marca um novo tempo na cado pode ser descrita da seguinte maneira:
história da psicologia da aprendizagem. A chamada revo‑
lução cognitiva da psicologia constituiu um campo de Sintetizando, o estágio final do processo de
oposição à psicologia de laboratório, afirmando que esta assimilação é o mediador (a ideia original)
modificado. A modificação é no sentido de
última (behaviorista) não passava de uma ciência artificial que ao final do processo ele tem significados
calcada sobre as ciências naturais e biologizantes. que são residuais de seus significados origi‑
nais e dos significados adicionais que foram
Entretanto, na Europa, em especial na Inglaterra, assimilados.
França, Alemanha e Suíça, os cognitivistas já realizavam
seus estudos sobre o desenvolvimento infantil. Nesse Desse ponto de vista, na troca conceitual, substituir
último país destaca‑se o Círculo de Genebra, com Pia‑ significados não existe. As aprendizagens significativas
get, desde os anos 30 do século XX. Na União Sovi‑ não se apagam; os conceitos internalizados significativa‑
ética, outro círculo, o dos Russos Vygotski, Leontiev e mente (incorporados à estrutura cognitiva de modo não
Luria, também se opuseram aos behavioristas. arbitrário e não literal) ficam para sempre na estrutura
cognitiva do aprendiz, com os possíveis significados de
Outras teorias da psicologia também concorriam um mediador mais elaborado, rico, diferenciado. É como
nos anos 30 do século XX. Refere‑se aqui à Gestalt, se cada indivíduo tivesse sua história cognitiva pessoal
que juntamente com seus principais representantes (Kurt e estabilizada.
Lewin, Koffka, Kohler, etc.) imigraram para a América do
Norte. A corrente gestáltica, traduzindo do alemão – psi‑ 3.1.4 Vygotsky e a Teoria do
cologia da forma –, tem como fundamento a noção de Desenvolvimento Social
que os sujeitos são determinados pelas estruturas dos
elementos envolvidos em situações‑problemas. O indi‑ O círculo dos psicólogos e cientistas russos, desde
víduo aprende reinterpretando seus inúmeros “ensaios e a década de 20 do século XX, já afirmava que todo
erros”; a compreensão disso é a consciência dos aspec‑ desenvolvimento cognitivo envolve a interação sujei‑
tos estruturais, chamados de insight. A solução desses to‑objeto‑contexto social.
problemas tem várias formas, tais como: gradação
(estabelecimento de sucessivos relacionamentos entre Essa interação pressupõe o funcionamento das
diferentes situações), diferenciação (destacar na totali‑ faculdades de pensamento superior que resulta em

