MATTOS, JD DTII Tireoide Paratireoide

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 82

Fundação Educacional da Região dos Lagos

FERLAGOS
Curso: Nutrição
Disciplina: Patologia da Nutrição e Dietoterapia II

Fisiopatologia e Dietoterapia nas Doenças


das Glândulas Tireoide e Paratireoide

Prof. Dr. João Dario Martins de Mattos


Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Sistema Endócrino

“Conjunto de órgãos que apresentam como


atividade característica a produção de secreções
denominadas hormônios”
Hormônio

Substância sintetizada por glândulas endócrinas ou células especializadas


de animais e secretada ger. em pequenas quantidades na corrente
sanguínea, exercendo um efeito fisiológico específico sobre uma ou mais
partes do corpo;

Os Hormônios são essenciais para o funcionamento do corpo humano;

São capazes de manter sua ação por tempo mais prolongado;


Componentes do Sistema Endócrino

✓ Hipotálamo : ocitocina e ADH


✓ Neuro-Hipófise: armazena e secreta ocitocina
e ADH
✓ Adeno-hipófise: GH, TSH, prolactina, LH, FSH
✓ Glândula Pineal: melatonina;
✓ Tireoide: T3 e T4;
✓ Timo: timosina;
✓ Pâncreas: insulina e glucagon;
✓ Mucosa Gástrica: gastrina
✓ Placenta: gonodatropina coriônica, ...
✓ Adrenal: adrenalina,
✓ Ovários e testículos: h. sexuais
Dados sobre a Tireoide
O diabetes mellitus parece ser a doença endócrina crônica mais comum

Cerca de 5% da população norte-americana a partir dos 12 anos de idade


apresentam hipotireoidismo – mais da metade sem diagnóstico
Indivíduos com diabetes mellitus tendem a exibir maior prevalência de
distúrbios da tireoide
Exposição da tireoide à radiação em uma idade jovem representa um fator de
risco para o desenvolvimento do câncer de tireoide

Os fatores genéticos promovem as doenças autoimunes endócrinas

Doença de Graves, a tireoidite de Hashimoto e a doença de Addison

São necessárias pesquisas para esclarecer como os nutrientes interagem com a


genética, sobretudo nesses distúrbios autoimunes da tireoide
Anatomia da Tireoide

1- os colóides dos
folículos tireoideanos.

Setas - células cubóides


que formam o epitélio
dos folículos.
Anatomia da Tireoide
Tireoide

Formada por dois lóbulos laterais unidos por uma faixa de


tecido tiroidiano denominado istmo Localiza-se na região
anterior do pescoço, a nível do 2º e 3º anel traqueal.

Apresenta no adulto 15 a 20g.


Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Fisiologia da Tireoide
✓ Principal Função: Produção e armazenamento dos
hormônios T3 (10%) e T4(90%);

✓ T3 e T4- influenciam praticamente todos os órgãos,


tecidos e células do corpo, exercendo, portanto, um
enorme efeito sobre a saúde;

✓ Tireoide responde à estimulação do TSH – secretado


pela hipófise;

✓ T3 – três moléculas de Iodo;

✓ T3 - forma mais predominante e ativa de hormônio


da tireoide utilizada pelo corpo;

✓ Calcitonina – H. envolvido na regulação da


concentração de Ca no sangue;

✓ rT3 – isômero da T3 – ação da deiodinase - Corpo é


incapaz de usar o rT3
Fisiologia da Tireoide
Responsáveis pela regulação de inúmeros processos no organismo:

✓ Crescimento, desenvolvimento e maturação óssea ( >>desenvolvimento fetal);


✓ Aumento no consumo de oxigênio;
✓ Aumento da temperatura corporal;
✓ Aumento dos receptores beta-adrenérgicos no coração e na musculatura
esquelética;
✓ Aumento do motilidade do TGI;
✓ Aumento da degradação do colesterol – diminuição da colesterolemia;
✓ Ação catabólica;
✓ Aumento na lipólise, proteólise e TMB;
✓ Aumento da absorção de glicose, da glicólise, da gliconeogênese;
✓ Aumento da função renal, frequência respiratória e fluxo sanguíneo tecidual.
Fisiologia da Tireoide
Calcitonina:
Fisiologia da Tireoide
✓ Eixo HHT

✓ Mecanismos de feedbacks;

✓ T3 (10%) – muito mais potente que o T4 (90%);

✓ Conversão de T4 em T3- fígado e rins


Fisiologia da Tireoide
Síntese dos hormônios tireoidianos

Após sua produção – entram na circulação - junto à globulina de ligação da


tireoide (TBG) ou à pré-albumina de ligação da T4 - ação após encontrarem
receptor alvo
Metabolismo da Tireoide
O Hipotálamos envia o hormônio de liberação da tireoide (TRH) à hipófise;

A Hipófise libera o hormônio estimulante da Tireoide (TSH) à tireoide;

TSH – estimula a ação da tireoide peroxidase (TPO) - iodo e Tirosina para


síntese de T3 e T4

93 % - T4 7% - T3

60% do T4 é convertido em T3 no fígado (forma inativa)

T4 remanescente –
20% - convertidos em T3
convertida em T3 nos tecidos 20% seguem para T3 reversa
ativa no TGI
periféricos
Avaliação dos Distúrbios da Tireoide
A avaliação começa com um exame do estado da tireoide, com base em
exames laboratoriais, como um painel completo da tireoide.

Na ausência de um painel completo da tireoide...

... a tireotropina (TSH) no soro constitui a única e melhor prova de triagem para
disfunção primária da tireoide

Na avaliação

deve incluir uma história dietética para avaliar os micronutrientes relacionados


com a saúde da tireoide

análise da ingestão de energia e carboidratos.

pode ser necessário avaliar a ingestão dietética de alimentos bociógenos.


Avaliação dos Distúrbios da Tireoide – em
outras palavras
Avaliação da Glândula: palpação

Hábitos Dietéticos: micronutrientes,


energia, CHO e bociógenos

TSH, T3, T4;


Exames laboratoriais:
Anticorpos antitireoidianos
Critérios Laboratoriais
Valores de referência do TSH: 0,2 a 5,5 mUI/L.

Mas...*

Por outro lado: a redução da concentração de TSH em associação a


concentrações normais a elevadas de T4 ou de T3 pode sugerir
hipertireoidismo
O que a ciência diz?
Achados científicos - 2000

FI: 19,315

“Hipotireoidismo subclínico é um fator de risco independente para


aterosclerose e infarto agudo do miocárdio em mulheres idosas”

✓ Conclusion: Subclinical hypothyroidism is a strong indicator of risk for


atherosclerosis and myocardial infarction in elderly women.

Conclusão: Hipotireoidismo subclínico é um forte indicador de risco para


aterosclerose e IAM em mulheres idosas
Achados científicos
Além disso, foi observado que valores de TSH acima de 2 mUI/L está associado a:

Disfunção Mitocondrial Mialgia

Cãibras Fraqueza Muscular


Critérios Laboratoriais
Valores de referência do TSH: 0,2 a 5,5 mUI/L.

Mas...*

Por outro lado: a redução da concentração de TSH em associação a


concentrações normais a elevadas de T4 ou de T3 pode sugerir
hipertireoidismo
Critérios Laboratoriais

5-deiodinase: enzima responsável pela produção de T3 , dependente de selênio,, que


remove uma molécula de iodo da T4 para formar T3 ou rT3
Inibidores da 5- deiodinase:

✓ Deficiência de Selênio; ✓ Doença Crônica;


✓ Ptn inadequada, excesso de CHO; ✓ Estresse (cortisol);
✓ Concentração elevada de Insulina ✓ Metais pesados como Hg, Pb, Cd
✓ Preju. da função renal e hepática ✓ EROs
Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Hipotireoidismo
✓ Mais da metade – doença autoimune
– Tireoidite de Hashimoto;

✓ Hipoatividade da tireoide - Alteração


da função da tireoide é muito comum

✓ Sintomas *;

✓ avaliação do metabolismo dos


hormônios tireoidianos antes de
iniciar a terapia de reposição dos
hormônios da tireoide.

✓ Mulheres- 5 a 8 vezes mais chances


de desenvolver

✓ Hipotireoidismo e doença celíaca*


Hipotireoidismo - sintomas
Hipotireoidismo
✓ Mais da metade – doença autoimune
– Tireoidite de Hashimoto;

✓ Hipoatividade da tireoide - Alteração


da função da tireoide é muito comum

✓ Sintomas *;

✓ avaliação do metabolismo dos


hormônios tireoidianos antes de
iniciar a terapia de reposição dos
hormônios da tireoide.

✓ Mulheres- 5 a 8 vezes mais chances


de desenvolver

✓ Hipotireoidismo e doença celíaca*


O que a ciência diz?
Hipotireoidismo e doença celíaca
Significado clínico da
autoimunidade da tireoide
em crianças com Doença
celíaca

Prevalência de
tireoidite autoimune
em crianças com
doença celíaca e Efeito
da retirada de glúten

Doença Celíaca: Fisiopatologia,


Manifestações Clínicas e
Condições Autoimunes
Associadas
Hipotireoidismo e doença celíaca
✓ Diversos estudos mostram a importância do glúten na indução de
autoanticorpos endócrinos e de disfunção de sistemas orgânicos em
adolescentes celíacos ;

✓ Foi relatada ocorrência de diabetes e de anticorpos


relacionados com a tireoide em pacientes com a doença celíaca, porém
ambos desapareceram após uma dieta livre de glúten;

✓ De modo semelhante, ocorre alta prevalência de distúrbios da tireoide em


pacientes adultos com doença celíaca não tratada; a retirada do glúten por
meio de sua eliminação na dieta pode reverter essa anormalidade.

✓ Esta é outra variável dietética importante que pode modificar a atividade


dos hormônios tireoidianos.
Fisiopatologia do hipotireoidismo
A tireoidite de Hashimoto é um distúrbio autoimune em que o sistema imune
ataca e destrói a glândula tireoide

Forma mais comum de hipotireoidismo

A tireoide aumentada e cronicamente inflamada torna-se não funcional -


deterioração de partes reativas da glândula depois de vários anos.
A presença de autoanticorpos contra a tireoide indica que o sistema imune do
corpo está se autoatacando*
O vírus Epstein-Barr (EBV) foi implicado como importante fator etiopatogênico
na doença autoimune da tireoide.*

A tireoidite de Hashimoto é identificada por testes de anticorpos específicos.

anticorpos antitireoideperoxidase (anti-TPO) - alvo mais frequente de ataque


na tireoidite – importante testar para anti-TPO
Os anticorpos antitireoglobulina (anti-TGB) - segundo alvo mais comum na
doença de Hashimoto.
Fisiopatologia do hipotireoidismo
Fisiopatologia do hipotireoidismo
A tireoidite de Hashimoto é um distúrbio autoimune em que o sistema imune
ataca e destrói a glândula tireoide

Forma mais comum de hipotireoidismo

A tireoide aumentada e cronicamente inflamada torna-se não funcional -


deterioração de partes reativas da glândula depois de vários anos.
A presença de autoanticorpos contra a tireoide indica que o sistema imune do
corpo está se autoatacando*
O vírus Epstein-Barr (EBV) foi implicado como importante fator etiopatogênico
na doença autoimune da tireoide.*

A tireoidite de Hashimoto é identificada por testes de anticorpos específicos.

anticorpos antitireoideperoxidase (anti-TPO) - alvo mais frequente de ataque


na tireoidite – importante testar para anti-TPO
Os anticorpos antitireoglobulina (anti-TGB) - segundo alvo mais comum na
doença de Hashimoto.
O que a ciência diz?
Fisiopatologia do hipotireoidismo

FI: 1,521

“O Papel da infecção pelo vírus Epstein-Barr no desenvolvimento de doenças


autoimunes da tireoide”
✓ Conclusions: We assume that high prevalence of EBV infection in cases
of Hashimoto’s and Graves’ diseases imply a potential etiological role of
EBV in autoimmune thyroiditis.
Conclusão: A alta prevalência de infecção por EBV nos casos de doenças de
Hashimoto ou graves implica potencial etiológico do papel do EBV nas doenças
autoimunes da tireoide
Alta prevalência da infecção por EBV em casos de tireoidite de Hashimoto
(80,7%)
Fisiopatologia do hipotireoidismo
A tireoidite de Hashimoto é um distúrbio autoimune em que o sistema imune
ataca e destrói a glândula tireoide

Forma mais comum de hipotireoidismo

A tireoide aumentada e cronicamente inflamada torna-se não funcional -


deterioração de partes reativas da glândula depois de vários anos.
A presença de autoanticorpos contra a tireoide indica que o sistema imune do
corpo está se autoatacando*
O vírus Epstein-Barr (EBV) foi implicado como importante fator etiopatogênico
na doença autoimune da tireoide.*

A tireoidite de Hashimoto é identificada por testes de anticorpos específicos.

anticorpos antitireoideperoxidase (anti-TPO) - alvo mais frequente de ataque


na tireoidite – importante testar para anti-TPO
Os anticorpos antitireoglobulina (anti-TGB) - segundo alvo mais comum na
doença de Hashimoto.
Fisiopatologia do hipotireoidismo
Distúrbio
Disfunção da
hipotalâmico Outros
Própria Tireoide
e/ou hipofisário

Estimulação
✓ Fatores: diminuída de
TRH
✓ Susceptibilidade genética;
Secreção
✓ Deflagradores ambientais; inadequada de
TSH
✓ Autoimunidade ativa

Hipotireoidismo
Fisiopatologia do hipotireoidismo –
Síndrome de Schimidt

Refere-se ao hipotireoidismo com outros distúrbios endócrinos

Doença de Addison –
Hipoparatireoidismo Diabetes Mellitus
Insuficiência suprarrenal

Podem ser todos de natureza autoimune.


Fisiopatologia do hipotireoidismo –
Síndrome do doente eutireóideo

Consiste em hipotireoidismo associado a uma doença sistêmica grave

Redução da conversão periférica de T4 em T3, conversão aumentada de T3 na


rT3 inativa e diminuição da ligação dos hormônios tireoidianos

Desnutrição Traumatismo
IAM
ptn/energético Cirúrgico

Insuficiência Renal
Anorexia Nervosa Cirrose
Crônica

Cetoacidose
Lesão Térmica Sepse
Diabética

Uma vez tratada a causa subjacente, é comum haver resolução da condição


Gatilhos – Hipofunção da Tireoide

Estresse Suprarrenal Estresse Oxidativo Envelhecimento*

Menopausa Gestação* Fatores Ambientais*


Gatilhos - envelhecimento
✓ A manutenção da função dos hormônios tireoidianos durante todo o processo
de envelhecimento parece constituir uma importante característica do
envelhecimento saudável;

✓ A incidência de hipotireoidismo aumenta com a idade;

✓ Em torno dos 60 anos, 9% a 17% dos homens e mulheres apresentam


hipoatividade da tireoide;

✓ Observa-se ausência de autoanticorpos circulantes contra a tireoide em


centenários saudáveis;

✓ a ausência desses anticorpos pode representar redução significativa do risco


de doença cardiovascular e outros distúrbios crônicos relacionados com a
idade.
Gatilhos - Gestação
Relacionada a complicações obstétricas, como parto prematuro, hipertensão
gestacional, pré-eclâmpsia e descolamento prematuro da placenta.
Quase uma em cada 50 mulheres é diagnosticada com hipotireoidismo durante
a gestação.
De cada 100 abortos, seis estão associados à deficiência dos hormônios
tireoidianos durante a gestação;
OMS - aumentou a recomendação de iodo durante a gestação, de 200 para 250
µg/dia,
Em áreas com grave deficiência de iodo, a hipotiroxinemia materna e fetal
pode causar cretinismo*

Pode afetar o desenvolvimento cognitivo nas crianças

A fim de evitar danos fetais, deve-se administrar iodo antes ou no início da


gestação
Gatilhos – Gestação

✓ Associado a deficiência Intelectual; ✓ Surdo-mudez;

✓ Baixa estatura (nanismo); ✓ Comprometimento neurológicos;

✓ Inchaço das faces e das mãos; ✓ Espasmos


Gatilhos - Gestação
Relacionada a complicações obstétricas, como parto prematuro, hipertensão
gestacional, pré-eclâmpsia e descolamento prematuro da placenta.
Quase uma em cada 50 mulheres é diagnosticada com hipotireoidismo durante
a gestação.
De cada 100 abortos, seis estão associados à deficiência dos hormônios
tireoidianos durante a gestação;
OMS - aumentou a recomendação de iodo durante a gestação, de 200 para 250
µg/dia,
Em áreas com grave deficiência de iodo, a hipotiroxinemia materna e fetal
pode causar cretinismo*

Pode afetar o desenvolvimento cognitivo nas crianças

A fim de evitar danos fetais, deve-se administrar iodo antes ou no início da


gestação
Gatilhos – Fatores Ambientais

✓ Estresse ✓ Tabagismo ✓ Infecções

✓ Abuso de medicamentos ✓ Excesso de Iodo


Tratamento Clínico
abordagem farmacológica convencional para o tratamento consiste na
prescrição de medicamentos de reposição dos hormônios tireoidianos.
Dietoterapia
Vários nutrientes estão envolvidos na saúde da Tireoide, sobretudo Iodo e
Selênio:

Estrutura dos hormônios tireoidianos Estrutura da 5- deiodinase


Dietoterapia
Fator de Impacto: 3,808

O impacto das deficiências


comuns de micronutrientes
sobre o metabolismo do
iodo e da tireoide: as
evidências de estudos em
humanos
deficiências de micronutrientes, como ferro, selênio, vitamina A e,
possivelmente, zinco, podem interagir com o estado nutricional do iodo e a
função da tireoide
Bociógenos
Os vegetais cianogênicos exercem atividade antitireoidiana por meio da
inibição da TPO.

A Soja também tem propriedades bociógenas quando o aporte de iodo é


limitado.

Inibição da TPO
Iodo
O iodo está presente no corpo humano em quantidades de 10 a 15 mg, dos
quais 70% a 80% estão localizados na glândula tireoide.
A tireoide precisa captar uma quantidade mínima estimada de 60 µg/dia de
iodeto, de modo suprimento adequado para a produção dos hormônios
A quantidade inadequada de iodo compromete a função da tireoide e leva a
um espectro de distúrbios.
Deficiência de Iodo
Deficiência de Iodo

✓ Bócio

✓ Muito comum em indivíduos que moram longe de regiões costeiras;

✓ Naqueles que não consomem alimentos ricos em IODO;


Iodo
Por outro lado: na tireoidite de Hashimoto – não suplementar iodo – agravar
situação

Iodo estimula a produção de TPO, isso, por sua vez, aumenta acentuadamente
as concentração de anticorpos anti-TPO, indicando uma crise autoimune.

Dietas vegetarianas e não vegetarianas que excluem o sal iodado, peixes e


algas marinhas contêm uma quantidade muito pequena de iodo.

Foi constatado que a deficiência grave de iodo durante a gestação aumenta o


risco de natimortos, abortos espontâneos e anormalidades congênitas.

Deficiência de IODO - Cretinismo


Deficiência de Iodo

✓ Associado a deficiência Intelectual; ✓ Surdo-mudez;

✓ Baixa estatura (nanismo); ✓ Comprometimento neurológicos;

✓ Inchaço das faces e das mãos; ✓ Espasmos


Ferro
Acreditava-se que a função diminuída da tireoide podia causar anemia.
Estudos recentes sugerem que a hipofunção da tireoide pode ser secundária a
uma baixa concentração de ferro ou anemia.
TPO – enzima heme glicosilada – dependente do ferro

Uma avaliação completa do estado do ferro provavelmente poderia ajudar a


identificar a etiologia de muitos casos de disfunção da tireoide
Selênio
O selênio, na forma de selenocisteína, é um cofator da 5-deiodinase.

Deficiência de selênio – comprometimento da 5-deiodinase – redução da


deiodisação de T4 a T3 – redução da concentração de T3.

✓ Participa da rede antioxidante;


✓ Selênio no tratamento da tireoidite e D de
Graves;
✓ Excesso de Selênio – prejudica o metabolismo
dos hormônios Tireoidianos;
✓ Teor seguro – 500 microgramas/dia
Selênio
Cuidados Nutricionais - Hipotireoidismo
Objetivo: Controlar ou reverter o excesso de Massa corporal – Atingir MC ideal

Normo ou Hipocalórica

CHO: Normoglicídica / Fibras – 25g/dia

PTN: Hiperprotéica (1,2 a 1,5 g/kg/dia) / Balanço Nitrogenado Positivo

LPD: Normolipídica / Atenção não qualidade do LPD / reduzir colesterol


dietético

Micronutrientes: Iodo, Selênio, Ferro ( anemia)

Hidratação: +/- 2l /dia


Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Hipertireoidismo
A doença de Graves é uma doença autoimune, em que a glândula tireoide está
difusamente aumentada, produzindo quantidades excessivas de hormônios

Causa mais comum de hipertireoidismo (hiperatividade da tireoide)

Os hormônios tireoidianos em excesso podem causar desequilíbrio metabólico


grave, conhecido como tireotoxicose
A prevalência da tireotoxicose materna é de cerca de um caso por 1.500
indivíduos

✓ Intolerância ao calor,
✓ dificuldade para dormir,
✓ ansiedade
Fisiopatologia - Hipertireoidismo
1. História familiar que envolve um amplo espectro de doenças autoimunes da
tireoide, como doença de Graves, tireoidite de Hashimoto ou tireoidite pós-parto;

2. Na doença de Graves, o próprio receptor de TRH é o principal autoantígeno,


responsável pela manifestação do hipertireoidismo;

3. A glândula tireoide encontra-se sob estimulação contínua pelos autoanticorpos


circulantes dirigidos contra o receptor de TRH, e a secreção hipofisária de TSH está
suprimida, em virtude da produção aumentada de hormônios tireoidianos.

4. Esses anticorpos estimulantes da tireoide levam à liberação de hormônio tireoidiano


e tireoglobulina (Tg) e também podem estimular a captação de iodo, a síntese de
proteínas e o crescimento da glândula tireoide.

5. Os anticorpos anti-Tg e anti-TPO parecem desempenhar apenas um pequeno papel


na doença de Graves. Um teste para anticorpo anti-TSH – tipicamente designado
como imunoglobulina estimulante da tireoide – é utilizado para identificar o
hipertireoidismo ou doença de Graves.
Gatilhos
Fatores ambientais e genéticos

Os fatores genéticos contribuem com cerca de 20 a 30%

Outros fatores:

✓ Estresse ✓ Tabagismo ✓ Infecções ✓ Sexo feminino


✓ ingestão excessiva de iodeto, esteroides, toxinas
✓ Associaçao com agentes infecciosos: Yersinia enterocolitica e Borrelia burgdorferi.
Gatilhos
Genética

✓ Já foram identificados vários genes de susceptibilidade à doença autoimune;

✓ A susceptibilidade genética pode interagir com fatores ambientais;

✓ O HLADRB1 e o HLA-DQB1 parecem estar associados à susceptibilidade à


doença de Graves.

Estresse

✓ Estresse – fator que pode desencadear a autoimunidade da tireoide;

✓ A imunossupressão induzida por estresse agudo pode ser seguida de


hiperatividade do sistema imune, o que pode desencadear a doença
autoimune da tireoide;
Tratamento Clínico
Em pacientes com formas sustentadas de hipertireoidismo podem-se utilizar
medicamentos antitireoidianos
A meta com essa forma de terapia farmacológica consiste em evitar a produção
de hormônios pela tireoide
Cuidados Nutricionais - Hipertireoidismo
Objetivo: Repor as perdas nutricionais, normalizar o estado nutricional

Hipercalórica - >40 kcal/kg/dia

CHO: Normoglicídica / Fibras – 25g/dia

PTN: Hiperprotéica - 1,5 g/kg/dia / Balanço Nitrogenado Positivo

LPD: Normolipídica / Atenção não qualidade do LPD

Micronutrientes em quantidades suficientes – atenção ao Ca e ao complexo B

Ingestão Hídrica aumentada – devido às perdas

Evitar: álcool, café e tabaco


Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT
A tireoide tem uma relação com as funções hipotalâmica, hipofisária, imune,
suprarrenal e cardiovascular, que afetam os resultados clínicos, celulares e
moleculares.
Fatores que provem a saúde da
tireoide em adultos:
✓ PTN: 1g/kg/dia;
✓ Iodo: 150 µg/dia
✓ Selênio: 75 a 200 µg/dia;
✓ Zn: 10mg/dia;
✓ Vit. D: 1000 UI/dia;
✓ Vit. E: 100 UI/dia;
✓ Vit C: 100 a 500 mg/dia;
✓ Reduzir ou eliminar:
✓ Glúten;
✓ Soja;
✓ Bociógenos não cozidos;
✓ Estresse
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT
Fatores que provem a saúde da
Com isso é possível:
tireoide em adultos:

✓ PTN: 1Kcal/kg/dia;
Fornecer precursores necessários para
✓ Iodo: 150 µg/dia
formação de T4
✓ Selênio: 75 a 200 µg/dia;
✓ Zn: 10mg/dia;
Reduzir os anticorpos antireoidianos
✓ Vit. D: 1000 UI/dia;
✓ Vit. E: 100 UI/dia;
✓ Vit C: 100 a 500 mg/dia; Melhorar a conversão de T4 em T3

✓ Reduzir ou eliminar: Aumentar a influência do T3 sobre a


✓ Glúten; bioenergética mitocontrial
✓ Soja; Manter as vitaminas em quantidades
✓ Bociógenos não cozidos; suficientes
✓ Estresse
Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Recapitulando...
Recapitulando...
Roteiro da Aula
Introdução
Fisiologia da Tireoide
Hipotireoidismo
Hipertireoidismo
Controle dos desequilíbrios do Eixo HHT

Recapitulando
Paratireoide
Paratireoide

Encontram-se em número de quatro, medem até


seis milímetros em seu maior eixo e pesam cerca
de 0,4 gramas, localizadas atrás da tireoide, uma
em cada um dos polos da glândula.

Função : produção do paratormônio – aumento do cálcio sanguíneo

✓ Aumento da liberação de cálcio dos ossos (ação osteoclástica)

✓ Aumento da absorção intestinal de Ca

✓ Redução da excreção renal de Ca - aumento da excreção de fosfato pelos rins


Paratireoide

• Fígado – Aumenta a absorção de Ca

• Rins – Diminuem a eliminação do Ca


Hipoparatireoidismo
Função deficiente dos hormônios da paratireoide – hipocalcemia (6-7 mg/dL) e
hiperfosfatemia
Hipocalcemia – risco - < 6mg/Dl - Tetania
Tratamento: administração de gluconato de cálcio – em momentos seguidos,
adm por via oral 2 a3 g /dia
Preocupações Dietoterápicas: Dieta rica em Ca (1500 mg), Vit. D e pobre em
fósforo
Hiperparatireoidismo
Distúrbio no metabolismo do Ca e P – causada pela hiperfunção da
paratireoide – secreção exagerada de paratormônio
Primário: Adenomas na paratireoide

Secundário: IRC – acarretando em osteodistrofia renal*

Hipercalcemia (12-15 mg/dL) – Hipofosfatemia, doenças ósseas

Principais sintomas:

✓ Osso frágeis - risco de fraturas; ✓ Dor constante na barriga;

✓ Fraqueza muscular; ✓ Cansaço excessivo;

✓ Desenvolvimento de pedras nos rins; ✓ Desenvolvimento de insuficiência


renal ou pancreatite;
✓ Aumento da vontade para urinar;
Hiperparatireoidismo secundário
Hiperparatireoidismo
Distúrbio no metabolismo do Ca e P – cauda pela hiperfunção da paratireoide –
secreção exagerada de paratormônio
Primário: Adenomas na paratireoide

Secundário: IRC – acarretando em osteodistrofia renal*

Hipercalcemia (12-15 mg/dL) – Hipofosfatemia, doenças ósseas

Principais sintomas:

✓ Osso frágeis - risco de fraturas; ✓ Dor constante na barriga;

✓ Fraqueza muscular; ✓ Cansaço excessivo;

✓ Desenvolvimento de pedras nos rins; ✓ Desenvolvimento de insuficiência


renal ou pancreatite;
✓ Aumento da vontade para urinar;
Hiperparatireoidismo- tratamento
Cirurgia - retirada do tecido paratireoidiano anormal
Farmacológico: excreção do Ca – Diuréticos Tiazídicos – objetivo: normalizar o
Ca
Reposição endovenosa e oral de P

Preocupações Dietoterápicas: Manutenção da ingestão de Ca e ViT D

Hidratação aumentada: >3 L/dia


Obrigado!
joaodariomattos@gmail.com
@dariojoao

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy