Estudo Idoso
Estudo Idoso
Estudo Idoso
Unidade 01
Caro aluno,
Seja bem-vindo à Unidade Envelhecimento como etapa do
desenvolvimento!
Bons estudos.
Paradigma organicista
O paradigma organicista teve origem na teoria evolucionista de Darwin (1801 – 1882), ponto de
partida da psicologia da criança que se desenvolveu no alvorecer do século XX.
No início da década de 1930, Carl Gustav Jung apresentou os fundamentos de um texto sobre o
desenvolvimento que refletiam seu contato com a psicanálise de Freud, sua expressão clínica e
pessoal.
Jung dividiu a vida humana em duas metades e em quatro idades (infância, vida adulta, meia
idade e velhice), separada por estágios de transição (adolescência, entardecer e idade avançada).
Cada idade tem seu tema básico, tarefas e metas próprias.
Na primeira metade da vida, a meta é o envolvimento com o mundo externo, sendo alguém na
sociedade. Os temas são crescimento, expansão e natureza. Por volta dos 40 anos, as demandas
da vida interior ganham destaque como consequência das pessoas se darem conta da finitude da
vida.
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Terminologia
Jung notou a tendência dos mais velhos de se transformarem em seus opostos, ou seja, os
homens idosos tendem a ser mais femininos e as mulheres mais masculinas. Nos anos mais
avançados da vida, o processo de realização do self se dá pelo contato com os arquétipos do
Velho Sábio (no homem) e da Grande Mãe (na mulher).
O autor também observou que muitos chegam à velhice com desejos insatisfeitos ou com sede de
continuar no poder e de expandir o self. Isso revela uma certa incapacidade de desprender-se dos
temas da primeira metade da vida, como também denuncia dificuldades de se ajustar ao
entardecer.
Com sua teoria, que apresenta os conceitos de meia idade e velhice, Jung foi o precursor dos modelos
psicológicos sobre crises e transições no desenvolvimento do adulto que se desenvolveram na década de
1970 e podemos encontrar traços de sua influência nos textos de Bülher e Erikson.
Charlotte Bülher
Charlotte Bülher nasceu em Berlim em 1893. Para fugir do nazismo, em 1940, emigrou para os
Estados Unidos e ficou conhecida internacionalmente por seus estudos com crianças pequenas,
em idade escolar, e por suas pesquisas com adultos visando à perspectiva de desenvolvimento ao
longo da vida.
Suas pesquisas apontaram para uma progressão da demanda de fases em que ocorriam
mudanças de atitudes, metas e realizações. Essas pesquisas, ainda, marcaram o paralelo entre os
processos biológicos de crescimento, estabilidade e declínio e os processos psicossociais de
expansão, culminância e contração em atividades e realizações.
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Para Charlotte Bülher, o desenvolvimento não é linear, mas tem uma dinâmica que envolve recorrências a
estados passados, bem como, simultaneamente, a alternância de ganhos e perdas evolutivas. Segundo a
autora, as ações, as experiências, a autorrealização e a falta de uma ordem pré-estabelecida nas decisões
são fatos importantes no desenvolvimento. Bülher também observou que existem diferenças individuais no
processo de desenvolvimento que se refletem na existência das pessoas que permanecem alto-produtivas
até a idade avançada, apesar do declínio biológico.
Erik Erikson
A teoria de Erik Erikson se destacou como uma transição do paradigma organicista para o de
desenvolvimento ao longo da vida (Life Spam).
Erikson, apesar de ter tomado como ponto de partida a teoria sobre a sexualidade infantil de
Freud, atribuiu um papel diferente ao ego. O autor salientou o enfrentamento ativo do mundo
pelo ego, que se renova em cada fase da vida, permitindo modificação das vivências e dos
comportamentos e, assim, o desenvolvimento da personalidade.
Sua teoria difere das teorias de estágios clássicas porque leva em consideração a vida humana em
sua extensão, dividindo-a em sete estágios, e também porque propõem que as influências
socioculturais contextualizem a manifestação e a resolução das crises evolutivas do ciclo de vida.
Para o autor, ao longo de seu amadurecimento, o ser humano se transforma qualitativamente,
vencendo conflitos e crises evolutivas.
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Processo Epigenético
Segundo Erik Erikson, as idades são ciclos que se sucedem e neles os temas evolutivos emergem.
As crises evolutivas e suas sequências são universais, pois elas se desdobram sucessivamente,
estando os estágios mais avançados contidos nos anteriores. O autor chamou esse processo de
processo epigenético que significa “que se desdobra”, e, assim, seu ego vai ganhando novas
qualidades.
O resultado, fase após fase, é o aparecimento e a integração de novas qualidades do ego. Para
Erikson, a tensão gerada pelas crises psicossociais do desenvolvimento é um desafio que
impulsiona o crescimento.
Teoria de Transição
Erik Erikson é considerado um precursor da adoção do paradigma dialético adotado pelo Life
Spam por chamar atenção para tensões e contradições entre os polos das crises psicossociais.
