Libras Língua Brasileira de Sinais Pronta
Libras Língua Brasileira de Sinais Pronta
Libras Língua Brasileira de Sinais Pronta
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2
Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que
lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.
Bons estudos!
2
2 OS SURDOS NAS CIVILIZAÇÕES ANTIGAS
3
3 A INFLUÊNCIA DA FRANÇA NA LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS — LIBRAS
4
capacidade de se comunicar com as mãos, institucionalizadas em comunicação e
linguagem por meio da educação. No entanto, não só no Brasil, mas também em
alguns países, há pessoas que se sentem despreparadas ou inaceitáveis para a língua
de sinais. A linguagem falada tornou-se gradualmente a única forma de comunicação
para os surdos. Essa verbalização discrimina o uso de símbolos, o que também
confirma o preconceito da família de que, por desconhecimento, a comunicação oral
é a única forma de comunicação.
Infelizmente, algumas atrocidades contra as comunidades surdas ao longo dos
anos aconteceram. A pior delas foi em 1880, quando foi realizado o Congresso
Internacional de Educadores de Surdos, em Milão, na Itália, cujo objetivo principal era
discutir a forma mais correta de educar os surdos. Naquela época, duas ideias de
pesquisa diferentes surgiram na Europa. Por um lado, há os que defendem o método
oral e, por outro, os que utilizam a língua de sinais. Quase todas as deliberações
votaram por pura retórica. Desde então, a língua de sinais foi proibida em todas as
instituições de ensino.
No século XX, apesar da prevalência da linguagem puramente oral, surgiram
vários educadores que se concentraram nos gestos das mãos, fortalecendo o uso da
língua de sinais. Segundo Gesser (2012) enquanto aqueles que tinham como base
proposta do oralismo, também acreditavam que a “cura” pela fala era o único caminho
possível, enquanto isso, outros profissionais da área da educação se conscientizaram
do importante papel da língua de sinais no processo educacional dos surdos. Eles
entenderam que sem a língua de sinais, os surdos têm impactos linguísticos,
psicológicos e sociais que poderiam comprometer uma série de habilidades cognitivas
à medida que se desenvolviam.
5
severa variando de 70 a 90 decibéis (dB), dos quais cerca de 1 milhão são jovens com
menos de 19 anos.
No entanto, também existem surdos, classificados diferentemente dos
deficientes auditivos. Como mencionado anteriormente, uma pessoa com deficiência
auditiva é uma pessoa com perda auditiva, mas não reconhece a língua de sinais
como seu modo de comunicação. Muitas dessas pessoas optam pelo procedimento
cirúrgico de implante coclear ou utilizam um dispositivo de expansão de som, IC, como
é chamado o implante, ele é introduzido por meio de cirurgia no nervo que liga o ouvido
ao cérebro, uma vez implantado, gradativamente as pessoas começam a ouvir.
Por outro lado, um sujeito surdo é alguém que assume sua condição de surdo
e identifica a língua de sinais como sua forma de comunicação, assim como, se insere
na comunidade surda e se identifica como surdo a partir de então. A partir de então,
tem uma língua, uma identidade e uma cultura que se constitui um povo. Segundo
Strobel:
6
em 1975 por Flausino José da Gama, ex-aluno do Instituto Nacional de Educação de
Surdos em Línguas de Sinais — INES. Dois anos depois, em 1977, foi criada a
Federação Nacional de Educação e Integração do Deficiente Auditivo — FENEIDA. A
curiosidade sobre a federação é que ela é composta apenas por ouvintes que lutam
pela causa com os surdos.
Assim, na década de 80, foi formada a Federação Nacional de Educação e
Inclusão de Surdos — FENEIS, que, com o apoio do INES, luta pela educação dos
surdos e busca políticas de educação para a comunidade surda. Também reorganizou
a FENEIDA, que quase deixou de existir por falta de recursos. Uma conquista para a
comunidade veio em 1997, quando canais de TV aberta, transmitiram programas com
legendas, controlando a TV, ativando-os por meio de “closed captions”.
Ainda nos anos de 1990, foi criada a Federação Brasileira de Esportes para
Surdos — CBDS para difundir o esporte entre a comunidade surda. Sua sede está
localizada em São Paulo. O ápice das conquistas e lutas comunitárias ocorreu em
2002 com a aprovação da Lei 10.436, que reconheceu a língua de sinais como meio
oficial de comunicação para surdos no Brasil, conhecida como Lei Libras, em 2005 foi
aprovado o Decreto n.º 5.626, que regulamenta a Lei da Libras, fortalecendo toda a
comunidade para continuar lutando pelo espaço social que sempre almejaram.
7
Apesar de ser sancionada e reconhecida em lei, como mencionado
anteriormente, a língua de sinais existe há muitos anos. Com isso em mente, vale
destacar que na LDB/1996, a educação é garantida não apenas para os surdos, mas
também para todas as pessoas com deficiência. O CNE — Conselho Nacional de
Educação, n.º 2 de 2001, em seu art. 2° ressalta a responsabilidade de um sistema
de ensino que matricule todos os discentes e que as escolas se organizem para
atender os alunos com deficiência, garantindo as condições necessárias para uma
educação de qualidade para todos, o que em parte contribui para as políticas
educacionais voltadas à formação de professores.
Atendendo às exigências legais estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases
(LDB) 9.394/96 em seu capítulo V, art. 59, garantir que programas, métodos,
tecnologias, recursos educacionais e organizações específicas para alunos com
necessidades especiais atendam às suas necessidades, a saber:
Como tal, essas leis são as bases que apoiam a educação dos surdos em nosso
país hoje; sua privação é vista como uma violação dos direitos humanos porque todos
nós, independentemente de limitações físicas, intelectuais e similares, temos o direito
de Educação. A segurança da inclusão educacional é garantida por lei e, em 2015, o
Governo Federal promulgou a Lei Brasileira da inclusão — LBI, Lei n.º 13.146, de 6
de julho daquele ano.
A lei exige expressamente em seu texto que a sociedade inclua todas as
pessoas com deficiência. Em diversos aspectos da sociedade, garante o acesso à
informação, a interação e a prestação dos devidos serviços, principalmente nas áreas
de responsabilidade do poder público. No Capítulo IV Art. 27, Lei n.º 13.146, de 6 de
julho de 2015, declara que a educação é um direito das pessoas com deficiência, é
8
dever assegurar-lhes um sistema de educação inclusiva em todos os níveis e de
aprendizagem ao longo da vida para maximizar o desenvolvimento de seus talentos e
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais. De acordo com suas
características, interesses e necessidades de aprendizagem.
9
período da redemocratização do Brasil (Brito, 2009). Dessa forma, as mudanças
sociais ocorridas nas últimas décadas têm como base a mobilização e a ação coletiva
que intervêm no progresso social em diversos campos e também no próprio Estado.
Então Merucci:
10
tais comissões tinham o seu alcance ampliado enquanto seus participantes
circulavam por associações e/ou escolas de surdos desses e outros estados
[…] (BRITO, 2009, p. 10).
A luta pelos direitos civis surgiu no final da década de 1970 e sua ascensão se
refletiria fortemente na década de 1980, com o declínio dos regimes autoritários e a
ascensão generalizada de movimentos políticos e sociais que redemocratizaram a
república. A abertura política foi fator decisivo para levantar a bandeira da igualdade
social, transformando as minorias em protagonistas dos direitos sociais (BRITO,
11
2016). Na busca pelo pleno exercício de seus direitos civis e pela participação em
movimentos sociais de pessoas com deficiência, alguns surdos passaram a se
envolver diretamente na política, organizando manifestações e reivindicações, à
semelhança das agendas originalmente propostas por outros movimentos (BRITO,
2016).
