Logistica Volume 2
Logistica Volume 2
Logistica Volume 2
Logística
Volume 2
1ª Edição
Belo Horizonte
Poisson
2018
Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade
Conselho Editorial
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais
Dra. Cacilda Nacur Lorentz – Universidade do Estado de Minas Gerais
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy
Formato: PDF
ISBN: 978-85-93729-93-5
DOI: 10.5935/978-85-93729-93-5.2018B001
CDD-658
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de responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores.
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Sumário
Capítulo 1: Controle teórico de níveis de gestão de estoques e logística
como ferramenta estratégica de redução de custos e impactos ambientais:
Um estudo de caso aplicado a um pequeno laticínio do municipio de
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Vassouras/RJ ................................................................................................................................
Jesimar da Cruz Alves, Geneci Leme Monsores, Enio Nunez
17
Capítulo 2: O Projeto de Rede de Transporte Escolar ................................................................
Resumo: O objetivo deste estudo foi aplicar ferramenta de controle teórico de níveis
de estoques como instrumento de redução de custos e impactos ambientais em um
pequeno laticínio do município de Vassouras/RJ. Para tanto, foi realizado um
diagnóstico e acompanhamento dos processos produtivos do laticínio buscando
identificar as principais ferramentas de controles de níveis de estoques e os
principais impactos ambientais gerados. Após o diagnóstico, foi desenvolvido e
aplicado um “software” acompanhado de um manual de operacionalização de fácil
manipulação de controle de níveis de estoque que teve como objetivo propor um
protocolo de gerenciamento estratégico do laticínio. Com a aplicação do estudo foi
possível concluir que o “software” desenvolvido apresentou um gerenciamento mais
estratégico para o laticínio, gerando um maior controle de seus estoques, apoiando
a tomada de decisão e gerando uma redução de recursos financeiros que podem
ser direcionados para a formalização junto aos órgãos reguladores ambientais, e de
forma direta na diminuição dos impactos ambientais gerados pelos resíduos do
processo.
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do leite, representado por lactose, proteínas etc. Porém enquanto controlar estoques em
solúveis e sais. uma casa é uma coisa simples e corriqueira
nas organizações controlar estoques é uma
A sugestão para o laticínio pesquisado foi de
atividade complexa e que se não for feita de
desenvolver subprodutos com o soro
maneira adequada pode gera altas perdas e
produzido no processo de fabricação do
grandes prejuízos.
queijo, uma vez que o laticínio só fabrica
queijo em sua planta produtiva. Estes O estudo do papel dos estoques nas
subprodutos podem ser: manteiga, ricota, empresas é tão antigo quanto o estudo da
bebidas lácteas, etc., porém ao sugerir esta própria administração. Como elemento
ação para o proprietário, foi percebido que o regulador, quer do fluxo de produção, no
mesmo não tem interesse em desenvolver caso do processo manufatureiro, quer o fluxo
estes subprodutos por conta dos custos de vendas, no processo comercial, os
necessários para ampliação de sua linha estoques sempre foram alvo da atenção dos
produtiva. O empresário informou que não há gerentes (MARTINS; CAMPOS, 2009, p.167 ).
recursos financeiros para este investimento no
Martins e Campos (2009, p. 165) definem
momento. Percebe-se então a importância da
estoque “como um recurso produtivo que no
aplicação das ferramentas de controle de
final da cadeia de suprimentos criará valor
estoques como um instrumento de redução
para o consumidor final”. Nos dias de hoje os
de custos, pois a partir do momento que o
estoques assumem papel ainda mais
laticínio fizer uso destas ferramentas, o
importante, porque todas as empresas
mesmo poderá ter redução de custos no
procuram, de uma forma ou de outra, obter
processo de compra e armazenamento de
uma vantagem competitiva em relação a seus
seus produtos, o que resultará em economia
concorrentes, e a oportunidade de atender o
que poderá ser direcionada não somente para
cliente prontamente, no momento e na
a criação de subprodutos, como também para
quantidade desejada, é uma vantagem
a formalização e legalização das ações de
adquirida por meio da administração eficaz
gerenciamento ambiental.
dos estoques. Entende-se que em um laticínio
Outro fator preocupante nas indústrias lácteas garantir uma área de vendas bem abastecida
é o uso das águas no processo produtivo, para que o cliente encontre sempre o que ele
pois em grandes indústrias, este recurso pode deseja é uma das melhores maneiras de
ser reutilizado, pois normalmente as águas garantir que o cliente retorne à loja.
que são usadas nos sistemas de refrigeração
Estoque é definido por Slack et al. (2002, p.
e nas caldeiras são consideradas efluentes
380) “como a acumulação de recursos
industriais são reaproveitadas em um
materiais em um sistema de transformação.”
processo de recirculação, que são usadas
Normalmente, usamos o termo estoque para
para a higienização da planta produtiva e em
nos referirmos aos recursos de entrada
algumas vezes inseridas no processo
transformados (processados), assim uma
produtivo, dependendo do tratamento dado.
empresa de manufatura manterá estoque de
Nos pequenos laticínios este processo não
materiais, um escritório de assessoria
existe, apesar de ser possível e
tributária manterá estoques de informação,
recomendado. Desta forma, grande parte da
um parque temático manterá estoques de
água usada e desprezada nos ralos que vão
consumidores, pois quando aguardam nas
desembocar diretamente no esgoto do
filas significa que esses consumidores estão
laticínio, o que gera um desperdício
sendo estocados.
desnecessário, mesmo sendo água oriunda
de nascentes próprias. Não importa o que está sendo armazenado
como estoque, onde ele está posicionado na
operação; ele existirá porque existe uma
3. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE diferença de ritmo ou de taxa entre
ESTOQUES fornecimento e demanda. Se o fornecimento
de qualquer item ocorresse exatamente
Sabe-se que manter estoque é uma atividade
quando fosse demandado, o item nunca seria
presente no dia a dia de toda uma dona de
estocado (SLACK et al.. 2002, p. 383).
casa se preocupa em manter um estoque de
alimentos, materiais de limpeza, etc, para seu Conforme Slack et al. (2002) pode-se dizer
consumo e da sua família, uma indústria que, se fosse possível medir com perfeita
mantém seus estoques de matérias-primas, exatidão a demanda de um item ou produto
uma loja de tinta mantém estoque de tintas, não seria necessário à manutenção de
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qualquer tipo de estoque, porque tudo seria atendimento. Pode-se dizer que com esses
demandado exatamente no mesmo volume três indicadores o pequeno produtor de
em que é oferecido ou utilizado. laticínios consegue ter uma visão bem
próxima do cenário que pode ser considerado
Segundo Dias (1997, p.56) “estoque é
como o ideal para uma loja aumentar lucros e
necessário para que o processo
reduzir custos.
produção/vendas da empresa opere com um
número mínimo de preocupação.” Dessa
forma sabe-se que o estoque busca
3.2 INVENTÁRIO FÍSICO (BALANÇO)
maximizar o efeito lubrificante no “feedback”
de vendas e o ajuste do planejamento da Conforme Martins; Campos (2009, p.
produção e vendas. Simultaneamente, a 175), ”inventario físico consiste na contagem
administração de estoques deve minimizar o dos itens de estoques.” Na caso de existir
capital total investido em estoques, pois é diferenças entre o inventário e os registros do
caro e aumenta continuamente, uma vez que controle de estoques, devem ser feitos os
o custo financeiro aumenta. Sem estoque é ajustes conforme recomendações contábeis e
impossível uma empresa trabalhar, pois ele tributárias.
funciona como um amortecedor entre vários
Sabe-se que nos laticínios as faltas não
estágios de um processo de uma empresa.
registradas e não controladas podem gerar
Sabe-se que o estoque adiciona valor de
perdas de venda por que o planejamento de
tempo ao produto e esta relacionado com
compra e reposição de mercadorias pode não
qual é o espaço de tempo o consumidor
funcionar devido à falha nas informações
(cliente/usuário) aceita esperar para ter o
sobre as quantidades estocadas, por esse
produto desejado. Um produto de alto
motivo o inventário físico e normalmente
consumo como, por exemplo, leite longa vida
realizado em períodos que são definidos
deve ter sempre um estoque disponível e o
segundo a necessidade da empresa.
mais próximo possível do seu usuário. Já uma
Aparentemente parece ser um processo
máquina industrial, por outro lado, não
simples, basta apenas contar o que esta
necessita serem estocados, seus usuários
estocado e confrontar com que está
podem esperar pela sua produção.
registrado no sistema, porém para ser
Administrar os estoques diz respeito a
simples, esse processo deve ser organizado
procurar colocar os volumes no menor nível
de forma prévia.
possível que atenda as necessidades e
expectativas do cliente.
3.3 ACURÁCIA DOS ESTOQUES
3.1 INDICADORES DE CONTROLE DE De acordo com Martins; Campos (2009, p.
ESTOQUE 175) “acurácia dos estoques mede a
porcentagem de itens corretos em um
Entende-se como indicares o conjunto de
estoque tanto em quantidade ou em valor.”
informações que são utilizadas como base
Dessa forma, se no inventário físico consta
para se ter um controle exato entre a
uma quantidade X de produtos nos sistemas
quantidade de itens estocados dentro de uma
de registros de estoque essa quantidade
empresa e o que esse estoque representa
deve ser exatamente a que foi contada.
para ela tanto em recursos financeiros
Dividindo o numero de itens com registros
aplicados, quanto na sua capacidade de
corretos pelo numero total de itens podemos
manter a sua operação seja ela industrial ou
identificar a acurácia do estoque, esse cálculo
comercial.
pode ser feito utilizando quantidades em
Existem vários indicadores de produtividade estoque ou valores de itens em estoque.
na análise e controle dos estoques, sendo os Entende-se que normalmente em empresas a
mais usuais, diferença entre o inventário físico acurácia de estoque é conhecida como
e o contábil, acurácia dos controles, nível de diferença de estoque.
serviço (ou nível de atendimento), giro de
estoque e cobertura de estoques. (MARTINS;
CAMPOS, 2009, p.199) 3.4 NÍVEL DE SERVIÇO OU NÍVEL DE
ATENDIMENTO
Os indicadores mais utilizados são a
diferença entre inventário físico e o contábil, Conforme Martins; Campos (2009, p.
giro de estoque e principalmente o nível de 178), ”nível de serviço ou de atendimento é o
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indicador da eficácia que estoque tem para apenas uma, mas várias das ferramentas de
atender as solicitações dos usuários,” sendo controle buscando dessa forma se encontrar
assim quanto maior o numero de requisições um melhor nível de estoque, que seja eficiente
forem atendidas, nas quantidades e para atender o cliente e eficaz no controle das
especificações solicitadas, tanto maior será o despesas e redução de custos.
nível de serviço. Sabe-se que esse indicador
pode se capaz de revelar quanto o nível
estoque se aproxima do ideal. Entende-se 3.8 ESTOQUE DE SEGURANÇA
que nas empresas em geral o nível de
Estoque de segurança tem como objetivo
atendimento pode indicar mais do que o fato
proteger contra as incertezas na oferta e na
de atender o cliente, ele pode também revelar
demanda. Conforme publicado em
falhas na reposição de produtos no mercado
Wikipédia.org “São as quantidades
consumidor.
guardadas para garantir o andamento do
processo produtivo caso ocorram aumento na
demanda do item por parte do processo ou
3.5 GIRO DE ESTOQUES
atraso no abastecimento futuro”.
Conforme Martins; Campos (2009), “giro de
Dentro dos laticínios representa a quantidade
estoque mede quantas vezes por unidade o
necessária para se manter o processo de
estoque foi renovado em determinado
produção de forma que não tenham
período,” sabe-se que esse número de
dificuldades em processar o que desejam. É
renovação deve sempre ser menor que o
utilizado para que as vendas não sofram
prazo de pagamento desse estoque, sendo
quedas mesmo nos casos de atraso dos
assim itens que é pago com prazo de 28 dias
fornecedores na entrega dos pedidos,
dever ter um giro inferior a esse prazo, para
aumento de demanda consumida ou falta de
que ele não seja pago parado no estoque da
produto por outra variável como entressafra.
empresa. Dentro das empresas torna-se
Sua principal função é reduzir os riscos e
necessário manter um giro de estoque exato
incertezas do mercado consumidor.
e ainda maior do que em outros ramos porque
além de ser capaz de fazer o estoque se
pagar ele ainda é capaz de evitar problemas
3.9 TEMPO DE REPOSIÇÃO
com validades de produtos.
Tempo de reposição é o tempo necessário
para emissão, faturamento e entrega do
3.6 COBERTURA DE ESTOQUES produto para processamento. Conforme artigo
do Prof° Galvão publicado em
Conforme Petronio (2009, p. 89) “cobertura de
portaladm.adm, “É o espaço de tempo
estoque indica o número unidades de tempo
decorrido entre a data da emissão da
que estoque médio será capaz de atender
requisição para compra e aquela em que o
cobrir a demanda média.” Entende-se que
material é recebido pelo almoxarifado,
cobertura de estoque é exatamente o número
podendo ser considerados: tempo de
de dias ou períodos que uma organização é
processo de compra e entrega pelo
capaz de manter sua operação, atendo a
fornecedor.” É o tempo necessário para que
demanda existente sem nenhuma restrição.
seja feito um pedido ao fornecedor somado
Nas empresas esses períodos de cobertura
ao tempo que o fornecedor leva para entregar
de estoque não todos iguais, sendo assim a
o pedido.
cobertura do estoque depende de que tipo de
produto está sendo estocado.
3.10 PONTO DE PEDIDO
3.7 FERRAMENTAS DE CONTROLE DE É a quantidade de estoque que garante o
ESTOQUE processo produtivo para que não sofra
problemas de continuidade, enquanto
Sabe-se que além dos indicadores de
aguardamos a chegada do lote de compra,
controle de estoques, os administradores têm
durante o tempo de reposição. Conforme
também a sua disposição ferramentas de
artigo do Prof° Galvão publicado em
controle de estoques que podem ser
portaladm.adm, “Ponto de Pedido (PP) –
utilizadas de forma isoladas ou em conjunto,
corresponde ao nível de estoque que ao ser
nos laticínios é comum para se fazer um
atingido indica a necessidade
controle de estoque ideal que se utilize não
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proprietário trata seus resíduos de produção e abaixo, que determina toda a discriminação
seus inservíveis (resíduos) de estoques. dos materiais como suas especificações de
acordo com o fornecedor. Esta etapa do
Como objeto fim deste estudo, foi
processo foi importante, pois é a partir desta
desenvolvido um “software” de acesso livre
etapa que o proprietário poderá realizar todas
através da parceria com um especialista em
as movimentações de estoques gerando
programação que desenvolveu uma
entradas e saídas e podendo também
ferramenta com base em Excel e com
direcionar os itens de estoques a
recursos de “flash” que foi aplicado no
fornecedores cadastrados, o que de certa
gerenciamento de estoques do laticínio em
forma poderá orienta-lo quanto a última
questão com o objetivo de uma reorganização
compra realizada, o preço pago e as
dos estoques de suprimentos do laticínio
condições de pagamentos, gerando assim
assim como instrumento de administração dos
uma tomada de decisão mais estratégica e
seus custos e redução dos impactos
direcionada para os resultados.
ambientais.
Com a classificação ABC realizada através do
programa AGEL (figura 01), foi possível
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO visualizar os itens de forma organizada e de
acordo com seus valores estocados. Esta
Para a aplicação do “software” no laticínio que
classificação tem o objetivo de mensurar de
foi o objeto de pesquisa deste estudo, foram
forma contábil os itens de acordo com os
realizados testes como alguns itens para a
valores financeiros investidos. Para uma
verificação de os resultados apresentados
gestão eficaz de estoques o proprietário pode
durante o funcionamento do programa eram
perceber que quase 70% dos recursos
os mesmos determinados pelos autores que
financeiros imobilizados estão atrelados
definem as ferramentas de estoque. O
somente a dois itens, que não são itens que
processo se deu pelo cadastramento de
estão diretamente ligados ao produto final.
todos os materiais existentes no inventário
físico realizado no laticínio. Após, foi gerado
um código de material, conforme a figura 32
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ES = (D.DA)/IR
ES = (850.22)/15
ES = 1.246 unidades
Fonte: Desenvolvido pelo autor
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laticínio, pois foi percebido que existem ações operacionalização do “software” que orienta
de gerenciamento sem nenhum controle o de forma clara e objetiva o passo a passo
que leva a desperdícios e custos para utilizar o “software”. Este manual foi
desordenados. muito importante na entrega dos resultados ao
proprietário do laticínio e na capacitação de
Conclui-se que, com a aplicação das
uso dos funcionários, pois serviu de uma
principais ferramentas de controles de níveis
cartilha de orientação e uso do “software”.
de estoques, o proprietário poderá
transformar desperdícios de materiais em Concluiu-se então com este estudo que o
economia financeira, gerando melhores principal foco de qualquer organização que
resultados e maiores investimentos em sua desenvolva atividades ambientais é de
estrutura física e legal, poiso os recursos minimizar os impactos ambientais gerados em
financeiros resultantes da aplicação destas seus processos produtivos. Na maioria das
ferramentas podem proporcionar condições vezes, não é necessários grandes ações para
de legalização do laticínio, livrando o adequar as exigências das agências
proprietário de multas desnecessárias e até ambientais, pois às vezes trata-se somente da
mesmo da interrupção de seus negócios. adequação de seus processos e mudanças
de comportamentos dos envolvidos no
Com a aplicação do “software” desenvolvido,
processo. Algumas ações administrativas
foi possível tornar o processo de
podem proporcionar um melhor
gerenciamento de estoques do laticínio mais
gerenciamento dos negócios fazendo com
organizado e eficaz, pois com a aplicação
que os custos poupados com processos e
das ferramentas de controle de estoques o
compras desnecessárias podem ser
proprietário pode enxergar suas reais
apropriados em projetos de formalização e
necessidades e compreender de que
legalização destes pequenos laticínios,
compras desordenadas podem trazer
fazendo com que os mesmo possam se livrar
prejuízos financeiros ao laticínio.
de multas e até mesmo de propinas que são
Outro ponto que ficou bem claro para o pagas, gerando maior desempenho financeiro
proprietário foi à sensibilização dos impactos e um melhor relacionamento com o meio
ambientais gerados com o descarte destes ambiente em que está inserido.
produtos que por muitas vezes acabem
É importante ressaltar de que este estudo não
vencendo nos estoques o se tornando
teve como objetivo esgotar os assuntos
obsoletos.
pesquisados, podendo ser ampliados em
Desta forma, conclui-se então que a utilização pesquisas futuras, e o “software”
do “software” pelo laticínio pode gerar desenvolvido pode ser aplicado em empresas
redução de custos advindos do estoque, e de ramos diferenciados para a observação
que estes resultados podem ser facilmente dos resultados e comparação junto a este
direcionados a legalização do mesmo. estudo, pois sua estrutura básica é
generalista.
Outro fator importante neste estudo foi à
elaboração de um manual de
REFERÊNCIAS
[1]. ABIQ – Associação Brasileira das [5]. BECKER, P. Gestão Ambiental:
Indústrias de Queijo. Disponível em: administração verde. Rio de Janeiro: Quality Mark,
www.abiq.com. Acesso em: 22 dez. 2012. 1995.
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para uso. Rio de Janeiro, agosto. 2004. Paulo: Saraiva, 2003.
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São Paulo: Atlas, 1999. Ambiente (CONAMA). Resolução CONAMA nº 357,
de 17 de março de 2005. Brasília – DF: Conselho
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http://www.caema.ma.gov.br. Acesso em: 10 jan.
produção e consumo sustentáveis. Revista
2013.
Tecnologística, São Paulo, Ano VI, nº 77. Abril
2002.
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Capítulo 2
Natália Varela da Rocha Kloeckner
Resumo: Este artigo faz uma ampla revisão sobre as abordagens quanto o School
Bus Network Design - SBND, também conhecido por projeto de redes de transporte
escolar, o qual inclui diversos subproblemas a ele indexados. Para tal, esse estudo
concentra-se no objetivo de descrever os mais relevantes problemas e
características encontrados do SBND na literatura, utilizando-se para identificação
das abordagens e caracterização dos elementos, objetivos e restrições do
problema. Como resultado, observou-se distintas configurações de problemas de
SBND, bem como ampla adoção de métodos que resultam em soluções próximas
do ótimo, como heurística e meta-heurísticas. Já aspectos como análise quanto a
eficiência desses problemas sugere-se como estudos futuros a serem
implementados.
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Li e Fu (2002) x x x x
Ripplinger (2005) x
Kloeckner (2015) x
Diante do exposto, na seção a seguir, tais como Park e Kim (2010) e Ripplinger
abordam-se os seis subproblemas para o (2005), assumem que os alunos do meio rural
projeto de redes de transporte escolar são buscados em casa, enquanto os alunos
apontados, bem como a classificação a partir urbanos são alocados a um ponto de ônibus,
da perspectiva do problema, utilizando-se, visto que as localizações das suas
para isso, a explanação dos trabalhos os residências são mais próximas aos pontos de
quais são estudados. parada.
As soluções para esse subproblema
apresentam, em geral, duas estratégias
2.1. SELEÇÃO DAS PARADAS DO ÔNIBUS
heurísticas segundo Park e Kim (2010):
Esse subproblema destina-se a selecionar primeiro localizar, depois alocar e rotear
pontos de parada do ônibus, designando os (LAR), e outra onde deve-se primeiro alocar,
alunos a estas paradas. Por abranger tanto depois rotear e localizar (ARL), conforme
zonas rurais quanto urbanas, alguns autores, apresenta-se na Figura 1.
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Figura 1 – Heurísticas
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Os estudos acerca do tema ainda são parada, resolvendo o problema para cada
incipientes, tendo em Cunha e Gualda (1997) escola.
a proposta de três estratégias heurísticas de
Contudo, em geral, as soluções obtidas
solução, baseadas no problema de
podem não ser satisfatórias (BODIN e
roteamento de veículos com janela de tempo
BERNAM, 1979); (DULAC, FERLAND e
e na relaxação Lagrangiana das restrições de
FORGUES, 1980). Por isso, requer-se a
atendimento a cada nó – esta tratando-se de
aplicação de métodos heurísticos de melhoria
uma decomposição do problema de forma a
às rotas geradas, como, por exemplo, os
explorar a sua estrutura relaxando suas
propostos por Lin e Kerninghan (1973): 2-opt
restrições. Duas dessas heurísticas são
e o 3-opt, os quais se destinam a realizar
voltadas a problemas com veículos idênticos
alterações tomando-se dois a dois arcos e
e uma terceira, direcionada a problemas de
três a três arcos do roteiro, respectivamente.
frota heterogênea.
Quanto a decisão ao tipo de veículo que deve
ser utilizado em cada cluster de alunos, para 2.4. AJUSTE AO TEMPO DE INÍCIO DA AULA
Cunha e Gualda (1997), na frota homogênea a
Para Bodin et al. (1983), trata-se de um
ordem de utilização não é necessária, uma
problema fundamental para minimizar os
vez que se tratam de veículos iguais. Já para
custos de transporte e reduzir o número de
a frota heterogênea, deve ser considerada
ônibus demandado. Uma vez definido os
uma vez que adota a prioridade de uso dos
horários de início e término da aula, tal
veículos a partir de uma ordem crescente de
abordagem busca maximizar o número de
custo fixo por unidade de capacidade,
rotas que podem ser atendidas
devendo-se ordenar, desta forma, o quociente
sequencialmente pelo mesmo ônibus,
do menor ao maior, a fim de obter qual veículo
reduzindo, desta forma, a quantidade de
possui maior eficiência. Para isso, basearam-
ônibus a serem utilizados (PARK e KIM, 2010).
se na observação de que os veículos maiores
têm por unidade de capacidade, custos fixos Desrosiers et al. (1981), buscaram selecionar
e variáveis reduzidos. por heurística o horário de início e término das
aulas em um dia escolar, de forma que o
número máximo de rotas necessárias tenha o
2.3. GERAÇÃO DA ROTA DO ÔNIBUS intervalo de tempo minimizado. Já Bodin et al.
(1983), ao adotar a abordagem de Desrosiers
A construção das rotas escolares segundo
et al. (1981), constatou que as cidades com
Bodin e Berman (1979), podem ser
menos de cinquenta escolas e translado de
classificadas em duas abordagens: “roteia
intervalo de tempos pequenos, à hora de
primeiro e agrupa depois” e a da “agrupa
início e término das aulas, podem ser
primeiro e roteia depois”.
resolvidos manualmente, por aproximação.
A primeira abordagem trata-se do Problema
do Caixeiro Viajante, no qual o veículo, tendo
que visitar certo número de cidades 2.5. PROGRAMAÇÃO DAS ROTAS
localizadas numa região, deve achar a
A programação de rotas tem por função
sequência que minimize o percurso total
especificar o horário de início e término de
(NOVAES, 2007). Tal fundamento consiste em
cada rota, determinando um mapa de rotas
construir uma rota passando por todos os
que pode ser executado sucessivamente por
pontos de paradas, dividindo-as,
um mesmo ônibus (PARK e KIM, 2010).
posteriormente, em um número menor de
rotas viáveis. Bodin e Berman (1979), bem como Newton e
Thomas (1974), desenvolveram modelos
Já na segunda abordagem, os alunos são
considerando múltiplas escolas para
agrupados em paradas de ônibus de forma a
determinar as linhas de ônibus. Assumiram,
construir, posteriormente, rotas econômicas
para isso, a existência de escolas com janelas
para cada agrupamento. Por exemplo, no
de tempo diferentes. Contudo, a abordagem
estudo de Dulac, Ferland e Forgues (1980),
de Bodin e Berman (1979) pode apresentar o
aplicado a um ambiente urbano as fases para
tempo de conclusão do período anterior maior
a obtenção de tal técnica foram:
do que o do período seguinte, o que pode
primeiramente, selecionar as paradas para
tornar a abordagem inviável.
cada escola, agrupando os alunos aos nós, e,
posteriormente, gerar uma rota para cada
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Posteriormente outros autores, como Braca et estudo que permitiu-lhes visualizar a solução
al. (1997) resolveram o problema abrangendo proposta e testar sua robustez caso os dados
todas as escolas em uma única etapa. Para do problema original sejam modificados.
isso, construíram inicialmente uma rota entre
uma casa selecionada aleatoriamente e a
escola, onde o aluno residente desta casa, 2.6. PROBLEMA DE NUCLEAÇÃO DE
estuda. Em seguida, alocaram em pares, ALUNOS
casas e escolas, escolhendo para a formação
A nucleação de alunos conota o problema em
da rota, primeiramente os pares que
que, dado um conjunto de alunos que cursam
minimizassem a distância total do itinerário,
séries distintas, faz-se necessário particioná-
garantindo, ainda, que todas as restrições
los em agrupamentos com características
estariam satisfeitas.
semelhantes (localização espacial e séries) e
Já Li e Fu (2002) aplicaram o algoritmo do com restrição quanto à capacidade de sua
caminho mais curto de ordem k - Lawler na alocação nas escolas (clusters),–
solução do problema, o que significa mover caracterizando-o como um Problema de
uma rota maior para uma menor, Agrupamento Capacitado (Capacitated
consolidando assim, a geração do itinerário Clustering Problem – CCP).
com melhorias. Recentemente, Spada e
Neste sentido, trata-se de otimizar os
Bierlaire (2005) com abordagens heurísticas
agrupamentos formados de tal modo a reduzir
para o estudo de múltiplas escolas
o percurso de translado de cada aluno à
consideraram os horários de aula dessas, em
escola, o que resulta em uma otimização de
ordem crescente, implementando para a
tempo, redução do custo da viagem, melhor
construção de rotas, um algoritmo guloso. E
bem-estar do aluno e incremento do processo
depois, melhorou-as utilizando heurística por
de aprendizagem.
meio de um método matemático criado no
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Para Park e Kim (2010), grande parte das Em outros estudos, como o de Savas (1978)
abordagens em problemas de projeto de apud Park e Kim (2010), destacam-se critérios
redes de transporte escolar tem por objetivo de equidade. E, nesse sentindo, faz-se
reduzir o número de ônibus utilizados, bem necessário a abordagem de três medidas que
como, a distância total do percurso. avaliam o desempenho fornecido. São elas:
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Já quanto as restrições, de acordo com Park Spada e Bierlaire. (2005) e Bodin et al (1983)
e Kim (2010), várias são as consideradas no e as que foram mais utilizadas em trabalhos
SBRP. Sendo as referenciadas no Quadro 3 posteriores sobre o tema.
abaixo, as postuladas por Braca, et al.(1997),
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25
REFERÊNCIAS
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Logística - Volume 2
26
Capítulo 3
Logística - Volume 2
27
Logística - Volume 2
28
Logística - Volume 2
29
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Esta Seção faz uma breve explanação sobre o
SCM, suas definições e objetivos, a TIC e a
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32
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Uma das vantagens do QR Code é que ele O objetivo desta Seção é apresentar uma
dispensa a necessidade de se digitar proposta de um modelo integrado de
endereços da WEB, é só iniciar o aplicativo de gerenciamento da logística reversa de
leitura e apontar o celular para um QR Code produtos eletroeletrônicos e seus
para que o conteúdo adicional seja exibido no componentes de forma a atender a PNRS de
leitor ou navegador de internet. forma operacional sem a demanda de custos
desproporcionais para as organizações.
3. O MODELO INTEGRADO DE
GERENCIAMENTO DA LOGÍSTICA REVERSA 3.1. ESTRUTURAÇÃO DO MODELO
PROPOSTO PROPOSTO
A PNRS publicada em 2010 impõe uma série Este modelo foi concebido pela utilização dos
de deveres para que as organizações conceitos e princípios da WEB de forma a
desempenhem seu papel social no que diz integrar consumidores finais, distribuidores,
respeito à proteção do meio ambiente. Em comerciantes, cooperativas, em fabricantes e
geral as empresas têm muita dificuldade em importadores de forma gerenciável pelo poder
cumprir estas diretrizes e acabam se público.
sujeitando a multas.
Logística - Volume 2
36
Logística - Volume 2
37
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Logística - Volume 2
40
Capítulo 4
Resumo: O porto seco é considerado uns dos meios estratégicos para viabilidade
logística querem seja no processo de importação, quanto de exportação. Tem
como principal finalidade a facilitar os processos aduaneiros, evitando possíveis
gargalos nos portos de embarques das para transporte e comércio internacional
das mercadorias. Observa-se, portanto, possibilitar o uso deste canal, a partir do
conhecimento das suas vantagens para a indústria e comércio regional. O objetivo
de trabalho é apresentar as principais vantagens do porto seco para viabilizar
melhorias no mercado importador e exportador. A pesquisa adotou, como método
estudo de caso único e foi utilizado levantamentos documentais para análise do
processo de administração Estação Aduaneira do Interior (EAD) Bauru,
administrada pela empresa Brado Logística S.A. A partir daí foi possível identificar,
que a necessidade de redução dos custos dos importadores e facilidade no
desembaraço aduaneiro foi o principal motivador para a implementação do porto
seco na cidade. Permitiu ter conhecimento de todos os serviços prestados dentro
do recinto, e suas qualidades. Mostrou que houve uma decisão estratégica de
localização da cidade, pois, a cidade está situada entre os entroncamentos aero
rodoferroviário, e está também localizada no centro do Estado de São Paulo. Dada
as vantagens estratégicas do porto seco, é possível viabilizar através de
disseminação da sua importância e finalidade para o comércio internacional, o uso
deste recurso juntos as empresas da região.
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47
18 colaboradores;
Empilhadeiras;
72.600 m2 de área alfandegada;
Área construída 4.200 m2;
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48
(continuação...)
JBS
NESTLE
KRAFT FOODS
WALMART
Principais Clientes TILIBRA
TRAMONTINA
COMPRANDO
TILIBRA
AB BRASIL
- Ampliação do Terminal, retomada das atividades ferroviárias, realização de
Principais
intermodalidade com transporte rodoviário, aumento do faturamento de 18% na
Investimentos
atividade de movimentação.
A) Entreposto e Trânsito Aduaneiro na importação e na exportação;
B) Admissão temporária na importação;
C) Exportação temporária;
D) Modalidade de Drawback – com isenção de impostos;
E) Depósito Especial Alfandegado (DEA) – na importação;
Licenças:
ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
VIGIAGRO (Vigilância Agropecuária Internacional)
SIF (Serviço de Inspeção Federal).
EXÉRCITO.
Fonte: O Autor (2016)
6 CONCLUSÃO vantagens de redução de custos na logística
na cadeia de produção, oferecendo
Os portos secos, quando bem gerenciados,
alternativa mais rápidas e viáveis de
promovem o crescimento no interior do país,
escoamento da produção.
possibilitando a realização das operações de
exportação, facilitando à logística e O resultado obtido com caracterização da
transportes de mercadorias. Estas estratégias Empresa Brado Logístico que administra o
possibilitam as empresas reduzirem seus Porto Seco de Bauru, vislumbrou-se novos
custos logísticos na cadeia de produção, projetos e oportunidades de crescimento,
favorecendo o preço competitivo na frente ao serviço prestado na região, isso
comercialização do produto. No porto seco, pode ser demonstrado pelo seu crescimento
são realizadas várias atividades de comércio expressivo do faturamento, conforme mostra o
exterior, exemplo é o despacho, Gráfico 4, pag. 60. Foi perceptivo durante a
desembaraço aduaneiro, armazenagem, entrevista “in – loco” os esforços da empresa
fiscalizações junto à Anvisa. direcionada a projetos que favoreçam os
usuários de serviço desta modalidade,
O levantamento bibliográfico possibilitou o
investimentos para ativar a linha férrea,
entendimento dos conceitos das principais
possibilitando o uso da intermodalidade de
características do porto seco, além de
transporte junto ao modal rodoviário.
ferramentas estratégicas que auxiliam na
efetividade da gestão do comércio O método de pesquisa utilizado para a
internacional nas empresas. No processo de identificação das principais vantagens de um
exportação e importação, setor importante porto Seco na região de Bauru e maior
para o crescimento regional, pode-se obter proximidade com o objeto de estudo,
Logística - Volume 2
49
subsidiou entender como é constituído este vantagem do porto seco, instruindo sobre os
estabelecimento, e se hoje há possibilidades benefícios que os mesmos possam trazer. O
de ofertar um serviço, a fim de, atender a diagnóstico realizado trouxe a luz a
demanda do comércio internacional regional. possibilidade de avançar nas discussões da
importância deste sistema logístico, visto que
Uma grande vantagem identificada durante a
para muitas empresas reduzir custo é
entrevista foi quanto aos custos das
requisito prioritário na cadeia de produção.
mercadorias que podem ser reduzidos no
processo de armazenagem, uma vez que Para trabalhos futuros, como proposta sugere,
estes custos são inferiores em relação da a partir do conhecimento proporcionado, uma
utilização da zona primária. Com isso análise que explore conhecer outros portos
possibilita reduzir os espaços de secos do estado ou do país. Realizar uma
armazenagem das empresas os quais investigação do tipo estatística, a fim de,
resultam em um valor considerado menor em avaliar a interação das administrações
relação ao uso dos portos “molhados” ou gestoras dos portos secos, interagindo e
aeroportos. dissimilando as melhores práticas aplicadas
neste setor.
Ainda é preciso integrar empresa e
fornecedores de serviços, promover a
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50
Logística - Volume 2
51
Capítulo 5
Logística - Volume 2
52
Logística - Volume 2
55
2.4. GARGALOS
Muitas empresas concentram seus esforços 2.4.1 DEFINIÇÃO DO CONCEITO DO
em busca dos equipamentos de última GARGALO
geração e se frustram por não se atentarem
De acordo com Goldratt (2006), uma forma de
para os seus gargalos no sistema ou como
analisar um sistema produtivo é observá-lo
também são conhecidas, as restrições. A
através da analogia da corrente, que traz o
capacidade do sistema será atribuída pela
seguinte questionamento: qual a resistência
máquina que apresenta a menor
da corrente? A resposta correta é que sua
competência, esta máquina será o gargalo de
resistência será idêntica a do elo mais fraco
todo o sistema, determinando o ritmo pelo
da mesma. Em consenso a este conceito
qual toda fabrica irá trabalhar no sistema de
existem alguns passos a serem seguidos para
produção intermitente. (PARANHOS FILHO,
absorver a maior produtividade possível.
2007).
(GOLDRATT, 2006).
Logística - Volume 2
56
Logística - Volume 2
57
...continuação
QUESTIONÁRIO A RESPEITO DOS GARGALOS DO SISTEMA DE PRODUÇÃO
1º Os gargalos de um sistema se referem às restrições, sejam elas equipamentos ou mesmo processos. Quais as
máquinas mais problemáticas, os moldes que mais apresentam defeito e as maiores dificuldades para cumprir as
metas de produção?
Respostas: Os respondentes listaram os equipamentos que trazem maiores dificuldades para a produção: Máquina
7- equipamento antigo e muito lento. Necessita de manutenção mais rígida até poder ser substituída. Molde do Cofre
– Molde já adquirido com problemas de projeto. Seria melhor inutiliza-lo. Molde copo de whisky e suco – moldes de
1 cavidade e por isso são lentos, precisa ser substituído.
Quanto às dificuldades: Tempo insuficiente para produzir. – Equipamentos com defeitos parados. – Ordem do que
será produzido se modifica constantemente. – Espaço para armazenagem é muito pequeno, fazendo necessário
muita movimentação para encontrar lugar para estocagem atrasando também o processo de produção.
Desorganização e falta de comunicação sobre os pedidos.
O ideal é propagar este pensamento de investigar os gargalos e procurar soluções para todos os equipamentos da
fabrica, pois, conforme observado não há condições de trocar todos os equipamentos ao mesmo tempo, se fazendo
necessário outras medidas paliativas em alguns casos.
Observou-se que as dificuldades para atingir as metas estão mais ligadas a defeitos e problemas de gestão e que
com reorganização os problemas poderiam ser solucionados. O ideal é reorganizar as metas de produção de
acordo com a capacidade produtiva da fábrica conforme demonstrado por Paranhos Filho (2007), restringindo todo
o sistema produtivo de acordo com sua capacidade total que é atribuída através do gargalo.
Respostas: Os entrevistados informaram que o item Conjunto de Potes de Mantimentos precisa de mais maquinas
do que existem na fabrica para serem produzidos, deixando muitas caixas abertas até terminar o processo,
semelhante as caixas sortidas. Os copos com decoração em hot transfer são produzidos e depois passam pela
maquina de decoração. Entretanto, por causa da demanda tanto de decorados como outras cores emperra a
entrega dos pedidos.
Conforme visualizado através do contato com o sistema produtivo e com as informações coletadas com os
entrevistados, seria muito importante buscar maquinários mais rápidos (como aqueles portadores de mais
cavidades) e em um planejamento mais elaborado para auxiliar na resolução destes problemas, de acordo com
Goldratt (2006), é extremamente importante, pois, está entre os passos para solucionar as restrições do sistema.
Respostas: Os entrevistados informaram que a produção é feita em lotes e que por alguns problemas de preparação
na troca de moldes muitas vezes o processo fica parado e atrasa todo o processo. A ordem de produção depende
em grande parte dos casos precisa de todo o tempo disponível e o atraso se agrava.
Conforme o que foi coletado de informações este é um problema grave da empresa. Os moldes têm de ser trocados
e não há a preparação correta para isso. O ideal é que a troca de molde juntamente com a preparação da máquina
caísse para apenas alguns minutos através da ferramenta SMED, conforme Shingo (2000), com a correta
observação é possível chegar a este objetivo de incrível diminuição do setup.
O Quadro sintetizado de respostas indica O Objetivo Geral deste trabalho foi alcançado
resumidamente e de uma maneira mais por meio do levantamento dos gargalos e na
organizada as informações fornecidas pelos identificação das ineficiências da Produção
respondentes nos questionários e faz um da Empresa B com os conhecimentos
breve comentário sobre o cenário ideal para expostos nas ferramentas do Sistema Toyota
servir de comparativo sobre as práticas atuais de Produção. Os dados contidos nesta
e as que deveriam ser seguidas. pesquisa foram coletados nas visitas de
campo e entrevistas feitas com os dois
questionários semi-estruturados. O problema
5. CONCLUSÃO E ANÁLISE DOS foi resolvido através da busca dos
RESULTADOS conhecimentos das ferramentas
apresentadas, seguindo os passos dispostos
Este artigo buscou diagnosticar os gargalos
para encontrar os gargalos estudando o
do Sistema Produtivo da Empresa B, para isso
processo para indicar como seriam
foram explorados na parte da pesquisa
diagnosticados os gargalos.
bibliográfica: o conceito das restrições como
ponto principal estando apoiada pelas onze Referente às ferramentas, a Empresa B
ferramentas do Sistema Toyota de Produção. demonstrou pouco conhecimento e a tentativa
Logística - Volume 2
58
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Logística - Volume 2
60
Capítulo 6
Resumo: Este artigo tem como finalidade discorrer sobre as aplicações da Análise
de Riscos para o transporte rodoviário de carga geral realizado por empresas de
transporte. Pretende-se identificar perigos e avaliar riscos que possam
comprometer a carga, o veículo e o motorista, auxiliando na tomada de decisão e
na implantação de medidas em favor da segurança neste tipo de transporte.
Adotou-se como metodologia a pesquisa de revisão bibliográfica, com abordagem
qualitativa. Demonstra-se a possibilidade de aplicação dos principais métodos de
análise de riscos na área de transporte rodoviário de cargas em geral, tratando-os
como processos separados. Por fim, discute-se sobre os principais métodos de
rastreio de cargas, com o intuito de evitar os roubos de carga, tão recorrentes em
nosso país. Conclui-se que a adoção de medidas preventivas com base no
gerenciamento e análise de riscos pode minimizar os danos e prejuízos
relacionados aos roubos de cargas.
Logística - Volume 2
61
simples. Porém, com a invenção da máquina logística um papel ainda mais relevante, ao
a vapor, começa-se a construir navios, que entregar os produtos comercializados no
apresentam custos mais atraentes para os menor tempo possível, ao menor custo e sem
comerciantes e compradores: riscos.
Os povos ribeirinhos e litorâneos lidavam com Assim, o estudo do transporte de cargas
outro tipo de problema: a transposição das tomou o cunho sistêmico de especialização
águas. Para isso aprenderam a construir científica, buscando-se entender e analisar
jangadas, barcos de papiro, juncos e outras todas as variáveis envolvidas para melhor
embarcações rudimentares, movidas pela atender às complexas necessidades
força dos braços (remo) ou impulsionadas decorrentes das transações comerciais
pelo vento (vela), destinadas ao transporte de locais, regionais e internacionais.
pessoas e cargas. Com o advento da (RODRIGUES, 2007, p. 16).
Revolução Industrial, a invenção da máquina
Hoje, os componentes de diversos produtos
a vapor e a substituição da madeira pelo aço
são fabricados em países onde o custo é
possibilitaram a construção de embarcações
reduzido, sendo enviados para montagem em
cada vez maiores, barateando os custos do
outros países e, ainda, podendo ser vendidos
transporte sobre as águas (RODRIGUES,
em todo o mundo.
2007, p. 15-16).
Desse modo, a logística de transporte assume
Após isso, outro importante passo é iniciado
papel fundamental, devendo ter o máximo de
no desenvolvimento dos meios de transporte
eficiência ao menor custo.
de carga, com a invenção das aeronaves:
É preciso, ainda, considerar que as grandes
No início do século XX, após a consolidação
populações estão concentradas em áreas
de máquinas voadoras mais pesadas que o
urbanas situadas longe dos locais de
ar, o Homem passou a transportar
produção de alimentos, matérias-primas e
mercadorias também via aérea, sempre que a
produtos, além da questão do descarte ou
imperiosidade de rapidez no transporte
lixo produzido. Em todos esses casos, sendo
privilegiava a relação custo x benefício, em
necessária uma logística que permita o rápido
especial no caso de mercadorias facilmente
fluxo de produtos e materiais, de maneira
perecíveis.
sustentável.
Atualmente, o transporte tornou-se
A atividade de transporte é instrumento
fundamental para a sociedade, permitindo o
essencial para o funcionamento de qualquer
fluxo de pessoas e mercadorias em tempo
economia, desde as economias embrionárias
cada vez menor, favorecendo o crescimento
dos tempos primitivos até a complexidade do
econômico até mesmo das regiões mais
mundo moderno, onde se evidencia, cada dia
afastadas, que passaram a oferecer e
mais, a tendência de formação de um
comprar produtos e serviços de qualquer
mercado único com uma economia
parte do globo terrestre, com discorre
globalizada. (RODRIGUES, 2007, p.16).
Rodrigues (2007, p. 16):
A expansão dos mercados exige meios mais
Hoje há uma clara percepção que o
rápidos e seguros para o transporte,
transporte está diretamente relacionado ao
requerendo a criação de novos métodos que
desenvolvimento da civilização moderna,
assegurem essa eficácia.
integrando o perfeito funcionamento de
qualquer sociedade; serve também como O processo de globalização favoreceu a
instrumento básico de fomento para o interligação dos negócios de diferentes
desenvolvimento econômico de uma região, continentes, quebrando barreiras que
viabilizando os processos de trocas de impulsionaram a evolução dos transportes,
mercadorias entre as regiões produtoras e as bem como a expansão econômica das
consumidoras. Sabe-se que sua nações, pois passaram a vender produtos
indisponibilidade pode inviabilizar uma região exclusivos de cada região para todo o
produtora, mesmo quando há fortes mundo.
demandas desses produtos em outros locais.
A vultuosidade destes negócios pode ser
Mediante à importância crescente dos identificada nos números apresentados pelas
transportes de carga na sociedade atual, grandes empresas de transporte, como
principalmente com a expansão dos negócios observam Santos Neto e Ventilari (2004, p.
por meio da internet, concentra-se na esfera 55), “o transporte marítimo internacional de
Logística - Volume 2
63
longo curso, rende cerca de R$ 100 bilhões atacadista e varejista, mudanças, cargas
por ano, mostrando a total importância do perigosas, perecíveis, inclusive materiais
transporte como um forte aliado para a perigosos, além dos contêineres que são
economia mundial”. levados aos portos.
Há, ainda, a cabotagem, que é o transporte Conforme Garcia (2002) as empresas que
marítimo nacional, que também é muito atuam no ramo de transporte e logística
utilizado. Nesse sentido, destacando-se o constantemente buscam formas de para
transporte Intermodal que nada mais é que a assegurar a confiabilidade e rentabilidade em
movimentação transporte de produtos com suas operações de transporte de carga.
dois ou mais modos de transporte, de modo
Para minimizar os riscos e prejuízos
que a mercadoria chegue até seu destino
decorrentes do roubo de carga, os
sem alteração nas condições da carga
embarcadores e as transportadoras
(RODRIGUES, 2007).
necessitam adotar medidas preventivas para
A participação do Transporte Rodoviário de assegurar a integridade do seu transporte,
Cargas (TRC), no Brasil, representa 62,4% do dentre as quais, destaca-se a implantação
transporte nacional de cargas (CNT, 2002). O dos serviços de gerenciadores de risco, como
TRC é realizado por empresas de transportes, afirma Moura (2005, p. 28):
geralmente pessoas físicas prestadoras de
O Gerenciamento de Risco consiste no
serviços a terceiros com veículo próprio
planejamento das ações de prevenção de
(carreteiros), transportadores individuais
riscos operacionais relacionados à segurança
(pessoas físicas que utilizam veículos
das cargas transportadas, objetivando reduzir
próprios, mas que têm outra atividade
e minimizar o índice de sinistros, garantir a
principal. Exemplo: empreiteiro, fazendeiro,
qualidade dos serviços prestados e o
sitiante etc). Além desses, há as empresas de
cumprimento dos prazos de entrega
carga que atuam com frota própria ou
contratados.
terceirizada, para o transporte rodoviário de
bens ou produtos produzidos em suas A movimentação de cargas é volumosa,
atividades principais, que podem ser intensa e diversificada, sendo que nesse tipo
industriais, comerciais, agrícolas, dentre de transporte é observado o aumento das
outras. situações de risco de avarias, roubos e
assaltos de mercadorias, impedindo a
No Brasil, os índices de roubos de cargas são
chegada no destino da maneira programada
alarmantes, segundo o SETCESP (Sindicato
e esperada pelo consumidor.
das Empresas de Transporte de Cargas de
São Paulo e Regiões), que mantém registros O gerenciamento de risco no transporte
deste tipo de ocorrência em seu site, a partir rodoviário de carga requer a adoção de
de dados da Secretaria de Segurança do diversas técnicas e medidas preventivas para
Estado de São Paulo, enquanto o NTC - identificar, avaliar, evitar ou reduzir as
Associação Nacional do Transporte de consequências de perdas ou danos
Cargas e Logística apresentam dados decorrentes de problemas no transporte de
nacionais. mercadorias, mantendo a integridade e
segurança do produto desde o recebimento
De acordo com o SETCESP (2015), no ano de
pela transportadora até a sua entrega no
2014, o número de ocorrências de roubos de
destino final, dentro do prazo previsto.
carga no Estado de São Paulo foi de 8.510,
(SOUZA, 2006)
com média mensal de 717,50 casos; no
primeiro semestre de 2015, as ocorrências Em geral, os riscos têm sido relacionados aos
foram de 4.422, com média mensal de 737 roubos de cargas, o que se tornou mais
casos. Os dados de 2015 já representam um comum a partir da década de 1980. Por isso,
aumento de 2,72% em comparação à média na época, foi criada a taxa adicional de
mensal do ano anterior. As regiões de maior emergência (ADEME), com caráter provisório,
concentração é a capital e demais municípios por se acreditar que o aumento dos roubos
da região metropolitana, com 82,54% das de cargas seria uma situação passageira,
ocorrências. porém, o que ocorreu foi o aumento, ano após
ano, dos índices de roubos de cargas.
Os tipos de cargas movimentadas são de
todo tipo, atendendo às indústrias e empresas Com isso, os transportadores e embarcadores
de todos os nichos de mercado, comércio que, antes, tinham apenas a preocupação de
Logística - Volume 2
64
escolher a melhor rota, para que a mercadoria Nos últimos anos têm aumentado os índices
chegasse ao seu destino no menor prazo de roubos de cargas, levando as empresas
possível, passaram a ter que aumentar a transportadoras a investir não apenas na
segurança, com investimentos cada vez mais prevenção, mas também no gerenciamento
altos e sofisticados para a prevenção e de riscos.
minimização dos riscos.
Segundo dados da CNT – Confederação
Segundo Brasiliano (2010, p.11): Nacional dos Transportes (2015), os prejuízos
com roubos de cargas chegaram a 1 bilhão,
O Gerenciamento de riscos é o conjunto de
no ano de 2013. Em 2014, observou-se um
ações que visa impedir ou minimizar as
aumento de 16% nos roubos de cargas em
perdas que uma empresa pode sofrer tendo
relação ao ano anterior, gerando prejuízos de
suas cargas roubadas, sem falar na
mais de 2 bilhões, tanto em cargas quanto em
possibilidade de perda de vidas. Porém,
caminhões que não foram recuperados. Há
através de um programa de prevenção de
necessidade de um trabalho integrado entre
perdas são estudadas medidas para
Polícia Federal e transportador, para coibir
administrar e/ou reduzir a freqüência e
este tipo de crime (CNT, 2015).
abrandar a severidade dos danos causados.
Gráfico 1 - Roubo de cargas no Brasil - Evolução anual de ocorrências (Dados estimados - rodovias
e áreas urbanas)
Logística - Volume 2
66
Como se observa no gráfico 2, as regiões sul Rodovia Presidente Dutra, Anhangüera, BR-
e sudeste são as que apresentam maior 116, Fernão Dias, Castelo Branco dentre
número de ocorrências, principalmente nas outras (SETRANS, 2011).
rotas por onde trafegam caminhões, como a
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o usuário pode restringir a identificação dos indesejável (Morgado e Souza, 2000 apud
riscos aos fatores já listados (PMI, 2000; ALMEIDA, 2005).
Machado, 2002 apud ALMEIDA, 2005).
Conforme Almeida (2005), a construção da
Na Árvore de Causas as ações estão Árvore de Causas requer a completa
vinculadas, por isso se ocorre algo reconstituição do evento adverso, com
indesejável em determinada atividade, isso detalhes suficientes para permitir um
gera efeitos negativos em outras. Trata-se de diagnóstico preciso e confiável.
um método sistemático de análise sobre as
A Árvore de Causas possibilita a identificação
possíveis causas de um evento adverso, que
da situação que gerou o evento indesejável,
propõe medidas adequadas à sua prevenção.
porém a maior dificuldade se encontra em se
Também, permite avaliar eventos contrários
conhecer todas as ações envolvidas no
ao planejado. A sua representação é gráfica e
evento danoso.
apresenta a possível causa do evento
Os estudos sobre a Árvore das Causas De acordo com Morano (2003 apud
concordam sobre a eficácia do método para a ALMEIDA, 2005), a Árvore de Decisão é um
prevenção de eventos que se fogem ao processo simples que favorece a tomada de
planejamento, destacando-se que a análise decisão e, para isso, sua elaboração deve
acurada e o conhecimento do objeto desta considerar alguns fatores: a Árvore deve ser
análise pela equipe de projeto tornam-se de simples compreensão e a modelagem do
fundamentais (CUOGHI, 2006). problema deve ser adequada ao mesmo,
permitindo que os resultados sejam claros e
Almeida (2005) ressalta que a tomada de
confiáveis.
decisão deve ser realizada com muito critério,
o que envolve a consideração de diversos Segundo Corrar (1993 apud SILVA, 2002), o
aspectos, cada um a respeito de uma Método de Monte Carlo foi criado em 1940
dimensão particular do problema analisado, para analisar problemas em reatores
que se tornam indicadores importantes para a nucleares e teve grande aplicação durante a
melhor tomada de decisão mediante Segunda Guerra Mundial.
problemas mal definidos e multidimensionais,
O conceito básico da Simulação de Monte
ao invés de apenas uma função objetivo
Carlo é simular possíveis cenários a partir de
unidimensional.
um mecanismo gerador de dados (processo
Uma Árvore de Decisão é uma representação estocástico) para a variável aleatória de
de um procedimento decisório para a interesse. Além disso, a técnica de Monte
determinação de uma determinada instância Carlo visa reproduzir, a partir de uma
(Utgoff apud AVEN, 2003). amostra, o contexto geral. É uma técnica de
simulações que utiliza probabilidade para
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Logística - Volume 2
73
Capítulo 7
Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
77
seus impostos para receber em troca os Durante a sessão pública, os licitantes serão
serviços públicos. informados, em tempo real, do valor do menor
lance oferecido, podendo oferecer outro de
Da igualdade: O gestor não pode incluir
menor valor, recuperando ou mantendo a
cláusulas que restrinjam ou frustrem o caráter
vantagem sobre os demais licitantes,
competitivo, favorecendo a um em detrimento
podendo baixar seu último lance ofertado.
de outros, que acabam por beneficiar, mesmo
que involuntariamente, determinados O pregão na sua forma eletrônica traz muitos
participantes. benefícios na sua utilização para a
Administração Pública, pois produz maior
Da publicidade: Transparência do processo
competitividade, redução burocrática,
licitatório em todas as suas fases.
transparência e menor custo, para as
Da eficiência: O gestor público deverá empresas licitantes traz maior oportunidade
alcançar a eficácia, atingir o resultado de negócio, transparência e menor custo e
planejado. para a População do País ele reduz o custo e
prazo da disponibilização dos serviços
Da probidade administrativa: O gestor deve
públicos, isto é, mais serviços
ser honesto em cumprir todos os deveres que
disponibilizados para a sociedade e
lhe são atribuídos por força da legislação.
transparência dos processos.
Da vinculação ao instrumento convocatório: A
O Pregão Eletrônico proporciona impacto nas
administração, bem como os licitantes, ficam
contratações governamentais, com grandes
obrigados a cumprir os termos do edital em
vantagens aos entes públicos, com suas
todas as fases do processo.
características de celeridade,
Do julgamento objetivo: Pedidos da desburocratização, economia, ampla
administração em confronto com o ofertado divulgação e publicidade e eficiência na
pelos participantes devem ser analisados de contratação (FONSECA, 2013).
acordo com o que está estabelecido no edital,
Para que o pregão ocorra é necessário que
considerando o interesse do serviço público e
tenham pessoas capacitadas para realizar o
os fatores de qualidade de rendimento,
certame em todas as suas fases, desta forma
durabilidade, preço, eficiência, financiamento
o Pregão é conduzido pelo Pregoeiro
e prazo.
auxiliado pela Equipe de Apoio.
Ao tratar-se de pregoeiro Vasconcelos (2013)
2.6. PREGÃO ELETRÔNICO afirma que a esse será dada a função de
conduzir os procedimentos formais da
O Pregão na forma eletrônica é realizado em
licitação. A ele serão imputados os atos
sessão pública, utilizando tecnologia da
administrativos, para formalizar decisões e
informação que promove a comunicação pela
responder por elas. Porém, o certame não
internet. É um procedimento que permite aos
contará apenas com o pregoeiro. Será ele
licitantes encaminhar seu lances somente por
assessorado por uma equipe de apoio
meio eletrônico.
também composta por servidores. Fornecer
O Pregão Eletrônico trata-se de uma das subsídios e informações relevantes, agilizar o
formas de realização da modalidade licitatória procedimento e verificar documentos, serão
de pregão, apresentando as regras básicas algumas das tarefas desses assessores, que
do Pregão Presencial, com procedimentos darão maior agilidade e velocidade ao
específicos, caracterizando-se especialmente certame.
pela ausência da “presença física” do
O pregoeiro é o servidor encarregado de
pregoeiro e dos demais licitantes, uma vez
conduzir o Pregão desde a análise das
que toda interação é feita por meio de sistema
propostas, condução dos procedimentos
eletrônico de comunicação pela Internet,
relativos aos lances, análise dos recursos e
possuindo como importante atributo a
indicação dos vencedores do certame e a
potencialização de agilidade aos processos
equipe de apoio deverá auxiliá-lo em todas as
licitatórios, minimizando custos para a
fases do processo licitatório.
Administração Pública, estando cada vez
mais consolidado como principal forma de Homologada a licitação, o fornecedor
contratação do Governo Federal (FONSECA, vencedor será convocado para retirar nota de
2013). empenho e/ou assinar o contrato no prazo
definido em edital.
Logística - Volume 2
78
Figura 1: Simbologia
Arquivo temporário
Arquivar, armazenar, encerrar, ordenar, etc.
Arquivo permanente
A colocação dos verbos deve ser na terceira Não existe uma regra para definir o
pessoa do singular presente do indicativo nível de detalhamento adequado para o
(exemplo: guarda) ou no infinitivo impessoal fluxograma. O ideal é que se construa um
(exemplo: guardar). macrofluxograma considerando um tipo de
visão (por área, departamento, informação).
Segundo Farias (2013), durante a elaboração
Posteriormente, por módulos, efetuando o
do fluxograma, devem ser observados alguns
detalhamento de cada um deles;
cuidados:
Não se esqueça que o excesso de
Inicie fazendo um rascunho da visão
detalhes pode complicar mais do que
global do sistema, você estará contemplando
explicar.
o sistema na íntegra;
A comunicação deve seguir a direção
Quando o rascunho estiver pronto,
natural de leitura, de cima para baixo e da
discuta-o com os demais colaboradores;
esquerda para a direita;
Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
81
compras dos 21 Campi que fazem parte da composta pelos servidores da Comissão de
rede IFSC, onde cada Câmpus vai levantar as Licitação do Câmpus.
sua demanda junto aos setores interessados
Homologação do Pregão Eletrônico: Com o
naquele processo que esta em andamento.
encerramento do PE, através da adjudicação
Cadastro da Requisição: Com o levantamento do pregoeiro, é solicitada a Reitora do IFSC
de demanda finalizado no prazo estipulado que homologue o certame com as empresas
pelo Câmpus responsável pelo processo, os licitantes vencedoras.
setores de compras de cada Câmpus vão
Assinatura da Ata: Após a homologação do
cadastrar as suas requisições, que é incluir as
PE, os licitantes vencedores serão
suas demandas no sistema de gerenciamento
convocados para a assinatura da ATA do
do IFSC, o SIPAC. SIPAC: Sistema Integrado
Pregão Eletrônico. Estando a partir deste
de Patrimônio, Administração e Contratos do
momento aptos a fornecer o material ou
IFSC.
serviço objeto do processo.
Compilação das Requisições: Com o auxilio
Solicitação de Pré-empenho: Com as
do SIPAC, o Câmpus responsável pelo
empresas aptas a fornecer os
processo extrai as demandas de todos os
materiais/serviços, os setores de cada
Campi interessados em adquirir materiais no
Câmpus que precisem adquirir estes produtos
processo licitatório.
podem solicitar o pedido do material bem
Orçamentação: Com a lista das demandas de como o pré-empenho para pagamento junto
todos os Campi, o setor de compras irá ao setor de finanças do seu Câmpus.
realizar a orçamentação de cada item
Pré-empenho: É uma reserva orçamentária
pertencente ao processo. Estes orçamentos
realizada pelo setor de finanças da instituição,
servem para formar o preço de referência de
com o valor a ser pago futuramente à
cada item. Serão buscado 3 orçamentos para
empresa licitante ganhadora.
cada item da licitação, onde estes preços não
podem ser discrepantes entre si em 35% nem Envio da AF e Nota de Empenho: Com a
para cima e nem para baixo. reserva orçamentária realizada, será realizado
o pedido dos materiais/serviços para a
Montagem do Processo Licitatório: Concluída
empresa vencedora do certame. Para isso
a orçamentação é realizada a montagem do
será enviado para a empresa a AF -
processo, pois alem da sua inserção no
Autorização de Fornecimento e Nota de
sistema SIPAC, é obrigatório a montagem do
Empenho que é a obrigação de pagamento
Processo Físico seguindo todos as exigência
da instituição com a empresa licitante.
legais, e anexando todos os documentos
necessários. Entrega do Material/Serviço: Com a AF e Nota
de Empenho em mão a empresa licitante
Análise e Parecer Jurídico: Com o termino da
vencedora fará a entrega do material no setor
montagem do processo ele será enviado para
de Almoxarifado e Patrimônio do Câmpus
a Reitoria, onde será realizada a analise do
solicitante.
processo e receber o parecer jurídico para
dar continuidade ao certame. Liquidação: Finalização do processo
licitatório. Com a entrega do material no setor
Abertura do Edital: com todas as etapas
de Almoxarifado e Patrimônio e a sua
anteriores concluídas, a Reitoria realiza a
conferência, a empresa licitante emitirá a nota
abertura do Edital de Licitação, que é a
fiscal e enviará ao setor de finanças do
publicação deste documento para que todas
Câmpus que efetuará o pagamento.
as empresas interessadas possam se
inscrever e participar do processo licitatório. Estas 15 fases apresentadas do processo de
Lembrando que serão cumpridos todos os compras do IFSC, demonstra a complexidade
prazos definidos em Lei e no Edital. que é, a aquisição de matérias ou serviços
pela administração pública, também podemos
Pregão Eletrônico: Decorrido todos os prazos
observar que o fluxo do processo segue um
definidos em lei e estipulados pelo edital, é a
rito pré-determinado que não deve ser
hora de fazer a abertura do Pregão Eletrônico
alterado sob pena de causar alguma
no dia e hora marcada no Edital. A
irregularidade na licitação e inviabilizar a
operacionalização do PE é realizada pelo
aquisição dos materiais/serviços necessários
Pregoeiro nomeado e a Equipe de Apoio
para a instituição.
Logística - Volume 2
82
Logística - Volume 2
83
coleta de dados e a observação participante Com foco no objetivo geral desta pesquisa
foram facilitadas pela interação que já existia que era elaborar um Fluxograma do Processo
entre o pesquisador e os demais integrantes de Compras no Instituto de Educação,
do setor. Ciência e Tecnologia de Santa Catarina,
concluímos que obtivemos êxito na proposta
Inicialmente nossa conclusão é que obrigação
inicialmente apresentada, pois conseguimos
de realizar um processo licitatório para
de maneira clara e objetiva compreender
aquisição de bens e serviços pela
todos os passos que percorrem este processo
Administração Pública representa ter mais
na instituição.
controle dos atos do poder público e clareza
nas contratações, além de tornar as Precisamos ressaltar que não podemos
aquisições mais ágeis, econômicas, encerrar este estudo aqui, se faz necessário
transparentes e eficientes. que esta pesquisa tenha aprofundamento, e
que posteriormente possam ser identificados
Foi possível verificar que durante a realização
possíveis problemas que possam vir a ocorrer
desta pesquisa o IFSC, além de seguir o que
em etapas apresentadas deste fluxo, e que
determina a lei para as suas aquisições,
para isso aconteça este trabalho seja
também possui especificidades que são
apresentado a gestão do IFSC para que
inerentes da instituição neste complexo
possa de forma conjunta com os servidores
processo de compras, e que a realização
responsáveis pelas licitações, melhorar o
destes processos em rede facilita e prima
processo de compras da instituição.
pela economia do dinheiro público.
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tipo menor preço, realizar-se-á quando a
de 2002 que instituiu, no âmbito da União,
disputa pelo fornecimento de bens ou
Estados, Distrito Federal e Municípios, nos
serviços comuns forem feitos à distância em
termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição
sessão pública, por meio de sistema que
Federal, modalidade de licitação denominada
promova a comunicação pela internet.. Diário
pregão, para aquisição de bens e serviços
Oficial [da] República Federativa do Brasil,
comuns. Diário Oficial [da] República
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Logística - Volume 2
85
Capítulo 8
Filipe Quelhas
Abstract: Although there are reports in the literature about the advantages and
disadvantages obtained with the application of tracking technology in road
transportation of cargo, one realizes that the investigation into the use of these is still
a gap, especially in relation to the impact on the use of these technologies in view of
the shippers. In this sense, the objective of this study was to analyze the use of
vehicle tracking technology can influence the level of service in the trucking industry
loads, from the perspective of shippers.
Logística - Volume 2
87
estoques elevados. Trata-se de um processo constante, que não oscila com as flutuações
bastante complexo que envolve várias áreas de venda. A mão-de- obra pode ser mantida
da empresa. Todos devem falar a mesma em níveis estáveis e os custos de preparação
língua e estar voltados ao mesmo objetivo. É de lotes podem ser diminuídos.
bem verdade que o objetivo de todas as
Economia de escala nas compras e no
empresas é obter lucro e isso não implica
transporte: Muitas vezes, pequenos lotes de
somente em manter um alto volume de
compra são gerados para satisfazer
vendas.
necessidades de produção ou para
As empresas podem apesar de possuírem um abastecimento direto a clientes a partir da
alto volume de vendas não obterem a margem manufatura. Isto implica maiores custos de
de lucro esperada em função de estarem com frete, pois não há volume suficiente para obter
desperdícios, elevando os custos bem acima os descontos oferecidos aos lotes de grande
do previsto. porte. Entretanto, uma das finalidades do
estoque é possibilitar descontos no transporte
Para isso é necessário que as políticas
pelo emprego de lotes equivalentes à
estejam definidas de forma clara e possuam
capacidade dos veículos, gerando assim
caráter participativo. Independente da forma
fretes com menor custo unitário. De modo
de gestão adotada pela empresa, que vai
similar, menores preços podem ser obtidos na
variar em função das particularidades da
compra de mercadorias em quantidades
mesma, os princípios básicos para uma boa
maiores que as demandas imediatas.
gestão de estoque não se alteram.
Proteção quanto a aumentos de preços: Bens
comprados em mercados abertos têm seus
2.2 CONCEITO E IMPORTÂNCIA DOS preços ditados pela curva de oferta e
ESTOQUES demanda. Minérios, produtos agrícolas e
petróleo são bons exemplos. Compras podem
Segundo Moreira (2002, p. 463) estoque é
ser antecipadas em função de aumentos
“quaisquer quantidades de bens físicos que
previstos nos preços. Isto acaba criando
sejam conservados, de forma improdutiva, por
estoques que, de alguma forma, deve ser
algum intervalo de tempo”. Assim, compõem
administrado pelo pessoal de logística.
os estoques, tanto os produtos acabados que
aguardam venda ou despacho, como Proteção à empresa quanto às incertezas na
matérias-primas e componentes que demanda e no tempo de ressuprimento: Na
aguardam utilização na produção. maioria das ocasiões não é possível prever,
de forma precisa, as demandas de produtos
O mesmo autor realça que os estoques
ou tempos de ressuprimento no sistema
possuem uma série de finalidades, dentro das
logístico. Para garantir disponibilidade de
quais se destacam:
produto, deve-se manter um estoque
Melhoria no nível do serviço oferecido: adicional (estoque de segurança). Estoques
Estoques auxiliam a função de marketing a de segurança são adicionados aos estoques
vender os produtos da empresa. Estes podem regulares para atender as variações positivas
ser localizados mais próximos aos pontos de da demanda. - Segurança contra
venda e com quantidades adequadas. Isto é contingências Greves, incêndios e
vantajoso para clientes que precisam de inundações são apenas algumas das
disponibilidade imediata ou possuem “curto” contingências que podem atingir uma
tempo de ressuprimento. Para a firma empresa. Manter estoques de reserva é uma
fornecedora, isto significa vantagem maneira de garantir o fornecimento normal
competitiva e menores custos de vendas nessas ocasiões.
perdidas, especialmente para produtos
Com base nas premissas anteriores e
particularmente elásticos quanto ao nível de
segundo Ballou (1998), constata-se que os
serviço. O marketing também pode beneficiar-
estoques exercem, basicamente, três
se da disponibilidade constante do produto,
funções:
mesmo quando a oferta é sazonal.
Função especulativa: Estoque formado como
Incentivo econômico na produção: O mínimo
forma de investimento ou proteção contra
custo unitário de produção geralmente ocorre
aumento de preços. Teoricamente, sua
para grandes lotes de fabricação. Estoques
formação não é uma atribuição normal e
agem como amortecedores entre oferta e
rotineira da gerência de estoques. Supõe a
demanda, possibilitando uma produção mais
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Logística - Volume 2
91
esta parte da filosofia JIT, a palavra de just in time for aplicado em todas as
"Kaizen" (Kai: mudar, Zen: melhor; etapas do processo não existirão estoques
melhoria contínua ou aprimoramento nem espaços para armazenagem, eliminado
contínuo), que denota a necessidade os custos de inventário. Terão de esperar,
de um constante aprimoramento das também, ganho s de produtividade, aumento
rotinas de trabalho. Através da da qualidade e maior capacidade de
observação quando da ocorrência de adaptação a novas condições. (MOURA,
erro pode-se tirar lições preciosas 2006).
para a eterna busca do estado ideal.
O mesmo autor afirma que para que o sistema
A estratégia Kaizen, segundo Lefcovich funcione é indispensável que todas as peças
(2004) prevê além do desperdício de que fluem de uma célula para outra sejam
transporte, movimento e estoque outros perfeitas. E os erros facilmente detectados
possíveis desperdícios: quando se trabalha com pequenas
quantidades. Assim, a responsabilidade pela
a) Desperdício de oportunidades: Ou por
qualidade está na fonte de produção.
falta de informação, má planificação,
incapacidade de direção, ou falta de Para que as diversas células de produção se
recursos materiais ou humanos uma empresa mantenham conectadas é necessário um
pode perder importantes oportunidades sistema de informação. Este sistema é
geradas no ambiente externo. É obrigação denominado Kanban1 (produção puxada) e
dos diretores de planificar as ações a serem corresponde ao nome dado às tarefas
efetuadas para aproveitar as oportunidades necessárias para a produção do movimento
que podem ser oferecidas em certas cenas de peças ao longo do processo. A produção
econômicas - sociais - tecnológicas e torna-se puxada ao invés de empurrada como
políticas. numa indústria tradicional. (MOURA, 2006).
Desperdício de potencial da empresa: A má Estes devem localizar-se perto dos seus
planificação, a ausência de inventários principais clientes industriais e desenvolver
permanentes dos Recursos Humanos, meios de transportes viáveis que garantam
má/desastrosa gestão de tesouro, são entregas antecipadas. Para minimizar o tempo
designadamente as razões pelas quais não se despendido com novas encomendas, torna-se
aproveita plenamente o potencial da empresa precioso recorrer as novas tecnologias para
para produzir benefícios econômicos e de implementar sistemas de compra on-line. Isto
posicionamento. reduz os custos de transação, obrigando os
fornecedores a praticar preços competitivos.
Desperdício de clientes e consumidores: Por
(MOURA, 2006).
não fazer caso às suas propagandas, não
tomar em consideração as suas sugestões, O JIT possui também alguns requisitos de
não prestar um serviço de qualidade, não caráter social relacionados com a valorização
estudar devidamente as suas necessidades e do fator humano. Os grandes responsáveis
desejo uma grande quantidade de empresas pelo êxito ou pelo fracasso da implementação
perde dia após dia o seu bem mais avaliado do just in time são sempre os diretores. A eles
"o cliente". cabe a missão de reduzir distâncias
hierárquicas e criar um clima de participação
de todos, assegurando o cumprimento dos
2.3.1 FUNCIONAMENTO DO JIT objetivos em causa. (MOURA, 2006).
Baseada na eliminação de perdas e na 1 O sistema kanban (cartão ou registro visível
melhoria continua da produtividade envolve a em japonês) utiliza cartões para controlar e
execução com sucesso de todas as programar a produção e o uso de estoques.
atividades de manufatura necessárias para Os cartões, de papel ou plástico, têm a
gerar um produto final, desde a engenharia função de sinalizar a autorização para alguma
do produto até a entrega de matéria-prima em atividade de produção ou de reposição de
clientes. estoque. Há vários tipos de cartões utilizados
no kanban: Cartões que autorizam produção;
Estoques são úteis por protegerem o sistema
Cartões que autorizam fornecimento; Cartões
produtivo de problemas que podem ocasionar
que autorizam movimentação de estoques de
a interrupção de fluxos de produção (falta de
uma posição para outra. Além disso, os
produtos), mas acarretam em custos de
cartões podem ter cores diferentes para
manutenção desnecessários. Se o conceito
Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
93
Interface Interface
Produção Logística Marketing
Produção- Logística Marketing- Logística
Planejamento da
Plano de Produção Gestão dos estoques Níveis de serviço Promoção
Produção
Movimentação de Localização de Processamento de Determinação de Pesquisa de
materiais instalações pedidos preços mercado
Manutenção dos Armazenagem e Gerenciamento das
Compras Embalagem
equipamentos movimentação equipes de venda
Transporte do Localização de
Gestão da qualidade
produto acabado facilidades
Fonte: Ballou (2005).
Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
95
Por falta de maiores informações, por especificações muito particulares, que exigem
exemplo, uma porcentagem sobre o total dos controles específicos, com custos mais
custos diretos, normalmente 20%. Somam-se elevados.
assim todos os custos diretos de um setor (um
depósito, por exemplo), aplica-se
determinada porcentagem (digamos, 20%), e 3.2.1 CUSTO BASEADO EM ATIVIDADES
o resultado é adotado como uma estimativa
O método de custeio ABC foi desenvolvido
aproximada do custo de administração, que é
para permitir a apropriação e a alocação mais
um custo indireto. É claro que uma estimativa
correta dos custos às atividades da empresa
desse tipo, bastante arbitrário por sinal, deixa
e, dessas, aos serviços oferecidos aos
muito a desejar.
diversos clientes. O nome ABC vem de
Considerando os custos histórico e orçado, já Activity Based Costing, ou custeio baseado
que as vantagens e desvantagens em adotar em atividades.
um critério ou outro, uma situação
Segundo Cokins (1996), os objetivos do
intermediaria talvez seja uma boa situação.
método ABC são basicamente:
De fato, pode-se utilizar o método de custo
orçado, mas levantando na empresa valores -Reduzir ou eliminar as atividades e
mais realistas para os índices sensíveis. Ou os custos que adicionam pouco valor
empregando metodologia mais precisa, aos serviços oferecidos;
atualizada, como a do método de custeio
ABC.
-Aumentar a eficiência e a eficácia
das atividades que agregam valor
Um terceiro tipo de apropriação de custos, para os clientes;
geralmente utilizado em condições
-Ir às raízes dos problemas e corrigi-
específicas, é o custo-padrão. Em certas
los, lembrando que custos excessivos
condições, fica muito difícil adotar qualquer
são sintomas que encobrem
das metodologias anteriormente analisadas
deficiências diversas;
(custo histórico ou custo orçado). Isso ocorre
normalmente quando a tecnologia ou o -Eliminar as distorções causadas por
método de operação é novo, não havendo falhas na interpretação das relações
dados confiáveis para servir de base à entre causas e efeitos, levando a
estimativa dos custos. Por exemplo, alocações errôneas de custos.
suponhamos que a transportadora resolva
Segundo Kaplan e Cooper (2000), duas
testar a utilização de gás natural para
regras simples permitem esclarecer se a
movimentação de seus veículos. Para isso,
utilização do método de custeio ABC é
adapta dois caminhões com motor a gás,
vantajoso ou não.
realiza um projeto-piloto de monitoramento e
registro de dados, durante determinado -Em primeiro lugar, deve-se verificar
período de tempo. Ao fim, dessa operação- se a empresa apresenta setores ou
piloto, a empresa terá um conjunto de dados funções com gastos elevados de
sistematizados, que lhe permite estimar, em recursos indiretos ou de suporte. É
uma primeira avaliação, os custos unitários importante verificar também se esses
desse novo sistema. Tendo assim valores gastos vêm crescendo ao longo do
unitários para servirem de base para tempo. Nos casos em que grande
comparação e decisões futuras referentes à parte dos gastos é formada por
nova tecnologia. custos diretos e é possível ligá-los aos
diferentes serviços por meio dos
Além dos custos operacionais fixos e de
métodos convencionais de custeio, a
administração, hoje é muito comum nas
utilização do método ABC é menos
empresas prestadoras de serviços a
justificada.
ocorrência de situações excepcionais,
freqüentes nesta era altamente competitiva, -Em segundo lugar, é importante
que exige respostas rápidas às solicitações verificar se a empresa apresenta
dos clientes. A empresa, muitas vezes, é consumo muito diversificado de
obrigada a atender grandes clientes, por insumos ou de processos e se
exemplo, que fazem pedidos emergenciais ocorrem classes de clientes muito
para entregas não programadas. Noutros diversas entre si. Por exemplo, a
casos, é solicitada a realizar serviços com empresa pode estar oferecendo
Logística - Volume 2
96
Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
99
Capítulo 9
Logísitica - Volume 2
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Logísitica - Volume 2
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Logísitica - Volume 2
102
Segundo Corrêa e Corrêa (2008), o objetivo A forma como isto é feito, deve ser eficiente
desses diagramas é apoiar o processo de nos custos e satisfazer as crescentes
identificação das possíveis causas-raízes de expectativas com relação ao serviço realizado
um problema. e disponibilidade do produto oferecido. Sendo
assim, a gestão de transporte outbound é a
responsável por contratar, planejar e
2.5 LOGÍSTICA monitorar o transporte dos produtos acabados
até seus clientes. Isso envolve contratação de
Logística é o processo de planejamento,
transportadoras, planejamento de rotas,
implementação e controle eficiente e eficaz do
monitoramento de entregas e
fluxo e armazenagem de mercadorias,
planejamento de trocas e devoluções.
serviços e informações relacionadas desde o
ponto de origem até o ponto de consumo,
com o objetivo de atender às necessidades
2.6.1 PROCESSO LOGÍSTICO DA
do cliente (Bowersox e Closs, 2001).
AUTOMOBILÍSTICA
Ching (1999) afirma que a logística moderna
Uma automobilística é basicamente dividida
deve alcançar toda a movimentação de
em 5 grandes setores, sendo eles
materiais, externa e interna à empresa,
estampagem, chaparia, pintura, montagem e
abrangendo a entrada de matéria-prima,
SCM (Supply Chain Management), este último
estoques, produção e distribuição até a hora
é dividido em logística inbound e outbound.
em que o produto é instalado nas prateleiras à
disposição do consumidor final. Portanto, A logística inbound é a responsável por todo
logística é a integração de: transporte, gerenciamento de suprimentos fornecidos
estoque, armazenagem, deslocamento de para a fabricação dos veículos, enquanto a
materiais, embalagens e informação. logística outbound é a responsável pelo
gerenciamento e distribuição de produtos
acabados. A logística outbound recebe o
2.6 LOGÍSTICA OUTBOUND veículo após ser concluída sua montagem e
faz o armazenamento no pátio. Após o veículo
A logística outbound ocorre após o processo
ser faturado, isto é, após ser vendido para o
produtivo, quando se inicia o planejamento da
cliente, ele é transferido para o pátio da
distribuição das mercadorias até os clientes
transportadora para ser coletado, formar
finais – ou seja, é todo o processo logístico
carga e assim ser transportado para o destino
que tem início quando a produção está
final conforme figura 1.
completa e precisa ser escoada.
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106
Analisando o gráfico 3, os veículos sedãs são de porta dianteira esquerda, também foi
os mais acionados com avaria no para- realizada uma estratificação dos dados de
choque, apresentando 76% das avarias de acionamento de seguro de avarias nesta
para-choque reclamadas pelos clientes. Pelas peça.
especificações destes modelos, direcionando
Desta estratificação temos a figura 4, dividida
atuar sobre o ângulo de ataque dos veículos
em quadrantes entre 1 a 9, com as principais
quando sobem nas carretas cegonha.
áreas da peça onde foram apontadas as
Como foi identificado que o segundo maior avarias.
problema acionamento pelos clientes é avaria
Pela figura 4 os quadrantes 3, 6 e 9 (região da figura pode-se perceber que as avarias mais
quina da porta) apresentam 93% do total de reclamadas são descascados na pintura de
avarias na porta dianteira esquerda. aproximadamente 3 mm à 10 mm.
A figura 5 contém quatro fotos de avarias
reclamadas nesta região da porta. Através da
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107
Gráfico 4: Gráfico de Pareto dos principais modelos com avarias na porta dianteira esquerda
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5. ANÁLISE DOS RESULTADOS pneu sobre este material, o veículo fica mais
alto, aumentando a distância entre o para-
Com a implementação das ações propostas,
choque e o piso da rampa. Com esta
foi possível observar mudanças importantes
informação foram realizados testes com
no processo que mostram a eficácia das
borrachões de pneu de caminhão e foi
ações. A utilização dos borrachões (placas de
constatado que com a borracha a distância
borracha sobre o piso da carreta) onde o
entre o para-choque e o piso da carreta
para-choque é raspado no piso, ao passar o
triplicou conforme figura 8.
Figura 8: Comparação da distância entre o para-choque e o piso da carreta com ou sem borrachão
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110
Figura 10: Ilustração da carreta em posição de remoção dos veículos da plataforma superior
Pelo fato das carretas possuírem estruturas interior. Esta almofada possui a função de ser
diferentes umas das outras e o veículo na fixada à porta (por magnetização) e proteger
plataforma superior, por exemplo, possui do impacto gerado entre a porta e estrutura
riscos diferentes do veículo na plataforma da cegonha. Ao utilizar a almofada, o
inferior, foi pensada em uma proteção móvel, motorista está protegendo a porta dos golpes
que fosse adaptada para toda posição em que podem ser gerados na estrutura da
que o veículo estiver independente da carreta carreta, evitando que a pintura descasque ou
utilizada. que a lataria amasse. A figura 11 ilustra o
teste realizado com a almofada e como ela é
Foi elaborada uma almofada com imã em seu
utilizada.
Para garantir a não recorrência deste tipo de antes de abrir a porta a almofada seja
avaria, foi entregue para cada motorista uma aplicada para evitar a colisão com qualquer
almofada, para que em toda movimentação, obstáculo.
Logísitica - Volume 2
111
Pelo gráfico é possível observar que as ações expedição chegar ao nível 4 sigmas no final
implementadas foram eficazes e definitivas do próximo ano. Chegando assim a 61
para redução do indicador mensal de veículos acionamentos por mês no final de 2016.
recebidos com avarias. Com esta informação
No final do próximo ano, com o pleno controle
foi possível negociar com a seguradora a
do processo de expedição até a entrega no
redução do valor da apólice de seguro, visto
concessionário, objetiva que o gasto médio
que o processo de logística encontra sobre
mensal com reparo, reduza para R$ 49.616.
controle e sob a implementação de melhorias
Uma redução de 72% em relação aos gastos
que asseguram a integridade do veículo
apontados no início do estudo que eram de
desde a entrada no pátio da montadora até o
R$ 178.128 por mês.
cliente final.
Para a renovação do seguro para o ano de
2016, a empresa conseguiu uma redução do 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
valor da apólice em 15,8%. Passando o
Com o desenvolvimento deste artigo, foi
montante anual de R$ 3.488.532,11 pago no
possível implementar algumas ferramentas da
ano de 2015, para R$ 2.936.496,15 pago no
qualidade e verificar como que utilizadas da
ano de 2016.
maneira adequada, contribuem para
Para o ano de 2016 as ações implementadas descrever, analisar e compreender os mais
continuam sendo executadas com o variados processos industriais.
monitoramento da equipe de logística
O objetivo proposto de reduzir o indicador de
outbound. As demais regiões avariadas do
avaria, foi atingido, conseguindo atingir os 2%
para-choque dianteiro e da porta serão
e se manter abaixo dele por todo o período
analisadas para novas propostas de ações
após implementação das ações. O objetivo de
para reduzir o indicador e os custos.
conseguir a redução de custo também foi
Buscando desenvolver propostas eficientes atingido, conseguindo reduzir em 15,8% o
para eliminar a ocorrência das demais avarias valor da apólice de seguro para o ano
apontadas no gráfico 2. Aumentando assim o seguinte. Aumento da qualidade do processo,
nível sigma do processo de expedição e medido através do nível sigma do processo e
reduzindo cada vez mais os gastos com o da redução do gasto com reparo no período.
reparo. Dessa maneira, para buscar novas
oportunidades para reduzir ainda mais o
Atuando nas principais dificuldades do
indicador de avarias e os custos operacionais,
processo de expedição, objetiva desenvolver
se mostra muito eficiente a correta utilização
práticas que proporcionem o processo de
Logísitica - Volume 2
112
das ferramentas da qualidade para analisar e processos, é fundamental para que sejam
desenvolver propostas de melhorias. construídos processos competitivos e
eficientes. Proporcionando assim o diferencial
A constante emprego das ferramentas da
que toda empresa necessita para se manter
qualidade para mensurar e analisar os
no mercado.
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Logísitica - Volume 2
113
Capítulo 10
Dentre as fases, a definição do problema é a 1993; Bazaraa, 1990). Ela fornece uma
que define os objetivos, as variáveis e as modelagem intuitiva de um problema,
restrições, em seguida se constrói o modelo facilitando a implementação de algoritmos
matemático, onde geralmente define-se qual o que auxiliam na obtenção de sua solução.
melhor modelo matemático a ser usado de
Considerando o vasto campo de aplicações
acordo com o problema e então, soluciona-se
da teoria de grafos sobretudo em problemas
o modelo, que pode ser feito por diferentes
relacionados à PO, este trabalho tem por
métodos, podendo ser métodos de
objetivo estudar o problema de caminho
Programação Linear (PL), Programação Não
mínimo na região do Vale do Ivaí-PR através
Linear (PNL), Programação Inteira (PI), entre
de dois algoritmos clássicos: Dijkstra e Ford-
outros.
Moore-Bellman.
Atualmente, problemas bem conhecidos
como caminho mínimo, fluxo de custo mínimo,
problemas de transporte, dentre outros são 2. CONCEITOS BÁSICOS
muito estudados dentro da PO e fazem uso da
Nesta seção apresentamos alguns conceitos
teoria de grafos para a construção de seus
básicos sobre a teoria de grafos que serão
modelos, já que a mesma é comumente
utilizados ao longo deste trabalho.
utilizada para resolver problemas que podem
ser representados na forma de redes (Ahuja,
origem até este nó. A seguir estão definidos Passo 1: Inicialmente o nó inicial é fechado
os passos generalizados do algoritmo: (R), e os demais abertos (NR). Padronizam-se
os valores de distância mínima para cada nó.
Passo 1: Atribui-se um valor d(x) para cada
Percorrem-se todos os vértices e define-se
um dos nós do grafo sendo: d(o) = 0 e d(x) =
; x o. Considere y o último nó que a sua distância mínima no momento é
infinito, enquanto na origem coloca-se 0. O nó
rotulado (fechado). Inicialmente o nó o é o predecessor (p) do nó original também é
único rotulado e y = o; considerado 0, enquanto os demais nós não
Passo 2: Para cada nó x aberto redefine-se possuem predecessor. Considera-se o valor
i de “a” para cada iteração o último nó incluído
d(x) conforme a expressão d(x) = min {d(x)
i 1 i nos fechados (R);
, d(y) + d(y; x) }, onde: d(x) é o tamanho
do caminho da origem o até o nó x ( na Passo2: v N, determina-se d(v) = min
iteração corrente); d(y) é o tamanho do {d(v), d(a)+c(a; v)} e se faz p(v) = a , onde
caminho da origem o até o nó fechado y; d(y; p(v) é o predecessor do vértice v, caso d(v) =
x) é o tamanho do arco (y; x). O nó “aberto" d(a) + c(a; v). Se d(i) = , v NR, pare.
que possuir o menor valor d(x) é “fechado" e Se para algum v R, d(v) decresceu de valor,
faz-se y = x; então se excluí o nó v de R e inclua em NR;
Passo 3: Se o nó de destino d foi “fechado"
Passo3: Caso NR determina-se k tal que
d(k) = min {d(v), v NR}, exclui-se k dos NR
então pare, um caminho de o para d foi
encontrado. Se o nó o ainda não foi “fechado"
volte ao Passo 2. e, o inclui, nos R, assim “a” passa a valer k.
Quando NR= recupera-se o caminho
mínimo C a partir dos valores armazenados
3.3 ALGORITMO DE FORD-MOORE- em p.
BELLMAN
O segundo algoritmo citado, algoritmo de
4. ESTUDO DE CASO - VALE DO IVAÍ
Ford-Moore-Bellman tem-se tal nomenclatura
devido aos três autores, Lester Ford (1956),
Edward Moore (1957) e Richard Bellman
A partir do estudo da Teoria de Grafos e do
(1958) terem proposto o mesmo algoritmo.
problema genérico de caminho mínimo, este
Este algoritmo encontra o caminho mais curto
trabalho tem como objetivo encontrar o
entre dois nós, mesmo que haja arcos com
caminho de custo mínimo entre pares de
custos negativos, sendo uma generalização
cidades da região do Vale do Ivaí - PR.
do algoritmo de Dijkstra.
O Vale do Ivaí está localizado na região Sul do
Sua principal diferença é que ao invés de
Brasil, no centro-oeste do Estado do Paraná.
fechar um vértice por iteração, ele examina
Abrange uma área de aproximadamente
todos os vértices do grafo por iteração até
7.385,05 km², correspondendo cerca de 3,7%
que atualizações não sejam possíveis,
do território Paranaense (IBGE), sendo
determinando assim o menor caminho entre
composto por 28 cidades, entre elas Jandaia
um vértice origem de todos os demais
do Sul, onde está localizado a Universidade
vértices do grafo. A seguir estão definidos os
Federal do Paraná, Campus Avançado de
três passos pelo qual o algoritmo é formado:
Jandaia do Sul.
Fonte: Wikipedia.
Para este estudo, o primeiro passo foi a caso, os nós são as cidades e o os arcos os
criação do grafo, onde as arestas estão caminhos com as distâncias entre as mesmas
direcionadas em ambos os sentidos, (Figura 4), Posteriormente, foi criado a matriz
considerando-se o mesmo caminho para ir e de distâncias, e para resolução foram
voltar dentre as cidades, e cada cidade foi utilizados os dois algoritmos de caminho
vinculada a um número (Tabela 1), neste mínimo descritos anteriormente.
Capítulo 11
Logística - Volume 2
123
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.2. CUSTOS LOGÍSTICOS
2.1. TERCEIRIZAÇÃO LOGÍSTICA
Os custos derivados da logística são fatores
A terceirização das atividades logísticas e essenciais para estimular o comércio entre
principalmente do transporte tornou-se locais diferentes geograficamente. Isso ocorre
rapidamente um assunto discutido por pelo fato da diferença nos custos de
empresas e pesquisadores. Para alguns a produção poderem suprir os custos logísticos
terceirização é uma forma de manter ou de transporte dos produtos entre as regiões
aumentar a competitividade da empresa, e (ROSA, 2007). Assim, este tópico aborda os
Logística - Volume 2
124
Seguro de responsabilidade Civil facultativo Mão de Obra para a manutenção dos veículos
Logística - Volume 2
125
Logística - Volume 2
126
Logística - Volume 2
127
Sabendo quais os dados devem ser coletados dos custos variáveis em (R$/km),
e a forma que esses dados serão tratados, necessitando apenas multiplicar pela
desenvolve-se o método de custeio que quilometragem realizada no mês (km/mês) por
englobe os dois tipos de custos em uma única cada veículo para que a unidade seja igual
equação. aos custos fixos (R$/mês) (LIVATO; SOUSA,
2010).
𝑅$ 𝑅$
𝐶𝑓𝑟𝑜𝑡𝑎 = (𝐶𝐹 (𝑀ê𝑠)) + (∆𝐷𝑖𝑠𝑡â𝑛𝑐𝑖𝑎(𝑘𝑚/𝑚ê𝑠) ∗ 𝐶𝑉 ( )) Eq. (12)
𝑘𝑚
Em que:
∆Distância é a quilometragem de uma rota realizada pelo veículo
Logística - Volume 2
128
1 2008 - 15
2 2007 - 15
3 2007 - 15
4 2015 - 20
5 2015 - 20
6 2015 - 20
Logística - Volume 2
129
Logística - Volume 2
130
4.3.1. CÁLCULO DOS CUSTOS PELO resultado dos custos total de cada veículo por
CUSTEIO DA FROTA mês está na Tabela 6, com um custo total de
R$ 1.477.858,96 para o período de janeiro a
Realizando o custeio para todos os veículos,
outubro de 2016, com um total de 439.565,67
através das informações mencionadas, o
quilômetros rodados.
4.4. COTAÇÃO DO FRETE DA EMPRESA que a empresa deixa de ganhar ao optar por
TERCEIRIZADA terceirizar, sendo esse valor um percentual
sobre o preço do frete que varia para cada
Esta fase consiste em conhecer o custo que a
cidade, e as cidades atendidas pela frota nos
empresa teria se contratar terceiros para
10 primeiros meses de 2016 dá um total de 68
realizar o mesmo serviço, para em seguida
cidades no Piauí e 5 no Maranhão.
realizar o comparativo. O custo de
terceirização é considerado igual o montante
Logística - Volume 2
131
Para a realização destes cálculos foi fica para a empresa contratando para arcar
solicitado os faturamentos bruto mensais da com os outros impostos (COFINS, ISS, PIS e
empresa por veículo da frota própria e feito SEGURO).
uma conversão para uma situação de
Com isso, foi possível calcular os custos de
terceirizar as entregas, o valor de terceirizar
terceirizar para cada entregas realizadas,
corresponde a 75% do valor restante do frete
como ilustrado na Tabela 7, com o valor total
retirando inicialmente o ICMS. Os outros 25%
de R$ 1.563.216,76.
TOTAL
14242,26 102212,45 155813,56 158689,98 150016,02 154032,20 148651,65 159031,27 195714,18 198813,20 1.563.216,76
POR MÊS
R$195.485,70 R$177.520,82
R$174.468,97
R$159.777,56 R$159.871,77
R$129.136,46 R$151.244,45
R$137.314,76
R$128.594,72
R$116.354,56 R$128.082,25 R$159.696,05
R$124.000,91
R$102.913,03
R$119.078,59 R$126.052,49
R$96.919,43 R$117.263,10
R$93.228,36 R$121.497,96 R$80.014,09
R$88.469,57
R$83.496,35
R$70.593,77
15 15 15 20 20 20 30 30 30 30 30 30
CFROTA CTERCEIRO
Logística - Volume 2
132
Fazendo outra análise comparativa entre os entregas com a frota própria e o custo de
custos de frota e terceirização, levando em terceirizar e a quantidade transportada em
consideração a quantidade transportada por cada mês por veículo é viável o comparativo
cada veículo por mês em unidade de Reais para as 3 capacidades por mês, como mostra
por mil litros, sabendo o custo para fazer as os Gráfico 2, Gráfico 3 e Gráfico 4.
Gráfico 2 – Custo para transportar mil litros por mês na frota de 15 mil litros e o custo de terceirizar
36,05 36,20
32,98
31,50
30,54
29,19
26,76
25,34 25,58
24,32 24,44 24,09
23,11 23,44
22,45
18,15 18,78
17,84 17,56
16,22
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro
Para os veículos de 15 mil a alternância dos veículo precisou passar por manutenção e
custos é maior como mostra o Gráfico 2, isso ficou parado.
pode ter explicação, veículos que ficaram O Gráfico 3 apresenta a mesma análise para
parados, assim não teve custo de terceiro, os veículos de 20 mil litros.
mas teve o custo fixo. E em setembro 1
Gráfico 3 - Custo para transportar mil litros por mês na frota de 20 mil litros e o custo de terceirizar
24,95
21,96 22,03
19,78 20,98
20,04 20,45
19,13 19,21
17,96 18,07 17,82 17,91
17,30
16,76 16,44 16,75
15,23
13,97
12,01
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro
Os meses que os custos da frota são maiores Por fim, para os veículos de 30 mil litros, o
é em fevereiro, março e abril, isso recai aos Gráfico 4 mostra o comparativo dos custos.
mesmos problemas do Gráfico 2, e também a
baixa demanda.
Logística - Volume 2
133
Gráfico 4 - Custo para transportar mil litros por mês na frota de 30 mil litros e o custo de terceirizar
29,29
24,66
23,46 22,22
22,57 22,00
20,95 20,03 21,28 19,58
24,27 19,81 18,78 18,51
18,78 19,53
18,43 18,33
20,45
15,48
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro
No caso dos veículos de 30 mil litros, durante um motorista, isso afetou diretamente no
o intervalo de janeiro a outubro teve a rateio dos custos fixos.
chegada de dois veículos e a contratação de
Outro ponto a ser observado para os
primeiro caso o custo subiu 0,5% e o
faturamento caiu em 2%, no segundo caso o
Gráfico 2,3 e 4, e que nos meses de setembro
custo teve acréscimo de 2,8% e a receita caiu
e outubro entrou em vigor os novos reajustes
12% e a última, o custo total subiu 2,4%
dos valores dos fretes. Consequentemente, a
enquanto que o faturamento caiu 11%. Como
parcela destinada aos terceiros também foi
resultado, nota-se que terceirizar não se torna
reajustada, elevando assim o custo de
viável para esses casos.
terceirizar as entregas.
Avaliando o custo da frota para cada
Outra análise realizada, foi propor terceirizar
categoria, a Tabela 7 ilustra esse resultado
apenas parte da frota, para que se tenha uma
com o total do custo para os dez primeiros
redução dos custos. As três hipóteses foram:
meses do ano de 2016 somando todos os
terceirizar a frota de 15 mil litros, terceirizar a
veículos, mostram que o custo com motorista
frota de 20 mil litros e por fim, terceirizar a
é o maior representando 33,2% do custo total,
frota de 30 mil litros, mas ao realizar os
seguido pelo custo de combustível e custo de
cálculos constatou-se que em nenhuma das
oportunidade (remuneração de capital).
três opções teve a redução dos custos, no
Logística - Volume 2
134
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Logística - Volume 2
136
Capítulo 12
André de Lima
Ednilson Camilo
Luiz Diego Morais de Souza Santos
Logística - Volume 2
137
Logística - Volume 2
138
Logística - Volume 2
139
Logística - Volume 2
140
Logística - Volume 2
141
Obteve-se que o tempo total para realização minutos e 55 segundos. Sendo que, se após a
da leitura do Grupo 02 foi de 56 horas, 23 aplicação do método a leitura for realizada em
Logística - Volume 2
142
um tempo menor, a melhoria poderá ser Na Figura 2, está exposto o roteiro de leitura
constatada. anterior a mudança nas rotas de leitura.
Logística - Volume 2
143
Logística - Volume 2
144
modelo nos grupos restantes, com foco na A concessão de pública para privada tornou-
redução do tempo total de leitura mensal. se uma alternativa que pode confirmar a
eficácia, com prestação de serviços de forma
adequada e cumprimento de contratos, uma
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS vez que nem sempre a resolução é
encontrada pelas autarquias públicas,
O foco principal deste trabalho foi mostrar a
aumentando cada vez mais o processo de
importância da aplicação e implantação das
concessões privadas no Brasil. Diante desse
melhorias com uso de recursos da logística,
cenário, sendo uma referência no setor de
estatística e ferramentas da qualidade. Sendo
saneamento básico, a que este artigo refere
que após implantação terá início o uso da
teve um contrato que era inicialmente de 30
pesquisa e análise para adequação em todo
anos, com início em 1995 e que foi
setor de leitura do município em questão, bem
prorrogado até 2039.
como aplicação em novos bairros que serão
liberados. O foco principal foi demonstrar como era
antes da aplicação dos métodos e comprovar
Toda estrutura dos métodos também poderá
as vantagens que a logística e estatística
ser aplicada em novas concessões para
trazem ao dia-a-dia através de estudos
melhorar e implantar os benefícios aplicados
aplicados em conceitos de melhoria, redução,
em novas estruturas de negócio da
eficiência e eficácia nas questões de
companhia de saneamento.
otimização de um processo.
Logística - Volume 2
145
Capítulo 13
Abstract: This paper presents a Case Study in the Fábrica Verde (FV) project,
recycling of Computers, of the State Department of the Environment (SEA) of the
State of Rio de Janeiro, which aims to develop social inclusion initiatives in poor
communities, allowing young adults to develop professionally, generating
employment and income. VF was created in 2011 at the Complexo do Alemão, then
at Rocinha and Tijuca (Morro do Turano). A field survey was conducted to obtain
data on the entry and exit of electronic junk, as well as interviews with FV managers
at the Rocinha unit and owners of cooperatives. The research methodology is
essentially qualitative to diagnose the WEEE profile and model the operation of its
reverse logistics chain. With the approval of the National Solid Waste Policy (PNRS),
reverse logistics became mandatory. In the supply chain, to improve the efficiency
and effectiveness of the logistics process, the expected quality of demand needs to
be improved. Accurate demand is a constant challenge for organizations because it
is possible to achieve efficient operations and high levels of customer service while
imprecise forecasts inevitably lead to inefficient and expensive operations. Demand
forecasting needs in any segment allow managers to plan their actions. Although
the Just in Time and Reverse Logistics philosophy is concerned with the
environment, its application becomes complex because of the pulled system and
the pushed system and that the amount of waste generated depends on the product
life. cycle. In reverse logistics (LR), the term for recovery and the quantity of
recovered materials is considered an undefined value for the next production of a
lot. Since these uncertainties of LR are very inefficient, the great challenge is to ally
the JIT technique and the RL. A bibliometric survey of the Scopus Base, only 7
papers were presented using the Just In Time and Reverse Logistics sequences.
This shows that the theme is new and challenging.
Logística - Volume 2
146
180,00
156,70 153,80
160,00
144,50 142,50
138,10
140,00 129,40
120,00
100,00
80,00
60,00
40,00
20,00
0,00
2011 2012 2013 2014 2015 2016
Entretanto, com aumentos sucessivos da taxa Selic, definidas pelo Comitê de Política Monetária
(Copom), a taxa alcançou 14.25% a.a. Entretanto também contém metais pesados
prejudicando o faturamento da indústria de como o antimônio (Sb), arsênio (As), cádmio
EEE. É esperado uma melhora no setor em (Cd), chumbo (Pb), níquel (Ni), mercúrio (Hg)
2018, tendo em vista que a taxa Selic recuou e zinco (Zn) que são nocivos à saúde humana
para 7,0% a.a. em dezembro de 2017.(Banco e ao meio ambiente.
Central do Brasil,2018).
Diante dos potenciais riscos associados aos
Os REEE, do inglês, Waste Electronic and REEE, a legislação brasileira, especificamente
Electrical Equipment (WEEE) podem ser a Política Nacional de Resíduos Sólidos
denominados como resíduos tecnológicos (PNRS, Lei N.12.305/2010), tornou obrigatória
(RT), e-resíduos ou popularmente lixo a Logística Reversa(LR) destes
eletrônico. Aparelhos como celulares, equipamentos, ou seja, sua reinserção na
computadores, geladeiras, TV e telas contêm cadeia produtiva ou destinação final
elementos químicos de grande valor de adequada. A implementação de sistemas de
mercado como o ouro (Au) e prata (Ag). coleta dos REEE adequados depende da
Logística - Volume 2
147
1.600
1.376,13
1.400 1.247,76
1.200 1.100,66
976,19 1.002,61
1.000 917,67
x (1000)
800
600
400
200
0
2011 2012 2013 2014 2015 2016
ano
O uso das ferramentas de TI nos processos seguida, foi implantado na Rocinha, Zona Sul
produtivos, seja na FV, nas cooperativas de do Rio de Janeiro e no morro da Chacrinha na
catadores, nos intermediários e nas empresas Tijuca. O objetivo do projeto é o de
recicladoras, tornaria o processo produtivo desenvolver iniciativas que incentivem à
ágil, eficaz e eficiente como por exemplo, não inclusão social em comunidades, capacitar
esperar por resíduos para iniciar suas profissionalmente jovens e adultos, criando
operações principalmente no caso de REEE empregos verdes gerando alternativas de
que dependem do ciclo de vida útil do renda. Os alunos têm aula de informática,
produto. educação ambiental e reciclagem e como
incentivo, recebem uma bolsa auxílio.
De acordo com Renato Siman Ribeiro (2014),
a maior dificuldade na elaboração da O processo de triagem e descaracterização
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), do inglês de REEE na FV se inicia após o recebimento
“Life Cycle Assessment”. encontra-se na dos REEE (Inputs) fornecidos por pequenas,
etapa da análise de inventário, a qual envolve médias e grandes empresas, Organizações
a coleta de dados e a realização de Não-Governamentais (ONGs), comunidade
procedimentos de cálculo para quantificar as local e pontos de coleta no município. Esses
entradas (Inputs) e saídas (Outputs) fornecedores representam as fontes
pertinentes de um sistema de um produto. geradoras para a FV cuja pesquisa fora
realizada na Unidade Rocinha.
No presente Estudo de Caso, é apresentado o
projeto Fábrica Verde, sendo um programa de Os REEE passíveis de reuso são direcionados
reciclagem de REEE, implantado no Estado para sala de ensino de informática onde são
do Rio de Janeiro. O Projeto iniciou-se na ofertados treinamento para qualificação
comunidade do Complexo do Alemão, na profissional objetivando inserção social ou são
Zona Norte do Rio em outubro de 2011. Em doados para pessoas jurídicas. Por se tratar
Logística - Volume 2
148
de um ente Estadual, não pode ser vendido. parte do seu processo produtivo, os mesmos
Os demais REEE, não validados, são são vendidos para os intermediários. Essas
encaminhados, por exemplo, para etapas são denominadas de pré-tratamento.
cooperativas que necessitam destes resíduos
Os resíduos aproveitados são vendidos para
na indústria de transformação. Os Outputs da
as indústrias e os não reaproveitados são
FV passam a ser um dos Inputs das
encaminhados para os aterros. Os outputs
Cooperativas. A Figura 01 representa o fluxo
dos intermediários são os inputs das
do processo produtivo da FV, que representa
indústrias, que são reaproveitados e/ou
a etapa da coleta.
também encaminhados aos aterros
Após a cooperativa, realizar a triagem, controlados e/ou sanitários, sendo essa fase,
identificar os tipos de resíduos que fazem denominada de tratamento.
Fonte: O autor
Após o mapeamento do processo produtivo desperdícios, com o objetivo de reduzir
da FV, é constatado que não havia custos e aumentar a qualidade e a velocidade
quantidade suficiente de resíduos para serem de entrega do produto aos clientes.
manuseados, ocasionando “custos” Fundamentalmente, a filosofia JIT requer o
adicionais em função de ter mão-de-obra insumo, neste caso o REEE, na hora certa, no
disponível para execução da atividade, porém tempo certo a fim de não ter estoque. A
sem o resíduo para ser manuseado que técnica JIT é uma das ferramentas do Lean
deveriam passar por triagem, Manufacturing (LM). As principais ferramentas
descaracterização e testes. Dessa forma, para o LM são:
espera-se a chegada dos REEE para iniciar
1. Mapeamento do Fluxo de Valor
novamente o processo.
2. Kaizen
A técnica Just in Time (JIT) emergiu no Japão,
da década de 70, sendo a ideia básica 3. Kanban,
creditada à Toyota, fabricante japonesa de
4. Padronização,
automóveis, que desenvolveu o Toyota
Production System (TPS) para aumentar a 5. 5S’s
eficiência da fábrica e eliminar todos os
Logística - Volume 2
149
Logística - Volume 2
150
Logística - Volume 2
151
2.500 2.347
2.000
1.500
kg
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Fonte: O autor
Na Fábrica verde foram caracterizados o total treinados podem descartar REEE direto para
de 25 itens. Para uma análise mais detalhada o aterro. Como sugestão de melhorias, é
do Input dos REEE, foram selecionados os 3 também possível implementar 5S e gestão à
maiores em volume (kg), que corresponde vista de indicadores de produção, podendo
somente 12, 0% da amostra em itens, porém reduzir assim o percentual de descarte inicial.
no total de item, porém, cerca de 64% do total Esse total de 62% resultante do descarte
da entrada em volume (kg) do REEE que foi inicial da Fábrica Verde, que se torna o
de 7.959.90 Kg. Os três maiores REEE em kg insumo de produção da cooperativa, é
são: Os monitores de tubos de raios catódicos acrescentado com a quantidade de resíduos
(CRT), os gabinetes completos; Impressoras. das empresas geradora B representado por
empresas que doam os resíduos, tais como:
A geraram Input de 7.959,90 Kg. A partir
Nuclep, Ypiranga, Eternit, Órgãos Federais
desta quantidade, foi verificado que cerca de
entre outras.
62% dos REEE são descartados, 34% do total
é doado e 4% são destinados para a sala de A FV é fornecedora de resíduos para a
aula. Os resíduos descartados são enviados Cooperativa assim como a fonte geradora B.
para cooperativas de catadores. Na cooperativa, essa quantidade total é
separada, caracterizada e em seguida, é
Essas cooperativas empregam funcionários
vendido para novos clientes, como por
que muitas vezes não tem qualificação para
exemplo, a empresa C que não realiza a
realizar a desmontagem de certos
desmontagem de produtos eletroeletrônicos e
equipamentos eletroeletrônico e isso requer
compra somente componentes já
treinamento. Vale destacar que além de
caracterizados por essas cooperativas. As
REEE, foram identificados na cooperativa (C-
cooperativas então, fornecem esses
1), outros resíduos que são manuseados
componentes às diversas empresas que tem
como papel, alumínio, plástico, vidro e metais
como cliente potencial empresas no Brasil e
ferrosos, cujo volume de venda foi de 400
no exterior. O que não for aproveitado é
ton./ano.
destinado aos aterros sanitários. Percebe-se
A filosofia Just in Time é pertinente e deve ser que a cadeia logística é ampla e requer
aplicado junto à Logística Reversa. Um cuidado para tratar os resíduos.
treinamento adequado visa à melhor
A relação cliente-fornecedor deve ser muito
caracterização dos REEEs evitando não só
estreita a fim de que os resíduos possam ser
um erro na separação dos mesmos, mas
o máximo reaproveitados e serem inseridos
também o desperdício. Funcionários mal
Logística - Volume 2
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novamente na cadeia sem haver necessidade caracterizarmos 25 kg. Dessa forma, o tempo
de se requisitar mais matéria-prima reduzindo médio de produção a cada 1kg é dado por β
assim, o uso de recursos naturais cada vez representado pela Equação 2.
mais escassos. Outra sugestão de melhoria é Ω
o uso do Kanban. Ao invés de se utilizar listas 𝜷= (2)
𝟐𝟓
de produção extraídas do MRP (Material
Requirement Planning) ou listas de
pendências de vendas, a fabricação é Supondo que µ é o tempo de entrega do
controlada por sinais visuais e/ou eletrônicos insumo pelo fornecedor, ou seja, o Lead Time
de produção e estoque. (LT). A filosofia do Kanban contribui na
logística reversa da seguinte forma: Supõe-se
Na FV, a sugestão seria da seguinte forma. É
que a produção no turno 1 e com apenas 1
elaborado uma tabela com o tempo de
operador treinado.
produção a cada entrada de 25 kg de REEE.
Após 40 entradas, ou seja, a entrada 1.000kg, O Input é de 100kg. Sabe-se então, que o
temos uma tabela de 40 tempos (T) que tempo médio de produção será de 100ẞ. O
servirão de base para uma média do tempo operador deve acionar o Kanban ao
(Ω) de caracterização desses resíduos, fornecedor de forma eletrônica de forma que
representado pela Equação 1. o REEE chegue na produção antes de faltar
∑𝟒𝟎
este insumo para os operadores não ficarem
𝐢=𝟏 𝐓𝐢
Ω= (1) parados. Esse cálculo será dado pelas
𝟒𝟎
variáveis μ. Os seguintes cenários são
apresentados na Tabela 01.
Supondo o tempo médio sendo Ω, ou seja, é
necessário ter Ω minutos para
Fonte: O autor
Logística - Volume 2
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Logística - Volume 2
Autores
AUTORES
AGOSTINHO AUGUSTO FIGUEIRA
Mestrado na UNITAU no curso de Engenharia Mecânica, Área de Concentração: Projetos,
Formação em Comércio Exterior na Aduaneiras, MBA em Suplly Chain pela Universidade
Nove de Julho , Logística Empresarial UNIBAN , atualmente atua como docente de EAD na
Anhembi Morumbi, Fmu e Uniritter , docente presencial no Centro Universitário Uniitalo e
também na Faculdade Sumaré , atuo na UNIP de Campinas na Pós Graduação, já atuei na
Anhanguera, Senac e Unib, Conhecimento avançado do Pacote Office e plataformas de e-
learning (Moodle, Blackboard learn, etc);.Expertise na carga rodoviária a mais de 20 anos .
Atuação em operadores logísticos, com gestão e capacitação para novos negócios, visão
para capacitação, motivação, planejamento, liderança e relacionamento interpessoal.
Expressiva experiência no gerenciamento de pessoas e planejamento logístico / cadeia de
suprimentos, movimentação, armazenagem, implantação de processos, gerenciamento de
sistemas, contratos de transportes, gestão de frotas bem como desenvolvimento de novos
fornecedores. Amplos conhecimentos no controle de custo operacional, centros de
distribuição, transportadoras, configuração de malha logística, elaboração de metas e
indicadores de desempenho, gestão de resultados operacionais e financeiros. Forte atuação
em Gerenciamento de risco de transportes (GRIS) , negociação de apólices de seguro,
controle de toda a documentação da frota, atuando na distribuição de produto no mercado
obedecendo a normas e requerimentos de nível de serviço, mapeamento de processos,
adequação de frota, rotas, carga e descarga, separação, distribuição, transferência,
automação, tendo como responsabilidade análise critica para ajuste de custos,
AUTORES
na COPPE/UFRJ.