Robert Reid Kalley

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Origens da igreja evangélica no Brasil: o movimento

congregacionalista e o protagonismo de Robert Reid Kalley na


capital do Império

Origins of the Evangelical Church in Brazil: the Congregationalist movement and


the role of Robert Reid Kalley in the capital of the Empire

José Roberto Bonome*


Fernando Lemes**
Resumo
O artigo trata da implantação da primeira igreja evangélica de idioma português no Brasil,
a partir da atuação do médico escocês Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton
Kalley, protagonistas do movimento congregacionalista em meados do século XIX, na
cidade do Rio de Janeiro. Conciliando pregação bíblica com ação social nas áreas da saúde
e educação, a Igreja Evangélica Congregacional mudaria o percentual da hegemonia
católica em território nacional. Se inicialmente o congregacionalismo, através de seus
pioneiros, foi contestador da situação social, no transcorrer da sua história não manteve o
mesmo discurso. É de se observar, porém, que durante o estabelecimento da primeira
igreja evangélica no Brasil, esteve ao lado de líderes políticos e do poder econômico a fim
de garantir, sobretudo, a liberdade de culto. Se o evangelho não deixou de ser pregado
dentro de parâmetros racionais, isto indica que o público alvo do discurso
congregacionalista era a elite econômica e culta, provavelmente como estratégia para
influenciar os formadores de opinião na capital do Império.
Palavras Chave: Igreja Evangélica. Congregacionalismo. História da Religião.

Abstract
The aim this article is to study the implementation of the first Evangelical Church of the
Portuguese language in Brazil, from the work of the Scottish physician Robert Reid Kalley
and your wife Sarah Poulton Reid Kalley, protagonists of the congregational movement of
the 19th century on the city of the Rio de Janeiro. Reconciling biblical preaching with social
action in health and education, the Congregational Evangelical Church would change the
percentage of Catholic hegemony in the national territory. If initially the Congregational
Church, through yours pioneers, was disruptive of the social situation, during your story
has not kept the same speech. However, during the installation of the first Evangelical
Church in Brazil, it was alongside political leaders and economic power in order to ensure,
in particular, the freedom of worship. If the Gospel may be preached within rational limits,
this indicates that the target audience of the Congregationalist speech was, above all, the
economic élite and cultured, probably as a strategy to influence the opinion leaders in the
capital of Empire.
Keywords: Evangelical Church. Congregational Church. Religion History.

* Doutor em Estudos Comparados das Américas (UnB). Professor do Centro Universitário de Anápolis
(UniEVANGÉLICA) e da Faculdade de Direito Raízes. E-mail: bonomee@bol.com.br
** Doutor em História pela Université de la Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Professor do Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (TECCER) da


Universidade Estadual de Goiás (UEG). Coordenador do Núcleo de Pesquisa Científica da Faculdade
de Direito Raízes. E-mail: fernando.lemes@ueg.br

PLURA, Revista de Estudos de Religião, ISSN 2179-0019, vol. 9, nº 2, 2018, p. 85-99.


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Introdução

No cenário brasileiro, os diversos segmentos religiosos ligados ao


protestantismo, especialmente o protestantismo na vertente evangélica, estão de
algum modo ligados ao movimento promovido pelos missionários estadunidenses
a partir do final do século XIX. Nesse particular, cabe ressaltar a distinção que se
faz das igrejas protestantes clássicas, tais como as Luteranas, as Metodistas, a
Anglicana, dentre outras, que vieram para o Brasil com a intenção de trabalhar
com os imigrantes europeus de língua alemã ou inglesa. Diferente delas, o
movimento congregacionalista tornou-se a primeira igreja evangélica a ser
implantada no país – instalando-se aqui como Igreja Evangélica Congregacional –
com semelhanças e diferenças dos congregacionais europeus e estadunidenses
(Braga; Grubb, 1932). Nascido com a Reforma Protestante, o congregacionalismo
foi organizado por Robert Browne, a partir de 1582, durante o reinado de Izabel I
na Inglaterra. O congregacional é também conhecido por “separatista” ou
‘brownista”, muito embora não possa ser identificado no Brasil com esses grupos.
Depois de sofrer modificações no transcorrer da história, algumas teses
características da Igreja permaneceram. A autonomia da igreja local é das mais
fortes e talvez a única que guarda características mais específicas enquanto um
ramo das igrejas reformadas herdeiras do movimento reformista suíço
(Schlesinger; Porto, 1983; Mendonça; Velasques Filho, 1990).

A importância histórica do movimento congregacionalista brasileiro está no


pioneirismo do protestantismo de matriz evangélica em território nacional. Foi a
primeira denominação a fazer uso, no interior da filosofia protestante, da
evangelização – educação religiosa, hinos e cânticos, cultos e cerimônias – em
língua portuguesa, visando, especificamente, a "conversão" de grupos locais de
origem nacional. Décadas mais tarde, os resultados alcançados por aquele
movimento de evangelização foram notáveis.

Ainda que até a década de 1930 os pentecostais não estivessem indicados


nas pesquisas realizadas por Erasmo Braga e Kenneth Grubb (1932), Antônio
Flávio Pierucci (2004), a partir de dados produzidos pelo IBGE, mapeou, durante
um período de sessenta anos (1940-2000), o crescimento dos grupos de devotos
no Brasil, resultado, segundo o autor, da fragmentação do cenário religioso. Seus
dados indicam um crescimento vertiginoso do número de evangélicos, que
aumentou consideravelmente ao longo do período (Tabela 1). Dados mais recentes

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publicados pelo IBGE (2010) indicam a ampliação do número de grupos


evangélicos que chega a atingir a marca de 22,2% da população, o que representa
cerca de quarenta milhões de pessoas adeptas desse segmento religioso.

Tabela 1. Religião no Brasil de 1940-2000

Religião 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000

Católicos 95,2 93,7 93,1 91,1 89,2 83,3 73,8

Evangélicos 2,6 3,4 4,0 5,8 6,6 9,0 15,4

Outras 1,9 2,4 2,4 2,3 2,5 2,9 3,5


religiões

Sem religião 0,2 0,5 0,5 0,8 1,6 4,8 7,3

Total 100% 100% 100% 100% 100% 100% 100%

Fonte: (PIERUCCI, 2004)

1. Assistência missionária e a alta mortalidade na capital do Império

Durante o período imperial, o Brasil enfrentava diversas dificuldades,


sobretudo na área da saúde (a ausência de saneamento básico e a incidência de
epidemias eram problemas frequentes e estruturais). Visando enfrentar tal
situação o governo imperial buscou estimular a vinda de profissionais do exterior,
sobretudo de especialistas na área de saúde, que ajudassem a tratar os doentes,
principalmente, na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império. Neste aspecto, as
necessidades brasileiras vieram ao encontro do anseio missionário do médico
escocês Robert Reid Kalley que, conjugando atividades profissionais e interesses
religiosos, deu início ao funcionamento da igreja evangélica no Brasil.

De fato, em meados do século XIX, a população do Império convivia


cotidianamente com a morte, que atingia índices extremamente elevados. Antes do
ano 1900 a mortalidade brasileira situou-se sempre acima das 40 ou 45 mortes
anuais para cada mil habitantes. Hoje estes níveis giram em torno de dez
falecimentos por mil habitantes (Marcílio, 1983).

Na cidade do Rio de Janeiro, o mais importante reduto urbano do Império,


encontramos uma população cuja taxa de mortalidade superava sempre os índices
de natalidade. Nas palavras de Marcílio, "sistematicamente, ao longo de toda a

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década de 1830, o número de mortes superou a quantidade de nascimentos”


(Marcílio, 1983, p. 381. Tradução dos autores). Dados coligidos pela mesma autora
apontam para 1850, no Rio, um quadro absolutamente aterrorizante: 11.192
mortes para apenas 5.817 nascimentos.

Apesar disso, a cidade não parava de crescer e sua população aumentava a


cada ano graças à entrada massiva de escravos provenientes da África e de outras
províncias do país, ao incremento contínuo da imigração europeia e dos habitantes
de outras partes do Brasil (Marcílio, 1983). Esse crescimento constante,
entrecortado pelo aumento populacional ininterrupto, apenas contribuía para
agravar ainda mais a situação da cidade, cujas condições sanitárias eram
deploráveis e as medidas tomadas pelo governo imperial sempre insuficientes.

Diante dessas condições, marcada pela morte, pela morbidade cotidiana, a


cidade do Rio de Janeiro inspirava o horror. A mortalidade infantil nos dá a medida
da situação: em 1859, a proporção de recém-nascidos mortos antes do primeiro
aniversário era de 359 por 1.000; a taxa dos que faleciam antes dos cinco anos
atingia 604 por 1.000. Em 1871, a mortalidade de crianças menores de cinco anos
atingiu a 578 por 1.000; em 1875 a 645, e em 1877 a 604. "Um verdadeiro
genocídio de crianças!", exclama Marcílio (1983, p. 315. Tradução dos autores).

Em 1850, pouco antes da chegada do médico e missionário Reid Kalley, um


verdadeiro flagelo se abateu sobre a corte do Império. Uma epidemia de febre
amarela comprometeu o funcionamento e a organização da cidade. Naquele ano, a
forte incidência da febre atingiu provavelmente a totalidade das famílias do Rio de
Janeiro. Seus estragos e consequências podem ser imaginados: de uma população
total de 266.466 habitantes, mais de 1/3, ou seja, cerca de 94 mil pessoas, foram
prostradas nos leitos de suas casas e hospitais da cidade. As mais de quatro mil
mortes, ao longo dos oito meses em que persistiu a epidemia, foram responsáveis
por quase 40% da mortalidade total computada para o ano de 1850 (Lemes, 2014).

Some-se a esta situação estrutural o drama provocado pela epidemia que


devastava a cidade. Frente às limitações da arte médica, que desconhecia as
causas, e do resultado praticamente nulo dos tratamentos disponíveis, ante a
extensão assustadora do flagelo, quantas preces e penitências não foram elevadas
aos céus? Testemunha dos acontecimentos, Roberto Avé-Lallemant, médico da
enfermaria dos estrangeiros da Santa Casa de Misericórdia, lembra a avidez da
epidemia. Em suas palavras, "[...] a morte entrava para a câmara dos deputados,

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introduzindo-se nas veneráveis fileiras do Senado e, ousada, tomou acento até no


meio do Conselho de sua Majestade Imperial" (Avé-Lallemant, 1851, p. 9). Com
efeito, prossegue o médico, "[...] era na maior força da epidemia que as procissões
noturnas iam pelas ruas implorando a misericórdia de Deus!" (Avé-Lallemant,
1851, p. 152). Assim, movidos pelo medo e pela visível degradação das condições
do ambiente cotidiano, aflitos, os homens buscavam por todos os meios um
remédio. Se não humano, divino.

Foi este o cenário encontrado por Robert Reid Kalley ao desembarcar no Rio
de Janeiro. Diferente dos luteranos, os congregacionais não objetivaram oferecer,
em primeiro lugar, assistência aos imigrantes europeus, embora o fizesse, mas
cuidar dos enfermos brasileiros. Reid Kalley trazia consigo uma visão missionária
e usou seus conhecimentos na área da medicina como meio para se aproximar da
população local. E, naquele momento, encontrou apoio político especialmente
entre os grupos ligados à maçonaria (Bonome, 1993).

2. O protestantismo evangélico no Brasil e a trajetória do missionário Reid


Kalley

O grupo de origem de Reid Kalley, seus problemas com o presbiterianismo


e os ideais motivadores para a formação no Brasil de uma igreja independente, são
aspectos profundamente associados ao congregacionalismo, cujas diversidades no
interior de um dos ramos do protestantismo evangélico, faz dele, talvez, o mais
difícil de ser estudado, já que implica na identificação de uma vasta gama de
grupos distintos. Dentre os diversos grupos de igrejas “autônomas”, a Igreja
estabelecida por Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley, em 1855,
no Rio de Janeiro, teve papel de destaque na história da constituição das igrejas
evangélicas no Brasil. (Cardoso, 2001; 2005)

Antes, porém, Michel Testa registra o ministério antecedente de Reid Kalley


na Ilha da Madeira. Ali os congregacionais foram perseguidos pelos adeptos do
catolicismo romano. Forçados ao exílio foram recebidos pelos congregacionais de
Illinois e de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 1855. Tal fato se deu pela
campanha efetivada por Reid Kalley entre os congregacionais de Illinois pouco
tempo antes, em 1853. (Testa, 1963)