Teorias da Aprendizagem e as TICs

7.
zonas de desenvolvimentos. Assim, o indivíduo organiza modifica‑se por processos contínuos de mecanismos
seu pensamento nas relações sociais e com o mundo internos, que promovem a acomodação. Outros fatores
que o cerca, ou seja, aprende‑se por meio de intera‑ como maturação, interação social, experiência ativa, e
ções sociais com outros sujeitos mais experientes. uma sucessão geral de equilíbrio são fundamentais no
processo de aprendizagem do indivíduo.
A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é esta‑
belecida pela diferença entre o desenvolvimento real e Um dos motes dessa corrente é a construção do
o desenvolvimento potencial. O desenvolvimento real conhecimento, proposta por tarefas individuais e solução
ou efetivo é aquele em que o sujeito resolve proble‑ de problemas pela dinâmica do ensaio e erro. O ensino
mas sem ajuda, sem auxílio de outra pessoa ou de um tem como princípio o desenvolvimento de operação e
mediador externo. No desenvolvimento potencial, o indi‑ desenvolvimento de situações‑problemas.
víduo resolve problemas com auxílio de outras pessoas
mais experientes ou de um mediador externo. Ou seja,
as zonas potenciais geram uma zona de desenvolvi‑
4 . O uso das TICs
mento proximal (ZDP), que poderá se transformar em na educação
zona real de aprendizagem, dependendo da qualidade
O uso do computador e dos equipamentos eletrônicos
da mediação que o indivíduo estabelece ou dos estímu‑
nas escolas brasileiras ainda é um desafio a ser enfrentado,
los externos que o sujeito recebe.
embora a cada dia esteja um pouco mais acessível adqui‑
Todo mediador, professor, pais, deve ser capaz de ri‑los em função da queda de preços e da aquisição em
auxiliar o indivíduo a compreender um conteúdo, um larga escala de equipamentos distribuídos nas escolas.
conhecimento, proporcionando avanços para que este
Em interessante blog do professor José Manuel
se torne de fato um conhecimento aprendido, real.
Moran, intitulado “A Educação que Queremos”, um dos
Nesse caso, para Vygotsky, o mediador é fundamental
assuntos apresentados referem‑se às TICs na educação.
no processo de aprendizagem.
Neste blog e nos livros do autor, uma preocupação é a
errônea compreensão de que tecnologia nos dias atu‑
3.1.5 Teorias construtivistas: ais não é só computador. Essa preocupação se justifica
Piaget e a porque nem sempre o computador pode ser usado para
aprendizagem social ensinar. Além disso, outras ferramentas e recursos de
apoio são até mais interessantes do que o computador.
As ideias elaboradas por Piaget pressupõem a dife‑
renciação entre o “significante” e o “significado” no início O próprio livro pode ser considerado uma tecnolo‑
da aprendizagem. O significante pode ser entendido gia, assim como a caneta, o jornal, a revista, o quadro
como uma imagem, um símbolo (palavra) que repre‑ e o giz, o celular. Essas ferramentas, algumas delas vis‑
senta o significado de um objeto ou situação ausente. O tas como ultrapassadas, ainda cumprem um importante
significado é o conceito desse símbolo, dessa imagem papel na educação. Entretanto, o que se percebe é que
ou palavra que está ausente. alguns professores têm medo das novas tecnologias e
por isso não a utilizam, enquanto que outros desprezam
A interação entre os processos de assimilação e as antigas, mas não menos efetivas, tecnologias como
acomodação é a mola propulsora de toda aprendiza‑ encaminhamento para a aprendizagem. Além disso,
gem, em que o cerne está na mudança das estruturas é preciso que as novas gerações compreendam que
mentais do sujeito. Quando a mudança é qualitativa, Pia‑ havia vida inteligente em tempos sem a computação e
get define‑a como acomodação, e quando é quantitativa a microeletrônica, e que nenhum instrumento pode ser
no sujeito, ocorre a assimilação. desprezado em se tratando de aprendizagem.

Juntas, assimilação e acomodação organizam as Outro destaque é que apesar de as escolas brasi‑
estruturas mentais do indivíduo, tornando‑os mais com‑ leiras estarem depauperadas, sem o número de com‑
plexos. Toda aquisição de conhecimento pressupõe putadores necessários, elas têm tecnologia, nesse caso,
uma informação que é passível de assimilação e, após, a linguagem, a capacidade de comunicação entre pes‑

