A Biblia Do Tarot Guia para Lancar e Int
A Biblia Do Tarot Guia para Lancar e Int
A Biblia Do Tarot Guia para Lancar e Int
do Tarot
Sarah Bartlett
Primeira Parte
Noções básicas de Tarot 11
O que é o Tarot? 12
A história do Tarot 16
A utilidade do Tarot 22
A eficácia do Tarot 24
Uma linguagem simbólica 26
O Tarot como espelho 28
O baralho e a sua estrutura 30
Diversos baralhos de Tarot 34
Segunda parte
Manual de utilização do Tarot 40
Como usar o manual de Tarot 42
Primeiros passos 45
Os Arcanos Maiores 81
Os Arcanos Menores 129
Lançamentos quotidianos 255
Lançamentos sobre relacionamentos 277
Lançamentos reveladores 301
Lançamentos sobre o destino 329
Desenvolver capacidades e conhecimentos 349
Glossário 384
Índice remissivo 390
Agradecimentos 400
Introdução
Ao longo dos séculos, o Tarot tem sido utilizado para
adivinhar o futuro e desvendar verdades ocultas.
Embora não tenha decorrido muito tempo desde
a altura em que ganhou má reputação, foi
desprezado pela Igreja e considerado diabólico
ou maldito, passando a estar associado às artes mais
negras do oculto. Nos últimos trinta anos, o Tarot voltou
a crescer em termos de popularidade e tornou-se uma das
principais ferramentas de autodescoberta e de conhecimento pessoal. Talvez a explicação
deste fenómeno seja simples — o Tarot utiliza uma linguagem que é acessível a todos.
As 78 cartas do baralho de Tarot possuem a extraordinária faculdade de o conseguir
espelhar, dando-lhe também acesso imediato ao seu «eu» mais profundo, quer lhe chame
intuição, alma, guia interior, mensageiro divino ou anjo da guarda. O Tarot «fala»,
servindo-se de uma linguagem que é universal, pois interceta os reinos arquetípicos que
habitam o seu inconsciente, ou seja, as caraterísticas universais que fazem parte dos
padrões mais básicos de sentimentos, ideias e pensamentos
humanos.
Este guia completo de Tarot destina-se tanto
a principiantes como a praticantes mais avançados
e encontra-se dividido em duas partes, o que permite
um fácil acesso tanto a interpretações como a aspetos
práticos.
O mundo do Tarot
A primeira parte, que se debruça sobre noções básicas,
convida-o a entrar no mundo do Tarot, permitindo-lhe
conhecer o seu passado e as suas raízes. Distinguirá
Introdução
Utilizar o Tarot
A parte central deste livro contém um manual de utilização dividido em oito
capítulos, os quais abordam tópicos diversos. «Primeiros passos» inclui instruções para
a utilização do Tarot e informações sobre a forma de escolher um baralho, rituais
e técnicas para baralhar cartas. Explica como as questões devem ser formuladas, e, o que
Há muitos baralhos de
Tarot com designs variados.
A escolha é imensa.
Introdução
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é mais importante, faculta exercícios e linhas
de orientação para interpretação e desenvolvimento
da intuição. Há ainda informação sobre cartas
invertidas e também uma discussão sobre o poder
da «projeção» psicológica aquando da leitura
do lançamento.
O capítulo seguinte contém interpretações completas,
palavras e expressões-chave para cada carta dos Arcanos
Maiores, ao passo que o capítulo imediato fornece cuidadosas
interpretações pormenorizadas daquelas cartas do Tarot que são frequentemente
ignoradas ou objeto de resenhas mínimas em muitos livros.
Os quatro capítulos subsequentes apresentam uma grande variedade de lançamentos
que pode experimentar sozinho, incluindo lançamentos quotidianos, relativos
a relacionamentos, reveladores e acerca do destino. Partindo dos exercícios mais
básicos — lançamentos de duas e três cartas, leitura das cartas favoritas e lançamentos
para autodescoberta — poderá avançar para leituras mais aprofundadas, tendo acesso
a lançamentos sobre relacionamentos que poderá fazer individualmente ou com um
parceiro e a lançamentos reveladores para o desenvolvimento pessoal. Por fim, surgem
lançamentos mais complicados e tradicionais, tais como a Cruz Céltica e os lançamentos
astrológicos, ciganos, do Zodíaco e de previsão do ano que se avizinha.
O capítulo final ensina-o a desenvolver as suas capacidades
e a aprofundar os seus conhecimentos, incluindo métodos
práticos de combinação do Tarot com a Numerologia,
os cristais e a Cabala, além de técnicas para aprofundar
as capacidades interpretativas.
Introdução
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Primeira Parte
Noções
básicas
de Tarot
O que é o Tarot?
O Tarot é um baralho de 78 cartas místicas, 22 das quais constituem os Arcanos Maiores
e representam indivíduos que personificam uma caraterística ou um arquétipo específico.
As 56 cartas dos Arcanos Menores representam acontecimentos, pessoas, comportamentos,
ideias e atividades que fazem parte da nossa vida. O Tarot é, desde há séculos, uma das vias
místicas ocidentais mais importantes para a leitura da sina, a adivinhação
e o autodesenvolvimento. Mantendo ligações com a Alquimia, a Psicologia, a Astrologia,
a Numerologia, a Cabala, o Misticismo cristão, a filosofia oriental e muitas outras tradições
esotéricas, o Tarot é acessível a todos e constitui um espelho da alma humana.
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A autoconsciência
melhora os
relacionamentos.
a energia do momento
e a pessoa que faz a leitura, mas
também podemos projetar nele
a nossa bondade e maldade.
A utilização do Tarot é uma
forma de nos tornarmos
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recetivos à sabedoria interior
e ao conhecimento secreto.
Devido à sensação, por parte
da Igreja, de que tudo o que era
esotérico cheirava a oculto,
o Tarot passou a ser associado
às artes mais negras e é por isso
que é frequente as pessoas terem
medo do seu poder.
Infelizmente, esse imaginário
coletivo ainda permanece
gravado na nossa psique
individual e coletiva. O Tarot
não se posiciona
intrinsecamente contra qualquer
convicção ou credo.
É simplesmente uma ferramenta
que desvenda o que é, no
sentido mais fiel do termo.
O Tarot é como um espelho, refletindo uma imagem sua no
Um espelho para o «eu» momento em que o observa.
Quaisquer que sejam as origens
do Tarot (ver p. 16 ), este inspirou escritores, poetas e artistas ao longo dos séculos.
Trata-se de uma via simbólica que pode percorrer em qualquer momento da sua vida
para descortinar, «através do espelho», a realidade acerca de si próprio. Não passa de uma
série de degraus ou de percursos secretos na direção da autodescoberta.
As cartas de Tarot são meros espelhos das emoções, dos sentimentos, da alma e do ser.
São reflexos num lago onde as imagens permanecem iguais, mas vibram com ondulações
provocadas por energias naturais, como a do vento. O Tarot acompanha o seu
movimento, para que trabalhe com a vida e não contra ela. Devolve-nos a nossa
imagem, espelhada no momento em que decidimos contemplar o nosso reflexo. 15
A história do Tarot
As 78 cartas do baralho de Tarot são compostas pelos Arcanos Maiores e pelos Arcanos
Menores, que se podem traduzir basicamente por «grandes segredos» e «pequenos
segredos», respetivamente. Ninguém sabe ao certo onde teve origem o Tarot. Tal como
acontece a muitos mistérios, historiadores, escritores e praticantes de ocultismo
inventaram diversas raízes históricas, que coloriram com as suas perspetivas pessoais.
Sabe-se, porém, que na Índia e no Extremo Oriente existiram em tempos remotos
baralhos de cartas místicas numeradas, os quais foram provavelmente trazidos para
a Europa pelos Cavaleiros da Ordem dos Templários durante e após as cruzadas para
a Terra Santa. Surgiram também sugestões no sentido de os ciganos nómadas provenientes
do Extremo Oriente terem trazido o Tarot para a Europa durante a Idade Média.
A maior parte das fontes sustenta que os primeiros baralhos de Tarot surgidos na Europa
apareceram no início do século XIV. Estes primeiros baralhos parecem ter nascido de uma
combinação entre antigas cartas de jogar italianas constituídas por quatro naipes e o conjunto
de 22 Arcanos Maiores, cuja origem permanece envolta em mito e em mistério.
O linguista francês oitocentista Antoine Court de
Gebelin, que foi também clérigo, ocultista e mação
livre, estava convicto da importância mística do
Tarot, afirmando que os 22 Arcanos Maiores
correspondiam a um antigo livro egípcio, ou a um
conjunto de tábuas de sabedoria mística que talvez
fossem restos do Livro de Tot (o deus egípcio dos
mistérios e da magia). Gebelin acreditava que estas
misteriosas tábuas haviam sido trazidas para
a Europa por magi nómadas (sacerdotes que seguiam
Noções básicas de Tarot
tinha o número zero, e cada um dos quatro naipes dos Arcanos Menores possuia duas
vezes sete cartas (dez cartas de pintas ou numeradas e quatro cartas de figuras). O volume
VIII do seu livro O mundo primitivo, analisado e comparado com o mundo moderno,
publicado em 1781, incluía um capítulo sobre o Tarot e fazia-se acompanhar de
A história do Tarot
78 desenhos que se tornaram a base de muitos baralhos tradicionais posteriores.
As imagens do Tarot estão também ligadas à «arte da memória», um sistema
de memorização inventado pelos gregos que consiste em imprimir imagens na mente
de forma a criar associações simbólicas. Os sistemas de memorização do Renascimento
foram subsequentemente associados a talismãs mágicos e a práticas ocultistas, e a magos
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Tot era o deus egípcio da magia e das
palavras.
Desenvolvimentos no Renascimento
Independentemente da sua utilização como via mística, o Tarot chegou a ser usado na
Noções básicas de Tarot
Idade Média como jogo. Este, denominado tarocchi ou tarocchino, foi posteriormente
conhecido como Trumps e ainda hoje é jogado na Europa.
As primeiras cartas foram pintadas à mão. As cartas tarocchi dos Visconti-Sforza,
pintadas nos meados da década de 40 do século XV para o Duque de Milão, foram um
dos primeiros baralhos. Outros baralhos muito antigos, constituídos por 40 cartas
numeradas e 22 Arcanos Maiores, pertencem a François Fibba, um príncipe italiano
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exilado, e o Tarot de Mantegna, criado entre 1470 e 1485. Estas belas cartas são muito
diferentes do baralho que usamos atualmente e podemos encontrar exemplares em
exibição no Museu Britânico.
O Tarot de Mantegna está dividido em cinco naipes de dez cartas cada e é numerado
de 1 a 50. As suas imagens exprimem uma ordem universal que parte das mais altas
esferas planetárias, desce até ao reinado das artes e das musas e detém-se finalmente nas
imagens tradicionais semelhantes às dos posteriores baralhos de Tarot comuns. Outro
baralho famoso é o de Marselha, que surgiu no final do século XV e, para além dos
Arcanos Maiores, manteve o uso de quatro naipes de 14 cartas, permanecendo até aos
dias de hoje como um dos baralhos mais populares e ilustres. As suas imagens são
deslumbrantes e transmitem confiança.
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