AULA 1.1 - Tipos de Pav - 2022

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Pavimentação e

Infraestrutura Viária Urbana

Prof. Rodrigo A. Magalhães


r.magalhaes@uni9.pro.br
Objetivos da Disciplina

• Ao final da disciplina o(a) aluno(a) estará capacitado(a) para definir,


projetar e manter a infraestrutura adequada para transporte
rodoviário em meio rural e urbano mediante a avaliação do tráfego,
do meio físico e da disponibilidade de recursos.
Habilidades
• Definir tipo de pavimento adequado às características de tráfego e
meio físico;
• Estimar e caracterizar o tráfego da via;
• Dimensionar pavimentos flexível e rígido para vias rurais e urbanas;
• Especificar métodos executivos de pavimentos rurais e urbanos;
• Avaliar condições do pavimento e definir técnicas de manutenção;
Critérios de avaliação
Para a aprovação na disciplina o aluno deverá obter nota mínima 6,0
(seis) composta pela composta pela somatória das notas das atividades
realizadas ao longo do semestre.

• O conteúdo dos exercícios e da prova corresponde ao conteúdo


ministrado durante o semestre.

• O aluno que faltar em dias de atividades valendo nota (quando


houver) sem justificativa prévia, NÃO terá direito a nova atividade.
Bibliografia Básica
BALBO, José Tadeu. Pavimentação Asfáltica:
materiais, projeto e restauração. São Paulo: Oficina
de textos, 2009.

BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P.;


SOARES, J. B. Pavimentação Asfáltica. 1ª Ed. Rio de
Janeiro: Petrobrás ABEDA, 2006

DNIT. Departamento Nacional de Infraestrutura de


Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa.
Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto
de Pesquisas Rodoviárias. Manual de pavimentação.
3.ed. – Rio de Janeiro, 2006.
Bibliografia Básica
Pinto, Salomão, Pavimentação asfáltica:
conceitos fundamentais sobre materiais e
revestimentos asfálticos / 1. ed. - [Reimpr.].- Rio
de Janeiro : LTC, 2018.

SENÇO, Wlastermiler. Manual de Técnicas de


Pavimentação. 2ª Ed. Vol. 1. São Paulo: Ed. Pini,
2008
Bibliografia Complementar
MOTTA, Laura Maria Goretti da; MEDINA, Jacques de. Investigação e desenvolvimento em
mecânica dos pavimentos na COPPE – Brasil. Engenharia Civil: UM, p. 85-97, n.26, 2006 .
Disponível em: < http://www.civil.uminho.pt/revista/artigos/Num26/n_26_pag_85-
97.pdf>.

BAUER, Luiz Alfredo Falcão (Coord.). Materiais de construção. Rio de Janeiro: LTC, 2013.
v.2.

CERATTI, Jorge Augusto Pereira; REIS, Rafael Marçal Martins de. Manual de dosagem de
concreto asfáltico. São Paulo: Oficina de Textos, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 15643: Equipamentos para


manutenção e construção de rodovias - distribuidores/espargidores de ligante
betuminoso - terminologia e especificações comerciais. Rio de Janeiro: ABNT, 2008.

HOEL, Lester A.; GARBER, Nicholas J.; SADEK, Adel W. Engenharia de infraestrutura de
transportes: uma integração multimodal. São Paulo: Cengage Learning, c2012.
Conteúdo previsto
• Pavimentação – Introdução
• Aula teórica - Classificação de material / Laboratório - Ensaio de
Proctor
• Aula Teórica - Apresentação dos métodos de dimensionamento de
pavimentos / Laboratório: Ensaio CBR (ISC)
• Critérios gerais de dimensionamento de pavimentos – tráfego
• Critérios gerais de dimensionamento de pavimentos flexíveis –
revestimento, base, sub-base e reforço do subleito
• Avaliação e Manutenção de pavimentos
Introdução

• Durante o período do "Império Romano" utilizou-se


lançar pedras em caminhos a serem percorridos por
tropas e veículos tracionados por animais, permitindo-
se maior capacidade de carga e durabilidade da
superfície rodante.

• Apenas no século XVIII esta técnica foi aperfeiçoada.


