Manual - Assistente de Contabilidade - Módulo 3
Manual - Assistente de Contabilidade - Módulo 3
Manual - Assistente de Contabilidade - Módulo 3
Assistente de Contabilidade
1.1.1.OBJETIVOS GERAIS
1.1.2.OBJETIVOS ESPECÍFICOS
2.INTRODUÇÃO
Há muito que a função do contabilista se voltou para a gestão da empresa. Nas empresas mais
bem sucedidas, a função contabilidade e finanças tornou-se um parceiro estratégico que fornece
informação crítica para a tomada de decisões estratégicas - rápida e eficazmente. Hoje,
o contabilista funciona como um copiloto, permitindo ao gestor antecipar problemas e identificar
oportunidades.
REQUISITOS DA INFORMAÇÃO:
❖ Relevância - A informação deve ser pertinente para a tomada de decisão, ou seja, deve
estar relacionada com a mesma;
❖ Credibilidade - deve ser credível para que todos os utentes a quem ela se destina possam
retirar conclusões idóneas.
❖ Investidores;
❖ Empregados;
❖ Financiadores;
❖ Fornecedores e outros credores comerciais;
❖ Clientes;
❖ Governo e os seus departamentos;
❖ Público em geral.
Diversos stakeholders
Esta entidade (contabilística) é uma unidade económica que controla e gere um conjunto de
recursos.
Conceito de Contabilidade
É difícil estabelecer uma noção clara e ao mesmo tempo completa que abranja o campo de
estudo da Contabilidade.
Apresentamos, a mero título de exemplo, várias noções que lhe foram atribuídas:
«A Contabilidade é a disciplina que estuda os processos seguidos nas unidades económicas para
relevação da gestão» - Zappa.
1
Gonçalves da Silva (1969): Contabilidade Geral, Vol. I, Livraria Sá da Costa Editora.
2
Carlos Baptista da Costa (2005): Contabilidade Financeira, Publisher Team.
3.6. Património
Ao conjunto dos recursos utilizados por uma entidade no exercício da sua atividade chamamos
Ativo.
Ao conjunto das obrigações assumidas por uma entidade no exercício da sua atividade
chamamos Passivo.
Quando utilizamos a unidade monetária como unidade de medida de valor surge inevitavelmente
um problema: que valor?
3.6.1. Composição
3.6.2. Valor
Se considerarmos que o Ativo é constituído por um conjunto de valores positivos e o Passivo por
um conjunto de valores negativos, então o valor do património corresponde à soma algébrica dos
valores dos dois conjuntos, isto é,
Valor do Património = Valor do Ativo + (- Valor do Passivo)
Isto é,
Valor do Património = Valor do Ativo - Valor do Passivo
O valor do património designa-se por Capital Próprio (situação líquida ou património líquido,
porque se contrapõe ao património bruto que corresponde ao Ativo).
Designa-se assim porque representa a parcela restante dos recursos que pertence aos
proprietários do património depois de deduzidos os recursos necessários à liquidação das
obrigações (parcela “pertencente” aos credores da entidade).
Sobre a definição de capital próprio ver parágrafo 49 da EC do SNC.
O termo fundos é entendido aqui como valores (euros) investidos nos recursos utilizados pela
entidade no exercício da sua atividade.
Os factos patrimoniais (permutativos e modificativos) têm sempre algum tipo de impacto sobre a
composição e/ou valor de pelo menos uma das massas patrimoniais da equação fundamental mas
não desfazem nunca a igualdade.
A duração do período contabilístico é, ressalvando alguma situação particular (por exemplo, nos
exercícios de início e cessação da atividade), de 12 meses (anual).
Nos termos do n.º 1 do artigo 65.º (Dever de relatar a gestão e apresentar contas) do Código das
Sociedades Comerciais (CSC), os membros da administração devem elaborar e submeter aos
órgãos competentes da sociedade o relatório de gestão, as contas do exercício e demais
documentos de prestação de contas previstos na lei, relativos a cada exercício anual.
O n.º 5 do mesmo artigo diz que o relatório de gestão, as contas do exercício e demais
documentos de prestação de contas devem ser apresentados ao órgão competente e por este
apreciados no prazo de três meses a contar da data do encerramento de cada exercício anual, ou
no prazo de cinco meses a contar da mesma data quando se trate de sociedades que devam
apresentar contas consolidadas ou que apliquem o método da equivalência patrimonial.
Por regra, o período contabilístico coincide com o ano civil por razões de natureza fiscal. O
artigo 8.º(período de tributação) do Código do imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas
(CIRC) refere que o IRC é devido por cada período de tributação, que coincide com o ano civil.
As entidades podem, algumas por imposição legal (por exemplo, as sociedades cotadas em bolsa
estão obrigadas a apresentar contas de três em três meses) e outras por opção, adotar períodos de
relato inferiores ao período anterior.
A entidade no decurso da atividade procura acrescentar valor aos recursos que utiliza, isto é,
procura aumentar o valor do seu capital próprio.
O resultado do período, do ponto de vista teórico, pode ser avaliado de duas formas diferentes:
❖ Comparando o valor do capital próprio no fim do período com o valor do capital próprio
no início do período (se descontarmos as variações no capital próprio ocorridas no
período considerado decorrentes, por exemplo, de novas contribuições dos proprietários
A contabilidade atual incorpora esta via mais analítica de avaliar o resultado, o que exige o
registo contabilístico, em separado e sem compensações, de todas as variações patrimoniais
quantitativas de acordo com a sua natureza (rendimentos e gastos do período).
A correta avaliação do resultado de uma entidade num determinado período está muito
dependente de uma adequada segmentação temporal das operações (aplicação rigorosa do regime
de acréscimo referido anteriormente) e do correto balanceamento (reconhecimento no mesmo
período) entre rendimentos e gastos.
É um conjunto de elementos patrimoniais com características comuns e, como tal, são passíveis
de uma representação em compreensão e em extensão
Representar em extensão:
A primeira classificação é a que divide as contas de acordo com as três massas patrimoniais:
• Contas do ativo (por exemplo, conta 11 Caixa do Código de Contas (CC) do SNC)
• Contas do passivo (por exemplo, conta 25 Financiamentos obtidos do CC do SNC)
• Contas do capital próprio (por exemplo, conta 51 Capital do CC do SNC)
Há, no entanto, contas que reúnem elementos do ativo e do passivo. Estas contas designam-se
por mistas (por exemplo, conta 27 Outras contas a receber e a pagar do CC do SNC).
As contas coletivas dizem-se de 1º grau e as contas divisionárias podem ser de 2º, 3º, …,
enésimo grau dependendo do número de subdivisões (por exemplo, conta 21 Clientes - 1º grau;
211 Clientes c/c - 2º grau; 2111 Clientes gerais - 3º grau).
Este processo de decomposição é sempre possível mas deve procurar ser relevante. A relevância
é uma das principais características qualitativas exigidas à informação contabilística.
Não devemos confundir contas divisionárias (que também são contas auxiliares das contas
coletivas) com contas subsidiárias. Estas também resultam do desdobramento das contas
principais mas:
Para seguir as suas variações quantitativas utilizam-se gráficos, quadros ou mapas que
apresentam normalmente a forma de um “T”.
Título da Conta
Esta lógica de movimentação foi progressivamente alargada às restantes contas (contas de coisas
e contas de factos) passando os termos débito e crédito a significar variações positivas ou
negativas (dependendo dos casos) no valor das respetivas contas, ou seja:
• Debitar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado esquerdo
(débito da conta). Tratando-se de uma conta do ativo (aplicações), o débito representa um
incremento do seu valor (lógica das contas dos devedores); se a conta for do passivo ou do
• Creditar uma conta significa lançar uma determinada importância no seu lado direito
(crédito da conta). Para as contas do ativo (aplicações) significa um decréscimo do seu
valor (lógica das contas dos devedores) e para as contas do passivo e do capital próprio
(origens) um incremento do seu valor (lógica das contas dos credores).
O saldo de uma conta (valor de uma conta num dado momento) é a diferença entre a soma dos
valores lançados a débito (total a débito) e a soma dos valores lançados a crédito (total a crédito)
ou vice-versa.
• Saldo devedor =>Total a débito > Total a crédito (saldo das contas do ativo)
• Saldo credor =>Total a débito < Total a crédito (saldo das contas do passivo)
• Saldo nulo (conta saldada) => Total a débito = Total a crédito
As contas do capital próprio podem ter saldos credores (valores positivos) ou devedores (valores
negativos).
Diminuições Aumentos
Dissemos anteriormente que o registo dos factos patrimoniais não desfaz, em nenhuma
circunstância, a igualdade resultante da equação fundamental da contabilidade.
Tal só é possível porque a contabilidade moderna tem por base o método digráfico ou das
partidas dobradas.
Este método (que se contrapõe ao método unigráfico ou das partidas simples) pode sintetizar-se
da seguinte maneira:
A contabilização de qualquer facto patrimonial obedece sempre a uma das seguintes fórmulas
digráficas:
• 1ª fórmula => Uma só conta devedora e uma só conta credora
• 2ª fórmula => Uma só conta devedora e várias contas credoras
• 3ª fórmula => Várias contas devedoras e uma só conta credora
• 4ª fórmula => Várias contas devedoras e várias contas credoras
3.9.9. Documentos
3.9.9.1. Função da documentação
Os documentos são a base do sistema de registo contabilístico, servindo de suporte à entrada dos
pedido de compra à secção de compras, guia de receção, guia de entrada em armazém, etc.)
lhe são externas, como clientes, fornecedores, bancos (Exemplos: fatura, recibo, nota de
condições pretendidas);
destinatário que este lhe deve determinada importância) e Nota de Crédito (o emitente
3.9.9.4. Lançamentos
Tipos de lançamentos
Os lançamentos podem dividir-se em dois tipos:
• Simples - aqueles em que se debita uma só conta e se creditada outra (têm por
base a 1ª fórmula digráfica)
• Complexos - aqueles em que se debitam e/ou creditam várias contas (têm por base
as 2ª, 3ª e 4ª fórmulas digráficas).
4.BIBLIOGRAFIA
5.EXERCÍCIOS
Suponha que o património da empresa Iogurtes & Batidos, S.A., que se dedica à produção e
comercialização deste tipo de produtos, é constituído por:
PRETENDE-SE QUE:
a) Utilizando uma X, classifique os elementos patrimoniais da empresa em BENS, DIREITOS,
OBRIGAÇÕES, ATIVOS e PASSIVOS.
b) Calcule o valor do PATRIMÓNIO (SITUAÇÃO LÍQUIDA) da empresa.
PRETENDE-SE QUE:
Conta
Armazém para os móveis
59 cadeiras de baloiço
Sistema de ar condicionado
Fotocopiadora
Transferência bancária recebida do cliente MovelArte, Lda.
IVA a pagar
Dívidas do cliente Albano Santos
Dívida do funcionário Joaquim Fonseca
PRETENDE-SE QUE:
PRETENDE-SE QUE:
Identifique os factos patrimoniais permutativos e modificativos. Justifique.
O controlo e conferência de caixa são atribuídos a uma entidade a quem serão exigidas todas as
responsabilidades dos valores à sua guarda (“caixa”, “tesoureiro”). Para suprir pequenas falhas, é
atribuído a este responsável um subsídio mensal, além do ordenado, designado “subsídio para
falhas”/”abono para falhas”, com o qual deverá cobrir as falhas ou faltas que se verificarem nos
valores à sua guarda.
PRETENDE-SE:
a) Determinação do saldo de Caixa no final do dia 31/12;
b) Considerações que pareçam oportunas sobre a decomposição do saldo no dia 30 de
Dezembro.
Resolução:
Valores em € Conta
1. Um terreno com 2.000 m2 para possível venda 140 000 421
2. Balcão, armários, equipamento diverso 6 500 433
3. Dívida ao fornecedor do balcão: Zacarias, Lda. 1 400 2711
4. Uma máquina de engarrafar automática 5 000 433
5. Dívida ao fornecedor da máquina de engarrafar: J. M., Lda. 3 000 2711
6. Dívidas do cliente A. Lopes, Lda. 4 000 2111
7. Dívidas ao fornecedor José Fernandes, Lda. 8 000 2211
8. I.R.S. em dívida ao Estado 2 200 241
9. Depósito à ordem no Banco “CGD” 8 000 121
10. Numerário e cheques em cofre 500 111
11. Armazém – Edifício 50 000 432
12. Dívida ao vendedor do Armazém – Edifício 20 000 2711
13. Dívida (a 5 anos) ao Banco “BIC “ 225 000 2511
14. Empréstimo (a 9 meses) do Banco “Popular” 10 500 2511
15. Um computador para serviço do escritório 2 500 435
16. Dívida ao fornecedor do computador 1 000 2711
17. 3 000 garrafas de vinho da Madeira a 3 € cada 9 000 321
18. 2 000 garrafas de licor de café a 5 € cada 10 000 321
19. 1 000 garrafas de licor de whisky a 4 € cada 4 000 321
20. Dívida ao fornecedor de licores: Xerez, Lda. 6 000 2211
21. Viatura Comercial 15 000 434
22. Sinal que identifica no mercado os produtos ou serviços de uma empresa. 58 000 444
23. Ações na Bons Dias, SA (empresa subsidiária) 30 000 411
24. 15 000 Lts de Álcool a 0,5 €/Lt (matéria-prima) 7 500 331
25. Capital da Sociedade (integralmente realizado) 62 000 51
26. 100 contratos de futuro (margem inicial) 5 000 141
27. Reservas Legais 30 000 551
28. Iva a Recuperar 28 000 2437
29. Adiantamento recebido do cliente Zezinho Licores, Lda 12 000 218
30. Reservas estatutárias e reservas livres 7 500 552
31. Um terreno com 5.000 m2 para construçao de uma nova fábrica 120 000 431
32. Resultados Transitados dos exercícios anteriores 14 500 56
33. Resultado Líquido do Exercício 19 000 81
34. Remunerações a pagar ao pessoal 80 000 2312
35. Prémios de emissão obtidos no último aumento de capital 900 54
NOTAS
RUBRICAS
2016 2015
ATIVO
Ativo não corrente
Inventários 30 500,00 €
Clientes 4 000,00 €
Adiantamentos a Fornecedores
Diferimentos
PASSIVO
Passivo não corrente
(1) - O euro, admitindo-se, em função da dimensão e exigências de relato, a possibilidade de expressão das quantias em milhares de euros