Curso Transtornos Globais
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do desenvolvimento
SUMÁRIO
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podemos citar: alucinações ( ver, ouvir coisas que não existem, fora de contexto
cultural), delírios (pensamento absurdo, levando-se em conta as características do
pensamento segundo a idade), distúrbios do pensamento e afetividade inapropriada.
Outras manifestações frequentes: idiossincrasias (maneira própria de ver, sentir e
reagir) de linguagem, tais como neologismos, ecolalia e dificuldades de comunicação
verbal, considerando-se o adequado para a idade. Esses sintomas causam alterações
significativas em todas as áreas de funcionamento, e as crianças afetadas podem
apresentar um atraso do desenvolvimento.
Em relação à esquizofrenia, admite-se que a vulnerabilidade genética
desempenha um papel importante no desenvolvimento desse quadro. O diagnóstico
de esquizofrenia na infância exige um exame cuidadoso para que se faça o
diagnóstico diferencial com autismo e outros transtornos degenerativos do sistema
nervoso central.
O autismo pode ser diferenciado da esquizofrenia pela idade início, que tende
a ser mais precoce no autismo, assim como pela falta de alucinações e delírios.
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questão pode nos auxiliar a responder nossas duas questões básicas de pesquisa
(como ocorrem os processos de inclusão destes alunos na escola regular e por que
alguns destes alunos representam um problema para os professores)?
Observa-se que, no campo específico da Psiquiatria, os critérios classificatórios
e diagnósticos que lhe são pertinentes foram sendo alterados ao longo do tempo,
imprimindo-se às classificações valores conceituais distintos, que marcam os
antecedentes da formação da categoria dos transtornos globais do desenvolvimento.
Isto porque, no histórico deste campo de saber, é possível identificar a existência de
formas diferenciadas de identificar, analisar, descrever e nomear os fenômenos
mentais, na justa tentativa de se diagnosticar os limiares existentes entre a patologia
mental e a normalidade, bem como para, finalmente, determinar os destinos possíveis
de tratamento para os casos identificados como patológicos.
Em última análise, no campo da Psiquiatria, as diferenciações aqui referidas
nos permitem caracterizar este campo em três momentos particularmente distintos e,
em certo sentido, antagônicos, em razão das formas de investigação psicopatológica
correspondentes a cada um deles. Para fins de localização, coloca-se de um lado o
que, juntamente com Paul Bercherie (1989), podemos chamar de Psiquiatria Clássica
e Psiquiatria Moderna, cujas cronologias, sucessivas, são passíveis de serem
localizadas, respectivamente, entre o início do século XIX e o início do século XX.
Estes dois períodos serão descritos em separado, a fim de se identificar suas
particularidades em relação às formas de investigação psicopatológica que lhes foram
próprias. Em conjunto, eles delimitam uma forma de se proceder às investigações
psicopatológicas que podem ser denominadas clássicas e cujos conceitos e premissas
encontram-se estabelecidos nos grandes tratados e manuais de Psiquiatria. De outro
lado, verifica-se um terceiro período, iniciado na segunda metade do século XX, que
apresenta critérios investigativos bastante distintos dos períodos que o precedem,
pois, entre outras razões, conta com a instituição dos códigos classificatórios de cunho
estatístico em substituição aos grandes manuais e tratados. Este último período, que,
juntamente com Francisco Barreto (2010), denominamos Psiquiatria das
Classificações Internacionais, é apresentado ainda por Júlio Flávio Figueiredo
Fernandes (2009) como um segundo momento do desenvolvimento da Psiquiatria,
tendo em vista a diferença marcante existente na organização metodológica das
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o qual é seguido pelos autores brasileiros Priscila Augusta Lima (2010) e por José
Ferreira Belisário Filho e Rosane Lowenthal (2010). Nestes trabalhos, vemos que,
assim como na Psiquiatria, a categoria dos transtornos globais do desenvolvimento
encontra-se referida ao autismo e que os métodos de aprendizagem recomendados
direcionam a criança para programas de ensino cuja base é a utilização de
metodologias estruturadas, tais como o Método Teacch – Treatment and Education of
Autistic and Comunication Handcapped Children e as tecnologias assistidas, tais como
a Comunicação Aumentativa e Alternativa. Também a partir de Rivière (2004), os
demais autores consubstanciam seus posicionamentos teóricos a partir das teorias
biológicas de Lev Semenovitch Vygotsky (1896-1934) a respeito da formação dos
processos de pensamento e do conceito de zona de desenvolvimento proximal. Estes
conceitos de Vygotsky oferecem a noção da emergência da função superior do
pensamento a partir de um substrato construído na confluência da maturação cerebral
orgânica e dos estímulos oferecidos pelo meio (OLIVEIRA, 1992). Também lançam
mão de explicações em torno da falha orgânica, de origem neurológica, presente nos
autistas e supostamente determinante da impossibilidade de elaboração de uma
Teoria da Mente56 por parte destes indivíduos e dos demais alunos que apresentam
transtornos globais do desenvolvimento (RIVIÈRE, 2004; MARQUES; MELO, 2005;
LIMA, 2010; BELISÁRIO FILHO; LOWENTHAL, 2010), assim como defendem a
aplicação de teorias de análise comportamental (RIVIÈRE, 2004; BRAGA-KENYON;
KENYON; MIGUEL, 2006) e de rotinas estruturadas na educação de autistas (NUNES,
2010) e, por extensão, de outros transtornos globais do desenvolvimento.
Neste sentido, a produção técnica encontrada nos documentos legais
pertinentes à Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2010) a respeito do atendimento educacional especializado,
alinha-se às pesquisas que tomam o caminho da investigação empírica, na medida
em que direciona a prática pedagógica para a utilização de técnicas de Comunicação
Aumentativa e Alternativa para alunos com transtornos globais do desenvolvimento,
independentemente da especificidade patológica que lhe acomete.
Cabe destacar que o que se coloca como pano de fundo à indicação destes
métodos de intervenção para alunos com transtornos globais do desenvolvimento diz
respeito ao direcionamento de um modelo de atendimento. No caso, o atendimento
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entidades clínicas que a compõem (APA, 2002; OMS, 2003). Quando o conceito de
transtornos globais do desenvolvimento é trazido para o corpo dos documentos
regentes da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação
Inclusiva (BRASIL, 2010) com todas as diversas nomenclaturas utilizadas para
designar os fenômenos comuns ao Autismo, esta questão parece se potencializar.
Para designar os fenômenos que se tornam alvo de queixas dos educadores, nos
documentos legais observa-se a utilização da designação da categoria psiquiátrica em
questão. Porém, nestes documentos, observam-se variações na nomenclatura
utilizada para identificar as entidades clínicas que compõem esta categoria
psiquiátrica.
Sendo assim, no documento que inaugura a atual política de inclusão brasileira,
por exemplo, encontramos os alunos com transtornos globais do desenvolvimento
especificados como aqueles que apresentam “[…] autismo, síndromes do espectro do
autismo e psicose infantil” (BRASIL, 2008, p. 08). Já no documento que institui
diretrizes para a operacionalização do atendimento educacional especializado na
Educação Básica, sob a modalidade Educação
Especial (BRASIL, 2009), consideram-se os alunos com transtornos globais do
desenvolvimento como aqueles diagnosticados com “[…] autismo clássico, síndrome
de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e
transtornos invasivos sem outra especificação […]” (BRASIL, 2009, p. 1).
Ocorre que estes documentos não apresentam as bases referenciais das quais
estes termos são retirados, restando ao conhecimento do educador, leigo nas
questões psicopatológicas infantis, o exercício de uma dedução que pode ser
realizada apenas por aproximação, caso ele não aprofunde suas pesquisas.
Entretanto, ele, caso se decida por proceder de forma contrária a uma arriscada e
simples dedução, poderá verificar que são os códigos classificatórios (APA, 2002;
OMS, 2003) as bases conceituais utilizadas pelos consultores da Câmara de
Educação Especial do Conselho Nacional de Educação – CEB/CNE para descrever a
atual categoria inserida nos textos educacionais voltados para inclusão escolar
(BRASIL, 2008, 2009, 2010). Por outro lado, a confrontação destas designações com
os seus referenciais - os códigos classificatórios da psiquiatria traduzem
especificações que também não encontram consonância direta ou imediata em
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nenhum deles e cuja correspondência somente pode ser realizada a partir da consulta
à literatura especializada sobre a categoria. Nela, verificam-se variações de
terminologias provenientes de entendimentos diversos ou mesmo de variações de
tradução de uma língua a outra (KAPLAN, 1992; ASSUMPÇÃO JR.; CURATÁLO,
2004; RIVIÈRE, 2004; KLIN, 2006; LIMA, 2006; STUBB, 2008; SADOCK; SADOCK,
2011; DUMAS, 2011).