Um Engenheiro Inglês, John Loudon McAdam (1756-
1836) introduziu a técnica de construção de camadas
de pavimentos com pedras britadas e solo intersticial,
conhecida até hoje como macadame, em alusão ao seu
nome.
Introdução

• No Brasil, um dos serviços de calçamento dos mais conhecidos e


difundidos no "Brasil Colônia" foi o da técnica do calçamento "pé-de-
moleque", com pedras irregulares cobrindo a superfície rodante de
ruas e avenidas, observáveis até hoje em Paraty/RJ e Ouro Preto/MG,
• O perfil transversal era invertido em relação ao atual, tendo-se as
águas convergindo para o centro do leito carroçável por exemplo.
Introdução
• Com o Plano Rodoviário Brasileiro de 1949 passou-se a integrar o
território brasileiro com rodovias pavimentadas, atingindo-se malha
da ordem de 160.000 km de rodovias pavimentadas contra 1,6 milhão
de km de rodovias não pavimentadas ou "de chão", até a década 90.

Somente 12,4% da malha rodoviária brasileira é


pavimentada
CNT, 2018

A malha rodoviária federal do Brasil possui atualmente


extensão total de 75,8 mil km, dos quais 65,4 mil km
correspondem a rodovias pavimentadas e 10,4 mil km
correspondem a rodovias não pavimentadas.
Dados do Ministério da Infraestrutura em 2019

Figura - Plano Rodoviário Brasileiro


Introdução
• Ao se pavimentar ou calçar o leito de uma via permite-se aumentar a velocidade
e a segurança dos veículos. Também se aumenta a capacidade de tráfego da via.
• Subentende-se como pavimentação quando a superfície rodante apresenta forma
contínua ou praticamente monolítica, observável em pavimentação asfáltica ou
em pavimentação com concreto de cimento Portland.
• Calçamento é a denominação de revestimento formado por elementos
encaixantes, intertravados, tal como em vias com "paralelepípedos" ou com
blocos pré-moldados de concreto de cimento Portland.

Entroncamento Anhanguera - Bandeirantes


Introdução

Pavimento é a superestrutura, no caso de rodovias, aeroportos, ruas, etc.,


constituída por um sistemas de camadas de espessuras finas assentes sobre
a infraestrutura ou terreno de fundação, que é o subleito.

O pavimento construído após a terraplanagem é destinado à:


• Resistir os esforços verticais oriundos do tráfego e distribuí-los sobre o
subleito.
• Melhorar as condições de rolamento, quanto ao conforto e a segurança
dos usuários.
• Resistir aos esforços horizontais tornando mais durável a superfície de
rolamento.
Tipo de pavimento

• A rodovia de "chão", aquela que não apresenta revestimento, apenas


uma superfície suficientemente regular que permite o tráfego de
veículos rodoviários, caracteriza o tipo mais simples de via, do ponto
de vista estrutural.

Estrada de chão da BR-158


Tipo de pavimento
A rodovia revestida pode apresentar calçamento ou pavimentação.

• Calçamento quando se justapõem ou se encaixam blocos do tipo pré-


moldados de concreto ou de blocos de rocha aparelhados na forma
de paralelepípedos.

• Pavimentação quando se reveste o piso com massa de agregados e


material ligante como revestimento.
Tipo de pavimento
Pode ser dividido em dois grupos

• Pavimentos rígidos

• Pavimentos flexíveis

• Semirrígido: Neste pavimento há utilização de uma


base cimentada, contendo alguma propriedade
cimentícia, podendo-se utilizar como exemplo a
utilização do solo cimento e tendo também a
utilização de uma camada asfáltica para confecção
da capa.
Pavimentos rígidos

Os pavimentos rígidos são pouco deformáveis

Geralmente, são formados por placas de concreto de cimento Portland (com


armadura ou não), as quais são apoiadas sobre uma camada de transição
chamada de sub-base, que se localiza sobre o subleito (ou solo de fundação
do pavimento).

A deformabilidade elástica dos pavimentos rígidos é caracterizada pelo


módulo de elasticidade (E). No caso de pavimento de concreto de cimento
Portland, a deformabilidade elástica chega a ser superior a 30.000 MPa.
Pavimentos rígidos

Uma característica marcante dos pavimentos rígidos, é que o


carregamento oriundo das rodas dos veículos é distribuído sobre
subleito, através de uma área de grande dimensões

Distribuição de tensões no subleito em pavimentos rígidos


Pavimentos rígidos

• Exemplo de uma seção transversal típica de um pavimento rígido, a


qual é constituída de placa se concreto de cimento Portland e de uma
sub-base.

Seção transversal típica de um pavimento rígido


Pavimentos rígidos

• Nos pavimentos rígidos a placa de concreto desempenha ao mesmo


tempo o papel de revestimento e base (a qual serve para atenuar as
tensões que chegam a subbase).

• O papel da subbase nos pavimentos rígidos é diminuir as tensões que


chegam ao subbleito e/ou evitar o fenômeno de bombeamento de
partículas do subleito para superfície do pavimento nos períodos de
chuva.
Pavimentos rígidos

• “Pavimentos rígidos são pouco deformáveis, constituído


principalmente de concreto de cimento. Rompem por tração na
flexão, quando sujeitos a deformações” (SENÇO, 1997).

• Por definição devem distribuir os esforços verticais das cargas de


tráfego;

• Resistir aos esforços horizontais, quanto aos desgastes, dando


durabilidade à superfície de rolamento.
Com relação aos pavimentos rígidos, a placa de concreto de Cimento Portland cumpre
as funções de revestimento e de base porque tem espessura suficiente para distribuir
as tensões para a camada inferior além de resistir aos esforços horizontais devidos ao
tráfego.
Pavimentos flexíveis
• São constituídos por camadas, que não trabalham à tração.

• Geralmente, o pavimento flexível é constituído por uma camada


superficial de material betuminoso (ou asfáltico).

• A deformabilidade elástica da camada asfáltica dos pavimentos


flexíveis é caracterizada pelo módulo de resiliência (Mr). No caso de
concretos asfálticos (CAUQ), a deformabilidade elástica costuma
variar de 3.000 MPa até 5.000 MPa.
Pavimentos flexíveis
• Possui um sistema de camadas, que diminuem as cargas atuantes no
subleito.

• Pode apresentar as seguintes camadas estruturais: reforço do subleito, sub-


base, base e revestimento betuminoso (ou camada de rolamento).

• Uma característica marcante dos pavimentos flexíveis, é que o


carregamento oriundo das rodas dos veículos é distribuído sobre subleito,
através de uma área de pequena dimensão, como mostra a Figura.
Rígido x flexível

Figura – Distribuição de carga nos pavimentos rígidos e flexíveis


OBS:

• Em pavimentos de asfalto a deformabilidade elástica do material é


caracterizada pelo módulo de resiliência (Mr), uma vez que nas
misturas asfáticas, mesmo para pequenos carregamentos, além de
deformações elásticas ocorrem também deformações plásticas (ou
permanentes).

• No concreto de cimento Portland, a menos da ruptura, não ocorrem


deformações plásticas; Por isso, a deformabilidade elástica para
concreto de cimento Portland é dada em termos de módulo de
elasticidade (E).
Pavimentos flexíveis
• Exemplo de uma seção transversal de um pavimento flexível,
constituída de camada de regularização, reforço do subleito, sub-
base, base e revestimento betuminoso ou asfáltico
Pavimentos flexíveis
Neste trabalho, serão utilizados os seguintes materiais para compor as camadas dos
pavimentos flexíveis:
• Sub-base e base: solo-brita (material muito utilizado no Estado de São Paulo);
• Imprimadura impermeabilizante (finalidade de impermeabilizar a base): asfalto diluído
tipo CM-30;
• Pintura de ligação (finalidade de promover a ligação da base com o revestimento):
emulsão asfáltica catiônica tipo RR-1C;
• Revestimento: concreto betuminoso usinado a quente – CBUQ ou concreto asfáltico
usinado a quente –CAUQ (produto resultante da mistura a quente, de agregado mineral
graduado, material de enchimento (fíler) e material ligante (CAP – Cimento Asfáltico de
Petróleo), lançado e compactado a quente).
• Nomenclatura e funções das camadas dos pavimentos flexíveis

Não se tem referência ao subleito porque o subleito não faz parte do


pavimento. O subleito é o solo local que será protegido pelo pavimento.
Alguns números relacionados ao asfalto
• De acordo com Bernucci et al. (2008), na maioria dos países do mundo, a
pavimentação asfáltica é a principal forma de revestimento utilizada em
estradas. No Brasil, cerca de 95% das estradas pavimentadas são de
revestimento asfáltico.

• De acordo com Balbo (2007), uma rodovia de pista simples de 7 m de


largura, com duas faixas de rolamento, e com uma camada de rolamento
de 5 cm de CAUQ (concreto asfáltico usinado a quente) consome cerca de
50,4 toneladas/km de CAP (cimento asfalto de petróleo). Considerando-se
que o CAUQ possui um teor de CAP de 6% em média. Os gastos com o CAP
representam de 25 a 40% do custo da camada de revestimento asfáltico do
pavimento.
Alguns números relacionados ao asfalto
• De acordo com Bernucci et al. (2008), na maioria dos países do mundo, a
pavimentação asfáltica é a principal forma de revestimento utilizada em
estradas. No Brasil, cerca de 95% das estradas pavimentadas são de
revestimento asfáltico.

• De acordo com Balbo (2007), uma rodovia de pista simples de 7 m de


largura, com duas faixas de rolamento, e com uma camada de rolamento
de 5 cm de CAUQ (concreto asfáltico usinado a quente) consome cerca de
50,4 toneladas/km de CAP (cimento asfalto de petróleo). Considerando-se
que o CAUQ possui um teor de CAP de 6% em média. Os gastos com o CAP
representam de 25 a 40% do custo da camada de revestimento asfáltico do
pavimento.
OBS:

Não há necessidade de que todas as camadas assinaladas sejam efetivamente


projetadas.

O reforço do subleito apenas é necessário quando de subleito apresentar


capacidade de suporte reduzida.

Quando o subleito tiver capacidade de suporte muito alta não há efetiva


necessidade da sub-base. Influi também na necessidade ou não da sub-base o
carregamento ou o tráfego de projeto.
OBS:
O revestimento pode se apresentar em mais de uma camada, dependendo do
tráfego e de particularidades do projeto, como camada superior do revestimento
ou capa do tipo selante ou impermeável e de camada inferior do revestimento
ou contracapa do tipo drenante.

Esta camada, a contra-capa, quando é do tipo drenante pode ser, por exemplo,
do tipo Binder - pré-misturado a quente - que apresenta vazios comunicantes de
forma suficiente para servir como dreno de água que porventura infiltre por
trincas na capa.
Partes que constituem o sistema de transportes:
Vias: Local destinado ao trânsito de veículos e usuários, tais como as rodovias, quando
falamos em vias rápidas, passeios, avenidas e ruas com velocidades menos expressivas, ou
vias que atendam a outros tipos de transportes tais como, todas áreas, ferrovias entre outros.

Veículos: todos os elementos que proporcionam o deslocamento: tais como automóveis,


caminhões, aviões ou mesmo um elevador nos proporcionará um deslocamento portanto um
tipo de veículo.

Usuários: Todos aqueles que de uma maneira ou outra utilizam os veículos (motorista,
passageiro, etc).

Terminais e Estações: O primeiro para operações de carga e descargas de mercadorias


diversas e o segundo para embarque e desembarque de passageiros.

Meio Ambiente: Todos os fatores ambientes, tais como frio, chuva, sol, podem impactar no
desenvolvimento do sistema viário.
Classificação Funcional do Sistema Viário
O manual de projeto do DNIT, (2015) define a classificação funcional das vias como sendo
o processo pelo qual estas são agrupadas hierarquicamente em subsistemas, conforme o
tipo de serviço que oferecem e a função que exercem.
Classificação Funcional do Sistema Viário
Aqui apresentaremos as subdivisões das vias
utilizadas comumente pelo DNIT (2015), advindas
de publicações como a AASHTO (2004)

•Sistema Arterial Principal;

•Sistema Arterial Secundário;

•Sistema Coletor;

•Sistema Local.
Classificação Funcional do Sistema Viário
• Características funcionais das áreas
urbanas e rurais, uma vez que são
consideradas áreas urbanas locais com
uma população acima de 5000 mil
habitantes e as áreas que permanecem
fora desse limite consideradas rurais.

Segundo manual do DNIT (2010), a partir do


DNER (1974):
Classificação Funcional do Sistema Viário
• Já a hierarquia funcional segundo Código de Trânsito Brasileiro:
CTB, Lei N. 9503, 1997, apresenta em seu artigo 60 a seguinte
classificação:
• I - Vias Urbanas
• Via de trânsito rápido;
• Via Arterial;
• Via coletora;
• Via local.
• II - Vias Rurais
• Rodovias;
• Estradas.
Organização do Sistema Viário no Município
de São Paulo
• Atendendo aos objetivos inseridos no Plano Diretor, a prefeitura
de São Paulo possui um plano de Circulação Viária e de
Transportes, o qual possui uma estruturação e organização do
Sistema Viário do município. Este se subdivide em Rede Viária
Estrutural, Rede Viária Coletora, Rede Viária Local e Rede
Viária do Transporte Não Motorizado, e compatível com a
classificação das vias estabelecidas pelo Código de Trânsito
Brasileiro - CTB.
Organização do Sistema
Viário no Município de
São Paulo

Todos estes dados e muito mais disponível no sita d a


refeitura de SP:
https://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/lice
nciamento/desenvolvimento_urbano/legislacao/plano_
diretor/index.php?p=1391

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