Modelo Relatório Crítico DT

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS __________________________

Ano letivo 2019/ 2020

RELATÓRIO CRÍTICO DO DIRETOR DE TURMA

1. Dados de Identificação
Nome da DT:
Ano: Turma:
2. Características da turma
2.1. Nº total de alunos: 28 ; 16 do género masculino; 12 do género feminino
2.2. Nº alunos com ASE: 9 ; 6 Escalão A; 3 Escalão B; ____ Escalão C
a) Com PEI e RTP ou apenas RTP - 0
b) Com MRI - 0
2.3. Nº alunos nas seguintes situações (totais c) Com medidas de apoio à aprendizagem – 1 ATE
no final do ano letivo): d) Transferidos - 0
e) Retidos/excluídos por faltas - 0
f) Retidos - 6 alunos
3. Desempenho global da turma
3.1. Capacidades cognitivas (balanço/avaliação)

O aproveitamento global da turma foi considerado suficiente. Os diferentes docentes evidenciaram que nesta fase de
trabalho remoto de emergência, a maioria dos/as alunos/as nem sempre foi colaborativa, revelando dificuldades na
realização das tarefas propostas pelas diferentes disciplinas. Os alunos revelaram algumas dificuldades durante todo o
ano letivo, na medida em mais de 50% dos alunos era estrageiros ou de origem estrageira, com muitas limitações com a
língua portuguesa. Assim sendo, e numa visão global do ano letivo, o balanço foi considerado suficiente, na medida em
que as estratégias utilizadas tiveram algum efeito até iniciar o ensino à distância.

3.2. Atitudes e Valores (apreciação do conselho de turma)

O comportamento global da turma foi considerado suficiente. Embora os alunos não fossem muito empenhados, não
houve registos de indisciplina, mas a participação dos alunos nas atividades propostas muitas vezes não foi
concretizada.

3.3. Balanço das Medidas de Promoção do Sucesso implementadas na turma, de acordo com o Desenho Universal para
as Aprendizagens (DUA)

As medidas implementadas surtiram algum efeito, muito embora tenha sido impossível de aplicar a maioria das medidas
preconizadas a partir de 9 de Março devido ao estado da Pandemia. No entanto, e até a essa data, em todas as
disciplinas existiu a diversificação da forma de apresentação da informação e dos conteúdos, sempre com a
preocupação em variar os formatos, estimulando dessa forma e a motivação para aprender, proporcionado uma
diversificação nos modos como os alunos expressaram o que aprenderam e refletem assim o que sabem.

O balanço não foi o desejado, muito embora com a continuação das medidas, com as devidas acomodações às
limitações com novas modalidades de ensino e perante este grupo turma, será facilmente promovido o sucesso,
continuando neste modelo de medidas implementadas e a ajustar futuramente.

4. Dinâmica da turma
4.1. Dificuldades sentidas na relação prof-aluno e aluno-aluno e estratégias utilizadas na superação das mesmas.

As dificuldades iniciais deveram-se ao fato dos alunos não estarem habituados a regras, tendo comportamentos muito
infantis, revelando pouca maturidade e manifestando atitudes desajustadas na sala de aula, tanto com os professores
como com os seus pares da turma. Perante tais comportamentos, foram confrontados pela diretora de turma com
situações reais, por forma a que os alunos conseguissem ter a perceção das suas atitudes, tentando que os alunos se
colocassem no lugar dos outros. Sendo uma turma em que mais de metade dos alunos eram estrangeiros ou um dos
progenitores é estrageiro e o aluno ou veio pequeno para o país, ou já nasceu em Portugal, era mais evidente as
dificuldades dos alunos para uma cultura cívica mais desenvolvida, na medida em que eram superprotegidos em casa,
situação que dificultou bastante na aprendizagem da língua, dado que muitos dos estrangeiros falavam a mesma língua
e as conversa paralelas eram sempre na sua língua mãe, levando a que a barreira da língua lhes dificultasse as
aprendizagens devido a pouco empenho dos alunos.
Assim sendo, os professores fizeram uma planta de sala mais ajustada à realidade da turma, por forma a que esses
alunos não estivessem juntos com o objetivo de fomentar a língua portuguesa e promover a entreajuda com os colegas
que falavam a língua portuguesa fluentemente. Tornou-se evidente que esta medida estava a surtir efeitos quando
iniciou o ensino à distância, e também foi conseguido uma maior espírito de grupo pois apesar de nesta reta final as
discrepâncias serem mais evidentes, notou-se que a entreajuda ganhou algum relevo pois todos se preocupavam uns
com os outros, tentando sempre ajudar-se mutuamente.

