Questionário Resolvido - Grupo 2
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01. Analise e comente o tópico em que Miguel Reale apresenta uma “noção de
ciência do direito”.
De acordo com o autor Miguel Reale, a Ciência do Direito estuda o fenômeno jurídico tal
qual ele se concretiza no espaço e no tempo, sem levar em consideração questões
sócio-culturais; é a presença do direito nas ações do homem, na forma como se apresenta na
realidade. Por exemplo, um médico, ao escrever a receita de um remédio, já que possui um
diploma garantido por lei, ou, então, um juiz quando aplica uma punição.
Reale cita, ainda, que a Ciência do Direito é baseada em experiências sociais, ou seja, as
regras que surgem na sociedade são devido a uma necessidade das pessoas. O que faz dele um
conhecimento positivo, que teve importância em determinado momento.
Maísa Gonçalves Pereira
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O autor Miguel Reale, nos capítulos II e XXIX de sua obra “Lições Preliminares de
Direito”, disserta sobre algumas disciplinas jurídicas que ligam o Direito a outras importantes
áreas de conhecimento: Filosofia, Sociologia e História.
A começar pela Filosofia do Direito. O termo Filosofia provém do grego “amor pela
sabedoria” ou “amizade com a sabedoria”. Assim como em um relacionamento, a filosofia
não ocorre de forma inesperada e casual, mas através de uma dedicação intencional ao
conhecimento, de maneira constante, não-ocasional e desinteressada (que não visa à utilidade
ou praticidade). Reale define a Filosofia do Direito como uma dedicação permanente à
pesquisa das condições morais, lógicas e históricas do fenômeno jurídico - que se encontra em
constante mudança ao longo da história - e da Ciência do Direito. Afirma que a disciplina tem
como objetivo o estudo da experiência jurídica através da tentativa de explicar questões de
ordem filosófica, como o conceito do Direito, porque ele muda, se há regras para seu
desenvolvimento e sua origem, e questões de ordem axiológica, referentes aos valores do
Direito, como se ele deve basear-se na força, se deve-se fundá-lo na liberdade ou na
igualdade, entre outras.
Sobre a Sociologia Jurídica, o autor determina que a disciplina surge a fim de
compreender a eficácia do Direito socialmente, investigando suas raízes sociais e as leis de
tendência que condicionam sua estrutura, concluindo que a Sociologia tem contribuição
indispensável à compreensão do Direito. É uma ciência compreensiva que estuda o
comportamento do homem ao ser confrontado com as regras do Direito, analisando como ele
está se comportando em vez de como ele deve se comportar (ao contrário das outras
disciplinas). O jurista deve possuir uma forte compreensão do fato social a fim de criar
normas jurídicas eficazes, analisando como elas são recebidas e quais suas consequências, a
fim de poder aperfeiçoá-las e interpretá-las melhor.
Por fim, em relação à História do Direito, Reale afirma que houve tentativas de iniciar a
disciplina desde a antiguidade clássica, mas que obras sistemáticas e fundamentadas em
rigorosa metodologia só surgiram mais recentemente. O autor define que a disciplina analisa,
simultaneamente, os acontecimentos político-sociais determinantes do Direito e os institutos
jurídicos ao longo do tempo, com o objetivo de gerar uma compreensão histórico-cultural da
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experiência jurídica. Essa compreensão baseia-se nos fatos sociais, referentes ao surgimento
das normas e as mudanças que ocorrem na ordem jurídica, nas formas técnicas, que
constituem os modelos institucionais das normas, e ideias jurídicas, responsáveis pelas
alterações nas fontes e seus modelos normativos.
Júlia Callipo
03. Explique, com base no texto de NADER, cada uma das disciplinas jurídicas
que ele considera fundamentais.
Sabe-se que o Direito é estudado por diversas áreas para entendê-lo por completo, e, por
isso, necessita-se de uma orientação inicial para compreendê-lo. Com isso, o autor
exemplifica que o Direito é objeto de disciplinas jurídicas, essas que, por sua vez, dividem-se
em duas classes: as fundamentais e as auxiliares (História do Direito e Direito Comparado).
Assim, as disciplinas jurídicas fundamentais são:
A Ciência do Direito/Dogmática Jurídica, que apresenta características positivistas, é
encarregada de analisar criticamente apenas as normas e leis impostas na sociedade; desse
modo, excluem-se os valores, como o de justiça, e, também, a análise sociológica, a fim de
compreender a sociedade e suas relações a fundo para determinar uma conclusão. Visto isso,
muito se questiona entre os estudiosos se a Ciência do Direito é suficiente para o explicar
completamente, e, de acordo com Paulo Nader, ela possui uma visão limitada, não sendo
altamente explicativa para demonstrar a grandeza do Direito, já que ela é encarregada de
sistematizar o conjunto normativo.
A segunda disciplina fundamental, segundo o autor, é a Filosofia do Direito, que,
diferentemente da Ciência do Direito, questiona o critério de justiça adotado nas normas,
como também responde à indagação: o que deve ser o direito? Ou seja, a filosofia é uma
reflexão do que cerca o Direito. Já o método de obtenção de informação é pela vivência e
experiência, ao contrário da Ciência do Direito, que é por pesquisas que se chega a uma
conclusão. Didaticamente, ela é subdividida em três: a filosofia de ornamentação (palestras,
artigos e textos), filosofia de orientação (reflexão criada pelos profissionais da área) e
filosofia que funda paradigmas de racionalidade (filósofo contribui para o enriquecimento de
informações da disciplina).
A última é nomeada como Sociologia do Direito, que, por sua vez, examina o Direito do
ponto de vista social e o comportamento da sociedade diante de diferentes normas, e quais são
os efeitos sociais provocados por essas. Assim, segundo Nader, a Sociologia nos ajuda a
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04.
a) Analise as principais idéias (propósito, ponto de partida,
motivação...)lançadas pelo autor na “Introdução” da obra “Hermenêutica
Jurídica e Constituição no Estado de Direito Democrático;
Com base na leitura da obra, é possível notar, desde seu início, o caráter reflexivo trazido
pelo autor, assim como sua preocupação acerca de conceitos considerados fundamentais à
Democracia e sua efetiva aplicação, que se mostra presente ao longo de toda obra, servindo de
motivação para o próprio autor em razão do tão atual anseio pela democratização.
Dessa forma, Sérgio Alves Gomes busca apresentar e debater importantes elementos ao
longo de seu discurso, tomando como ponto de partida, por exemplo, a importância atribuída
à construção histórica da ideia de Democracia, discorrendo sobre como esta serve de base
para a construção de uma sociedade centrada no ser humano. E como propósito, aplicando-se
da mesma lógica, têm-se a apresentação do conceito de Constituição, sendo essa composta
por um conjunto de regras e princípios aos quais os demais segmentos do ordenamento
jurídico se submetem. De igual maneira, é analisado o caráter normativo e de ampla
abrangência dos princípios constitucionais, que servem de pilares da ordem jurídica positiva,
ao passo que seus comandos são projetados por meio das regras constitucionais, assim como
dos princípios e regras infraconstitucionais.
Nesse contexto, como defende o autor, a Constituição vincula os poderes às normas, sendo
as funções de legislar, administrar e julgar exercidas dentro dos limites considerados
constitucionais, assim salientando não serem tolerados atos e normas ditos inconstitucionais,
isto é, contrários à Constituição. É também enfatizada pelo autor a importância atribuída à boa
interpretação das normas jurídicas, principal objeto da Hermenêutica Jurídica, então
apresentada como a responsável por providenciar os instrumentos adequados à interpretação
do Direito, à compreensão das leis, contratos, dentre outros, servindo de fator fundamental na
construção da Democracia, por orientar como as normas devem ser interpretadas de forma a
dar efetividade aos princípios da Constituição. Junto desta apresentação, é também pontuada a
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05.
a) Analise o significado de “argumentação”, segundo Antonio
Cavalcanti Maia;
Segundo o autor Antonio Cavalcanti Maia, em seu verbete “Argumentação”, sintetiza-se a
argumentação logo de início como uma justificação, fornecer argumentos em prol da defesa
de uma tese, visando levar o outro a acreditar no que está sendo exposto. Para o jurista, a
argumentação é uma atividade em que se fornecem elementos para se chegar a certa
conclusão, ou se oferecem dados favoráveis a ela.
Cavalcanti cita certos elementos fundamentais para a argumentação, como a linguagem, uma
ou mais premissas, e regras norteadoras para a conclusão, tudo como parte de um processo em
que se pretende mudar parcialmente ou totalmente pensamentos iniciais do auditor,
utilizando-se de uma boa retórica, podendo até chegar em um consenso entre as partes
envolvidas, tendo como base as premissas usadas na argumentação, tratando-se de um
processo discursivo e racional.
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O processo argumentativo não deve se basear numa dicotomia entre verdadeiro e falso,
certo e errado; se trata de gerar menos ou mais apoio de uma audiência, mais poder de
convencimento ou persuasão, dependendo da forma em que for embasada uma argumentação,
que pode sofrer alterações das teses iniciais em razão de contra-argumentos e objeções
advindas de outros interlocutores, em um processo autocorretivo, como explicitou o autor.
Portanto, segundo Cavalcanti, esse uso da argumentação é compreendido largamente no
campo do aprendizado, dos questionamentos e da rejeição dos dogmas, para gerar embate e
tendo como finalidade ou não uma conclusão, que não necessariamente é verdadeira, mas sim
convincente.
Referências
GOMES, Sérgio Alves. Hermenêutica Jurídica e constituição no estado de Direito
democrático. Rio de Janeiro: Forense, 2014
REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. 27. ed. São Paulo: Saraiva, 2002
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 37. ed. Rio de Janeiro: Editora Forense
Ltda, 2017.
MAIA, Antonio Cavalcanti, Verbete “Argumentação”. IN: BARRETO, Vicente de Paulo.
Dicionário de Filosofia de Direito. São Leopoldo/RS: Unisinos, 2006