A Realidade Dos Espíritos

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PNEUMATOGRAFIA
(ESCRITA DIRETA DOS ESPÍRITOS)
AS PESQUISAS DO BARÃO GULDENSTUBBÉ
PROVAS IRREFUTÁVEIS DA SOBREVIVÊNCIA DA ALMA
HUMANA
 

La realité des Esprits et de leurs manifestations, démontrée


par le phénomène de l'écriture directe, Par M. Le baron de
Guldenstubbé, 1 vol. in-8, avec 15 planches et 93 fac simile.
Prix 8 fr. chez Frank, rue Richelieu, 1857, Paris. Se trouve
aussi chez Dentu et Ledoyen.
 

CONTÉM 30 GRAVURAS
DA ESCRITA DIRETA DOS ESPÍRITOS
(PNEUMATOGRAFIA)
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Data da publicação: 07 de setembro de 2018


 
TRADUTORA: Fabiana Rangel
REVISÃO: Irmãos W. e Jorge Hessen
Publicação: https://www.autoresespiritasclassicos.com/
 
São Paulo/SP
Brasil
 
 
 
Este livro, em extensão pdf, foi obtido na Internet, por download direto, de sites
abertos ao público.
Ajustado e convertido em MOBI e EPUB por:
U.E. Braga - Julho 2022
Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento,
espírito, e graphô - escrevo.) Escrita direta dos Espíritos,
sem o auxílio da mão de um médium.
A Pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo
Espírito, sem nenhum intermediário. Difere da psicografia
porque esta é a transmissão do pensamento do Espírito pela
mão do médium.
Allan Kardec "O Codificador do Espiritismo"

 
A escrita direta, ou pneumatografia, é a que se produz
espontaneamente sem o concurso nem da mão do médium,
nem do lápis. Basta tomar uma folha de papel branco,
dobrá-la e colocá-la em algum lugar, em uma gaveta, ou
simplesmente sobre um móvel, e se estivermos em
condições favoráveis, ao fim de um tempo mais ou menos
longo, acharemos no papel caracteres traçados, sinais
diversos, palavras, frases e mesmo discursos,
frequentemente com uma substância cinzenta igual ao
chumbo, outras vezes com lápis vermelho, tinta ordinária e
mesmo tinta de impressão.
Nesse tipo de fenômeno, o Espírito não se serve nem de
nossas substâncias, nem de nossos instrumentos: ele
mesmo faz a matéria e os instrumentos de que precisa,
tirando seus materiais do elemento primitivo universal ao
qual ele imprime por sua vontade as modificações
necessárias ao efeito que quer produzir. Ele, assim, pode
muito bem fabricar tinta vermelha, tinta de impressão e
mesmo caracteres tipográficos bastante resistentes para
dar relevo à impressão, de que temos visto exemplos. É
desse modo que podemos explicar a aparição das três
palavras na sala do festim de Baltazar, de que nos fala a
Bíblia.
 

Allan Kardec "O Codificador do Espiritismo"


 

SUMÁRIO

BARÃO DE GULDENSTUBBÉ
Escrita Direta
PREFÁCIO DA OBRA
Pneumatografia ou Escrita Direta - Revista Espírita/Agosto
1859
Pneumatografia ou Escrita Direta - Livro dos Médiuns -
Segunda Parte - Capítulo XII
GABRIEL DELANNE
A escrita direta no Panteão
30 GRAVURAS
 
BARÃO DE GULDENSTUBBÉ

(1820 - 1873)
Este grande paladino do Espiritismo foi um grande
trabalhador das primeiras horas do Espiritismo, um grande
pesquisador da alma e que teve também as suas obras
queimadas na Espanha pela Santa Inquisição no dia 9 de
outubro de 1861 no conhecido AUTO-DE-FÉ EM BARCELONA.
O Barão Luis Guldenstubbé, que deixou a vida em 27 de
maio de 1873, na sua residência, em Paris, rua de Trévise
29, aos 53 anos de idade, foi conhecido principalmente por
suas investigações e experiências em pneumatografia. De
origem sueca, pertencia a antiga família escandinava, de
nomeada histórica, tendo dois dos seus antepassados do
mesmo nome sido queimados vivos, em 1309, na
companhia de Jacques de Molay, por ordem do Papa
Clemente IV.
O Barão passava uma vida retirada, em companhia de sua
virtuosa irmã. Sua memória é afetuosamente respeitada por
sua conduta nobre, urbana e benévola e por seus
numerosos atos de modesta caridade. Dedicou-se mais às
experiências da escrita direta, na França onde obteve em 13
de agosto de 1856, o primeiro sucesso nessa modalidade de
comunicação espírita. Escreveu o livro intitulado "La Réalité
des Spirites et de leurs Manifestations" (A Realidade dos
Espíritos e de suas Manifestações) em 1857. E também a
obra “Pensées d'outre-tombe” em 1858.
Em poucos anos de trabalhos experimentais, o Barão obteve
um número considerável de escrita direta, algumas obtidas
sem o auxílio de lápis, papel ou ardósia. Os próprios
espíritos comunicantes transportavam o material necessário
para a obtenção das mensagens.
– “Esses fenômenos” - diz ele - “estão agora firmados sobre
a base sólida dos fatos, permitindo que de ora em diante
consideremos a imortalidade da alma como um fato
científico, e o Espiritismo como uma ponte lançada entre
este mundo e o Invisível.”
Escrita Direta
O Barão de Guldenstubbé foi o primeiro que obteve, na
França, a escrita direta. Eis como ele relata o fato (“La
Réalité des Esprits”, págs. 66 e 67):
“Em um belo dia (1º de Agosto de 1856), veio-lhe o
pensamento de experimentar se os Espíritos podiam
escrever diretamente, sem o auxílio de um médium.
Conhecendo a escrita direta misteriosa do Decálogo,
segundo Moisés, a escrita igualmente direta e misteriosa na
sala do festim do Rei Baltasar, segundo Daniel, e tendo
ouvido falar dos mistérios modernos de Straford, na
América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e
estranhos traçados num pedaço de papel e que não
pareciam provir dos médiuns; o autor quis certificar-se da
realidade de um fenômeno cujo alcance seria imenso, se
fosse verdadeiro.
“Colocou, portanto, uma folha de papel em branco e um
lápis aparado dentro de uma caixinha fechada a chave,
guardando sempre essa chave consigo e a ninguém dando
parte da sua experiência. Durante doze dias esperou
inutilmente, sem observar o menor traço de lápis no papel;
mas, a 13 de agosto de 1856, o seu espanto foi grande
quando notou certos caracteres misteriosos no papel;
apenas sucedeu tal fato, e ele repetiu por dez vezes a
experiência no mesmo dia, para sempre memorável,
colocando, no fim de cada meia hora, uma nova folha de
papel em branco na caixinha. A experiência foi coroada de
êxito completo.”
“No dia imediato, 14 de Agosto, fez de novo umas vinte
experiências, deixando a caixinha aberta e não a perdendo
de vista; viu, então, que caracteres e palavras na língua
Estônia formavam-se ou eram gravadas no papel, sem que
o lápis se movesse. Desde então, vendo a inutilidade do
lápis, cessou de pô-lo sobre o papel; e, colocando
simplesmente uma folha de papel dentro de uma gaveta,
em sua casa, obteve também comunicações.” (No fim da
obra do Barão encontram-se fac-símiles dessas escritas).
O Barão de Guldenstubbé repetiu a experiência em
presença do Conde d’Ourches, e este obteve uma
comunicação de sua mãe, cuja assinatura e letra foram
reconhecidas como autênticas, quando comparadas com as
dos autógrafos que o Conde possuía.
Esses primeiros ensaios foram seguidos de muitos outros, e
o autor adquiriu a certeza de não ser ele quem escrevia em
estado sonambúlico, como julgou a princípio.
 

Gabriel Delanne - O Fenômeno Espírita


PREFÁCIO DA OBRA

Guldenstubbé, um pioneiro de uma Nova Revelação


Ao falar do barão de Guldenstubbé somos convidados a
refletir sobre o fenômeno da pneumatografia, ou seja da
escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um
médium. Em verdade, o vocábulo assentado por Kardec é a
conexão do prefixo grego - pneuma (ar, sopro, vento,
espírito), com o sufixo - graphô (escrevo). O fenômeno é,
incontestavelmente, um dos mais admiráveis do
Espiritismo. Porém, por mais curioso que pareça, constitui
atualmente evento investigado e incontroverso. Se a teoria
é necessária para a abrangência dos fenômenos espíritas
em geral, talvez mais forçosa ainda se faz neste caso que,
sem contenda, é um dos mais curiosos que se possam
oferecer, porém que deixa de parecer sobre-humano, desde
que se lhe compreenda o princípio.
Se considerarmos a escrita direta quanto às vantagens que
pode oferecer, diremos que até o presente a sua principal
utilidade consiste na constatação material de um fato
importante: a intervenção de um poder oculto que encontra
nesse processo um novo meio de se manifestar. Mas as
comunicações assim obtidas são raramente de alguma
extensão. Em geral são espontâneas e se limitam a
palavras, sentenças, frequentemente sinais ininteligíveis.
São obtidas em todas as línguas: em grego, em latim, em
siríaco, em caracteres hieroglíficos, etc., mas ainda não
serviram às conversações contínuas e rápidas que a
psicografia permite.
O Barão de Guldenstubbé foi o primeiro que obteve, na
França, a escrita direta. Foi num esplêndido dia de agosto
de 1856, quando surgiu-lhe a ideia de provar se os Espíritos
podiam escrever espontaneamente, sem o auxílio de um
médium. Reconhecendo a escrita direta misteriosa do
Decálogo obtida por Moisés, no Monte Sinai, tanto quanto a
escrita igualmente direta e misteriosa na sala do festim do
Rei Baltasar, segundo consta no livro de Daniel, e tendo
ouvido falar dos mistérios modernos de Straford, na
América, onde se acharam certos caracteres ilegíveis e
estranhos traçados num pedaço de papel e que não
pareciam provir dos médiuns; o Guldenstubbé quis
certificar-se da realidade de um fenômeno cujo alcance
seria imenso, se fosse conseguido por ele.
A escrita direta é muitas vezes obtida, como a maioria das
manifestações espíritas não espontâneas, pelo
recolhimento, a prece e a evocação. Muitas vezes foi obtida
nas igrejas, sobre os túmulos, junto a estátuas e imagens de
personagens evocadas. Mas é evidente que o local só influi
por favorecer o recolhimento e a maior concentração
mental, pois está provado que é obtida igualmente sem
esses acessórios e nos lugares mais comuns, como sobre
um simples móvel caseiro, desde que se esteja nas
condições morais exigidas e se disponha da necessária
faculdade mediúnica. Achava-se a princípio que era
necessário colocar um lápis com o papel. O fato, então,
poderia ser mais facilmente explicado. Sabe-se que os
Espíritos movem e deslocam objetos, que pegam e atiram à
distância, podendo assim pegar o lápis e escrever.
Logrando êxito Guldenstubbé passou a obter seus escritos
pneumatográficos a qualquer lugar e hora, a céu aberto, em
cima de uma lápide, local que ele especialmente gostava.
Entre os lugares onde os experimentos foram improvisados
com sucesso estão o Louvre, o Museu de Versalhes, a
Catedral de São Denis, Abadia de Westminster, o Museu
Britânico, os Cemitérios de Montparnasse, Montmartre e
Père-Lachaise, Bois de Bolonha e várias igrejas e ruínas
antigas na França, Alemanha, Áustria e Inglaterra.
De origem sueca e pertencente a antiga família
escandinava, Guldenstubbé era rico, sua independência e a
consideração que desfrutava no alto mundo afastam
incontestavelmente qualquer suspeita de fraude voluntária,
pois nenhum motivo interesseiro (mercantilista) poderia
movê-lo. Poder-se-ia admitir a sua própria ilusão, mas a isso
responde decisivamente um fato: a obtenção do mesmo
fenômeno por outras pessoas que se cercaram de todas as
precauções necessárias para evitar qualquer trapaça ou
motivo de engano.
A lista de testemunhas, que assistiram os experimentos do
Barão, inclui os nomes de H. Delamarre, editor de o Patrie;
H. Choisselat, editor de o Univers; Sr. Dale Owen; M.
Lacordaire, irmão do grande orador; N. de Bonochose,
historiador; M. Kiorboe, um bem-conhecido pintor sueco; o
Barão von Rosenberg, embaixador alemão na corte de
Wurtemberg; Príncipe Leonilde Galitzin e dois outros
representantes da nobreza de Moscou; e o rev. William
Mountford, que contribuiu com seu testemunho pessoal ao
The Spiritualist de 21 de dezembro de 1877.
Guldenstubbé foi um lídimo artesão das primeiras horas, um
grande pesquisador da alma e recordemos que ele teve
também as suas obras incluídas entre os trezentos volumes
que Kardec enviou para a Espanha, que infelizmente foram
queimadas em Barcelona, no tétrico e circense cenário do
famigerado "Auto de Fé" levado a efeito pelo clero espanhol
na manhã de 09 de outubro de 1861.
 

São Paulo, 09 de setembro de 2016


Jorge Hessen
ALLAN KARDEC
(O CODIFICADOR DO ESPIRITISMO)
(1804 - 1869)

Pneumatografia ou Escrita Direta - Revista


Espírita/Agosto 1859

Pneumatografia ou Escrita Direta A pneumatografia é a


escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem
intermediário algum; difere da psicografia, por ser esta a
transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita
feita com a mão do médium. Demos essas duas palavras no
Vocabulário Espírita, posto no início de nossa Instrução
Prática, com a indicação de sua diferença etimológica.
Psicografia, do grego psykê, borboleta, alma; e graphus, eu
escrevo; Pneumatografia, de pneuma, ar, sopro, vento,
Espírito. No médium escrevente a mão é um instrumento,
mas a sua alma, ou Espírito encarnado, é o intermediário, o
agente ou o intérprete do Espírito estranho que se
comunica; na Pneumatografia, é o próprio Espírito estranho
que escreve diretamente, sem intermediário.
O fenômeno da escrita direta é, inegavelmente, um dos
mais extraordinários do Espiritismo. Por anormal que pareça
à primeira vista, é hoje um fato verificado e incontestável.
Se dele ainda não falamos, é que esperávamos poder dar-
lhe a explicação e já ter procedido às observações
necessárias, a fim de tratar a questão com conhecimento de
causa. A teoria, sempre necessária para nos inteirarmos da
possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, talvez
ainda se faça mais necessária neste caso que, sem
contestação, é um dos mais estranhos que se possam
apresentar, deixando, porém, de parecer sobrenatural,
desde que se lhe compreenda o princípio.
Da primeira vez que este fenômeno se produziu, a dúvida
foi o sentimento dominante que deixou. Logo acudiu aos
que o presenciaram a ideia de um embuste. Toda gente,
com efeito, conhece a ação das tintas chamadas simpáticas,
cujos traços, a princípio completamente invisíveis,
aparecem ao cabo de algum tempo. Podia, pois, dar-se que
tivessem, por esse meio, abusado da credulidade dos
assistentes, e longe nos achamos de afirmar que nunca o
tenham feito. Estamos até convencidos de que algumas
pessoas, não com propósito mercenário, mas unicamente
por amor-próprio e para fazer acreditar nas suas faculdades,
hão empregado subterfúgios.
Na terceira das cartas escritas de Montaigne, J. J. Rousseau
refere o seguinte fato: “Em 1743 vi em Veneza uma nova
espécie de sortilégio, mais estranho que os de Préneste;
quem o quisesse consultar entrava numa câmara, ali
permanecendo sozinho, caso o desejasse. De um livro de
folhas brancas tirava uma de sua escolha; depois,
segurando essa folha, pedia mentalmente, e não em voz
alta, aquilo que desejava saber; em seguida, dobrava a
folha branca, depositava-a num envelope, lacrava-o e o
colocava, assim fechado, dentro de um livro. Finalmente e
sem perder o livro de vista, depois de haver recitado
algumas fórmulas muito extravagantes, verificava se o selo
não tinha sido violado, abria o envelope, retirava o papel e
encontrava escrita a resposta. O mágico que fazia estas
sortes era o primeiro secretário da Embaixada da França e
se chamava J. J. Rousseau.”
Duvidamos que Rousseau tenha conhecido a escrita direta,
pois, do contrário, teria sabido outras coisas relativas às
manifestações espíritas e não teria tratado do assunto com
tanta leviandade. Como ele próprio reconheceu quando o
interrogamos sobre este fato, é provável que utilizasse um
processo que aprendera de um charlatão italiano.
Entretanto, do fato de se poder imitar uma coisa, fora
absurdo concluir-se pela sua inexistência. Nestes últimos
tempos, não se há encontrado meio de imitar a lucidez
sonambúlica, ponto de causar ilusão? Mas, porque esse
processo de saltimbanco se tenha exibido em todas as
feiras, dever-se-á concluir que não haja verdadeiros
sonâmbulos? Porque certos comerciantes vendem vinho
falsificado, será uma razão para que não haja vinho puro?
Isto sucede com a escrita direta. Bem simples e fáceis eram,
aliás, as precauções a serem tomadas para garantir a
realidade do fato e, graças a essas precauções, hoje ele já
não pode constituir objeto da mais ligeira dúvida.
Considerando-se que a possibilidade de escrever sem
intermediário representa um dos atributos do Espírito; uma
vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os
tempos e que desde todos os tempos se hão produzido os
diversos fenômenos que conhecemos, o da escrita direta
igualmente se há de ter operado na Antiguidade, tanto
quanto nos dias atuais. Deste modo é que se pode explicar
o aparecimento das três palavras célebres, na sala do
festim de Baltazar. A Idade Média, tão fecunda em prodígios
ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras,
também deve ter conhecido a escrita direta; igualmente é
possível que, na teoria das modificações por que podem os
Espíritos fazer passar a matéria, teoria que desenvolvemos
em nosso artigo anterior, se encontre o fundamento da
crença na transmutação dos metais. É um ponto que
abordaremos qualquer dia.
Um de nossos assinantes ultimamente nos dizia que um de
seus tios, cônego, que durante muitos anos havia sido
missionário no Paraguai, obtinha, por volta do ano 1800, a
escrita direta, juntamente com seu amigo, o célebre abade
Faria. Seu processo, que nosso assinante jamais chegou a
conhecer bem, e que de alguma sorte surpreendera
casualmente, consistia numa série de anéis pendurados,
aos quais eram adaptados lápis, dispostos em posição
vertical, cujas pontas apoiavam-se no papel. Esse processo
refletia a infância da arte; depois progredimos.
Todavia, quaisquer que tenham sido os resultados obtidos
em diversas épocas, só depois de vulgarizadas as
manifestações espíritas foi que se tomou a sério a questão
da escrita direta. Ao que parece, o primeiro a torná-la
conhecida, estes últimos anos, em Paris, foi o barão de
Guldenstubbé, que publicou sobre o assunto uma obra
muito interessante, com grande número de fac-símiles das
escritas que obteve (20). O fenômeno já era conhecido na
América, havia algum tempo. A posição social do Sr.
Guldenstubbé, sua independência, a consideração de que
goza nas mais elevadas rodas incontestavelmente afastam
toda suspeita de fraude intencional, porquanto não havia
nenhum motivo de interesse a que ele obedecesse. Quando
muito, o que se poderia supor, é que fora vítima de uma
ilusão; a isto, porém, um fato responde peremptoriamente:
o de haverem outras pessoas obtido o mesmo fenômeno,
cercadas de todas as precauções necessárias para evitar
qualquer embuste e qualquer causa de erro.
(20) La realité des Esprits et de leurs manifestations, démontrée par le
phenomène de l`écriture directe, pelo barão de Guldenstubbé, 1 vol. in-8o , com
15 estampas e 93 fac-símiles. Preço 8 fr. Casa Frank, rua Richelieu. Encontra-se
também nas Casas Dentu e Ledoyen.

A escrita direta é obtida, como em geral a maior parte das


manifestações espíritas não espontâneas, por meio da
concentração, da prece e da evocação. Tem-se produzido
em igrejas, sobre túmulos, no pedestal de estátuas, ou
imagens de personagens evocadas. Evidentemente, o local
não exerce nenhuma outra influência, além da de facultar
maior recolhimento espiritual e maior concentração dos
pensamentos, porquanto provado está que o fenômeno se
obtém, igualmente, sem esses acessórios e nos lugares
mais comuns, sobre um simples móvel caseiro, desde que
os que desejam obtê-lo se achem nas devidas condições
morais e, entre esses, se encontre quem possua a
necessária faculdade mediúnica.
Julgou-se, a princípio, ser preciso colocar aqui ou ali um
lápis com o papel. O fato então podia, até certo ponto,
explicar-se. É sabido que os Espíritos produzem o
movimento e a deslocação dos objetos; que, algumas vezes,
os tomam e atiram longe. Bem podiam, pois, tomar também
do lápis e servir-se dele para traçar letras. Visto que o
impulsionam, utilizando-se da mão do médium, de uma
prancheta, etc., podiam, do mesmo modo, impulsioná-lo
diretamente. Não tardou, porém, se reconhecesse que o
lápis era dispensável, que bastava um pedaço de papel,
dobrado ou não, para que, ao cabo de alguns minutos, se
achassem nele grafadas as letras. Aqui, o fenômeno já
muda completamente de aspecto e nos transporta a uma
ordem inteiramente nova de coisas. As letras hão de ter
sido traçadas com uma substância qualquer. Ora, sendo
certo que ninguém forneceu ao Espírito essa substância,
segue-se que ele próprio a compôs. Donde a tirou? Esse o
problema.
O general russo, conde de B... mostrou-nos uma estrofe de
dez versos alemães obtida dessa maneira por intermédio da
irmã do barão de Guldenstubbé, simplesmente colocando
uma folha de papel, arrancada de sua própria caderneta,
debaixo do pedestal do relógio da chaminé. Tendo-a retirado
ao cabo de alguns minutos, nela encontrou versos em
caracteres tipográficos alemães muito finos e de perfeita
pureza. Através de um médium psicógrafo o Espírito lhe
disse que queimasse esse papel; como hesitasse,
lamentando sacrificar um espécimen tão precioso, o Espírito
acrescentou: “Nada temais; dar-te-ei um outro”. Com essa
garantia, lançou o papel ao fogo, depois colocou uma
segunda folha, igualmente tirada de sua carteira, sobre a
qual os versos se achavam reproduzidos, exatamente da
mesma maneira. Foi essa segunda edição que vimos e
examinamos com o maior cuidado e, coisa bizarra, os
caracteres apresentavam um relevo como se tivessem saído
do prelo. Não é, pois, apenas o lápis que os Espíritos podem
fazer, mas a tinta e os caracteres de imprensa.
Um dos nossos honrados colegas da Sociedade, o Sr. Didier
obteve há alguns dias os resultados seguintes, que tivemos
oportunidade de constatar, e cuja perfeita identidade
podemos garantir. Tendo ido à igreja de Nossa Senhora das
Vitórias, com a Sra. Huet, que há pouco obteve sucesso em
experiências desse gênero, tomou uma folha de papel de
carta com o timbre de sua casa comercial, dobrou-a em
quatro e a colocou sobre os degraus de um altar, rogando,
em nome de Deus, que um Espírito bom se dignasse
escrever alguma coisa. Ao cabo de dez minutos de
recolhimento encontrou no interior e numa das partes
dobradas da folha a palavra fé e num dos outros campos a
palavra Deus. A seguir, tendo pedido ao Espírito que
dissesse quem havia escrito aquilo, recolocou o papel no
mesmo lugar e, após dez minutos, encontrou estas
palavras: por Fénelon.
Oito dias mais tarde, a 12 de julho, quis repetir a
experiência e dirigiu-se ao Louvre, à sala Coyzevox, situada
sob o pavilhão do relógio. Sobre a base do busto de Bossuet
pôs uma folha de papel, dobrada como a primeira, mas
nada obteve. Um menino de cinco anos o acompanhava e
seu boné foi deixado no pedestal da estátua de Luís XIV,
que se encontrava a alguns passos da primeira. Julgando
que a experiência houvesse falhado, já se dispunha a sair
quando, ao pegar o boné, percebeu embaixo deste, como se
fora escrito a lápis sobre o mármore, a expressão amai a
Deus, seguida da letra B. O primeiro pensamento que veio à
mente dos assistentes foi o de que tais palavras poderiam
ter sido escritas anteriormente por mãos estranhas, que não
foram percebidas. Entretanto, quiseram tentar a prova
novamente, recolocando a folha dobrada em cima dessas
palavras, cobrindo-as com o boné. Decorridos alguns
minutos perceberam que a folha continha três letras: a i m.
Repuseram o papel e pediram fossem os escritos
completados e obtiveram: Amai a Deus, isto é, aquilo que
fora escrito no mármore, menos o B. Ficava assim evidente
que as primeiras letras traçadas resultavam de escrita
direta. Ressaltava, ainda, esse fato curioso: as letras foram
grafadas sucessivamente e não de uma vez; quando da
primeira inspeção, não houvera tempo de concluir as
palavras. Saindo do Louvre, o Sr. D... dirigiu-se à igreja de
Saint-Germain l'Auxerrois onde obteve, pelo mesmo
processo, as palavras: Sede humildes. Fénelon, escritas de
maneira muito clara e muito legível. Estas palavras ainda
podem ser vistas no mármore da estátua a que nos
referimos.
A substância de que são feitos esses caracteres tem toda a
aparência da grafita do lápis e é facilmente apagada com a
borracha. Examinamo-la ao microscópio e constatamos que
não é incorporada ao papel, mas simplesmente depositada
na superfície, de maneira irregular, sobre as suas asperezas,
formando arborescências muito semelhantes às de certas
cristalizações. A parte apagada pela borracha deixa à
mostra as camadas de matéria negra introduzida nas
pequenas cavidades das rugosidades do papel. Destacadas
e retiradas com cuidado, essas camadas são a própria
matéria que se produz durante a operação. Lamentamos
que a pequena quantidade recolhida não nos tenha
permitido fazer a sua análise química; mas não perdemos a
esperança de o conseguir um dia.
Quem quiser reportar-se às explicações que foram dadas
em nosso artigo anterior encontrará completa a teoria do
fenômeno. Para escrever dessa maneira, o Espírito não se
serve das nossas substâncias, nem dos nossos
instrumentos. Ele próprio fabrica a matéria e os
instrumentos de que há mister, tirando, para isso, os
materiais preciosos, do elemento primitivo universal que,
pela ação da sua vontade, sofre as modificações
necessárias à produção do efeito desejado. Possível lhe é,
portanto, fabricar tanto o lápis vermelho, a tinta de
imprimir, a tinta comum, como o lápis preto, ou, até,
caracteres tipográficos bastante resistentes para darem
relevo à escrita.
Tal o resultado a que nos conduziu o fenômeno da
tabaqueira, descrito em nosso número anterior, e sobre o
qual nos estendemos longamente, porque nele percebemos
oportunidade para perscrutarmos uma das importantes leis
do Espiritismo, lei cujo conhecimento pode esclarecer mais
de um mistério, mesmo do mundo visível. Assim é que, de
um fato aparentemente vulgar, pode sair a luz. Tudo está
em observar com cuidado e isso todos podem fazer como
nós, desde que se não limitem a observar efeitos, sem lhes
procurarem as causas. Se a nossa fé se fortalece dia a dia, é
porque compreendemos. Tratai, pois, de compreender, se
quiserdes fazer prosélitos sérios. Ainda outro resultado
decorre da compreensão das causas: o de deixar riscada
uma linha divisória entre a verdade e a superstição.
Considerando a escrita direta do ponto de vista das
vantagens que possa oferecer, diremos que, até o presente,
sua principal utilidade há consistido na comprovação
material de um fato sério: a intervenção de um poder oculto
que, nesse fenômeno, tem mais um meio de se manifestar.
Todavia, raramente são extensas as comunicações que por
essa forma se obtêm. Em geral espontâneas, elas se
reduzem a algumas palavras ou proposições e, às vezes, a
sinais ininteligíveis. Têm sido dadas em todas as línguas: em
grego, em latim, em sírio, em caracteres hieroglíficos, etc.,
mas ainda se não prestaram às dissertações seguidas e
rápidas, como permite a psicografia ou a escrita pela mão
do médium.(21)
(21) N. do T.: Vide O Livro dos Médiuns - Segunda Parte - capítulo XII Revista
Espírita Agosto 1859 Pneumatografia ou escrita direta.
ALLAN KARDEC
(O CODIFICADOR DO ESPIRITISMO)
(1804 - 1869)

Pneumatografia ou Escrita Direta - Livro dos Médiuns


- Segunda Parte - Capítulo XII

146. A Pneumatografia é a escrita produzida diretamente


pelo Espírito, sem nenhum intermediário. Difere da
psicografia porque esta é a transmissão do pensamento do
Espírito pela mão do médium.
O fenômeno da escrita é indiscutivelmente um dos mais
extraordinários do Espiritismo. Por mais estranho que possa
parecer à primeira vista, é hoje um fato averiguado e
incontestável. Se a teoria é necessária pra se compreender
a possibilidade dos fenômenos espíritas em geral, mais
ainda se torna neste caso, um dos mais chocantes até agora
apresentados, mas que deixa de parecer sobrenatural
quando compreendemos o princípio em que se funda.
A primeira manifestação desse fenômeno o sentimento
dominante foi de desconfiança: a ideia de trapaça ocorreu
logo. Porque todos conhecem as tintas chamadas
simpáticas, cujos traços invisíveis aparecem algum tempo
depois da escrita. Era possível, pois, um abuso da
credulidade, e não afirmamos que jamais tenha isso
acontecido. Estamos mesmo convencidos de que algumas
pessoas, por interesse mercenário, por amor-próprio ou para
impor a crença nos seus poderes, tenham usado
subterfúgios. (Ver o capítulo sobre as Fraudes).
Mas por se poder imitar alguma coisa é absurdo concluir
que ela não exista. Não se conseguiu, nos últimos tempos,
encontrar o meio de imitar a lucidez sonambúlica, a ponto
de causar ilusão? E por ter esse processo habilidoso corrido
mundo, devemos concluir que não há sonâmbulos
verdadeiros? Porque alguns comerciantes vendem vinho
alterado devemos dizer que não existe o vinho puro?
Acontece o mesmo com a escrita direta. Entretanto, as
precauções para assegurar a realidade de fato são muito
simples e fáceis. Graças a elas, hoje não se pode ter a
menor dúvida a respeito.(01)
(01) A tendência das pessoas é sempre de generalizar a fraude, mormente em
se tratando de Espiritismo. E isso tanto ocorre entre o povo como nos meios
científicos. Nesse ponto, como Kardec acentua em várias ocasiões, os sábios
preferem ficar no nível do vulgo. A escrita direta, como a fotografia psíquica e a
tiptologia tem sido desprezadas e ridicularizadas por causa de algumas fraudes,
como se a fraude não fosse uma constante da espécie humana. Mas de Kardec
até hoje as pesquisas sérias sempre confirmam a realidade desses fenômenos.
Veja-se o debate sobre psicocinesia na Parapsicologia atual. (N. do T.)

147. Desde que a possibilidade de escrever sem


intermediário é um dos atributos dos Espíritos, que estes
sempre existiram e em todos os tempos produziram os
diversos fenômenos que conhecemos, devem ter produzido
a escrita direta na Antiguidade tão bem como hoje. E é
assim que se pode explicar a aparição das três palavras no
festim de Baltazar. A Idade Média, tão fecunda em prodígios
oculta que as fogueiras abafavam, deve ter conhecido
também a escrita direta. Talvez mesmo se pudesse
encontrar na teoria das modificações que os Espíritos
produzem na matéria, que desenvolvemos no capítulo VIII, o
princípio da crença medieval na transmutação dos metais.
Mas qualquer que tenham sido os resultados obtidos nas
épocas anteriores, foi somente depois da vulgarização das
manifestações espíritas que se tomou a sério o problema da
escrita direta. O primeiro que o deu a conhecer em Paris,
nos últimos anos, parece que foi o Barão de Guldenstubbé,
ao publicar uma obra muito interessante sobre o assunto,
com grande número de fascículos de escritas obtidas.(02) O
fenômeno já era conhecido na América há algum tempo. A
posição social do Sr. de Guldenstubbé, sua independência, a
consideração que desfruta no alto mundo afastam
incontestavelmente qualquer suspeita voluntária, pois
nenhum motivo interesseiro poderia movê-lo. Poder-se-ia
admitir a sua própria ilusão, mas a isso responde
decisivamente um fato: a obtenção do mesmo fenômeno
por outras pessoas que se cercaram de todas as precauções
necessárias para evitar qualquer trapaça ou motivo de
engano.
(02) La realité des Esprits et de leurs manifestations, démontrée par le
phenomène de l'écriture directe, pelo barão de Guldenstubbé, 1 vol. in-8º, com
30 estampas. Preço 8 fr. Casa Frank, rua Richelieu, Paris. Encontra-se também a
venda nas Casas Dentu e Ledoyen. (N. do T.)

148. A escrita direta é obtida, como a maioria das


manifestações espíritas não espontâneas, pelo
recolhimento, a prece e a evocação. Muitas vezes foi obtida
nas igrejas, sobre os túmulos, junto a estátuas e imagens de
personagens evocadas. Mas é evidente que o local só influi
por favorecer o recolhimento e a maior concentração
mental, pois está provado que é obtida igualmente sem
esses acessórios e nos lugares mais comuns, como sobre
um simples móvel caseiro, desde que se esteja nas
condições morais exigidas e se disponha da necessária
faculdade mediúnica.(03)
(03) As expressões sobre os túmulos, junto a imagens, sobre móveis decorrem
das primeiras experiências feitas pelo Sr. Diddier Filho e outros membros da
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, como se pode ver pelos relatos
publicados na Revista Espírita. (N. do T.)

Achava-se a princípio que era necessário colocar um lápis


com o papel. O fato, então, poderia ser mais facilmente
explicado. Sabe-se que os Espíritos movem e deslocam
objetos, que pegam e atiram à distância, podendo assim
pegar o lápis e escrever. Desde que o fazem por intermédio
da mão dos médiuns ou de uma prancheta, poderiam
também fazê-lo de maneira direta. Mas logo se verificou que
a presença do lápis era desnecessária, que bastava um
simples pedaço de papel, dobrado ou não, para em breves
minutos aparecerem às letras. Com isso o fenômeno mudou
completamente de aspecto e nos lançou em outra ordem de
ideias. As letras são escritas com uma certa substância, e
desde que não se forneceu ao Espírito nenhuma substância,
ele a teve de produzir, de compô-la por si mesmo. De onde
a tirou? Esse o problema.
Reportando-nos às explicações do cap. VIII, nº 127 e 128,
encontraremos a teoria completa desse fenômeno. O
Espírito não se serve de substâncias e instrumentos nossos.
p
Ele mesmo os produz, tirando os seus materiais do
elemento primitivo universal, que submete, por sua
vontade, às modificações necessárias para atingir o efeito
desejado. Assim, tanto pode produzir a grafita do lápis
vermelho, a tinta de impressão tipográfica ou a tinta comum
de escrever, como a do lápis preto e até mesmo caracteres
tipográficos suficientemente duros para deixarem no papel
o rebaixo da impressão, como tivemos, ocasião de ver.(04)
(04) Curioso caso de impressão tipográfica direta vem relatado no vol. III da
Revista Espírita, tendo o Espírito ordenado à queima do papel assim impresso e
a colocação de outro no lugar em que se obtivera o fenômeno. Obedecido,
produziu de novo o mesmo efeito e em condições que excluem a menor
suposição de fraude. Esses fenômenos são considerados absurdos por aqueles
que jamais os obtiveram, mas basta essa condição negativa para invalidar as
suas opiniões. A pesquisa espírita e metapsíquica posterior a Kardec têm
comprovado os fatos. (N. do T.)

149. Esse o resultado a que nos conduziu o fenômeno da


tabaqueira, relatado no cap. VII, nº 116, sobre o qual nos
estendemos bastante, porque percebemos a oportunidade
de sondar uma das leis mais importantes do Espiritismo,
cujo conhecimento pode esclarecer diversos mistérios do
mundo invisível. É assim que de um fato aparentemente
vulgar pode sair à luz. Basta observar com atenção, e é o
que todos podem fazer, como nós, quando não se limitarem
a ver os efeitos sem procurar as causas. Se a nossa fé se
firma dia a dia é porque compreendemos; fazei pois
compreender, se quiserdes conquistar adeptos sérios. A
compreensão das causas tem ainda outro resultado, que é o
de estabelecer uma linha divisória entre a verdade e a
superstição.
Se considerarmos a escrita direta quanto às vantagens que
pode oferecer, diremos que até o presente a sua principal
utilidade consiste na constatação material de um fato
importante: a intervenção de um poder oculto que encontra
nesse processo um novo meio de se manifestar. Mas as
comunicações assim obtidas são raramente de alguma
extensão. Em geral são espontâneas e se limitam a
palavras, sentenças, frequentemente sinais ininteligíveis.
São obtidas em todas as línguas: em grego, em latim, em
siríaco, em caracteres hieroglíficos, etc., mas ainda não
serviram às conversações contínuas e rápidas que a
psicografia ou escrita pela mão do médium permite.
 

Livro dos Médiuns - Segunda Parte - Capítulo XII


GABRIEL DELANNE
(1857 - 1926)
AS EXPERIÊNCIAS DO BARÃO DE GULDENSTUBBÉ
Foi em 1856 que a escrita direta foi observada com rigor
pelo barão de Guldenstubbé que, com o conde d'Ourches, o
barão de Brévern e o conde Szappari, formava uma
sociedade de pesquisadores esclarecidos, instruídos e
desejos de controlar severamente esses fenômenos, na
época tão novos e aparentemente sobrenaturais.
A irmã do Sr. Guldenstubbé era a médium, de modo que
nenhuma suspeita motivada podia levantar-se contra a
sinceridade das experiências. Perfeitamente a par das
comunicações pela mesa e pelos médiuns escreventes, o Sr.
Guldenstubbé quis uma demonstração inteligente da ação
direta dos espíritos, e obteve centenas delas, nas mais
variadas condições. Foi então que publicou, em 1857, seu
livro intitulado “La Réalité des Esprits et le Phénomène
Merveilleux de leur Écriture Directé”, onde relata as
circunstâncias nas quais essas escritas foram obtidas. No
final da obra, encontramos fac-símiles desses manuscritos,
num total de 30. Acreditamos no valor desses documentos,
porque nos pareceria insensato supor que homens de
sociedade, inteligentes, letrados, ricos, e
consequentemente a salvo das vicissitudes materiais da
existência, tenham se juntado para enganar o público
porque só conseguiriam ser alvo dos incrédulos e dos
anátemas do clero que, aliás, não lhes faltaram. A partir do
momento que vimos o mesmo fenômeno reproduzir-se em
todos os países, e perante observadores sábios e atentos,
não temos mais razões para suspeitar da boa-fé do barão,
cuja sinceridade e cujo sentimento profundamente religioso
saltam aos olhos em cada linha do seu livro. Eis como teve a
ideia de recorrer a essa espécie de experimentação:
O autor, estando sempre em busca de uma prova
inteligente, e ao mesmo tempo palpável, da realidade
substancial do mundo sobrenatural, a fim de demonstrar,
por fatos irrefutáveis, a imortalidade da alma, jamais cessou
de dirigir fervorosas preces ao Eterno para que se dignasse
indicar aos homens um meio infalível de reafirmar a fé
nessa imortalidade, base eterna da religião. O Eterno, cuja
misericórdia é infinita, acolheu-lhe as humildes preces. Um
belo dia, foi a primeiro de agosto de 1856, ocorreu-lhe a
ideia de verificar se os espíritos podiam escrever
diretamente, sem a intermediação de um médium... Pôs um
papel de cartas branco e um lápis numa caixinha fechada a
chave, carregando essa chave sempre consigo, e sem falar
com ninguém sobre sua experiência. Durante doze dias
esperou em vão, sem perceber qualquer traço de lápis no
papel, mas qual não foi seu espanto quando, a 13 de agosto
de 1856, percebeu alguns caracteres misteriosos nele
traçados; mal os viu, repetiu dez vezes, durante aquele dia
inesquecível, a mesma experiência, pondo, a cada meia
hora, uma nova folha de papel na mesma caixa. Todas às
vezes a experiência foi coroada de êxito.
Poder-se-ia imaginar que o próprio Sr. Guldenstubbé, em
sonambulismo, tivesse escrito a primeira mensagem, se o
fato não se tivesse repetido diante dele, perfeitamente
acordado. Quanto a crer que ele pudesse ser o autor
inconsciente dos escritos, por um desdobramento
involuntário que não tivesse percebido, achamos essa
hipótese insustentável, porque nenhuma experiência jamais
permitiu constatar que esse fenômeno fosse possível. O que
torna essa objeção inaceitável, é o fato, que constataremos
imediatamente, de que não apenas não era sua letra que
estava assim reproduzida, mas que muitas vezes era a de
pessoas que ele não tinha conhecido. Assinalamos também
uma diferença entre essas experiências e as outras que
citamos anteriormente, ela é de molde a mostrar-nos
igualmente que o poder atuante não era a mente do barão:
No dia seguinte, 14 de agosto, o autor fez de novo umas
vinte experiências, deixando a caixa aberta e não a
perdendo de vista; foi então que o autor viu caracteres na
língua estoniana formando-se ou serem gravados no papel
sem que o lápis se mexesse. A partir de então, vendo a
inutilidade do lápis, o autor deixou de colocá-lo sobre o
papel. Simplesmente põe um papel em branco em cima de
uma mesa da casa, ou no pedestal de estátuas antigas, em
sarcófagos, em urnas etc., no Louvre, em Saint-Denis, na
igreja de Saint-Étienne du Mont, etc.
Essa curiosa maneira de produzir a escrita sem empregar
lápis ou caneta foi observada depois por diversos sábios(09)
e, da parte dos espíritos, destaca processos de utilização da
matéria que ainda não ocorreram aos nossos sábios oficiais.
Para mostrar que a operação da escrita não se deve à
intervenção do demônio, o religioso Sr. Guldenstubbé
submeteu-se a todas as medidas de precaução imaginadas
por seu amigo, o conde d'Ourches:
(09) Ver Psychographie, de Oxon (Stainton Moses), e consultar a obra do Sr.
Rochas, I’Exteriorisation de ta Motricité, a respeito dos traços deixados por
Eusapia Paladino numa parede, e até no peitilho da camisa de um dos
experimentadores. Ver p. 140 e 162.

Após ter constatado a realidade do fenômeno da escrita


direta por mais de trinta experiências repetidas, a principal
preocupação do autor foi demonstrar a existência real desse
milagre a outras pessoas. Inicialmente, dirigiu-se ao seu
nobre amigo, o Sr. conde d'Ourches, que também dedicou
sua vida inteira à magia e ao espiritualismo. Só depois de
seis sessões, a 16 de agosto de 1856, às 11 horas da noite,
na casa do autor, o conde viu pela primeira vez esse
fenômeno prodigioso. A princípio, ele ficou desconcertado
com nossas primeiras experiências. Não duvidou da
realidade do fenômeno, sabendo muito bem que o autor
não tem o dom da mediunidade, de escrever
maquinalmente; também não atribuiu o insucesso à
influência dos demônios, mas acreditava que certos
espíritos astutos e pouco cordiais queriam privá-lo de ser
testemunha ocular de um milagre tão evidente. Então, ao
lado do papel em branco destinado à escrita de algum
espírito, pôs uma cópia do famoso critério do apóstolo São
João, a respeito do discernimento dos bons espíritos: 'Todo
espírito que confesse que Jesus Cristo veio em carne, é de
Deus.'(10) Dez minutos depois, um espírito simpático, cuja
letra e assinatura o autor reconheceu imediatamente,
escreveu diretamente, diante do conde d'Ourches, o
seguinte: 'Confesso Jesus em carne.' O espírito, portanto,
aceitou sinceramente o sinal pelo qual, segundo São João,
pode-se conhecer um bom espírito. Esse fenômeno deve
confundir todos os nossos ortodoxos demonófobos, que só
acreditam em milagres demoníacos.
(10) Observemos que essas práticas puramente místicas são completamente
inúteis e que um espírito céptico, judeu, maometano etc., mesmo que não
confesse "que Jesus veio em carne", nem por isso será execrado.

A partir desse momento, o conde d'Ourches viu mais de


quarenta vezes o fenômeno prodigioso da escrita direta, ora
na própria casa, ora na do autor, e em diversos lugares.
Mais tarde, no mês de outubro, obteve, mesmo sem a
colaboração do autor, várias escritas diretas dos espíritos.
Uma dessas cartas de além-túmulo foi da mãe dele, falecida
há uns vinte anos.
Para nosso autor, parece totalmente absurdo ver nesses
fatos uma ação inconsciente do seu pensamento. "Repugna-
me - diz ele - levar em conta uma objeção tão inepta, que
não passa de uma ficção dos homens desmiolados de hoje!"
Ele observa que geralmente não eram espíritos em que ele
pensava que vinham, mas desconhecidos, porque nunca
fazia evocações particulares.
Citamos algumas experiências nas quais escritas obtidas
foram bem diferentes entre si. Ora eram lendas em grego
ou latim e traçadas em caracteres lapidares ou cursivos, ora
mensagens em alemão, com uma letra que não era a de
nenhuma pessoa presente.
Eis alguns detalhes:
Nº 8 - Primeira escrita em latim lapidário, obtida na
presença do conde d'Ourches, no Louvre, perto da estátua
de Germanicus, em 26 de agosto de 1856.
Nº 9 - Escrita em latim lapidário, elaborada em 28 de agosto
no Louvre, perto da estátua de Júlio César, na presença do
conde d’Ourches e de várias outras testemunhas.
Nº10 - Escrita em latim lapidário, perto de estátua
desconhecida, no salão de Imperadores romanos, na
presença do conde d’Ourches e do General Brewern, em 4
de setembro de 1856.
Infelizmente, o barão não nos dá detalhes das
circunstâncias em que essas escritas diretas foram obtidas,
mas, como a escrita na casa dele se formava sem que
ninguém estivesse perto do papel, é provável que o mesmo
devia ocorrer nas experiências tentadas nos museus e nas
igrejas. Logo veremos um relato de Pierart, diretor da Revue
Spiritualiste, que conta como as coisas se passavam
habitualmente. Deve-se observar que os textos nem sempre
reproduziam a mesma letra. Pudemos constatar a produção
de mensagens inteligentes em latim e em grego lapidares,
em latim e em grego comuns, em língua estoniana, em
francês, em russo, em alemão e em versos alemães, em
inglês e, finalmente, em italiano.
Vejamos algumas experiências sobre as quais o autor é
mais explícito; parece que, nesse caso, as precauções foram
tomadas seriamente, sem que os resultados fossem
diminuídos:
Nº 20 - Figura desenhada em uma resma de papel, nova e
ainda selada, do mesmo modo que deixou a loja, na casa do
autor, em 24 de dezembro de 1856. O barão general
Brewern estava presente e assistiu como testemunha
ocular. O conde d’Ourches e o marquês de Planty, também
convidados a participar, não foram. Eles foram aguardados
até a meia-noite, mas mais ou menos em torno desse
tempo, a mobília começou a partir em todos os lugares, o
médium se colocou ao piano e ordenou que se colocasse,
sobre uma pequena mesa, uma resma de papel nova,
envolto por papel amarelo e selada pelo revendedor, que o
general Brewern tinha trazido. Ao fim de um quarto de hora,
o médium parou de tocar e pediu ao general Brewern que
abrisse a resma; várias figuras foram encontradas, esta
entre elas, e uma escritura grega, assinada por Platão, uma
escritura latina assinada por Cícero e uma escritura inglesa,
assinada por Spencer.
Claro está que não temos nenhuma prova da veracidade
das assinaturas de Cícero e de Platão, mas o interesse do
fenômeno não reside nisso: prende-se à escrita em si e ao
seu modo anormal de produção.
Observemos que o médium, que sabemos ser a irmã do
barão de Guldenstubbé, não conhecia latim, nem grego; não
podemos supor, portanto, que os textos obtidos nessas
línguas provenham de um desdobramento da sua
personalidade, acompanhado de exteriorização. A
precaução de utilizar um papel de cartas ainda lacrado
afasta também a suspeita de uma fraude, consciente ou
não, da parte da médium, se sua boa-fé não estivesse
estabelecida por sua irrepreensível honestidade. Citamos
agora alguns casos em que a letra foi reconhecida:
Nº 22 - Escritura alemã, feita por um espírito que o autor, e
vários amigos e parentes do falecido, reconheceu sua
escrita, embora falte a assinatura. Este fenômeno teve lugar
em 28 de dezembro de 1856, na casa do autor.
Nº 15 - Escrita alemã em verso, assinado pelo padrinho do
autor. Esta carta foi escrita em 14 de janeiro 1857 na casa
do autor. A perfeita semelhança da mão falecido não só foi
constatada por todos os parentes do autor e de seu tio, o
referido padrinho, mas ainda pelo tribunal civil da ilha
d’Oesel durante a viagem do autor e sua irmã na Rússia, na
primavera de 1858.
Esse imponente conjunto de autógrafos estabelece com a
maior evidência a certeza de que os espíritos
desencarnados podem confirmar autenticamente sua
sobrevivência pelas mesmas provas que dariam aqui na
Terra, ou seja, por sua assinatura.
A escrita direta no Panteão
Na mesma época, outra testemunha, Pierrart, diretor da
Revue Spiritualiste, teve oportunidade de observar fatos
semelhantes, e os relata, dando todas as referências, nestes
termos:
Há um gênero de fatos muito convincentes, a que não se
pode opor a menor objeção. É o da escrita direta, fenômeno
pelo qual um espírito vem traçar num papel colocado por
uma pessoa, e perto dela, sinais e, às vezes, letras, frases
inteiras, e isso sem lápis, caneta ou tinta. O Sr. de
Guldenstubbé, personagem honrado sob todos os aspectos
e de uma lealdade a toda prova, obteve, como já dissemos,
a solução de uma grande dificuldade. Mil experiências
registradas no seu notável livro o provam. Esperava que um
dia me desse testemunho de um prodígio semelhante. Mas,
tendo voltado à sua pátria, era-me forçoso esperar quando,
de repente, fiquei sabendo que um amigo dele, o barão de
Brewern, associado ao conde d'Ourches e à sua médium, a
Srta. Blanche C., tinha conseguido obter escrita direta.
Várias experiências tinham sido feitas por eles e tinham sido
coroadas de pleno êxito.
Avisado desses fatos e convidado a uma experiência pelo
general de Brewern, a 28 de junho, às 11 horas, dirigi-me ao
Panteão com ele, o conde d'Ourches, a Srta. Blanche e o
pastor Bellot. Dirigimo-nos à capela de Santa Genoveva,
diante da qual nos sentamos. Após um momento de
recolhimento e oração, papéis foram colocados como na vez
anterior. Tendo-me sido dado um desses papéis pelo pastor
Bellot (era uma folha com seu monograma), fiz com que
cada um dos assistentes o examinasse, depois, tendo-lhe
feito uma marca, a fim de constatar-lhe a substituição, caso
ocorresse, fui em companhia da médium colocá-lo no
embasamento de uma coluna, diante da qual voltei a
sentar-me, sem perder o papel de vista.
Mais ou menos dez minutos depois, ouviram-se pancadinhas
na escada do altar de Santa Genoveva, que ficava à nossa
esquerda. A médium me disse que as pancadas eram um
sinal dado pelo espírito para indicar que podíamos ir buscar
o papel; apressei-me a fazê-lo. Tendo o papel sido apanhado
por mim, abri-o. No seu interior vi uma cruz que parecia ter
sido traçada por um lápis de grafite, e, depois de mim, cada
um dos assistentes constatou a existência da cruz. Como
tinha sido traçada no papel, não sei. Tudo que sei é que não
poderia ter sido feita por uma mão humana.
Em outros papéis colocados pelo conde d'Ourches,
encontrava-se a cópia mal desenhada de um cajado, sem
dúvida devida à ideia que um de nós teve da pastora de
Nanterre, diante de cuja imagem estávamos, e que um
espírito teria reproduzido; encontravam-se também sinais,
traços diversos, nos quais não conseguimos ver qualquer
significado.
Eis os fatos que, perante Deus e por minha honra, achei-me
no dever de revelar, para que possam servir de
ensinamento e de edificação a quem de direito. O Sr.
general de Brewern, rua de Chaillot 74, o Sr. conde
d'Ourches, passagem Saulnier 22, o Sr. Bellot, rua des
Écuries d'Artois 8, a Srta. Blanche C., rua de Rochefoucault
62 que foram testemunhas, como eu, desses fatos, estão
dispostos a atestá-los quando solicitados.
Evidentemente, esse fenômeno é menos desenvolvido do
que os anteriores e talvez menos convincente devido à
proximidade do médium no momento em que o papel foi
depositado, mas não nos esqueçamos de que o papel tinha
o monograma do pastor Bellot e que Pierrart tinha feito nele
uma marca particular. Só o narramos para mostrar que,
exceto o barão de Guldenstubbé, seus amigos tinham ido
para verificar a existência da escrita direta.(11) Podemos
publicar um volume importante com os relatos autênticos
que possuímos sobre esse fenômeno. Stainton Moses o fez,
e sua obra, cujo título é Psychography, é absolutamente
convincente. O dr. Gibier, por seu turno, relatou
minuciosamente os resultados das suas experiências com
Slade em O Espiritismo (Faquirismo Ocidental). Então, não
insistiremos longamente aqui, remetendo o leitor aos livros
citados. Encerramos esta revisão sumária com o caso de
Chicago, constatado pelo prof. Moutonnier, que o relatou
nos Annales Psychiques.(12)
(11)Não podendo alongar-nos nesses relatos, remetemos o leitor à Revue
Spiritualiste, 1858, p. 240 e 417; 1859, p. 126, 141, 145, 166, 204, 206, 232;
1862, p. 90. Ver também o livro de Stainton Moses intitulado Psychographie, que
narra todas as experiências do autor e grande quantidade de outras do maior
interesse.

(12) Annales Psychiques, 1899, p. 65.

Fonte: Gabriel Delanne - Pesquisas sobre mediunidade -


Terceira Parte - Cap. IV
30 GRAVURAS

PNEUMATOGRAFIA
(ESCRITA DIRETA DOS ESPÍRITOS)

LA REALITÉ DES ESPRITS ET DE LEURS MANIFESTATIONS,


DÉMONTRÉE PAR LE PHÉNOMÈNE DE L'ÉCRITURE DIRECTE,
PAR M. LE BARON DE GULDENSTUBBÉ, 1 VOL. IN-8, AVEC 15
PLANCHES ET 93 FAC SIMILE. PRIX 8 FR. CHEZ FRANK, RUE
RICHELIEU, 1857, PARIS. SE TROUVE AUSSI CHEZ DENTU ET
LEDOYEN.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras I a II - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé

I - Carta do além-túmulo de um amigo do autor, que muitas


pessoas reconheceram por sua escrita. Esta carta foi
traçada em francês, em 1º de fevereiro de 1857 (por volta
de dois anos após a morte do falecido), na casa do autor.
II - Figura que foi desenhada no Louvre, no Museu Egípcio,
na presença de várias testemunhas, no jazigo de Cleópatra,
em 4 de setembro de 1862.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras III a VIII - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

III - Carta amigável de uma parente do autor, que morreu em


1843. Esta carta, em alemão, foi escrita em 20 de fevereiro
de 1837, na casa do autor. Vários conhecidos da falecida
reconheceram sua escrita, traçada em tinta azul.
IV - Primeira escrita em francês, assinada por um espírito
que o autor conheceu durante sua vida terrena. As palavras:
Eu confesso Jesus na carne, são uma resposta enviada pelo
Espírito sobre as dúvidas do conde d’Ourches. Esse
fenômeno maravilhoso aconteceu, na presença do referido
conde d’Ourches, em 16 de agosto de 1856, às onze horas
da noite, na casa do autor.
V - Figura mágica, traçada em 14 de agosto de 1856, em na
casa do autor. Essa figura operou várias curas maravilhosas
e instantâneas.
VI - Escritura em latim, estilo lapidário, obtido em 26 de
agosto no Louvre, na presença do conde d'Ourches, perto da
estátua de Augusto, no ângulo de cruzamento da sala
Imperadores romanos.
VII - Hieróglifo do Egito, elaborado na presença do Conde
d’Ourches, em 30 de agosto de 1856, perto do sarcófago
Ramsés III, na sala Egípcia do Louvre.
VIII - Primeira escrita em latim lapidário, obtida na presença
do conde d'Ourches, no Louvre, perto da estátua de
Germanicus, em 26 de agosto de 1856.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras IX a XIII - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

IX - Escrita em latim lapidário, elaborada em 28 de agosto no


Louvre, perto da estátua de Júlio César, na presença do
conde d’Ourches e de várias outras testemunhas.
X - Escrita em latim lapidário, perto de estátua
desconhecida, no salão de Imperadores romanos, na
presença do conde d’Ourches e do General Brewern, em 4 de
setembro de 1856.
XI - Primeira escrita em inglês com as iniciais de Mary Stuart,
feita na presença do conde d'Ourches e de várias
testemunhas importantes da embaixada da Prússia em 9 de
setembro, perto da coluna François II em Saint-Denis.
XII - Iniciais do nome de um falecido amigo do autor, feitas
em seu túmulo no cemitério Montemartre, em 14 de
setembro de 1856, na presença de várias testemunhas.
XIII - Escrita em língua estoniana, feita por um Espírito que o
autor conheceu durante sua vida terrena, em 12 de
setembro de 1856, na casa do autor, rua do Caminho de
Versalhes 74.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figura XIV - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

XIV - Escrita excelente, assinada por Abelardo, obtida pelo


autor sobre o túmulo deste homem ilustre em Père-
Lachaise, sob recomendação (diretamente escrita) de um
espírito amigável, em 20 de janeiro de 1857.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras XV a XVIII - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

XV - Escrita alemã em verso, assinado pelo padrinho do


autor. Esta carta foi escrita em 14 de janeiro 1857 na casa
do autor. A perfeita semelhança da mão falecido não só foi
constatada por todos os parentes do autor e de seu tio, o
referido padrinho, mas ainda pelo tribunal civil da ilha
d’Oesel durante a viagem de autor e sua irmã na Rússia, na
primavera de 1858.
XVI - Escritura grega, feita na presença do professor Georgii,
de Londres, discípulo do ilustre Ling, do conde d’Ourches e
do barão de Voigts-Rhetz, em 4 de outubro de 1856, na casa
do autor, para provar a todos que a morte é superada, e que
nunca devemos ter medo. O original da presente escritura
instantaneamente curou o autor de uma febre tifoide no ano
seguinte, na Primavera de 1857.
XVII - Escritura da irmã Louise da Misericórdia (La Valliere),
feita na presença do coronel Kollmann, em 29 de dezembro
de 1856, na Igreja de Val-de-Graco.
Lembramos aos nossos leitores o sonho notável que Louise
de La Vallière teve nesse mesmo claustro, antes de entrar
como dama de honra após a Princesa Henriqueta da
Inglaterra, duquesa de Orleans, que Bossuet fala. (Veja a
vida de madame de La Valliere no cabeçalho do sermão que
Bossuet fez por sua profissão.)
XVIII - Escrita em francês, feita em 10 de março de 1857, no
jardim do Petit Trianon, perto da leiteria.
A identidade da escrita foi constatada pelo Sr. Lacordaire,
com as cartas dessa infeliz rainha que ainda se encontram
nos arquivos Gobelin, em Paris.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras XIX a XXI - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

XIX - Escrita grega, obtida na presença do barão general


Brewern, em 26 de dezembro de 1856, na casa do autor.
XX - Figura desenhada em uma resma de papel, nova e
ainda selada, do mesmo modo que deixou a loja, na casa do
autor, em 24 de dezembro de 1856. O barão general
Brewern estava presente e assistiu como testemunha ocular.
O conde d’Ourches e o marquês de Planty, também
convidados a participar, não foram. Eles foram aguardados
até a meia-noite, mas mais ou menos em torno desse tempo,
a mobília começou a partir em todos os lugares, o médium
se colocou ao piano e ordenou que se colocasse, sobre uma
pequena mesa, uma resma de papel nova, envolto por papel
amarelo e selada pelo revendedor, que o general Brewern
tinha trazido. Ao fim de um quarto de hora, o médium parou
de tocar e pediu ao general Brewern que abrisse a resma;
várias figuras foram encontradas, esta entre elas, e uma
escritura grega, assinada por Platão, uma escritura latina
assinada por Cícero e uma escritura inglesa, assinada por
Spencer.
XXI - Figura feita e assinada por São Luís, perto das estátuas
de sua família, na sepultura da Catedral de Saint-Denis, em
8 de novembro de 1856, na presença do general Brewern e
de várias outras testemunhas importantes.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras XXII a XXV - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

XXII - Escritura alemã, feita por um espírito que o autor, e


vários amigos e parentes do falecido, reconheceu sua
escrita, embora falte a assinatura. Este fenômeno teve lugar
em 28 de dezembro de 1856, na casa do autor.
XXII - Nome francês feito perto do cadafalso de Luís XVIII na
Catedral de Saint-Denis, na presença do general Brewern no
dia da Toussaint, 1856.
XXIV - Escritura grega, feita na presença do Conde d’Ourches
e Sr. Revené, em 29 outubro 1857.
XXV - Figura realizada na presença do general Brewern, que
vê as diferentes linhas se formarem na folha de papel que
estava sobre a escrivaninha do autor, rua do Caminho de
Versalhes 74, em 15 de novembro de 1856.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras XXVI a XXVII - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

XXVI - Escritura em língua russa, feita na presença do


general Brewern, do Príncipe Shakowskoi e de várias
testemunhas da embaixada russa, em 20 de novembro de
1857, na casa do autor.
XXVII - Escrita francesa e figura estrangeira, feitas do outro
lado do papel pelo espírito do famoso diácono Paris, atrás
do altar-mor da igreja de Saint-Médard, onde jaz seu corpo,
diante da defesa:
"Pelo rei a Deus,
Para operar milagres neste lugar"
Este espírito, no início, provoca pancadas surdas nas lajes
da capela, atrás do altar-mor, na presença do coronel de
KolImann, que remove o papel, colocado diante dele pelo
autor, em 02 de novembro de 1856.
M. Le Baron de Guldenstubbé - La realité des Esprits et de leurs manifestations,
démontrée par le phénomène de l'écriture directe.
Figuras XXVIII a XXX - A Escrita Direta obtida pelo Barão de Guldenstubbé.

XXVIII - Escrita grega, assinada pelo famoso Platão e feita


na mesma resma selada do general Brewern da figura XX,
em 24 de dezembro de 1856. As experiências daquele dia
memorável foram coroadas com o maior sucesso.
No papel assinado pelo espírito de Platão, há uma figura
que representa uma cruz que possui na sua parte superior
um alfa (a) e na sua base um ômega (ω ). Esta cruz e essas
duas letras parecem indicar o início e o fim de todas as
coisas. Os dois significam fé e espírito ( ). No alto
está ( ): O amor de Deus. O termo ( ) significa: A
meu amigo.
XXIX - Desenho de um tripé Píndaro, assinado E., perto da
pequena estátua de Eurípides, no Louvre, na presença do
Conde d’Ourches, do príncipe Shakowskoi e de várias outras
testemunhas, em 04 de novembro de 1857.
XXX - Figura desenhada com o general Brewern, depois de
evocar o famoso príncipe e padre Hohenlohe em 6 de
novembro de 1856, na casa do autor. As cartas gregas
adicionados à figura parecem indicar que a morte ( ) é
superada pela fé ( ) no espírito ( ) daquele que é o
Alfa e o Ômega (o início e o fim).
 

FIM
 

Ao terminar a leitura deste livro, provavelmente você tenha


ficado com algumas dúvidas e perguntas a fazer, o que é
um bom sinal. Sinal de que está em busca de explicações
para a vida. Todas as respostas que você precisa estão nas
Obras Básicas de Allan Kardec.
Se você gostou deste livro, o que acha de fazer com que
outras pessoas venham a conhecê-lo também? Poderia
comentá-lo com as pessoas de seu relacionamento,
emprestar ou mesmo presentear a alguém que talvez esteja
precisando e que não tenha condições de comprá-lo. O
importante é a divulgação da boa leitura, principalmente a
literatura espírita. Entre nesta corrente!

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