Mais tarde, porém, a beligerância se tornaria um movimento poderoso e
concreto de inclusão social, sustentado por uma nova constituição promulgada em
1988, que incluiu a igualdade como princípio fundamental na construção de uma
república democrática e coibiu a discriminação de qualquer natureza. Ao longo da
década de 1980, a pauta de reivindicações limitou-se às reivindicações de direitos
civis, não existindo um debate exclusivo sobre o movimento surdo, que mudou na
segunda metade da década de 1990, quando foram discutidos os direitos da língua e,
consequentemente, o movimento surdo. O foco da luta mudou, e agora é pela
oficialização da Língua Brasileira de Sinais - Libras - palavra que se tornou mais
popular entre os ativistas do movimento (BRITO, 2016).
Influenciado pelas animadas discussões sobre a legalização étnico-linguística,
o movimento surdo, apoiado por intelectuais, classes e associações de pesquisa,
passou a organizar estratégias para obrigar os parlamentares a aprovar o texto legal
do projeto de lei de Libras, lançado apenas em 2002, quando a Lei 10.436 entrou em
vigor, reconheceu a legalidade da Língua Brasileira de Sinais. A referida lei é um
importante marco na luta do movimento surdo brasileiro, principalmente no que diz
respeito ao direito à educação e ao tratamento digno dos surdos na classe pública
(CASSIANO, 2017). No entanto, devido a reiteradas demandas do Movimento Surdo
e de seus apoiadores, em 2005 foi assinado o Decreto nº 5.626 para regulamentar a
Lei nº 10.436/2002.
Dentre as matérias trazidas pelo decreto, vale destacar que este dispositivo é
o que primeiro concebe a positivação da diferenciação entre surdez e deficiência
auditiva (vide art. 2.º caput e parágrafo único do Capítulo I do Decreto n.º 5.626 de 22
de dezembro de 2002). No desfecho de suas disposições, atendendo — mesmo que
tardiamente — aos pedidos reiterados por décadas, o Decreto n.º 5.626 vem garantir
a inclusão da pessoa surda a inúmeros seguimentos da sociedade.
O decreto torna a Libras obrigatória para os programas de formação de
professores para a docência (incluindo programas de pedagogia, fonoaudiologia,
12
ensino e educação especial) nas esferas pública e privada das redes federal, estadual
ou municipal. Além disso, o dispositivo incentiva o uso e a divulgação da Libras e do
português (L2), no sentido de que o português (L2) deve ser incluído após a Libras
para garantir a inclusão plena dos alunos surdos, obrigando inclusive os órgãos
federais de educação a difundir o idioma por meio das atividades institucionais, que
acontecem diariamente, podendo ser processos seletivos, atividades e conteúdos
curriculares que transitam da educação infantil ao ensino superior.
Além disso, garante a possibilidade de formação de intérpretes e tradutores
especializados em Libras, profissão regulamentada pela Lei n.º 12.319 em 1 de
setembro de 2010. Em termos de saúde, garantir o acesso amplo e prioritário ao
Sistema Único de Saúde - programa de atenção primária ao surdo atribuído pelo SUS.
Ressalte-se que o decreto confere ao Poder Público e seus franqueadores de
serviços, bem como às administrações públicas federais diretas e indiretas um
importante papel no atendimento diferenciado aos surdos, a implantação da Libras por
equipe treinada em tradução e interpretação, além de fornecer acesso à tecnologia da
informação. Confirmou-se que as referidas instituições são obrigadas a dispor 5% de
seus empregados, servidores ou empregados estejam aptos a utilizar Libras. Da
mesma forma, recomenda-se que outros entes federativos busquem implementar
medidas semelhantes para promover a inclusão de surdos.