Contudo, deve-se lembrar que, se são os códigos classificatórios (APA, 2002;
OMS, 2003) que constituem as bases referenciais conceituais utilizadas pelos
consultores da CEB/CNE (BRASIL, 2008; 2009; 2010) para a construção de diretrizes
e resoluções da área, estes não são os primeiros materiais de consulta técnica
utilizados pelos educadores. Sendo assim, no campo da Educação, a proliferação de
nomeações produzida pelo campo da Psiquiatria das Classificações Internacionais, ao
invés de promover esclarecimentos ao educador, seguramente também gera uma
pluralização de nomes que são aplicados de forma aleatória a alguns alunos que
recebem diagnóstico psicopatológico, assim como nos indicará um dos casos a serem
apresentados nesta dissertação. Como desdobramento desta questão, uma primeira
consequência desta pluralização sobre a prática da inclusão de alunos, cujos
impasses com a aprendizagem e com o ambiente escolar não encontram ressonância
nem nas deficiências físicas nem nas altas habilidades, diz de uma sucessão de
dúvidas conceituais dos educadores, colocadas reiteradamente em questões tais
como: “Conduta típica é o mesmo que transtorno global do desenvolvimento?”,
“Esquizofrenia é transtorno global do desenvolvimento?”, “O que é, afinal, transtorno
global do desenvolvimento?”.
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• Autismo;
• Síndrome de Rett;
• Transtorno ou Síndrome de Asperger;
• Transtorno Desintegrativo da Infância;
• Transtorno Global do Desenvolvimento sem outra especificação.
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Autismo:
De acordo com o DSM.IV, podemos descrever algumas características que
podem ser manifestadas pelas pessoas com autismo.
O autismo se caracteriza pela
presença de um desenvolvimento
acentuadamente prejudicado na
interação social e comunicação, além de
um repertório marcantemente restrito de
atividades e interesses. As
manifestações desse transtorno variam
imensamente a depender do nível de desenvolvimento e idade. Os prejuízos na
interação social são amplos, podendo haver também prejuízos nos comportamentos
não verbais (contato visual direto, expressão facial, gestos corporais) que regulam a
interação social. As crianças com autismo podem ignorar outras crianças e não
compreender as necessidades delas. Os prejuízos na comunicação também são
marcantes e podem afetar habilidades verbais e não verbais. Pode haver atraso ou
falta total de desenvolvimento da linguagem falada. Naqueles que chegam a falar,
pode existir prejuízo na capacidade de iniciar ou manter uma conversação, uso
estereotipado e repetitivo da linguagem ou uma linguagem idiossincrática (uso
peculiar de palavras ou frases não possibilitando entender o significado do que está
sendo dito). Quando a fala se desenvolve, o timbre, a entonação, a velocidade, o ritmo
ou a ênfase podem ser anormais (ex.: o tom de voz pode ser monótono ou elevar-se
de modo interrogativo ao final de frases afirmativas). As estruturas gramaticais são
frequentemente imaturas e incluem o uso estereotipado e repetitivo (ex.: repetição de
palavras ou frases, independentemente do significado, repetição de comerciais ou
jingles). Pode-se observar uma perturbação na capacidade de compreensão da
linguagem, como entender perguntas, orientações ou piadas simples. As brincadeiras
imaginativas em geral são ausentes ou apresentam prejuízos acentuados. Existe, com
frequência, interesse por rotinas ou rituais não funcionais ou uma insistência irracional
em seguir rotinas. Os movimentos corporais estereotipados envolvem mãos (bater
palmas, estalar os dedos), ou todo o corpo (balançar-se,inclinar-se abruptamente ou
oscilar o corpo), além de anormalidades de postura (ex.: caminhar na ponta dos pés,
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Síndrome de rett:
A Síndrome de Rett foi identificada em 1966 por Andréas Rett, tendo ficado
mais conhecida após o trabalho de Hagberg. Do ponto de vista clínico, a
Síndrome de Rett pode ser organizada em quatro etapas, de acordo com
Mercadante (2007), conforme segue:
Estagnação precoce:
•Dos 6 aos 18 meses, caracterizando-se pela estagnação do desenvolvimento,
desaceleração do crescimento do perímetro cefálico e tendência ao isolamento social.
Rapidamente destrutiva:
•Entre o primeiro e o terceiro ano de vida, com regressão psicomotora, choro
imotivado, irritabilidade, perda da fala adquirida, comportamento autista e movimentos
estereotipados das mãos. Podem ocorrer irregularidades respiratórias e epilepsia.
Pseudoestacionária:
• Entre os dois e dez anos de idade, podendo haver certa melhora de alguns
dos sintomas como, por exemplo, o contato social. Presença de ataxia, apraxia,
espasticidade, escoliose e bruxismo. Episódios de perda de fôlego, aerofagia,
expulsão forçada de ar e saliva.
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Espectro Autista
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(BEE, 2010), porém, ao decorrer dos anos essa característica tende a persistir em
crianças que apresentam tal transtorno, por volta dos cinco anos a criança tende a
não reconhecer as diferentes emoções como raiva e alegria, apresentam um olhar
perdido, sem foco em algo ou alguém.
Segundo Santos (2000, p. 59), o “brincar é a forma mais perfeita para perceber
a criança e estimular o que ela precisa aprender a se desenvolver”, pois, além dela
aprimorar o seu psíquico, físico-cognitivo sente prazer naquilo que lhe é proposto. Ou
seja, para criança, a partir desta concepção, a escola torna-se um ambiente
emancipatório.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento também causam variações na
atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de
humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos.
As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua
atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo.
Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos
outros - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de
gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.
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para andar sem segurar na mão de alguém, opinar acerca da sua compreensão a
respeito dos assuntos discutidos, entre outras.
Estabelecer rotinas em grupos e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio
social são atitudes de extrema importância para garantir o desenvolvimento na sala
de aula. Boa parte da aula, as crianças precisam de ajuda para desenvolver sua
aprendizagem.
(OLIVEIRA, 2002, p.136,) diz: A construção de significações, a gênese do
pensamento e a constituição de si mesmo como sujeito se fazem graças às interações
constituídas com outros parceiros em práticas sociais concretas de um ambiente que
reúne circunstâncias, artefatos, práticas sociais e significações. Ao interiorizar formas
de interação social já vivenciadas, o indivíduo se apropria de estratégias para
memorizar, narrar, solucionar problemas, etc., criadas pelos grupos humanos com os
quais ele partilha experiências. Com isso, formas concretas de organização das
atividades humanas em um meio sociocultural específico geram normas, regras e
valores sempre potencialmente conflituosos e confrontantes, podendo ser
confirmados, desaparecer ou diversificar-se.
Promova o relacionamento pleno entre os alunos com TGD e seus colegas sem
deficiência. Essa será a melhor maneira de propiciar a todos uma convivência
produtiva e natural. O professor é peça fundamental nesse processo; • seja bastante
flexível com relação às suas estratégias didáticas. O aluno com TGD pode te ensinar
novas formas de lidar com assuntos e conteúdos cristalizados;
• invista em aprimorar sua comunicação com o aluno com TGD. Eles possuem
dificuldades na comunicação e precisam que você encontre formas de estabelecer
uma comunicação plena com ele;
Quando ingressas na escola, não interagem com os outros indivíduos,
preferindo o isolamento, são alheias a estímulos externos, indiferente as pessoas,
apresentam rituais sem sentido, em muitos casos como esses são comportamentos
típicos do autismo, porém, muito destes comportamentos são característicos da
Síndrome de Asperger, considerada um tipo de autismo de grau leve.
Apesar do foco no dado trabalho ser a criança, é importante saber que na fase
da adolescência, uma fase considerada complexa, para todos os indivíduos, o
adolescente com TGD, podem apresentar avanços em alguns comportamentos ou
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regredirem ainda mais nos comportamentos citado acima, tais situações dependem
do como este indivíduo será tratado – acompanhamento psicológico, escolas
competentes que possuem um planejamento em torno de tal necessidade especial.
A partir da explicitação supracitada, destaca-se a importância das brincadeiras
lúdicas na escola e o que ela pode proporcionar aos sujeitos envolvidos. Para Wajskop
(2005): A criança desenvolve-se pela experiência social, nas interações que
estabelece, desde cedo, com a experiência sócio histórica dos adultos e do mundo
por eles criado. Dessa forma, a brincadeira é uma atividade humana na qual as
crianças são introduzidas constituindo-se em um modo de assimilar e recriar a
experiência sociocultural dos adultos. (WAJSKOP, 2005, p.25).
Apresentar as atividades do currículo visualmente é outra ação que ajuda no
processo de aprendizagem desses alunos. Faça ajustes nas atividades sempre que
necessário e conte com a ajuda do profissional responsável pelo Atendimento
Educacional Especializado (AEE). Também cabe ao professor identificar as potências
dos alunos. Invista em ações positivas, estimule a autonomia e faça o possível para
conquistar a confiança da criança. As criança e adolescentes com TGD costumam
procurar pessoas que sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola
é fundamental para o desenvolvimento.
TEORIA DA MENTE
O termo Teoria da Mente surgiu no final
da década de 70, em decorrência de
pesquisas na área da cognição animal. A
partir dessa época, a psicologia cognitiva
ocupou-se do desenvolvimento de modelos
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sociais e na comunicação. Tais prejuízos ocorrem pelo fato de que o déficit na Teoria
da Mente dificulta a compreensão do que as pessoas pensam, sentem e do modo
como se comportam. Não conseguindo atribuir estes significados, a criança com
autismo não interage com o meio social da mesma forma que as demais crianças.
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entrar, o quanto antes, num terreno mais previsível para aquela criança. Isso deve ser
feito, obviamente, sem retirar a naturalidade do ambiente escolar, mas tendo em
mente que a mesma inflexibilidade que torna tão difíceis as primeiras experiências
nesse ambiente poderá também promover o apego a situações que posteriormente
poderão se tornar indesejáveis.
Em outras palavras, é importante, na tentativa de acolhimento àquela criança,
não proporcionar a ela vivências que não farão parte da sua rotina no futuro. A
inflexibilidade e o apego a rotinas poderão levar a criança a estabelecer rotinas
inadequadas no interior da escola, que causarão dificuldades posteriores para os
profissionais e para a própria criança quando forem reformuladas. Exemplos disso
são o acolhimento individual com acesso a brinquedos que não é dado às demais
crianças, horários reduzidos para adaptação progressiva, permanência separada da
turma em espaços como sala da coordenação ou direção da escola, alimentação em
horário diferente do restante da turma, etc.
O cotidiano escolar possui rituais que se repetem diariamente. A organização
da entrada dos alunos, do deslocamento nos diversos espaços, das rotinas em sala
de aula, do recreio, da organização da turma para a oferta da merenda, das aulas em
espaços diferenciados na escola, da saída ao final das aulas e outros são exemplos
de rituais que se repetem e que favorecem a apropriação da experiência escolar para
a criança com TGD.
Esses rituais escolares proporcionam a todas as crianças o desenvolvimento
de aspectos cognitivos úteis à vivência social, envolvendo antecipação, adiamento da
atuação imediata, entre outros. A diferença é que a necessidade de exercício explícito
de ensino e aprendizagem empreendidos junto à criança com TGD, em tais situações,
torna visível tal processo.
O grande valor desses rituais já inerentes à escola para a criança com TGD é
o fato de que acontecem para todos os alunos e não são artificiais ou preparados
exclusivamente para a criança com TGD, já que constituem regras de organização de
um meio social real e, portanto, diverso. O aprendizado advindo das situações reais é
de utilidade real para a criança, ou seja, passível de ser utilizado em outros contextos,
diferentemente daquele advindo de situações artificiais.
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Quanto mais cedo a criança com TGD puder antecipar o que acontece
diariamente na escola, mais familiar e possível de ser reconhecida se tornará para ela
a vivência escolar, tornando as primeiras manifestações da criança progressivamente
menos frequentes. Tendo em vista que a capacidade de antecipar é uma função que
se apresenta prejudicada para aqueles que apresentam TGD, consiste em facilitador
da familiarização com o ambiente escolar essa antecipação, com a ajuda de outra
pessoa.
Por antecipação realizada por outra pessoa, estamos nos referindo à
necessidade de que a criança seja comunicada antes, de forma simples e objetiva, a
respeito do que vai ocorrer no momento seguinte. Isso pode parecer não funcionar por
um tempo, pois a criança poderá aparentar não ter prestado atenção ou não entender,
quando não altera suas atitudes diante dessa antecipação. O importante é tornar a
antecipação uma rotina e não desistir da expectativa de adesão da criança. Como
efeito da antecipação, a cada dia mais o contato diário da criança com o ambiente
escolar e com seus rituais, que se repetem, vão tornando o cotidiano mais previsível
e seu comportamento poderá ir se transformando.
Com o passar do tempo, a escola poderá ir dispensando tal antecipação nas
situações que se repetem diariamente, podendo verificar que um precioso progresso
foi conquistado no cotidiano daquela criança.
As intervenções dos colegas consistem em importante estratégia
transformadora de padrões de comportamento da criança com TGD. O envolvimento
da criança com TGD pelos colegas proporciona, não raras vezes, intervenções que
partem deles espontaneamente, na tentativa de que aquela criança participe como
eles da rotina. A intervenção dos colegas acontece quando eles reconhecem a
expectativa da escola de que a criança com TGD conseguirá comportar-se melhor. O
efeito dessa intervenção dos pares na adesão da criança com TGD a esses rituais é
mais frequentemente eficaz do que aquela que provém dos adultos. Se, por um lado,
esses rituais são inerentes à rotina escolar, também o são as situações inusitadas, as
novidades e surpresas. Como veremos no decorrer do texto, a escola tem se mostrado
essencial por ambos os aspectos, demonstrando que a exposição ao meio social é
condição de desenvolvimento para qualquer ser humano.
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A FAMÍLIA
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condição inicial em que o contexto social e o que lhe é inerente consistem em algo
que não pode ser antecipado e que não possui significado para ela.
Para qualquer criança, constituem fonte do desenvolvimento, por exemplo, os
estímulos sensoriais e afetivos provenientes da relação com o meio ambiente e a
sucessão de vivências cognitivo-emocionais nas relações afetivas e sociais,
associadas aos ajustes com o ambiente. A vivência e aprendizado cotidianos
estruturam uma rede neurobiológica, fazendo com que, ao longo do desenvolvimento,
as aquisições cognitivo-emocionais tenham um correspondente neurobiológico.
(...) As vivências significativas proporcionadas pelo ambiente, seja nas relações
interpessoais, nas atividades escolares ou nos aprendizados de diversas ordens,
produzem repercussões na circuitação cerebral que poderá, como consequência,
modelar-se ou remodelar-se dentro de certos limites, respeitando a plasticidade do
sistema nervoso (CYPEL, 2006, p. 381).
Atualmente se entende que o cérebro não só é capaz de produzir novos
neurônios, mas também de responder à estimulação do meio ambiente, como um
aprendizado que tem a ver com modificações ligadas à experiência, ou seja,
modificações que são a expressão da plasticidade. Essa relação
experiência/estimulação constitui o principal pilar sobre o qual a reabilitação se insere,
e dessa forma procura proporcionar excelentes exemplos de plasticidade cerebral,
desde que as janelas de oportunidades sejam bem aproveitadas (ROTTA, 2006, p.
466).
As relações afetivas e sociais, desde os primeiros vínculos de cuidado na
família até as interações em ambientes socialmente mais amplos como a escola, estão
implicadas no desenvolvimento das funções mentais. Nesse sentido, também está
sendo considerada a implicação das restrições, do adiamento de impulsos e até das
frustrações inerentes a essas relações e vivências, necessárias para tal
desenvolvimento.
Para os alunos com TGD, a exposição mediada entre essas vivências tem se
mostrado eficaz no desenvolvimento de funções mentais, amenizando prejuízos e
possibilitando a emergência de maior possibilidade de vivências próprias da infância.
Em função dos prejuízos decorrentes do TGD, para as crianças que
apresentam tal transtorno, os desafios que representam solicitações complexas ao
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de ação; (3) as consequências imediatas ou futuras de cada uma das ações (BUTMAN
& ALLEGRI, 2001, p. 276).
A Cognição Social, a Função Executiva e a Teoria da Mente estão mutuamente
relacionadas. A conduta social pressupõe antecipação, flexibilidade, destinação de
significado e objetivos - próprios da Função Executiva. Da mesma forma, é preciso
inferir processos mentais, pensamentos, intenções e emoções nas outras pessoas,
para sustentar uma conduta social eficaz, que tem relação direta com o que vimos em
relação à Teoria da Mente.
Uma vez definido o conceito de Cognição Social, é de fundamental importância
para o desenvolvimento do trabalho escolar com as crianças e adolescentes com TGD
a compreensão de que a escola está diretamente implicada no desenvolvimento dessa
função mental de todos os seus alunos.
A educação, por décadas, pautou suas práticas em uma concepção de
inteligência, resultante de uma compreensão incompleta do desenvolvimento humano.
Por mais que, entre os subsídios teóricos utilizados para se compreender e se
empreender os processos de ensino e aprendizagem, houvesse aqueles que
apontavam outros caminhos, tais processos revelaram uma segmentação entre os
aspectos emocionais, sociais e intelectuais do desenvolvimento.
Por consequência, os aspectos socializadores do ambiente escolar foram
relegados ao campo recreativo e espontâneo, nem sempre sendo mediados pela
escola ou tratados como objetivos de aprendizagem. Além disso, não foram
reconhecidos neles o desenvolvimento de funções cognitivas, que lhes são inerentes
e que são fundamentais para alicerçar todos os processos de ensino e aprendizagem
empreendidos pela escola. Prova disto é que, atualmente, ouvimos de forma
recorrente dos profissionais da escola, em relação aos alunos com deficiência,
questões como: "Este aluno está na escola só para se socializar?". Ou constatações
como: "na socialização este aluno está bem, mas no cognitivo não desenvolveu
nada!".
No desenvolvimento da maioria das crianças e adolescentes, a aquisição das
competências relativas à Cognição Social ocorre sem dificuldades aparentes e nem
sempre se torna objeto da reflexão, mediação e intenção pedagógicas. Para as
crianças e adolescentes com TGD, os prejuízos na aquisição destas competências
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entendendo que se trata de um processo necessário para que esta criança possa lidar
posteriormente com os demais aspectos pedagógicos.
Por mediação da escola na apropriação do conhecimento social, estamos nos
referindo, por um lado, ao entendimento de seus professores quanto ao papel
pedagógico e ao caráter escolar desta apropriação, assumindo tal processo como um
objetivo da escola. Por outro lado, nos referimos à criação de oportunidades em que
o grupo de alunos, do qual a criança com TGD faz parte, interaja com ela e assuma
responsabilidades, dentro e fora da sala de aula, na adesão desta criança à rotina
escolar, estando a escola atenta para dar as orientações necessárias. Nas escolas
observadas, percebemos uma disponibilidade grande dos colegas em cumprir este
papel. No caso da criança com TGD, a mediação de pares nesse processo é de
fundamental importância por ser mais eficaz do que a intervenção dos adultos.
Nas escolas observadas, o grupo de alunos se mostrou extremamente
disponível, sendo preciso, em uma delas, a organização de escalas para revezamento.
É importante que a mediação organizada se dê durante as aulas e que, durante o
recreio, o grupo se organize sozinho nesta mediação, permitindo o estabelecimento
de vínculos espontâneos e característicos da idade.
A COMUNICAÇÃO
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antecipação e de imprimir sentido àquilo que não se repete, portanto de atribuir sentido
e produzir algo com sentido novo. Em outras palavras, é preciso compreender que as
dificuldades de comunicação e linguagem se devem, neste caso, ao fato de que o
campo da comunicação humana e do discurso é por essência mutante e
permanentemente produtor de novos sentidos e de sentidos metafóricos. Somado a
isso, este campo exige a apreensão de sentidos e intenções inferidos a partir de
atitudes e expressões faciais e corporais nos outros indivíduos, além da atenção
compartilhada, competências difíceis para pessoas com TGD, em decorrência dos
prejuízos na Teoria da Mente.
Neste texto, abordaremos estratégias voltadas para alunos com TGD, que
apresentam ausência de comunicação verbal, por entendermos que são aqueles que
mais desafiam a escola na organização do trabalho pedagógico.
No âmbito da educação escolar, o trabalho envolvendo estratégias voltadas
para a comunicação e linguagem junto às crianças com TGD não tem por objetivo o
implemento de metodologias estruturadas já existentes para este fim, pois tais
metodologias são do campo terapêutico, para pessoas com autismo ou outros
transtornos que afetam estas funções. Uma vez que estivermos trabalhando com
algum aluno que receba atendimento desta natureza, a interlocução com estes
terapeutas poderá ser interessante se estiver pautada na troca de impressões, relatos
e avaliação do desenvolvimento do aluno, sem que se perca de vista as
especificidades de cada campo de atuação neste desenvolvimento.
Na educação escolar, as estratégias de comunicação encontram-se
entrelaçadas com objetivos de proporcionar a antecipação da rotina escolar, a
ampliação progressiva da flexibilidade da criança mediante as mudanças na rotina ou
no ambiente, além, obviamente, de ampliar a possibilidade de acesso deste aluno à
linguagem receptiva e expressiva. Assim, podemos presumir que essas estratégias
deverão estar estruturadas em prol de situações reais a serem experimentadas pela
criança, no cotidiano escolar, provocando o desenvolvimento cognitivo a partir da
destinação de sentido real ao seu uso.
Uma estratégia que poderá ajudar é a utilização de recursos de apoio visual
confeccionados pela escola, já que devem ser criados, com base no seu cotidiano,
junto ao aluno, para serem associados, ao se dirigir a ele, a fim de comunicar-lhe sobre
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o que é esperado dele, o que acontecerá em seguida na rotina escolar e para oferecer-
lhe o atendimento às suas necessidades ou a oportunidade de fazer escolhas. Tais
recursos podem ser fotos de locais ou do aluno em diferentes momentos e espaços
do cotidiano da turma, de objetos que indiquem necessidades básicas. Além de fotos,
os objetos em si poderão facilitar a comunicação com o aluno.
Na comunicação com o aluno, em qualquer situação (antecipar o que
acontecerá a seguir, oferecer escolhas ou atendimento às necessidades, orientar
quanto a procedimentos e conduta esperados, entre outros), com uso de material de
apoio visual, deve estar sempre presente a verbalização objetiva. É preciso, ao
comunicar-se com o aluno com TGD, acreditar no entendimento dele do que está
sendo dito e nas suas reais condições de orientar-se a partir daí. Nunca se deve deixar
de se dirigir oralmente a esse aluno pelo fato de ele não falar ou reagir às nossas
intervenções.
Nas observações feitas nas escolas, verificamos que recursos deste tipo
funcionam melhor quando são utilizados também pelos pares. Por isso, é importante
ajudar a turma a perceber os procedimentos que estão sendo utilizados e tornar o
material confeccionado acessível a eles para uso. O material, então, deve ser
confeccionado levando-se em consideração a necessidade de ser de fácil
manipulação e resistente ao uso cotidiano.
Apesar de recursos visuais, apresentação de objetos e comunicação objetiva,
simples e direta, serem facilitadores para a criança com TGD, é preciso assegurar que
o uso deles não artificialize as relações com o aluno no interior da escola. É
fundamental que o cotidiano do aluno não se torne inflexível e rígido e que os pares
possam criar estratégias próprias de intervenção com o colega, para que ele tenha
oportunidade de ampliar sua flexibilidade mental e desenvolver novas competências.
A alternância entre situações previstas e organizadas e aquelas próprias do meio
social, mais flexíveis e imprevistas, tem se mostrado eficaz no aparecimento de novas
habilidades cognitivas de convivência e comunicação na conduta do aluno com TGD.
A utilização de recursos visuais de apoio poderá não ser eficaz desde o início,
se a criança não tem o hábito anterior de utilizá-las. Entretanto, se a escola conseguir
que algumas situações sejam mediadas por recursos desse gênero, a oportunidade
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Por diversas vezes neste texto, comunicamos que estaríamos nos pautando em
alunos com TGD, que apresentam maiores prejuízos nas áreas de comunicação,
compartilhamento social e flexibilidade mental, por entendermos que são estes que
causam maior impacto e dificuldades na percepção de possibilidades pedagógicas no
cotidiano escolar. No item sobre a comunicação, abordamos a perspectiva da escola
com alunos que não apresentam comunicação verbal ou não verbal.
Entretanto, cabe agora reafirmar que as competências apresentadas pelas
crianças com TGD, nas áreas de prejuízo já conhecidas, são muito variadas. Isto está
implicado diretamente na construção do trabalho em sala de aula, e consideramos
importante tratar tais variações um pouco mais amplamente nesse item.
Se nos mantivermos inflexíveis mediante as diferenças de nossos alunos e
esperarmos que simplesmente se adaptem às nossas estratégias em sala de aula,
contribuiremos pouco para o desenvolvimento de novas competências em cada um
deles. Se isto é uma realidade da prática pedagógica, com qualquer aluno, para
efetivar a inclusão escolar daqueles que apresentam TGD, tal perspectiva torna-se
ainda mais evidente e a transformação das práticas escolares passa a ser
imprescindível. De nada adianta esperarmos que alunos com TGD, e com ausência
de comunicação verbal e não verbal, possam nos mostrar, de imediato, sua hipótese
em relação à lógica do código escrito. Da mesma forma, em nada poderá nos ajudar,
e ao aluno com TGD, esperarmos reações comuns a outros alunos ao ingressarem na
escola, se ele apresentar grande rigidez mental e nenhuma experiência anterior com
o ambiente escolar.
Entre os alunos que chegam às escolas com o diagnóstico de Espectro Autista
encontram-se, não poucas vezes, crianças que respondem muito rapidamente às
intervenções em sala de aula, aderindo rapidamente às tarefas escolares e mostrando,
com o decorrer do tempo, um desempenho bastante significativo nas atividades e
avaliações realizadas na escola. Neste caso, costumam estar as crianças com
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O REGISTRO ESCOLAR
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precisa ocorrer tanto pelo professor da educação básica quanto do AEE. Entretanto,
é preciso que se compreenda que o desenvolvimento dessas competências ocorre no
âmbito do ambiente escolar com a turma em que o aluno se encontra incluído. As
necessidades decorrentes do TGD no cotidiano escolar demandam estratégias
absolutamente articuladas com a experiência diária para que promovam aprendizado
e possam ser generalizadas pelo aluno para outros ambientes sociais e de
intervenção.
O professor do AEE poderá contribuir orientando os profissionais da escola na
elaboração das estratégias no cotidiano escolar, na elaboração de recursos e na
organização da rotina, de acordo com as peculiaridades de cada aluno e de cada
escola. Os alunos com TGD deverão frequentar o AEE quando forem identificadas
necessidades educacionais específicas que demandem a oferta desse atendimento,
beneficiando-se das atividades e dos recursos pedagógicos e de acessibilidade,
disponibilizados nas salas de recursos multifuncionais.
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Finalizando...
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