Metodologia do ensino superior na EaD

8.
soas diferentes, discutir problemas diversos por meio da Grande do Sul. Desde 2007, a escola recebeu 100 lap‑
fala, da escrita, dos gestos. Essa é a maior tecnologia já tops do Projeto OLPC (One Laptop Per Child)4. As primei‑
inventada pela humanidade. A tecnologia tem na fala o ras máquinas de teste chamadas de XO – as B1 (Beta1)
grande diferencial, uma fala que contribua para o aluno, – foram pensadas para crianças, com a preocupação de
que ensine. Assim, apesar das piores condições é possí‑ durabilidade, interatividade e com software livre.
vel fazer importantes avanços sem a parafernália tecno‑
lógica, pois a fala, a linguagem, os gestos são os princi‑ A introdução e o uso do XO nos trabalhos em escolas
pais elementos para o processo ensino‑aprendizagem. de São Paulo e Porto Alegre, sob a coordenação de Roseli
de Deus Lopes e Léa Fagundes e respectivas equipes
Algumas escolas brasileiras desenvolvem excelen‑ do LSI/USP e LEC/UFRGS, foram baseados em projetos
tes projetos educativos sem o uso dos computadores, interdisciplinares e atividades cooperativas. Segundo as
mas evidentemente se os alunos dispusessem desse coordenadoras do projeto, o principal desse movimento
recurso suas produções poderiam ser muito melhores. não é o computador, mas o desenvolvimento da aprendi‑
zagem e de uma educação de qualidade para todos.
O projeto‑piloto de acesso a computadores nas
escolas públicas, chamado de UCA (um computador por Explicam as coordenadoras que o laptop foi adap‑
aluno)2, tem em cada estado da federação pelo menos tado para que as crianças, assim como a sua família,
três escolas neste projeto, perfazendo um total de 300 possam estar conectadas, tanto uma com as outras
escolas brasileiras.
quanto a qualquer rede da internet. Em relatório, David
Cavallo, um dos principais pesquisadores do Labo‑
4.1 Sobre o UCA (Um ratório do Futuro da Aprendizagem do MIT, onde foi
Computador por Aluno) idealizado o OLPC, disse que a experiência da Escola
Luciana de Abreu já se mostra interessante: “Nos últi‑
O UCA é um projeto desenvolvido por Nicholas mos dias, algumas crianças, para ajudar as outras, já
Negroponte do Laboratório de Mídia do Massachusetts escreveram mais do que escreveram nos últimos anos.
Institute of Technology (MIT), no qual o principal objetivo Os alunos já sentiram que essa proposta é diferente,
é levar educação com baixo custo a locais mais distan‑ porque não há controle sobre o que eles aprendem.
tes. O projeto, também conhecido como Computador E essa liberdade vai gerar benefícios para a própria
de US$ 100, foi apresentado em Davos, na Suíça, em escola” (A TOUR, 2010).
janeiro de 2005, na reunião do Fórum Econômico Mun‑
dial. Os países que participam da primeira etapa do pro‑ A escola de Porto Alegre recebeu os laptops a partir
jeto foram Brasil, Argentina, Nigéria, Líbia e Tailândia. de uma parceria com o Laboratório de Estudos Cogniti‑
vos (LEC) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Infelizmente, no Brasil, cada laptop ultrapassa (UFRGS). O laboratório recebeu do MEC a incumbência
US$ 300, em função dos impostos e outros encargos.
de coordenar e avaliar a primeira experiência pedagó‑
O projeto‑piloto teve duração de um ano letivo, disponi‑
gica – mundial – de uso de laptops por crianças em
bilizando os equipamentos para estudantes e professores
sala de aula.
do ensino básico da rede pública, todos com plataforma
Linux. Léa Fagundes, que coordena o LEC, diz que é pre‑
ciso dar chance para a criança aprender sozinha. “Dê
Uma experiência interessante do uso de compu‑
um computador e a chance para ela produzir, pesquisar,
tadores em uma escola pública brasileira foi registrada
criar. A professora não precisa saber a resposta certa,
na Escola Luciana de Abreu3, em Porto Alegre, no Rio
precisa ensinar a criança a aprender. Aprender muito.
2 Para saber mais sobre programa Um Computador Por Aluno, acesse: Aprender a aprender, e aprender a ser, a pensar”.
<http:// www.uca.gov.br/institucional/>. Acesso em: 13 abr. 2010.
3 Veja o depoimento dos professores no site Youtube – Escola 4 É uma associação sem fins lucrativos, fundada por Nicholas
Luciana de Abreu: antes de um laptop por aluno. In: Disponível em: Negroponte, que desde 1982 desenvolve em alguns países africa‑
<http://www.youtube.com/watch?v=w3XlQgqAvWQ&feature=relat nos o Projeto OLPC como uma ferramenta de aprendizagem para
ed>. Acesso em: 6 jan. 2010. crianças.