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Pouco depois, o casal Kalley chegava ao Brasil, proveniente da Escócia. O


vapor Great Western, da Royal Mail Lines, que zarpara do porto de Southampton
em nove de abril de 1855, aporta em Pernambuco a três de maio, chegando à
cidade do Rio de Janeiro no dia dez de maio daquele mesmo ano. Durante a viagem,
o encontro do casal com deputados e senadores brasileiros que estavam a bordo
do navio contribuiria para entrada do evangelho protestante na corte do Rio de
Janeiro, bem como nas lutas de bastidores com a religião católica. Aquela
oportunidade desencadeou a aproximação do casal com indivíduos ligados à elite
política local fortemente influenciada pelos ideais iluministas que reverberavam
nos espaços públicos da capital do Império. Neste aspecto, se almejavam de algum
modo a liberdade religiosa, tal fato não ocorria devido à simpatia que nutriam pelo
protestantismo, mas, simplesmente, por que aspiravam e defendiam publicamente
ideias associadas à liberdade de expressão.

João Gomes da Rocha, filho adotivo dos Kalley, relata a história do início da
Igreja Congregacional no Brasil descrevendo em suas lembranças as condições
precárias à época da implantação desta igreja no Rio de Janeiro.

De acordo com Rocha, o quadro de insalubridade generalizada da cidade, a


quase inexistência de médicos e o anseio das elites locais pelo estilo de vida anglo-
saxão, foram fatores que atuaram a favor da permanência do casal Kalley no país
(Rocha, 2013). Em que pese não ter obtido o mesmo sucesso junto à população
iletrada da cidade, este ambiente influenciado por aspirações que indicavam o
desejo de modernização do Império aos moldes europeus tornou-se o espaço por
excelência para a propagação do discurso racional do médico evangelista escocês.

Na verdade, a tese, embora já questionada, de que os países protestantes


eram mais desenvolvidos que os países católicos, estava presente no imaginário
dos grupos que compunham a elite brasileira durante o Império (Hahn, 1989). O
estilo de vida anglo-saxão era fomentado pelas viagens realizadas por brasileiros à
Europa ou Estados Unidos. Nestes países protestantes observavam o avanço do
mundo capitalista associado às condições e às novidades produzidas pela
modernidade, bem como os benefícios trazidos pelas ideias que propagavam o
triunfo do mundo pós-Revolução Francesa.

Do ponto de vista econômico, se em 1850 a indústria do algodão na Nova


Inglaterra sofria uma alarmante expansão, no Brasil o capital inglês investia na
construção de estradas de ferro e exportava produtos até dispensáveis para o brasileiro.

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Conforme José Roberto Bonone (1993), em algumas lojas do Rio de Janeiro podiam-se
encontrar até mesmo equipamentos utilizados para a prática da patinação no gelo.

O Brasil, oficialmente católico, abrigava uma elite que se sentia atraída pelo
progresso inglês e norte americano. Por outro lado, o positivismo de Auguste
Compte, cujos pressupostos firmavam-se na Razão, resvalando num discurso que
pregava a “religião da humanidade”, se insinuava como crença religiosa de parte
importante dessa elite imperial. Diante deste quadro, o discurso de Reid Kalley,
aproximava-se desse humanismo “comtiano” de pressupostos racionais.

Talvez um dos grandes “ganchos” aproveitado pelo médico evangelista para


alavancar sua missão em terras brasileiras estivesse exatamente calcado no
imaginário dessa elite desejosa de conquistar a liberdade de acumular riquezas e
consumir produtos industrializados, provenientes especialmente dos países
protestantes. Por isso necessitava da justificação através de um discurso de
caráter religioso, algo impraticável no discurso católico, centrado na exaltação da
pobreza como objetivo de vida espiritual. Por essa via, os interesses dessa elite
convergiam no sentido de reforçar a presença de Reid Kalley enquanto
conveniência ideológica. Neste sentido, não tiveram, regra geral, qualquer
comprometimento com o evangelho pregado pelo médico missionário (Reily, 1984).

3. Os “Apóstolos do Brasil” e a perseguição ao protestantismo emergente

Ao mesmo tempo, a Igreja Católica preocupava-se em não perder o


monopólio religioso do sagrado. Pressionava líderes do protestantismo emergente
e atacava com ameaças verbais a grupos pertencentes à elite carioca que
esboçavam qualquer tipo de apoio ao trabalho de Reid Kalley. A respeito dessas
pressões, Emile-Guilahume Léonard (2002) afirma que Kalley ameaçou ir à
Escócia e denunciar para a opinião pública internacional a ausência de liberdade
religiosa no Brasil. A esse respeito, Macedo Soares afirmava, em 1879, “que a
liberdade religiosa, reconhecida, garantida e restringida pela nossa lei”, não
acontecia de fato. Em que pese a permissão legal para realização de cultos
domésticos pertencentes a outras religiões ou denominações, a tese do magistrado
é que na prática a autorização constitucional significava não liberdade religiosa
(Soares, 1879, p.43). João Gomes da Rocha também dizia que a legislação à época
desautorizava reuniões que promoviam o ajuntamento de mais que dez pessoas e
que Reid Kalley não recebia apoio de Souza Franco, então presidente da Província,