4.2. Situações de indisciplina e gestão das mesmas.

As situações de indisciplina nesta turma foram residuais e apenas num aluno, muito embora essas situações se
devessem exclusivamente à sua infantilidade e necessidade exagerada de atenção. A gestão das mesmas foi simples
na medida em que os contactos com a encarregada de educação passaram a ser diários, por email, durante as semanas
desses comportamentos desajustados, tendo essa colaboração sido profícua e se manteve também no ensino à
distância. O resto da turma não tinha situações de indisciplina, na medida em que o problema desta turma era a sua
infantilidade.

4.3. Estratégias utilizadas na formação integral dos alunos (pessoal e social).

A estratégias aplicadas com o intuito de desenvolvimento dos alunos a nível pessoal e social foram ao encontro do que é
expectável no processo ensino aprendizagem a nível tanto das aprendizagens essências neste âmbito, como a nível do
que é fundamental nestas idade que se deve sempre reger pelo fundamental que é o saber ser e estar. Fomentar as
regras de estar e agir perante os colegas e com os demais adultos, tanto na comunidade escolar como do meio
envolvente da mesma, não descurando as suas vivências familiares, foi sem dúvida a estratégia que se estava a revelar
mais proveitosa, bem como incutir-lhes o conceito de interculturalidade como uma mais valia de conhecimento no mundo
e do mundo foi uma mais valia. O ensino à distância veio quebrar um pouco esta dinâmica, pois os alunos já estavam a
integrar-se em alguns clubes e a sociabilizar de forma mais ativa, progressão que se quebrou com toda esta conjuntura
de confinamento, e terá de ser retomada no próximo ano letivo.

5. Relação Escola-Família

Nesta turma, era fundamental tentar que os Encarregados de Educação fossem interventivos e participativos por forma a
que os seus educandos desenvolvessem competências básicas, bem como manifestassem interesse em participar nas
atividades escolares, com o intuito de se integrassem melhor na comunidade escolar e crescessem um pouco, para
começarem a ser mais autónomos. Assim sendo, e por forma a que os alunos tivessem um postura mais interventiva na
comunidade escolar, e uma vez que no final do 1.º período apenas 4 alunos se encontravam em clubes, a diretora de
turma promoveu junto dos encarregados de educação uma apresentação dos clubes da escola, solicitando a
manifestação das preferências dos alunos, conseguindo assim que metade da turma participasse nos clubes de seu
interesse. Este procedimento foi fundamental para começar a desenvolver a autonomia dos alunos e promover o
interesse nos alunos no meio escolar que os envolvia.
6. Plano de Turma
6.1. Atividades do PT
Atividades Cumpridas Atividades Não Cumpridas
-Torneio de Basquetebol;
-Visita ao Espaço de Visitação a 6 de fevereiro 2020; - Concurso Kanguru Matemática;
-Visita de estudo ao Mosteiro da batalha e Centro de - Concurso de ortografia;
Interpretação do Museu da Batalha em março 2020; - Dia dos Desportos Coletivos.
-Mega Sprint;
- Fundação Benfica:"Para ti se não faltares!";
- Participação dos alunos estrangeiros no projeto Erasmus.

6.2. Dificuldades na operacionalização do Plano de Turma (PT)

No início do ano letivo, os alunos estiveram até 7 de outubro sem diretora de turma, sendo que as dificuldades de
operacionalização foram intrinsecamente ligadas às barreiras detetadas na turma, em que alguns alunos manifestavam
perturbações sócio emocionais, nomeadamente os que não dominam a língua portuguesa, bem como algumas
limitações de relacionamento com os pares/adultos. A turma tinha dificuldade em lidar com situações de conflito e
diferenças entre os pares, não sabendo gerir os mesmos, agravando-se esta questões com a falta de pontualidade e
assiduidade de alguns alunos. Embora os alunos participassem em algumas atividades, na maioria, o interesse nunca
era o desejado pois as culturas e bases a nível linguístico eram diferentes, que quando alguns alunos participavam,
requeriam alguns pré-requisitos que alguns não tinham, nomeadamente das aprendizagens essências que eram
expectáveis provenientes do 1.º ciclo. Até ao 2.º período era evidente a incapacidade de gestão de tempo/espaço, bem
como a desorganização e sistemática falta de atenção com conversas paralelas por parte dos alunos, o que levava a
diferentes ritmos de aprendizagens em todas as disciplinas. Quando iniciou o período de confinamento após 13 de
março, as situações acima referidas estavam com uma evolução positiva, pois os docentes estavam a alcançar
gradualmente o objetivo de obter sucesso escolar com medidas diferenciadoras, chegando ao universo de alunos
estrangeiros com mais facilidade. Também se constatou que estavam a ultrapassar algumas barreiras de aprendizagem,
na medida em que os alunos revelaram um aproveitamento mais positivo no final do período, verificando assim que os
alunos estrangeiros detinham uma melhor da compreensão da língua portuguesa, bem como começavam a sociabilizar
de forma mais ativa na comunidade escolar, propiciando assim um relacionamento mais saudável com pares e adultos.
Foi igualmente verificada uma melhoria no cumprimento das regras na sala de aula, com uma participação mais
ordenada, bem como uma melhoria por grande parte dos elementos da turma na assiduidade e pontualidade,
manifestando assim uma evolução na capacidade de organização e gestão do tempo. Com o recolhimento requerido
pela OMS devido à pandemia covid, a partir de 16 de março, a comunicação escola/aluno foi dificultada devido a todas
as limitações técnicas, sendo necessário um esforço de toda a comunidade escolar para tentar que o ano letivo
continuasse da forma mais normalizada possível. Os contactos foram conseguidos com a maioria dos alunos, mas a
operacionalização foi complicada devido às dificuldades de acesso às tecnologias necessárias para fomentar com
sucesso equidade no ensino de alguns alunos.

6.3. Reflexão crítica sobre as atividades realizadas em RADT e o seu reflexo na vida escolar dos alunos

As atividades de RADT foram fundamentais para propiciar um conhecimento das dinâmicas da nova escola, tendo sido
direcionadas para uma aprendizagem focada para o desenvolvimento do aluno, sempre com o ideal de que o saber ser
e estar é sem margem para dúvida, o mais importante nestas faixas etárias. Nesse enquadramento, o projeto
Assembleia de Juventude foi uma mais valia pois ensinou de uma forma breve como os alunos podem ser cidadãos
ativos e providenciarem que o meio que os envolve pode ser agradável, bastando para tal que todos tenhamos uma
perspetiva de comunidade e saibam de quem a responsabilidade de cada serviço que os envolve e faz não só o país,
mas principalmente a cidade e freguesia onde vivem funcionar, tendo um conhecimento a que entidade se dirigir em
caso de detetarem algum problema nas ruas onde residem.
Também se realizou a preparação para o simulacro de incêndio e sismo na Escola Básica 2, 3 ___________________
com a leitura e esclarecimento de responsabilidades de cada aluno, tendo havido o cuidado em que os alunos agissem
exatamente como se de um sismo real se tratasse, uma vez que a cidade de Lisboa onde residem poderá
eventualmente ser alvo de um sismo como existiu há algumas décadas atrás.
A participação no projeto POP Escolas - organizado pela Junta de Freguesia da _____________________, em que a
turma realizou em conjunto um projeto com a finalidade de executar um espaço de convívio para os dois ciclos
existentes na escola, com a separação de lixos devidamente assinalada, para que fosse feita uma reciclagem cuidada.
A divulgação de projetos tais como: “A minha capital é verde”, o Plano Nacional de Cinema e Projeto Escola Eletrão
foram importantes, na medida em que proporcionou aos alunos conhecimento do que se passa na cidade em que
residem, mas também fomentou o interesse nos acontecimentos culturais em que podem ser envolvidos diretamente,
despertando a sua atenção para criar uma cidade sustentável para que todos possam viver saudavelmente.
Mediante o panorama de calamidade em que estivemos, a realização de esclarecimento aos alunos sobre o plano de
contingência do Agrupamento sobre o Covid-19 foi muito pertinente e de extrema importância pois levou a que todos
tivessem uma consciência cívica de ir para as suas casas em confinamento, já com a ideia de que tínhamos de ter
comportamentos ajustados à nova realidade. O projeto “Para ti se não faltares” da Fundação Benfica iniciou mesmo na
última semana, e uma vez que a diretora de turma já tinha conhecimento do mesmo, incentivou os alunos das turmas,
dadas as suas características socioeconómicas, a participarem ativamente no mesmo, sendo que este se manteve
durante esta modalidade de E@D com alguns alunos.
A vida escolar dos alunos ficou bem mais rica com todos estes projetos pois adquiriram bases para serem futuros
cidadãos ativos, numa primeira fase na comunidade escolar, depois será na freguesia em que cada um vive. Também
aprenderam a ser mais organizados e autónomos, iniciando assim uma nova fase a estes níveis que tinham bastante
dificuldade em gerir.

7. Reflexão crítica final

Quando me foi dada a direção de turma em Outubro de 2019, percebi logo à partida que seria uma grande desafio, na
medida em que mais de metade dos alunos eram estrageiros com muitos constrangimentos a nível linguístico, e grande
parte desses alunos se encontravam em PLNM, constatando que a turma estava dividida apenas na disciplina de
português. Assim, e tal como era expectável, nem todos estavam ao mesmo nível de pré-requisitos necessários para as
restantes disciplinas, uma vez que estavam no nível básico de aprendizagem da língua portuguesa, tendo logo algumas
limitações na aquisição das aprendizagens essenciais neste início de ciclo para as diferentes disciplinas.
No primeiro conselho de turma foram delineadas estratégias por forma a coordenar os conteúdos em diferentes
formatos, promovendo assim múltiplos meios de representação, para estimular o interesse e promover a motivação para
aprender, para que os alunos desempenhassem as tarefas de forma simplificada, diversificando os modos que
pudessem expressar o que sabiam, dadas as barreiras existentes, nomeadamente o fraco conhecimento explícito da
língua portuguesa.
Embora nas disciplinas que lecionava a maioria dos alunos( inclusive estrangeiros) não manifestassem grandes
dificuldades de aprendizagem, mas sim falta de trabalho, após o conselho de turma, nas aulas de RADT, foram
reforçados alguns procedimentos para ajudar os alunos a gerir melhor o seu tempo, bem como a terem métodos de
estudo para que conseguissem superar as suas dificuldades. Outra estratégia foi alterar a planta da sala de aula, por
forma a colocar os bons alunos com os alunos com maiores dificuldades, fomentando assim a entreajuda e
proporcionando uma apoio/orientação extraordinária. Ainda neste âmbito de sala de aula, foi fundamental separar os
alunos estrangeiros por forma a que fossem dissuadidos de usar a sua língua materna e não estivessem com conversas
paralelas, conseguindo assim uma maior atenção e concentração por parte da generalidade dos alunos, tendo-se
revelado uma medida muito produtiva.

Lisboa, 15 de julho de 2020 A Diretora de Turma

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy