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Pedagogia Social

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PEDAGOGIA SOCIAL: AS CONTRIBUIÇÕES DOS CAPÍTULO

PROJETOS SOCIAIS NA EDUCAÇÃO BÁSICA

2
Edger Sabino de Moura
Graduação em Pedagogia – UNISUAM
Maria Larice da Silva Souza
Graduação em Pedagogia – UNISUAM
Tamara Virginia Marcello de Andrade
Graduação em Pedagogia – UNISUAM
Rose Cristina da Silva Sobral
Mestre em Desenvolvimento Local – UNISUAM
Pedagoga; Professora do Curso de Pedagogia – UNISUAM.

RESUMO

Este estudo objetivou compreender quais são as contribuições dos projetos


sociais na educação básica partindo dos pressupostos teóricos da pedagogia
social. Observando que os projetos sociais preenchem lacunas importantes,
que não são alcançadas pelas escolas, o presente artigo tem o propósito de
responder a questionamentos sobre a melhoria na qualidade da educação
básica alcançada pelo apoio fundamental dos projetos sociais educacionais.
Para tanto, foi utilizado como método de coleta de dados uma abordagem
qualitativa dos artigos científicos, feita pela análise de fontes bibliográficas
consultadas para encontrar os conceitos, princípios, relações e significados
do tema gerador da pesquisa. Assim, pelo conteúdo levantado no referencial
teórico, identificando a abrangência da pedagogia social, discutindo a
importância dos projetos sociais na educação básica, analisando as
experiências e conquistas na educação oriundas de projetos sociais e
conhecendo o papel do pedagogo em ambientes não escolares. A partir
desses resultados, podemos concluir que, por meio de parcerias entre OSC’s
e escolas promove-se um maior envolvimento da sociedade civil em busca
de uma melhoria na educação básica brasileira formal, com o objetivo de
proporcionar uma formação integral de qualidade aos alunos, valorizar e
contribuir para as políticas públicas educacionais.

Palavras-chave: educação básica; pedagogia social; educação não formal.

INTRODUÇÃO

Os projetos sociais, principalmente os educacionais, ganham cada


vez mais importância, pois preenchem lacunas deixadas pelo poder público.
Por meio de suas ações alcançam a população vulnerável e contribuem
amenizando problemas sociais.

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Editora Epitaya | ISBN: 978-65-87809-42-7 | Rio de Janeiro | 2022 | pag. 26
De acordo com Paulo Freire (2000, p. 67), “Se a educação sozinha
não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. A
educação é vista como agente transformador, e as escolas têm a importante
função de auxiliar e direcionar os alunos nessa caminhada. No entanto, tal
função não é executada de maneira precisa, necessitando de parcerias como
as que são realizadas com projetos sociais educacionais, que vêm ao
encontro do que não é fornecido na escola, reforçando seu compromisso
social em busca de uma educação de qualidade e libertária.
A educação é um direito de todos, não é útil apenas para os
indivíduos, mas também para o desenvolvimento de um país e toda a
sociedade. Além disso, por meio da educação também é garantido o gozo de
outros direitos humanos, como a igualdade e o fortalecimento da democracia.
Os impactos sociais causados por um projeto socioeducacional
podem ser vistos por toda sociedade, contribuindo de forma significativa para
a diminuição da evasão escolar, aumento da qualidade do ensino e a
participação efetiva da família e comunidade na escola. Além dessas
possibilidades também podemos citar a ampliação da visão de mundo dessas
crianças, pois elas acabam tendo suas vivências ampliadas além dos muros
da escola, fazendo com que elevem seu pensamento crítico e passem a
questionar, analisar, discutir e refletir de forma racional e inteligente, utilizando
a educação como forma de transformação social.
Este trabalho tem como propósito responder a seguinte questão:
Quais as contribuições que os projetos sociais propiciam para a qualidade da
educação, nosso principal objetivo é analisar as contribuições que os projetos
sociais proporcionam para a qualidade da educação básica com base nos
pressupostos teóricos da pedagogia social.
O presente projeto tem engajamento com a linha de pesquisa “Produção de
novos saberes: contextos educacionais, história, currículo, metodologias e
práticas pedagógicas: educação nos espaços não escolares”.
Desse modo, o desenvolvimento do trabalho será dividido em quatro
momentos. No primeiro, identificar a abrangência da pedagogia social,
discutindo a importância dos projetos sociais na educação básica. Em
segundo, analisar as experiências e conquistas na educação básica oriundas
de projetos sociais. Em terceiro, reconhecer o papel do pedagogo em
ambientes não escolares nos projetos sociais.

A ABRANGÊNCIA DA PEDAGOGIA SOCIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA,


CONSIDERANDO A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS SOCIAIS

A pedagogia social surgiu por volta de 1900, na Alemanha, como Karl


Mager e Adolph Diesterweg. Porém, no século XX muitas outras teorias sobre
pedagogia social surgiram naquele país, e a princípio tentou-se desenvolver
uma estratégia de educação para os "Filhos da Guerra”. Já no Brasil,
manifestou-se no início do século XX, por estar vinculada à terminologia da
educação popular (RIBAS MACHADO, 2010, p.94).

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A pedagogia social e a educação popular estão vinculadas em um
contexto em que grande parte da população brasileira
não tinha acesso à escola e não sabia ler e escrever, na Primeira República.
A pedagogia social, então, surge no Brasil como forma de assistencialismo
das políticas públicas, a partir das quais a sociedade civil começa a entrar
nos debates realizados, mesmo que restritamente, assumindo
responsabilidades nos projetos sociais, tendo como representante nacional o
pensador Paulo Freire, pioneiro na educação para adultos na década de 60,
já visando a transformação social; segundo Freire:

A educação autêntica, repitamos, não se faz de A para B, ou de


A sobre B, mas de A com B, mediatizados pelo mundo que
impressiona e desafia a uns e a outros, originando visões ou
pontos de vista sobre ele. Visão impregnada de anseios, de
dúvidas, de esperanças ou desesperanças que implicitam temas
significativos, à base dos quais se constituirão conteúdo
programático da educação (FREIRE, 1981, p.98).

Quando se trata de educação e exclusão social, a primeira coisa que


devemos estar atentos é ao sistema escolar. No entanto, existem várias
formas de educação que são igualmente importantes e influentes fora da
escola. Em muitos casos, as populações socialmente excluídas,
especialmente crianças, adolescentes e jovens, encontraram nas
organizações sociais e em outros ambientes informais o apoio necessário
para superar sua situação. São ONGs, OSCs, movimentos sociais, coletivos
e redes solidárias que possuem experiências relacionadas à educação,
esporte, trabalho, lazer e cultura em inúmeros lugares, por meio dos mais
diversos métodos, projetos e ações.
A educação envolve aspectos políticos, econômicos, sociais e
culturais e a escola é parte essencial do processo, mas está além do escopo.
Refere-se à “educação do homem integral, em todas as suas relações com a
sociedade, inclui a diversidade individual e social, abrange as transformações
e os avanços do conhecimento e se dirige a todas as faixas etárias e a todas
as etapas da vida” (MACHADO, 2009, p. 133).
A escola é indispensável, mas está longe de ser suficiente, ou seja,
não pode lutar sozinha contra as mazelas educacionais. Gohn (2006) enfatiza
a importância da educação não formal, pois está “voltada para o ser humano
como um todo”. Contudo, afirma que aquela não substitui a educação formal,
mas poderá complementá-la.
A pedagogia social, originada na Europa, reflete no estilo e na
resposta à Constituição brasileira (CF, Art. 205) “da educação como direito de
todos e dever do Estado e da família”. Este importante campo fora do sistema
escolar “abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida
familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e
pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas
manifestações culturais” (LDB, Art. 1).

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A pedagogia social no Brasil é considerada uma ciência da educação,
ciência está muito sensível às dimensões da interação social humana, ou
seja, dá atenção especial à educação social dos indivíduos vulneráveis. Uma
educação que não existe nas instituições de ensino formais, “ações
educativas escolares seriam formais e aquelas realizadas fora da escola não
formais e informais” (MARANDINO; SELLES; FERREIRA, 2009, p.133).
Iniciativa essa que vem ajudando a estabelecer relações com pessoas em
situação difícil que carecem de atenção às necessidades básicas.

(...) os movimentos sociais também têm insistido em demonstrar


a existência de uma demanda ainda pouco atendida, no sentido
de que os estudantes de Pedagogia sejam também formados
para garantir a educação, com vistas à inclusão plena dos
segmentos historicamente excluídos dos direitos sociais,
culturais, econômicos e políticos. (BRASIL,2005, p.5)

Algumas características básicas dessas atividades e/ou instituições


socioeducativas é que elas exercem atividades de cuidado e ajuda que se
situam tanto no âmbito da assistência social como da educação social. E por
isso são chamadas de atividades ou instituições socioeducativas; que
respondem a necessidades específicas de determinados setores da
sociedade. Essas atividades tendem a ocorrer muito mais fora que dentro dos
ambientes escolares e formais, visto que procuram suprir as deficiências da
escola; mas podem coincidir também com os espaços escolares na medida
em que a realidade brasileira impôs que a escola assumisse gradativamente
funções sociais em detrimento de funções didático-pedagógicas.
O capítulo a seguir abordará mais a fundo a contribuição e relevância
dos projetos sociais na educação básica.

CONTRIBUIÇÃO E RELEVÂNCIA DOS PROJETOS SOCAIS NA


EDUCAÇÃO BÁSICA

Neste tópico apresentaremos como podemos inserir os projetos


sociais na educação básica de forma a valorizar todas as suas contribuições.
Os mais diferentes interlocutores do campo político e econômico
veem a educação como possibilidade de mudança do país. Então, tornam a
escola foco central de constantes discussões. O processo avaliativo em todos
os níveis de ensino não mostra grandes mudanças correspondentes na
qualidade da oferta, e expõe as fragilidades e necessidades do sistema
nacional de educação, que assume muitas demandas desnecessárias.
Fora do ambiente escolar, estão presentes necessidades
socioeducativas que atingem diversas faixas etárias e que estão relacionadas
à cultura, ao lazer, ao suprimento de necessidades básicas, ao atendimento
a populações de risco, ao trabalho, à formação continuada, à
sustentabilidade, aos direitos humanos, dentre tantas outras. Sob o olhar da
totalidade da educação, as políticas públicas, por serem focadas e
fragmentárias, têm sido insuficientes para atender às demandas da

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sociedade. Como aponta Gohn (2009), é na ausência de políticas definidoras
que vão se construindo formas de atendimento às necessidades da
população por novos sujeitos sociopolíticos e culturais, muitos deles
institucionais, como as fundações e entidades do Terceiro Setor.

A Pedagogia Social através de suas metodologias consegue


transformar espaços de educação não intencional (ou não
declaradamente intencional) em espaço de educação
intencional. Através de parcerias com escolas municipais
promovendo maior envolvimento da sociedade civil em busca de
uma melhoria na educação básica brasileira, com o objetivo de
proporcionar uma formação integral de qualidade aos alunos,
valorizar e contribuir para as políticas públicas educacionais.
(BECCEGATO, 2001, p.13)

Salientando, as práticas da educação não intencional se


desenvolvem frequentemente nos extramuros escolares, nas organizações
sociais, nos movimentos, nos programas de formação sobre direitos e
deveres humanos, na cidadania, nas práticas indenitárias, lutando assim
contra as desigualdades e exclusões sociais, sempre visando aos campos
das artes, educação e cultura dentro dos programas de inclusão e interação
social nas OSCs. Sendo assim, a educação não intencional não é vista como
educação, mas desempenha um processo dimensional no desenvolvimento
do ensino-aprendizagem dos indivíduos de forma a valorizar, trazendo
contribuições significativas por meio dos diversos projetos sociais.

A educação formal tem objetivos claros e específicos e é


representada principalmente pelas escolas e universidades. Ela
depende de uma diretriz educacional centralizada como o
currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas,
determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos
ministérios da educação. A educação não formal é mais difusa,
menos hierárquica e menos burocrática. Os programas de
educação não formal não precisam necessariamente seguir um
sistema sequencial e hierárquico de “progressão. Podem ter
duração variável, e podem, ou não, conceder certificados de
aprendizagem. (GADOTTI, 2).

Todavia, a educação não formal está extremamente associada à


ideia de cultura, podendo caracterizar todos os espaços não escolares, que
promovem ações educativas, em espaço não formal de educação, de tal
modo a distanciar, conhecer e aproximar os modelos de educação formal e
não formal. Deste modo, a educação não formal, além disso, é um campo em
construção, que vem sendo desenvolvida cada vez mais nas OSCs e em
diversas outras instituições, constituindo embora espaços insuficientes no
mercado de trabalho com grandes carências de profissionais da área da
Educação.
Define-se, então, educação não formal como “toda atividade
educacional organizada, sistemática, executada fora do quadro do sistema
formal para oferecer tipos selecionados de ensino a determinados subgrupos

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da população”(La Belle apud Gadotti, 2005, p. 2).Assim, podemos definir a
educação não formal como uma carência, em comparação com a escola,
adotando então a educação formal como único padrão, como se a educação
formal escolar também não pudesse aceitar a informalidade, ou seja, o
“extraescolar”. Sendo a educação uma prática social que visa ao
desenvolvimento do ser humano e de suas potencialidades, competências e
habilidades, ela não se limita apenas às escolas.

Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que aprendemos


ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a
importância das experiências informais nas ruas, nas praças, no
trabalho, nas salas de aula das escolas, nos pátios dos recreios,
em que variados gestos de alunos, de pessoal administrativo, de
pessoal docente se cruzam cheios de significação (FREIRE,
1997, p. 50).

Mesmo com a desconfiança a educação não formal estendeu-se de


forma impressionante nas últimas décadas em todo o mundo, como
“educação ao longo de toda a vida” (conceito difundido pela UNESCO),
englobando toda sorte de aprendizagens para a vida, para a arte de bem viver
e conviver. Traz benefícios para a educação formal e sociedade em geral,
pois por meio de sua prática, abordando temas transversais, ela contribui de
forma significativa para a diminuição da evasão escolar, aumento da
qualidade do ensino e a participação efetiva da família e comunidade na
escola.
Para finalizar, é imprescindível destacar que educação não formal
não deve ser vista em conjectura alguma como determinado tipo de sugestão
ou opção à educação formal, educacional, sem ser definida pelo que não
consistir em ser, mas sim pelo que de fato é, ou seja, o espaço real de
desenvolvimento da aprendizagem de conhecimentos e saberes
significativos para o decorrer da vida. Ela envolve aprendizagens tanto de
ordem subjetivo-relativa ao nível emocional e cognitivo das pessoas, assim
como projetos de aprendizagens de habilidades corporais, técnicas, manuais,
entre outras, que os habilitam para desenvolvê-lo de forma criativa,
construindo, valorizando e dando resultado, assim, em um bom trabalho
realizado na educação básica.
Feita essa breve consideração sobre como inserir projetos sociais na
educação básica de forma a valorizar as suas contribuições, aprofundaremos
a seguir abordagens de profissionais atuantes como educadores sociais.

O PAPEL DO PEDAGOGO SOCIAL

É o pedagogo quem media e facilita a aprendizagem,


independentemente do ambiente em que está inserido. Fora da sala de aula,
em espaços conhecidos como não escolares, seu papel também é de grande
importância, pois ele passa a ser mediador e articulador da aprendizagem
visando ao comportamento humano.

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Há um grande destaque nos cursos de formação de professores em
torno da atuação do pedagogo restrita ao ambiente escolar, esquecendo que
a formação prepara o profissional para atuar em diversos campos, como por
exemplo, em cargos de consultoria, coordenação educacional, projetos de
ONGs, OSCs, órgãos públicos e secretarias de ensino, museus,
brinquedotecas, hospitais, empresas, no sistema prisional, dentre outros,
sendo pouco explorados os seus vários campos de atuação.
Em torno dessas questões, temos alunos de pedagogia que se
preocupam com sua trajetória de formação inicial, onde atuarão após a
graduação, ou se estão destinados a atuarem exclusivamente na sala de
aula, e não percebem o potencial da pedagogia social.

A pedagogia social é uma ciência pedagógica, de carácter


teórico-prático, que se refere à socialização do sujeito, tanto a
partir de uma perspectiva normalizada como de situações
especiais (inadaptação social), assim como aos aspectos
educativos do trabalho social. Implica o conhecimento e a ação
sobre os seres humanos, em situação normalizada como em
situação de conflito ou necessidade (DÍAZ, 2006, p.92).

O pedagogo social, junto ao terceiro setor, exerce suas atividades em


espaços não escolares, o que implica: pensar nas políticas educacionais no
Brasil, na responsabilidade de um comprometimento com a qualidade social
voltada para a cidadania e para a inclusão. Busca a compreensão de sua
capacidade profissional e o desenvolvimento de competências, aumentando
suas áreas de atuação, sendo capaz de integrar a dimensão teórica a uma
preocupação com a prática cotidiana do fazer institucional, bem como garantir
a articulação entre as abordagens da gestão do trabalho administrativo,
pedagógico e comunitário.
Há pouco tempo, deparava-se com a ideia do que o pedagogo só
educaria em instituições escolares, mas esse profissional tem a possibilidade
e capacidade de inserir-se em âmbito não escolar com muita competência e
eficácia, já que é possível exercer essa função, compatível com sua
formação. Tendo como base uma economia inovadora, na qual os cenários
são de competição e qualidade, a educação torna-se a chave para o
desenvolvimento da sociedade em seus desafios e suas adversidades.
Assim, o pedagogo entra nesse contexto social, percebendo a sua atuação
em diferentes espaços, como ONGs, OSCs, hospitais, organizações
privadas, clubes entre outros. (ALVES; ZUSE, 2004).
O profissional pedagogo junto às ONGs desenvolve e elabora
projetos educativos, planeja ações da instituição, presta suporte pedagógico,
busca parcerias, coloca em prática as ações, presta contas por meio de
relatórios, entre outras atividades. Seu trabalho está direcionado a
oportunizar novas experiências educativas a crianças, adolescentes, jovens,
adultos e idosos, auxiliando no fortalecimento do vínculo familiar e
comunitário, viabilizando a descoberta de novas potencialidades e
fortalecendo a autoestima dos sujeitos.

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METODOLOGIA DO ESTUDO

O método utilizado neste estudo visa estabelecer uma abordagem


qualitativa dos artigos científicos. Essa abordagem foi feita por meio de
análise e coleta de dados nas fontes bibliográficas consultadas para
encontrar os conceitos, princípios, relações e significados do tema gerador
da pesquisa, sendo este: Pedagogia social- As contribuições dos projetos
sociais na educação básica.
Descrevendo as características do objeto pesquisado, revelando com
precisão fatos e fenômenos, e estabelecendo a natureza da relação entre as
variáveis delimitadas no tema, foram selecionados alguns artigos, como: “O
papel do pedagogo social e sua contribuição na superação de exclusões
sociais”, de Ruth Santos, de 2019; e “Gestão pedagógica e práticas
educativas em espaços não formais de educação: um estudo no centro de
promoção da infância e juventude”, de Jessica Kijak, de 2017. Com base
nesta pesquisa, é possível analisar, avaliar e refletir a relevância das práticas
educativas informais no contexto da pedagogia social e no fazer docente do
educador social, ressaltando a importância dos projetos sociais junto à
educação básica.
Por fim, como básica estratégica, do tipo bibliográfica, que foi
realizada tendo como fonte artigos e outros textos de caráter científico já
publicados, uma vez que surgiu do interesse por ampliar os conhecimentos e
vivências sobre a importância dos projetos sociais na educação básica,
partindo dos marcos teóricos da pedagogia social, e sua proposta é abrir a
possibilidade para novas investigações nessa área.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se observar, mediante o objeto central do referido artigo, a


diversidade de áreas de atuação do pedagogo e suas contribuições em
espaços não escolares; conclui-se que, operando no campo social, o
profissional agrega de maneira efetiva e substancial em resultados finais
positivos que impactam na educação básica, visto que suas competências
e habilidades são vitais para organizações e iniciativas não formais,
salientando também que seu campo de atuação, ao contrário do que o
grande público tem por conhecimento, não é só em espaços escolares,
como também empresas privadas, hospitais e OSCs.
É relevante colocar que o trabalho desenvolvido nasOSCs,
relacionado ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de
risco, é de suma importância para a sociedade, pois busca distanciá-los da
criminalidade e dar subsídios para o desenvolvimento de habilidades e
progresso em alguma dificuldade na aprendizagem.
Sobre as dificuldades de atuação na área abordada por este objeto
de estudo, chega-se à conclusão de que, para obtenção de resultados
satisfatórios neste complexo campo de missão, onde predomina um público
com altos níveis de vulnerabilidade social. E com isso uma grande
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porcentagem de desfavorecimento na área educacional, há que se ter por
parte do profissional atuante um arsenal específico de vivências e
capacitações que atendam com eficácia essa demanda tão carente e
exigente de um olhar mais humano e qualificador de indivíduos, que é o
Pedagogo.
Por fim, com todos os resultados que impactam com grande
relevância na sociedade sobre a atuação deste profissional no campo
social, percebe-se também a urgência de uma quebra de paradigma sobre
a sua atuação fora do espaço escolar formal, e para tanto este artigo serve
também como instrumento pedagógico de instrução do grande público, bem
como objeto concreto de motivação e encorajamento para que profissionais
de pedagogia expandam seus horizontes.

REFERÊNCIAS

ALVES, Francielle; ZUSE, Adelia Juracy. O pedagogo nas organizações:


seus saberes e fazeres. Disciplinarum Scientia| Ciências Humanas, v. 5, n.
1, p. 93-108, 2004.

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constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações
determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94,
pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto
Legislativo nº 186/2008. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições
Técnicas, 2016. Disponível em:
<https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_E
C91_2016.pdf> Acesso em: 27 de nov. de 2020.

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