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sendo que a polícia não intervinha contra os que apedrejavam a casa nos dias de
reuniões de oração (Rocha, 2013). Contudo, o editor do jornal “O Fluminense”
oferecia proteção ao casal Kalley, indicando que membros da elite intelectual
combatiam a prática da perseguição religiosa durante o período imperial, o que
parece reforçar a tese da convergência de interesses por parte de grupos locais
quanto à permanência de religiões não católicas na cidade, objetivando o
enfraquecimento do monopólio religioso por parte da Igreja Católica.

Certamente, o ministério do casal Kalley estimulava o enfrentamento contra


as tradições de uma sociedade cujas instituições estavam fundamentadas na
escravidão. Não poucas vezes, sua prática missionária se posicionava contra
preconceitos e discriminação comuns à sociedade escravocrata, incitando reações
adversas. Exemplo disso, era a formação de salas de aula, “composta de homens
de cor, com os quais conversava a respeito das Escrituras” (Rocha, 2013, p. 33).
Por sua vez, Sarah Kalley – reconhecida hinista no meio evangélico culto, tendo
produzido o suficiente para que o protestantismo brasileiro fosse influenciado por
seus hinos, contribuindo para a unidade dos evangélicos até as primeiras décadas
do século vinte – deu início à primeira escola dominical permanente no país e foi
tão forte sua influência que, quando a igreja fundada pelos Kalley celebrou seus
setenta e cinco anos de organização, as comemorações foram associadas ao
aniversário de fundação da escola dominical (Hahn, 1989).

Foi ali, como informa Rocha, que “entoou-se pela primeira vez no Brasil
hinos evangélicos no idioma português” (Rocha, 2013, p. 196). Neste aspecto, o
conflito a respeito do uso ou não da antiga versão escocesa dos Salmos, ou das
versões mais recentes, acontecido entre os presbiterianos americanos, dividindo-
os, não se transferiu para o Brasil. O Salmos e Hinos, hinário resultante das
traduções feitas pelo casal Kalley, dominou as igrejas brasileiras das diversas
confissões evangélicas por mais de um século de atividades missionárias (Hahn,
1989). A importância do hinário se dá pelo fato de que nas primeiras décadas não
havia pastores formados em faculdades de teologia ou seminários no Brasil,
quando se cantava vinte ou trinta estrofes de um hino – o que substituía
parcialmente a necessidade da pregação. De acordo com Fernandes Braga,

Como é natural, e assim se verificou tanto no Catolicismo quanto


no Evangelismo em nossa Pátria, a maior parte das peças sacras
de início entoadas nos serviços religiosos foram aquelas
pertencentes ao repertório internacional. Traduziram-nas para o
português o Dr. Roberto Reid Kalley e D. Sara Poulton Kalley,

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plantando, assim, os marcos iniciais da hinologia evangélica no


Brasil, no que foram seguidos por Henrique Maxwell Wright e
muitos outros (1961, p. 27).

Por tais atitudes e pelo pioneirismo, os Kalley são reconhecidos entre os


congregacionais como “Apóstolos do Brasil” (César, 1983).

Com a ampliação da pressão por parte da Igreja Católica contra os cultos


protestantes – pressionando, inclusive, lojistas para que não vendessem
exemplares da Bíblia nos seus estabelecimentos – apertava-se o cerco aos
apóstolos do Brasil, levando os Kalley a afirmarem que seus cultos eram
domésticos e que, contingencialmente, os constantes ajuntamentos e mesmo a
comemoração da morte e ressurreição de Jesus, através da repetida encenação da
última ceia, não continham a aparência de sacramento, nem a sugestão de
“presença especial do Senhor”.

Assim, em função dos conflitos e perseguições, os ritos religiosos deveriam


ser realizados com muita discrição. Mesmo porque, se havia autorização legal para
os não católicos expressarem suas crenças religiosas, os templos não podiam ter
a aparência arquitetônica de templo, os mortos não podiam ser sepultados nos
mesmos cemitérios, os casamentos não eram reconhecidos. Neste ambiente,
católicos eram incitados a perseguir protestantes. Tal era a influência institucional
e cultural do catolicismo que buscava impedir, através de diferentes estratégias, a
manifestação e a expansão de outras expressões religiosas no país (Tarsier, 1936).

Nesta atmosfera marcada pela violência religiosa, Robert Reid Kalley vivia
continuamente em conflito consigo mesmo. Às dificuldades impostas pelo caráter
comum das agitações religiosas no cotidiano da cidade, somava-se um conflito de
outra natureza, derivado de sua própria ordenação não institucional: Kalley havia
sido ordenado por pastores de outras denominações. Ordenação feita às escondidas.

Outro fator que parece ter embaraçado o missionário Reid Kalley na


divulgação do evangelho foi o seu curso de medicina, de caráter, evidentemente,
científico e racional. Além disso, visitava com frequência os políticos da corte
(Rocha, 2013). Tanto a sua linguagem, por ser técnica, quanto as visitas a políticos
e empresários, comprometiam sua aproximação dos habitantes mais pobres do Rio
de Janeiro. A linguagem técnica não era entendida pela população mais simples
que, sem escola ou saúde, aceitava-o como médico caridoso e atencioso. Após suas
consultas gratuitas, o apelo à participação no culto e escola dominical era certo e,

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sobretudo para quem estava grato com a atenção do doutor, um convite difícil de
recusar.

4. Consolidação do congregacionalismo e a propagação do imaginário


evangélico

Assim, o trabalho evangélico que começava no Rio de Janeiro, ia adaptando-


se ao contexto brasileiro e a prudência de Reid Kalley, bem como as conexões
sociais que estabeleceu, preparou o caminho e possibilitou a chegada ao Brasil de
outras denominações protestantes. Muito provavelmente, se Reid Kalley se
submetesse às normas da missão presbiteriana e fosse aceito por tal missão, o
presbiterianismo no Brasil teria, certamente, uma história diferente.

Contando com seus próprios recursos, Reid Kalley procurou auxiliar a


população carente do Rio de Janeiro. Kalley exercia a medicina e Sarah era
proveniente de família abastada. Portanto, o casal não dependia do sustento
financeiro das missões estrangeiras, nem dos recursos do Império. Assim,
enquanto a religião oficial pressionava o governo para obter benefícios financeiros
para sua expansão, o casal Kalley usava dos seus recursos e da medicina para a
evangelização. Testa faz referência a colportores mantidos as expensas de Reid
Kalley. Segundo o autor, em novembro de 1855 prestou assistência aos pobres
vitimados pelo Cólera, na cidade de Petrópolis. Em julho de 1858 serviu
gratuitamente no combate a outra epidemia da Febre Amarela. Segundo, ainda,
Testa, “Um exemplo notável [de assistencialismo] foi o grande salão arrendado na
Travessa das Partilhas, onde instalou uma missão de socorro, a fim de resgatar
degenerados e criminosos do Velho Rio [de Janeiro] Colonial” (1963, p. 97). Porto
Filho registra algo interessante a respeito desse assistencialismo. Segundo ele,
Kalley ajudava com frequência “A classe dos mais pobres, a quem atendia
graciosamente, muitas vezes pagando ele próprio o preço dos remédios” (Filho, p.
32). Conforme este autor, o médico missionário também fundou escola pagando
do próprio bolso os professores. Utilizando como livro texto a Bíblia, alfabetizava
seus alunos. Esse era seu método (Filho, p. 37).

Os congregacionais são então incentivados a organizarem centros de


evangelização que atraíam os moradores da cidade. Procuravam dar exemplos
através de seu modo de viver o evangelho. Ao atender um paciente, por exemplo,
Reid Kalley escrevia em seu receituário versículos da bíblia que, provavelmente,

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seria lido pelo farmacêutico. Outro exemplo, diz respeito ao esforço para publicar
no jornal Correio Mercantil assuntos evangélicos, tais como a imortalidade e a
salvação da alma. Propositadamente, excluía de seus textos assuntos polêmicos
que pudessem ferir o catolicismo como, por exemplo, questionamentos a respeito
da devoção aos santos, críticas à infalibilidade papal ou mesmo a posição da Igreja
Católica quanto ao seu método institucional de interpretação da Bíblia –
colocando-a depois da tradição e não antes, como no método protestante.

Na visão de Kalley a distribuição dos textos sagrados se fazia necessária,


pois assim o povo poderia ler e aprender, através de suas próprias reflexões, as
verdades evangélicas. Segundo Velasques Filho (1990), o protestantismo brasileiro
expandiu-se graças ao trabalho de colportagem bíblica que abriu as fronteiras
mais distantes do interior brasileiro. Acreditava-se que ao distribuir bíblias
lançava-se no solo (coração das pessoas) a semente do Evangelho (Palavra de
Deus). Para Reid Kalley a simples leitura da bíblia seria suficiente para possibilitar
a conversão, isto é, deixar o catolicismo romano e aderir ao protestantismo.
Protestantismo que propunha, nos termos weberianos, um novo ethos, cuja
influência promoveria a aceitação de uma nova prática e um novo discurso
religioso (Bonome, 1993).

Neste aspecto, a escola dominical e a colportagem da bíblia são dois


elementos que se completaram ao longo da história do protestantismo como duas
faces de uma mesma moeda – ambas contribuíram para a propagação do
imaginário evangélico de origem europeia via Estados Unidos. O evangelho aqui
implantado pelo casal Kalley dizia respeito aos movimentos Revivals (avivados) dos
europeus protestantes, mas especialmente aquele segundo a formulação teológica
e ideológica norte-americana. Para a divulgação dessa perspectiva do
protestantismo no Brasil Reid Kalley utilizou-se de publicação na imprensa,
especialmente jornais, de mensagens evangélicas, traduções de livros como o de
João Buniam (O Peregrino), distribuição de literaturas, folhetos, cópias de
sermões, visitas sociais de cunho evangelístico, reuniões domésticas diárias,
assistência social (principalmente na área da saúde), versículos bíblicos nas
receitas, respostas a polêmicas racionalistas sobre questões teológicas veiculadas
nos jornais da época e placas (outdoors) nos bondes.

Por outro lado, conforme Hahn (1989), embora os Kalley tenham permanecido
congregacionais, seu trabalho foi grandemente influenciado pelos Plymouth Brethren.

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Conhecidos como Irmãos de Plymouth, inspiraram Reid Kalley no padrão de vida e


na maneira simples de conduzir o culto público. Kalley não aceitava deles o
anticlesiasticismo e nem seu extremo individualismo. Para Testa (1936), Kalley era
alheio a estreitos denominacionalismos e a fórmulas rígidas de credo.

Estudando a história da grande imigração na Nova Inglaterra na primeira


metade do século XIX, Hahn ao fazer referência aos grupos de religiosos que
deixavam o continente, descreve situação muito semelhante à do casal Kalley.
Muitos deles, de acordo com o autor, eram “Puritanos que tinham sido membros
da Igreja da Inglaterra em seu país de origem, mas que no novo ambiente
tornaram-se congregacionais na forma de governo e Calvinista na doutrina” (Hahn,
1989, p. 115).

Interessante notar que não era objetivo dos Kalley estabelecerem uma igreja
com denominação específica. Não registravam nem mesmo os batismos que
realizavam (Rocha, 2013). Esse desinteresse por registros estatísticos perdura no
congregacionalismo até os dias atuais. No protestantismo, regra geral, estatísticas
são difíceis de serem analisadas por nem sempre terem continuidade.

Embora seja possível inferir que a não institucionalização esteve presente nas
ideias e atitudes do médico escocês, a institucionalização não pode ser evitada. Em
11 de julho de 1858, por ocasião do batismo de Pedro Nolasco de Andrade (primeiro
brasileiro a batizar-se como consequência das pregações de missionários ligados ao
protestantismo nacional), se dá a consolidação da primeira Igreja Evangélica no
Brasil a atuar no idioma português. Desde então, o congregacionalismo fincou suas
raízes em solo brasileiro, influenciando outros grupos protestantes que aqui vieram
a se estabelecer, inclusive no tocante ao culto e à ética.

Contudo, as implicações desse congregacional-calvinismo promoveram na


história denominacional aproximação nas atividades práticas dos evangélicos, mas
distanciamento da administração presbiteriana, tornando-se as comunidades
igrejas dirigidas por assembleias democráticas, sem a constituição de liderança na
tomada das decisões. Neste contexto, o pastor é o líder responsável, mas acima
dele encontra-se a assembleia dos membros da igreja.