Teorias da Aprendizagem e as TICs

9.
Léa conta um exemplo ocorrido no dia em que a professor tradicional está preparado para ensinar e não
escola recebeu os laptops. Já na chegada dos compu‑ para mediar, nesse aspecto, as escolas também estão
tadores, uma das professoras ficou apreensiva: nesse modelo industrial. Aulas de cinquenta minutos,
professores especialistas, grades curriculares inflexíveis,
“Eu não sei usar isso, como é que eu vou
etc. O desenvolvimento da microeletrônica nos coloca
fazer? Estou tão nervosa”. Ao lado dela, uma
criança disse: “Calma professora, eu te ensino em outro patamar em relação do tempo e espaço.
(LEC ‑ Laboratório de Estudos Cognitivos, da
UFRGS, publicado no site de vídeos online You Um exemplo de resistência às novas tecnologias
Tube sobre a experiência). por determinada parcela da população pode ser obser‑
vada na história da indústria automobilística. Num inte‑
A professora Léa, além de trabalhar na Universidade ressante estudo intitulado de “A vida cultural do automó‑
Federal do Rio Grande do Sul, é presidente da entidade vel: percursos da modernidade cinética”, de Guillermo
“Fundação Pensamento Digital” que mobiliza uma rede Giucci (2004), o autor analisa o impacto causado pelas
de parceiros para promover a utilização de computa‑ novas máquinas e das mudanças trazidas nos compor‑
dores e internet em comunidades de baixa renda. Sua tamentos dos atores pedestres/motoristas/cocheiros
tese é a de que a escola continua a ensinar nos moldes nos primeiros anos do século XX.
cartesianos, um atraso para os avanços cibernéticos que
acontecem desde os anos 90 do século XX. A profes‑ Para mostrar a resistência às novas tecnologias,
sora debate que o plano cartesiano é rígido e linear e Giucci relata que as grandes críticas por parte dos pedes‑
o espaço físico cibernético não é simples processo de tres e dos cocheiros referiam‑se à destruição da paisa‑
causa e efeito, não é linear, é interativo e com multiplici‑ gem campestre em função da construção de autoestra‑
dade de maneiras de ensinar e aprender um tema. das, e a indiferença dos pedestres em relação ao entorno
urbano uma vez que as viagens ficariam cada vez mais
Além disso, na medida em que tanto alunos quanto rápidas. Outros argumentos contrários são a ameaça do
professores se apropriam das tecnologias de informa‑ automóvel à vida dos pedestres e a rivalidade entre os
ção, a sala de aula se transforma em espaço de convívio motoristas e os cocheiros, os automóveis e os veículos
de aprendizagem. Os computadores são levados para de tração animal, em função da disputa pelos espaços.
casa e seus usos podem ser compartilhados por toda a
família. Desse modo, o equipamento não fica somente Cerca de cem números de reportagens e colunas
utilizável em um laboratório apenas uma vez por semana foram escritos mundo afora contrários ao “lindo e diabó‑
por um único professor, como na maioria dos estabele‑ lico” automóvel, de ensurdecedora buzina, condenado a
cimentos de ensino brasileiro. ir e vir sem pensar; enquanto isso, milhares de cocheiros
e tratadores de cavalos perderam seu trabalho (GIUCCI,
Espera‑se que nos próximos anos as poucas 2004, p. 43‑44).
salas de laboratório evoluam para todas as salas de
aula conectadas, enfim, todos os ambientes da escola No entanto, o que se vê ao longo de um século,
integrados via rede. Por isso há a importância de uma apesar das reações contrárias, foi um avanço crescente
nova metodologia de ensino, de atividades de pes‑ da tecnologia automobilística. De cocheiros a moto‑
quisa, de projetos colaborativos, de o aluno tornar‑se ristas profissionais, passou‑se a valorizar a velocidade
participativo com atividades instigantes e professores de tal forma que é absolutamente impossível dispensar
instigadores. os avanços da indústria automobilística. Tenta‑se aqui
fazer uma analogia às recusas dos novos equipamentos

4.2 Desafios do trabalho em


informáticos em algumas áreas, principalmente na área
educacional essa resistência se parece à revolta dos
uma escola conectada cocheiros do início do século XX.

Neste novo ambiente, um dos desafios é a Segundo José Moram, os professores brasileiros
mudança de comportamento do professor. É custoso estão mais para antigos cocheiros a enfeitar as suas
mudar enquanto professor tradicional com a pretensão carroças do que novos motoristas que querem mudar
de passar o conhecimento para o aluno recebê‑lo. O radicalmente sua postura diante das novas TICs. Uma

Metodologia do ensino superior na EaD

10.
nova realidade se coloca também no meio educacional. Outra questão que os profissionais da educação
Para o reitor da Universidade de Southern, na Califórnia, devem estar atentos é a de que não importa a classe
as mudanças serão muito mais radicais do que os pro‑ social a que pertençam, uma grande quantidade dos
fissionais da educação imaginam: alunos têm acesso ao telefone móvel. Em pesquisa rea‑
lizada em 2004, o designer de softwares e games, Marc
Em um mundo ideal, nós teremos acesso cons‑
tante a todo o conhecimento existente [...] salas Prensky, afirma que os celulares podem ser considera‑
de aula se formarão espontaneamente em tempo dos importantes ferramentas na aprendizagem dos alu‑
real no ciberespaço, com pessoas entrando e nos. Aquilo que é comumente um incômodo e causa de
saindo constantemente [...] nós poderemos inúmeros casos de indisciplina em sala de aula pode ser
aprender ou frequentar aulas com quem quiser‑
mos, sempre que quisermos [...] nós teremos
tornar um elemento de incentivo a aprendizagem dos
feedback de especialistas virtuais que nos obser‑ alunos. Portanto, caberá ao professor dar ao telefone
varão e nos ensinarão [...] e finalmente, aprende‑ celular novas funções: texto, vídeo, imagens, internet,
remos em nossos sonhos (BROWN, 2000). mensagens instantâneas, rádio, voz.
Para o reitor, o mundo está na segunda fase da Usar o potencial dos telefones celulares para a cola‑
Revolução da Microeletrônica, portanto, impossível resis‑ boração da pesquisa, a comunicação e o debate sobre
tir aos computadores, aos e‑mails, à internet, e‑learning, línguas estrangeiras e nativas, literatura, leitura, escrita,
e‑comerce, e todo o aparato que a tecnologia computa‑ jornalismo e fotojornalismo, ciência e investigação cien‑
cional pode apresentar à sociedade. Para os estudiosos tífica, apreciação da arte e da música, e muito mais.
das Tecnologias da Informação e da Comunicação, o De fato, a motivação para o uso do celular com novas
futuro da educação contempla um espaço fora do câm‑ funções de aprendizagem não será fácil, uma vez que
pus tradicional, fora da sala de aula tradicional. os próprios professores devem se propor a desenvolver
Desde que os filósofos gregos deram os primeiros novas metodologias de aprendizagem.
passos para aquilo que se sentende de escolas hoje,
Um estudo americano de estudantes de classe média
a internet constitui‑se como um instrumento potencial
que fazem uso do celular e da internet mostrou que aque‑
para revolucionar o processo educacional inventado
les que hoje têm 25 anos de idade tiveram as seguintes
por Sócrates.
experiências formativas durante a sua vida: uma média de
Ocorre nesse momento o fenômeno da transição perto 10.000 horas de jogos de videogames, 200.000
entre os “imigrantes e os nativos digitais”. A grande maio‑ emails e mensagens instantâneas emitidas e recebidas,
ria dos professores e toda uma geração de profissionais perto de 10.000 horas de fala no celular, entre jogos
da educação não nasceram com a tecnologia da infor‑ e uso de dados em telefones móveis digitais, mais de
mática, ao passo que a maioria das gerações de estudan‑ 20.000 horas de zapeada na tevê, sendo que assisti‑
tes dos ensinos médio e fundamental já cresceu com a ram a pelo menos 500.000 anúncios publicitários, no
linguagem html, com o mp3, com os telefones celulares, entanto quando muito tiveram apenas 5.000 horas de
Orkut, Facebook, Bittorent, etc. Os professores, imigrantes leitura de livro.
digitais, ainda buscam novos conhecimentos e alguns até
são refratários ao novo conhecimento cibernético. Temos, portanto, um novo cenário, a neurobiologia
contemporânea explica que as experiências dessa intensi‑
Portanto, essa divisão entre os “analfabytes” e os dade alteram os cérebros daqueles que recebem as infor‑
nativos do ciberespaço pode provocar uma dificuldade mações e que as permitem acomodar mais facilmente
nessa inevitável mudança de aprender e ensinar do século tendo a tecnologia como instrumento de ajuda. Assim,
XXI. A maneira como os professores devem entender temos agora uma geração de estudantes que é melhor
seus alunos é sob a ótica de que há uma geração que na informação e na tomada de decisões, por fazê‑las
absorve informações e aprendem de formas muito dife‑ mais rapidamente com processamento de multitarefas
renciadas: uma geração que pensa mais graficamente e em paralelo; uma geração que pensa graficamente mais
menos textualmente, uma geração que está acostumada do que textualmente, que vive intensamente a conectivi‑
à conectividade e a ver o mundo por meio dos olhos das dade, e acostumada a entender o mundo por intermédio
missões dos games e da diversão da web. da lente dos games e dos desafios dos jogos interativos.

