Estudo de Caso
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A cobertura obrigatória da assistência suplementar à saúde abrange, caso haja indicação clínica, os insumos necessários para a
realização de procedimentos cobertos, incluídos os medicamentos, imprescindíveis para a boa terapêutica do usuário. (TJMG -
Apelação Cível 1.0000.17.088865-5/003, Relator(a): Des.(a) Sérgio André da Fonseca Xavier , 18ª CÂMARA CÍVEL, julgamento em
04/09/2018, publicação da súmula em 04/09/2018)
Críticas:
Apesar de sucinta e curta, diante da necessidade do agravado e seu estado de
saúde, foi a seu serviço o quão breve esta foi. Uma decisão simples e correta,
não há o que se criticar considerando a situação em questão.
ACORDÃO EM QUESTÃO:
EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA URGÊNCIA. FORNECIMENTO DO TRATAMENTO.
PROTEÇÃO À VIDA. REQUISITOS ARTIGO 300 CPC. TUTELA MANTIDA.
- Presentes os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil, que autorizam a concessão
da tutela, prudente a concessão da medida pelo Juiz primevo, para que forneça o tratamento
ao beneficiário no plano de saúde, até decisão final da causa.
ACÓRDÃO
Vistos etc., acorda, em Turma, a 13ª CÂMARA CÍVEL do Tribunal de Justiça do Estado de Minas
Gerais, na conformidade da ata dos julgamentos, em NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.
RELATOR.
VOTO
Versa o presente embate sobre recurso de agravo de instrumento interposto por AMIL
ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A., contra decisão do ilustre Juiz de Direito da 2ª vara
cível da Comarca de Belo Horizonte, Dr. Sebastião Pereira dos Santos Neto, que, em ação
cominatória de obrigação de fazer, deferiu o pedido de tutela de urgência formulado pela
parte ora Agravada, nos seguintes termos: " para que a requerida forneça ao paciente o
medicamento omalizumabe, em regime hospitalar, enquanto se fizer necessário, conforme
descrito no relatório de Evento ID n° 1308179864, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, sob
pena de pagamento de multa diária que fixo em R$ 2.000,00 (dois mil reais) limitada ao
montante de 60.000,00 (sessenta mil reais).".
Em suas razões recursais, sustenta a Agravante, que pretensão da autora não encontra amparo
no regulamento do plano de saúde contratado. Argumenta existir explícita e clara exclusão de
cobertura para o fornecimento pela Ré do medicamento prescrito pelo médico. Argumenta
que, as Condições Gerais da Apólice demonstram que o tratamento solicitado se encontra
expressamente excluído da cobertura contratual, possuindo a Operadora, plena legitimidade
para negar tal solicitação de autorização.
O artigo 300, do Código de Processo Civil de 2015, nos diz sobre a possibilidade de haver a
concessão da antecipação dos efeitos da tutela pretendida no pedido inicial. Para tanto, é
necessário observar alguns requisitos que lhe são essenciais, conforme possível depreender do
que consta no referido dispositivo legal. Vejamos:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Após minuciosa análise do presente caso, e sem deixar de me ater aos limites da cognição
sumária que se impõem a essa espécie recursal, verifico que se fazem presentes os requisitos
que justificaram a concessão do "adiantamento" do provimento final a assegurar à parte
autora a satisfação do que pleiteia, antes do julgamento definitivo da lide. Ora, teor do
Relatório Médico juntado pelo autor (doc. ordem 17), não restam dúvidas acerca da
imprescindibilidade do uso do medicamento "omalizumabe", considerando que o Agravado é
haja pessoa acometida de asma alérgica, em estado avançado, com a realização de outros
tratamentos sem resultados satisfatórios visando a cura e/ou paralisação do avanço da
doença. Vejamos:
Verifico ainda, pelo laudo citado, que há enorme probabilidade de agravamento do quadro de
saúde, sem a utilização do tratamento indicado e que o medicamento solicitado pode ajudar
na diminuição da progressão da doença.
Registre-se que, ainda que o procedimento não seja indicado no rol da ANS, cumpre ao plano
de saúde prestá-lo, quando expressamente descrito pelo médico e evidenciada a sua
indispensabilidade para a manutenção da vida do paciente. Mesmo porque, como se sabe, o
rol da ANS não é taxativo.
Saliento que, a discussão acerca do contrato de plano de saúde e suas cláusulas que a
Agravante busca travar, não merece abordagem nesta sede recursal, sob pena de supressão de
uma instância, haja vista que tais questões deverão ser enfrentadas e decididas pelo Juiz
monocrático.
É como voto.
JD. CONVOCADA MARIA DAS GRAÇAS ROCHA SANTOS - De acordo com o(a) Relator(a).