Considerações finais

Diante do exposto, pode-se dizer que o congregacionalismo reforçou


historicamente a autoctonia religiosa, isto é, em que pese a pressão contrária à

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atuação de seus adeptos, a partir do momento em que trabalhou com a gente do


lugar, promoveu sua evangelização e educação. Entretanto, não deixou de
contribuir, em contrapartida, com o assistencialismo e o paternalismo tão
influentes naquela sociedade, algo presente hoje até nas políticas assistencialistas
de alguns partidos políticos nacionais.

Se inicialmente o congregacionalismo, através de seus pioneiros, foi, até


certo ponto, contestador da situação social, no transcorrer da sua história como
denominação evangélica não manteve o mesmo discurso. É de se observar, porém,
que no estabelecimento da primeira igreja evangélica no Brasil, esteve ao lado dos
políticos e do poder econômico a fim de garantir liberdade de culto e outros direitos
religiosos. Se em nenhum momento o evangelho deixou de ser pregado dentro de
parâmetros racionais, isto indica que o público alvo do discurso era, sobretudo, a
elite econômica e culta, provavelmente como estratégia para influenciar os
formadores de opinião na capital do Império.

Mendonça e Velasques Filho afirmam que “numa época de formação e


consolidação de Estados Nacionais, o Nacionalismo não deixava de ser um dos
componentes do pensamento liberal brasileiro. Por isso, uma igreja com a maior
independência possível de poder estrangeiro não deixava de ser atraente para
políticos e intelectuais liberais” (1990, p. 23). Este fator, aliado a outros,
interessava à elite da época. Neste ponto, houve, para um estabelecimento
definitivo do protestantismo no Brasil, convergência de interesses. Os
abolicionistas eram contra o clero jesuíta que mantinha fazendas com milhares de
escravos. O protestantismo representava um enfraquecimento do clero romano. A
importação do liberalismo, ao mesmo tempo em que as fronteiras brasileiras se
abriam para a imigração e o capital estrangeiro, favorecia a defesa do
protestantismo de Reid Kalley. Havia uma união de interesses e não a união em
torno de um ideal evangélico, o que pode explicar o enfraquecimento ou até a
inexistência de uma filosofia evangélica de libertação.

Cerca de um século mais tarde, no momento da crise política que conduziu


ao golpe civil-militar de 1964 no Brasil, expressões de contestação ao regime
inexistiram no congregacionalismo. Tal afirmativa justifica-se pela inexistência de
críticas ao regime nos documentos oficiais da denominação. Ao contrário, títulos
de matérias veiculadas no jornal oficial denominado "O Cristão" – tais como “A
Função da Igreja no Mundo”, afirmando que “aos governos e suas leis devemos

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respeitá-las e acatá-las até onde não colidam com as leis de nosso Senhor Jesus
Cristo” (abril de 1966); “Insatisfação Estudantil”, onde se pede orações para os
jovens insatisfeitos de todo mundo (insatisfação, de fato, gerada pelo fechamento
de seminários e da Faculdade de Teologia de Rudge Ramos, em junho de 1968 na
cidade de São Paulo); “Exclusão de 27 alunos da Faculdade de Teologia da Igreja
Presbiteriana Independente”, também motivada, segundo o jornal, por
insatisfações e inquietações derivadas do liberalismo e do modernismo (agosto de
1968); “Ato Institucional nº 5 de 13 de fevereiro de 1968”, informando a
promulgação deste ato legal (dezembro de 1968) – são reveladoras das posições
políticas conservadoras frente aos assuntos políticos que balançavam o país.

Essa característica de não se envolver em questões políticas é comum entre


grupos religiosos de diversas denominações, proporcionando certa alienação
política dos fiéis e, ao mesmo tempo, maior engajamento no trabalho espiritual.
Essa distinção entre o que é espiritual e o que não é faz parte da tradição dos
grupos religiosos em geral e do congregacionalismo em particular. Tal dicotomia
estimulará a convivência com certa ambiguidade de valores, entre o sagrado e o
profano, tendo como consequência a fragilidade dos valores éticos e morais. Mas
isso é assunto para outras e novas reflexões.

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Recebido em 29/03/2018, revisado em 11/10/2018, aceito para publicação em


16/04/2019.

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