Teorias da Aprendizagem e as TICs

11.
Chama‑se esta geração de “nativos digitas,” em nais de cada um deles. Desse modo, a aquisição da
contraste com a dos “imigrantes digitas”. Essa distinção aprendizagem para cada situação pode ser observado
é importante porque quem nasceu fora da era digital – na tabela a seguir:
não importa o quão fluente se torne um dia – é diferente
dos nativos. Os “imigrantes digitais” não utilizarão a tec‑
Aprendizes – Professores –
nologia precisamente da mesma maneira que os nativos nativos digitais imigrantes digitais
fazem e esta diferença é crítica para a educação porque Recebem informação de múltiplas Recebem informações de fontes
atualmente ela econtra‑se em um momento no qual a fontes, respondem aos estímulos limitadas, com velocidade mais
imprevistos mais rapidamente. lenta e controlada.
maioria dos estudantes nasceu com algum aparelho de
Processam atividades em paralelo Processam atividades lineares e
transmissão e de comunicação muito presente. Contudo, e multitarefa. tarefas únicas, sequenciais e mais
imenso volume de educadores, professores, administra‑ limitadas.
dores e colaboradores do atual ensino são estrangeiros Trabalham com imagens, som e Trabalham mais com estímulo
vídeo, ao invés de texto. textual do que com figuras, som
digitas. Embora os imigrantes tenham realizado algumas e vídeo.
mudanças em seus comportamentos, suas experiências Conseguem interagir Trabalham mais
de ensino e de aprendizagem são muito diferentes. Além simultaneamente com muitas independentemente com
pessoas. dificuldades de interagir em rede.
disso, apesar de algumas mudanças pontuais, os profes‑ Aprendizagem Just in time. Aprendizagem dos conteúdos que
sores ainda não conseguiram mudar o essencial. Algumas pode cair na prova.
estruturas do processo ensino‑aprendizagem estão intac‑ Desejam receber gratificações e Refratários a gratificações e
recompensas instantâneas. recompensas.
tas, assim como os processos avaliativos e a relação do
Os conhecimentos devem ser Os conhecimentos devem estar
professor com o papel mais importante nesse processo. relevantes, instantaneamente úteis no currículo e os testes devem ser
e divertidos. padronizados.
Quando perguntados sobre o que querem de sua Fonte: Adaptado de THE INTERCONNECTED (2012).

aprendizagem, os estudantes responderam que a dese‑


jam no formato dos desafios de seus jogos, multiplayers, Os alunos se adaptaram à língua digital dos jogos
criativos, colaborativos e participantes de redes sociais do computador, aos vídeos, e à internet. Os professores
da internet, desafiando outros competidores. A pesquisa buscaram adquirir conhecimento sobre muitos aspectos
demonstrou que os estudantes mudaram radicalmente da tecnologia, mas assim como aqueles que aprendem
e que têm suas próprias ferramentas de aprendizagem. outra língua mais tarde na vida, ainda têm um pé no pas‑
Todo o professor que pensar que pode mudar esse com‑ sado. Por exemplo, os imigrantes digitais preferem ler um
portamento estará voltando para trás e lutando em uma manual a aprender diretamente com programas e softwa‑
batalha perdida. Em épocas de multiplicidades de encami‑ res. A vida do mundo pré‑digital se formatou diferente‑
nhamentos metodológicos e curriculares, os educadores mente e “os imigrantes”, que compreendem a maioria da
têm um desafio tecnológico e a oportunidade de começar população adulta e do quadro de ensino em nossas esco‑
ensinar as crianças a partir de sua própria língua, com las e universidades, devem compreender os obstáculos
suas próprias ferramentas, combinando as necessidades que se põem ao ensinar esta geração de principiantes.
dos alunos com a experiência dos adultos.
É preciso, também, não se esconder atrás do status
A desconexão entre a forma como os estu‑ de imigrante, pois os professores têm que assumir o seu
dantes aprendem e a forma como os profes‑ papel de mediador, de condução dos alunos às lingua‑
sores ensinam é fácil de compreender quando gens tecnológicas e científicas. Os desafios dos profes‑
consideramos que o sistema escolar atual foi
projetado para um mundo agrário e de manu‑ sores para mediar as salas conectadas do século XXI são
fatura. Entretanto, o mundo mudou e continua a mudança radical do lápis e papel, de uma formação
a mudar rapidamente. Os alunos multitarefa dirigida a manufatura, ao setor de serviços e agrícola,
de hoje estão melhor equipados para esta para a formação em tempos de microeletrônica.
mudança do que muitos adultos [...] (JUKES;

5 . Considerações finais
DOSAJ, 2003 apud MERCADO, 2012, p. 31).

Para entender essa desconexão, Marc Prensky, no


trabalho “Digital natives, digital immigrants” (PRENSKY, Com o advento da microeletrônica, muitas correntes
2001), destacou as principais características geracio‑ e teorias da aprendizagem foram questionadas devido à

Metodologia do ensino superior na EaD

12.
forma de interação proporcionada pela tecnologia e a ainda nem se iniciou completamente. É necessário em
organização dos sujeitos aprendizes na primeira década primeiro lugar que o professor tenha o desprendimento
do século XXI. em se apropriar de uma ferramenta útil, importante e
que inexoravelmente é um caminho sem volta para a
As diversas teorias da aprendizagem ora convivem ora realidade em que hoje o mundo se encontra.
se repelem, de fato não há completo acordo entre elas,
no entanto, cada uma delas pode contribuir para que o Por isso, propõe‑se novos debates sobre o tema,
professor ou profissional da educação possa julgar e reco‑ além de uma incessante pesquisa e troca de experiên‑
nhecer‑se em uma cada uma delas e mais, propor novas cias com os professores que já têm uma caminhada no
possibilidades de situações de aprendizagem aos alunos. uso de computadores e ou equipamentos tecnológicos
em sala de aula.
É importante verificar que as tecnologias podem ser
apropriadas com mais ou menos qualidade de acordo Entretanto, ainda são favoráveis as indispensáveis
com o nível de conhecimento que o professor tem de figuras dos mediadores mais experientes, que se ocu‑
suas potencialidades dentro de sala de aula. O que se pam em trazer mais experiências significativas aos alu‑
buscou nesse capítulo foi um debate que está longe nos e que podem efetivamente provocar mudanças no
de acabar, pois em muitas realidades educacionais ela desenvolvimento dos indivíduos: os professores.

Referências

A TOUR into Luciana de Abreu School. Disponível em: dents. 1973. Tese (Doutorado) Universidad de Illinois,
<http://www.youtube.com/watch?v=fRpCmV5zHYo>. Urbana, Illinois, 1973.
Acesso em: 11 jan. 2010.
FAGUNDES, L. C. et al. Um Ambiente Virtual para
ALMENARA, J. C.; CEJUDO, M. del C. L.; PUENTE, A. apoio ao Desenvolvimento de Projetos de
P. Alfabetización digital: un estudio en la Pontificia Aprendizagem. Anais do XVI Simpósio Brasi‑
Universidad Católica Madre y Maestra. Disponível em: leiro de Informática na Educação, 2005.
<http://tecnologiaedu.us.es/nweb/htm/pdf/dominicana.
pdf>. Acesso em: 15 abr. 2010. FAGUNDES, L. C.; MAÇADA, D.L.; SATO, L.S. Apren‑
dizes do Futuro: as Inovações Começaram. Coleção
BAUM, W. M. Compreender o behaviorismo: ciên‑ Informática para a Mudança na Educação – Ministério
cia, comportamento e cultura. Porto Alegre: Artes Médi‑ da Educação. Brasília: Estação Palavra, 1999.
cas, 2006.
GUSSO, H. L. Processos comportamentais iden‑
BRESSAN, R. T. YouTube: intervenções e ativismos. tificados nas definições de ‘cultura’ na Antro‑
In: Anais do XII Congresso da Comunicação pologia: relações entre conceitos básicos de Análise
na Região Sudeste/ V Encontro Regional de do Comportamento e fenômenos sociais. Dissertação
Comunicação. Juiz de Fora. 2007. de Mestrado. Florianópolis: Universidade Federal de
Santa Catarina, 2008.
CAMPOS, F. Cooperação e aprendizagem on‑line.
Rio de Janeiro: DP&A, 2003. JUSTI, F. R.; ARAUJO, S. de F. Uma avaliação das crí‑
ticas de Chomsky ao verbal behavior à luz das réplicas
Castells, M. A sociedade em rede. Rio de Janeiro: behavioristas. Revista Psicologia: Teoria e Pesquisa,
Paz e Terra, 2002. set‑dez. 2004, V. 20 n. 3, p. 267‑274.

DRIVER, R. The representation of conceptual Kenski, V., M. Tecnologias e ensino presencial e a


frameworks in young adolescent science stu‑ distância. Campinas: Papirus, 2003.

Teorias da Aprendizagem e as TICs

13.
LEGRAND, M. Du behaviorisme au cognitivisme. In: L’année Ramal, A. Educação na cibercultura. Porto Alegre:
psychologique. 1990 vol. 90, n.2. p. 247‑286. Artmed, 2000.

Lévy; P. Cibercultura. São Paulo: 34, 1996. SCHULTZ, D. P; SCHULTZ, S. História da psicologia
moderna. 15. ed. São Paulo: Cultrix, 2002.
MERCADO, L. P. L. Contribuição das Tecnologias
da Informação e Comunicação no processo Silva, M. Sala de aula interativa. Rio de Janeiro:
ensino‑aprendizagem. Quartet, 2000.

MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação SOUSA, S. Tecnologias de informação. O que são?


pedagógica. Campinas: Papirus, 2000. Para que servem? 3. ed. Lisboa: FCA – Editora Infor‑
mática. 1999
MORIN, E. Os 7 saberes necessários à educação
do futuro. São Paulo: Cortez, 2002. VIENNOT, L. Le raisonnement spontané en dyna‑
mique élémentaire. Paris: Hermann, 1979.
NEVADO, R. A.; MAGDALENA, B. C.; COSTA, I.T. For‑
mação de professores multiplicadores: nte2@projetos.
VOELCKER, M. D. Autoria, cooperação e apren‑
cooperativos.ufrgs.br. LEC/UFRGS 2001.
dizagem em comunidade virtual construída e
NUSSBAUM, J. Classroom conceptual change: philoso‑ protagonizada por educadores e aprendizes
de Telecentro. 2006. Tese de Mestrado em Psico‑
phical perspectives. International Journal of Science
logia Social e Institucional, Universidade Federal do Rio
Education, London, v. 11, p. 530‑540, 1989.
Grande do Sul, Porto Alegre, 2006.
Oliveira, C. C. Ambientes informatizados de
aprendizagem. Campinas: Papirus, 2001. THE INTERCONNECTED Nature of the 21st Century
World. Disponível em: <http:// elco-resources.wikis‑
POZO, J. I. et al. Las ideas de los alumnos sobre cien‑ paces.com/file/view/The+Interconnected+Nature+o
cia como teorías implícitas. Infancia y Aprendizaje, f+the+21st+Century+World.pdf>. Acesso em: 12
Madrid, n. 62. 63, p. 187‑204, 1992. jun 2012.

Metodologia do ensino superior na EaD

14.

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy