1 - Contestação
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TRABALHO DE JOINVILLE/SC
ATOrd 0000635-67.2022.5.12.0028
RECLAMANTE: NESTOR DIETRICH
RECLAMADO: PRESCOB LOGISTICA E DISTRIBUIDORA LTDA E OUTRO
I – PRELIMINARES
I.1 – Do Encerramento das Atividades da Primeira Reclamada
Preliminarmente, informa a primeira reclamada que não mais exerce regularmente as suas
atividades empresariais descritas no contrato social e CNAE – Classificação Nacional de
Atividades Econômicas registrado junto à Receita Federal do Brasil, desde o dia 17/11/2021, tendo
em vista que, decidiu por dar baixa na empresa devido a questão da idade pessoal da sócia, Sra.
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Terezinha Kock Doerner, pois já conta com 73 anos de idade e não mais detém condições
psíquicas, físicas e financeiras para dar prosseguimento nas atividades da empresa, bem como de
gerir os custos da atividade econômica, nos termos do print do cartão CNPJ a seguir e,
documentação anexa.
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Para tanto, apresenta declaração escrita arguindo que não possui condições de arcar com
o pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, sob pena de implicar em prejuízo
próprio e de sua família, nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição da República e da Lei nº
1.060/50.
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Única, Data de Publicação: 29/11/2017).
Assim, requer a concessão da gratuidade da justiça para que benefício abranja todos os
atos do processo, na forma do artigo 98 do Código de Processo Civil Brasileiro.
Tal pretensão desde já resta impugnada, pois nunca houve relação de emprego no
respectivo período, pelo contrário houve uma relação de trabalho autônomo como será
devidamente demonstrado no curso da presente demanda.
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Continuidade: o reclamante não exercia trabalho contínuo na reclamada, eis que apenas
era chamado para trabalhar esporadicamente quando havia entrega ou coleta para ser
realizada. Enquanto isso, permanecia com o caminhão da empresa para realizar as
mudanças já mencionadas anteriormente e outros pequenos fretes para complementar sua
renda, somando ao benefício de aposentadoria. Diante disso, não havia continuidade na
prestação de trabalho, visto que, ele próprio organizava a sua escala de trabalho sendo
soberano nas escolhas e organização dos trajetos.
Exclusividade: o reclamante não era impedido de trabalhar para outros empregadores,
pelo contrário, o mesmo mantinha múltiplos e simultâneos serviços de entrega e coletas de
pequenos fretes, bem com realizava mudanças no perímetro urbano de Joinville e região.
Corroborando este entendimento, segue abaixo algumas decisões:
II – RESENHA DA DEMANDA
Trata-se de reclamatória trabalhista ajuizada por Nestor Dietrich em desfavor de Prescob
Logística e Distribuidora Ltda e Souza, Roxo & Cia Ltda, alegando em suma que, trabalhou para a
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primeira reclamada no período de 20/11/2013 até 08/11/2017, exercendo a função de motorista de
caminhão com salário de R$ 1.400,00 (um mil e quatrocentos reais), mensais.
Que a partir de 01/03/2020 passou a receber salário de R$ 2.400,00, mensais; que em três
vezes na semana o intervalo intrajornada era de 30 minutos e passou a fazer 02 horas extras por dia
das 18h00 às 20h00, durante 04 vezes por semana.
Que o trabalho foi prestado exclusivamente em favor da segunda reclamada Souza, Roxo
& Cia Ltda, tendo em vista que usava identificação, uniforme e caminhão com a logo da segunda
reclamada.
Atribuiu à causa o valor de R$ 93.363,38 (noventa e três mil trezentos e sessenta e três
reais e trinta e oito centavos).
A presente ação certamente não poderá prosperar nos termos em que foi proposta, uma
vez que, os fatos ali narrados se mostram totalmente fora da realidade fática e da legalidade,
conforme se demonstrará no decorrer da presente peça.
DATA VALOR
25/06/2021 R$ 500,00
11/07/2021 R$ 30,00
19/07/2021 650,00
26/07/2021 400,00
06/08/2021 350,00
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13/08/2021 1.000,00
24/08/2021 711,50
27/08/2021 180,00
03/09/2021 180,00
04/09/2021 180,00
16/10/2021 335,00
02/01/2022 268,00
06/02/2022 130,00
22/03/2022 400,00
23/10/2022 800,00
11/11 950,00
15/12 1000,00
23/12 800,00
08/01 900,00
15/01 1486,00
22/01 800,00
05/02 558,00
26/02 822,00
03/03 800,00
05/03 500,00
12/03 1.000,00
24/03 150,00
26/03 300,00
07/04 658,00
15/04 1.000,00
16/04 150,00
23/04 800,00
07/05 104,27
14/05 100,00
19/05 100,00
20/05 100,00
III - MÉRITO
No mérito a ação certamente deve ser julgada improcedente, tendo em vista que nada é
devido pela reclamada ao reclamante. Ademais, apenas por cautela, a reclamada informa que cabe
ao obreiro comprovar as alegações tecidas na peça vestibular, ex vi do artigo 818 da CLT. Não
obstante, por amor ao debate, caso Vossa Excelência firme seu convencimento de maneira diversa,
o que se admite apenas para argumentar, cabe aduzir o que segue:
A reclamada também contesta e impugna a CTPS do reclamante (Id b5d43c4), pois apenas
comprova a existência do antigo vínculo empregatício, demonstrando claramente que não mais
nenhuma relação de emprego a não aquela registrada formalmente.
A reclamada mais uma vez contesta e impugna os Extratos Bancários (Id. b2039c2 - E1,
1dce7ff - E2, Id. 919a23f - E3, Id. cc74b2f - E4), haja vista que tais comprovantes apenas
demonstram que os valores recebidos em conta bancária demonstram que os valores pagos pela
primeira reclamada decorrem do pagamento feito pelos fretes efetivamente realizados pelo
reclamante sem que houvesse qualquer vínculo de emprego, pelo contrário, demonstrando
claramente que havia uma relação de trabalho autônomo entre as parte e a partir de quando era
realizado o serviço, a empresa realizava os pagamentos conforme os valores combinados. Há de se
observar ainda que os valores variavam a depender da localização da coleta ou entrega dos
produtos. Portanto, não nenhuma relação de emprego a ser reconhecida, pelo contrário, todo o
trabalho realizado já foi efetivamente quitado pela empresa, nos termos dos comprovantes
apresentados pelo próprio reclamante.
A primeira reclamada contesta e impugnada as CCTs apresentadas nos Id. 3a0a2b3 - CCT
2018 e Id. 26336a1 - CCT2019, pois tais convenções devem ser utilizadas para as relações de
emprego, não sendo o caso da presente demanda. Uma vez demonstrado que o caso em tela não se
refere a uma relação de emprego, não há nada a ser declarado e nem reconhecido a título de
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diferenças contidas em tais convenções. Portanto, imprestáveis para a presente reclamação.
A reclamada contesta e impugna as fotos apresentadas nos Ids. dbc70ab - foto1, Id. 8cff78e
- foto2 e06dd4b6 - foto3, pois em nada demonstra que o respectivo galpão tenha sido utilizado pela
primeira reclamada em parceria com a segunda reclamada, pois, embora, a primeira reclamada
tenha sido contratada pela segunda reclamada, nos termos do contrato anexo, para realizar coletas
e entregas na região de Joinville, o respectivo galpão não tem o condão de demonstrar o presente
nexo. Assim, tais fotos tornam-se imprestáveis para qualquer finalidade no processo.
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condição financeira. Ademais, o reclamante não juntou qualquer documento capaz de amparar seu
pedido, razão pela qual deverá ser indeferido o pleito constante da inicial.
Cumpre-nos, ainda informar MM. Juiz, que a atividade exercida pelo reclamante, de
cozinheiro convidado para os eventos realizados no mercado público era realizado de forma
esporádica, sem que houve qualquer exclusividade do reclamante, sendo que o autor tinha
liberdade de negociar e contratar com qualquer outro estabelecimento. Quando havia esta
participação do reclamante em alguns eventos, a estratégia do estabelecimento era justamente ser
um atrativo, um diferencial na concorrência acirrada na região central da cidade de Joinville, mas
existiam outros cozinheiros convidados para participarem destes eventos, como já demonstrado no
item preliminar.
Ora, não restam dúvidas de que o serviço prestado era caracterizado pela eventualidade,
eis que sempre trabalhou como autônomo, prestando serviços, executando-o de acordo com as
próprias determinações. O tempo e o modo de execução do trabalho sempre ficaram a cargo do
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reclamante, sem nenhuma interferência da reclamada, pois a atividade exercida era executada de
forma esporádica, eventual, e que, não havia subordinação jurídica, requisito fundamental, para a
caracterização do vínculo empregatício.
Segue decisões no Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, nos seus julgados tem
proferido decisões que fundamentam a presente contestação conforme se segue:
"TRT-PR-21-11-2003 VÍNCULO EMPREGATÍCIO - ELEMENTOS
CONSTITUTIVOS – Cediço que para a norma celetista empregado é "toda pessoa
física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário. " (Art.3º). Assim, para que se caracterize o
contrato de empregado necessário que se façam presentes todos os elementos
configuradores da referida relação, estampados no artigo 3º da CLT, quais sejam:
prestação pessoal de serviço de natureza não eventual, subordinação jurídica e
pagamento de salários. 08532-2001-009-09-00-2-ACO-25394-2003-Relator:
ROSEMARIE DIEDRICHS PIMPAO – DJPR em 21-11-2003.
Assim, o pedido de vínculo de emprego descrito no item 3.4.1, bem como o pedido no
item 3.4.2 e demais verbas reflexas do rol de pedidos restam impugnados e devem seguir a vala da
improcedência.
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III.3.1 – Improcedência do Décimo Terceiro Salário Acumulado - (Pedido 3.4.2 – A).
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houve atraso no pagamento das verbas rescisórias do Reclamante.
Insta consignar que, tampouco se pode alegar que o deferimento de qualquer importe
através da presente Reclamação, faria incidir a multa em questão, uma vez que, quitadas as
verbas rescisórias dentro do prazo legal, o deferimento de qualquer diferença não importa no
pagamento da referida multa.
Ademais, mencionado artigo celetista não prevê qualquer pagamento quando alguém
alega controvérsia quanto às verbas que lhe são devidas perante a Justiça do Trabalho, restando
ilegal a pretensão contida na inicial.
Outrossim, se outros valores forem deferidos em juízo, não há que se falar em incidência
da multa do 477 da CLT, conforme jurisprudência abaixo:
Ementa: do artigo 477, parágrafo 8º, da CLT - não há que se falar em
multa por atraso de verbas rescisórias, quando estas forem deferidas em
juízo.” Data de julgamento: 12/08/1996 -Relator(a): Gualdo Formica
Revisor(a): Braz José Mollica - Acórdão nº: 02960401730 - Data de
publicação: 05/09/1996.
Isto posto, fica impugnado o pedido de pagamento de multa do artigo 477 e ou 467, da
CLT.
III.3.10 - Improcedência das horas extras com acréscimo de 50% (Pedido 3.4.2 – J)
Requer o autor o pagamento das horas extras excedentes da oitava diária e seus reflexos
em DSRs, aviso prévio, férias, décimo terceiro e FGTS e multa compensatória.
Impugna a reclamada a jornada declinada na exordial por não refletir a realidade, pois o
reclamante jamais laborou daquela forma.
Como já destacado anteriormente, o trabalho realizado pelo autor ocorria eventualmente,
principalmente quando foi lançada a quarta gourmet, bem como em outros eventos realizados no
mercado público.
Ocorre que, estes eventos ocorriam eventualmente, pois a reclamada fornece alimentação
em buffet diariamente do mercado público, sendo que, estes atrativos (quarta gourmet e outros)
seria uma forma de se destacar diante da concorrência na região central da cidade e, como isso,
captar uma maior clientela.
Os horários de realização das quartas gourmet era no período da noite até as 23h00,
quando fechava o mercado. Portanto, é impossível o autor ter realizado a jornada de trabalho
declinada na inicial.
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Em decorrência, mesmo que se reconhecesse à relação de emprego, restaria
improcedente a alegação de existência de horas extras, integrações e intervalo intrajornada mais
reflexos, eis que nunca foram feitas pelo reclamante. De qualquer, forma, o ônus é dele, e,
portanto, deverá fazer esta prova.
No entanto, caso Vossa Excelência, não entenda desta maneira, e, em sendo deferido
qualquer um dos pedidos do reclamante, seja considerado o salário previsto na CCT – Convenção
Coletiva de Trabalho, anexa.
Destarte, inexistindo qualquer hora extraordinária, não há que se falar em seus reflexos.
Aviso Prévio, Saldo Salarial, 13º Salário Proporcional, Férias Simples, Férias Proporcionais,
1/3 Constitucional e FGTS
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Por todas as exposições aqui já narradas, e, considerando que o trabalho realizado pelo
autor era eventual, não há que ser registrado a função de Chefe de Cozinha a CTPS, pelo
contrário, em eventual entendimento contrário a esta esplanada, o que se admite apenas para fins
de argumentação, deve ser registrado cargo de Cozinheiro.
Ademais, os pratos servidos no restaurante, bem como todas refeições servidas na casa
foram elaboradas e criadas pela genitora do sócio proprietário do estabelecimento, a Sra. Laurici
Santiago. Cabendo registrar ainda, que o autor não possui nenhuma formação profissionalizante
ou graduação maior como chefe de cozinha, bem como o conhecimento adquirido por ele, foi
ensinado pela Sra. Laurici Santiago que trabalha há muitos anos no seguimento de alimentação.
Também cabe destacar que o autor não possui nenhuma experiência profissional anterior
como chefe de cozinha, o que desconstrói a tese levantada por ele objetivando tal pleito.
Por fim, reitera a reclamada que toda a criação e elaboração dos pratos servidos no
estabelecimento da reclamada era supervisionado e conferido pela Sra. Laurici que trabalha junto
no local.
Assim, o pleito do reclamante deverá seguir a vala da improcedência.
Por outro lado, a concessão de honorários advocatícios nesta Justiça Especializada ainda é
regulada pela Lei n.º 5.584/70, a qual exige a existência simultânea e cumulativa de dois requisitos:
1) o patrocínio da causa pelo sindicato representativo da categoria profissional do reclamante; e 2)
a percepção, por este, a título de salário, de quantia igual ou inferior ao dobro do salário mínimo
vigente. Ademais, o artigo 133 da Constituição Federal não tem a natureza de norma autoaplicável,
pois a indispensabilidade do advogado à administração da justiça deve ocorrer nos limites da lei.
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Outrossim, se a Carta Magna não obriga o pagamento de honorários advocatícios, quando
ausentes os requisitos legais estabelecidos na Lei n.º 5.584/70, que continua em vigor, não há como
acolher-se tal pedido, baseando-se no novo Estatuto da Advocacia, Lei n.º 8.906/94, que, aliás, não
revogou expressamente o dispositivo legal anterior. De resto, em tal matéria, devem ser
observados os Enunciados n.º 219 e 329 do C. TST. Diante o exposto, resta contestado e impugnado
o referido pedido da inicial, o qual deverá ser julgado improcedente. O percentual pleiteado ainda
está acima do legalmente previsto, não devendo ser considerado.
Portanto, desde já deve ser julgado improcedente o pedido constante no item “i’, da
petição inicial.
A previsão legal do desconto do imposto de renda advém do artigo 7º, da Lei nº. 7.713, de
22.12.88; artigo 27, da Lei nº. 8.218, de 29.08.91; artigo 46, da Lei nº. 8.541, de 22.12.92; e,
Provimentos nº. 1/93 e 1/96 do Colendo Tribunal Superior do Trabalho.
Contudo, convém ressaltar que não prevalece mais a tese de incidência do imposto de
renda mês a mês, devendo o desconto ser realizado sobre o total da eventual condenação.
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V - DESCONTOS PREVIDENCIÁRIOS
Assim como a retenção do imposto de renda, cabe a Justiça do Trabalho determinar a
dedução dos valores devidos à Previdência Social.
VI - COMPENSAÇÃO / DEDUÇÃO
Se reconhecida alguma verba ao reclamante, o que se admite somente no campo
hipotético, que seja admitida a compensação dos valores já pagos sob a mesma rubrica conforme
documentos inclusos nesta peça defensiva.
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IX – PEDIDOS E REQUERIMENTOS FINAIS
Pelo exposto, requer:
a) seja a presente ação julgada totalmente improcedente, pelas razões acima aduzidas,
condenando-se o reclamante ao pagamento das custas processuais, honorários sucumbenciais e
demais verbas atinentes à espécie;
b) na remota hipótese de ser julgada procedente a ação, o que apenas se admite a título de
argumentação, com fundamento no artigo 767 da CLT, seja determinado a compensação, onde
couber, de todos os valores já pagos ao reclamante em eventuais verbas deferidas, bem como sejam
determinados os descontos previdenciários e de imposto de renda no crédito apurado;
e) que todas as intimações sejam feitas em nome dos advogados subscritor da presente
peça, sob pena de nulidade dos atos praticados.
Inexistência do vínculo de emprego com a reclamad
a, TRABALHO EVENTUAL E CASUAL DE GARÇOM FREE LANCER: o
Reclamante tem consciência das inverdades trazidas aos autos, pois prestava serviços
autônomos ao reclamado e a vários tomadores como garçom Free Lancer, sem
subordinação, pois na busca do tomador que lhe pagasse mais, não assumia
compromisso de continuidade e muito menos subordinação aos tomadores de mão-de-
obra.
Onerosidade: O
reclamante recebia apenas nos dias em que esporadicamente ia
trabalhar, conforme confessado em sua própria inicial;
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seus serviços de garçom, tal como em dias de perspectiva de maior
movimento.
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isso, e até mandar alguém em seu lugar, descaracterizando a pessoalidade da
prestação de serviços, em que pese o fato de o mesmo profissional ter
comparecido diversas vezes por cerca de nove anos. O contrato de trabalho
firmado com o autor não era intuiu personae e intransmissível, pois poderia
ser executado por outra pessoa escolhida por este, tampouco há subordinação,
pois não havia controle de frequência, tampouco punição pela recusa em
prestá-lo, sob alegação de estar em outro evento. Diante do exposto, concluo
que o autor era garçom autônomo, prestando serviços para a reclamada e para
diversos outros buffets.
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O reclamante também afirma que de 15/06/2015 a
31/07/2015 laborou de terça a sábado, das 19h00min até 00h00min e a partir de
01/08/2015 até o final do contrato, além do turno da noite, laborou durante o dia das
09h00min às 15h00min. Alega que as horas extraordinárias não foram pagas e, requer
seu pagamento, com reflexos em 13º, férias mais 1/3, FGTS mais 40%, DSRs, e demais
verbas.
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tentando alavancar suas atividades e não fechar o estabelecimento, o que infelizmente
veio a ocorrer, decidiu partir para o fornecimento de almoço. Assim, a partir do mês de
setembro/2015 iniciou a servir almoço (meio dia), sendo que possuía funcionários
registrados para o atendimento e o reclamante, quando havia maior movimento, era
chamado para auxiliar como garçom no horário de atendimento que era das 11h00min às
14h00min, e estando livre comparecia atendendo assim como free lancer tendo sido
ajustado a remuneração de R$ 40,00 (quarenta reais) por dia laborado e, a partir do mês
de outubro/15 foi reajustado para R$ 50,00 (cinquenta reais). Quando do trabalho diurno
(almoço) a reclamada efetuava o pagamento ao reclamante semanalmente e de acordo
com os dias trabalhados. Os anexos recibos assinados pelo reclamante comprovam a
eventualidade dos dias laborados, bem como os valores ajustados e pagos. Os poucos
dias em que prestou serviços de Free Lancer para o reclamado, mesmo considerando
que laborasse no horário do almoço e no horário da noite laborava menos de 08 (oito)
horas diárias. Não havia excesso de jornada. Ainda, os anexos recibos de pagamento
comprovam que havia vários trabalhadores free lancer, pois quando um não podia
comparecer outro era chamado, ou mesmo se houvesse maior movimento poderia ser
utilizado mais de um free lancer.
Logo, não há falar em realização de jornada de
trabalho suplementar, sem que tenha havido o justo pagamento pelas horas realizadas e
conforme o ajustado entre as partes. Importante esclarecer que o reclamante trabalhava
dessa forma, ou seja, free lancer, segundo sua informação, pois não queria ser registrado
em nenhum emprego porque se assim fosse teria que pagar pensão alimentícia já que
tinha problemas familiares.
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laborou para o reclamado foi em 02/07/2015 conforme recibo anexo e, quanto a seu
desligamento o mesmo ocorreu por sua iniciativa, tendo laborado somente até o dia
01/02/2016, tendo-lhe sido pago o dia trabalhado no dia 02/02, quando informou ao
reclamado e colegas que viria mais trabalhar, pois havia conseguido emprego mais
próximo de sua residência, no Chaveiro Alvorada. Portanto, o término da prestação dos
serviços ocorreu por iniciativa do reclamante, não tendo o reclamado dispensado o
reclamante.
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Por tais razões contestam-se as pretensões, devendo ser
julgadas improcedentes.
Pleiteia, igualmente, o reclamante, o adicional notu
rno, alegando que as jornadas laborais declinadas ensejam a percepção de tal adicional
(letra 'g', dos pedidos).
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III.5 - DAS FÉRIAS
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Dessa forma, improsperável a pretensão de expedição
das guias para o encaminhamento ao seguro desemprego, bem como qualquer
indenização a tal título.
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VI - REQUERIMENTOS FINAIS
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Protesta a reclamada e desde já requer a produção de
todos os meios de prova em direito aceitos, bem como o depoimento pessoal do
reclamante, sob as penas da lei.
Nestes termos,
Pede deferimento.
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