Em nível internacional, a Convenção Internacional Sobre os Direitos da Pessoa
Com Deficiência, foi incorporado aos ordenamentos jurídicos nacionais por meio do
decreto n.º 6.949. O objetivo da Convenção é garantir o tratamento justo das pessoas
com deficiência e, nesse contexto, focaram principalmente nos elementos
relacionados às atividades laborais e à inserção no mercado de trabalho, incluindo a
responsabilidade do Estado de "promover o reconhecimento de competências,
méritos e habilidades" das pessoas com deficiência e sua contribuição para o
ambiente de trabalho e o mercado de trabalho", conforme determina o inciso III, alínea
“a”, item 2 do artigo 8 do decreto 6.949 de 2009.
Embora muitas garantias sejam garantidas pelo ordenamento jurídico, como a
Lei Libras 10.436/02 e o Decreto nº 5.626/05 que são documentos essenciais para
assegurar os direitos das pessoas surdas, principalmente na área da educação, a luta
pela igualdade não foi além da dimensão formal, o desemprego continua alto, a
divulgação da Libras continua insuficiente. Isso se deve a vieses estruturais e à falta
13
de comprometimento do poder público em disseminar o uso e a interpretação da Libras
no cotidiano dos ouvintes/falantes, o que, elimina a eficácia dos programas de inclusão
social para pessoas surdas.
7 ASPECTOS LINGUÍSTICOS
7.1 Classificadores
14
as configurações de mãos para expressar, por exemplo, o plural de algo (vários
copos), e aparecer em situações de nível semântico (significado), sintático
(organização e estrutura da frase) e morfológico (gênero, plural, modo, tamanho, etc.).
Segundo Pizzio et al. (2009, p. 19 – 32), os classificadores em língua de sinais
podem ser divididos em cinco categorias principais.
1. Descritivos: descrevem paisagens, prédios, imagens, entre outros.
2. Especificadores: são uma descrição mais detalhada sobre algo, descrevendo
visualmente a forma, a textura, o tamanho, o cheiro, etc. do objeto, do corpo de uma
pessoa ou de animais.
3. Plural: são as configurações de mãos ou o sinal que substituem o objeto que
se deseja descrever, repetidas diversas vezes para passar a ideia de plural. Por
exemplo, vários copos.
4. Instrumental: é a incorporação de personagem descrevendo a ação ao
utilizar um determinado instrumento. Por exemplo, usar um martelo.
5. De corpo: descreve a ação por meio da expressão facial e/ou corporal dos
seres que se deseja especificar. Por exemplo, um gato afiando as unhas.
O classificador não é considerado uma mímica, apesar de utilizar esse recurso
espacial para auxiliar no entendimento da mensagem, porque ele se apoia ou usa os
parâmetros das línguas de sinais na produção de significado linguístico, e a mímica
não os utiliza.
Devido a esse fator e muitos outros que a língua de sinais é tão fascinante, pois
tem singularidades que a tornam tão especial, contudo, sem se distanciar do que ela
tanto lutou para conquistar: ser reconhecida como uma língua.
15
Essa diferença é aparente com relação à produção, visto que os articuladores
envolvidos na fala e na movimentação das mãos diferem: os articuladores, na língua
oral, são os lábios, os dentes, a língua, a garganta e a laringe, já os articuladores da
Libras são as mãos, os braços, a cabeça, o corpo e a face. Além dessa diferença
óbvia, existem diferenças fundamentais entre esses conjuntos de articuladores.
Os sinais da Libras podem ter um papel menor na explicação fonológica do
que na oralidade, uma vez que os sinalizadores de origem são visíveis; em outras
palavras, a linguagem oralizada é mais propensa à reanálise, devido à acústica da
decodificação da produção. A Libras pode transmitir múltiplos eventos visuais
simultaneamente, e há duas mãos e braços envolvidos na articulação. Em
contrapartida, a oralização é transmitida por meio do fluxo único de um sinal acústico.
16
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Não devemos utilizar apenas datilologia em uma conversa, pois ela não tem
essa função, assim como não devemos traduzir uma frase, por sinal, o que a faz um
português sinalizado, e não a Libras.
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
17
Nesta imagem, há o sinal de “idade” + expressão interrogativa que contextualiza
toda a frase: “Quantos anos você tem?”.
Fonte: mimagephotography/Shutterstock.com.
18
Mesmo sendo um leitor leigo em Libras, é possível entender o significado de
diversos sinais em Libras, bem como fazer sinais de palavras com estas
características.
Observe e reflita as palavras no quadro a seguir:
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Após essa reflexão, tente idealizar sinais com as mãos e com o corpo que
poderiam expressar essas palavras. É certo que não encontrou dificuldade para
sinalizá-las!
De modo simplificado, essas palavras fáceis de sinalizar e que todos
entenderiam são os sinais icônicos. Inverteremos, agora, esses exemplos. Observe
os sinais a seguir:
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Os sinais apresentados são sinais que qualquer pessoa faz no dia a dia,
independentemente de ser surdo ou de estar em sinalização em contexto da Libras.
As imagens representam: [NÃO], [CASA] e [BEBER].
19
Entendendo melhor os sinais arbitrários, podemos destacar serem o oposto dos
sinais icônicos, ou seja, os sinais arbitrários não têm uma analogia com a realidade, e
necessita-se, portanto, de um conhecimento de Libras para identificar os sinais no
momento de uma sinalização, bem como uma noção para realizá-los.
Pinto (2018, p. 82) diz que os sinais arbitrários “[…] são sinais sem aparência
do que estamos acostumados como ‘gestos’ e não possuem formas convencionais.
Na verdade, um leigo observará o sinal e não entenderá nada do que está sendo dito
[…]”. Se pedir a você (caso seja leigo em Libras) para sinalizar as palavras: voluntário,
amigo, computador, difícil, amor, brincar, filho, sábado, mentiroso e água, certamente
não conseguirá, devido a essas palavras não terem relação com a realidade. Os sinais
arbitrários são a maioria em Libras, daí a necessidade e a importância de conhecer e
entender a Língua Brasileira de Sinais.
Tente identificar o significado dos sinais a seguir:
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Nem sempre uma palavra terá um sinal sistematizado dentro dos cinco
parâmetros em Libras, diante disso, este grupo de sinais pode variar devido ao
regionalismo. Por exemplo, em Minas Gerais, uma palavra pode ser feita por meio da
soletração, ao passo que, em Sergipe, há um sinal específico para ela.
20
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
21
9 ESTRUTURA FONÉTICA E FONOLÓGICA DA LIBRAS E ESTRUTURAS
SUBLEXICAIS: CINCO PARÂMETROS EM LIBRAS
Como visto, a língua de sinais é muito mais complexa do que somente aprender
sinais ou fazer alguns gestos, pois deve-se ter a capacidade visuoespacial, a qual tem
sua base estruturada nos cinco parâmetros básicos dessa língua.
Diferentemente das demais línguas que utilizam quase que exclusivamente a
modalidade oral-auditiva, falar e escutar, a língua de sinais é única e possui suas
próprias regras gramaticais estruturadas nestes parâmetros, os quais, em conjunto,
formam o que se define como um sinal ou entendimento semântico.
22
9.1 Configuração de mão
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
23
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
24
a uma única área corporal principal, como a cabeça, o tronco, a mão e o braço não
dominante ou o espaço neutro.
Cabeça
Para toda regra pode haver uma exceção, o que ocorre no ponto de articulação.
Nem todos os sinais idealizados na região da cabeça precisam encostar na face, mas
devemos observar que a mão predominante está na região da cabeça ou da face,
tendo como ponto de alicerce o queixo, o nariz, o olho, a boca, a bochecha, a orelha,
a maçã da face, a testa ou o topo da cabeça. Observe os exemplos a seguir:
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Observe que o sinal de “bonito” tem movimento à frente da face, mas não
exatamente precisa ser feito varrendo (encostando) o rosto; “mulher” e “telefone”
também tiveram como apoio a bochecha, e todos os sinais tiveram como ponto de
articulação “cabeça”.
Braço
Os sinais que têm como ponto de articulação “braço” terão seu apoio no braço,
no antebraço, no punho ou no cotovelo.
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
25
Para o sinal de “banheiro”, o apoio é no antebraço, e, para o sinal de “ciúmes”,
o apoio é no cotovelo, assim, seu PA é “BRAÇO”!
Mão
Para este PA, os sinais serão feitos no dorso da mão, na palma da mão e nos
dedos da mão.
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Ambos os sinais têm como PA “tronco”, visto que sua mão configurada está
incidindo no peito.
Espaço neutro
26
Para o ponto de articulação “espaço neutro”, há somente duas localizações: a
frente do tronco ou acima da cabeça, ou seja, a mão não encostará em nenhum outro
membro do corpo. Neste PA, a mão predominante do sinalizador estará, no mínimo,
a dez centímetros de distância do tronco ou acima da cabeça.
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
Para o sinal da palavra “demitir”, o movimento será concluído após soltar o dedo
médio para a frente; e o sinal de “vôlei” é feito simulando o lance de jogo acima da
cabeça.
9.3 Movimento
27
movimento é ativa na gramática, morfológica e fonologicamente. Observe os
exemplos a seguir:
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
9.4 Orientação
[…] quando um sinal tem sua direção e há uma inversão, significa a oposição,
contrário ou concordância. Esta se refere à direção onde a palma da mão
fique virada para produzir um sinal. Podendo ser: palma da mão para cima,
palma para baixo, palma da mão direita, palma da mão esquerda, com a
palma para frente ou palma da mão para trás (palma virada para você).
(PINTO, 2018 p. 106).
28
Diante de todos os parâmetros apresentados, forma-se o sinal em Libras.
Observe um sinal em que são aplicados os cinco parâmetros de Libras:
Fonte: bit.ly/3zOiuvx
29
Fonte: Adaptada Faders (2010, p. 48 e 65)
30
Adaptado de Capovilla e Raphael (2001, p. 465)
31
Fonte: Alves e Silva (2009).
11 ASPECTO SINTÁTICO
32
casa eu ir (OSV).
É muito provável que nem todas as possibilidades de construção de frase sejam
possíveis, dependendo do contexto de aplicação. Existe, ainda, algumas marcações
não manuais que caracterizam e classificam as sentenças em negativas,
interrogativas, afirmativas, condicionais, relativas, construções com tópico e foco.
Constatemos na imagem o detalhamento de cada uma delas.
33
Fonte: Quadros, Pizzio e Rezende (2008, p. 6).
34
Fonte: Faders (2010, p. 37).
35
Fonte: Faders (2010, p. 24).
36
Fonte: Faders (2010, p. 30).
37
Capovilla e Raphael (2001, p. 799).
38
Fonte: Faders (2010, p. 87)
39
Fonte: Silva (2017)
40
Fonte: Faders (2010, p. 68).
41
Fonte: Hirata (2018)
42
Fonte: Incluir Tecnologia (2012)
44
de L2 são expostos ao idioma-alvo em uma sala de aula restrita, com a supervisão de
professores para aprender a língua.
A descoberta da Libras exige a mesma organização linguística que a das
línguas orais, ou seja, sua aquisição tem semelhanças com a aquisição do português.
Pessoas surdas que obtêm a Libras como sua língua materna têm de distinguir os
constituintes mínimos de sinais para desenvolver uma fonologia manual, aprender a
como flexionar um sinal para mudar seu significado e saber a ordem dos diferentes
componentes para expressar um significado pretendido. Dito isso, as diferenças na
modalidade entre sinalização e oralização (sinal/ fala) (acústico vs. manual) também
dão certas características de aquisição da linguagem exclusivas para a língua de
sinais.
Fonte: significados.com.br
45
Fonte: ensinandocomcarinho.com.br
46
15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
47
CARVALHO, P. V. História dos Surdos no Mundo. Editora Surd’Universo. (ISBN
978-989-95254-4-1-2). Lisboa 2007.
CASSIANO, P. V. O surdo e seus direitos: os dispositivos da lei 10.436 e do
decreto 5.626. Revista virtual de cultura surda. Edição n.º 21 / maio de 2017.
ESTEBAN, M. P. Pesquisa qualitativa em educação: fundamentos e tradições.
Porto Alegre. AMGH, 2010.
FADERS, Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para
Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades no Rio Grande do Sul. Mini Dicionário.
Porto Alegre: Serviço de Ajudas Técnicas da FADERS, 2010.
FRAZÃO, N. F. Associação de Surdos de São Paulo: identidade coletiva e lutas
sociais na cidade de São Paulo. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. 2017.
GESSER, A. O ouvinte e a Surdez: sobre ensinar e aprender a LIBRAS. — São
Paulo: Parábola Editorial, 2012.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GODOY, A. S.A. Pesquisa qualitativa e sua utilização em administração de
empresas. Revista de Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 4, p.65 – 71,
jul./ago. 1995.
HIRATA, G. Existem gírias na língua de sinais dos surdos? Mundo Estranho, 20
abr. 2018.
IBGE. Censo Demográfico, 2010.
INCLUIR TECNOLOGIA. Libras — Calmo. 11 out. 2012. (0min2s).
LIMA JÚNIOR, J. A. et al. De mãos amarradas para as mãos que falam: a história
da educação dos surdos no mundo e no Brasil. 2021.
LOPES, L. P. M. (2001). Práticas narrativas como espaço de construção das
identidades sociais: uma abordagem socioconstrucionista. Narrativa, identidade e
clínica (pp. 56 – 71). Rio de Janeiro: Edições IPUB/CUCA.
MARCONI, M. de A; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. —
5.ª Edição — São Paulo: Atlas 2003.
MEDEIROS, R. N. B. de. Uma breve história dos movimentos sociais de surdos
no Brasil da década de oitenta aos dias atuais: desafios e resistências por
visibilidade. Patos. PB. 2021.
MELUCCI, A. Um objeto para os movimentos sociais? Lua nova: Revista de Cultura
e Política. n.17. Movimentos Sociais: questões conceituais artigos. São Paulo:
jun.1989.
MONTEIRO, M. S. História dos movimentos dos surdos e o reconhecimento das
libras no Brasil. Educação Temática Digital. Campinas, v.7, n.2, p.292 – 302, jun.
2006.
48
PICOLOTTO, E. L. Movimentos sociais: abordagens clássicas e contemporâneas.
Revista Eletrônica de Ciências Sociais, ano I, ed. 2, nov. 2007.
PINTO, D. N. Libras: Língua Brasileira de Sinais. Aracaju: UNIT, 2018.
PIZZIO, A. L. et al. Língua Brasileira de Sinais III. Florianópolis: Centro de
Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina, 2009.
QUADROS, R. M. (Org). Estudos Surdos I. Petrópolis, RJ: Arara Azul, 2006.
QUADROS, R. M.; KARNOPP, L. B. Língua Brasileira de Sinais: estudos
linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2005.
QUADROS, R. M.; PIZZIO, A. L.; REZENDE, P. L. F. Língua Brasileira de Sinais II.
Florianópolis: Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa
Catarina, 2008.
RIOS, A. Libras: Alfabeto e Números. Ebah, [s.l.], [2013?].
SANTOS, M. O Espaço do Cidadão. 7. Ed. São Paulo (2007): Editora da
Universidade de São Paulo, 2014.
SILVA, C; ASSÊNSIO, C. Setembro Azul: mobilização política nacional a favor das
escolas bilíngues para surdos.
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. 2. Ed. rev. Florianópolis:
Ed. da UFSC, 2009.
49