Para Erikson, o envelhecer traz o grande desafio de encontrar significado na rotina do dia a dia,
fortalecendo a capacidade do ser humano de se adaptar a situações novas, enfrentar os desafios
próprios desta fase (envelhecimento e morte) e, em última análise, gerando a integralidade do
ego.
A importância da teoria de Erikson reside no fato do autor ter iniciado uma discussão quanto ao
desenvolvimento emocional, personalístico e cognitivo no envelhecer.
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Paradigma Life Spam
O surgimento do paradigma Life Spam sofreu forte influência de Riegel , cujo foco era
substituição da perspectiva organicista pela dialética. Riegel rejeitou a ideia de estágios e a noção
do desenvolvimento como um processo linear de crescimento até um ponto de culminância e a
ideia de envelhecimento como um processo que prevê apenas declínio.
Para o autor, o desenvolvimento é um processo que dura toda a vida, sendo presidido por
influência da natureza inato-biológica, individual (cultural), psicológica e natural (ecológica).
Riegel considera como períodos de desenvolvimento normal aqueles em que suas fontes estão em
sincronia, uma vez que elas mudam conforme a idade e qualquer uma podem influenciar de forma
esperada ou inesperada, individual ou coletiva.
O paradigma de desenvolvimento ao longo de toda a vida (Life Spam) surgiu na década de 1970 e integra
a noção organicista com as ideias dos paradigmas contextualistas e dialético sobre a interação das fontes
de influências genético-biológicas, psicológicas, ecológicas e socioculturais.
Lição 02 Etarismo
02
Todas as teorias que vimos são muito importantes quando pensamos em velhice. Contudo, elas
02 uma noção importante: o etarismo. Mas você sabe o que é isso?
trazem à tona
Liçãoé 02
O etarismo a forma de preconceito em que as pessoas são categorizadas e julgadas apenas com
base na sua idade cronológica. Desse modo, as pessoas deixam de serem vistas como indivíduos
com suas características próprias, e com uma história de vida, e passam a serem vistas como uma
categoria. Começam, então, os estereótipos de comportamentos para tentar dar conta da
ansiedade gerada ante os preconceitos de terceiros. Surgem comportamentos, as vezes
exagerados, para mascarar a idade, tais como tingir o cabelo, cirurgias plásticas, atitudes e roupas
de jovens.
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Segundo essa visão, o idoso é enquadrado em três categorias:
Idoso – jovem (saudáveis, vigorosos, com boas condições financeiras, bem integrados na
vida de suas famílias e comunidades).
Idoso – muito idoso (dependentes para quase tudo, exigindo serviço de apoio como
enfermagem domiciliar e internação hospitalares).
Critério da idade
Vamos refletir um pouco sobre etarismo? Como é possível estabelecer categorias se a senescência
cerebral varia muito de idade para idade, devido a fatores tais como sexo, escolaridade e história
de vida?
Segundo o etarismo, o critério da idade deveria servir de base para a concepção de tudo: desde
assentos de avião a sapatos. Percebemos que a rigidez desta forma de pensar não leva em conta
as características individuais.
Muitas vezes, as perdas sensoriais geram preconceitos, ocasionando uma atitude passiva quando
essas perdas são vistas de forma individualizada, como se as tecnologias disponíveis pudessem
ser utilizadas para minimizar seus efeitos, assim como se muitas deficiências pudessem
desaparecer caso os ambientes fossem melhor projetados.
A escolaridade pode diminuir a taxa de encolhimento do cérebro e uma boa saúde pode proteger
o cérebro, portanto, a saúde pode ser um melhor preditor de cognição do que a idade.
A discriminação etária é tão comum, que muitas vezes não nos damos conta de sua existência ou
a banalizamos, confundindo-a com falta de educação ou justificando-a por razões culturais.
Contudo, esse tipo de discriminação afeta de forma negativa os indivíduos, podendo gerar
atitudes de isolamento e exclusão.
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Lição 03 Resiliência
A resiliência também pode ser considerada como uma capacidade de reserva, um potencial do
idoso para mudar e crescer a partir de recursos internos (reserva cognitiva e bom estado de saúde)
e externos (realidade social, recursos financeiros).
Conclusão
Nesta unidade, conhecemos as principais teorias consideradas importantes para pensar o processo
de envelhecer na atualidade. Vimos, dentro do paradigma organicista, as teorias de Jung, Bhüler,
e Erikson, esta última como transição do paradigma organicista para o de desenvolvimento ao
longo da vida (Life Spam).
Também, refletimos sobre a noção de etarismo e sobre os preconceitos sofridos pelos idosos.
Finalmente, falamos sobre a resiliência, que pode ser considerada um atributo que as pessoas
apresentam em diferentes graus, sendo um processo dinâmico que permite a adaptação e o
enfrentamento das mudanças adversas e que resulta de experiências individuais no lidar com o
estresse e a adversidade.
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QUALIDADE DE VIDA NA VELHICE E AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS
Introdução
Caro aluno,
Seja bem-vindo à Unidade Qualidade de vida na velhice e as relações
interpessoais!
Bons estudos.
Algumas questões
Em uma sociedade que valoriza o que é jovem e belo, é possível aceitar algo que é inevitável,
como o envelhecimento com consciência e serenidade?
Como isso é possível em uma sociedade que lança mão de inúmeras expressões para se referir a
uma etapa da vida – o envelhecimento – o que não acontece em relação às outras etapas?
Quem é idoso?
Quando o envelhecimento começa?
Quem diz que você envelheceu? O espelho? Ou
as pessoas, quando começam a te chamar de
“senhora” e a te ceder lugar no ônibus?
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O envelhecimento como fenômeno social
Primeiramente, é preciso perceber e admitir que algo mudou, mas que o envelhecimento não é sinônimo
de doença, apesar das perdas orgânicas. Para lidar com o envelhecimento da forma mais sadia, é
necessário compreender que somos mais que um corpo. É importante abandonar a obsessão por um corpo
eternamente jovem, mas cuidando para não cair na displicência com o envelhecimento.
Não podemos esquecer que o envelhecimento é algo inevitável, um processo irreversível que se
inscreve no tempo dos ciclos da vida: envelhecemos desde que nascemos e muitas vezes não
suportamos esta ideia e lançamos mãos de recursos para mascarar este fato (modernas técnicas
de estética, cirurgias plásticas, botox , entre outros). Talvez por isso seja tão difícil lidar com o
envelhecimento de outros. Observe, abaixo, o caso da Dona Isabel.
“Poxa vida! Eu tenho que tomar sol, mas como posso fazer isso? Justo
eu que sempre adorei praia, adorei não, adoro, mas como posso
caminhar no calçadão ou na brisa da praia, vão é me linchar! Vão se
sentir agredidos com as minhas pelancas e me apedrejar!”
“E assim eu passo o fim de semana olhando pela janela o dia lindo lá fora e não faço nada. Eu podia...
podia, não, eu devia é ‘dar uma banana’ pra todo mundo e aproveitar bem o meu tempo livre.”
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Mudanças de pensamento em relação ao envelhecimento
Sabemos que, até o século XIX, o envelhecimento era visto como um fato negativo, pois sua
característica fundamental era a falta de possibilidade do idoso de assegurar-se financeiramente.
O idoso era tido como incapaz de produzir, de trabalhar e de sustentar e manter sua família.
No século XX, o envelhecimento começou a ser visto de forma diferente, levando em conta suas
transformações fisiológicas, as perdas sofridas e, também, a variabilidade individual das perdas.
A visão estereotipada do idoso foi mudando, surgindo novos termos para fazer referência ao
envelhecimento. A sociedade ocidental passou, e ainda passa, por uma reformação na forma de
compreender e lidar com essa etapa da vida, mas ainda há a manifestação de preconceitos.
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Lição 02 Família e relações interpessoais
Arranjos familiares
Quando se fala em envelhecimento e autonomia, surge a figura da família como fonte de apoio
informal mais direta para o idoso, ou seja, é consequência tanto da co-residência, como pela
transferência de bens e recursos financeiros. Essa questão marca de forma ativa os vários
arranjos familiares e, muitas vezes, a co-residência surge como opção ante a dependência
financeira por parte dos filhos ou a dependência funcional por parte do idoso.
Os arranjos familiares são determinados pelo estado civil, condição econômica, saúde, estrutura
familiar, tradições culturais, grau de parentesco e valor que se dá à vida independente ou à vida
familiar.
Considerar esses arranjos é de suma importância, uma vez que eles interferem na satisfação de
viver, na saúde e, muitas vezes, são responsáveis pela institucionalização.
Para considerá-los, é importante não perder de vista que eles são dinâmicos, passíveis de
mudanças ao longo do curso de vida e, portanto, passíveis da interferência do profissional de
saúde, visando a sua otimização.
Veremos, a seguir, alguns casos de arranjos familiares e como lidar com eles!
O papel da família
O processo de envelhecimento de um indivíduo não pode ser pensado de forma isolada. É preciso
compreendê-lo levando em conta a família onde ele está inserido e a forma como esse processo
afeta os membros desta família. Observe o caso de Dona Joana, que possui 91 anos, e que foi
morar com uma das filhas, que tem 75 anos.
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O papel da família é importante em qualquer estágio do ciclo de vida, sendo particularmente
relevante na infância, na adolescência e na senectude.
O envelhecimento é marcado por perdas que se refletem no psiquismo, podendo, assim, surgir
dificuldades de adaptação e situações críticas como a viuvez, a aposentadoria e a queda do poder
econômico. A família, nesses momentos, possui vital importância, uma vez que ela tanto pode ser
elemento de apoio facilitando o enfrentamento das crises, como pode ser elemento de
agravamento delas. Observe mais um caso:
“Doutora, eu sei que minha filha agiu com boa intenção, pensando no melhor pra mim e o pai
dela. Mas ela fez uma coisa que não fez bem ao meu marido. A gente morava numa casa boa.
Meu marido nasceu nela, cresceu, nos casamos e tivemos nossa filha. Quando o pai aposentou e
logo em seguida eu cai e quebrei o braço, ela decidiu que deveríamos vender a casa e morar
perto dela porque eu não teria mais como cuidar da casa. Tentei argumentar, meu marido,
coitado, estava tentando se adaptar a nova realidade da vida dele com a aposentadoria. Não fui
forte o bastante para convencê-la e vendemos a casa.
Agora, moramos em outro bairro e num apartamento! Fiquei sem minhas plantas, meu jardim.
Meu marido ficou sem os colegas de baralho da praça; o jornaleiro onde sempre comprou o jornal
e com quem conversava sobre as últimas notícias; o português da padaria com quem discutia o
futebol; o rapaz da farmácia que sempre dizia os remédios da promoção; a moça do Hortifruit que
sempre falava para ele o que estava valendo a pena comprar. Agora ele fica sentado no sofá o
tempo todo e ela brigando com ele para ele reagir! Como? Será que ela não vê que ele perdeu
tudo? Perdeu uma história, uma vida?”
É extremamente importante que a família leve em consideração o idoso como pessoa para
colaborar na manutenção do seu equilíbrio físico e afetivo, favorecendo o envelhecimento
harmônico e natural para seu ente querido. O envelhecimento é o estágio da vida em que os
papéis se invertem: os filhos passam a ter que cuidar dos pais que outrora cuidaram deles e isso
pode levantar questões importantes.
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Sou filho único e isso nunca tinha sido um problema para mim. Quando pequeno, tinha muitas
crianças no condomínio. Depois vieram os amigos de escola e da faculdade. Agora com o
envelhecimento dos meus pais, a ausência de irmãos começou a pesar. É muito duro vê-los
envelhecer e não ter com quem dividir.
Eu não estou falando do aspecto operacional, não. Falo da dificuldade, da angústia, do sentimento
doído e sofrido quando olho para a minha mãe e vejo uma senhora fragilizada, tão diferente
daquela mulher segura que me criou. Como é duro olhar para o meu pai e não encontrar aquele
parceiro do Maraca que não perdia um jogo do Mengão, mas que agora se confunde com o sobe
e desce da tabela do brasileirão. Só um irmão entenderia o que estou sentindo porque ele
também estaria sentindo o mesmo. Agora vejo como é ruim ser filho único.
Ao pensar no idoso e sua família, é preciso considerar os fatores sociais, econômicos e culturais
por meio da história de uma sociedade. A industrialização e a urbanização trouxeram mudanças
sociais importantes: a mulher, que antes ficava em casa e cuidava das crianças e dos idosos, saiu
para o mercado de trabalho e os idosos passaram a ser um peso para a família e o Estado.
Estou fazendo uma coisa que não sei em que vai dar. Minha mãe e meu marido nunca se
deram bem, ela sempre provoca e implica com ele. Mas agora que papai morreu, eu não
podia deixá-la morando sozinha para os vizinhos ficarem falando que eu a abandonei, por
isso estou trazendo ela para morar com a gente. Eles vão ter que entender a minha
decisão, é só ele não responder à provocação dela.
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Também devemos considerar as famílias com idosos em que eles não são o chefe ou
cônjuge.
Menina, minha vida está uma loucura, não tenho tempo para mais nada! Não é que além
de cuidar da minha mãe que fraturou o fêmur, tenho que administrar minha casa e a das
minhas tias: uma solteirona e a outra viúva sem filhos. O pior que além delas, da família
aqui, só tem eu. Não tenho escolha a não ser cuidar desta velharada.
Meu pai começou a ter isquemias. Meu irmão e eu conversamos e achamos que nossos
pais não poderiam mais morar sozinhos. Meu irmão mora num bairro distante e eu, como
moro no mesmo bairro, os recebi em minha casa. Minha filha está com 13 anos e minha
mãe quer que eu a eduque nos moldes em que fui educada. Deus me livre! Outro dia
discuti feio com ela, disse que ela está proibida de interferir na educação da minha filha.
Apostar na família como garantia de uma velhice saudável pode ser um grande erro dependendo
dos arranjos e formatos estabelecidos e, muitas vezes, favorece o aparecimento das diferentes
formas de violência e maus-tratos contra idosos.
O lugar social do idoso na sociedade deveria ser o de transmissor de valores fundamentais na constituição,
organização e compreensão do presente. O idoso deveria ter como função ser a memória viva da família,
do grupo, da instituição e da sociedade. Contudo, não é isso que acontece. O idoso, na maioria das vezes,
é visto de forma desvalorizada e depreciativa ficando impossibilitado de viver o presente, pois não “tem
mais idade para determinadas coisas”, e o futuro, porque ele apontaria para a proximidade da morte. Esse
tipo de atitude em relação ao idoso pode levá-lo à depressão porque as faltas e as perdas ganham
destaques.
Uma forma dos idosos recuperarem seu lugar de sujeito falante e pensante em contextos sociais,
abandonando o isolamento e a marginalização, é a participação nas universidades abertas para a
terceira idade, nos centros de convivência e espaços em que são incentivados a falar e a pensar.
Segundo Heidegger, o ser humano é, essencialmente, o ser no mundo. Com real necessidade de
estar com os outros, somos premidos pela necessidade de compartilhar. Diante disso, como
pensar em um envelhecimento bem sucedido condenando o idoso a viver no isolamento?
Novamente, os espaços em que o idoso é incentivado a falar e a pensar ganham destaque com a
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possibilidade de expressar sentimentos, anseios, sonhos, preocupações e angústias. Para o idoso,
a dificuldade de criar novos vínculos é grande devido aos preconceitos e censuras. Isolar-se é
acomodar-se nos preconceitos e correr o risco de ficar aprisionado na ideia de que ao idoso não
cabe o amor. Observe o relato de uma idosa com seu terapeuta.
Meu filho não entende porque eu venho para a universidade aberta da terceira idade. Ele debocha
perguntando o que eu estou querendo aprender e para que. Como explicar para ele que aqui é onde me
sinto viva? Aprendo coisas, ensino coisas, descubro coisas que eu sabia e não sabia que sabia. Conto
minha história. Recrio minha história quando a gente ri das nossas fragilidades, das nossas perdas
enquanto vamos criando novas possibilidades.
(Relatos e personagens fictícios baseados em depoimentos reais)
Leitura complementar
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A mentirosa.
O pior sentimento...
O rancor.
O presente mais belo...
O perdão.
O mais imprescindível...
O lar.
A rota mais rápida...
O caminho certo.
A sensação mais agradável...
A paz interior.
A proteção efetiva...
O sorriso.
O melhor remédio...
Lição 03 Sexualidade
O envelhecimento não é uma etapa da vida que se apresenta sempre da mesma forma, com uma
realidade definida. Apesar do envelhecimento ser um fenômeno biológico, é preciso levar em
conta a singularidade: a forma como cada um envelhece é determinada por suas condições
subjetivas e isso inclui a forma como viveu sua história pessoal e as marcas que sofreu das
condições socioculturais.
É preciso trabalhar o tema da sexualidade sem privilegiar o ponto de vista biológico, uma vez que
a nossa cultura desvaloriza a sexualidade no envelhecimento, sempre referindo-se a ela de forma
pejorativa, quando os desejos sexuais dos idosos são manifestados.
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Sexualidade no envelhecimento
É preciso por em cheque a ideia de que o idoso não é capaz de amar, ou de ter uma vida sexual.
É preciso deixar de lado a censura e o horror ante a sexualidade na velhice. É preciso admitir que
o idoso reinvente formas de amar e de se relacionar que passam pela ternura, pelos contatos
físicos, o olhar, o toque, a voz.
Pensar a sexualidade no envelhecimento pode ser uma forma, a partir da redescoberta do direito
ao sexo e ao amor, do idoso reconquistar o lugar de homem e mulher, deixando de ser uma
pessoa que só tem como futuro a finitude.
Dra., foi tão bom reencontrar meu primeiro namorado. A gente passeou de mãos dadas como a
gente costumava fazer na juventude. Ele me beijou tanto, foi tão bom! Ele me propôs viver todo
nosso amor que não vivemos na juventude de forma plena. Isso me assustou. O que ele estava
querendo dizer com isso? Ele disse para eu não ter medo, para deixar fluir meus sentimentos e
emoção. Quer saber? É o que eu vou fazer. Meu irmão, que eu pensei que fosse recriminar, me
deu a maior força. Já minha irmã só faltou enfartar, dizendo horrorizada: “Minha irmã não faça
isso. Você não tem mais idade para isso. Vai ficar falada.”
(Relatos e personagens fictícios baseados em depoimentos reais)
O que é sexualidade?
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A sexualidade é a forma como uma pessoa expressa seu
sexo, ou seja, o “ser mulher” e o “ser homem”. A
sexualidade envolve gestos, postura, fala, andar, voz,
roupas, enfeites, perfume. A maneira como vivemos nossa
sexualidade é a expressão de nossa maneira de ser.
Sexualidade e preconceito
O tema sexualidade na terceira idade ainda encontra muito preconceito, apesar das
transformações constantes nessa área e das novas descobertas. O desenvolvimento da
sexualidade é essencial para o bem-estar individual e interpessoal.
Independentemente da idade, as pessoas têm necessidades afetivas e sexuais que devem ser
encaradas de forma a garantir a liberdade, a dignidade e a igualdade de direitos. Sendo assim,
precisamos revisar qualquer atitude de estranheza ante a prática sexual em idosos.
A imagem corporal é um item comumente apontado como justificativa para não praticar o sexo e
isso é, mais frequentemente, um argumento feminino. Leia, a seguir, o diálogo entre uma idosa e
seu primeiro namorado. Eles se reencontraram por meio de uma rede social após 50 anos.
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Papel do profissional de saúde
A figura do profissional de saúde ganha um destaque especial, uma vez que o contato com idosos
revela que muitos não vivem a sexualidade de forma plena devido a preconceitos e falta de
informação, que geram dúvidas e inseguranças, que podem ser eliminadas com uma educação e
orientação feita pelo profissional de saúde.
Para colocar em prática uma educação sexual para idosos é essencial uma anamnese, focando
fatores psicológicos para avaliar as queixas.
Contudo, como o profissional de saúde pode colocar em prática esse tipo de trabalho se
muitas vezes é ele quem precisa passar por um trabalho dessa natureza para lidar com
a sexualidade de forma mais natural, sem preconceitos?
Essa questão é de extrema relevância, uma vez que, dependendo como o profissional aborda a
questão, ele pode gerar uma atitude de fechamento ou de incentivo para que o idoso fale de seus
sentimentos negativos e das percepções inadequadas que, tanto podem gerar preconceitos, como
ser consequências deles.
Saúde sexual
No tocante à orientação sexual não basta falar das alterações fisiológicas do envelhecimento,
muitas vezes o que dificulta a prática sexual são fatores psíquicos e sociais.
Desse modo, surge o conceito de saúde sexual construído a partir da interação entre o individuo e
a sociedade e a forma como ela reconhece, respeita e pratica o direito a uma vida sexual
independente da idade.
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Lição 04 Psicoterapia
Depressão
A depressão pode ter múltipla etiologia, associando-se a fatores biológicos, sociais e psicológicos,
podendo sofrer interferência de outras variáveis tais como a aposentadoria, que traz mudanças de
papéis na sociedade e na família.
A depressão consiste em uma síndrome psiquiátrica caracterizada por humor deprimido, perda de
interesse ou prazer, alteração do funcionamento biológico, com repercussões importantes na vida
do individuo e com duração de meses ou anos.
É muito importante lembrar que a depressão não é uma consequência natural do envelhecimento!
Diagnosticando a depressão
A depressão situa-se entre as três principais causas de incapacidade no mundo moderno, tendo
considerável importância na morbimortalidade geral. É fundamental a capacitação dos
profissionais de saúde para a identificação deste transtorno que muitas vezes age como “epidemia
silenciosa”.
Observe, a seguir, alguns aspectos importantes a serem avaliados para diagnosticar a depressão:
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Agitação – manifesta-se na dificuldade de ficar parado.
Uma senhora chega ao nosso serviço com diagnóstico de demência. Durante a consulta, seu olhar
chamou a atenção do médico que pediu a presença de uma psicóloga que também percebeu algo
diferente. Por sua vez, a família relata que ela ficou apática desde a morte da neta que ela cuidou
e criou. O médico pergunta se ela gostaria de vir conversar com a psicóloga sobre como tem se
sentido e a idosa que permanecia muda ante as abordagens do médico diz que sim.
Em entrevista com a psicóloga, a filha relata que a neta suicidou-se e a família escondeu o fato da
idosa que, por sua vez, disse para psicóloga, na primeira consulta, que os vizinhos haviam
contado como a neta morrera e que ela não entendia porque a família mentia. Após algumas
consultas, a família relata crescente diminuição da apatia.
(Relatos e personagens fictícios baseados em depoimentos reais)
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A depressão é um dos diagnósticos mais frequentemente encontrados nos serviços de psiquiatria
destinados a idosos, mas mesmo assim, muitos profissionais de saúde não estão familiarizados
com o envelhecimento e seus aspectos emocionais, bem como existem conceitos que banalizam
as reações depressivas do idoso com frases do tipo “isso é coisa da idade”; “isso é normal, afinal
perdeu a esposa”; “eu também me sentiria assim se eu me aposentasse e não tivesse nada para
fazer.”.
”Fiz a avaliação quantitativa que costumo fazer mas alguma coisa me chamou atenção:
quando perguntei desde quando ele sentia dificuldades de memória e ele passou a falar do
filho morto em um acidente há três anos, perguntei se ele gostaria de falar mais sobre isso
e ele disse que sim. Acho importante aguardar um tempo antes de fechar diagnóstico.”
(relato de uma neuropsicóloga).
“Quando a esposa disse que ele começou a ficar confuso e esquecido após a aposentadoria
por invalidez depois de um acidente, me lembrei dos casos que temos vistos e
encaminhados para o setor de psicologia. Resolvi entrar com antidepressivo e solicitar o
parecer da psicologia que passou a escutá-lo. Na consulta de hoje, a esposa relatou
melhora no aspecto cognitivo.”(relato de uma médica).
Conclusão
Refletimos, ainda, sobre sexualidade e envelhecimento, como sendo uma construção psicossexual
e não apenas um fato biológico. Vimos a importância do profissional de saúde no esclarecimento
de dúvidas e de preconceitos causados pela falta de informações.
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PROJETO DE VIDA
Introdução
Car@ alun@,
Seja bem-vind@ à Unidade Projeto de vida!
Nesta unidade, refletiremos sobre o projeto de vida no curso da vida e falaremos, mais
especificamente, sobre aposentadoria e velhice, reconhecendo o impacto da aposentadoria
na vida do idoso.
Bons estudos.
Pensar em projeto de vida na velhice não é tarefa das mais simples e, muitas vezes, implica
romper paradigmas e preconceitos. Muitas vezes, a ajuda de profissionais para auxiliar na
definição de projetos se faz necessária. O ponto de partida pode ser doloroso, ao tocar na questão
do que se fez na vida, o que se desejou fazer e não foi possível e o porquê.
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Transformação pós aposentaria
Muitas vezes, nos projetos abandonados é que estão exatamente a oportunidade de pôr em
prática habilidades esquecidas. Contudo, criar novos projetos não é um caminho solitário
percorrido pelo idoso, é preciso que a sociedade se transforme e se empenhe nesse processo de
transformação do idoso, o que nem sempre acontece. Observe o caso da paciente abaixo:
Sabe doutora, eu sempre quis ser enfermeira, cuidar das pessoas, mas a senhora sabe, sou do
Norte, lá de onde eu vim não tem destas coisas não. Mulher ou é dona de casa ou professora.
Apanhei muito do meu pai por causa disso. Agora estou velha. Como começar a fazer faculdade
com 65 anos depois de tanto tempo sem estudar? Sabe, vir aqui conversar com a senhora me faz
muito bem. Agora vejo que não preciso abandonar meu antigo sonho, só preciso dar uma
ajeitadinha nele para ele ser realidade. Aquele dia que a senhora perguntou o que eu pretendia
fazer com este sonho, foi uma sacudida das boas. Comecei a falar dele pras minhas vizinhas e não
é que uma delas me deu uma solução, quando disse que uma conhecida dela teve um bebê e
estava precisando de uma babá se eu não queria tentar para ver no que dava, já que eu gostava
de criança. Pois é, fui lá, já combinei tudo, ninguém sabe ainda, não contei para ninguém, queria
que a senhora fosse a primeira a saber.
(Relatos e personagens fictícios baseados em depoimentos reais)
A senhora não vai acreditar! Meu filho mais velho disse que não precisava sair de casa, se fosse
pelo dinheiro ele tinha condições de me dar. O mais novo deu um ataque perguntando quem ia
cuidar dele, e olha que já está com 23 anos. O do meio foi o único que me incentivou e apoiou.
Acabei gerando um conflito entre eles, mas quer saber, não vou deixar eles fazerem o mesmo que
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meu pai, que me sufocou. Vou brigar pelo meu sonho! Eu vou é ser babá do pequenininho que
Deus colocou na minha vida!
Algumas perguntas
“Nunca pensei em me aposentar, gostava também de dar aulas sobre moda. O contato com os
alunos me renovava, me mantinha viva e ativa. Agora é só um vazio. Não sei se te falei, mas já
escrevi 3 livros. Sabe, as pessoas não deviam envelhecer. Velho serve para quê? O que eu faço
com toda minha bagagem de vida. Ela não me serve de nada, virou um peso morto, difícil de
carregar.”
(Relatos e personagens fictícios baseados em depoimentos reais)
Para que todo esse panorama ganhe outros contornos, são necessárias reflexões sobre o
envelhecimento e a aposentadoria. Desse modo, haverá uma preparação para as profundas
alterações que ocorrerão. Contudo, esse movimento deve ser feito pela sociedade como um todo.
Devemos refletir sobre algumas questões:
O que fazer quando essas metas têm importância por não terem
sido cumpridas?
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Perspectivas para o futuro
“Preciso que você me ajude a fazer escolhas de forma diferente. Sempre tive um dedo podre, vou
sempre na pior opção. Sei que não devo ter muito tempo de vida, mas também sei que terei que
fazer novas escolhas, e, poxa, não quero mais repetir este negócio de escolher a pior opção,
quero fazer diferente.”
(Relatos e personagens fictícios baseados em depoimentos reais)
Aposentadoria e envelhecimento
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“Sabe doutora, eu não gosto de combinar nada com antecedência.
Minha irmã tá querendo combinar o Natal... na minha idade? Não
sei se vou estar viva!”
A conversa prossegue com a terapeuta questionando o porquê do laço com a morte e não com a
vida. A idosa usa o argumento de seus 75 anos e a terapeuta questiona novamente a opção de
não viver porque pode morrer. No final, a idosa fala que a conversa foi boa porque estava
revendo sua forma de pensar e vendo que deixava de fazer muita coisa que gostava por causa da
idade e que precisava continuar falando disso para mudar porque queria viver e curtir o resto de
sua vida.
Pode-se envelhecer com qualidade de vida desde que haja disposição para enfrentar os desafios,
pondo em prática projetos viáveis dentro das condições individuais.
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A aposentadoria, que deveria ser um direito garantido pela Constituição com o aumento da
expectativa de vida, pode se tornar uma forma de excluir o idoso. Por ser um direito, o idoso
deveria se aposentar por opção, para descansar, aproveitar a vida fazendo atividades
remuneradas, ou não, que lhe dessem prazer. Contudo, o que vemos é a sua exclusão por
discriminação, quando muitas vezes ainda se sente útil, produtivo e com desejo de continuar
trabalhando. Isso pode acarretar consequências como o isolamento e a depressão por se sentir
inútil e descartável.
Conclusão
Nesta unidade, refletimos sobre como pensar em projeto de vida na velhice pode ser difícil e
implica no rompimento de barreiras e preconceitos.
Vimos que a aposentadoria, que deveria ser a conquista de um direito garantido, pode se
transformar em um perigo para aqueles que não se preparam para esta etapa da vida.
Glossário
-B
Bhüler: Charlotte Bhüler (1893-1974). Psicóloga alemã que se tornou conhecida por suas
pesquisas orientadas para uma perspectiva de desenvolvimento ao longo de toda vida. Defendia a
ideia de que o desenvolvimento não é um processo linear.
-D
Darwin: Charles Robert Darwin (1809-1882). Naturalista britânico que ficou famoso com sua teoria
da evolução das espécies.
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-E
Ego: Instância que Freud distingue do id e do superego e que atua como mediador da
reivindicações do indivíduo, as exigências da realidade e os imperativos do superego. No conflito do
neurótico, representa eminentemente o polo defensivo da personalidade pondo em jogo uma série
de mecanismos de defesa.
-F
-H
Heidegger: Martin Heidegger ( 1889-1976). Filósofo alemão cujo trabalho está associado à
fenomenologia e ao existencialismo.
Homeostase biológica: é uma das características fundamentais dos seres vivos e consiste na
manutenção do ambiente interno dentro de limites toleráveis.
-I
-J
Jung: Carl Gustav Jung (1875-1961). Psiquiatra e psicoterapeuta suíço que fundou a Psicologia
Analítica cujo conceito central é a individuação- processo psicológico de integração dos opostos
,incluindo o consciente com o inconsciente.
-K
-L
Levinson: Daniel J Levison (1920-1994). Psicólogo norte americano que trabalhou com Erikson no
desenvolvimento do adulto positivo.
-M
Maria Helena Novaes: (1926). Formada em Letras e Psicologia tem contribuído para varias áreas
da psicologia, sobretudo da psicologia escolar.
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-P
Paradigma contextualista: modelo teórico que afirma que o indivíduo e o ambiente social são
entidades mutuamente influentes. O desenvolvimento é visto como um processo contínuo de
adaptação ao longo da vida.
Paradigma mecanicista: modelo teórico que afirma que o homem reage a forças ao invés de
criá-las ou transformá-las, o desenvolvimento seria produto de uma história de relações estímulo –
resposta sem a intervenção de uma mente interpretativa.
Paradigma organicista: modelo teórico que afirma que o desenvolvimento procede naturalmente
por uma sucessão de estágios que sofrem a ação de determinantes sociais, históricos e culturais.
-R
Riegel: Klaus Riegel ( 1925-1977). Psicólogo alemão foi o primeiro teórico a propor uma visão
dialética na psicologia do desenvolvimento. Afirmava que o desenvolvimento não acontece em
estágios, mas através de ajustes individuais em resposta a interação entre mudanças internas e
externas.
-S
Self: Aquilo que define a pessoa na sua individualidade e subjetividade, é a sua essência. É a
consciência que o “eu” tem sobre si mesmo ,a consciência individual da identidade.
-T
Referências
FREIRE, S. A.; NERI, A. L. E por falar em boa velhice. Campinas: Papirus, 2000.
FREITAS, Elizabete Viana de. Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan 2006.
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MALLOY, D.; LEANDRO F; FUENTES, D.; COSENZA, R. M. Neuropsicologia do Envelhecimento: uma
abordagem multidimensional. Porto Alegre: Artmed, 2013.
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Créditos
Equipe técnica
Coordenação
Luciana Branco da Motta Coordenador Técnico
Célia Pereira Caldas Felipe Docek
Equipe Pedagógica Coordenador de Projetos
Marcelo Prates
Coordenadora Pedagógica
Marcia Taborda Assistente de Comunicação
Matheus Manzano
Pedagoga
Carla Cristina Dias Desenhista Gráfico
José Martins
Produção técnica
Desenhistas Instrucionais
Autora Michele Trancoso
Monica Lessa
Odete Firmino
Desenvolvedores
Marcus Vinicius Penha da Silva
Luiz Paulo Baçal Vasconcelos
Secretárias
Manuela Marco
Adriana Costa
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Reitor
Ricardo Vieiralves de Castro
Vice-Reitor
Paulo Roberto Volpato Dias
Sub-Reitora de Graduação
Lená Medeiros de Menezes