GLMEMT - Grau 04

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Trabalho do 4º Grau do R.’. E.’. A.’. A.’.

Trabalho do M.'. M.'. Almir Antonio Rotta

Tema: O SIMBOLISMO DO AVENTAL DO GRAU 4 E A SUA JÓIA


A GLÓRIA DO GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO
O presente trabalho tem por objetivo estudar e decifrar os símbolos que
compõem o Avental e a Joia do Mestre Secreto, apoiando-se em três pilares: a
história, a simbologia e a filosofia.

O OLHO NA ABETA

Segundo o nosso ritual e o que aprendemos em nossa instrução de grau,


o olho na abeta é o simbolo do sol, o olho do universo, considerado pelos antigos
como a imagem da Divindade.

Se olharmos atentamente, o formato da abeta, iremos ver que nada mais


é do que o formato do Delta, ou seja, o Triângulo em posição ao contrário, dentro
do triângulo temos o olho que, no conjunto, é chamado de Delta Luminoso que
é localizado nas oficinas no Oriente e em cima do trono.

O Olho em seu conjunto também significa que é o olho da consciência,


sendo que nada poderá permanecer oculto perante ele, pois ele tudo vê.

Comparado com o sol ele é uma fonte inesgotável de luz e energia e, é


por isso que quando de nossa iniciação na ordem maçônica, quando nos é
desvendado nossos olhos, nos é dada a luz.
Ele também é considerado, simbolicamente, o olho da sabedoria e da
providência, que observa tudo, vê e provê, simbolizando, ainda, os atributos da
Divindade, sendo que dentro de nossa ordem, temos ele como a imagem divina
da suprema relevância para nossa vida.

No sentido esotérico tratar-se-ia do terceiro olho, que seria o olho


espiritual.

Na simbologia maçônica ele representa a existência da humanidade, a


vida e o ser supremo, em sua plenitude, ou seja, ele representa o Grande
Arquiteto do Universo, o qual tudo sabe e tudo vê e que por ele somos guiados.

AS CORES: AZUL, BRANCA E PRETA

a) BRANCA: Simboliza uma das cores mais importantes usadas pela Maçonaria,
simboliza a inocência, a candura é a cor dos Aventais de Aprendizes e
Companheiros.

b) AZUL: Simboliza a Piedade, temperança, doçura, lealdade, sabedoria,


recompensa, amizade, fidelidade, perfeição infinita de Deus.

c) PRETA: Tristeza, morte, circunspeção (moderação; prudência; reserva;


cautela; seriedade). Os alquimistas justificavam esse simbolismo dizendo que
toda semente seria inútil se permanecesse intacta na terra, sem apodrecer e ficar
negra.

O RAMO DE LOUREIRO

A lenda Grega conta que Apolo, o mais belo deus do Olimpo,


autoconfiante com seu arco de prata irritou o Cupido com sua arrogância, assim,
o Cupido, por vingança, lançou duas flechas, uma de amor em Apolo e outra de
chumbo na ninfa Dafne, filha do rio-deus Peneu, que afastava dela o desejo de
amar.

Doente de amor, Apolo começou o assédio sobre Dafne, que recusava


todos os seus pretendentes, não deixando de recusar até mesmo o belo deus.

Em certa ocasião Apolo começou uma perseguição a Dafne, que corria


desesperada pela floresta, sem, no entanto, conseguir esconder-se ou evitá-lo.
Ele estava cada vez mais próximo de seu objetivo quando Dafne, ao ver seu pai
por entre as árvores, suplicou-lhe que fizesse parar o seu sofrimento.

Peneu então, vendo que Apolo já tocava os cabelos da filha a enfeitiçou.


Assim, Dafne sentiu seu corpo adormecer, sua pele se transformou em casca,
os cabelos em folhas, os braços enrijeceram e viraram galhos, os pés fincaram-
se no chão e se transformaram em raízes.

Transtornado, Apolo se agarrou à árvore, em que se transformara o seu


grande amor, e chorou, prometendo que os ramos do loureiro sempre o
acompanhariam em forma de uma coroa verde e vistosa, participando de seus
triunfos eternamente.

Dessa maneira, os ramos de loureiro ficaram associados a Apolo, tanto


que nos Jogos Olímpicos ele ainda constitui parte do prêmio, significando a
busca apaixonada pela conquista de um ideal.

Mitologia à parte, nos dias atuais, o louro simboliza o dever do triunfo


sobre as próprias paixões, é o símbolo da glória e da consagração; por ter o
loureiro as folhas sempre verdes também simbolizam a imortalidade da
Natureza, filosoficamente, da vontade.

Concomitantemente, a luta pelo ideal também está sendo travada quando


dizemos submeter nossas vontades, ou vencer as paixões, isso, também,
objetiva uma conquista, a conquista do intelecto, é uma conquista interior,
portanto, merecedora do ramo de louro; aquele no avental, que significa o triunfo
sobre as próprias paixões e a conquista da paz interior. É a parte “misteriosa” da
Maçonaria, reservada aos Iniciados.
O Mestre Secreto não é o dirigente do grupo ou o Presidente; cada
membro do Grau 4 é constituído Mestre Secreto, porque passa a ser dirigente
de si próprio iluminado pelos conhecimentos que adquire.

O LAUREL E A OLIVEIRA

Segundo ADOUM, esta folhagem simboliza a vitória sobre si mesmo, é a


paz na vida espiritual e física. Significa, portanto, vitória e Paz, as quais se
consegue pelo triunfo do espírito sobre a matéria.

Diz-se, porém, que o Laurel e a Oliveira que coroam o Mestre Secreto são
os emblemas da vitória, alcançada sobre si mesmo, sobrepondo aos seus ideais,
vícios, erros e paixões.

É a paz da Alma que deriva desta conquista, a Paz que sucede as


tempestades interiores, a luta obscura com os instintos e tendências negativas,
polaridade em equilíbrio, internamente desconhecida para aquele que não tenha
triunfado alguma vez vitoriosamente na sua luta sobre suas tendências
inferiores.

A Oliveira de Paz identifica-se Simbolicamente com o Rei Salomão o Rei


Universalmente conhecido e renomado pela sua sabedoria e cujo nome significa
“Igualmente Paz”.

A LETRA Z

A letra Z, que se encontra escrita sobre a Chave de Marfim, é a primeira


letra da Palavra de Passe. Mas é também a letra hebraica Zaim, cuja forma é a
de um Malhete ou a de um sete e que, precisamente, tem o valor numérico 7 que
é a idade simbólica do Mestre.

A CHAVE DE MARFIM

A chave não possui uma origem conhecida, porém sempre está associada
à abertura ou fechamento de alguma coisa, como se vê a seguir:

- “Dar-te-ei as Chaves do Reino dos Céus; o que ligares na terra terá sido ligado
nos Céus; e o que desligares na terra, terá sido desligado nos Céus”. (Mateus
16:19)

- “Quando o vi, caí aos seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a sua
mão direita, dizendo: Não temas, eu sou o Primeiro e o Último, e aquele que vive
pelos séculos dos séculos, e tenho as Chaves da morte e do Inferno” (Apocalipse
1:17-18).

O marfim tem sido desde os mais antigos povos um material precioso de


adorno e provém, na maioria das vezes, dos dentes dos elefantes. Trata-se de
uma matéria óssea, muito branca e que se presta à escultura e confecção de
joias. O marfim simboliza a pureza e o elefante a inteligência.

Na Maçonaria, a chave é um símbolo exclusivo dos Graus Filosóficos;


quando da iniciação do Grau de Mestre Secreto é entregue ao iniciado o avental
e a faixa contendo a joia do grau a qual representará, para o mestre secreto, que
o mesmo deve manter em segredo os ensinamentos recebidos e guardá-los em
seu coração; e sempre lembrando que o marfim com sua brancura, representa
a pureza e a fragilidade que deve ser cuidadosamente manipulada para se
“fechar” e/ou “abrir” o “cofre” sem destruir a chave. “A BUSCA DE UMA VIDA
SENSATA, JUSTA E PIEDOSA”

DA CONCLUSÃO
Os Símbolos do Grau de Mestre Secreto giram em torno da consagração
ao silêncio do sábio, a discrição do bom Obreiro e do sigilo que todos os maçons
devem carregar consigo em sua jornada.

Todos estes símbolos, repletos de ensinamentos maçônicos, se


completam entre si e, servem de bússola para que o maçom trilhe esta senda,
conhecida por todos nós como “vida”.

O maçom verdadeiramente iniciado, que continuamente busca a verdade,


almeja para si e, também para os outros, encontrar a paz (oliveira), aquela que
habita no seu interior espiritual.

Entretanto, as aflições deste mundo nos assolam e por escolha ou falta


dela, carregamos em silêncio (letra z), estas aflições, que acabam turbando os
nossos corações e afastando de nós os louros desta vida.

Nestas horas de luto (preto da orla do avental) e que nos encontramos tão
apequenados é que recordamos que: “Os olhos do Senhor estão em todo lugar,
contemplando os maus e os bons”.

E nesta força, nos levantamos e dispomos a seguir da nossa caminhada


para buscar a vivência da justiça, da sensatez e da piedade, a começar em nós.
Esse estado de espírito começa em nós, na vida da família, enfim, em toda
sociedade. Neste espírito, podemos vivenciar plenamente a máxima do G∴ do
M∴ S∴ “Fidelidade ao dever que vossa consciência vos impõe”.

Também, neste espírito, é que desejamos que todos nós ao terminarmos


essa vereda chamada vida e ao nos posicionarmos de pé e à ordem perante o
G.’. A.’. D.’. U.’., que estejamos cingidos com o nosso avental de A∴ M∴, esse
mais alvo que a neve, assim como começamos a nossa pequena estadia terrena
(branco do avental e a chave de marfim).

Bibliografia
– Comentários aos Graus Inefáveis do REAA – Denizart Silveira de Oliveira Filho

– Editora Maçônica “A Trolha” Ltda.

– Dicionário Maçônico – Rizzardo da Camino – Madras.


– Manual Heráldico do Rito Escocês Antigo e Aceito – Volume I – Graus 1º a 18º – José Castellani
em parceria com Cláudio Roque Buono Ferreira – Editora A Gazeta Maçônica – 1995

– Internet

– REAA – 1º ao 33º – Rizzardo da Camino – Madras

– Ritual do Grau 4º.

Era o que tinha a dizer, Três Vezes Poderoso Mestre...

Campo Grande, 20 de junho de 2.017.

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