Anexo-Iii Legislacao
Anexo-Iii Legislacao
Anexo-Iii Legislacao
DOCUMENTOS/PROCEDIMENTOS
ESCOLARES
LEGISLAÇÃO DE REFERÊNCIA
LEGISLAÇÃ O 1
INDICE
LEGISLAÇÃO PAGINA
LEI FEDERAL 9394/96 05
Lei 7088/83 | Lei no 7.088, de 23 de Março de 1983 11
LEI nº 10.793/2003 11
Portaria nº 696/77 12
CLASSIFICAÇÃO 13
Lei nº 9394/96 – LDB
Deliberação CEE nº 10/97
Indicação CEE nº 09/97
Parecer CEE nº 67/98
Parecer CEE Nº 500/98
RECLASSIFICAÇÃO 36
Lei nº 9394/96 - LDB
Deliberação CEE nº 10/1997
Parecer CEE nº 67/98
Resolução SE Nº 20/98
Parecer CEE 500/98
PROGRESSÃO CONTINUADA 38
Lei nº 9394/96 – LDB
Deliberação CEE nº 09/97
Indicação CEE nº: 08/97
PROGRESSÃO PARCIAL 47
Lei nº 9394/96 – LDB
Deliberação CEE nº 10/1997
Indicação nº 09/97
Parecer CEE nº 67/98
Resolução SE Nº 21/98
ADAPTAÇÃO DE ESTUDOS 49
Lei nº 9394/96 - LDB
Parecer CEE nº 67/98
Deliberação CEE nº 16/97
Parecer CEE nº 445/97
EQUIVALÊNCIA DE ESTUDOS 55
LEGISLAÇÃ O 2
Lei nº 9394/96 – LDB
Decreto nº 6.729/09
Lei nº 10.403/71
Deliberação CEE nº 21/2001
Indicação CEE nº 15/2001
Deliberação CEE nº 16/97
ATENDIMENTO DOMICILIAR 69
Decreto-Lei nº 1.044
Deliberação CEE nº 59/2006
Parecer CNE/CEB nº 06/98
ATENDIMENTO DOMICILIAR – ALUNA GESTANTE 75
Decreto-Lei nº 1.044/69
Lei nº 6.202/75
Deliberação CEE nº 59/2006
Parecer CNE/CEB nº 06/98
EDUCAÇÃO FÍSICA – PERIODO NOTURNO 82
Lei nº 10.793/2003
Lei nº 11.361/2003
REGUARIZAÇÃO DE VIDA ESCOLAR 83
Deliberação CEE nº 18/86
Indicação CEE nº 08/86
Resolução SE n° 307/86
Portaria Conjunta COGSP/CEI, de 14/02/2005
TRANSFERÊNCIA 97
Resolução SE nº 76/2009
FICHA IDIVIDUAL E FICHA DE AVALIAÇÃO PERIÓDICA 99
Deliberação CEE n° 11/96
Indicação CEE n° 12/96
HISTORICO ESCOLAR 108
Resolução SE nº 190/1977
Resolução SE nº 237/1982
DOCUMENTOS ESCOLARES 111
Resolução SE n° 25/1981
Decreto nº 52.658/08
LEGISLAÇÃ O 3
GESTÃO DINÂMICA D ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR – GDAE –
113
MODULO ACADÊMICO
Resolução SE nº 108/2002
Portaria Conjunta COGSP, CEI, CENP, DE 28/06/2002
Comunicado Conjunto Cogsp/Cenp/CEI, de 3-10-2006
ENSINO RELIGIOSO 118
Lei nº 10783/01
Deliberação CEE Nº 16/2001
Indicação CEE Nº 07/2001
Resolução SE Nº 21/2002
ALUNO ESTRANGEIRO 126
Resolução SE nº 10/1995
COMPENSAÇÃO DE AUSÊNCIAS
Lei nº 8.069/90 – Estatuto da Criança e do Adolescente
Lei nº 9.394/96 – LDB
Deliberação CEE nº 10/97
Indicação CEE nº 13/97
Deliberação CEE nº 09/97
Parecer CEE nº 67/98
Lei nº 13.068/08
RESPOSIÇÃO DE DIAS LETIVOS E/OU AULAS
Lei nº9.394/96 – LDB
Resolução SE nº 102/2003
Resolução que define o Calendário Escolar anual
TERMINALIDADE
Lei nº 9.394/96 – LDB
Resolução CNE/CEB nº 02/2001
Parecer CNE/CEB nº 17/2001
Deliberação CEE nº 68/2007
Indicação CEE nº 70/2007
Resolução SE nº 11/2008
Resolução SE nº 31/2008
Portaria Conjunta CENP/COGSP/CEI de 06/07/2009
ESCOLA DE ENSINO MÉDIO PERÍODO INTEGRAL –
DISCIPLINAS ELETIVAS
LEGISLAÇÃ O 4
Lei nº 9.394/96 – LDB
Resolução SE nº 12/2012
Lei Complementar nº 1.164/2012
Resolução SE nº
LDB 9394/96
CAPÍTULO II
DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Seção I
Das Disposições Gerais
LEGISLAÇÃ O 5
Art. 22. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação
comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no
trabalho e em estudos posteriores.
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na
competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse
do processo de aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre
estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.
§ 2º O calendário escolar deverá adequar-se às peculiaridades locais, inclusive climáticas e
econômicas, a critério do respectivo sistema de ensino, sem com isso reduzir o número de horas
letivas previsto nesta Lei.
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as
seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos
dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser
feita:
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na
própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina
o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa
adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar pode
admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas
as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis
equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros
componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os
casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus
regimentos;
VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento
do total de horas letivas para aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de
série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.
Art. 25. Será objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre
o número de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento.
LEGISLAÇÃ O 6
Parágrafo único. Cabe ao respectivo sistema de ensino, à vista das condições disponíveis e das
características regionais e locais, estabelecer parâmetro para atendimento do disposto neste
artigo.
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e da clientela.
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua
portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e
política, especialmente do Brasil.
§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da
educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos.
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular da
Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo
facultativa nos cursos noturnos.
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular
obrigatório da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população
escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. (Redação dada pela Lei nº 10.328, de 12.12.2001)
§ 3o A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular
obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno: (Redação dada pela Lei nº
10.793, de 1º.12.2003)
I – que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas; (Incluído pela Lei nº 10.793, de
1º.12.2003)
II – maior de trinta anos de idade; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
III – que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à
prática da educação física; (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
IV – amparado pelo Decreto-Lei no 1.044, de 21 de outubro de 1969; (Incluído pela Lei nº 10.793,
de 1º.12.2003)
V – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
VI – que tenha prole. (Incluído pela Lei nº 10.793, de 1º.12.2003)
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e
etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e
européia.
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da quinta série, o
ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a cargo da
comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição.
§ 6o A música deverá ser conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de
que trata o § 2o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.769, de 2008)
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se
obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.(Incluído pela Lei nº 10.639, de
9.1.2003)
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da
África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política pertinentes à História do Brasil.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de
todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História
Brasileiras.(Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
LEGISLAÇÃ O 7
§ 3o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 10.639, de 9.1.2003)
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados,
torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena. (Redação dada pela
Lei nº 11.645, de 2008).
§ 1o O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e
da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos
étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos
indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da
sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política,
pertinentes à história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
§ 2o Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros
serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação
artística e de literatura e história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008).
Art. 27. Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes diretrizes:
I - a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadãos, de
respeito ao bem comum e à ordem democrática;
II - consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento;
III - orientação para o trabalho;
IV - promoção do desporto educacional e apoio às práticas desportivas não-formais.
Art. 28. Na oferta de educação básica para a população rural, os sistemas de ensino promoverão
as adaptações necessárias à sua adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região,
especialmente:
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos
alunos da zona rural;
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo
agrícola e às condições climáticas;
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural.
Seção II
Da Educação Infantil
Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico,
intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de quatro a seis anos de idade.
Art. 31. Na educação infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu
desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.
Seção III
Do Ensino Fundamental
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola
pública, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
Art. 32. O ensino fundamental, com duração mínima de oito anos, obrigatório e gratuito na escola
pública a partir dos seis anos, terá por objetivo a formação básica do cidadão mediante: (Redação
dada pela Lei nº 11.114, de 2005)
Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola
pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão,
mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.274, de 2006)
LEGISLAÇÃ O 8
I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo;
II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e
dos valores em que se fundamenta a sociedade;
III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de
conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores;
IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância
recíproca em que se assenta a vida social.
§ 1º É facultado aos sistemas de ensino desdobrar o ensino fundamental em ciclos.
§ 2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino
fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de
ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema de ensino.
§ 3º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às
comunidades indígenas a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de
aprendizagem.
§ 4º O ensino fundamental será presencial, sendo o ensino a distância utilizado como
complementação da aprendizagem ou em situações emergenciais.
§ 5o O currículo do ensino fundamental incluirá, obrigatoriamente, conteúdo que trate dos direitos
das crianças e dos adolescentes, tendo como diretriz a Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, que
institui o Estatuto da Criança e do Adolescente, observada a produção e distribuição de material
didático adequado. (Incluído pela Lei nº 11.525, de 2007).
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de
acordo com as preferências manifestadas pelos alunos ou por seus responsáveis, em caráter:
I - confessional, de acordo com a opção religiosa do aluno ou do seu responsável, ministrado por
professores ou orientadores religiosos preparados e credenciados pelas respectivas igrejas ou
entidades religiosas; ou
II - interconfessional, resultante de acordo entre as diversas entidades religiosas, que se
responsabilizarão pela elaboração do respectivo programa.
Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do
cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental,
assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de
proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997)
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do
ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.
§ 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações
religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso."
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho
efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização
autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos
sistemas de ensino.
Seção IV
Do Ensino Médio
Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três anos, terá
como finalidades:
LEGISLAÇÃ O 9
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental,
possibilitando o prosseguimento de estudos;
II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo,
de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou
aperfeiçoamento posteriores;
III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;
IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,
relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as
seguintes diretrizes:
I - destacará a educação tecnológica básica, a compreensão do significado da ciência, das letras
e das artes; o processo histórico de transformação da sociedade e da cultura; a língua portuguesa
como instrumento de comunicação, acesso ao conhecimento e exercício da cidadania;
II - adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes;
III - será incluída uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida pela
comunidade escolar, e uma segunda, em caráter optativo, dentro das disponibilidades da
instituição.
IV – serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do
ensino médio. (Incluído pela Lei nº 11.684, de 2008)
§ 1º Os conteúdos, as metodologias e as formas de avaliação serão organizados de tal forma que
ao final do ensino médio o educando demonstre:
I - domínio dos princípios científicos e tecnológicos que presidem a produção moderna;
II - conhecimento das formas contemporâneas de linguagem;
III - domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia necessários ao exercício da
cidadania. (Revogado pela Lei nº 11.684, de 2008)
§ 2º O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício
de profissões técnicas. (Regulamento) (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
§ 3º Os cursos do ensino médio terão equivalência legal e habilitarão ao prosseguimento de
estudos.
§ 4º A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão ser
desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com instituições
especializadas em educação profissional. (Revogado pela Lei nº 11.741, de 2008)
Seção IV-A
Da Educação Profissional Técnica de Nível Médio(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-A. Sem prejuízo do disposto na Seção IV deste Capítulo, o ensino médio, atendida a
formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de profissões técnicas. (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional
poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação
com instituições especializadas em educação profissional. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-B. A educação profissional técnica de nível médio será desenvolvida nas seguintes
formas: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - articulada com o ensino médio; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - subseqüente, em cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio.(Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. A educação profissional técnica de nível médio deverá observar: (Incluído pela
Lei nº 11.741, de 2008)
LEGISLAÇÃ O 10
I - os objetivos e definições contidos nas diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo
Conselho Nacional de Educação; (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
II - as normas complementares dos respectivos sistemas de ensino; (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008)
III - as exigências de cada instituição de ensino, nos termos de seu projeto pedagógico. (Incluído
pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 36-C. A educação profissional técnica de nível médio articulada, prevista no inciso I do caput
do art. 36-B desta Lei, será desenvolvida de forma: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino fundamental, sendo o curso
planejado de modo a conduzir o aluno à habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma
instituição de ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008)
II - concomitante, oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, efetuando-
se matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer: (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
a) na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis;
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
b) em instituições de ensino distintas, aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis;
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
c) em instituições de ensino distintas, mediante convênios de intercomplementaridade, visando ao
planejamento e ao desenvolvimento de projeto pedagógico unificado. (Incluído pela Lei nº 11.741,
de 2008)
Art. 36-D. Os diplomas de cursos de educação profissional técnica de nível médio, quando
registrados, terão validade nacional e habilitarão ao prosseguimento de estudos na educação
superior. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Parágrafo único. Os cursos de educação profissional técnica de nível médio, nas formas
articulada concomitante e subseqüente, quando estruturados e organizados em etapas com
terminalidade, possibilitarão a obtenção de certificados de qualificação para o trabalho após a
conclusão, com aproveitamento, de cada etapa que caracterize uma qualificação para o trabalho.
(Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Seção V
Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou
continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não
puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas,
consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e de trabalho,
mediante cursos e exames.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola,
mediante ações integradas e complementares entre si.
§ 3o A educação de jovens e adultos deverá articular-se, preferencialmente, com a educação
profissional, na forma do regulamento. (Incluído pela Lei nº 11.741, de 2008)
Art. 38. Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base
nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I - no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos;
II - no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão
aferidos e reconhecidos mediante exames.
LEGISLAÇÃ O 11
Lei 7088/83 | Lei no 7.088, de 23 de Março de 1983
Estabelece normas para a expedição de documentos escolares.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Os diplomas e certificados expedidos por estabelecimentos de ensino de 1º e 2º graus,
bem como de nível superior, em todo o País, consignarão, quando bastarem para a identificação
inconfundível do portador, apenas os seguintes dados, além do nome:
I - nacionalidade;
II - naturalidade;
III - data de nascimento.
Parágrafo único - Tratando-se de maiores de 16 (dezesseis) anos, consignar-se-á também o
número da respectiva cédula de identidade.
Art. 2º- O disposto no artigo anterior aplica-se à escrituração ou às anotações em fichários e
demais documentos de utilização interna nos estabelecimentos de ensino.
Art. 3º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
Brasília, em 23 de março de 1983; 162º da Independência e 95º da República.
JOÃO FIGUEIREDO
LEGISLAÇÃ O 12
O Ministro de Estado da Educação e Cultura, no uso de suas atribuições e de conformidade
com o disposto nos arts. 1.° e 3.° do Decreto nº 70 661, de 30 de maio de 1972.
Resolve:
Artigo 1.° - Os estabelecimentos de ensino de 2.° Grau ficam autorizados ficam autorizados a
expedirem segundas vias de diplomas e certificados.
Artigo 2.° - O interessado deverá requerer ao estabelecimento de ensino, onde concluir o curso, a
segunda via do diploma ou do certificado extraviado.
Parágrafo único - Para o atendimento do disposto neste artigo será exigido como comprovante, a
apresentação da declaração de extravio, publicada em jornal da localidade de domicílio do
interessado.
Artigo 3.º - Na segunda via do diploma ou certificado deverão constar todos os dados do original
e, em destaque, a condição de segunda via.
Artigo 4.° - Para os efeitos do parágrafo único do art. 16, da Lei n.º 5 692, de 11-8-11, o
estabelecimento de ensino encaminhará às respectivas Secretarias de Educação a segunda via
do diploma ou certificado, com histórico escolar, para que sejam examinados e atestada sua
autenticidade.
§ 1.° - Providenciado na forma deste artigo, os documentos serão encaminhados, pelas
Secretarias de Educação, ao órgão local do MEC, para fins de registro ou de apostilamento.
§ 2.° - No apostilamento a que se refere o parágrafo anterior, deverão constar o mesmo número
do registro e os demais dados do diploma ou certificado. anterior.
Artigo 5.º - Os estabelecimentos da rede de ensino federal deverão encaminhar a documentação,
a que se refere esta Portaria, diretamente ao órgão local do MEC.
Artigo 6.º - A cobrança de taxa relativa às despesas para a expedição da
Segunda via obedecerá às normas baixadas pela Comissão de Encargos Educacionais do
Conselho de Educação do sistema a que pertencer.
Artigo 7.º - Quando se tratar de estabelecimento de ensino extinto, o interessado deverá requerer
ao órgão competente do sistema estadual, ou ao órgão local ou regional do Ministério da
Educação e Cultura, conforme o caso, uma certidão com validade de diploma ou de certificação,
na qual deverão constar as especificações do documento anteriormente registrado.
Artigo 8.° - Os casos omissos na presente Portaria serão resolvidos pelo Departamento de
Ensino Médio, como órgão coordenador.
Artigo 9.º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contrário.
Ney Braga
CLASSIFICAÇÃO
LDB 9394/96
Art. 24. A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as
seguintes regras comuns:
I - a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por um mínimo de duzentos
dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames finais, quando houver;
II - a classificação em qualquer série ou etapa, exceto a primeira do ensino fundamental, pode ser
feita:
LEGISLAÇÃ O 13
a) por promoção, para alunos que cursaram, com aproveitamento, a série ou fase anterior, na
própria escola;
b) por transferência, para candidatos procedentes de outras escolas;
c) independentemente de escolarização anterior, mediante avaliação feita pela escola, que defina
o grau de desenvolvimento e experiência do candidato e permita sua inscrição na série ou etapa
adequada, conforme regulamentação do respectivo sistema de ensino;
III - nos estabelecimentos que adotam a progressão regular por série, o regimento escolar pode
admitir formas de progressão parcial, desde que preservada a seqüência do currículo, observadas
as normas do respectivo sistema de ensino;
IV - poderão organizar-se classes, ou turmas, com alunos de séries distintas, com níveis
equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de línguas estrangeiras, artes, ou outros
componentes curriculares;
V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios:
a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais
provas finais;
b) possibilidade de aceleração de estudos para alunos com atraso escolar;
c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado;
d) aproveitamento de estudos concluídos com êxito;
e) obrigatoriedade de estudos de recuperação, de preferência paralelos ao período letivo, para os
casos de baixo rendimento escolar, a serem disciplinados pelas instituições de ensino em seus
regimentos;
VI - o controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento
do total de horas letivas para aprovação;
VII - cabe a cada instituição de ensino expedir históricos escolares, declarações de conclusão de
série e diplomas ou certificados de conclusão de cursos, com as especificações cabíveis.
Artigo 2º - Esta Deliberação entra em vigor na data de sua homologação e publicação, revogando-
se as disposições em contrário.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Deliberação.
Sala "Carlos Pasquale", 30 de julho de 1997.
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
Presidente
Publicado no DOE em 01/08/97 Seção I, p. 10.
LEGISLAÇÃ O 14
INDICAÇÃO CEE Nº 09/97 - CE - Aprovada em 30-07-97
PROCESSO CEE Nº: 119/97
INTERESSADO: Conselho Estadual de Educação
ASSUNTO: Diretrizes para elaboração de Regimento das escolas no Estado de São Paulo
RELATORES: Conselheiros Arthur Fonseca Filho e Pedro Salomão José Kassab
CONSELHO PLENO
I Relatório
O Conselho Estadual de Educação, desde janeiro de 1997, tem se dedicado intensamente à
análise da Lei 9.394/96 e ao estudo dos procedimentos orientadores que dela devem decorrer.
Esta Indicação e incluso Projeto de Deliberação, ora submetidos ao plenário, resultam desses
trabalhos, dos subsídios colhidos ao longo dos mesmos e, portanto, das manifestações havidas
na Câmaras, Comissões Permanentes e Comissões Especiais.
A análise e a exegese da Lei são ainda mais importantes ao se perceber que é um texto redigido
com poucas prescrições, poucas regras e muitos princípios, deixando, em última análise, à escola
a competência para elaborar sua proposta pedagógica e seu regimento, como expressão efetiva
de sua autonomia pedagógica, administrativa e de gestão, respeitadas as normas e diretrizes do
respectivo sistema. Essa autonomia se expressa, desde já, pelo fato de que os sistemas não
baixarão normas prescritivas, com modelos de propostas pedagógicas e regimentos, mas antes
cuidarão de apresentar diretrizes com caráter de pr incípios norteadores.
Por outro lado, é conveniente alertar que os regimentos não devem ser redigidos com a
minudência que era comum na legislação anterior. Aquelas medidas que podem sofrer alterações
de exercício para exercício, ou de ano letivo para ano letivo, num processo dinâmico de
aperfeiçoamento, estarão mais apropriadamente incluídas num plano escolar anual. O regimento
e a proposta pedagógica são mais estáveis, menos sujeitos a mudanças, enquanto o plano
escolar é mais dinâmico e, portanto, mais flexível.
Por oportuno, convém esclarecer: o sistema estadual de ensino compreende escolas públicas e
particulares que devem seguir as diretrizes do Conselho Estadual de Educação, órgão normativo
do sistema. Quanto às escolas mantidas pelo Estado, a Secretaria da Educação pode adotar
normas complementares de maneira a permitir que possam reservar sua individualidade, para
atender às características locais, dando cumprimento ao disposto n o artigo 12 da Lei. A ação
supervisora nestas escolas tem peculiaridades que se acrescentam às que existem nos demais
estabelecimentos do sistema. Estes últimos organizam seus regimentos de acordo com as
diretrizes do Conselho Estadual de Educação.
O presente texto está separado em temas, que dizem respeito a diversos aspectos, a serem
observados na organização da proposta pedagógica e na feitura do regimento escolar, tratando
especificamente do ensino fundamental e ensino médio. Outras indicações e deliberações,
LEGISLAÇÃ O 15
oportunamente, cuidarão da educação infantil, do ensino superior e de aspectos específicos do
ensino fundamental e médio, quando necessário.
2.1 Duração
O ensino fundamental terá a duração mínima de oito anos e o ensino médio terá a duração
mínima de três anos, excetuadas as situações previstas na própria Lei.
A legislação anterior previa que o 2º grau, hoje ensino médio, pudesse ser organizado no regime
de matrícula por disciplina, com duração mínima de dois anos e máxima de cinco, para os cursos
de três anos, e mínimo de três e máximo de seis para os cursos de quatro anos. Com a nova
legislação, a duração mínima é de três anos e a máxima fica a cargo da proposta pedagógica da
escola. Em razão disso, as escolas que vêm adotando o regime de matrícula por disciplina, se
continuarem a fazê-lo, devem passar a observar, a partir de 1998, o mínimo de três anos para o
ensino médio .
A Lei prevê, também, que "a carga horária mínima anual será de oitocentas horas, distribuídas por
um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado aos exames
finais, quando houver" (inciso I do Art. 24). A Lei menciona, em diversas outras passagens,
expressões como "horas-aula" (Art. 12, inciso III; Art. 13, inciso V), "horas letivas"(inciso VI do Art.
24), "horas de trabalho efetivo" (Art.34). Significam as mesmas coisas essas expressões ou
diferem, de forma a se considerar a palavra "hora", como hora-relógio, distinta das demais? O
problema não é novo. Já surgiu quando da implantação da Lei 5.69 2/71 e o CFE, no Parecer
792/73, de 05/06/73, concluiu: "o recreio faz parte da atividade educativa e, como tal, se inclui no
tempo de trabalho escolar efetivo..", e quanto à sua duração, "... parece razoável que se adote
como referência o limite de um sexto das atividades (10 minutos para 60, ou 20 para 120, ou 30
para 180, por exemplo)".
Esse entendimento parece consentâneo com o disposto no Art. 34. A "jornada" de quatro horas de
trabalho no Ensino Fundamental não corresponde exclusivamente às atividades realizadas na
tradicional sala de aula. São ainda atividades escolares aquelas realizadas em outros recintos,
para trabalhos teóricos e práticos, leituras, pesquisas e trabalhos em grupo, concursos e
competições, conhecimento da natureza e das múltiplas atividades humanas, desenvolvimento
cultural, artístico, recreio e tudo mais que é necessário à plenitude da ação formadora, desde que
obrigatórias e incluídas na proposta pedagógica, com a freqüência d o aluno controlada e efetiva
orientação da escola, por meio de pessoal habilitado e competente. Essas atividades, no seu
conjunto, integram os 200 dias de efetivo trabalho escolar e as 800 horas, mínimos fixados pela
Lei.
Em atenção à possibilidade de organização diferente de séries anuais, em que não exista a
jornada diária de quatro horas e os componentes curriculares sejam escriturados e contabilizados
um a um, ou para adequação às peculiaridades da vida rural e de cada região e até para
viabilização do ensino noturno ( § 1º do Art. 34), considera-se "hora", "horas-aula", "horas-letivas",
"horas de efetivo trabalho escolar", com o mesmo significado. No caso do ensino noturno, a
proposta pedagógica deve contemplar solução própria para a viabilidade desse segmento.
LEGISLAÇÃ O 16
Educação é processo paulatino que inclui a busca da mudança de comportamentos, hábitos e
atitudes do educando.
O artigo 24, inciso IV, permite a criação de classes ou turmas com alunos de séries distintas,
desde que com níveis equivalentes de adiantamento na matéria, para o ensino de artes, línguas
estrangeiras ou outros componentes curriculares. A organização dessas turmas especiais deve
ajustar-se à proposta pedagógica e constar do regimento escolar.
A atual LDB inova, em relação à anterior, por tratar a freqüência e a avaliação do rendimento
escolar em planos distintos. A verificação do rendimento escolar está prevista no inciso V do artigo
24.
Prevê-se, na alínea "a", que deve haver avaliação "contínua e cumulativa do desempenho do
aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo
do período sobre os de eventuais provas finais". Não há, nesse trecho, mudança significativa em
LEGISLAÇÃ O 18
relação à Lei 5.692/71. Nas alíneas "b" a "e", algumas regras forçam a mudança do sentido que
se atribuía à avaliação; não mais uma avaliação com vistas a promover ou reter alunos, mas uma
avaliação que permita: " b) possibilidade de aceleração de estudos, para alunos com atraso
escolar" e "c) possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do
aprendizado." Abre-se aqui a possibilidade de ajustar a realidade do fato pedagógico à realidade
dos alunos. Com o uso inteligente do instituto da reclassificação, mais a possibilidade de se
organizarem cursos em períodos alternados ou paralelos, e com a criação de grupos não-
seriados, previstos no Art. 23, a escola poderá criar condições para que alunos com atraso escolar
possam acelerar seus estudos ou, ainda, avançar nos cursos e séries através de verificação de
aprendizado.
Podem também ser aproveitados estudos concluídos com êxito (alínea "c" do inciso V, do Art. 24).
Tal aproveitamento pode ocorrer no processo de classificação ou reclassificação. Um exemplo:
aluno reprovado em quatro de sete componentes, numa escola que utiliza o regime de blocos
seriados, pode ter aproveitados os estudos das três disciplinas em que foi aprovado.
Nunca é demais frisar que a atividade de avaliação, realizada pelo professor, deve permitir a
identificação daqueles alunos que não atingiram com proficiência os objetivos do curso e devem
ser submetidos a um processo de reorientação da aprendizagem: uma recuperação que se dá,
não num momento especial, situado num tempo definido, mas mediante reorientação que se inicia
tão logo o diagnóstico tenha sido realizado, conforme a alínea "e" especifica: "...estudos de
recuperação, de preferência paralelos ao período letivo".
Um sistema de verificação do rendimento escolar assenta-se sobre a avaliação do
aproveitamento, realizada pelos professores. Avaliar é a tarefa de emitir um juízo de valor sobre
uma dimensão bem definida, segundo escala apropriada. Por isso, não se pode furtar à
elaboração de uma escala com os conceitos e as grandezas a serem avaliados e expressos por
símbolos, que podem ser algarismos, letras, menções ou expressões verbais.
Provas ou exames finais podem ser admitidos mas os dias utilizados para isso não devem ser
contabilizados como dias de efetivo trabalho escolar. Provas ou exames finais são os aplicados
depois do encerramento do período regular de aulas e não se confundem com as provas
realizadas pelos professores durante o processo de aprendizagem. De qualquer forma, se
previstos, exames ou provas finais não devem prevalecer sobre os resultados obtidos ao longo do
ano letivo (Art. 24, inciso V, alínea "a").
Todo o sistema de verificação do rendimento escolar, inclusive as condições de promoção e
retenção, avanços, aceleração de estudos e aproveitamento de estudos concluídos com êxito,
deve constar da proposta pedagógica da escola e do Regimento Escolar.
2.6 Freqüência
A freqüência não influi na apuração do rendimento escolar. Está a cargo da escola a apuração da
freqüência, nos termos do seu regimento, exigindo-se, todavia, para aprovação " a freqüência
mínima de setenta e cinco por cento do total de horas letivas" (Art. 24, inciso VI).
Funcionando com "jornada" de trabalho, com horário certo para início e término das aulas, não há
óbice para que o controle de freqüência se faça pelo total das horas letivas em seu conjunto.
Todavia, nos casos em que a escola, usando de suas prerrogativas, utilize fórmulas alternativas
de organização, é administrativamente impossível, ou quase, apurar-se a freqüência pelo total de
horas letivas. Mais ainda: mesmo que se possa, do ponto de vista técnico, realizar esse controle
(a apuração pelo total de horas letivas), essa forma permitiria que o aluno não assistisse uma só
aula de determinado componente e, ainda assim, não fosse reprovado por falta de freqüência.
LEGISLAÇÃ O 19
Em razão disso entende-se que a exigência de freqüência às aulas, respeitados os 75% de
freqüência sobre o total estabelecidos pela Lei, deve estar de acordo com a proposta pedagógica
da escola, que poderá determinar essa exigência percentual também sobre as aulas específicas
de cada componente curricular.
Na legislação anterior, era admitida a dependência em até dois componentes curriculares, a partir
da 7ª série do 1º grau, desde que preservada a seqüência dos estudos. A Lei atual não menciona
dependência mas introduz um dispositivo que, de alguma forma, a substitui: é o que a lei chamou
progressão parcial. Está disposto no inciso III, do Art. 24: "nos estabelecimentos que adotam a
progressão regular por série, o regimento escolar pode admitir formas de progressão parcial,
desde que preservada a seqüência do currículo, observadas as normas do respectivo sistema de
ensino" (o grifo não é do original).
A progressão parcial não pode ser aplicada aos alunos que tenham sido retidos na série, em
regime de blocos seriados, em razão da falta de freqüência de 75% do total de horas letivas, visto
que a retenção se dá no bloco e não tem sentido falar-se em progressão parcial de todo o bloco.
Nada impede, no entanto, que casos muito especiais, de alunos com bom desempenho em todos
os componentes (o que não é fácil, já que freqüência é meio para o aproveitamento), sejam
examinados pela escola à luz do instituto da reclassificação.
2.8 Currículos
Os currículos do Ensino Fundamental e Médio terão uma base nacional comum, fixada pelo
Conselho Nacional de Educação, que será complementada por uma parte diversificada, da
responsabilidade de cada sistema de ensino e cada estabelecimento escolar, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela.
Como o Conselho Nacional de Educação ainda não fixou os conteúdos mínimos para o Ensino
Fundamental, a base nacional comum do currículo e as diretrizes curriculares nacionais, os
sistemas estaduais e os estabelecimentos escolares não poderão ainda definir seus novos
currículos. Tão logo isso ocorra, este Conselho baixará as normas competentes para que as
escolas possam definí-los. Se a situação perdurar até 30/10/97, as escolas poderão utilizar, para
1998, os critérios adotados na Resolução CFE 6/86 e Deliberação CEE 29/82, bem como as
orientações e conceitos do Parecer CFE 853/71.
3 Ensino Fundamental
LEGISLAÇÃ O 21
Este assunto é objeto de orientação específica, contida nas Indicação e Deliberação que cuidam
do mesmo.
Já se afirmou neste documento, que no corpo da Lei 9.394/96, as expressões matéria e disciplina
são utilizadas sem qualquer distinção. Assim, o ensino religioso, mencionado no Art. 33, poderá
receber o tratamento metodológico que o estabelecimento ou rede de ensino entender mais
adequado.
4. Ensino médio
O ensino médio é tratado na Seção IV do Capítulo II da nova LDB. Sua estruturação está ligada à
referida Seção e às diretrizes gerais indicadas na Seção I do Capítulo II.
Ensino médio, com a duração mínima de três anos e 2.400 horas, será ministrado como etapa
final da educação básica, para os que tenham concluído o ensino fundamental, e habilitará ao
prosseguimento de estudos.
4.2 Currículo
O currículo do ensino médio terá a base nacional comum e uma parte diversificada, do sistema e
da escola. O Conselho Nacional de Educação ainda não fixou a base nacional comum e, se não o
fizer até o dia 30/10/97, as escolas poderão organizar seus currículos, para 1998, com base nos
atos existentes até agora.
O novo currículo incluirá uma língua estrangeira moderna, como disciplina obrigatória, escolhida
pela comunidade escolar, e, optativamente, uma segunda, dentro das disponibilidades da
instituição (Art. 36, inciso III). Os conteúdos incluirão, onde couber, conhecimentos de Filosofia e
de Sociologia, necessários ao exercício da cidadania. Não serão necessariamente outras duas
disciplinas a se juntarem ao rol das demais, mas temas específicos destinados ao fim em vista.
O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o exercício de
profissões técnicas. Preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação
profissional poderão ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em
cooperação com instituições especializadas em educação profissional.
LEGISLAÇÃ O 22
O ensino médio será articulado com a educação profissional, de acordo com o Capítulo III do
Título V da LDB, Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997, e Parecer nº 05/97 da Câmara de
Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.
As escolas que oferecem a Habilitação Específica para o Magistério, nos termos da Deliberação
30/87, poderão continuar a fazê-lo. A Lei prevê que a formação de professor para o ensino básico
será feita em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, mas admite como
formação mínima, para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras
séries do Ensino Fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal, conforme o
Art. 62. Em razão disso, a Habilitação Específica para o Magistério, que vem sendo oferecida,
passará a denominar-se Curso Normal.
Até que Indicação e Deliberação específicas tratem do assunto, as escolas que mantêm curso de
formação para o magistério deverão continuar observando a Deliberação CEE 30/87, com os
devidos ajustes aos dispositivos da nova LDB.
O regimento escolar, no seu conjunto, deve ser um texto destituído de minúcias e particularidades
conjunturais, mas precisa conter um mínimo de preceitos que, refletindo as medidas do
estabelecimento para realização de sua proposta pedagógica, regulamentem as relações entre os
participantes do processo educativo.
São os seguintes os tópicos mínimos:
I - Identificação do estabelecimento, com indicação do ato administrativo que autorizou seu
funcionamento.
II - Fins e objetivos do estabelecimento.
III - Organização Administrativa e Técnica. As instituições de ensino devem atentar para o
conceito de gestão democrática do ensino, nos termos do Art. 3º, inciso VIII, e Art. 14, ambos da
Lei 9.394/96.
IV - Organização da vida escolar. Níveis e modalidades de educação e ensino; fins e objetivos dos
cursos; mínimos de duração e carga horária; critérios de organização curricular; critérios para
composição dos currículos, atendidas a base nacional comum e a parte diversificada; verificação
do rendimento escolar, formas de avaliação, recuperação, promoção, retenção, classificação e
reclassificação; sistema de controle de freqüência; matrícula e transferência; estágios; expedição
de históricos escolares, declarações de conclusão de série, certificados de conclusão de cursos e
diplomas.
V - Direitos e Deveres dos participantes do processo educativo. Princípios que regem as relações
entre os participantes do processo educativo; princípios referentes a deveres e direitos dos
alunos, professores e pais, as sanções e vias recursais cabíveis.
A adequação dos regimentos das escolas às disposições da nova LDB, num primeiro momento,
pode-se ater apenas às questões obrigatórias pela própria Lei. A adoção de novas aberturas
facultadas pela lei poderá ser postergada para um momento em que a escola tenha mais
amadurecida sua nova proposta pedagógica e em que o conjunto de normas e diretrizes, em nível
de sistemas articulados, esteja mais consolidado.
Uma vez elaborado, o regimento escolar terá o seguinte encaminhamento, com vistas à sua
aprovação:
LEGISLAÇÃ O 23
a) Escolas estaduais. Se a Secretaria do Estado da Educação preparar disposições regimentais
comuns, as mesmas serão encaminhadas ao Conselho Estadual de Educação. Se houver opção
por regimento individualizado para a escola, ou por regimento que tenha uma parte comum mas
que preserve as peculiaridades individuais das escolas, o Conselho Estadual de Educação
delegará competência aos órgãos próprios da Secretaria do Estado da Educação para que
procedam à análise e aprovação.
b) Instituições criadas por leis específicas, para ministrar educação básica e educação
profissional, encaminharão seus regimentos ao Conselho Estadual de Educação.
c) Escolas municipais. A competência é do sistema municipal de ensino e, quando de sua
inexistência, o encaminhamento será feito às respectivas delegacias estaduais de ensino.
d) Escolas particulares. Encaminhamento às delegacias de ensino a que se achem
jurisdicionadas.
Deve-se observar ainda: a) o encaminhamento do regimento escolar, para fins de aprovação, far-
se-á em duas vias, até 30 de novembro de 1997; b) o regimento vigorará em caráter provisório, no
que não colidir com dispositivos expressos na Lei 9.394/96, enquanto não houver pronunciamento
dos órgãos competentes; c) no caso de ser denegada a aprovação do Regimento ou de
alterações regimentais, caberá recurso ao Conselho Estadual de Educação, no prazo de até dez
dias, contados a partir da ciência do interessado, havendo efeito suspensivo da decisão
denegadora.
II Conclusão
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, apresente Indicação.
Sala "Carlos Pasquale", 30 de julho de 1997.
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
Presidente
Publicado no DOE em 01/08/97 Seção I, p. 10.
§ 2º- No calendário escolar deverão estar previstas reuniões bimestrais dos conselhos de classe e
série, dos professores, alunos e pais para conhecimento, análise e reflexão sobre os
procedimentos de ensino adotados e resultados de aprendizagem alcançados.
TÍTULO IV
DA ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO ENSINO
Capítulo I
Da Caracterização
Capítulo II
Dos Níveis, Cursos e Modalidades de Ensino
LEGISLAÇÃ O 25
Artigo 45 - A escola poderá adotar, nas quatro últimas séries do ensino fundamental e no ensino
médio, a organização semestral e, na educação profissional, a modular, desde que o regimento
escolar contemple as medidas didáticas e administrativas que assegurem a continuidade de
estudos dos alunos.
Artigo 46 - A escola poderá instalar outros cursos com a finalidade de atender aos interesses da
comunidade local, dentro de suas possibilidades físicas, humanas e financeiras ou em regime de
parceria, desde que não haja prejuízo do atendimento à demanda escolar do ensino fundamental
e médio:
I- módulos de cursos de educação profissional básica, de organização livre e com duração
prevista na proposta da escola, destinados à qualificação para profissões de menor complexidade,
com ou sem exigência de estudos anteriores ou concomitantes;
II- cursos de educação continuada para treinamento ou capacitação de professores e funcionários,
sem prejuízo para as demais atividades escolares.
§ 1º- Para cumprimento do disposto neste artigo, a escola poderá firmar ou propor termos de
cooperação ou acordos com entidades públicas ou privadas, desde que mantidos os seus
objetivos educacionais.
§ 2º- Os termos de cooperação ou acordos poderão ser firmados pela direção da escola, ou
através de suas instituições jurídicas, ou ainda pelos órgãos próprios do sistema escolar, sendo
que, em qualquer dos casos, deverão ser submetidos à apreciação do conselho de escola e
aprovação do órgão competente do sistema.
Artigo 47 - A instalação de novos cursos está sujeita à competente autorização dos órgãos
centrais ou locais da administração.
Capítulo III
Dos Currículos
Artigo 49 - O currículo dos cursos dos diferentes níveis e modalidades de ensino terá uma base
nacional comum e uma parte diversificada, observada a legislação específica.
Capítulo IV
Da Progressão Continuada
Capítulo V
Da Progressão Parcial
Artigo 52 - A escola adotará o regime de progressão parcial de estudos para alunos do ensino
médio, regular ou supletivo, que, após estudos de reforço e recuperação, não apresentarem
rendimento escolar satisfatório.
§ 1º- O aluno, com rendimento insatisfatório em até 3 (três) componentes curriculares, será
classificado na série subseqüente, devendo cursar, concomitantemente ou não, estes
componentes curriculares;
§ 2º- O aluno, com rendimento insatisfatório em mais de 3 (três) componentes curriculares, será
classificado na mesma série, ficando dispensado de cursar os componentes curriculares
concluídos com êxito no período letivo anterior.
Artigo 53 - Será admitida a progressão parcial de estudos para alunos da 8ª série do ensino
fundamental, regular ou supletivo, desde que sejam asseguradas as condições necessárias
à conclusão do ensino fundamental.
Capítulo VI
Dos Projetos Especiais
II- programas especiais de aceleração de estudos para alunos com defasagem idade/série;
V- cultura e lazer;
Parágrafo único - Os projetos especiais, integrados aos objetivos da escola, serão planejados e
desenvolvidos por profissionais da escola e aprovados nos termos das normas vigentes.
LEGISLAÇÃ O 27
Capítulo VII
Do Estágio Profissional
TÍTULO V
DA ORGANIZAÇÃO TÉCNICO-ADMINISTRATIVA
Capítulo I
Da Caracterização
I- Núcleo de Direção;
II- Núcleo Técnico-Pedagógico
III- Núcleo Administrativo;
IV- Núcleo Operacional;
V- Corpo Docente;
VI- Corpo Discente.
LEGISLAÇÃ O 28
Parágrafo único- Os cargos e funções previstos para as escolas, bem como as atribuições e
competências, estão regulamentados em legislação específica.
Capítulo II
Do Núcleo de Direção
VII- as informações aos pais ou responsável sobre a freqüência e o rendimento dos alunos, bem
como sobre a execução da proposta pedagógica;
VIII- a comunicação ao Conselho Tutelar dos casos de maus-tratos envolvendo alunos, assim
como de casos de evasão escolar e de reiteradas faltas, antes que estas atinjam o limite de 25%
das aulas previstas e dadas.
Capítulo III
Do Núcleo Técnico-Pedagógico
Artigo 65 - O núcleo técnico-pedagógico terá a função de proporcionar apoio técnico aos docentes
e discentes, relativo a:
LEGISLAÇÃ O 29
Capítulo IV
Do Núcleo Administrativo
Artigo 66 - O núcleo administrativo terá a função de dar apoio ao processo educacional, auxiliando
a direção nas atividades relativas a:
IV- registro e controle de bens patrimoniais, bem como de aquisição, conservação de materiais e
de gêneros alimentícios;
Capítulo V
Do Núcleo Operacional
Capítulo VI
Do Corpo Docente
Artigo 68 - Integram o corpo docente todos os professores da escola, que exercerão suas funções,
incumbindo-se de:
V- cumprir os dias letivos e carga horária de efetivo trabalho escolar, além de participar
LEGISLAÇÃ O 30
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento
profissional;
Capítulo VII
Do Corpo Discente
Artigo 69 - Integram o corpo discente todos os alunos da escola a quem se garantirá o livre
acesso às informações necessárias a sua educação, ao seu desenvolvimento como pessoa, ao
seu preparo para o exercício da cidadania e a sua qualificação para o mundo do trabalho.
TÍTULO VI
DA ORGANIZAÇÃO DA VIDA ESCOLAR
Capítulo I
Da Caracterização
Artigo 70 - A organização da vida escolar implica um conjunto de normas que visam garantir o
acesso, a permanência e a progressão nos estudos, bem como a regularidade da vida escolar do
aluno, abrangendo, no mínimo, os seguintes aspectos:
Capítulo II
Das Formas de Ingresso, Classificação e Reclassificação
Artigo 71 - A matrícula na escola será efetuada pelo pai ou responsável ou pelo próprio aluno,
quando for o caso, observadas as diretrizes para atendimento da demanda escolar e os seguintes
critérios:
I- por progressão continuada, no ensino fundamental, ao final de cada série durante os ciclos;
II- por promoção, ao final do Ciclo I e do Ciclo II do ensino fundamental, e, ao final de cada série
ou etapa escolar, para alunos do ensino médio e demais cursos, observadas as normas
específicas para cada curso;
LEGISLAÇÃ O 31
III- por transferência, para candidatos de outras escolas do país ou do exterior;
IV- mediante avaliação feita pela escola para alunos sem comprovação de estudos anteriores,
observados o critério de idade e outras exigências específicas do curso.
I- proposta apresentada pelo professor ou professores do aluno, com base nos resultados de
avaliação diagnóstica ou da recuperação intensiva;
II- solicitação do próprio aluno ou seu responsável mediante requerimento dirigido ao diretor da
escola;
Artigo 74 - Para o aluno da própria escola, a reclassificação ocorrerá até o final do primeiro
bimestre letivo e, para o aluno recebido por transferência ou oriundo de país estrangeiro, em
qualquer época do período letivo.
Artigo 75 - O aluno poderá ser reclassificado, em série mais avançada, com defasagem de
conhecimentos ou lacuna curricular de séries anteriores, suprindo-se a defasagem através de
atividades de reforço e recuperação, de adaptação de estudos ou pela adoção do regime de
progressão parcial, quando se tratar de aluno do ensino médio.
Capítulo III
Da Freqüência e Compensação de Ausências
Artigo 77- A escola fará o controle sistemático de freqüência dos alunos às atividades escolares e,
bimestralmente, adotará as medidas necessárias para que os alunos possam compensar
ausências que ultrapassem o limite de 20% do total das aulas dadas ao longo de cada mês letivo.
Parágrafo único- Poderá ser reclassificado o aluno que, no período letivo anterior, não atingiu a
freqüência mínima exigida.
Capítulo IV
Da Promoção e da Recuperação
Capítulo V
Da Expedição de Documentos de Vida Escolar
Parágrafo único- A escola poderá, de acordo com sua proposta pedagógica e a organização
curricular adotada, expedir declaração ou certificado de competências em áreas específicas do
conhecimento.
TÍTULO VII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 82 - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais
das escolas e será ministrado, no ensino fundamental, de acordo com as normas do sistema,
assegurando-se o respeito à diversidade cultural religiosa, vedadas quaisquer formas de
proselitismo.
LEGISLAÇÃ O 33
PARECER CEE Nº 500/98 - CEM - Aprovado em 23-09-98
PROCESSO CEE Nº: 544/98 (Ap. Prot. SE nº 578/7.000/98)
INTERESSADA: Maria Lourenço da Silva Novo
ASSUNTO: Autorização para matrícula no ensino médio sem ter concluído o ensino fundamental
RELATOR: Cons. Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
1.1 HISTÓRICO
1.1.1 Consulta à Dirigente Regional da 1ª DE de Santo André , datada de maio de 1998, feita por
Maria Lourenço da Silva Novo.
A interessada esclarece que tem 49 anos e solicita autorização para matrícula no ensino médio
supletivo sem a conclusão do ensino fundamental.
1.1.3 Parecer da Supervisão de Ensino que, após analisar o pedido à luz dos artigos 23 e 24 da
Lei nº 9.394 e da Indicação CEE nº 09/97, parte integrante da Deliberação CEE nº 10/97, conclui:
" ... não haveria obstáculos para o atendimento ao solicitado pela interessada, desde que
obedecidas as prescrições contidas na Indicação CEE 09/97 quanto à classificação de alunos sem
comprovação de escolaridade anterior. Porém, como na regulamentação descrita na supracitada
Indicação não se faz menção explícita quanto à admissibilidade de classificação para o nível
médio sem a conclusão do nível anterior, este Supervisor de Ensino propõe a remessa do
presente ao Egrégio Conselho Estadual de Educação para manifestação".
1.2 APRECIAÇÃO
A nova LDB (Lei 9.394/96), em seu artigo 24, admite a classificação em série ou etapa, em toda a
educação básica, exceto na 1ª série do ensino fundamental, independentemente de escolarização
anterior.
A lei não é restritiva, nem condiciona a classificação do aluno no ensino médio ao porte de
certificado de conclusão do ensino fundamental. Diante de uma lei abrangente como a LDB, com
dispositivos inovadores como o da classificação e reclassificação, não há que buscar ou criar
certificados de estudos que não existiram formalmente.
LEGISLAÇÃ O 34
O Conselho Estadual de Educação no uso de sua competência expressamente mencionada na
alínea c do inciso II do artigo 24 da LDB, ("independentemente de escolarização anterior,
mediante avaliação feita pela escola, que defina o grau de desenvolvimento e experiência do
candidato e permita sua inscrição na série ou etapa adequada, conforme regulamentação do
respectivo sistema de ensino " g.n) definiu, na Indicação CEE 09/97, que o estatuto de
classificação e reclassificação não pode ser usado para comprimir estudos de tal forma que seja
possível concluir o ensino fundamental com menos de 15 anos e o ensino médio com menos de
18 (referenciais definidos no artigo 38 da LDB).
RECLASSIFICAÇÃO
LDB 9394/96
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos,
alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na
competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse
do processo de aprendizagem assim o recomendar.
§ 1º A escola poderá reclassificar os alunos, inclusive quando se tratar de transferências entre
estabelecimentos situados no País e no exterior, tendo como base as normas curriculares gerais.
Del CEE 10/1997 e Indicação 9/97 – Fixa normas para elaboração do Regimento dos
estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio.
LEGISLAÇÃ O 36
I – proposta apresentada pelo professor ou professores do aluno, com base nos resultados de
avaliação diagnóstica ou da recuperação intensiva de férias;
II – solicitação do próprio aluno ou seu responsável mediante requerimento dirigido ao Diretor da
Escola.
Artigo 2º - A reclassificação definirá a série adequada ao prosseguimento de estudos do aluno,
tendo como referência a correspondência idade/série e a avaliação de competências nas matérias
da base nacional comum do currículo.
§ 1º - A avaliação de competências deverá ser realizada, até 15 dias após solicitação do
interessado, por docente(s) da unidade escolar indicado(s) pelo Diretor de Escola.
§ 2º - Poderá ser reclassificado, nos termos da presente resolução, o aluno que não obteve
freqüência mínima de 75% do total de horas letivas para aprovação no ano anterior.
§ 3º - O aluno que, nas condições previstas no parágrafo anterior, tiver freqüentado a recuperação
intensiva de férias com resultados satisfatórios será dispensado de nova avaliação e classificado
na série subseqüente.
§ 4º - Os resultados das avaliações serão analisados pelo Conselho de Classe ou Série, que
indicará a série em que o aluno deverá ser classificado, bem como a necessidade de eventuais
estudos de adaptação.
§ 5º - O parecer conclusivo do Conselho de Classe ou Série será registrado em livro de ata
específico, devidamente assinado e homologado pelo Diretor de Escola, com cópia anexada ao
prontuário do aluno.
§ 6º - Para o aluno da própria escola a reclassificação deverá ocorrer, no máximo, até o final do
primeiro bimestre letivo e, para o aluno recebido por transferência ou oriundo de país estrangeiro,
com ou sem documentação comprobatória de estudos anteriores, em qualquer época do período
letivo.
Artigo 3º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
LEGISLAÇÃ O 37
PROGRESSÃO CONTINUADA
Delibera:
Art. 1º - Fica instituído no Sistema de Ensino do Estado de São Paulo o regime de progressão
continuada, no ensino fundamental, com duração de oito anos.
§ 1º - O regime de que trata este artigo pode ser organizado em um ou mais ciclos.
§ 2º - No caso de opção por mais de um ciclo, devem ser adotadas providências para que a
transição de um ciclo para outro se faça de forma a garantir a progressão continuada.
Art. 2º - A idade referencial para matrícula inicial no ensino fundamental será a de sete anos.
§ 1º - O mesmo referencial será adaptado para matrícula nas etapas subseqüentes à inicial.
§ 2º - A matrícula do aluno transferido ou oriundo de fora do sistema estadual de ensino será feita
tendo como referência a idade, bem como a avaliação de competências, com fundamento nos
conteúdos mínimos obrigatórios, nas diretrizes curriculares nacionais e na base nacional comum
do currículo, realizada por professor designado pela direção da escola, a qual indicará a
LEGISLAÇÃ O 38
necessidade de eventuais estudos de aceleração ou de adaptação, mantida preferencialmente a
matrícula no período adequado, em função da idade.
V - indicadores de desempenho;
Art. 4º - Com o fim de garantir a freqüência mínima de 75% por parte de todos os alunos, as
escolas de ensino fundamental devem, além daquelas a serem adotadas no âmbito do próprio
estabelecimento de ensino, tomar as seguintes providências:
LEGISLAÇÃ O 39
I - alertar e manter informados os pais quanto às suas responsabilidades no tocante à educação
dos filhos, inclusive no que se refere à freqüência dos mesmos;
II - tomar as providências cabíveis, no âmbito da escola, junto aos alunos faltosos e respectivos
professores;
III - encaminhar a relação dos alunos que excederem o limite de 25% de faltas às respectivas
Delegacias de Ensino, para que estas solicitem a devida colaboração do Ministério Público, dos
Conselhos Tutelares e do CONDECA.
Art. 5º - Cabe à supervisão de ensino do sistema orientar e acompanhar a elaboração e a
execução da proposta educacional dos estabelecimentos de ensino, verificando periodicamente
os casos especiais previstos nos § § 2º e 3º do Artigo 2º.
Art. 6º - Esta Deliberação entra em vigor na data de sua homologação e publicação, revogadas as
disposições em contrário.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova,por unanimidade, a presente Deliberação.
Sala "Carlos Pasquale", em 30 de julho de 1997.
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO
Presidente
Homologado por Res. SE, de 04/08/97, publ. no DOE em 05/08/97, pp. 12/13.
Trata-se de uma lei geral com relativo grau de complexidade, pois, além de fixar princípios gerais,
dispãe sobre aspectos da estrutura e do funcionamento da educação escolar no Brasil.
Interpenetram-se, portanto, no mesmo texto legal elementos da substância e aspectos do
processo educacional. Como qualquer norma legal, a nova LDB está impregnada dos atuais
anseios e aspirações da sociedade.
O objetivo da nova lei é regular relações na área da educação. Nesse sentido, pode-se dizer que,
em relação à situação atual, apresenta três tipos de dispositivos:
os que estão sendo simplesmente reafirmados, eventualmente com pequenas alterações,
constantes de leis anteriores;
os reguladores de situações de fato ainda não regulamentadas;
os referentes a inovações, alguns de aplicação obrigatória outros de caráter facultativo.
§2º Os estabelecimentos que utilizam progressão regular por série podem adotar no ensino
fundamental o regime de progressão continuada, sem prejuízo da avaliação do processo de
ensino-aprendizagem, observadas as normas do respectivo sistema.(g.n.) Não se trata,
obviamente, de novidade na educação brasileira. As redes públicas de ensino do Estado de São
Paulo e do Município de São Paulo têm uma significativa e positiva experiência de organização do
ensino fundamental em ciclos. A nova LDB reconhece legalmente e estimula essa forma de
organização que tem relação direta com as questões da avaliação do rendimento escolar e da
produtividade dos sistemas de ensino. Trata-se, na verdade, de uma estratégia que contribui para
a viabilização da universalização da educação básica, da garantia de acesso e permanência das
crianças em idade própria na escola, da regularização do fluxo dos alunos no que se refere à
relação idade/série e da melhoria geral da qualidade do ensino.
A experiência recente demonstra que é perfeitamente viável uma mudança mais profunda e
radical na concepção da avaliação da aprendizagem. A exemplo de outros países, parece que já
contamos com condições objetivas para a introdução de mecanismo de progressão continuada
dos alunos ao longo dos oito anos do ensino fundamental. O atual ciclo básico, formado pelos dois
anos iniciais do ensino fundamental, já adotado na rede estadual e a estruturação de todo o
ensino fundamental em ciclos experimentada pela Prefeitura de São Paulo constituem sinais
evidentes de que tal mecanismo tem condições de ser assimilado e implantado em todo o sistema
de ensino do Estado de São Paulo. É óbvio que, com o objetivo de assegurar a qualidade
desejada de ensino, é essencial que se realizem contínuas avaliações parciais da aprendizagem e
recuperações paralelas durante todos os períodos letivos, e ao final do ensino fundamental para
fins de certificação. Trata-se de uma mudança profunda, inovadora e absolutamente urgente e
necessária.
Um ponto de resistência a uma mudança dessa magnitude poderia ser creditado aos profissionais
da educação e às famílias diretamente envolvidas. Mas, as experiências já apontadas da
organização em ciclos, demonstram que, atualmente, não é tão presente e forte esse tipo de
resistência. De fato, professores, supervisores, administradores e demais especialistas da
educação têm demonstrado um elevado grau de compreensão e maturidade quanto aos graves
problemas educacionais que nos afligem, entre eles o da repetência e a conseqüente defasagem
idade/série escolar. Este assunto tem sido objeto de manifestações por parte de várias entidades
ligadas ao magistério. A APASE (Sindicato de Supervisores de Ensino do Magistério Oficial no
Estado de São Paulo), em documento de 28 de julho de 1997, encaminhado a este Colegiado,
manifesta-se sobre o assunto nos seguintes termos:
LEGISLAÇÃ O 41
"No Estado de São Paulo e no Município de São Paulo já foram dados passos tímidos com
relação à criação dos ciclos. Ampliar os ciclos para duas etapas no ensino fundamental (1ª a 4ª e
5ª a 8ª séries) é nossa sugestão. No final de cada ciclo, a avaliação é necessária. No entanto, que
essa avaliação no final de cada ciclo não seja a oportunidade esperada de punição e penalização
do aluno, bem como, de restabelecimento de antigos mecanismos de exclusão, como por exemplo
os exames de admissão".
O que Sérgio da Costa Ribeiro denominou, com muita propriedade, "pedagogia da repetência"
não é compatível com a almejada democratização e universalização do ensino fundamental. É
preciso erradicar de vez essa perversa distorção da educação brasileira, ou seja, é preciso
substituir uma concepção de avaliação escolar punitiva e excludente por uma concepção de
avaliação de progresso e de desenvolvimento da aprendizagem. A experiência dos ciclos, tanto na
rede estadual quanto na rede municipal de São Paulo, tem demonstrado que a progressão
continuada contribui positivamente para a melhoria do processo de ensino e para a obtenção de
melhores resultados de aprendizagem.
Uma mudança dessa natureza deve trazer, sem dúvida alguma, benefícios tanto do ponto de vista
pedagógico como econômico. Por um lado, o sistema escolar deixará de contribuir para o
rebaixamento da auto-estima de elevado contingente de alunos reprovados. Reprovações muitas
vezes reincidentes na mesma criança ou jovem, com graves conseqüências para a formação da
pessoa, do trabalhador e do cidadão. Por outro lado, a eliminação da retenção escolar e
decorrente redução da evasão deve representar uma sensível otimização dos recursos para um
maior e melhor atendimento de toda a população. A repetência constitui um pernicioso "ralo" por
onde são desperdiçados preciosos recursos financeiros da educação. O custo correspondente a
um ano de escolaridade de um aluno reprovado é simplesmente um dinheiro perdido. Desperdício
financeiro que, sem dúvida, afeta os investimentos em educação, seja na base física (prédios,
salas de aula e equipamentos), seja, principalmente, nos salários dos trabalhadores do ensino.
Sem falar do custo material e psicológico por parte do próprio aluno e de sua família.
Ainda, da perspectiva de política educacional e social, é sabido que o Brasil precisa, com a maior
rapidez possível, elevar os níveis médios de escolaridade dos seus trabalhadores. A educação
básica e a qualificação profissional constituem requisitos fundamentais para o crescimento
econômico, para a competitividade internacional e, como meta principal, para a melhoria da
qualidade de vida da população. Significa dizer que é preciso alterar, com urgência, o perfil do
desempenho da educação brasileira representado, graficamente, pela tradicional pirâmide com
uma larga base, correspondente à entrada no ensino fundamental, e um progressivo e acentuado
estreitamento ao longo dos anos de escolaridade regular. É preciso fazer com que o número de
entrada se aproxime o máximo possível do de saída no ensino fundamental, garantindo-se, assim,
o princípio contido no inciso I do Art. 3º da LDB: "igualdade de condições para o acesso e
permanência na escola". Somente assim estaremos viabilizando o que dispõe a nossa
Constituição Federal no seu Art. 208:
LEGISLAÇÃ O 42
Essa disposição recebe respaldo financeiro com a vinculação constitucional de recursos e é
reafirmada no Art. 60, do Ato das disposições constitucionais transitórias, com o objetivo de
assegurar a universalização de seu atendimento e a remuneração condigna do magistério.
É sabido, também, que a escala temporal de mudanças mais profundas em educação tem como
referência mínima uma década.
Aliás, essa é a referência utilizada na LDB no Art. 87 ao instituir a Década da Educação. As
mudanças, portanto, precisam ser iniciadas imediatamente para que os resultados venham a ser
mais palpáveis, pelo menos, ao final da primeira década do próximo milênio.
A adoção do regime de progressão continuada em ciclo único no ensino fundamental pode vir a
representar a inovação mais relevante e positiva na história recente da educação no Estado de
São Paulo. Trata-se de uma mudança radical. Em lugar de se procurar os culpados da não
aprendizagem nos próprios alunos, ou em suas famílias, ou nos professores, define-se uma via de
solução que não seja a pessoal, mas sim a institucional. A escola deve ser chamada a assumir
institucionalmente suas responsabilidades pela não aprendizagem dos alunos, em cooperação
com outras instituições da sociedade, como, por exemplo, o Ministério Público, os Conselhos
Tutelares e o CONDECA - Conselho Estadual (ou Nacional, ou Municipal) dos Direitos da Criança
e do Adolescente. Por isso mesmo essa mudança precisará ser muito bem planejada e discutida
quanto a sua forma de implantação com toda a comunidade, tanto a educacional quanto a usuária
dos serviços educativos. Todos precisarão estar conscientes de que, no fundo, será uma revisão
da concepção e prática atuais do ensino fundamental e da avaliação do rendimento escolar nesse
nível de ensino. O ensino fundamental, de acordo com a Constituição Federal e a LDB, é
obrigatório, gratuito e constitui direito público subjetivo. Deve ser assegurado pelo Poder Público a
quem cumpre oferecê-lo a toda a população, proporcionando as condições necessárias para a
sua integralização, sem qualquer embaraço ou obstáculo, ao longo de oito anos ininterruptos. A
avaliação deixa de ser um procedimento decisório quanto à aprovação ou reprovação do aluno. A
avaliação é o fato pedagógico pelo qual se verifica continuamente o progresso da aprendizagem e
se decide, se necessário, quanto aos meios alternativos de recuperação ou reforço. A reprovação,
como vem ocorrendo até hoje no ensino fundamental, constitui um flagrante desrespeito à pessoa
humana, à cidadania e a um direito fundamental de uma sociedade democrática. É preciso varrer
da nossa realidade a "pedagogia da repetência" e da exclusão e instaurar definitivamente uma
pedagogia da promoção humana e da inclusão. O conceito de reprovação deve ser substituído
pelo conceito de aprendizagem progressiva e contínua.
Cumpre assinalar que essa mudança está em perfeita sintonia com o espírito geral da nova LDB
assentado em dois grandes eixos: a flexibilidade e a avaliação. A flexibilidade está muito clara nas
amplas e ilimitadas possibilidades de organização da educação básica nos termos do Art. 23.
Flexíveis, também, são os mecanismos de classificação e reclassificação de alunos, até mesmo "
independentemente de escolarização anterior" (§1º do Art. 23 e alínea "c" do inciso II do Art. 24).
Pode-se deduzir que a referência básica para a classificação de um aluno, por exemplo na
hipótese de transferência, passa a ser a idade. É óbvio que outros mecanismos de avaliação do
nível de competência efetiva do aluno e, se necessário, de atendimento especial para adaptação
ou recuperação, devem estar associados à referência básica da faixa etária.
O que importa realmente é que a conclusão do ensino fundamental torne-se uma regra para todos
os jovens aos 14 ou 15 anos de idade, o que significa concretizar a política educacional de
proporcionar educação fundamental em oito anos a toda a população paulista na idade própria.
LEGISLAÇÃ O 43
Essa mesma política deve estar permanentemente articulada ao compromisso com a contínua
melhoria da qualidade do ensino.
O outro eixo da LDB é a avaliação e está presente em inúmeros dispositivos da Lei. Refere-se,
fundamentalmente, à avaliação externa de cursos, de instituições de ensino e de sistemas. Tanto
o Governo federal como o estadual, através dos respectivos órgãos responsáveis, têm
implementado projetos nessa área. Os resultados começam a se fazer sentir, na medida em que
são promovidos ajustes e melhorias nos pontos em que foram detectadas deficiências. A rigor, a
avaliação externa, como do SARESP (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de
São Paulo) e do SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), sendo permanente e bem
estruturada, conduzida com total isenção pelo Poder Público, proporciona à população a
transparência necessária quanto à qualidade dos serviços educacionais. A avaliação institucional,
interna e externa, deve ser instituída em caráter permanente e deve constituir valioso instrumento
para a constante melhoria do ensino no regime de progressão continuada em ciclo único no
ensino fundamental. O processo de avaliação em sala de aula deve receber cuidados específicos
por parte de professores, diretores, coordenadores pedagógicos e supervisores de ensino, pois
esta avaliação contínua em processo é o eixo que sustenta a eficácia da progressão continuada
nas escolas. A equipe escolar deverá ter claros os padrões mínimos de aprendizagem esperada
para os seus alunos. Além disso, a proposta deverá também prever e assegurar participação das
famílias no acompanhamento do aluno, dentro do regime de progressão continuada, fornecendo-
lhe informações sistemáticas sobre sua freqüência e aproveitamento, conforme determinam os
incisos VI e VII do Art. 12 da LDB.
É importante registrar que a mudança pretendida conta com a adesão e apoio de amplos setores
da comunidade educacional. Não há que se iludir, entretanto, de que não haverá resistências sob
a alegação apressada e sem fundamento de que se estará implantando a promoção automática,
ou a abolição da reprovação, com conseqüente rebaixamento da qualidade do ensino. Para
minimizar os efeitos perturbadores desse tipo de reação será necessária, antes de mais nada, a
formulação de um projeto muito bem estruturado, com ampla participação da comunidade e amplo
esclarecimento a toda a população. À vista dos dados da atual realidade educacional, da
experiência positiva dos ciclos e das novas disposições legais na área da educação, cabe ao
Conselho Estadual de Educação, como órgão responsável pela formulação de políticas e
diretrizes para o sistema de ensino do Estado de São Paulo, propor e articular esforços e ações
para a implantação do regime de progressão continuada em ciclo único no ensino fundamental.
A Secretaria de Estado da Educação (SEE), como órgão responsável pela execução das políticas
de educação básica e pelo papel de oferta de ensino fundamental em articulação com os
Municípios, deve estudar e elaborar projeto para a adoção e implantação da citada proposta na
rede pública estadual. Um projeto da SEE com esse teor transcende e, ao mesmo tempo, não
deve cercear os projetos pedagógicos específicos de cada escola. Seguramente, a SEE atuará
como indutora e estimuladora de mudanças semelhantes nas redes municipais e na rede privada
de ensino.
O ciclo único de oito anos pode ser desmembrado, segundo as necessidades e conveniências de
cada Município ou escola, em ciclos parciais, como por exemplo da 1ª à 4ª série e da 5ª à 8ª do
ensino fundamental, em consonância com o projeto em curso de reorganização da rede pública
estadual. Com as devidas cautelas, porém, para que na transição de um ciclo parcial para o
seguinte não se instale um novo "gargalo" ou ponto de exclusão. Para tanto, ante o exposto, cabe
LEGISLAÇÃ O 44
instituir, no sistema de ensino do Estado de São Paulo, o regime de progressão continuada em
ciclo único no ensino fundamental na rede pública estadual. Poderá ser contemplada a hipótese
de adoção de ciclos parciais, sem descaracterizar o regime de progressão continuada ou de
progressão parcial, segundo necessidades e conveniências de cada Município ou escola.
No seu âmbito, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo deverá desenvolver ações
objetivando a elaboração de projeto para implantação do regime de progressão continuada,
devendo nele especificar a forma de implantação e, entre outros aspectos, os mecanismos que
assegurem:
- avaliação institucional interna e externa;
- avaliações da aprendizagem ao longo do processo, conduzindo a uma avaliação contínua e
cumulativa da aprendizagem do aluno, de modo a permitir a apreciação de seu desempenho em
todo o ciclo;
- atividades de reforço e de recuperação paralelas e contínuas ao longo do processo e, se
necessárias, ao final de ciclo ou nível;
- meios alternativos de adaptação, de reforço, de reclassificação, de avanço, de reconhecimento,
de aproveitamento e de aceleração de estudos; indicadores de desempenho;
- controle da freqüência dos alunos;
- contínua melhoria do ensino.
- dispositivos regimentais adequados;
- forma de implantação, implementação e avaliação do projeto;
- articulação com as famílias no acompanhamento do aluno ao longo do processo, fornecendo-
lhes informações sistemáticas sobre freqüência e aproveitamento escolar.
Os Municípios que contem com sistema de ensino devidamente organizado poderão, se assim
desejarem, seguir a orientação da presente Indicação.
LEGISLAÇÃ O 45
2. CONCLUSÃO
À vista do exposto, submetemos ao Conselho Pleno o anexo projeto de Deliberação.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Indicação.
O Conselheiro Francisco Antonio Poli votou favoravelmente, nos termos de sua Declaração de
Voto.
Sala "Carlos Pasquale", em 30 de julho de 1997.
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO –
Presidente
Homologado por Res. SE, de 04/08/97, publ. no DOE em 05/08/97, pp. 12/13.
DECLARAÇÃO DE VOTO
Voto favoravelmente à presente Indicação por entender que a mesma reflete e atende as
preocupações da nova Lei de Diretrizes e Bases, permitindo a adoção do regime de progressão
continuada pelos estabelecimentos que utilizam a progressão regular por série. Ressalta, ainda,
essa Indicação, a possibilidade de estes mesmos estabelecimentos adotarem formas de
progressão parcial com avaliações ao longo das séries e dos ciclos, e não apenas no final dos
mesmos. Meu voto é favorável, ainda, e principalmente, por tratar-se de uma indicação que
reconhece a complexidade e a amplitude da alteração proposta e que, por isso mesmo,
recomenda o amplo debate na rede e com a comunidade, antes da sua efetiva implantação.
Recomenda, até mesmo, a formulação de um projeto com ampla participação da comunidade, e
amplo esclarecimento a toda a população.
São Paulo, 30 de julho de 1997
a) Cons. FRANCISCO ANTONIO POLI
LEGISLAÇÃ O 46
PROGRESSÃO PARCIAL
Del CEE 10/1997 e Indicação 09/97 – Fixa normas para elaboração do Regimento dos
estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio
Artigo 52 - A escola adotará o regime de progressão parcial de estudos para alunos do ensino
médio, regular ou supletivo, que, após estudos de reforço e recuperação, não apresentarem
rendimento escolar satisfatório.
§ 1º- O aluno, com rendimento insatisfatório em até 3 (três) componentes curriculares, será
classificado na série subseqüente, devendo cursar, concomitantemente ou não, estes
componentes curriculares;
§ 2º- O aluno, com rendimento insatisfatório em mais de 3 (três) componentes curriculares, será
classificado na mesma série, ficando dispensado de cursar os componentes curriculares
concluídos com êxito no período letivo anterior.
Artigo 53 - Será admitida a progressão parcial de estudos para alunos da 8ª série do ensino
fundamental, regular ou supletivo, desde que sejam asseguradas as condições necessárias
à conclusão do ensino fundamental.
LEGISLAÇÃ O 47
A SECRETÁRIA DA EDUCAÇÃO considerando:
Artigo 1º - As escolas que mantêm ensino médio poderão adotar, ainda no presente ano letivo, a
progressão parcial de estudos para alunos que, após estudos de reforço e recuperação, não
tiverem sido promovidos em até 3 disciplinas.
Artigo 2º - As escolas, cuja proposta pedagógica para o ensino médio, regular ou supletivo,
contemple ou venha a contemplar a flexibilização curricular, com dependência cursada mediante
orientação de estudos e freqüência optativa do aluno, poderão dar continuidade à sistemática até
então adotada, por meio da progressão parcial, nos termos da presente resolução.
Artigo 3º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
LEGISLAÇÃ O 48
ADAPTAÇÃO DE ESTUDOS
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Deliberação.
Sala “Carlos Pasquale”, em 08 de outubro de 1997.
BERNADETE ANGELINA GATTI - Presidente
Homologada em 23/10/97, pub. no DOE em 24/10/97, Seção I, Pg. 08.
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
1.1 HISTÓRICO
A Comissão de Legislação e Normas deste Conselho encaminha o
presente processo à Câmara de Ensino Fundamental para que, em conjunto com a Câmara de
Ensino Médio, delibere a respeito da consulta feita pela Delegacia de Ensino de Mogi das Cruzes,
oferecendo-lhe solução às questões formuladas.
LEGISLAÇÃ O 49
Trata-se do exame da compatibilidade entre a Resolução SE 10, de 02-
02-95, que dispõe sobre matrícula de aluno estrangeiro na rede estadual de ensino fundamental e
médio e o artigo 48 da Lei dos Estrangeiros (Lei Federal nº 6845, de 19-08-80 alterada pela Lei
Federal nº 6964, de 09-12-81).
LEGISLAÇÃ O 50
“Art. 48. Salvo o disposto no § 1º. do artigo 21, a admissão de
estrangeiro a serviço de entidade pública ou privada, ou a matrícula em estabelecimento de
ensino de qualquer grau, só se efetivará se o mesmo estiver devidamente registrado.
LEGISLAÇÃ O 51
se na rede estadual de ensino”. (Reproduzimos apenas as três primeiras questões, que refletem o
teor global da consulta).
1.2 APRECIAÇÃO
Todas as interpretações apresentadas mostram não existir dúvidas de
que o artigo 48 da Lei nº 6815/80 foi tacitamente revogado por incompatibilidade, ficando
inconsistente com os dispositivos constitucionais e legais hoje vigentes.
LEGISLAÇÃ O 52
Mais que isto, ao não fazer nenhuma referência sobre a necessidade
dos estabelecimentos de ensino informar ao Ministério da Justiça as referidas matrículas e suas
alterações, agiu com coerência. Da mesma forma como não se aplica o artigo 48, “caput”, da Lei
dos Estrangeiros, por estar tacitamente revogado, também pelos mesmos motivos, não se aplica
seu parágrafo único, tão discriminatório e contrário ao texto constitucional vigente e ao Estatuto da
Criança e do Adolescente, como o “caput” do artigo, antes invocado.
LEGISLAÇÃ O 53
Estas considerações de ordem legal, acrescidas à necessidade de
coibir qualquer tipo de discriminação entre criança brasileira e estrangeira, documentada ou não,
estabelecendo seu direito à educação, independente de sua nacionalidade ou documentação,
justificam a edição da Deliberação ora proposta.
2. CONCLUSÃO
Relator
3. DECISÃO DA CÂMARA
Presidente da CEM
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
LEGISLAÇÃ O 54
Homologada em 23/10/97, pub. no DOE em 24/10/97, Seção O, Pg. 08.
EQUIVALÊNCIA DE ESTUDOS
Art. 2o São sujeitos à aprovação do Congresso Nacional quaisquer atos que possam resultar em
revisão do referido Acordo ou que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio
nacional, nos termos do art. 49, inciso I, da Constituição.
LEGISLAÇÃ O 55
Parágrafo único - O Conselho integra-se no sistema orçamentário da Secretaria da Educação
como unidade orçamentária e unidade de despesa.
Artigo 2º - Além de outras atribuições conferidas por lei, compete ao Conselho:
I - formular os objetivos e traçar normas para a organização do Sistema de Ensino do Estado de
São Paulo;
II - elaborar e manter atualizado o Plano Estadual de Educação, com aprovação do Governador;
III - fixar critérios para o emprego de recursos destinados à Educação, proveniente do Estado, da
União, dos Municípios ou de outra fonte, assegurando-lhes aplicação harmônica e bem assim
pronunciar-se sobre convênios de ação interadministrativa;
IV - Fixar normas para a concessão de auxílio do Estado a entidades sem fins lucrativos,
mantenedoras de escolas, visando a assegurar o ensino gratuito aos menores dos sete aos
quatorze anos;
V - fixar critérios para a concessão de bolsas de estudo no ensino ulterior ao do primeiro grau
bem como para a fixação do respectivo valor e forma de sua restituição;
IX - fixar normas para a fiscalização dos estabelecimentos referidos no inciso anterior, dispondo
inclusive sobre casos de cassação de funcionamento ou de reconhecimento;
LEGISLAÇÃ O 56
XIV - exercer o controle dos resultados obtidos pelos estabelecimentos isolados de ensino
superior, mantidos pelo Estado, ou por fundações ou associações pelo mesmo instituídas, quanto
ao atendimento das suas finalidades e objetivos institucionais, assim como proceder à análise do
seu custo e produtividade, facultada a declaração, total ou parcial, de competência à Secretaria da
Educação, que a exercerá, de acordo com normas fixadas pelo Conselho;
XV - pronunciar-se sobre a incorporação, ao Estado, de escolas de qualquer grau e, bem assim,
sobre a transferência de estabelecimento de ensino superior de um para outro mantenedor,
quando o patrimônio houver sido constituído no todo ou em parte, por contribuições do Estado, do
Município ou da União;
XVI - aprovar a reunião dos estabelecimentos isolados de ensino superior referidos no inciso XI
deste artigo em federações de escolas, ou sua incorporação à universidade;
XVII - fixar as condições para a admissão, a qualquer título, em cargos e funções do magistério
estadual do primeiro e segundo graus, assim como as condições de provimento, carreira e
regimes de trabalho dos docentes dos estabelecimentos isolados de ensino superior estadual ou
municipal;
XVIII - fixar normas para a admissão nas funções de docentes dos estabelecimentos isolados de
ensino superior, mantidos pelo Estado, fundações ou associações por ele instituídas e aprovar em
cada caso, a admissão;
XIX - fixar normas para a admissão nas funções de docente dos estabelecimentos isolados de
ensino superior, mantidos pelos Municípios ou fundações ou associações instituídas pelo Poder
Público municipal, e aprovar, em cada caso, as indicações feitas;
XX - fixar critérios para a avaliação de títulos de candidatos aos concursos para o provimento
efetivo de qualquer cargo de carreira docente nos estabelecimentos isolados de ensino superior,
mantidos pelo Estado, e aprovar a constituição das respectivas bancas examinadoras;
XXIII - dispor sobre as adaptações necessárias à transferência de alunos de uma para outra
escola ou curso, inclusive de estabelecimento de país estrangeiro, em relação ao ensino médio e
aos estabelecimentos isolados de ensino superior referidos no inciso XI deste artigo;
XXIV - fixar normas sobre os cursos de aprendizagem de que trata o artigo 51 da Lei federal nº
4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação alterada pelo Decreto-lei federal nº 937, de 13
de outubro de 1969, e aprovar os relatórios anuais das entidades responsáveis pelos referidos
cursos;
XXVI - emitir parecer sobre assuntos ou questões de sua competência, que lhe sejam submetidos
pelo Governo do Estado;
LEGISLAÇÃ O 57
XXVII - julgar, em última instância, na forma da alínea a do artigo 50 da Lei federal nº 5.540, de
28 de novembro de 1968, recursos por estrita argüição de ilegalidade das decisões finais das
universidade e dos estabelecimentos isolados de ensino superior referidos nos incisos X e XI
deste artigo;
XXVIII - exercer as demais atribuições que a legislação federal confere aos conselhos estaduais
de educação, e, bem assim, no que couber, no âmbito estadual, as que são consignadas ao
Conselho Federal de Educação em relação ao sistema de ensino da União;
Artigo 5º - O Conselho Estadual de Educação será constituído por vinte e quatro membros
nomeados pelo Governador escolhidos entre pessoas de notório saber e experiência em matéria
de educação, observada a devida representação dos diversos graus de ensino e a participação de
representantes do ensino público e privado.
§ 5º - A licença por mais de seis meses ou por tempo indeterminado, salvo por motivo de saúde,
dependerá de aprovação do Governador, após manifestação do Conselho.
Artigo 6º - Os conselheiros serão substituídos por suplentes nos casos de licença por tempo
superior a trinta dias.
§ 1º - Para efeito do disposto neste artigo, o Governador nomeará cinco suplentes, sendo três do
ensino público, pelo menos, entre pessoas que satisfaçam os mesmos requisitos exigidos para a
escolha dos conselheiros.
§ 2º - A nomeação dos suplentes será válida por dois anos, permitida a recondução.
LEGISLAÇÃ O 58
§ 3º - A convocação dos suplentes obedecerá ao critério do rodízio.
Artigo 7º - O Secretário da Educação pessoalmente, ou por representante que designar, terá
acesso às sessões plenárias do Conselho, participando dos trabalhos, sem direito de voto.
Parágrafo único - Esgotado o prazo, sem deliberação, serão os projetos considerados aprovados,
devendo o Presidente do Conselho providenciar a publicação das deliberações no prazo dos dez
dias seguintes.
Artigo 10 - Para os fins do disposto nos artigos 8º e 9º parágrafos, não serão contados os dias
compreendidos nos períodos regimentais de recesso do Conselho.
Parágrafo único - O Presidente do Conselho fará jus à gratificação de representação que for
fixada pelo Governador.
Artigo 12 - O Conselho dividido em Câmaras do Ensino dos Primeiro, Segundo e Terceiros
Graus cada qual com um mínimo de sete membros, reunir-se-á em sessão plenária para deliberar
sobre assuntos gerais e sobre matéria de sua competência; e em Câmaras e comissões para
estudo de assuntos de sua especialidade e outros atributos pelo regimento.
Parágrafo único - Por deliberação da maioria absoluta, em sessão plenária, poderá ser delegada
competência a qualquer das Câmaras para deliberar sobre matéria a respeito da qual tenha o
Conselho firmado entendimento pacífico.
LEGISLAÇÃ O 59
Parágrafo único - Compete à Secretaria Geral organizar e manter todos os serviços
administrativos do Conselho, e à Assessoria Técnica, prestar assistência técnica ao Conselho, na
forma do regimento.
II - pessoas físicas ou jurídicas contratadas para a execução de serviços técnicos eventuais, ou
para integrarem comissões de especialistas, sem vínculo empregatício, após pronunciamento do
Conselho, por maioria de votos, em sessão plenária.
Artigo 16 - Esta lei e suas disposições transitórias entrarão em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário, especialmente as Leis nº 9.865, de 9 de outubro de 1967,
nº 10.096, de 3 de maio de 1968 e o Decreto-lei nº 196, de 23 de fevereiro de 1970. Disposições
Transitórias
Parágrafo único - Aplica-se o disposto neste artigo aos conselheiros nomeados para completar
mandato.
Artigo 2º - Para o fim de adaptar a composição do Conselho ao disposto nesta lei os conselheiros
que forem nomeados para as vagas que ocorrerem a 31 de julho de 1971 terão um mandato de
um ano, oito o mandato de dois anos e oito o mandato de três anos.
LEGISLAÇÃ O 60
Artigo 3º - O Poder Executivo regulamentará esta lei no prazo de 90 (noventa) dias, a contar da
data de sua publicação.
Artigo 4º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta de dotações
orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.
Artigo 5º - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, aos 17 de março de 2003.
Geraldo Alckmin
Gabriel Benedito Issaac Chalita
Secretário da Educação
nos termos do inciso XXIII do Artigo 2º da Lei Estadual nº 10.403 de 06 de julho de 1971, e na
Indicação CEE nº 15/2001,
Delibera:
disciplina de educação física.
O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO:
Faço saber que a Assembléia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei:
Artigo 1º - A equivalência de estudos realizados no exterior em nível do ensino fundamental e
médio, no sistema de ensino do Estado de São Paulo, regula-se por esta Deliberação.
§1º - Para os efeitos desta Deliberação consideram-se alunos do exterior aqueles que
freqüentaram, exclusivamente ou por período superior a dois anos, escolas sediadas fora do país.
§ 2º - São considerados como alunos do sistema brasileiro de ensino aqueles que freqüentaram
escola no exterior por período de até dois anos.
Artigo 2º - Aluno do exterior, que pretende prosseguir seus estudos em cursos de ensino
fundamental e médio deve requerer matrícula diretamente na unidade escolar de seu interesse.
Parágrafo único - A unidade escolar, de acordo com sua proposta pedagógica e seu regimento,
deve classificar o aluno levando em conta seu grau de desenvolvimento, escolaridade anterior e
competências, nos termos da Deliberação CEE nº 10/97.
Artigo 3º - Aluno proveniente do exterior, que pretende a equivalência de seus estudos em nível
de conclusão do ensino fundamental ou médio, deve apresentar sua solicitação diretamente na
Diretoria de Ensino, em cuja jurisdição residir.
Parágrafo único - Para declarar a equivalência de estudos em nível de conclusão, a Diretoria de
Ensino levará em conta a análise da escolaridade do aluno e os seus direitos no país de origem,
comparando-a com as exigências do sistema brasileiro.
Artigo 4º - Alunos do sistema brasileiro, tal como definido no § 2º do Art. 1º desta Deliberação, que
pretendam prosseguir seus estudos no ensino fundamental ou médio, devem solicitar matrícula
junto à unidade escolar.
Parágrafo único - A unidade escolar levará em conta o disposto no Parágrafo único do Art. 2º
desta Deliberação, não podendo contudo decidir de forma que o aluno tenha seus estudos
comprimidos, no que tange à conclusão de curso.
Artigo 5º - Na análise da documentação trazida pelo aluno proveniente do exterior, o responsável
pela análise poderá:
I - solicitar tradução da documentação, sempre que entender necessária para sua compreensão;
II - diligenciar, pelo meios possíveis, para verificar a autenticidade da documentação, em caso de
necessidade.
Artigo 6º - De qualquer decisão, caberá sempre recurso ao Conselho Estadual de Educação.
Parágrafo único - O Conselho Estadual de Educação poderá avocar qualquer Processo sempre
que houver interesse.
LEGISLAÇÃ O 61
Artigo 7º - Esta Deliberação entrará em vigor a partir de sua homologação e publicação, ficando
revogadas as disposições em contrário, em especial as Deliberações CEE nºs 14/78, 12/83,
15/85, 12/86, 06/87, 12/89, 11/92 e 15/95.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Deliberação.
Sala "Carlos Pasquale", em 19 de dezembro de 2001.
FRANCISCO JOSÉ CARBONARI
Presidente
Homologada por Res. SE em 03/01/02, publicada no DOE em 04/01/02, Seção I, Página 22/23.
3. DECISÃO DA CÂMARA
A CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA adota, como sua Indicação, o Voto dos Relatores.
Presentes os Conselheiros: Ana Maria de Oliveira Mantovani, Arthur Fonseca Filho, Leni Mariano
Walendy, Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães, Marileusa Moreira Fernandes, Mário Vedovello
Filho, Mauro de Salles Aguiar, Rute Maria Pozzi Casati, Sonia Teresinha de Sousa Penin, Suzana
Guimarães Tripoli e Zilma de Moraes Ramos de Oliveira.
Sala da Câmara de Educação Básica, em 12 de dezembro de 2001.
a) Cons. Arthur Fonseca Filho
Presidente da CEB
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Indicação.
Sala "Carlos Pasquale", em 19 de dezembro de 2001.
FRANCISCO JOSÉ CARBONARI
Presidente
Homologada por Res. SE em 03/01/02, publicada no DOE em 04/01/02, Seção I, Página 22/23.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade,
a presente Deliberação.
Sala “Carlos Pasquale”, em 08 de outubro de 1997.
BERNADETE ANGELINA GATTI
Presidente
LEGISLAÇÃ O 63
Homologada em 23/10/97, pub. no DOE em 24/10/97, Seção I, Pg. 08.
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
1.1 HISTÓRICO
LEGISLAÇÃ O 64
Artigo 5º. A Direção da Escola deverá observar o disposto na
Deliberação CEE 12/83, para as decisões sobre equivalência de estudos realizados no exterior,
aos do Brasil, quando for o caso.
LEGISLAÇÃ O 65
tendo em vista a Res. SE 10/95, dando margem a atitudes discriminatórias do mesmo Sistema de
Ensino do Estado de São Paulo.
1.2 APRECIAÇÃO
Todas as interpretações apresentadas mostram não existir dúvidas de
que o artigo 48 da Lei nº 6815/80 foi tacitamente revogado por incompatibilidade, ficando
inconsistente com os dispositivos constitucionais e legais hoje vigentes.
LEGISLAÇÃ O 66
Isto sem entrar no mérito do absurdo educacional de se impedir
crianças e adolescentes estrangeiros do acesso ao ensino, por problemas de documentação ou,
como diz o ilustre Dr. Belisário dos Santos Jr., representando a Comissão de Justiça e Paz, no
pedido de revogação da Res. 9/90, criando “um clima de terror entre pais, alunos, professores e
diretores, com a exigência de elaboração de listas de alunos, notificação aos pais, delação ao
Ministério da Justiça, tudo ao estilo dos anos negros da ditadura militar”.
LEGISLAÇÃ O 67
exercida sobre seus pais, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. Exigir que as escolas
comuniquem ao Ministério da Justiça as matrículas de alunos estrangeiros, bem como as
alterações havidas em seus registros escolares, indica flagrante discriminação entre crianças e
adolescentes brasileiros e estrangeiros”
2. CONCLUSÃO
À vista do exposto, sugerimos que seja encaminhado ao Plenário o projeto de Deliberação anexo.
São Paulo, 03 de setembro de 1997
a) Cons. Francisco José Carbonari - Relator
3. DECISÃO DA CÂMARA
LEGISLAÇÃ O 68
ATENDIMENTO DOMICILIAR
Dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica.
CONSIDERANDO que condições de saúde nem sempre permitem freqüência do educando
à escola, na proporção mínima exigida em lei, embora se encontrando o aluno em condições de
aprendizagem;
DECRETAM:
a) incapacidade física relativa, incompatível com a freqüência aos trabalhos escolares;
desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o
prosseguimento da atividade escolar em novos moldes;
c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a
continuidade do processo pedagógico de aprendizado, atendendo a que tais características se
verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos (tais como a hemofilia), asma,
cartide, pericardites, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, nefropatias
agudas ou subagudas, afecções reumáticas, etc.
Art 2º Atribuir a esses estudantes, como compensação da ausência às aulas, exercício
domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com o seu estado de
saúde e as possibilidades do estabelecimento.
Art 3º Dependerá o regime de exceção neste Decreto-lei estabelecido, de laudo médico
elaborado por autoridade oficial do sistema educacional.
Art 5º Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
LEGISLAÇÃ O 69
Brasília, 21 de outubro de 1969; 148º da Independência e 81º da República.
DELIBERA:
LEGISLAÇÃ O 70
Art. 2º. A decisão de deferimento do requerimento das condições
especiais a que se refere esta Deliberação, é de competência da direção da instituição
educacional que, verificada a existência de requisitos e de condições necessárias à continuidade
dos estudos, incluirá no despacho concedente a indicação dos procedimentos pedagógicos a
serem adotados no caso.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Deliberação.
Sala “Carlos Pasquale”, em 16 de agosto de 2006.
SONIA APARECIDA ROMEU ALCICI
Vice-Presidente no exercício da Presidência
PROCESSO CEE Nº: 319/2006
INTERESSADA : Conselho Estadual de Educação/Câmara de Educação Básica
ASSUNTO: Condições especiais de atividades escolares, para discentes com problema de saúde
RELATOR : Cons. Pedro Salomão José Kassab
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
LEGISLAÇÃ O 71
Esta Indicação encaminha Projeto de Deliberação sobre condições
especiais de atividades escolares de aprendizagem e avaliação para discentes, cujo estado de
saúde as recomende.
LEGISLAÇÃ O 72
Os diferentes devem merecer procedimentos diferenciados, para
terem efetivamente garantido o direito à educação. De outro modo, seriam tratados como clones
ou como rebanhos, que não são. O processo educacional não é industrializável ao ponto de se
despersonalizarem os que constituem a razão de ser da Educação.
no exercício da Presidência
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Indicação.
Sala “Carlos Pasquale”, em 16 de agosto de 2006.
ASSUNTO: Entendimento a respeito da vigência do Decreto Lei n.º 1.044/69, que dispõe sobre o
tratamento excepcional para os portadores de afecções.
I - HISTÓRICO
Dando cumprimento ao disposto no art. 90 da Lei 9.394/96 que fixa as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, o Conselho Nacional de Educação tem promovido a discussão das questões
suscitadas entre o regime anterior e o instituído pela nova lei.
Embora tratem de modo elucidativo boa parte das questões referentes à regulamentação da nova
LDB, a matéria tratada nos mencionados pareceres não esgota a discussão sobre os dispositivos
que nortearão a educação nacional.
Considerando que permanece válida a fundamentação que motivou a edição do referido decreto-
lei e não havendo na LDBEN nada que expressamente CRIS/fev98
Dispõe sobre tratamento excepcional para os alunos portadores das afecções que indica.
CONSIDERANDO que condições de saúde nem sempre permitem freqüência do educando
à escola, na proporção mínima exigida em lei, embora se encontrando o aluno em condições de
aprendizagem;
DECRETAM:
a) incapacidade física relativa, incompatível com a freqüência aos trabalhos escolares;
desde que se verifique a conservação das condições intelectuais e emocionais necessárias para o
prosseguimento da atividade escolar em novos moldes;
c) duração que não ultrapasse o máximo ainda admissível, em cada caso, para a
continuidade do processo pedagógico de aprendizado, atendendo a que tais características se
verificam, entre outros, em casos de síndromes hemorrágicos (tais como a hemofilia), asma,
cartide, pericardites, afecções osteoarticulares submetidas a correções ortopédicas, nefropatias
agudas ou subagudas, afecções reumáticas, etc.
Art 2º Atribuir a esses estudantes, como compensação da ausência às aulas, exercício
domiciliares com acompanhamento da escola, sempre que compatíveis com o seu estado de
saúde e as possibilidades do estabelecimento.
Art 3º Dependerá o regime de exceção neste Decreto-lei estabelecido, de laudo médico
elaborado por autoridade oficial do sistema educacional.
Art 5º Este Decreto-lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as
disposições em contrário.
LEGISLAÇÃ O 75
AUGUSTO HAMANN RADEMAKER GRÜNEWALD
AURÉLIO DE LYRA TAVARES
MÁRCIO DE SOUZA E MELLO
Tarso Dutra
Atribui à estudante em estado de gestação o regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto-lei
nº 1.044, de 1969, e dá outras providências.
Art. 1º A partir do oitavo mês de gestação e durante três meses a estudante em estado de
gravidez ficará assistida pelo regime de exercícios domiciliares instituído pelo Decreto-lei número
1.044, 21 de outubro de 1969.
Parágrafo único. O início e o fim do período em que é permitido o afastamento serão
determinados por atestado médico a ser apresentado à direção da escola.
Art. 3º Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em
contrário.
Ernesto Geisel
Ney Braga
DELIBERA:
LEGISLAÇÃ O 76
Art. 1º Aplica-se esta Deliberação a quaisquer casos de alterações
de saúde que impeçam a atividade escolar normal do discente, pelas limitações que impõem ao
mesmo ou pelos riscos que podem ocorrer, para ele próprio, para outros discentes e para os que
têm atribuições em instituição educacional ou que a ela comparecem.
LEGISLAÇÃ O 77
cada caso, à disposição das autoridades educacionais competentes, as quais estarão igualmente
vinculadas à confidencialidade e à preservação da privacidade.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por
unanimidade, a presente Deliberação.
Sala “Carlos Pasquale”, em 16 de agosto de 2006.
SONIA APARECIDA ROMEU ALCICI
Vice-Presidente no exercício da Presidência
PROCESSO CEE Nº: 319/2006
INTERESSADA : Conselho Estadual de Educação/Câmara de Educação
Básica
ASSUNTO : Condições especiais de atividades escolares, para
discentes com problema de saúde
RELATOR : Cons. Pedro Salomão José Kassab
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
Esta Indicação encaminha Projeto de Deliberação sobre condições
especiais de atividades escolares de aprendizagem e avaliação para discentes, cujo estado de
saúde as recomende.
LEGISLAÇÃ O 78
O fundamento do que se propõe é, pois, o conhecimento e respeito
da individualidade do ser humano, com os dons e aptidões que possua, insuficiências e limitações
a que esteja submetido.
LEGISLAÇÃ O 79
A Instituição de Ensino deve estabelecer projeto especial para o
discente, podendo utilizar procedimentos pedagógicos já existentes, tais como: compensação de
ausência, trabalhos de pesquisa, avaliações especiais: escritas ou orais, sempre considerando o
tempo que o discente empregará para a aprendizagem.
2. CONCLUSÃO
Dentro desses princípios, propõe-se a Deliberação anexa.
São Paulo, 26 de abril de 2004.
a) Cons. Pedro Salomão José Kassab
Relator
3. DECISÃO DA CÂMARA
A Câmara de Educação Básica adota como sua Indicação, o Voto do
Relator.
Presentes os Conselheiros: Ana Luisa Restani, Ana Maria de Oliveira
Mantovani, Custódio Filipe de Jesus Pereira, Hubert Alquéres, Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos,
Mariléa Nunes Vianna, Mauro de Salles Aguiar, Neide Cruz, Pedro Salomão José Kassab, Suzana Guimarães
Tripoli e Wander Soares.
Sala da Câmara de Educação Básica, em 22 de março de 2006.
b) Cons.Mauro de Salles Aguiar
Vice Presidente da CEB
no exercício da Presidência
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por
unanimidade, a presente Indicação.
Sala “Carlos Pasquale”, em 16 de agosto de 2006.
SONIA APARECIDA ROMEU ALCICI
Vice-Presidente no exercício da Presidência
ASSUNTO: Entendimento a respeito da vigência do Decreto Lei n.º 1.044/69, que dispõe sobre o
tratamento excepcional para os portadores de afecções.
Dando cumprimento ao disposto no art. 90 da Lei 9.394/96 que fixa as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional, o Conselho Nacional de Educação tem promovido a discussão das questões
suscitadas entre o regime anterior e o instituído pela nova lei.
Embora tratem de modo elucidativo boa parte das questões referentes à regulamentação da nova
LDB, a matéria tratada nos mencionados pareceres não esgota a discussão sobre os dispositivos
que nortearão a educação nacional.
LEGISLAÇÃ O 80
Nesse sentido, em sessão de 07/07/97, a Câmara de Educação Básica examinou o Decreto-Lei
1.044 de 21/10/69, que dispõe sobre o tratamento excepcional para os alunos portadores de
afecções, atribuindo àqueles estudantes a compensação de ausência às aulas mediante
exercícios domiciliares.
Considerando que permanece válida a fundamentação que motivou a edição do referido decreto-
lei e não havendo na LDBEN nada que expressamente CRIS/fev98
LEGISLAÇÃ O 81
EDUCAÇÃO FÍSICA – PERIODO NOTURNO
Lei Nº 10.793/2003
Altera a redação do art. 26, §3º, e do art. 92 da Lei Nº 9.394/1996, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:
"Art. 26 .....................................................................................................
LEGISLAÇÃ O 82
REGUARIZAÇÃO DE VIDA ESCOLAR
LEGISLAÇÃ O 84
conteúdos forem diferentes e independentes, ainda quando não considerados pré-requisitos, eles
devem ser recuperados explicitamente.
3.1.2 Por outro lado, pode-se falar de um outro significado específico de recuperação implícita
com referência ao 1º grau. Nesse grau de ensino, sobretudo nas primeiras séries, a identidade ou
equivalência entre componentes curriculares não se definem propriamente em termos de
conteúdos programáticos. Com efeito, o que está em causa é muito mais o amadurecimento
lógico-psicológico da criança, não prevalecendo nem o volume nem a completude ou a perfeição
desses conhecimentos. O aluno terá que voltar a eles, necessariamente, no 2º grau, se continuar
estudando, para aprofundá-los e dominá-los com maior precisão. Se parar de estudar ao final do
1º grau, não será esse conteúdo que dará conta de sua maturação intelectual.
3.1.3 Um terceiro sentido de recuperação implícita encontra-se na situação em que o exercício
comprovado na área da habilitação profissional, os estudos posteriores no mesmo nível ou em
níveis mais elevados, bem como o aprofundamento da formação cultural do ex-aluno, acabam
suprindo as carências de seu currículo escolar, mesmo quando se tratar de componente (s) dos
mínimos profissionalizantes de 2º grau. O amadurecimento geral, em tais circunstâncias, torna
desnecessária e sem sentido pedagógico qualquer atividade escolar formal para saneamento de
eventuais deficiências de sua vida de estudos.
3.2 Cabe ainda uma referência especial aos casos, muito freqüentes, de irregularidades de vida
escolar relacionados aos componentes curriculares previstos pelo Artigo 7º da Lei 5692/71, ou
seja, Educação Artística, Educação Moral e Cívica, Educação Física, Programas de Saúde e
mesmo Educação Religiosa. Estes componentes têm características bem especificas no conjunto
curricular, não podendo ser tratados de forma idêntica às do tratamento dos demais componentes.
Como bem explicita o Parecer CFE 540/77, estes componentes não devem ser encarados como
“matérias” ou “disciplinas”, mas como “uma preocupação geral do processo formativo, intrínseca à
própria finalidade da escola, porque partes constitutivas e intransferíveis da educação do homem
comum”. Por isso, impõe-se maior flexibilidade com relação a seu conteúdo, forma de abordagem
e sua carga horária. Com efeito, tais componentes visam fundamentalmente a formação do aluno,
menos mediante informações teóricas, do que através de um esforço de vivenciação de valores
específicos.
A eventual regularização de vida escolar a ser feita em decorrência de lacuna curricular ou
retenção nesses componentes pode tomar como diretriz o que está disposto na Indicação CEE
07/83. Essa Indicação afirma, com razão, que “não é possível suprir formalmente, a posteriori,
falhas curriculares relativas aos elementos contidos no Artigo 7º. Lamentavelmente, nesses casos,
o prejuízo causado não poderá ser compensado pela escola ou pelo sistema de ensino”. A
Indicação descarta, assim, a pertinência de recursos tais como exames especiais, exames
supletivos, programas especiais de estudo, por considerá-los inadequados, por sua natureza, ao
nível de idade e grau de desenvolvimento dos alunos e inaceitáveis do ponto de vista pedagógico.
A solução mais conveniente é aquela fundada no princípio da recuperação implícita, apoiando-se
nos conteúdos dos demais componentes cursados pelo aluno com falha curricular, ou no seu
próprio desenvolvimento sócio-cultural.
4 – Das circunstâncias que podem interferir na aplicação do princípio
Três circunstâncias podem interferir na aplicação desta tese geral, sendo necessário levá-las em
consideração.
4.1 Falha administrativa
A situação de irregularidade pode se configurar por falha administrativa, seja da escola ou de
outra instância do sistema escolar, agravada muitas vezes pela demora na informação ao aluno e
na tomada de providências com vistas à sua regularização. Nesse caso, o aluno é vítima da
desorganização, da omissão, da displicência ou da incompetência daqueles que deviam ter
LEGISLAÇÃ O 85
qualificação e responsabilidade para o exercício de suas funções. Outras vezes, é a precariedade
de condições administrativas que respondem pelas falhas, atenuando a responsabilidade dos
dirigentes e encarregados. Contudo, é preciso analisar com cuidado esta circunstância, pois nem
sempre o aluno é simplesmente vítima, nem a escola e a administração tão desorganizadas
assim; por isso não se pode, sem maior exame, eximir o aluno de toda exigência de compensação
da perda pedagógica de fato ocorrida e porventura ainda não recuperada. Ainda que ocorrida por
responsabilidade estrutural do sistema escolar, o aluno não pode ser pura e simplesmente
isentado de tarefas de reposição, com vistas à recuperação. Esta é uma circunstância importante,
que deve ser levada em conta na busca de uma solução para sanar a irregularidade, sobretudo no
sentido de não sobrecarregar indevidamente o aluno. Em tais situações, poderá ser aplicado o
princípio da recuperação implícita, desde que satisfeitas as demais exigências de que se falará.
4.2 Ação ou participação dolosa do aluno
A situação de alunos que caracteriza irregularidade em decorrência de ação ou participação
dolosa tem merecido inúmeros pronunciamentos deste Conselho, dos quais pode-se destacar a
tratada no Parecer CEE nº 519/79, em que se analisou em profundidade o problema e que
evidencia a possibilidade de ser regularizada a vida escolar do aluno, desde que seja sanada a
falha em sua escolaridade, independentemente de outras providências que se fizerem
necessárias para apuração de fatos e responsabilidades criminais, junto aos órgãos competentes
da Secretaria de Segurança Pública.
Nestes casos, a aplicação do princípio de recuperação implícita sequer deve ser cogitada, uma
vez que prevalece o princípio educativo mais amplo de que o aluno que praticou intencionalmente
uma irregularidade, com dolo, deve assumir, em qualquer tempo, a responsabilidade pelos efeitos
de seus atos, devendo ainda haver muito rigor e critério ao se recorrer a eventuais circunstâncias
atenuantes.
4.3. Tempo decorrido
O tempo decorrido desde a ocorrência da irregularidade até a sua detecção é outra circunstancia
ponderável para o encaminhamento de soluções. A não ser no caso de comprovada ação dolosa,
quando já decorreu muito tempo do cometimento da irregularidade, não tem sentido pedagógico
exigir do aluno atividade escolar compensatória para sua recuperação. É de se considerar que a
experiência de vida, a prática profissional ou o aprofundamento da formação cultural do ex-aluno,
tornam pedagogicamente inconsistente e desnecessária qualquer atividade formal de recuperação
especifica, na medida em que, como já ficou explícito no item 3.1.3, estas situações significam um
amadurecimento geral, sob todos os pontos de vista. Não cabe mais fazer alguém, nessa
condição, retornar a um processo didático-pedagógico de aprendizagem. Já quando é descoberta
a irregularidade durante o período em que o aluno ainda se encontra em processo escolar ou dele
egresso recentemente, cabe, na hipótese da não-aplicabilidade do princípio da recuperação
implícita, prescrever atividades pedagógicas específicas tais como exames especiais, adaptações,
dependências ou planos individuais de estudo. Nos casos de longo decurso de tempo, a aplicação
do princípio de recuperação implícita funda-se também numa “prescrição aquisitiva” de que falava
o Consº Renato A. T. Di Dio em seu voto relativo à Indicação 7/83. Nesse voto, o Conselheiro
enfatizava a importância, até mesmo jurídica, do decurso de tempo. Na sua opinião, tal
“prescrição aquisitiva” tem como requisitos mínimos: “boa fé do aluno, tempo decorrido (três anos,
por exemplo) e impraticabilidade de reposição caracterizada pela conclusão do curso”. Não é fácil
estabelecer um prazo rígido para este decurso de tempo, contudo, este mínimo de três anos
parece ser uma referência adequada para que se possa falar de prescrição aquisitiva e
conseqüente recuperação implícita. Quando a irregularidade é descoberta, enquanto o aluno
ainda está matriculado e freqüentando a escola, poderá se caracterizar a impossibilidade de
aplicação do princípio de recuperação implícita como a solução mais indicada para saná-la. Neste
LEGISLAÇÃ O 86
caso, outras soluções alternativas poderão ser aplicadas: o Programa Especial de Estudos,
processos de adaptação, cumprimento da (s) disciplina (s) em regime de dependência, processos
pedagógicos considerados hábeis para a superação de falhas de aprendizagem. Convém
considerar mais atentamente a significação do Programa Especial de Estudos, enquanto
instrumento pedagógico de superação de falhas de aprendizagem e insistir na recomendação de
que seja preferencialmente utilizado pelas escolas. Este Programa, às vezes denominado
igualmente Programa Individual de Estudos, Programa Concentrado, é estratégia mais
consentânea para o desenvolvimento do processo de adaptação ou mesmo para o cumprimento
de disciplina em regime de dependência. Este instrumento foi objeto de atencioso estudo no
Parecer 834/78, do CEE do Estado do Rio Grande do Sul, aparecendo igualmente nos Pareceres
1030/82, 914/80 e 793/84 de nosso Conselho.
Com razão afirma o autor do Parecer 834/78-RS: “quando o objetivo que se tem em vista é,
primordialmente, levar o aluno a superar falhas de aprendizagem, melhor será submetê-lo a um
Programa Especial de Estudos, individualizado, adequado à sua situação atual, a fim de permitir-
lhe a superação de deficiências que de fato ainda apresente. Para tanto, será necessário
diagnosticar com segurança essas deficiências...”
Por outro lado, o Parecer CFE 2.164/78, ao tratar da recuperação como um todo, explicitando o
teor do art. 11 da Lei 5692/71, aborda a questão da recuperação paralela, entendida como aquele
processo paralelo e simultâneo ao desenvolvimento dos estudos regulares do aluno. Embora tal
instituto de recuperação seja proposto para alunos com deficiências de aproveitamento no
decorrer do processo de aprendizagem, ele pode ser a solução mais adequada como via de
superação de lacunas curriculares ou de retenção não recuperada em situações de irregularidade
de vida escolar.
Assim, o Programa Especial de Estudos é constituído de um conjunto de atividades de estudo,
obedecendo a um plano individualizado, adequado à situação em que o aluno se encontra. Por
isso, sua elaboração deve ser precedida de uma avaliação diagnóstica, apta a medir a real
situação de deficiência do aluno. A elaboração e a aplicação, a orientação e a supervisão do
programa especial de estudos são de responsabilidade da escola, que designará professor para
acompanhar o aluno, tomadas todas as medidas pedagógicas e administrativas que o processo
requer. A duração do “Programa Especial” será estabelecida com base na avaliação diagnóstica,
não devendo nunca o horário de cumprimento do mesmo interferir no horário do curso regular do
aluno, ficando claro que em hipótese alguma o processo de recuperação deva ser transformado,
como enfatiza o Parecer CFE 2164/78, num meio facilitário “para promover quem não alcançou
resultados desejáveis, mas como elemento indispensável para corrigir desvios ou insucessos
constatados na avaliação” (item 3.1).
A aplicação do programa, de inteira responsabilidade da escola, não deve acarretar ônus
financeiro adicional para os alunos, quando a falha de aprendizagem decorreu de irregularidade
cometida pela escola, situação distinta daquela de processos normais de recuperação.
Na rede pública, impõe-se uma regulamentação, por parte da Secretaria da Educação, das
normas de sua aplicação, uma vez que tal Programa pressupõe despesas extraordinárias e
interfere na jornada de trabalho do professor. Mas seria lamentável que os alunos da rede pública
não pudessem usufruir dessa atividade por falta de sua regulamentação. Assim, ao mesmo tempo
em que o CEE determina à Secretaria da Educação que tome as providencias cabíveis com vistas
à sua regulamentação, o CEE sugere que a Secretaria estude a possibilidade de celebração de
convênios com as Universidades, visando obter a colaboração de estagiários para a execução
desse programa, sob a coordenação de professores da escola.
5. Das normas para aplicação do princípio
5.1 No caso de irregularidade detectada ainda durante o curso
LEGISLAÇÃ O 87
Nesta hipótese, verificar-se-á, inicialmente, a possibilidade de aplicação do princípio de
recuperação implícita, uma vez que o aluno poderá estar cursando o mesmo componente ou
componentes afins na seqüência de seu curso. Caracterizada, contudo, a impossibilidade de
aplicação desse princípio, devem ser aplicadas soluções alternativas, nos termos desta Indicação,
como sugerido no item 4.3. A solução mais adequada parece ser a do Programa Especial de
Estudo, conforme descrito no referido item.
5.2. No caso de irregularidade detectada após o encerramento do curso
Se a irregularidade só vem a ser descoberta após o encerramento do curso, a primeira solução a
ser examinada é a possibilidade de aplicação do princípio de recuperação implícita. Para tanto,
proceder-se-á à análise dos conteúdos programáticos do mesmo componente ou dos
componentes afins e complementares que foram cursados nas demais séries, buscando-se
verificar se os mesmos se equivalem aos conteúdos não estudados ou se os englobariam de
alguma maneira. Esta análise dos conteúdos programáticos do (s) mesmo (s) componente (s), dos
componentes afins ou complementares é, no entanto, de difícil aplicação, uma vez que as
escolas, em geral, públicas e particulares, não contam com sistemas adequados de
documentação, não sendo os documentos que registram os conteúdos programáticos arquivados
por muito tempo. Não sendo possível esta análise, poder-se-ia ter como alternativa para se
caracterizar a recuperação implícita uma avaliação diagnóstica em conteúdos considerados
essenciais ou o estudo de caso pelos professores da área ou da disciplina, que tomariam como
referências as características do componente curricular e o desempenho do aluno. Se a adoção
dessas medidas se mostrar insuficiente para se caracterizar a recuperação implícita, pode-se
ainda analisar a situação escolar e profissional do aluno, após o curso, aos termos do 3.1.3. Se
esta análise ainda se revelar insuficiente, só resta convocar o aluno à escola para exames
especiais, em se tratando de componentes do núcleo comum ou da parte diversificada, excluídos
os mínimos profissionalizantes. Mas esta convocação só tem sentido num prazo máximo de 3
anos, após a conclusão do curso. Se a constatação de irregularidade se deu após mais de 3 anos
da conclusão do curso, não resta outra saída senão a de considerar ocorrida uma recuperação
implícita, admitindo-se que sua experiência de vida, o aprofundamento cultural, bem como um
amadurecimento geral, acabaram por suprir a carência de seu currículo escolar. Excluem-se desta
última alternativa aqueles casos em que o interessado não comprove ter suprido a deficiência de
seu currículo escolar em relação aos mínimos profissionalizantes, na forma prevista no item 3.1.3
quando então poder-se-á optar pelo retorno à escola para freqüência ao curso ou a programas
especiais de estudo ou pela realização de exames supletivos profissionalizantes. Na hipótese de o
interesse do aluno ser apenas o de dar continuidade a seus estudos, sua situação poderá ser
analisada e solucionada a seus estudos, sua situação poderá ser analisada e solucionada à luz
das exigências relativas à parte comum e desde que tenha cumprido a carga horária mínima
prevista em lei para o ensino de 2º grau, pode ser-lhe expedido o certificado de conclusão de
curso especificamente para fins de prosseguimento de estudos. 5.3. No caso de comprovada
ação ou participação dolosa do aluno Quando se descobre que a irregularidade foi gerada por
comprovada ação ou participação dolosa do aluno, qualquer que seja o tempo decorrido, não há
que se cogitar da aplicação do princípio da recuperação implícita. A única forma cabível de
regularização de sua vida escolar é o suprimento da falha na sua escolaridade, que poderá ser
feito através de estudos realizados em cursos regulares ou de suplência ou mediante aprovação
em exames supletivos realizados pela Secretaria de Estado da Educação. Tomando-se, por
exemplo, o caso de aluno que se utilizou de documento comprovadamente falso para se
matricular na 1ª série do 2º grau somente poderá ter sua situação escolar referente ao 2º grau
regularizada se comprovar que supriu, ainda que a posteiori, a escolaridade do 1º grau. De outro
lado, se houver circunstâncias atenuantes criteriosamente selecionadas, poderá ser suprida a
LEGISLAÇÃ O 88
falha na escolaridade do aluno mediante exames especiais ou dependência. Poder-se-ia citar,
como exemplo, um caso em que se comprova que um estudante da 3ª série do 2º grau adulterou,
aos 15 anos, por temor a represálias familiares, a nota ou conceito de um componente curricular
da 1ª série registrado no histórico escolar apresentado para matrícula, por transferência, na 2ª
série, essa situação poderia perfeitamente ser sanada mediante a realização de exame especial
do componente em que o aluno havia sido retido na 1ª série. Cumpre observar que a solução dos
exames supletivos pode encontrar óbice na idade legal estabelecida para a realização desses
exames. Assim, quando o aluno se encontrar em tal situação, impõe-se seu retorno à escola,
arcando ele com todas as exigências pedagógicas e administrativas do processo. 6. Dos níveis
de decisão e providencias correlatas Estabelecidas estas diretrizes normativas de
regularização de vida escolar, prevendo soluções para os casos mais comuns que venha a ter
este Conselho e tendo em vista as exigências de racionalização e agilização de decisões, impõe-
se a sua transferência a outras instâncias do sistema estadual de ensino. 6.1 Casos de
irregularidades atribuídas a falhas administrativas 6.1.1 Se a irregularidade for constatada,
ainda, enquanto o aluno está matriculado e freqüentando seu curso, cabe à direção da escola
providenciar sua solução, seja mediante processo de adaptação, mediante Programa Especial de
Estudos ou mesmo através de dependência, se este regime estiver previsto no Regimento,
conforme atender melhor o interesse das partes e as possibilidades e recursos da escola. A
solução, uma vez definida, será homologada pelo Supervisor de Ensino, feita a devida referência
a esta Indicação e à Deliberação correspondente. Em nenhuma hipótese pode ocorrer ônus
financeiro adicional para o aluno, nem prejuízo pedagógico, devendo a atividade compensatória
ocorrer em horário compatível com seu horário normal de estudo. 6.1.2 Se a irregularidade for
constada após o término do curso, o pedido de regularização deve ser encaminhado pela direção
da escola à Delegacia de Ensino, a quem caberá, à luz desta Indicação, definir a solução para o
caso. O expediente deve ser convenientemente instruído, com informação circunstanciada e
documentação necessária, incluindo-se os conteúdos programáticos dos componentes envolvidos
na irregularidade, para que a Delegacia de Ensino estude a possibilidade da recuperação
implícita. Não cabendo esta, definirá a Delegacia de Ensino outra solução, determinando
cumprimento da mesma pela escola onde ocorreu a irregularidade. Para tanto, levar-se-ão em
consideração as informações sobre a vida escolar ou profissional do aluno desde a sua saída da
escola. Entre as alternativas possíveis podem ser previstos inclusive os exames especiais. 6.2
Casos de irregularidades decorrentes de ação ou participação dolosa do aluno Em se
tratando de irregularidades originada de ação ou participação doloso do aluno, a Divisão Regional
de Ensino concluirá sobre o assunto. Formalmente comprovada a irregularidade, e
conseqüentemente anulados pela direção da escola os atos escolares e/ou documentos escolares
emitidos, de acordo com as normas em vigor, caberá solicitação de regularização de vida escolar
por parte do aluno. O pedido do aluno dará entrada na Delegacia de Ensino, que providenciará a
completa instrução do protocolado e o envio à Divisão Regional de Ensino que, analisando o caso,
determinará que o interessado supra a falha em sua escolaridade, seja cursando a série em que
havia sido retido ou série (s) que deixou de cursar, ou ainda, considerada a idade, que se submeta
a exames supletivos realizados pela Secretaria da Educação. Caso se constatem circunstâncias
atenuantes, poderá a Divisão Regional de Ensino determinar a realização de exames especiais ou
mesmo dependência, se houver tempo hábil e na forma prevista no regimento da escola. Uma vez
comprovado o atendimento às determinações feitas pela Divisão Regional de Ensino, deverão ser
tornados sem efeito eventuais atos anulatórios pela própria direção da escola, restabelecendo a
eficácia dos estudos e/ou documentos que haviam sido anulados. É sempre bom ter presente que
as medidas adotadas para regularização da vida escolar do aluno independem das providencias
que se fizerem necessárias junto aos órgãos competentes para apuração de fatos e
LEGISLAÇÃ O 89
responsabilidades criminais, se for o caso. 6.3 Recursos De qualquer decisão das escolas e
Delegacias de Ensino caberá recurso às Divisões Regionais de Ensino, e de suas decisões
caberá recurso ao Conselho Estadual de Educação. A parte interessada em recorrer, deverá fazê-
lo no prazo de 10 dias após ciência da decisão referente a seu pedido de regularização. O órgão
recorrido terá o prazo de 30 dias para pronunciar-se quanto ao recurso. 6.4 Casos ocorridos
anteriormente Tendo em vista a implantação desta nova sistemática de regularização de vida
escolar, fica estabelecido que todos os casos de irregularidade ocorridos anteriormente à
publicação desta Indicação devem também ser resolvidos de acordo com suas orientações. 6.5
Providências complementares A fim de se garantir a uniformização de procedimentos, entende-
se necessário que qualquer providencia tomada nos casos de irregularidade na vida escolar de
alunos seja devidamente documentada e faça parte do respectivo prontuário. Igualmente
necessário se faz que se mencione, nos documentos escolares a serem expedidos àqueles
alunos, as providências adotadas no caso, fundamentadas na presente indicação e respectiva
Deliberação. Finalmente, e pelas mesmas razoes, parece-nos prudente que se providencie, em
qualquer caso, a publicação da decisão tomada, como tem sido feito por este Colegiado. 7.
Considerações Finais As diretrizes propostas nesta Indicação têm por fim garantir aos alunos
com vida escolar irregular, condições de regularizar sua situação, sem graves prejuízos
pedagógicos e profissionais. Visam ainda agilizar o funcionamento do sistema de verificação e
controle da vida escolar, diminuindo o volume e a gravidade das irregularidades que ainda vêm
ocorrendo, sobrecarregando o Conselho Estadual de Educação com processos desta natureza.
Nesta matéria, entendemos que cabe ao Conselho, tão somente, estabelecer as diretrizes
normativas, com base na legislação educacional e na política para o ensino de 1º e 2º graus do
Estado, bem como atuar e decidir como instância última de recurso, com relação às decisões
tomadas pelas demais autoridades do sistema. Contudo, melhor do que qualquer forma de
solucionar irregularidades, é evitá-las. Por isso, recomenda-se aos Srs. Diretores de Escola e
Supervisores de Ensino o maior cuidado e rigor na verificação dos prontuários dos alunos, tão
logo efetivadas as matrículas, impedindo-se desta forma, desde logo, a ocorrência dessas
irregularidades. O acompanhamento, a orientação e o controle da vida escolar devem ocorrer de
maneira contínua e sistemática. Recomenda-se, ainda, que as Delegacias de Ensino mantenham
controle das reincidências das irregularidades ocorridas nas mesmas escolas e dos tipos mais
comuns de irregularidades que ocorrem no âmbito de sua jurisdição, para que se possa buscar,
igualmente, soluções mais gerais, aptas a evitar tal incidência. A Secretaria de Educação deverá,
outrossim, dotar as escolas de infra-estrutura necessária e incluir nos seus programas,
treinamento de pessoal técnico-administrativo, com vistas a viabilizar a aplicação das diretrizes
desta Indicação. Finalmente, cabe assinalar que se impõe o maior rigor na aplicação das sanções
previstas na legislação a todos aqueles que, por ação ou omissão, são responsáveis pelas
irregularidades que tanto têm perturbado o bom funcionamento do sistema e a garantia dos
objetivos da educação do 1º e 2º graus no Estado de São Paulo. Para tornar eficazes as
disposições desta Indicação é submetido ao Plenário o seguinte projeto de Deliberação. CESG,
26 de agosto de 1986.
a) Cons. Antônio Joaquim Severino - Relator
DECISÃO DA CÂMARA
A CÂMARA DO ENSINO DO SEGUNDO GRAU adota, como sua Indicação, o VOTO do Relator.
Presentes os nobres Conselheiros: Arthur Fonseca Filho, Edmur Monteiro, Francisco Aparecido
Cordão, Hélio Jorge dos Santos, Luiz Eduardo Cerqueira Magalhães, Luiz Roberto da Silveira
Castro e Sílvio Augusto Minciotti. O Consº Antônio Joaquim Severino participou como Relator.
Sala das Sessões, aos 03 de setembro de 1986.
a) Consº. Luiz Roberto da Silveira Castro - Presidente
LEGISLAÇÃ O 90
DELIBERAÇÃO DO PLENÁRIO
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a decisão da Câmara do
Ensino do Segundo Grau, nos termos do Voto do Relator.
Sala “Carlos Pasquale”, em 1º de outubro de 1986.
a) Consª. MARIA APARECIDA TAMASO GARCIA - Presidente
EXPLICITAÇÃO DE VOTO
Senhora Presidente
Senhores Conselheiros
Creio ser desnecessário alongar-me na exposição do conteúdo e dos objetivos da indicação e da
proposta de deliberação sobre o encaminhamento dos processos de regularização de vida
escolar. Isto porque, sob o ponto de vista técnico, o teor desses documentos, ao que me parece,
está bastante explícito. Sem dúvida, a análise atenta dos senhores Conselheiros poderá identificar
eventuais lacunas e deficiências a serem superadas pelas valiosas emendas e sugestões.
Com efeito, o mais substantivo dessa proposta não é tanto o conjunto de diretrizes para a solução
dos problemas relacionados com as várias irregularidades de vida escolar que ocorrem tão
freqüentemente. O mais importante é a decisão de transferir esta tarefa de análise e julgamento
desses processos às várias instâncias do sistema estadual de ensino. E ao propor esta
descentralização, não me moveu, em primeiro lugar, o desejo de retirar de nossas alçada este
volumoso encargo. Nem julguei que a análise de tais casos fosse questão menor. Trará-se de
matéria de significativa relevância em seu conteúdo e que merece toda a atenção. Mas esta
atenção pode ser dada, com grande pertinência, pelos educadores que desempenham funções de
autoridade nas várias instancias do sistema. Por isso, o que me move, em primeiro lugar, é a
confiança que esses educadores merecem, não só pela sua competência, mas também pela sua
dedicação.
A experiência que venho tendo neste Conselho tem me trazido várias surpresas, contribuindo para
meu próprio amadurecimento. Primeiramente, como já testemunhei em público, marcou-me muito
ter descoberto, na prática do debate, que aqui se desenvolve a própria prática democrática, ou
seja, muito simplesmente, viver aqui a enriquecedora experiência de ver todos exporem
livremente suas idéias, ver todos discutindo, discordando, concordando, aceitando ou rejeitando,
com firmeza, convicção e tenacidade, mas sem nunca negar a ninguém não só o direito ao
espaço da palavra, mas também o direito de poder ter suas posições respeitadas, sem nunca ser
agredido por assumi-las.
Mas o Conselho me tem mostrado outras dimensões, para mim que nunca tivera qualquer
vivência do sistema público de ensino neste Estado. Sempre ouvia falar da máquina administrativa
da Secretaria da Educação, sempre ouvia referências negativas aos funcionários da
administração educacional do Estado. Mas, a julgar pelo conhecimento que estou tendo do
sistema público de ensino, a partir deste Conselho posso analisar o quanto essas imagens
estereotipadas são infundadas e injustas. O que aqui descobri, para além deste Plenário, foi um
corpo administrativo, de assessores, assistentes técnicos e de funcionários de apoio, em que
constato não só muita competência, mas, igualmente, muita dedicação a seu trabalho e
identificação com a causa da educação estadual. Aqui se realiza, de fato, o trabalho em equipe,
todos unidos em torno de uma causa, se esforçando pela construção de um projeto comum. E
com quanta vibração! Quanta participação e envolvimento quando estão em discussão neste
Plenário assuntos que dizem respeito à educação neste Estado. Mas se este reconhecimento, a
que agora dou forma pública, é uma homenagem agradecida aos nossos assistentes e
funcionários, é também a expressão da segurança que hoje sinto em relação aos nossos diretores
e coordenadores, sem deixar de me referir obviamente, aos professores e às equipes técnicas dos
vários setores.
LEGISLAÇÃ O 91
Por isso, creio que o Conselho, ao tomar uma primeira decisão como esta, está deixando, em
mãos competentes e dedicadas, o trabalho de apreciação e encaminhamento dos casos de
regularização de vida escolar.
Mas o Conselho não quer se livrar de excesso de trabalho. Ao contrário, o trabalho vai aumentar.
Só que numa outra direção, exatamente numa direção que, no meu entendimento, vai ao encontro
das expectativas da sociedade em relação à nossa tarefa. Quanto mais se amplia e se aprofunda
entre os educadores deste Estado, a consciência dos nossos problemas educacionais, mais tenho
sentido a grande esperança que depositam no Conselho. Parece-me, às vezes, que até espera
mais do que de fato podemos fazer. Quantas vezes já me foi perguntado, até a mim que me julgo
ainda um conselheiro neófito se, a respeito de tal ou tal problema da educação no Estado, o
Conselho não poderia dar uma solução. E, às vezes, acabo me engasgando tentando contornar a
situação, que se torna embaraçosa. Se hoje pleiteio dos ilustres colegas educadores, a aprovação
desta Indicação e desta Deliberação, é na expectativa de ampliar os espaços para que nossa
tarefa de pensar a educação deste Estado se efetive e se traduza em resultados que possam
gestar uma política educacional, fundada em posições claramente definidas e assumidas, em
princípios educacionais aqui debatidos e explicitados.
De tal modo que nossas atribuições de órgão normativo e deliberativo não se fragmentem num
mosaico de decisões e diretrizes soltas, mas se consolide todas em torno de uma proposta
educacional que possa galvanizar as inteligências e engajar as vontades dos educadores deste
Estado.
São Paulo, 1º de outubro de 1986.
a) Cons. Antônio Joaquim Severino
LEGISLAÇÃ O 92
Artigo 4° - Os docentes de escolas estaduais poderão ser convocados para a prestação de
serviços extraordinários, observadas as normas dos Decretos n° 13.535/79 e n° 22.622/84, nas
hipóteses de :
I – Execução de Programas Especiais de Estudos, definidos no item 4.3 da Indicação CEE n° 8/86
II – Aplicação de Exames Especiais, previstos nos itens 5.2 e 6.2 da mesma Indicação.
§ 1° - Para cumprimento do inciso II deste artigo, cada Delegacia de Ensino, em época
determinada pela respectiva Divisão de Ensino, organizará um só exame especial por
componente curricular por ano letivo.
§ 2° - O Delegado de Ensino poderá determinar a realização de exames especiais em qualquer
época do ano, se a aplicação do parágrafo anterior vier a ferir direitos individuais do aluno,
exclusivamente quando as irregularidades forem comprovadamente causadas por falhas
administrativas, nos termos do item 6.1.2 da Instrução CEE n° 8/86.
Artigo 5° - Serão autoridades competentes para a convocação de docentes de que trata o artigo
anterior:
I – O Delegado de Ensino, ao qual está jurisdicionada a escola, na hipótese de Programas
Especiais de Estudos prevista nos itens 5.1 e 6.1.1 da Indicação CEE n° 8/86.
II – Os Diretores Técnicos das Divisões Regionais de Ensino e da Divisão Especial de Ensino do
Vale do Ribeira, quando é determinada:
a) a execução de Programas Especiais de estudos, destinada a regularizar a situação de aluno
que tenha deficiência em seu currículo escolar em relação aos mínimos profissionalizantes, como
descreve o item 5.2 da Indicação CEE n° 8/86.
b) a aplicação de Exames Especiais em componentes do núcleo comum ou da parte diversificada,
excluídos os mínimos profissionalizantes, configurada nos itens 5.2 e 6.1.2 da Indicação.
c) a aplicação de Exames Especiais para solucionar irregularidades decorrentes de ação ou
participação dolosa do aluno, desde que se constatarem circunstâncias atenuantes, como previsto
no item 6.2 da Indicação.
§ 1° - O início da prestação do serviço extraordinário ficará condicionado à prévia publicação da
respectiva ordem, em atendimento ao estabelecido pelo Decreto n° 22.622/84.
§ 2º - Os procedimentos a serem adotados para fins de pagamento a título de serviços
extraordinários estão disciplinados no Comunicado DRHU n.º 25/85, publicado em 23 de setembro
de 1985.
INSTRUÇÕES ANEXAS A RESOLUÇÃO SE N.º 307/86
I – Procedimentos a serem adotados em casos de irregularidades atribuídas a falhas
administrativas enquanto o aluno está matriculado e freqüentando a escola:
1. Caberá à Escola:
a. formalizar expediente com informação pormenorizada, apreciação e parecer conclusivo
embasado na Deliberação CEE 18/86.
b. Instruir o expediente com os documentos necessários, tais como: cópia de certidão de
nascimento do aluno, histórico(s) escolar(es), quadro(s) curricular(es), conteúdos programáticos e
outros.
c) elaborar a Portaria de Regularização de Vida Escolar do aluno para posterior publicação, nos
termos do artigo 2° da Resolução de que fazem parte estas Instruções.
d) encaminhar o expediente à DE, submetendo-o à apreciação do Supervisor de Ensino para
homologação e aguardar publicação da Portaria no DOE.
e) após a publicação da Portaria de Regularização de Vida Escolar no DOE, dar ciência ao aluno,
no próprio expediente, da decisão de seu caso e, se houver exigências a serem atendidas, dar
condições para o seu cumprimento.
f) concluída a regularização de vida escolar do aluno, fazer os devidos registros escolares, juntar
comprovantes no seu prontuário e expedir a documentação escolar, se necessário.
2. Caberá à Delegacia de Ensino:
a) encaminhar a Portaria de Regularização de Vida Escolar do aluno para publicação no DOE
após sua homologação pelo Supervisor de Ensino.
LEGISLAÇÃ O 93
b) tomar as providências necessárias à convocação de docentes para prestação de serviços
extraordinários, quando for o caso, conforme o disposto na Resolução de que fazem parte estas
Instruções.
II – Procedimentos a serem adotados em casos de irregularidades atribuídas a falhas
administrativas detectadas após o encerramento do curso:
1. Caberá à Escola:
a) formalizar e instruir expediente conforme as letras a e b do inciso I – 1 destas Instruções.
b) encaminhar o expediente à DE para análise e decisão.
c) após a publicação da Portaria de Regularização de Vida Escolar, dar ciência ao aluno, no
próprio expediente, da decisão do seu caso e, se houver exigências a serem cumpridas, dar
condições para seu atendimento.
d) arquivar a cópia da Portaria de Regularização de Vida Escolar no prontuário do aluno, fazer os
devidos registros escolares e, se necessário, expedir documentos.
2. Caberá à Delegacia de Ensino:
a) analisar o caso e decidir sobre a solução a ser dada.
b) elaborar a Portaria de Regularização de Vida Escolar do aluno, nos termos do art. 2° da
Resolução de que fazem parte estas Instruções e encaminhá-la para publicação no DOE.
c) fazer retornar o expediente à UE, após a publicação da Portaria de Regularização de Vida
Escolar, para dar ciência ao aluno e para o cumprimento das exigências se houver.
d) adotar os procedimentos referidos na letra f do inciso I – 1 destas Instruções.
3. Caberá à Divisão Regional de Ensino:
tomar as providências necessárias à convocação de docentes para prestação de serviços
extraordinários, conforme o disposto na Resolução de que fazem parte estas Instruções.
III – Procedimentos a serem adotados em casos de irregularidades atribuídas a ação ou
participação dolosa do aluno:
1. Caberá à Delegacia de Ensino:
a) receber do aluno o pedido de regularização de sua vida escolar.
b) providenciar a completa instrução dos autos, juntando Portaria de anulação de atos e/ou
documentos escolares, de acordo com a Portaria GVCA/COGSP/CEI de 9-10-1985.
c) encaminhar os autos à Divisão Regional de Ensino.
d) após a publicação da Portaria de Regularização de Vida Escolar do aluno no DOE, dar ciência
da decisão da DRE ao interessado.
e) após o cumprimento das exigências pelo aluno enviar os autos à UE para que sejam tomadas
as seguintes providências pela Direção da Escola:
LEGISLAÇÃ O 94
Os Coordenadores de Ensino da Coordenadoria de Ensino da Região Metropolitana da Grande
São Paulo e da Coordenadoria de Ensino do Interior, tendo em vista:
.o disposto no Decreto nº 48.494/2004 que "Extingue o Grupo de Verificação e Controle de
Atividades da Secretaria da Educação e dá providências correlatas";
. a Resolução SE nº 107/2002 que "Institui no âmbito da Secretaria de Estado da Educação os
sistemas de Gestão Dinâmica de Administração Escolar e Sistema de Informações da Educação";
. a Resolução SE nº 108/2002 que "Dispõe sobre a informatização do sistema de publicação de
nomes de alunos concluintes de estudos de nível fundamental e médio, bem como de registro de
diplomas e certificados";
. os artigos 4º e 5º da Resolução SE 25/81, que "Dispõe sobre Documentos escolares",
Baixam a presente Portaria:
Artigo 1º- O Diretor da Escola deverá proceder à minuciosa verificação da documentação escolar
apresentada para efetivação da matrícula, observando as normas legais vigentes e os meios
técnicos disponíveis.
Artigo 2º- Havendo dúvidas quanto à exatidão, autenticidade ou legitimidade do documento, o
Diretor da Escola deverá explicitá-la, encaminhando-o à Diretoria de Ensino da área de jurisdição
da Escola a que ele se refere, solicitando a competente e eficaz verificação.
Artigo 3º- Recebida a documentação na Diretoria de Ensino, o Supervisor responsável pela
Unidade Escolar efetuará a sua verificação, adotando os seguintes procedimentos, conforme o
caso:
I- comprovada a regularidade dos registros, confirma a autenticidade e devolve o documento ao
solicitante;
II- constatada incorreção, falha ou omissão nos registros, determina à Escola a emissão de novo
documento, confirma sua autenticidade e devolve ao solicitante;
III- verificada irregularidade na vida escolar do aluno passível de regularização, providencia
encaminhamento ao órgão competente, dando ciência do fato ao solicitante;
IV- constatada falta de autenticidade ou de idoneidade, comunica o fato ao solicitante.
Artigo 4º- Nos casos a que se refere o inciso IV do artigo anterior, a escola que solicitou a
conferência deve convocar o interessado representado por seu pai ou responsável, se menor de
idade, imediatamente após a constatação da irregularidade para tomar a termo suas declarações,
facultando-lhe ampla defesa e produção de provas.
§1º- O resultado do procedimento deve ser comunicado à escola a que se refere o documento.
§2º- Utilizados todos os meios de comunicação, inclusive publicação em D.O. e não tendo o
interessado atendido à convocação no prazo fixado pela autoridade competente, devem ser
adotados os procedimentos previstos nos artigos 5º, 6º, 7º e 8º desta portaria.
Artigo 5º- Comprovada a falta de autenticidade ou de idoneidade, cabe ao Diretor da Escola a que
os documentos se referem, proceder à anulação dos mesmos, mediante portaria a ser
homologada pelo Supervisor de Ensino e encaminhada para a publicação no Diário Oficial pelo
Dirigente Regional de Ensino.
Parágrafo único - Em se tratando de escola extinta ou inexistente, a anulação será feita por meio
de portaria do Dirigente Regional de Ensino.
Artigo 6º- Após a publicação de anulação de documentos, nos termos do artigo 5º, deve o Diretor
da Escola onde o interessado tenha usufruído direitos indevidos, anular os atos escolares
praticados pelo aluno e possíveis documentos emitidos, mediante portaria que, homologada pelo
Supervisor de Ensino, será encaminhada pelo Dirigente Regional de Ensino para publicação no
Diário Oficial.
Artigo 7º- Quando a matrícula for instruída com documentação que suscite dúvidas, expedida por
escolas ou instituições de outros Estados da Federação, o Diretor da Escola deve solicitar a
conferência diretamente aos órgãos das respectivas Secretarias de Estado da Educação.
Parágrafo único - Confirmada a falta de autenticidade ou idoneidade da documentação, devem ser
tomadas as providências previstas nos artigos 4º e 6º desta portaria.
Artigo 8º- Após a anulação dos atos escolares e possíveis documentos expedidos, nos termos do
artigo 6º, a Diretoria de Ensino tomará as seguintes providências:
LEGISLAÇÃ O 95
I- oficia à Delegacia Regional do Ministério da Educação, caso o aluno tenha realizado estudos
em nível superior;
II- oficia ao Conselho Regional da Categoria para o caso de o aluno ter cursado habilitação
profissional;
III- conclui e encaminha o processo à Coordenadoria de Ensino à qual está jurisdicionada, que
tomará as providências pertinentes ao caso.
Artigo 9º - Aplicam-se as disposições da presente portaria aos casos de documentação enviada
para conferência por instituições de ensino superior e outros órgãos.
Parágrafo único - Para as situações previstas no caput deste artigo, a convocação do interessado
deverá ser procedida pela escola a que se refere o documento escolar.
Artigo 10 - As instituições com sistema de supervisão próprio, por delegação do Secretário de
Estado da Educação, por meio de Resolução, Convênios ou Termos de Cooperação Técnica,
seguirão as instruções desta portaria no que couber, encaminhando os atos anulatórios às
Coordenadorias de Ensino conforme a área de localização da escola, para publicação em Diário
Oficial.
Artigo 11 - As situações que não se enquadrem na presente portaria, deverão ser encaminhadas
às respectivas Coordenadorias de Ensino.
Artigo 12 - Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se as disposições
em contrário, em especial a Portaria Conjunta GVCA/COGSP/CEI, de 09/10/85.
TRANSFERÊNCIA
LEGISLAÇÃ O 96
a necessidade de uniformizar os procedimentos relativos aos registros de transferência de
alunos nas escolas estaduais;
que por meio do RA - Registro do Aluno atribuído pelo Sistema de Cadastro Alunos é
possível identificar devidamente o estudante, bem como as respectivas notas e os percentuais
de frequência em cada componente curricular, registrados no Sistema de Avaliação e
Freqüência/Boletim Escolar, de alunos da rede estadual, matriculados nos ensinos fundamental e
médio, inclusive na modalidade de educação de jovens e adultos presencial, resolve,
Artigo 4º - Uma vez registrada a solicitação de transferência pela escola de origem, será
emitido automaticamente pelo Sistema de Cadastro de Alunos da SEE um comprovante com os
seguintes dados:
I - nome completo do aluno, RA e data de nascimento;
II - nome da mãe;
III - data de entrada do pedido de transferência;
IV - data em que estará disponível a documentação escolar a ser entregue na escola de
destino (prazo máximo de 15 dias);
V - nível/modalidade de ensino bem como a série/ano/termo em que o aluno tem direito à
matrícula.
Artigo 5º - No prazo máximo estabelecido, a escola de origem expedirá o histórico escolar
do aluno, em impresso próprio, contendo no mínimo as seguintes informações:
I - identificação do aluno: nome completo do aluno, data de nascimento, nome completo da
mãe, número completo do RA e do RG no caso do estudante já possuir o documento civil;
II - identificação do nível/modalidade de ensino bem como da respectiva série/ano
que frequenta;
LEGISLAÇÃ O 97
III - nome e endereço completo da unidade escolar, com a indicação do órgão regional de
ensino a que está subordinada;
IV - indicação do ato legal que autorizou o funcionamento da escola;
V - componentes curriculares estudados em cada série/ano ou período letivo,
especificando para cada um deles a nota/ menção e faltas.
Artigo 6º - Na impossibilidade do pedido de transferência ser formulado na escola de
origem pelo pai ou responsável ou pelo próprio estudante maior de idade, caberá à escola de
destino e à respectiva Diretoria de Ensino comunicar à escola de origem ou à Diretoria a que está
subordinada, sobre o pedido de transferência, de forma a agilizar a baixa por transferência no
Sistema de Cadastro de Alunos e a expedição da documentação da vida escolar, mediante as
seguintes informações: número completo do RA do estudante, nome completo do aluno, data de
nascimento e nome da mãe, dados imprescindíveis para evitar equívocos no lançamento da baixa,
em razão de homônimos.
Parágrafo único - Para que não haja prejuízo nas atividades pedagógicas, fica assegurada
a frequência do aluno na escola de destino enquanto se aguarda a expedição, pela escola de
origem, da documentação pertinente - histórico escolar e baixa por transferência.
LEGISLAÇÃ O 98
O Conselho Estadual de Educação,no uso de suas atribuições, de acordo com o disposto no
inciso I do artigo 2o da Lei Estadual n° 10 403, de 06 de julho de 1971,
DELIBERA
Artigo 1o - O resultado final da avaliação feita pela Escola, de acordo com seu regimento, deve
refletir o desempenho global do aluno durante o período letivo, no conjunto dos componentes
curriculares cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e
dos resultados obtidos durante o período letivo sobre os da prova final, caso esta seja exigida ,
considerando as características individuais do aluno e indicando sua possibilidade de
prosseguimento de estudos .
§ 1o - Nos termos regimentais, o resultado final da avaliação de que trata o "capufdeste artigo
será registrado em documento escolar próprio, afixado em data e local previamente comunicados
aos alunos e seus responsáveis legais, ou entregue aos mesmos mediante ciência inequívoca.
Artigo 2o - No inicio de cada ano letivo, a Escola comunicará aos alunos e seus responsáveis
legais o calendário escolar com informações sobre o direito de pedido de reconsideração ou
recurso, nos termos do disposto nos artigos 5 o e 6o desta Deliberação, incluindo prazos e
procedimentos.
Artigo 4o . - No caso de não cumprimento dos artigos 1 o e 2o desta Deliberação, caberá pedido
de reconsideração, dirigido ao Diretor da Escola e posterior recurso, dirigido ao Delegado de
LEGISLAÇÃ O 99
Ensino ou, quando for o caso, ao órgão equivalente de Supervisão delegada por legislação
específica, sendo legitimados como recorrentes o
Artigo 6o - Da decisão da direção da Escola caberá recurso do aluno ou, do seu responsável
legal, dirigido ao Delegado de Ensino, mediante petição escrita e fundamentada que será
protocolada na Escola. PROCESSO 673/88 DELIBERAÇÃO CEE N° 11/96
§ 1o . - O expediente deverá ser instruído com cópia do processo de que trata do pedido de
reconsideração, contendo os fundamentos da decisão adotada pelo colegiado competente, à vista
dos documentos referidos no artigo 1o e parágrafos.
§ 2°. O expediente será ainda instruído com relatório elaborado pelo supervisor de ensino da
Escola.
§ 4o . O expediente, instruído nos termos dos parágrafos 1o . e 2o . deste artigo, deverá ser
encaminhado pela Escola à Delegacia de Ensino, até o 5o dia subsequente ao protocolo do
recurso.
Artigo 7o - O Delegado de Ensino emitirá sua decisão de mérito sobre o recurso interposto, até o
30° dia subsequente ao seu recebimento, após o pronunciamento de
LEGISLAÇÃ O 100
uma Comissão de, no mínimo, 03 (três) Supervisores de Ensino, um dos quais o supervisor da
respectiva Escola, só se justificando a substituição deste último por afastamento de suas funções.
a) Relatório do Supervisor da Escola sobre a situação ( baseado nos termos de visita) quanto aos
aspectos administrativos e pedagógicos que envolvam a análise e a avaliação dos seguintes
documentos:
- projetos de avaliação e descrição dos seus instrumentos, com indicação dos critérios
utilizados;
- diários de classe;
- atas das Reuniões Pedagógicas em que se analisou o desempenho dos alunos ao longo e ao
final do ano letivo.
LEGISLAÇÃ O 101
d) inobservância de outras normas e leis aplicáveis. PROCESSO 673/88 DELIBERAÇÃO CEE N°
11/96
Parágrafo único - Recebido o recurso especial pela Escola, esta o enviará até o 2 o dia
subsequente à Delegacia de Ensino que, em igual prazo, providenciará sua remessa ao Conselho
Estadual de Educação, para apreciação e julgamento, de todos os recursos que receba.
Artigo 15 - Esta Deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, para viger em relação
aos recursos de avaliação final referentes aos anos letivos a partir de 1997, ficando revogadas as
disposições em contrário e, especialmente, as Deliberações CEE n°s 03/91 e 09/92, ressalvado o
disposto no Artigo 14 desta. PROCESSO 673/88 DELIBERAÇÃO CEE N° 11 /96
1.INTRODUÇÃO
LEGISLAÇÃ O 102
de se aprofundarem as reflexões sobre a complexidade da própria avaliação escolar e o seu
papel no processo ensino-aprendizagem.
Assim, a avaliação escolar assume um papel muito amplo: sua função deve ser essencialmente
formativa, na medida em que lhe cabe o papel de subsidiar o trabalho pedagógico, redirecionando
o processo ensinoaprendizagem para sanar dificuldades encontradas na aquisição de
conhecimentos, aperfeiçoando a prática escolar.
PROCESSO 673/88
A avaliação não é portanto um fim em si mesma, mas um meio de se conseguir que todos os
alunos atinjam os objetivos da escolaridade básica. Diferentemente da avaliação classificatória,
que verifica o aproveitamento escolar para separar os alunos em aprovados e reprovados,
primeiramente promovidos e retidos, no final de um processo, a avaliação formativa deve estar
comprometida com aspecto social e construtivo da aprendizagem e com o desenvolvimento do
educando a todo momento. Ela deve ser entendida pelo professor como o processo de
acompanhamento e compreensão dos avanços, limites e dificuldades dos alunos para atingir os
objetivos do curso,do componente curricular ou da atividade de que participam e, também, como
indicador da necessidade de estimular a progressão da aprendizagem.
2. A AVALIAÇÃO E A LEGISLAÇÃO
A Lei Federal n° 5692/71 estabelece que compete aos estabelecimentos de ensino, nos termos
dos seus regimentos, a avaliação do rendimento escolar de seus alunos. Sem dúvida, é a equipe
escolar que reúne as melhores condições para acompanhar continuamente o aluno durante todo o
ano letivo e avaliar o seu desempenho global. É , portanto, na escola que devem ser resolvidas
praticamente todas as questões referentes à avaliação do aluno, mediante adequada aplicação de
critérios pedagógicos à variabilidade admitida nos textos legais.
LEGISLAÇÃ O 103
O Conselho Estadual de Educação, ao apoiar, o desenvolvimento de um processo de
aperfeiçoamento da avaliação que sublinhe seu caráter diagnóstico e formativo, fortalece a
autonomia da escola. Assim sendo, suas normatizações devem estimular a criação de caminhos,
que possibilitem à escola o exercício de seu papel social e
3. DIRETRIZES GERAIS
Para que uma visão ampla e formativa das práticas avaliativas torne-se efetiva em nossas
escolas, melhorando o aproveitamento escolar e evitando na avaliação do aluno, o acúmulo de
equívocos, que culminam em pedidos de reconsideração e de recursos contra resultados finais, os
trabalhos dos Professores, da Direção, da Coordenação Pedagógica, e da Supervisão, devem
estar norteados por um projeto pedagógico coletivamente elaborado, do qual deve fazer parte
integrante a avaliação formativa, voltada ao aperfeiçoamento do desempenho global da escola e
do aluno.
A Direção apoiará a ação pedagógica da Escola, garantindo tempo e espaço para reuniões onde
as dificuldades de aprendizagem dos alunos e as formas de superá-las serão discutidas. Deverá,
ainda, assegurar o pleno funcionamento de órgãos colegiados, onde o desempenho global do
aluno seja analisado ao longo de todo o processo, e possibilitar aos alunos e pais o conhecimento
dos critérios e condições de que resulta a avaliação. PROCESSO 673/88 INDICAÇÃO CEE
N° 12/96
avaliação.
LEGISLAÇÃ O 104
A Coordenação Pedagógica, com o apoio da Direção da Escola, deve garantir os seguintes
procedimentos :
Os registros contínuos dos procedimentos avaliativos elevem ser discutidos periodicamente nas
instâncias colegiadas, onde a Coordenação Pedagógica e a Direção da Escola irão estimular os
professores a identificar as causas das distorções do processo de ensinoaprendizagem e propor
alternativas para corrigi-las.
LEGISLAÇÃ O 105
3.1.3. - Avaliação e Ação Supervisora
Cabe à Supervisão verificar e assegurar a implementação das tarefas previstas nos itens
anteriores pela Direção e Coordenação Pedagógica nas escolas sob sua responsabilidade.
Cabe ainda à Supervisão orientar, acompanhar e fiscalizar os procedimentos dos recursos contra
os resultados da avaliação.
3.2.1- A Direção da Escola e os Supervisores devem garantir que todos os alunos e seus
responsáveis sejam esclarecidos sobre critérios, procedimentos e regularidade das avaliações,
bem como sobre as oportunidades de reforço e recuperação e possibilidades de pedido de
reconsideração e de recurso.
3.2.3. - Caso o aluno ou seu responsável, não aceite a decisão da Escola ao seu pedido de
reconsideração, poderá encaminhar recurso ao Delegado de Ensino.
3 2.4. - Recurso ao CEE Ao Conselho Estadual de Educação, órgão não pertencente à estrutura
administrativa da Secretaria de Estado da Educação, caberá decidir sobre recursos especiais
impetrados contra decisões tomadas nas Delegacias de Ensino.
I. O pedido de reconsideração, dirigido ao Diretor de Escola, deverá ser interposto até o 5 o dia
subsequente, à data de afixação e divulgação prevista no parágrafo único do artigo 1 o da
Deliberação. 11/96
LEGISLAÇÃ O 106
II. Não havendo na Escola procedimentos que garantam ao aluno o cumprimento do prazo
previsto no item anterior, o pedido de reconsideração poderá ser entregue até o 5o dia do mês em
que se inicia o período letivo subsequente. PROCESSO 673/88 INDICAÇÃO CEE N°
12/96
V. O recurso ao Delegado de Ensino deverá ser protocolado, na Escola, até o 5o dia subsequente
ao conhecimento inequívoco da decisão do seu Diretor.
VII. O Delegado de Ensino enviará à Escola sua decisão sobre o recurso interposto, até o 30° dia
subsequente ao recebimento do expediente.
IX. Recebido pela Escola recurso Educação,da decisão do Delegado de Ensino, ela o
enviará à Delegacia de Ensino, até o 2o dia subsequente e o Delegado, em igual prazo,
providenciará a remessa a este Conselho de todos os recursos que receba.
4. CONCLUSÃO
HISTORICO ESCOLAR
LEGISLAÇÃ O 107
- os termos da Portaria Ministeral n.º 696, de 6 de outubro de 1977 (D.O.U., de 11-10-77,
p.13.680), que regula a expedição de 2.ª vias de diplomas e certificados de conclusão do Curso
de 2.º Grau;
- letra a do artigo 17 da Lei Federal n.º 5.540 de 28 de novembro de 1968 e a letra a do Artigo 23
da Lei Federal n.º 5.692/71, que sustentam ser hábil para prosseguimento de estudos em grau
superior, apenas documentação que comprova a conclusão do ensino de 2.º grau;
- o Parecer 70/75; o Artigo 16 da Lei Federal n.º 5.692/71, a Portaria Ministerial n.º 414 de 13-6-
73, que concluem serem suficientes as assinaturas do Diretor e Secretário do estabelecimento
para que o certificado que é conferido ao aluno, tenha validade legal;
Resolve:
Artigo 1.º - As escolas da Rede Estadual de Ensino, expedirão uma única via dos documentos de
conclusão do curso de 2.º grau (certificado e respectivo histórico) e diploma , quando couber.
Parágrafo 1.º - Aos egressos de anos anteriores, poderá ser expedida, excepcionalmente, uma
única nova via do certificado e respectivo histórico escolar, mediante requerimento do interessado,
independentemente do cumprimento das exigências contidas na artigo 2.º;
Parágrafo 2.º - Excetuam-se do parágrafo 1.º, os certificados e diplomas já registrados no MEC ou
em fase de registro;
Artigo 2.º - REVOGADO PELA RESOLUÇÃO SE 08/07.
Artigo 3.º - As escolas de 2.º grau da Rede Estadual de Ensino expedirão, para efeito de matrícula
no ensino superior, certificado de conclusão do curso e respectivo histórico escolar referentes
somente ao ensino de 2.º grau;
Artigo 4.º - REVOGADO PELA RESOLUÇÃO SE 25/81.
Artigo 5.º - Os órgãos competentes da Secretaria da Educação baixarão instruções
complementares para o cumprimento da presente Resolução.
Artigo 6.º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação.
LEGISLAÇÃ O 109
DOCUMENTOS ESCOLARES
LEGISLAÇÃ O 110
Artigo 2°- A verificação da regularidade e autenticidade da vida escolar far-se-á exclusivamente na
escola onde o aluno concluiu o curso ou grau de qualquer modalidade e, ao final do mesmo,
mediante análise dos documentos que permitiram a matrícula nas sucessivas séries, observadas
as normas desta Resolução.
Artigo 3°- REVOGADO PELA RESOLUÇÃO SE 108/02.
Artigo 4°- As transferências entre unidades escolares vinculadas ao sistema estadual de ensino
terão os documentos encaminhados por meio dos interessados, ou das próprias escolas, não
sendo aceitos documentos rasurados;
Parágrafo único – Ocorrendo alguma dúvida quanto à legalidade do documento, o Diretor deverá
dirigir-se à respectiva Delegacia de Ensino, que efetuará as diligências necessárias.
Artigo 5.°- Os Supervisores de Ensino, no desempenho de suas atribuições, deverão tomar as
seguintes providências:
I – Verificar prontuários dos alunos das séries finais de cada grau ou curso, observando a
correção da carga horária, componentes curriculares, adaptações, dependências, estágios e
demais aspectos necessários;
II – Verificar se os currículos cumpridos estão de acordo com a legislação, inclusive no que se
refere à nomenclatura das disciplinas e cargas horárias;
III – Desenvolver trabalho de orientação, a fim de prevenir irregularidades;
IV – Anotar, em termo de visita, as providências julgadas necessárias, relativamente aos casos
verificados;
V – Verificar a correção dos documentos escolares em seus aspectos formal e de conteúdo,
inclusive a identificação do Diretor e Secretário, responsáveis pelos mesmos;
Artigo 6.° - As Delegacias de Ensino deverão manter o arquivo das atas de resultados finais,
referidas no artigo 79, inciso II, "i", do Decreto 7.510-76, independentemente das relações de
concluintes, determinada no § 3.° do artigo 3.° desta Resolução.
Artigo 7.° - REVOGADO PELA RESOLUÇÃO SE 108/02.
Artigo 8.º - Verificada em qualquer tempo, irregularidade que implique em anulação de atos
escolares, compete ao Diretor da escola a anulação dos mesmos, em relação ao estabelecimento
de ensino que dirige.
Parágrafo único – O ato anulatório do Diretor da escola deverá ser homologado pelo Supervisor e
comunicado ao Delegado de Ensino que providenciará sua publicação no Diário Oficial do Estado
e informará ao Ministério da Educação e Cultura.
Artigo 9.º - Esta Resolução entrará em vigor em 1.º de abril de 1981, revogadas as disposições
em contrário, especialmente o artigo 4.º da Resolução SE 190, de 20 de dezembro de 1977 e
Resolução SE 208, de 14 de outubro de 1976.
LEGISLAÇÃ O 116
ENSINO RELIGIOSO
Delibera:
Artº 1º - O ensino religioso a ser ministrado no ensino fundamental das escolas públicas do
sistema estadual de ensino obedecerá ao disposto na presente Deliberação e se fundamentará no
contido na Indicação CEE nº 07/2001.
Artº 2º - Consideram-se habilitados para o exercício do magistério de ensino religioso, nas quatro
primeiras séries do ensino fundamental:
Artº 3º - Consideram-se habilitados para o exercício do magistério de ensino religioso nas séries
finais - 5ª à 8ª - do ensino fundamental, os licenciados em História, Ciências Sociais ou Filosofia.
Artº 4º - Nas séries iniciais do ensino fundamental das escolas da rede estadual, os conteúdos de
ensino religioso serão ministrados pelos próprios professores responsáveis pela classe.
Artº 5º - Na rede estadual de ensino, o ensino religioso deve ser ministrado no mínimo em uma
das séries finais do ensino fundamental.
Parágrafo único - A inclusão do ensino religioso deverá estar prevista na proposta pedagógica da
escola e sua carga horária será acrescida à carga mínima anual existente.
Artº 6º - Os conteúdos do ensino religioso obedecem aos definidos na Indicação CEE nº 07/2001,
ouvindo-se as entidades civis, tal como prescrito no § 2º do Artº 33 da Lei 9394/96.
Parágrafo único - Para fins do disposto no caput, o Conselho Estadual de Educação organizará
LEGISLAÇÃ O 118
encontro anual no mês de setembro que proporá orientações a serem implementadas no ano
letivo subseqüente.
Artº 8º - As escolas estaduais disponibilizarão, ainda, às instituições religiosas das mais diversas
orientações, horário para oferta de ensino confessional, de caráter facultativo para os alunos.
§ 2º - Autorização para o uso de espaço do prédio escolar para o ensino religioso de natureza
confessional será feita sob responsabilidade da escola, a partir de programação elaborada pela
instituição interessada e aprovada pelo Conselho da Escola.
§ 3º - A matrícula facultativa dos alunos em turmas de ensino religioso confessional somente será
realizada mediante conhecimento dos pais sobre a natureza do conteúdo e autorização expressa
dos mesmos.
Artº 9º - Esta deliberação entrará em vigor após a homologação pela Secretaria de Estado da
Educação.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
O CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO aprova, por unanimidade, a presente Deliberação.
Os Conselheiros Flávio Fava de Moraes, Vagner José Oliva e Bahij Amin Aur votaram com
restrições.
Sala "Carlos Pasquale", em 25 de julho de 2.001.
ARTHUR FONSECA FILHO - Presidente
Homologada por Res. SE de 27/7/01, publ. no DOE em 28/7/01, pg.17.
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
A Constituição Brasileira de 1988 estabelece no § 1º do Artº 210 a obrigatoriedade do ensino
religioso nas escolas públicas:
"§ 1º O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das
escolas públicas de ensino fundamental".
Na mesma linha, a Lei nº 9.475, de 22 de julho de 1997, que deu nova redação ao Artº 33 da Lei
nº 9.394/96, prevê sua organização, atribuindo a regulamentação aos respectivos sistemas de
ensino:
LEGISLAÇÃ O 119
"Artº 33 - O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do
cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental,
assegurado o respeito à diversidade cultural, religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de
proselitismo.
'§ 1º. os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do
ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão de professores.
'§ 2º. os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações
religiosas, para definição dos conteúdos do ensino religioso."
O ensino religioso como disciplina obrigatória nas escolas públicas brasileiras consta de nossa
legislação educacional de longa data. Atendo-se às normas mais recentes, as Leis nº 4024/61 e
5692/71 já estabeleciam sua presença como obrigatória no horário das escolas oficiais brasileiras.
No Estado de São Paulo, há décadas ele consta do currículo das escolas estaduais,
apresentando, no entanto, posições divergentes e desafios à sua efetiva implementação, que
ainda estão a exigir uma normatização por parte dos órgãos do sistema.
Resta claro que a regulamentação dos conteúdos e o estabelecimento das normas para
habilitação e admissão dos professores de ensino religioso nas escolas públicas do sistema
estadual é atribuição do Conselho Estadual de Educação.
Entende-se que o ensino religioso deve ser enfocado nessa perspectiva, considerando-se
algumas especificidades da educação e da escola contemporâneas.
LEGISLAÇÃ O 120
Em primeiro lugar, releve-se que o pensar contemporâneo sobre a educação tem insistido na
descompartimentalização tradicional dos conhecimentos. O currículo marcado pela setorização
dos conteúdos e pelo ensino fragmentado, tal como ocorria nas escolas no último século, vem
cedendo lugar a uma concepção interdisciplinar de conhecimento. Resposta à demanda
profissional, econômica e social contemporâneas pela competência de estabelecer relações,
conectar fatos, fenômenos e dados, a interdisciplinariedade tem se afirmado como princípio
curricular e de avaliação. Dessa forma, é preciso evitar a introdução de disciplinas estanques;
contrariamente, se deve cuidar da articulação entre os saberes, priorizar a rede entre os
conhecimentos e a polivalência das informações.
"Devemos cultivar, como utopia orientadora, o propósito de encaminhar o mundo para uma maior
compreensão mútua, mais sentido de responsabilidade e mais solidariedade, na aceitação das
nossas diferenças espirituais e culturais. A educação, permitindo o acesso de todos ao
conhecimento, tem um papel bem concreto a desempenhar no cumprimento desta tarefa
universal: ajudar a compreender o mundo e o outro a fim de melhor se compreender." (Jacques
Delors, Relatório da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI - UNESCO). Ou
nas palavras de Dom Lourenço de Almeida Prado : "(...) este direito universal à educação não
será plenamente atendido se não for oferecido a cada um a educação que corresponda a sua
vocação própria, a sua índole, a sua tradição e cultura, a sua participação na vida da sociedade..."
Dentro desta perspectiva, o ensino religioso pode vir a contribuir com os projetos pedagógicos das
escolas e até rediscutí-los, à luz de uma concepção essencialmente formativa da educação.
II - O conteúdo
O ensino religioso nas escolas deve, antes de tudo, fundamentar-se nos princípios da cidadania e
LEGISLAÇÃ O 121
do entendimento do outro. O conhecimento religioso não deve ser um aglomerado de conteúdos
que visam evangelizar ou procurar seguidores de doutrinas, nem associado à imposição de
dogmas, rituais ou orações, mas um caminho a mais para o saber sobre as sociedades humanas
e sobre si mesmo. As religiões são corpos doutrinais de construção histórica, têm contextos
vinculados à etnologia, história social, geografia, arte, política, economia etc... Conhecê-las e
desvendá-las significa ampliar a rede de conhecimentos dos estudantes sobre o patrimônio
cultural humano e, ao mesmo tempo, propiciar-lhes suporte emocional e social do ponto de vista
do binômio: autoconhecimento / alteridade (aprender a ser / aprender a conviver).
Nesse sentido, as propostas de ensino religioso devem enfatizar o respeito pelo outro, o trabalho
com aqueles que se encontram em situação de exclusão social, promovendo formas voluntárias e
autônomas de participação e levando a um compromisso com as questões sociais e a uma
possibilidade de intervenção: tais práticas são caminhos viáveis para a promoção da cidadania.
Do mesmo modo, o compromisso com valores como honestidade, justiça, amor ao próximo,
bondade e solidariedade devem ser incentivados. Estes valores ligados a uma ética que,
específica para cada grupo social e religioso, apresenta elementos que podem ser vistos como
universais, devem ser assumidos na organização dos temas.
Visto sob a perspectiva histórica, o ensino religioso pode promover o reconhecimento daquilo que
diferencia grupos sociais e estilos de vida, sem quaisquer formas de discriminação ou
hierarquização dos mesmos. Com o auxílio de outros campos de produção de conhecimento -
história, antropologia, geografia, sociologia, literatura e arte, entre outros, pode-se combater o
estranhamento tão freqüente em relação às práticas culturais diferentes, uma vez que a promoção
deste conhecimento é condição determinante para o combate à ignorância e aos preconceitos
dela resultantes. Dito por outras palavras, o ensino religioso, entendido como um dado da cultura
e da identidade, é capaz de contribuir para uma visão mais filosófica da existência, presente em
todas as formas de crença.
LEGISLAÇÃ O 122
Curriculares Nacionais, particularmente no tocante aos chamados "temas transversais", mas
principalmente indicando um modo possível - e adequado - para o tratamento destes temas.
Isto posto, fica claro que o ensino religioso deve ser tratado como área de conhecimento em
articulação com os demais aspectos da cidadania, como saúde, sexualidade, meio ambiente,
trabalho, ciência e tecnologia, arte etc.
Nesse sentido, nunca é demais ressaltar a necessidade das escolas observarem, na formulação
dos conteúdos e procedimentos didáticos, o respeito à pluralidade cultural e religiosa dos alunos,
como já ressaltamos anteriormente, e da não discriminação de minorias religiosas, assim como
dos que não professem nenhum credo. É preciso, na organização dos temas a serem tratados,
dar conta de uma escolha que abranja vários credos, cristãos ou não cristãos. Para concretização
desta proposta, recomendamos a organização de atividades supra-confessionais, com projetos
interdisciplinares que façam sentido para todos os alunos. Recomendamos também o tratamento
do ensino religioso como tema transversal, o que permitiria implementar a proposta de uma
abordagem filosófica, com lugar para a reflexão sobre valores e princípios éticos e o
conhecimento da história das religiões. Isso poderia trazer a possibilidade de um efetivo diálogo
entre várias áreas do conhecimento, como língua portuguesa e literatura, história, geografia, artes
etc, trazendo para a reflexão coletiva, de forma contextualizada, as religiões e suas práticas,
percursos, crenças e experiências individuais.
Com base nas diretrizes expostas no item anterior, que propõe os conteúdos a serem
desenvolvidos e a forma de tratá-los, consideramos que a habilitação e os profissionais
adequados para conduzir este projeto sejam:
LEGISLAÇÃ O 123
como foram propostos, ou seja, vinculados às demais áreas de conhecimento e em conformidade
com o indicado no presente texto.
Recomenda-se a inclusão do ensino religioso de 5ª à 8ª em, pelo menos, em uma das séries com
carga horária mínima de uma aula semanal, acrescida ao que atualmente vem sendo ministrado.
IV - Considerações finais
Nada impede que as escolas, se a comunidade escolar assim o desejar, disponibilizem seu
espaço físico para o ensino religioso confessional, de caráter facultativo e fora do horário regular
de aulas. As atividades a serem desenvolvidas nestes espaços ficarão a cargo de representantes
das diversas instituições religiosas na forma de trabalho voluntário. Os horários das atividades
bem como a programação deverão ser do conhecimento da Direção, aprovados pelo Conselho de
Escola e contar com a autorização expressa dos pais para a participação de seus filhos.
2. CONCLUSÃO
Resolução SE Nº 21/2002
Dispõe sobre as aulas de ensino religioso na rede estadual de ensino e dá providências
correlatas
A Secretária da Educação, com fundamento na legislação vigente, em especial na Lei
10.783/2001, na Indicação CEE Nº 07/2001 e Deliberação CEE Nº 16/2001, aprovadas em 25 de
julho de 2001, e considerando:
LEGISLAÇÃ O 124
as recomendações do Conselho Estadual de Educação, publicadas em 08/12/2001 (Comunicado
do CEE de 08/12/2001), a partir do relatório da I Audiência Pública do Ensino Religioso que foi
encaminhado a esta Pasta em 11 de janeiro de 2002;
a necessidade urgente de orientar os procedimentos relativos à atribuição de aulas da área de
Ensino Religioso, resolve:
Artigo 1º - A matriz curricular do ensino fundamental regular deverá ter acrescida, na série final do
Ciclo II, uma aula semanal de Ensino Religioso para desenvolvimento dos conteúdos relativos à
História das Religiões.
Parágrafo Único - A aula prevista no caput deste artigo deverá constar do horário regular da
classe.
Artigo 2º - São considerados habilitados para ministrar as aulas de que trata o artigo anterior, os
docentes licenciados em História, Ciências Sociais e Filosofia.
Artigo 3º - As aulas de Ensino Religioso poderão ser atribuídas para constituição e ampliação de
jornada de trabalho, carga suplementar de trabalho ou carga horária de servidor.
Artigo 4º - A atribuição das aulas a que se refere esta Resolução obedecerá ao disposto na
Resolução SE Nº 143/2001.
Artigo 5º- As orientações referentes ao processo de capacitação e orientação docente para
implementação gradativa das aulas de Ensino Religioso, nos termos do disposto na Deliberação
CEE Nº 16/2001 e Indicação CEE Nº 07/2001, serão expedidas oportunamente.
Artigo 6º- Esta resolução entrará em vigência na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
ALUNO ESTRANGEIRO
Resolução SE Nº 10/1995
Dispõe sobre matrícula de aluno estrangeiro na rede estadual de ensino fundamental e
médio
A Secretária da Educação, considerando:
- a representação da Comissão Justiça e Paz de São Paulo encaminhada pelo Secretário da
Justiça e Defesa da Cidadania;
- os preceitos constitucionais e o Estatuto da Criança e do Adolescente que garantem o direito de
acesso a qualquer criança ou adolescente à educação, ao ensino fundamental e médio, à escola
pública e gratuita;
- a necessidade de impedir qualquer tipo de discriminação entre criança brasileira e estrangeira
documentada ou não;
- a necessidade de se garantirem preceitos contidos em instrumentos internacionais de que é
parte o Brasil;
- a necessidade de se estabelecerem todos os direitos de crianças e adolescentes à educação
nas escolas públicas, independentemente de sua nacionalidade ou documentação; e
- o disposto em deliberações e pareceres do egrégio Conselho Estadual de Educação, acerca da
regularidade da vida escolar de alunos oriundos do estrangeiro,
Resolve:
Artigo 1º - As escolas estaduais que ministram o ensino fundamental e médio deverão receber os
pedidos de matrícula dos alunos estrangeiros, de acordo com o disposto nesta Resolução.
Artigo 2º - A Direção da Escola deverá proceder à matrícula dos alunos estrangeiros sem qualquer
discriminação, observando, no que couber, as mesmas normas regimentais que disciplinam a
matrícula de alunos brasileiros nas escolas da rede estadual de ensino.
LEGISLAÇÃ O 125
Artigo 3º - As Coordenadorias de Ensino e de Estudos e Normas Pedagógicas baixarão instruções
conjuntas, que se fizeram necessárias, para a aplicação do disposto nesta resolução.
Artigo 4º - As autoridades da rede estadual de ensino deverão envidar esforços para que todos os
interessados tenham garantido o seu direito à matrícula nas escolas públicas, ainda no corrente
ano.
Artigo 5º - A Direção da Escola deverá observar o disposto na Deliberação CEE Nº 12/1983, para
as decisões sobre equivalência de estudos, realizados no exterior, aos do Brasil, quando for o
caso.
Artigo 6º - Os alunos cujas matrículas não foram aceitas ou as tiveram canceladas poderão reaver
seu direito, sem que para isso sejam impostas quaisquer outras condições, além das que tenham
possibilidade de apresentar.
Artigo 7º - Esta resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário, em especial, a Resolução SE Nº 09/1990.
Equipe de Trabalho:
CEI – COGSP: Alexandre Andrade, Nina Rosa, Gilda Piorino e Nilza Casagrande
Supervisores: Maria José, Selma, Regina, Helenice, Roseli, Alexandre Vieira e Albertina.
COMPENSAÇÃO DE AUSÊNCIAS
ASSUNTO: Diretrizes para elaboração de Regimento das Escolas do Estado de São Paulo
PROCESSO CEE Nº: 676/97 (Ap. Proc. CEE nº 119/97 - Volume nº VI - reautuado em 29-08-97)
CONSELHO PLENO
1. RELATÓRIO
LEGISLAÇÃ O 126
O Conselho Estadual de Educação aprovou a Indicação CEE nº 09/97, tratando de normas para
elaboração de Regimento das Escolas do Estado de São Paulo. Com vistas a respeitar a
autonomia da escola, a flexibilidade da Lei, o documento adotou uma postura declaradamente
aberta, não prescritiva, em que foram oferecidas diretrizes com caráter de princípios norteadores.
Nesta oportunidade, entende-se conveniente a manifestação a respeito de dois aspectos que têm
sido objeto de dúvidas e consultas: a) Conceitos de “Proposta Pedagógica”, “Regimento Escolar”
e “Plano Escolar”, b) Prazo de entrega dos Regimentos Escolares.
Pela primeira vez na história da nossa legislação de ensino, a Lei 9.394/96 utiliza a expressão
“Proposta Pedagógica”. Aparece no inciso I do Artigo 12:
Talvez, até propositadamente, para demonstrar sua importância e prioridade, esse dispositivo
encabeça uma lista de sete incisos, precisando ainda no inciso VII, que as escolas devem
“informar os pais ... sobre a execução de sua proposta pedagógica”.
Com esse dispositivo a Lei coloca em pé um princípio que se encontrava de “cabeça para baixo” -
o princípio da autonomia da escola. Até então, a autonomia era uma palavra “sagrada”, aquela em
relação à qual ninguém tem a ousadia ou temeridade de afrontar, mas transforma-se em mero
slogan, como bem demostrou o ilustre Conselheiro José Mário Pires Azanha. Desde o “Manifesto
dos Pioneiros” até a Lei 5.692/71 a palavra foi utilizada, embora escassamente, mas não teve, em
nenhum momento “um significado que fosse mobilizador do magistério e indicativo de uma direção
na solução de problemas educacionais” (autonomia da escola, um Reexame, in Autonomia e a
qualidade do ensino na escola pública. FDE - Série Idéias, nº 16 SP. 1995 - p 37/46).
LEGISLAÇÃ O 127
As escolas sempre se viram obrigadas a conformar-se - no sentido de adequar-se, ajustar-se - às
normas que vinham de cima. Apesar da “autonomia” no plano das intenções proclamadas, ela
logo era cerceada pelas mais diversas razões, entre as quais sempre se alinhavou “a unidade do
sistema”, a “isonomia”, num país de dimensões continentais, um povo com formação
caracterizada pelo multiculturalismo. Se as normas obstaculizavam a autonomia, “tanto pior para a
autonomia”.
Agora a Lei estabelece que tudo começa, desde logo pela elaboração da proposta pedagógica
da escola. É o passo primeiro, o ato originário da instituição. Tudo mais deve vir depois. O que se
deseja instaurar é o princípio da realidade pedagógica, que se funda na autonomia da escola.
Convém retomar aqui as idéias do Cons. José Mário Pires Azanha para quem, aliás, como a lei, o
termo proposta tem o mesmo significado de projeto:
“Essas idéias são importantes para o que nos interessa neste trabalho, porque o projeto
pedagógico é, no fundo, um esforço de integração da escola num propósito educativo comum, a
partir da identificação das práticas vigentes na situação institucional. Não apenas as práticas
estritamente de ensino, mas também todas aquelas que permeiam a convivência escolar e
comunitária. É de todo esse universo de ‘práticas discursivas’ e ‘não discursivas’ que é preciso
tomar consciência para compatibilizá-las com os valores de uma educação democrática.
“Num projeto pedagógico tudo é relevante na teia das relações escolares, porque todas elas são
potencialmente educativas ou deseducativas. Ensinar bem, por exemplo, não é apenas ensinar
eficientemente uma disciplina, mas é também o êxito em integrar esse ensino aos ideais
educativos da escola. Enfim, o importante é a motivação e o empenho comum numa reflexão
institucionalmente abrangente e o firme propósito de alterar práticas nos sentidos indicados por
essa reflexão. Para isso, não há fórmulas prontas e convém não esperar auxílio de uma
inexistente ‘ciência dos projetos’ ou de roteiros burocratizados. Elaborar o projeto pedagógico é
um exercício de autonomia.” (Proposta Pedagógica e Autonomia da Escola - mimeo 97)
A reflexão sobre o texto acima permite afirmar ser desejável e necessário que os
estabelecimentos formulem sua proposta pedagógica em documento, nos termos dos artigos 12 e
13 da Lei 9394/96. Não é conveniente, entretanto, que se cobre em curto prazo essa tarefa, sob
pena de se criar espécie de “indústria de elaboração de propostas” com finalidade exclusivamente
burocrática. A proposta pedagógica ao se constituir em documento é instrumento de trabalho de
uso da instituição e da comunidade escolar, não se sujeitando ao crivo de aprovação externa, a
não ser na hipótese de exame de apreciação de eventual ilegalidade.
LEGISLAÇÃ O 128
O Regimento Escolar, por ser um documento com eficácia na regulação das relações de todos os
envolvidos no processo educativo, deve ser redigido de maneira clara, destituído de
particularidades que são apenas conjunturais.
Por ser ato administrativo e normativo de uma unidade escolar deve expressar ou assentar-se
sobre os propósitos, as diretrizes e princípios estabelecidos na proposta pedagógica. É
documento redigido para perdurar, embora possa sofrer alterações e acréscimos. A Indicação
CEE nº 09/97, no item 5, relaciona os tópicos, entre outros que o estabelecimento possa
acrescentar, que devem constar do Regimento Escolar. Está sujeito à aprovação dos órgãos
próprios do sistema.
O Plano Escolar é instrumento dinâmico que deve ser elaborado anualmente e remetido na época
própria às Delegacias de Ensino. Dele devem constar a operacionalização daquelas medidas
incluídas de forma genérica no regimento, e outras que resolvam os aspectos conjunturais da
instituição. Assim, devem constar do Plano, mas não necessariamente do Regimento, entre outras
consideradas necessárias, as seguintes decisões: datas de matrícula, período para recebimento
de transferências, período e detalhes dos procedimentos de classificação e reclassificação dos
alunos, calendário das aulas e dos demais dias de efetivo trabalho escolar, grades ou matrizes
curriculares em uso, sistema de avaliação da aprendizagem, procedimentos de recuperação,
forma ou formas de organização dos cursos que serão utilizados no período de atividades
docentes diversas, etc. Embora do Regimento possam ter constadas todas as formas de
organização previstas no artigo 23 da Lei, nem sempre todas serão utilizadas.
b) Instituições criadas por leis especifícas, para ministrar Educação Básica e Educação
Profissional, encaminharão seus regimentos ao Conselho Estadual de Educação.
LEGISLAÇÃ O 129
d) Escolas particulares: encaminhamento às Delegacias de Ensino a que se achem
jurisdicionadas.
A referida Indicação CEE nº 09/97 fixa a data de 30 de novembro de 1997 para remessa do
Regimento, em duas vias, como indicado, com vistas à aprovação.
Pessoas e instituições têm manifestado preocupação quanto à viabilidade desse prazo. Têm
razão. O prazo é exíguo. O ideal é que os estabelecimentos de ensino sedimentem bem suas
decisões, antes de transformá-las em dispositivos regimentais. Em razão disso, a data final para
entrega dos novos regimentos é transferida para 30-08-98.
2. CONCLUSÃO
3. DECISÃO DA CÂMARA
Presentes os Conselheiros: André Alvino Guimarães Caetano, Arthur Fonseca Filho, Francisco
Aparecido Cordão, Marilia Ancona Lopez, Mauro de Salles Aguiar, Nacim Walter Chieco, Neide
Cruz e Sonia Teresinha de Sousa Penin.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
LEGISLAÇÃ O 130
O Conselheiro José Camilo dos Santos Filho votou contrariamente.
Artigo 1º - As escolas da rede pública estadual ficam obrigadas a comunicar, por escrito, a
ocorrência de excesso de faltas dos alunos regularmente matriculados no ensino fundamental e
no ensino médio:
I - aos pais;
II - ao Conselho Tutelar;
§ 1º - A comunicação a que se refere o "caput" tem caráter preventivo, a fim de que não seja
ultrapassado o limite permitido de 25% (vinte e cinco por cento) de ausências.
§ 2º - A comunicação deverá ser feita quando for atingido o limite de 20% (vinte por cento) das
faltas.
Artigo 2º - Esta lei entra em vigor após decorridos 60 (sessenta) dias de sua publicação oficial.
José Serra
Secretária da Educação
LEGISLAÇÃ O 131
Retificação
LEI Nº 13.068, DE 10 DE JUNHO DE 2008.
I - aos pais;
II - ao Conselho Tutelar;
§ 1º - A comunicação a que se refere o "caput" tem caráter preventivo, a fim de que não seja
ultrapassado o limite permitido de 25% (vinte e cinco por cento) de ausências.
§ 2º - A comunicação deverá ser feita quando for atingido o limite de 20% (vinte por cento) das
faltas.
Artigo 2º - Esta lei entra em vigor após decorridos 60 (sessenta) dias de sua publicação oficial.
José Serra
Secretária da Educação
LEGISLAÇÃ O 132
REPOSIÇÃO DE DIAS LETIVOS E/OU AULAS
Resolução SE Nº 102/2003
Dispõe sobre a reposição de dias letivos e de horas de aula nas escolas estaduais
O Secretário da Educação, considerando:
o dever do Estado de assegurar a todos os alunos o mínimo de dias letivos e horas de aula
estabelecidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional;
o dever da escola e de seus docentes em assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas de
aula estabelecidos, sem prejuízo das atividades de reforço e recuperação;
I. 200 dias de efetivo trabalho escolar para os cursos de organização anual e 100 dias para os
de organização semestral;
Parágrafo único - Para cumprimento do disposto neste artigo deverá ser planejada a reposição
dos dias letivos previstos e não trabalhados, bem como das aulas previstas e não ministradas,
na conformidade do contido na presente resolução.
Artigo 2º - A reposição de dias letivos e ou de aulas ocorrerá ao longo do ano letivo, em horário
diverso ao das aulas regulares da classe.
LEGISLAÇÃ O 133
reposição;
III. analisar o plano de reposição proposto pela escola, emitindo parecer sobre a sua
homologação;
Artigo 10 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário, em especial a Resolução SE n.º 61/2000.
TERMINALIDADE
PARECER CNE/CEB 17/2001 - HOMOLOGADO
LEGISLAÇÃ O 134
Despacho do Ministro em15/8/2001, publicado no Diário Oficial da União de 17/8/2001, Seção 1,
p. 46.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INTERESSADO:
UF: DF
COLEGIADO: CEB
I - RELATÓRIO
A edição de Diretrizes Nacionais envolve estudos abrangentes relativos à matéria que, no caso, é
a Educação Especial. Muitas interrogações voltam-se para a pesquisa sobre o assunto; sua
necessidade, sua incidência no âmbito da Educação e do Ensino, como atendimento à clientela
constituída de portadores de deficiências detectáveis nas mais diversas áreas educacionais,
políticas e sociais.
Como base para o presente relatório e decorrente produção de parecer foram utilizadas, além de
ampla bibliografia, diversos estudos oferecidos à Câmara da Educação Básica do Conselho
Nacional de Educação, entre outros, os provenientes do Fórum dos Conselhos Estaduais de
Educação, do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação e, com ênfase, os
estudos e trabalhos realizados pela Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação.
2- Outros estudos:
a) “Desafios para a Educação Especial frente à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”;
LEGISLAÇÃ O 135
d) “Referenciais para a Educação Especial”. O Presente Parecer é resultado do conjunto de
estudos provenientes das bases, onde o fenômeno é vivido e trabalhado.
De modo particular, foi o documento “Recomendações aos Sistemas de Ensino” que configurou a
necessidade e a urgência da elaboração de normas, pelos sistemas de ensino e educação, para o
atendimento da significativa população que apresenta necessidades educacionais especiais.
Isto posto, tem agora a Câmara de Educação Básica os elementos indispensáveis para analisar,
discutir e sintetizar o conjunto de estudos oferecidos pelas diversas instâncias educacionais
mencionadas. Com o material assim disposto, tornou-se possível, atendendo aos “Referenciais
para a Educação Especial” , elaborar o texto próprio para a edição das Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica, em dois grandes temas:
a) TEMA I: A Organização dos Sistemas de Ensino para o Atendimento ao Aluno que Apresenta
Necessidades Educacionais Especiais; e
O tema II, por ser parte da competência da Câmara de Educação Superior do Conselho
Nacional de Educação (CES/CNE), foi encaminhado àquela Câmara encarregada de elaborar as
diretrizes para a formação de professores.
Com base nos “Referenciais para a Educação Especial”, devem ser feitas nesta introdução
algumas recomendações aos sistemas de ensino e educação:
2 . Prover a rede pública dos meios necessários e suficientes para essa modalidade;
LEGISLAÇÃ O 136
7. Prever condições para o atendimento extraordinário em classes especiais ou em escolas
especiais;
8. Fazer cumprir o Decreto Federal nº 2.208/97, no tocante à educação profissional de alunos com
necessidades educacionais especiais [posteriormente, o Conselho Nacional de Educação aprovou
o Parecer CNE/CEB no. 16/99 e a Resolução CNECEB no. 4/99];
Artigo 208:
V – Acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
Art. 227:
§ 2º - A lei disporá normas de construção dos logradouros e dos edifícios de uso público e de
fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir acesso adequado às pessoas
portadoras de deficiência.
1.2 - Lei n°. 10.172/01. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências.
O Plano Nacional de Educação estabelece vinte e sete objetivos e metas para a educação das
pessoas com necessidades educacionais especiais. Sinteticamente, essas metas tratam:
ƒ das ações preventivas nas áreas visual e auditiva até a generalização do atendimento aos
alunos na educação infantil e no ensino fundamental;
LEGISLAÇÃ O 137
ƒ da educação continuada dos professores que estão em exercício à formação em instituiçõesde
ensino superior.
1.3 - Lei n°. 853/89. Dispõe sobre o apoio às pessoas com deficiências, sua integração social,
assegurando o pleno exercício de seus direitos individuais e sociais.
1.4 - Lei n°. 8.069/90. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente. O Estatuto da
Criança e do Adolescente, entre outras determinações, estabelece, no § 1 º do Artigo 2º :
ƒ Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta lei, a modalidade deeducação
escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de
necessidades especiais”.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender
às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de
zero a seis anos, durante a educação infantil.
ƒ Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a
conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em
menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento
especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses
educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade,
inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho
competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que
apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
LEGISLAÇÃ O 138
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o
respectivo nível do ensino regular.
ƒ Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização
das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em
educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder Público.
1.6 - Decreto n°. 3.298/99. Regulamenta a Lei no. 7.853/89, que dispõe sobre a Política Nacional
para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá
outras providências.
41.7 - Portaria MEC n°. 1.679/99. Dispõe sobre os requisitos de acessibilidade a pessoas
portadoras de deficiências para instruir processos de autorização e de reconhecimento de cursos
e de credenciamento de instituições.
1.8 - Lei n°. 10.098/00. Estabelece normas gerais e critérios básicos para promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras
providências.
O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a
Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, e ao
mostrar consonância com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na
Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade.
Desse documento, ressaltamos alguns trechos que criam as justificativas para as linhas de
propostas que são apresentadas neste texto:
ƒ “todas as crianças, de ambos os sexos, têm direito fundamental à educação e que a ela deva
ser dada a oportunidade de obter e manter nível aceitável de conhecimento”;
ƒ “os sistemas educativos devem ser projetados e os programas aplicados de modo que tenham
em vista toda gama dessas diferentes características e necessidades”;
ƒ “as pessoas com necessidades educacionais especiais devem ter acesso às escolas comuns
que deverão integrá-las numa pedagogia centralizada na criança, capaz de atender a essas
necessidades”;
ƒ “adotar com força de lei ou como política, o princípio da educação integrada que permita a
matrícula de todas as crianças em escolas comuns, a menos que haja razões convincentes para o
contrário”;
ƒ “... Toda pessoa com deficiência tem o direito de manifestar seus desejos quanto a sua
educação, na medida de sua capacidade de estar certa disso. Os pais têm o direito inerente de
LEGISLAÇÃ O 139
serem consultados sobre a forma de educação que melhor se ajuste às necessidades,
circunstâncias e aspirações de seus filhos” [Nesse aspecto último, por acréscimo nosso, os pais
não podem incorrer em lesão ao direito subjetivo à educação obrigatória, garantido no texto
constitucional];
5ƒ “... desenvolver uma pedagogia centralizada na criança, capaz de educar com sucesso todos
os meninos e meninas, inclusive os que sofrem de deficiências graves. O mérito dessas escolas
não está só na capacidade de dispensar educação de qualidade a todas as crianças; com sua
criação, dá-se um passo muito importante para tentar mudar atitudes de discriminação, criar
comunidades que acolham a todos...”;
ƒ “... que todas as crianças, sempre que possível, possam aprender juntas, independentemente
de suas dificuldades e diferenças... as crianças com necessidades educacionais especiais devem
receber todo apoio adicional necessário para garantir uma educação eficaz”. “... deverá ser
dispensado apoio contínuo, desde a ajuda mínima nas classes comuns até a aplicação de
programas suplementares de apoio pedagógico na escola, ampliando-os, quando necessário,
para receber a ajuda de professores especializados e de pessoal de apoio externo”;
ƒ “Deverão ser tomadas as medidas necessárias para conseguir a mesma política integradora de
jovens e adultos com necessidades especiais, no ensino secundário e superior, assim como nos
programas de formação profissional”;
ƒ “Os programas de formação inicial deverão incutir em todos os professores da educação básica
uma orientação positiva sobre a deficiência que permita entender o que se pode conseguir nas
escolas com serviços locais de apoio. Os conhecimentos e as aptidões requeridos são
LEGISLAÇÃ O 140
basicamente os mesmos de uma boa pedagogia, isto é, a capacidade de avaliar as necessidades
especiais, de adaptar o conteúdo do programa de estudos, de recorrer à ajuda da tecnologia, de
individualizar os procedimentos pedagógicos para atender a um maior número de aptidões...
Atenção especial deverá ser dispensada à preparação de todos os professores para que exerçam
sua autonomia e apliquem suas competências na adaptação dos programas de estudos e da
pedagogia, a fim de atender às necessidades dos alunos e para que colaborem com os
especialistas e com os pais”;
ƒ “A capacitação de professores especializados deverá ser reexaminada com vista a lhes permitir
o trabalho em diferentes contextos e o desempenho de um papel-chave nos programas relativos
às necessidades educacionais especiais. Seu núcleo comum deve ser um método geral que
abranja todos os tipos de deficiências, antes de se especializar numa ou várias categorias
particulares de deficiência”;
ƒ “uma atenção especial às necessidades de alunos com deficiências graves ou múltiplas, já que
se assume terem eles os mesmos direitos, que os demais membros da comunidade, de virem a
ser adultos que desfrutem de um máximo de independência. Sua educação, assim, deverá ser
orientada nesse sentido, na medida de suas capacidades”;
6ƒ “os programas de estudos devem ser adaptados às necessidades das crianças e não o
contrário, sendo que as que apresentarem necessidades educativas especiais devem receber
apoio adicional no programa regular de estudos, ao invés de seguir um programa de estudos
diferente”;
ƒ “as escolas comuns, com essa orientação integradora, representam o meio mais eficaz de
combater atitudes discriminatórias, de criar comunidades acolhedoras, construir uma sociedade
integradora e dar educação para todos; além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria
das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo–benefício de todo o sistema
educativo”;
ƒ “A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais, em classes comuns, exige que
a escola regular se organize de forma a oferecer possibilidades objetivas de aprendizagem, a
todos os alunos, especialmente àqueles portadores de deficiências”.
Poucos podiam participar dos espaços sociais nos quais se transmitiam e se criavam
conhecimentos. A pedagogia da exclusão tem origens remotas, condizentes com o modo como
estão sendo construídas as condições de existência da humanidade em determinado momento
histórico.
Outro grupo que é comumente excluído do sistema educacional é composto por alunos que
apresentam dificuldades de adaptação escolar por manifestações condutuais peculiares de
síndromes e de quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos que ocasionam atrasos no
desenvolvimento, dificuldades acentuadas de aprendizagem e prejuízo no relacionamento social.
Certamente, cada aluno vai requerer diferentes estratégias pedagógicas, que lhes possibilitem o
acesso à herança cultural, ao conhecimento socialmente construído e à vida produtiva, condições
essenciais para a inclusão social e o pleno exercício da cidadania.
Entretanto, devemos conceber essas estratégias não como medidas compensatórias e pontuais, e
sim como parte de um projeto educativo e social de caráter emancipatório e global.
Como parte integrante desse processo e contribuição essencial para a determinação de seus
rumos, encontra-se a inclusão educacional.
Essa tendência, que já foi senso comum no passado, reforçava não só a segregação de
indivíduos, mas também os preconceitos sobre as pessoas que fugiam do padrão de
“normalidade”, agravando-se pela irresponsabilidade dos sistemas de ensino para com essa
parcela da população, assim como pelas omissões e/ou insuficiência de informações acerca
desse alunado nos cursos de formação de professores. Na tentativa de eliminar os preconceitos e
de integrar os alunos portadores de deficiências nas escolas comuns do ensino regular, surgiu o
movimento de integração escolar.
Esse movimento caracterizou-se, de início, pela utilização das classes especiais (integração
parcial) na “preparação” do aluno para a “integração total” na classe
O aluno, nesse processo, tinha que se adequar à escola, que se mantinha inalterada. A
integração total na classe comum só era permitida para aqueles alunos que conseguissem
acompanhar o currículo ali desenvolvido. Tal processo, no entanto, impedia que a maioria das
crianças, jovens e adultos com necessidades especiais alcançassem os níveis mais elevados de
ensino. Eles engrossavam, dessa forma, a lista dos excluídos do sistema educacional.
Na era atual, batizada como a era dos direitos, pensa-se diferentemente acerca das necessidades
educacionais de alunos. A ruptura com a ideologia da exclusão proporcionou a implantação da
política de inclusão, que vem sendo debatida e exercitada em vários países, entre eles o Brasil.
Hoje, a legislação brasileira posiciona-se pelo atendimento dos alunos com necessidades
educacionais especiais preferencialmente em classes comuns das escolas, em todos os níveis,
etapas e modalidades de educação e ensino.
8A educação tem hoje, portanto, um grande desafio: garantir o acesso aos conteúdos básicos que
a escolarização deve proporcionar a todos os indivíduos – inclusive àqueles com necessidades
educacionais especiais, particularmente alunos que apresentam altas habilidades, precocidade,
superdotação; condutas típicas de síndromes/quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos;
portadores de deficiências, ou seja, alunos que apresentam significativas diferenças físicas,
sensoriais ou intelectuais, decorrentes de fatores genéticos, inatos ou ambientais, de caráter
temporário ou permanente e que, em interação dinâmica com fatores socioambientais, resultam
em necessidades muito diferenciadas da maioria das pessoas
“Desse modo, a função reparadora da EJA, no limite, significa não só a entrada no circuito do
direito civil pela restauração de um direito negado: o direito a uma escola de qualidade, mas
também o reconhecimento daquela igualdade ontológica de todos e qualquer ser humano. Desta
negação, evidente na história brasileira, resulta uma perda: o acesso a um bem real, social e
simbolicamente importante. Logo, não se deve confundir a noção de reparação com a de
suprimento”.
“A igualdade e a desigualdade continuam a ter relação imediata ou mediata com o trabalho. Mas
seja para o trabalho, seja para a multiformidade de inserções sócio – político – culturais , aqueles
que se virem privados do saber básico, dos conhecimentos aplicados e das atualizações
requeridas, podem se ver excluídos das antigas e novas oportunidades do mercado de trabalho e
vulneráveis a novas formas de desigualdades. Se as múltiplas modalidades de trabalho informal,
o subemprego, o desemprego estrutural, as mudanças no processo de produção e o aumento do
setor de serviços geram uma grande instabilidade e insegurança para todos os que estão na vida
ativa e quanto mais para os que se vêem desprovidos de bens tão básicos, como a escrita e a
leitura.” (Parecer nº 11/2000-CEB/CNE.).
Certamente, essas funções descritas e definidas no Parecer que institui as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos podem, sem prejuízo, qualificar as Diretrizes
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, principalmente porque muitos alunos
que apresentam necessidades educacionais especiais também se incluem nessa modalidade de
educação.
3. Princípios
Matéria tão complexa como a do direito à educação das pessoas que apresentam necessidades
educacionais especiais requer fundamentação nos seguintes princípios:
ƒ a busca da identidade; e
ƒ o exercício da cidadania.
LEGISLAÇÃ O 144
esforço permanecer vinculado a uma atitude de comiseração, como se os alunos com
necessidades educacionais especiais fossem dignos de piedade.
A dignidade humana não permite que se faça esse tipo de discriminação. Ao contrário, exige que
os direitos de igualdade de oportunidades sejam respeitados. O respeito à dignidade da qual está
revestido todo ser humano impõe-se, portanto, como base e valor fundamental de todo estudo e
ações práticas direcionadas ao atendimento dos alunos que apresentam necessidades especiais,
independentemente da forma em que tal necessidade se manifesta.
A vida humana ganha uma riqueza se é construída e experimentada tomando como referência o
princípio da dignidade. Segundo esse princípio, toda e qualquer pessoa é digna e merecedora do
respeito de seus semelhantes e tem o direito a boas condições de vida e à oportunidade de
realizar seus projetos.
Essa reflexão favorece o encontro das possibilidades, das capacidades de que cada um é dotado,
facilitando a verdadeira inclusão. A interdependência de cada face desse prisma possibilitará a
abertura do indivíduo para com o outro, decorrente da aceitação da condição humana.
Aproximando-se, assim, as duas realidades – a sua e a do outro – visualiza-se a possibilidade de
interação e extensão de si mesmo.
Essa abertura, solidária e sem preconceitos, poderá fazer com que todos percebam-se como
dignos e iguais na vida social.
A democracia, nos termos em que é definida pelo Artigo I da Constituição Federal, estabelece as
bases para viabilizar a igualdade de oportunidades, e também um modo de sociabilidade que
permite a expressão das diferenças, a expressão de conflitos, em uma palavra, a pluralidade.
Portanto, no desdobramento do que se chama de conjunto central de valores, devem valer a
liberdade, a tolerância, a sabedoria de conviver com o diferente, tanto 10do ponto de vista de
valores quanto de costumes, crenças religiosas, expressões artísticas, capacidades e limitações.
A atitude de preconceito está na direção oposta do que se requer para a existência de uma
sociedade democrática e plural. As relações entre os indivíduos devem estar sustentadas por
atitudes de respeito mútuo. O respeito traduz-se pela valorização de cada indivíduo em sua
singularidade, nas características que o constituem. O respeito ganha um significado mais amplo
LEGISLAÇÃ O 145
quando se realiza como respeito mútuo: ao dever de respeitar o outro, articula-se o direito de ser
respeitado. O respeito mútuo tem sua significação ampliada no conceito de solidariedade.
A forma pela qual cada aluno terá acesso ao currículo distingue-se pela singularidade. O cego,
por exemplo, por meio do sistema Braille; o surdo, por meio da língua de sinais e da língua
portuguesa; o paralisado cerebral, por meio da informática, entre outras técnicas.
O convívio escolar permite a efetivação das relações de respeito, identidade e dignidade. Assim, é
sensato pensar que as regras que organizam a convivência social de forma justa, respeitosa,
solidária têm grandes chances de aí serem seguidas.
A inclusão escolar constitui uma proposta que representa valores simbólicos importantes,
condizentes com a igualdade de direitos e de oportunidades educacionais para todos, mas
encontra ainda sérias resistências. Estas se manifestam, principalmente, contra a idéia de que
todos devem ter acesso garantido à escola comum. A dignidade, os direitos individuais e coletivos
garantidos pela Constituição Federal impõem às autoridades e à sociedade brasileira a
obrigatoriedade de efetivar essa política, como um direito público subjetivo, para o qual os
recursos humanos e materiais devem ser canalizados, atingindo, necessariamente, toda a
educação básica.
O propósito exige ações práticas e viáveis, que tenham como fundamento uma política específica,
em âmbito nacional, orientada para a inclusão dos serviços de educação especial na educação
regular. Operacionalizar a inclusão escolar – de modo que todos os alunos, independentemente
de classe, raça, gênero, sexo, características individuais ou necessidades educacionais especiais,
possam aprender juntos em uma escola de qualidade – é o grande desafio a ser enfrentado, numa
clara demonstração de respeito à diferença e compromisso com a promoção dos direitos
humanos.
LEGISLAÇÃ O 146
educandos que apresentam necessidades educacionais especiais, em todos os níveis, etapas e
modalidades da educação (Mazzotta,1998).
A educação especial, portanto, insere-se nos diferentes níveis da educação escolar: Educação
Básica – abrangendo educação infantil, educação fundamental e ensino médio – e Educação
Superior, bem como na interação com as demais modalidades da educação escolar, como a
educação de jovens e adultos, a educação profissional e a educação indígena.
O respeito e a valorização da diversidade dos alunos exigem que a escola defina sua
responsabilidade no estabelecimento de relações que possibilitem a criação de espaços
inclusivos, bem como procure superar a produção, pela própria escola, de necessidades
especiais.
A proposição dessas políticas deve centrar seu foco de discussão na função social da escola. É
no projeto pedagógico que a escola se posiciona em relação a seu compromisso com uma
educação de qualidade para todos os seus alunos. Assim, a escola deve assumir o papel de
propiciar ações que favoreçam determinados tipos de interações sociais, definindo, em seu
currículo, uma opção por práticas heterogêneas e inclusivas. De conformidade com o Artigo 13 da
LDBEN, em seus incisos I e II, ressalta-se o necessário protagonismo dos professores no
processo de construção coletiva do projeto pedagógico.
Dessa forma, não é o aluno que se amolda ou se adapta à escola, mas é ela que, consciente de
sua função, coloca-se à disposição do aluno, tornando-se um espaço inclusivo.
Nesse contexto, a educação especial é concebida para possibilitar que o aluno com necessidades
educacionais especiais atinja os objetivos da educação geral.
LEGISLAÇÃ O 147
base nacional comum”. Essas formas de atuação visam assegurar resposta educativa de
qualidade às necessidades educacionais especiais dos alunos nosserviços educacionais comuns.
Tornar realidade a educação inclusiva, por sua vez, não se efetuará por decreto, sem que se
avaliem as reais condições que possibilitem a inclusão planejada, gradativa e contínua de alunos
com necessidades educacionais especiais nos sistemas de ensino. Deve ser gradativa, por ser
necessário que tanto a educação especial como o ensino regular possam ir se adequando à nova
realidade educacional, construindo políticas, práticas institucionais e pedagógicas que garantam o
incremento da qualidade do ensino, que envolve alunos com ou sem necessidades educacionais
especiais.
Para que se avance nessa direção, é essencial que os sistemas de ensino busquem conhecer a
demanda real de atendimento a alunos com necessidades educacionais especiais, mediante a
criação de sistemas de informação – que, além do conhecimento da demanda, possibilitem a
identificação, análise, divulgação e intercâmbio de experiências educacionais inclusivas – e o
estabelecimento de interface com os órgãos governamentais responsáveis pelo Censo Escolar e
pelo Censo Demográfico, para atender a todas as variáveis implícitas à qualidade do processo
formativo desses alunos.
A formação dos professores para o ensino na diversidade, bem como para o desenvolvimento de
trabalho de equipe são essenciais para a efetivação da inclusão.
Tal tema, no entanto, por ser da competência da Câmara de Educação Superior do Conselho
Nacional de Educação (CES/CNE), foi encaminhado para a comissão bicameral encarregada de
elaborar as diretrizes para a formação de professores.
LEGISLAÇÃ O 148
Cabe enfatizar que o inciso III do artigo 59 da LDBEN refere-se a dois perfis de professores para
atuar com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais: o professor da classe
comum capacitado e o professor especializado em educação especial.
São considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que
apresentam necessidades educacionais especiais, aqueles que comprovem que, em
Aos professores que já estão exercendo o magistério devem ser oferecidas oportunidades de
formação continuada, inclusive em nível de especialização, pelas instâncias educacionais da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
LEGISLAÇÃ O 149
4.3 - No âmbito pedagógico
Todos os alunos, em determinado momento de sua vida escolar, podem apresentar necessidades
educacionais, e seus professores, em geral, conhecem diferentes estratégias para dar respostas a
elas. No entanto, existem necessidades educacionais que requerem, da escola, uma série de
recursos e apoios de caráter mais especializado, que proporcionem ao aluno meios para acesso
ao currículo. Essas são as chamadas necessidades educacionais especiais.
Como se vê, trata-se de um conceito amplo: em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza
o ensino e a escola, bem como as formas e condições de aprendizagem; em vez de procurar, no
aluno, a origem de um problema, define-se pelo tipo de resposta educativa e de recursos e apoios
que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso escolar; por fim, em vez de
pressupor que o aluno deva ajustar-se a padrões de “normalidade” para aprender, aponta para a
escola o desafio de ajustar-se para atender à diversidade de seus alunos.
Entretanto, esse projeto deverá atender ao princípio da flexibilização, para que o acesso ao
currículo seja adequado às condições dos discentes, respeitando seu caminhar próprio e
favorecendo seu progresso escolar.
No decorrer do processo educativo, deverá ser realizada uma avaliação pedagógica dos alunos
que apresentem necessidades educacionais especiais, objetivando identificar barreiras que
estejam impedindo ou dificultando o processo educativo em suas múltiplas dimensões.
Sob esse enfoque, ao contrário do modelo clínico, tradicional e classificatório, a ênfase deverá
recair no desenvolvimento e na aprendizagem do aluno, bem como na melhoria da instituição
escolar, onde a avaliação é entendida como processo permanente de análise das variáveis que
interferem no processo de ensino e aprendizagem, para identificar potencialidades e
necessidades educacionais dos alunos e as condições da escola para responder a essas
necessidades. Para sua realização, deverá ser formada, no âmbito da própria escola, uma equipe
de avaliação que conte com a participação de todos os profissionais que acompanhem o aluno.
Nesse caso, quando os recursos existentes na própria escola mostrarem-se insuficientes para
melhor compreender as necessidades educacionais dos alunos e identificar os apoios
indispensáveis, a escola poderá recorrer a uma equipe multiprofissional. A composição dessa
equipe pode abranger profissionais de uma determinada instituição ou profissionais de instituições
diferentes. Cabe aos gestores educacionais buscar essa equipe multiprofissional em outra escola
do sistema educacional ou na comunidade, o que se pode concretizar por meio de parcerias e
convênios entre a Secretaria de Educação e outros órgãos, governamentais ou não.
LEGISLAÇÃ O 150
A partir dessa avaliação e das observações feitas pela equipe escolar, legitimase a criação dos
serviços de apoio pedagógico especializado para atendimento às necessidades educacionais
especiais dos alunos, ocasião em que o “especial” da educação se manifesta.
Abordagem médica e psicológica, que se detinha no que pretensamente “faltava” aos educandos.
Implicava um diagnóstico clínico, para avaliar as características e dificuldades manifestadas pelos
alunos, objetivando constatar se deviam, ou não, ser encaminhados às classes especiais ou
escolas especiais ou ainda às classes comuns doensino regular.
É nesse contexto de idéias que a escola deve identificar a melhor forma de atender às
necessidades educacionais de seus alunos, em seu processo de aprender. Assim, cabe a cada
unidade escolar diagnosticar sua realidade educacional e implementar as alternativas de serviços
e a sistemática de funcionamento de tais serviços, preferencialmente no âmbito da própria escola,
para favorecer o sucesso escolar de todos os seus alunos. Nesse processo, há que se considerar
as alternativas já existentes e utilizadas pela comunidade escolar, que se têm mostrado eficazes,
tais como salas de recursos, salas de apoio pedagógico, serviços de itinerância em suas
diferentes possibilidades de realização (itinerância intra e interescolar), como também investir na
criação de novas alternativas, sempre fundamentadas no conjunto de necessidades educacionais
especiais encontradas no contexto da unidade escolar, como por exemplo a modalidade de apoio
alocado na classe comum, sob a forma de professores e/ou profissionais especializados, com os
recursos e materiais adequados.
Para responder aos desafios que se apresentam, é necessário que os sistemas de ensino
constituam e façam funcionar um setor responsável pela educação especial, dotado de recursos
humanos, materiais e financeiros que viabilizem e dêem sustentação ao processo de construção
da educação inclusiva.
LEGISLAÇÃ O 151
É imprescindível planejar a existência de um canal oficial e formal de comunicação, de estudo, de
tomada de decisões e de coordenação dos processos referentes às mudanças na estruturação
dos serviços, na gestão e na prática pedagógica para a inclusão de alunos com necessidades
educacionais especiais.
Para o êxito das mudanças propostas, é importante que os gestores educacionais e escolares
assegurem a acessibilidade aos alunos que apresentem necessidades educacionais especiais,
mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas urbanísticas, na edificação –incluindo
instalações, equipamentos e mobiliário – e nos transportes escolares, bem como de barreiras nas
comunicações.
Para o atendimento dos padrões mínimos estabelecidos com respeito à acessibilidade, deve ser
realizada a adaptação das escolas existentes e condicionada a autorização de construção e
funcionamento de novas escolas ao preenchimento dos requisitos de infra-estrutura definidos.
Além disso, deve ser afirmado e ampliado o compromisso político com a educação inclusiva – por
meio de estratégias de comunicação e de atividades comunitárias, entre outras – para, desse
modo:
É também importante que a esse processo se sucedam ações de amplo alcance, tais como a
reorganização administrativa, técnica e financeira dos sistemas educacionais e a melhoria das
condições de trabalho docente.
O quadro a seguir ilustra como se deve entender e ofertar os serviços de educação especial,
como parte integrante do sistema educacional brasileiro, em todos os níveis de educação e
ensino:
SISTEMA EDUCACIONAL
EDUCAÇÃO INFANTIL
ENSINO FUNDAMENTAL
LEGISLAÇÃ O 152
ENSINO MÉDIO
SUPERIOR
EDUCAÇÃO
2. Educandos que apresentam necessidades educacionais especiais são aqueles que, durante o
processo educacional, demonstram:
LEGISLAÇÃ O 153
Tal compreensão permite entender a educação especial numa perspectiva de inserção social
ampla, historicamente diferenciada de todos os paradigmas até então exercitados como modelos
formativos, técnicos e limitados de simples atendimento. Trata-se, portanto, de uma educação
escolar que, em suas especificidades e em todos os momentos,deve estar voltada para a prática
da cidadania, em uma instituição escolar dinâmica, que
O conceito de escola inclusiva implica uma nova postura da escola comum, que propõe no projeto
pedagógico – no currículo, na metodologia de ensino, na avaliação e na atitude dos educadores –
ações que favoreçam a interação social e sua opção por práticas heterogêneas. A escola capacita
seus professores, prepara-se, organiza-se e adapta-se para oferecer educação de qualidade para
todos, inclusive para os educandos que apresentam necessidades especiais. Inclusão, portanto,
não significa simplesmente matricular todos os educandos com necessidades educacionais
especiais na classe comum, ignorando suas necessidades específicas, mas significa dar ao
professor e à escola o suporte necessário a sua ação pedagógica.valorize e respeite as diferenças
dos alunos. O aluno é sujeito em seu processo de conhecer, aprender, reconhecer e construir a
sua própria cultura.
Ao fazer a leitura do significado e do sentido da educação especial, neste novo momento, faz-se
necessário resumir onde ela deve ocorrer, a quem se destina, como se realiza e como se dá a
escolarização do aluno, entre outros temas, balizando o seu próprio movimento como uma
modalidade de educação escolar.
Todo esse exercício de realizar uma nova leitura sobre a educação do cidadão que apresenta
necessidades educacionais especiais visa subsidiar e implementar a LDBEN, baseado tanto no
pressuposto constitucional – que determina “A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho” – como nas interfaces necessárias e básicas propostas no Capítulo V da própria LDBEN,
com a totalidade dos seus dispositivos preconizados. Para compreender tais propósitos, torna-se
necessário retomar as indagações já mencionadas:
A educação especial deve ocorrer em todas as instituições escolares que ofereçam os níveis,
etapas e modalidades da educação escolar previstos na LDBEN, de modo a propiciar o pleno
desenvolvimento das potencialidades sensoriais, afetivas e intelectuais do aluno, mediante um
projeto pedagógico que contemple, além das orientações comuns – cumprimento dos 200 dias
letivos, horas aula, meios para recuperação e atendimento do aluno, avaliação e certificação,
articulação com as famílias e a comunidade – um conjunto de outros elementos que permitam
definir objetivos, conteúdos e procedimentos relativos à própria dinâmica escolar.
Assim sendo, a educação especial deve ocorrer nas escolas públicas e privadas da rede regular
de ensino, com base nos princípios da escola inclusiva. Essas escolas, portanto, além do acesso
à matrícula, devem assegurar as condições para o sucesso escolar de todos os alunos.
LEGISLAÇÃ O 154
especiais de seus alunos, responsabilizando-se pela identificação, análise, avaliação da qualidade
e da idoneidade, bem como pelo credenciamento das instituições que venham a realizar esse
atendimento, observados os princípios da educação inclusiva.
Para a definição das ações pedagógicas, a escola deve prever e prover, em suas prioridades, os
recursos humanos e materiais necessários à educação na diversidade.
É nesse contexto que a escola deve assegurar uma resposta educativa adequada às
necessidades educacionais de todos os seus alunos, em seu processo de aprender, buscando
implantar os serviços de apoio pedagógico especializado necessários, oferecidos
preferencialmente no âmbito da própria escola.
É importante salientar o que se entende por serviço de apoio pedagógico especializado: são os
serviços educacionais diversificados oferecidos pela escola comum para responder às
necessidades educacionais especiais do educando. Tais serviços podem ser desenvolvidos:
comunicação;
Caracterizam-se como serviços especializados aqueles realizados por meio de parceria entre as
áreas de educação, saúde, assistência social e trabalho.
O Artigo 2º. da LDBEN, que trata dos princípios e fins da educação brasileira, garante: “A
educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de
solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
Consoante esse postulado, o projeto pedagógico da escola viabiliza-se por meio de uma prática
pedagógica que tenha como princípio norteador a promoção do desenvolvimento da
aprendizagem de todos os educandos, inclusive daqueles que apresentem necessidades
educacionais especiais.
Dentro dessa visão, a ação da educação especial amplia-se, passando a abranger não apenas as
dificuldades de aprendizagem relacionadas a condições, disfunções, limitações e deficiências,
mas também aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica, considerando que, por
LEGISLAÇÃ O 155
dificuldades cognitivas, psicomotoras e de comportamento, alunos são freqüentemente
negligenciados ou mesmo excluídos dos apoios escolares.
Assim, entende-se que todo e qualquer aluno pode apresentar, ao longo de sua aprendizagem,
alguma necessidade educacional especial, temporária ou permanente, vinculada ou não aos
grupos já mencionados, agora reorganizados em consonância com essa nova abordagem:
202.1. Em face das condições específicas associadas à surdez, é importante que os sistemas de
ensino se organizem de forma que haja escolas em condições de oferecer aos alunos surdos o
ensino em língua brasileira de sinais e em língua portuguesa e, aos surdoscegos, o ensino em
língua de sinais digital, tadoma e outras técnicas, bem como escolas com propostas de ensino e
aprendizagem diferentes, facultando-se a esses alunos e a suas famílias a opção pela abordagem
pedagógica que julgarem adequada;
2.2. Em face das condições específicas associadas à cegueira e à visão subnormal, os sistemas
de ensino devem prover aos alunos cegos o material didático, inclusive provas, e o livro didático
em Braille e, aos alunos com visão subnormal (baixa visão), os auxílios ópticos necessários, bem
como material didático, livro didático e provas em caracteres ampliados;
LEGISLAÇÃ O 156
Entretanto, em consonância com a nova abordagem, deverá vincular suas ações cada vez mais à
qualidade da relação pedagógica e não apenas a um público-alvo delimitado, de modo que a
atenção especial se faça presente para todos os educandos que, em qualquer etapa ou
modalidade da educação básica, dela necessitarem para o seu sucesso escolar.
Os princípios gerais da educação das pessoas com necessidades educacionais especiais foram
delineados pela LDBEN, tendo como eixo norteador a elaboração do projeto pedagógico da
escola, que incorpora essa modalidade de educação escolar em articulação com a família e a
comunidade. Esse projeto, fruto da participação dos diferentes atores da comunidade escolar,
deve incorporar a atenção de qualidade à diversidade dos alunos, em suas necessidades
educacionais comuns e especiais, como um vetor da estrutura, funcionamento e prática
pedagógica da escola.
Nesse sentido, deve ser garantida uma ampla discussão que contemple não só os elementos
enunciados anteriormente, mas também os pais, os professores e outros segmentos da
comunidade escolar, explicitando uma competência institucional voltada à diversidade e às
especificidades dessa comunidade, considerando que o aluno é o centro do processo pedagógico.
Além disso, recomenda-se às escolas e aos sistemas de ensino a constituição de parcerias com
instituições de ensino superior para a realização de pesquisas e estudos de caso relativos ao
processo de ensino e aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais,
visando ao aperfeiçoamento desse processo educativo.
b) distribuição dos alunos com necessidades educacionais especiais pelas várias classes do ano
escolar em que forem classificados, de modo que essas classes comuns se beneficiem das
diferenças e ampliem positivamente as experiências de todos os alunos, dentro do princípio de
educar para a diversidade;
LEGISLAÇÃ O 157
na classe comum, mediante atuação de professor da educação especial, de professores
intérpretes das linguagens e códigos aplicáveis, como a língua de sinais e o sistema Braille, e de
outros profissionais, como psicólogos e fonoaudiólogos, por exemplo;
g) condições para reflexão, ação e elaboração teórica da educação inclusiva, com protagonismo
dos professores, articulando experiência e conhecimento com as necessidades/possibilidades
surgidas na relação pedagógica, inclusive por meio de colaboração com instituições de ensino
superior e de pesquisa;
h) uma rede de apoio interinstitucional que envolva profissionais das áreas de Saúde,
Assistência Social e Trabalho, sempre que necessário para o seu sucesso na aprendizagem, e
que seja disponibilizada por meio de convênios com organizações públicas ou privadas daquelas
áreas;
características de superdotação;
LEGISLAÇÃ O 158
à aceleração/avanço, regulamentados pelos respectivos sistemas de ensino, permitindo, inclusive,
a conclusão da Educação Básica em menor tempo;
a) Classes comuns: serviço que se efetiva por meio do trabalho de equipe, abrangendo
professores da classe comum e da educação especial, para o atendimento às necessidades
educacionais especiais dos alunos durante o processo de ensino e aprendizagem. Pode contar
com a colaboração de outros profissionais, como psicólogos escolares, por exemplo.
Todos os professores de educação especial e os que atuam em classes comuns deverão ter
formação para as respectivas funções, principalmente os que atuam em serviços de apoio
pedagógico especializado.
LEGISLAÇÃ O 159
A interação torna-se absolutamente necessária quando se trata, por exemplo, da educação dos
surdos, considerando que lhes é facultado efetivar sua educação por meio da língua portuguesa e
da língua brasileira de sinais, depois de manifestada a opção dos pais e sua própria opinião.
Recomenda-se que o professor, para atuar com esses alunos em sala de aula da educação
infantil e dos anos iniciais do ensino fundamental, tenha complementação de
estudos sobre o ensino de línguas: língua portuguesa e língua brasileira de sinais. Recomenda-se
também que o professor, para atuar com alunos surdos em sala de recursos, principalmente
O atendimento educacional especializado pode ocorrer fora de espaço escolar, sendo, nesses
casos, certificada a freqüência do aluno mediante relatório do professor que o atende:
LEGISLAÇÃ O 160
e) atividades da vida autônoma e social no turno inverso, quando necessário.
Classe especial é uma sala de aula, em escola de ensino regular, em espaço físico e modulação
adequada. Nesse tipo de sala, o professor da educação especial utiliza métodos, técnicas,
procedimentos didáticos e recursos pedagógicos especializados e, quando necessário,
equipamentos e materiais didáticos específicos, conforme série/ciclo/etapa da educação básica,
para que o aluno tenha acesso ao currículo da base nacional comum.
A classe especial pode ser organizada para atendimento às necessidades educacionais especiais
de alunos cegos, de alunos surdos, de alunos que apresentam condutas típicas de síndromes e
quadros psicológicos, neurológicos ou psiquiátricos e de alunos que apresentam casos graves de
deficiência mental ou múltipla. Pode ser utilizada principalmente nas localidades onde não há
oferta de escolas especiais; quando se detectar, nesses alunos, grande defasagem idade/série;
quando faltarem, ao aluno, experiências escolares anteriores, dificultando o desenvolvimento do
currículo em classe comum.
Não se deve compor uma classe especial com alunos que apresentam dificuldades de
aprendizagem não vinculadas a uma causa orgânica específica, tampouco se deve agrupar
alunos com necessidades especiais relacionadas a diferentes deficiências. Assim sendo, não se
recomenda colocar, numa mesma classe especial, alunos cegos e surdos, por exemplo. Para
esses dois grupos de alunos, em particular, recomenda-se o atendimento educacional em classe
especial durante o processo de alfabetização, quando não foram beneficiados com a educação
infantil. Tal processo abrange, para os cegos, o domínio do sistema Braille, e para os surdos, a
aquisição da língua de sinais e a aprendizagem da língua portuguesa.
O professor da educação especial, nessa classe, deve desenvolver o currículo com a flexibilidade
necessária às condições dos alunos e, no turno inverso, quando necessário, deve desenvolver
outras atividades, tais como atividades da vida autônoma e social (para alunos com deficiência
mental, por exemplo); orientação e mobilidade (para alunos cegos e surdos-cegos);
desenvolvimento de linguagem: língua portuguesa e língua brasileira de sinais (para alunos
surdos); atividades de informática, etc.
Essa classe deverá configurar a etapa, ciclo ou modalidade da educação básica em que o aluno
se encontra – educação infantil, ensino fundamental, educação de jovens e adultos – promovendo
avaliação contínua do seu desempenho – com a equipe escolar e pais – e proporcionando,
sempre que possível, atividades conjuntas com os demais alunos das classes comuns.
É importante que, a partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno e das condições para o
atendimento inclusivo, a equipe pedagógica da escola e a família decidam conjuntamente, com
base em avaliação pedagógica, quanto ao seu retorno à classe comum.
LEGISLAÇÃ O 161
necessitam. É importante que esse atendimento, sempre que necessário, seja complementado
por serviços das áreas de Saúde, Trabalho e Assistência Social.
Para uma educação escolar de qualidade nas escolas especiais, é fundamental prover e
promover em sua organização:
jovens e adultos;
III. parcerias com escolas das redes regulares públicas ou privadas de educação profissional;
IV. conclusão e certificação de educação escolar, incluindo terminalidade específica, para alunos
com deficiência mental e múltipla;
VI. flexibilização e adaptação do currículo previsto na LDBEN, nos Referenciais e nos Parâmetros
Curriculares Nacionais.
a) são iguais nas finalidades, embora diferentes na ordem administrativa e na origem dos
recursos;
As escolas da rede privada, sem fins lucrativos, que necessitam pleitear apoio técnico e financeiro
dos órgãos governamentais devem credenciar-se para tal; as escolas da rede privada, com fins
lucrativos, assim como as anteriormente citadas, devem ter o acompanhamento e a avaliação do
órgão gestor e cumprir as determinações dos Conselhos de Educação similares às previstas para
as demais escolas.
No âmbito dos sistemas de ensino, cabe aos Conselhos de Educação legislar sobre a matéria,
observadas as normas e diretrizes nacionais.
Conforme estabelecido nos dispositivos legais da educação brasileira, o processo escolar tem
início na educação infantil, que se realiza na faixa etária de zero a seisanos – em creches e em
turmas de pré-escola – permitindo a identificação das necessidades educacionais especiais e a
estimulação do desenvolvimento integral do aluno, bem como a intervenção para atenuar
LEGISLAÇÃ O 162
possibilidades de atraso de desenvolvimento, decorrentes ou não de fatores genéticos, orgânicos
e/ou ambientais.
Do mesmo modo, é indispensável a integração dos serviços educacionais com os das áreas de
Saúde e Assistência Social, garantindo a totalidade do processo formativo e o atendimento
adequado ao desenvolvimento integral do educando. É importante mencionar que o fato de uma
criança necessitar de apoio especializado não deve constituir motivo para dificultar seu acesso e
freqüência às creches e às turmas de pré-escola da educação regular.
Após a educação infantil – ou seja, a partir dos sete anos de idade – a escolarização do aluno que
apresenta necessidades educacionais especiais deve processar-se nos mesmos níveis, etapas e
modalidades de educação e ensino que os demais educandos, ou seja, no ensino fundamental, no
ensino médio, na educação profissional, na educação de jovens e adultos e na educação
superior. Essa educação é suplementada e complementada quando se utilizam os serviços de
apoio pedagógico especializado.
7 – Currículo
O currículo a ser desenvolvido é o das diretrizes curriculares nacionais para as diferentes etapas e
modalidades da Educação Básica: educação infantil, educação fundamental, ensino médio,
educação de jovens e adultos e educação profissional.
LEGISLAÇÃ O 163
o uso de recursos ou técnicas especiais para que seja viabilizado o acesso ao currículo por parte
do educando. Atender a esse contínuo de dificuldades requer respostas educativas adequadas,
que abrangem graduais e progressivas adaptações de acesso ao currículo, bem como adaptações
de seus elementos.
Em casos muito singulares, em que o educando com graves comprometimentos mentais e/ou
múltiplos não possa beneficiar-se do currículo da base nacional comum, deverá ser proporcionado
um currículo funcional para atender às necessidades práticas da vida.
O currículo funcional, tanto na educação infantil como nos anos iniciais do ensino fundamental,
distingue-se pelo caráter pragmático das atividades previstas nos
Tanto o currículo como a avaliação devem ser funcionais, buscando meios úteis e práticos para
favorecer: o desenvolvimento das competências sociais; o acesso ao conhecimento, à cultura e
às formas de trabalho valorizadas pela comunidade; e a inclusão do aluno na sociedade.
8 – Terminalidade específica
Quando os alunos com necessidades educacionais especiais, ainda que com os apoios e
adaptações necessários, não alcançarem os resultados de escolarização previstos no Artigo 32, I
da LDBEN: “o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno
domínio da leitura, da escrita e do cálculo” – e uma vez esgotadas as
Cabe aos respectivos sistemas de ensino normatizar sobre a idade-limite para a conclusão do
ensino fundamental.
LEGISLAÇÃ O 164
9 – A educação profissional do aluno com necessidades educacionais especiais
especial para uma educação profissional inclusiva – efetivam-se por meio de:
As escolas das redes de educação profissional podem realizar parcerias com28escolas especiais,
públicas ou privadas, tanto para construir competências necessárias à inclusão de alunos em seus
cursos quanto para prestar assistência técnica e convalidar cursos profissionalizantes realizados
por essas escolas especiais.
Além disso, na perspectiva de contribuir para um processo de inclusão social, as escolas das
redes de educação profissional poderão avaliar e certificar competências laborais de pessoas com
necessidades especiais não matriculadas em seus cursos, encaminhando-as, a partir desses
procedimentos, para o mundo do trabalho.
A organização da educação especial adquire, portanto, seus contornos legítimos. O que passou
faz parte do processo de amadurecimento da sociedade brasileira.
LEGISLAÇÃ O 165
Agora é preciso por em prática, corajosamente, a compreensão que foi alcançada pela
comunidade sobre a importância que deve ser dada a este segmento da sociedade brasileira.
Com a edição deste Parecer e das Diretrizes que o integram, este Colegiado está oferecendo ao
Brasil e aos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais um caminho e os meios
legais necessários para a superação do grave problema educacional, social e humano que os
envolve.
IV - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARANHA, Maria Salete Fábio. A inclusão social da criança com deficiência. Criança
Horizonte, 1884.
“Roteiro e Metas para Orientar o Debate sobre o Plano Nacional de Educação”. Brasília, INEP,
1997 (mimeo).
LEGISLAÇÃ O 166
_____________________________________________________________________
1995.
BUENO, José Geraldo Silveira. “Crianças com Necessidades Educativas Especiais, Política
Educacional e a Formação de Professores: Generalistas ou Especialistas?” in Revista Brasileira
de Educação Especial (5), pp. 7-25, 1999.
CARVALHO, Rosita Edler. A Nova LDB e a Educação Especial. Rio de Janeiro, WVA, 1998, 302ª
edição.
CARNEIRO, Moaci Alves. LDB Fácil – leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. São
FERREIRA, Júlio Romero e Maria Cecília Ferreira. Sugestões para o Documento sobre
Educacionais, 1999.
Médicas, 1995.
GIMENEZ, Rafael (coord.). Ncessidades Educativas Especiais. Trad. Ana Escoval. Lisboa,
Dinalivro, 1997.
LEGISLAÇÃ O 167
GLAT, R. (1995). “Integração dos portadores de deficiência: uma questão psicossocial” in Temas
em Psicologia, no 2, 89-94.
contribuições para uma reflexão sobre o tema. São Paulo, Memnon, Editora SENAC,
1997.
MAZZOTTA, Marcos José da Silveira. Educação especial no Brasil – História e políticas públicas.
São Paulo, Editora Cortez, 1996.
POKER, R.B., R.C.T. Araújo, A.A.S. Oliveira, F. I.W. Oliveira et alii. “Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica: algumas considerações”. Marília,
UNESP, 2001 (análise).
SÃO PAULO. Colóquio sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. São Paulo:
Programa de Estudos Pós Graduados em Educação: História e Filosofia da Educação, PUC-SP,
1996.
LEGISLAÇÃ O 168
Skilar, C. (org.) Educação e Exclusão, pp. 8-20. Porto Alegre, Mediação, 1999.
STAINBACK, Susan e William Stainback. Inclusão: um guia para educadores; trad. Magda França
Lopes. Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 1999.
TOPCZEWSKI, Abram. Aprendizado e suas Desabilidades: como lidar? São Paulo, Casa do
Psicólogo, 2000.
DELIBERA:
I – alunos com deficiência física, mental, sensorial e múltipla, que demandem atendimento
educacional especializado;
LEGISLAÇÃ O 169
IV – alunos com outras dificuldades ou limitações acentuadas no processo de
desenvolvimento, que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares e necessitam de
recursos pedagógicos adicionais.
Parágrafo único - As escolas que integram o sistema de ensino do Estado de São Paulo
organizar-se-ão para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais especiais, de
modo a propiciar condições necessárias a uma educação de qualidade para todos,
recomendando-se intercâmbio e cooperação entre as escolas, sempre que possam proporcionar o
aprimoramento dessas condições.
Art. 5.º – As escolas organizar-se-ão de modo a prever e prover em suas classes comuns,
podendo contar com o apoio das instituições, órgãos públicos e a colaboração das entidades
privadas:
LEGISLAÇÃ O 170
Art. 6º - Os alunos que não puderem ser incluídos em classes comuns, em decorrência de
severa deficiência mental ou grave deficiência múltipla, ou mesmo apresentarem
comprometimento do aproveitamento escolar em razão de transtorno invasivo do
desenvolvimento, poderão contar, na escola regular, em caráter de excepcionalidade e
transitoriedade, com o atendimento em classe regida por professor especializado, observado o
disposto no Parágrafo único do Art. 4° desta Deliberação.
II – oferecer aos alunos matriculados nas classes comuns do ensino regular atividades de
preparação e formação para o trabalho e atividades nas diferentes linguagens artísticas e
culturais;
LEGISLAÇÃ O 171
I - formação específica em curso de graduação de nível superior ou;
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
LEGISLAÇÃ O 172
INDICAÇÃO CEE Nº 70/2007 - CEB - Aprovada em 13-6-2007
EMENTA ORIGINAL: Fixa normas gerais para a Educação Especial no sistema de ensino
do Estado de São Paulo
CONSELHO PLENO
1. INTRODUÇÃO
Isto posto, se as orientações que enfatizam a necessidade de incluir a todos nos sistemas
educacionais se configuram como inquestionáveis frente ao princípio de preservação da dignidade
humana, quais as razões que justificariam, ainda, a manutenção de procedimentos e mecanismos
que continuam segregando diferentes segmentos, seja no convívio escolar, como no social? Que
aspectos, recursos e/ou serviços da educação se mostram ainda insuficientes, impróprios e/ou
inadequados à compreensão da concepção e/ou da implementação de uma prática de educação
inclusiva? Seria o entendimento do ideário dessa prática o efetivo obstáculo do direito para a
implementação de uma educação inclusiva de qualidade, capaz de atender, com sucesso, a todos
que a buscam, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais ou outras?
Mais que defender, desenvolver ou aprofundar o ideário dessa prática inclusiva, urge a
necessidade de se tecer, preliminarmente, algumas considerações que dizem respeito ao
entendimento dado pela LDB à Educação Especial.
Para tanto, vale a pena destacar que essa Lei define a Educação Especial como uma
modalidade de educação escolar, concretizada por uma proposta pedagógica que visa a promover
o desenvolvimento das potencialidades dos educandos que apresentem necessidades
educacionais especiais, mediante à adoção de alternativas curriculares, metodológicas, técnicas e
LEGISLAÇÃ O 173
de recursos didático-pedagógicos adequados. Uma prática pedagógica que, somente quando
orientada pelo compromisso com o desenvolvimento humano e pela conduta da inclusão, irá
identificá-la e qualificá-la como tal, conferindo-lhe a legitimidade de educação especial. Mais que a
adoção de uma prática acentuadamente acolhedora e agregadora, ela é uma modalidade
educacional que clama pela flexibilidade do professor, na organização de ações capazes de
assegurar, aos alunos, oportunidades de desenvolvimento, e como tal, virem a ser atendidos na
especificidade das diferenças que os caracterizam.
É com esse entendimento que vêm sendo realizados debates entre educadores e a
sociedade em geral, apontando medidas concretas voltadas à consecução de um efetivo processo
educacional de inclusão. Apesar disso, até hoje as práticas sociais e escolares vivenciadas vêm
avançando em ritmos pouco compatíveis com o desejado. Nessa perspectiva e buscando atender
a tais anseios, os sistemas de ensino vêm implementando, em todos os níveis da administração,
medidas que visam à transformação do sistema educacional em um conjunto de instituições
democráticas, capazes de gerar, em fase de escolarização, a inclusão social e a aprendizagem
bem sucedida da população.
Nesse contexto, a escola inclusiva se constitui na Instituição que, com maior propriedade,
se mantém atenta às necessidades de seus alunos e às expectativas da comunidade em que se
insere. É uma escola que se constrói, a partir da permanente interação com os educandos, seus
familiares e outros integrantes da comunidade, dando-lhes voz e condições para que possam
atuar, efetivamente, no desenvolvimento das atividades escolares, partilhando responsabilidades,
em um ambiente de colaboração e de convívio solidário. É uma concepção de educação que a
sustenta, que não exclui, que assegura o acolhimento de todos que a demandam, que garante
sua permanência com sucesso, e que se empenha em mudar, para responder à ampla e
complexa diversidade das necessidades educacionais diagnosticadas, independentemente das
condições sociais, físicas, de saúde e possibilidades relacionais existentes.
Por outro lado, a LDB, ao denominar alunos que apresentam necessidades educacionais
especiais, pretendeu descaracterizar o conceito centrado no aluno como o sujeito que porta, que
carrega consigo um déficit. Ao generalizar a terminologia, a LDB faz sobressair quão diferentes
são as demandas dos alunos, a pluralidade dos estilos e ritmos de aprendizagem que
apresentam, a diversidade das dificuldades de que são portadores, delineando um universo plural
de necessidades que atinge todo e qualquer aluno, independentemente do perfil que o defina. E é,
desse universo, que fazem parte os alunos com deficiências, com altas habilidades e com
distúrbios globais de desenvolvimento. Nesse sentido, esses alunos são definidos pela Resolução
CNE/CEB nº 02/2001, como:
LEGISLAÇÃ O 174
“....... os que, durante o processo educacional, apresentem dificuldades acentuadas de
aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento, que dificultem o acompanhamento
das atividades curriculares; dificuldades de comunicação e sinalização, que demandem utilização
de linguagens e códigos aplicáveis; altas habilidades/superdotação e grande facilidade de
aprendizagem que os leve a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes”.
Tornar realidade essa educação que se concretiza por uma prática pedagógica singular,
própria e inclusiva, requer, preliminarmente, uma retomada das providências e medidas que vêm
sendo implementadas nesta última década pelos sistemas de ensino. Um reexame que se inicia
pelo reconhecimento e valorização do esforço dispensado pelos educadores no enfrentamento
dos desafios que se apresentam, em classes comuns, no processo de escolarização de alunos
com necessidades especiais. São desafios que nos apontam, concomitantemente, não só a
necessidade de alguns ajustes, como nos animam a propor novas linhas de ação. São
providências que demandam, de imediato, um aprofundamento da concepção da prática
pedagógica inclusiva, de seu ideário, com destaque à ampliação de oportunidades de efetivo
convívio social, de comunicação estimulada, do reconhecimento da inexistência de padrões de
chegada, da premência de seu estabelecimento pela escola ou pelo professor, da importância da
organização e vivência de oportunidades diversificadas que possibilitem ao aluno construir seu
próprio patamar curricular e identificar suas reais dificuldades. São flexibilizações curriculares a
serem realizadas pela equipe escolar, em consonância com o projeto pedagógico da escola, que
deverão incorporar metodologias de ensino diversificadas e recursos didáticos diferenciados para
o desenvolvimento de cada aluno. É uma prática que pressupõe efetiva capacitação dos
professores, mediante a oferta de programas de formação inicial ou continuada, que lhes
assegurem não só oportunidades para se apropriarem dos conteúdos e das competências
pedagógicas necessárias, como os subsidiem, com a participação da família e de outros agentes
da comunidade, com medidas ou providências de sustentabilidade do processo de aprendizagem.
Esse é o grande desafio que, ora, se apresenta às escolas: consolidar uma escola
inclusiva e de qualidade. Um processo que, para sua efetiva consolidação, contará com serviços
de apoio pedagógico especializado, em que o atendimento educacional demandado pelos alunos
se viabilizará em sala de recursos, instaladas em escolas, mediante o apoio de instituições
especializadas. São serviços auxiliares ao processo de escolarização em que o professor,
especializado no tipo/área da necessidade constatada, estará realizando complementação ou
suplementação curricular, utilizando procedimentos, equipamentos e materiais próprios, em
LEGISLAÇÃ O 175
período diverso ao da classe comum do aluno. Um processo que, coerente aos princípios que o
fundamentam, assegura aos alunos que, porventura, não puderem contar com essas alternativas,
um atendimento itinerante a ser disponibilizado à unidade escolar e desenvolvido por professor
especializado, numa atuação colaborativa com os professores das classes comuns. Um
atendimento em que os alunos que não puderem ser incluídos em classes comuns, em
decorrência de severa deficiência mental ou grave deficiência múltipla, ou ainda, apresentarem
comprometimento do aproveitamento escolar em razão de transtorno invasivo do
desenvolvimento, dar-se-á, em caráter de excepcionalidade, em classe regida por professor
especializado na área da necessidade. Neste caso, o atendimento e o tempo de permanência do
aluno, nesse perfil de classe, somente serão legitimados, quando a indicação feita decorrer do
consenso resultante da avaliação pedagógica conduzida pela equipe escolar e do envolvimento e
da participação da família e de profissionais da saúde no processo, pois é uma indicação de
matrícula, cujo tempo de permanência do aluno na classe dependerá da avaliação sistemática a
ser realizada pela equipe escolar, pais e Conselho de Escola ou estrutura similar, com vistas a
seu (re) ingresso à classe comum ou em outros serviços da comunidade.
Outro grande desafio pedagógico que se tem apresentado, freqüentemente, aos docentes
diz respeito ao grau/nível de terminalidade dos estudos a que faz jus o aluno com significativa
defasagem entre idade e série/ano e severa deficiência mental ou grave deficiência múltipla,
quando esgotadas, em seu percurso, todas as possibilidades de avanço escolar. É de se convir
que, assegurados a esses alunos os padrões mínimos de acessibilidade, mobilidade e
comunicação, na conformidade do contido nas Leis nº 10.098/2000 e nº 10.172/2001 e, quando
tiverem sido desenvolvidas todas as alternativas metodológicas previstas na proposta pedagógica
da escola, aplicados todos os critérios de avaliação do desempenho escolar estabelecidos
regimentalmente e utilizadas todas formas de comunicação e adaptação dos materiais didáticos
sugeridos, a equipe escolar disporá das condições necessárias para atestar o grau de estudos
alcançados pelo aluno no ensino fundamental ou mesmo para certificar sua conclusão desse nível
de ensino. É uma providência que deverá, rotineiramente, vir acompanhada do histórico escolar
do aluno, e ser objeto de registros descritivos das habilidades e competências por ele
desenvolvidas ou aprofundadas ao longo de seu itinerário escolar.
Envidar esforços para a implementação de uma educação especial que se viabilize por
uma prática pedagógica de inclusão de todos, desenvolvida com qualidade e voltada para o
LEGISLAÇÃ O 176
sucesso, significa cunhar na política dos sistemas de ensino do Estado de São Paulo a ruptura
para com as práticas seletivas e excludentes, práticas essas que, quando não impedem, dificultam
as pessoas com necessidades especiais de participarem do convívio social.
2. CONCLUSÃO
3. DECISÃO DA CÂMARA
Presentes os Conselheiros: Amarilis Simões Serra Sério, Ana Luisa Restani, Ana Maria de
Oliveira Mantovani, Joaquim Pedro Villaça de Souza Campos, Leila Rentroia Iannone, Maria
Aparecida de Campos Brando Santilli, Mauro de Salles Aguiar e Suzana Guimarães Tripoli.
DELIBERAÇÃO PLENÁRIA
Dispõe sobre a educação escolar de alunos com necessidades educacionais especiais nas
escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas
LEGISLAÇÃ O 177
Adolescente e na Indicação nº 70/07 e Deliberação nº 68/07 do Conselho Estadual de Educação,
e considerando que:
o atendimento escolar de alunos que apresentam necessidades educacionais especiais
far-se-á preferencialmente, em classes comuns da rede regular de ensino, com apoio de serviços
especializados organizados na própria ou em outra unidade escolar, ou, ainda, em centros de
apoio regionais;
a inclusão, permanência, progressão e sucesso escolar de alunos com necessidades
educacionais especiais em classes comuns do ensino regular representam a alternativa mais
eficaz no processo de atendimento desse alunado;
os paradigmas atuais da inclusão escolar vêm exigindo a ampliação dos serviços de apoio
especializado e a adoção de projetos pedagógicos e metodologias de trabalho inovadores,
Resolve:
Art. 1º - São considerados alunos com necessidades educacionais especiais:
I - alunos com deficiência física, mental, sensorial e múltipla, que demandem atendimento
educacional especializado;
II - alunos com altas habilidades, superdotação e grande facilidade de aprendizagem, que
os levem a dominar, rapidamente, conceitos, procedimentos e atitudes;
III - alunos com transtornos invasivos de desenvolvimento;
V - alunos com outras dificuldades ou limitações acentuadas no processo de
desenvolvimento, que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares e necessitam de
recursos pedagógicos adicionais.
Art. 2º - Os alunos com necessidades educacionais especiais, ingressantes na 1ª série do
ensino fundamental ou que venham transferidos para qualquer série ou etapa do ensino
fundamental e médio, serão matriculados, preferencialmente, em classes comuns do ensino
regular, excetuando-se os casos, cuja situação específica, não permita sua inclusão direta nessas
classes.
§ 1º - O encaminhamento dos alunos de que trata o caput deste artigo para serviços de
apoio pedagógico especializado em salas de recursos far-se-á somente após avaliação
pedagógica realizada em conformidade com o disposto na presente resolução.
§ 2º - Aplicam-se aos alunos da modalidade de educação especial, as mesmas regras
previstas no regimento da escola para fins de classificação em qualquer série ou etapa,
independente de escolarização anterior, mediante avaliação realizada pela escola.
Art. 3º - O atendimento escolar a ser oferecido ao aluno com necessidades educacionais
especiais, deverá ser orientado por avaliação pedagógica realizada pela equipe da escola,
formada pelo Diretor, Professor Coordenador e Professor da sala comum, podendo, ainda, contar,
com relação aos aspectos físicos, motores, visuais, auditivos e psico-sociais, com o apoio de
professor especializado da Diretoria de Ensino e de profissionais da área da saúde.
Art. 4º - Caberá aos Conselhos de Classe/Ciclo/Série/Termo, ao final de cada ano letivo,
aprovar relatório circunstanciado de avaliação, elaborado por professor da área, contendo parecer
conclusivo sobre a situação escolar dos alunos atendidos pelos diferentes serviços de apoio
especializado, acompanhado das fichas de observação periódica e contínua, em conformidade
com os Anexos I, II e III desta resolução.
Art. 5º - Os alunos com deficiências que apresentem severo grau de comprometimento,
cujas necessidades de recursos e apoios extrapolem, comprovadamente, as disponibilidades da
escola, deverão ser encaminhados às respectivas instituições especializadas conveniadas com a
Secretaria da Educação.
LEGISLAÇÃ O 178
Art. 6º - em se tratando de alunos com significativa defasagem idade/série e severa
deficiência mental ou grave deficiência múltipla, que não puderem atingir os parâmetros exigidos
para a conclusão do ensino fundamental, as escolas poderão, com fundamento no inciso II do
artigo 59 da Lei 9.394/96, expedir declaração com terminalidade específica de determinada série,
acompanhada de histórico escolar e da ficha de observação contendo, de forma descritiva, as
competências desenvolvidas pelo educando.
§ 1º - A terminalidade prevista no caput deste artigo somente poderá ocorrer em casos
plenamente justificados mediante relatório de avaliação pedagógica, balizada por profissionais da
área da saúde, com parecer aprovado pelo Conselho de Escola e visado pelo Supervisor de
Ensino.
§ 2º - A escola deverá articular-se com os órgãos oficiais ou com as instituições que
mantenham parcerias com o Poder Público, a fim de fornecer orientação às famílias no
encaminhamento dos alunos a programas especiais, voltados para o trabalho, para sua efetiva
integração na sociedade.
Art. 7º - Consideradas as especificidades regionais e locais, serão organizados,
gradativamente, em nível de unidade escolar e por sua solicitação, Serviços de Apoio Pedagógico
Especializado (SAPEs), desde que acompanhados dos termos de anuência da Diretoria de Ensino
e da respectiva Coordenadoria de Ensino.
Art. 8º - A implementação de Serviços de Apoio Pedagógico Especializado (SAPEs) tem
por objetivo melhorar a qualidade da oferta da educação especial, na rede estadual de ensino,
viabilizando-a por uma reorganização que, favorecendo a adoção de novas metodologias de
trabalho, leve à inclusão do aluno em classes comuns do ensino regular.
Parágrafo único - Os Serviços de Apoio Pedagógico Especializado (SAPEs) serão
implementados por meio de:
1 - atendimento prestado por professor especializado, em sala de recursos específicos, em
horários programados de acordo com as necessidades dos alunos, e, em período diverso daquele
que o aluno freqüenta na classe comum, da própria escola ou de outra unidade;
2 - atendimento prestado por professor especializado, na forma de itinerância.
Art. 9º - Os alunos que não puderem ser incluídos em classes comuns, em decorrência de
severa deficiência mental ou grave deficiência múltipla, ou mesmo apresentarem
comprometimento do aproveitamento escolar em razão de transtorno invasivo do
desenvolvimento, poderão contar, na escola regular, em caráter de excepcionalidade e
transitoriedade, com o atendimento em classe regida por professor especializado, observado o
disposto no parágrafo único do art. 4° da Deliberação CEE 68/07.
§ 1º - Esgotados os recursos pedagógicos necessários para manutenção do aluno em
classe regular, a indicação da necessidade de atendimento em classe regida por professor
especializado deverá resultar de uma avaliação multidisciplinar, a ser realizada por equipe de
profissionais indicados pela escola e pela família.
§ 2º - O tempo de permanência do aluno na classe regida por professor especializado
dependerá da avaliação multidisciplinar e de avaliações periódicas a serem realizadas pela
escola, com participação dos pais e do Conselho de Escola e/ou estrutura similar, com vistas a
sua inclusão em classe comum.
§ 3º - O caráter de excepcionalidade, de que se revestem a indicação do encaminhamento
dos alunos e o tempo de sua permanência em classe regida por professor especializado, será
assegurado por instrumentos e registros próprios, sob a supervisão do órgão competente.
Art. 10 - na organização dos Serviços de Apoio Especializado (Sapes) nas Unidades
Escolares, observar-se-á que:
LEGISLAÇÃ O 179
I - o funcionamento da sala de recursos será de 25 (vinte e cinco) aulas semanais,
distribuídas de acordo com a demanda do alunado, com turmas constituídas de 10 a 15 alunos, de
modo a atender alunos de 02(dois) ou mais turnos, quer individualmente, quer em pequenos
grupos na conformidade das necessidades do(s) aluno(s);
II - as aulas do atendimento itinerante, a serem atribuídas ao docente titular de cargo como
carga suplementar e ao ocupante de função-atividade na composição da respectiva carga horária,
serão desenvolvidas em atividades de apoio ao aluno com necessidades especiais, em trabalho
articulado com os demais profissionais da escola;
III - o apoio oferecido aos alunos, em sala de recursos ou no atendimento itinerante, terá
como parâmetro o desenvolvimento de atividades que não deverão ultrapassar a 2 aulas diárias.
Art. 11 - a organização dos SAPEs na unidade escolar, sob a forma de sala de recursos,
somente poderá ocorrer quando houver:
I - comprovação de demanda avaliada pedagogicamente;
II - professor habilitado ou, na ausência deste, professor com Licenciatura Plena em
Pedagogia e curso de especialização na respectiva área da necessidade educacional, com, no
mínimo, 360 horas de duração;
III - espaço físico adequado, não segregado;
IV - recursos e materiais didáticos específicos;
V - parecer favorável da CENP, expedido pelo Centro de Apoio Pedagógico Especializado.
§ 1º - As turmas a serem atendidas pelas salas de recursos poderão ser instaladas para
atendimento de alunos de qualquer série, etapa ou modalidade do ensino fundamental ou médio,
e as classes com professor especializado, somente poderão atender alunos cujo grau de
desenvolvimento seja equivalente ao previsto para o Ciclo I.
§ 2º - A constituição da turma da sala de recursos, da classe com professor especializado
e da itinerância deverá observar o atendimento a alunos de uma única área de necessidade
educacional especial.
Art. 12 - Os docentes, para atuarem nos SAPEs, deverão ter formação na área da
necessidade educacional especial, observada a prioridade conferida ao docente habilitado.
Art. 13- Caberá ao professor de Educação Especial, além do atendimento prestado ao
aluno:
I - participar da elaboração da proposta pedagógica da escola;
II - elaborar plano de trabalho que contemple as especificidades da demanda existente na
unidade e/ou na região, atendidas as novas diretrizes da Educação Especial;
III- integrar os conselhos de classes/ciclos/séries/termos e participar das HTPCs e/ou
outras atividades coletivas programadas pela escola;
IV- orientar a equipe escolar quanto aos procedimentos e estratégias de inclusão dos
alunos nas classes comuns;
V - oferecer apoio técnico pedagógico aos professores das classes comuns;
VI - fornecer orientações e prestar atendimento aos responsáveis pelos alunos bem como
à comunidade.
Art. 14 - As unidades escolares que não comportarem a existência dos SAPEs poderão,
definida a demanda, contar com o atendimento itinerante a ser realizado por professores
especializados alocados em SAPEs ou escolas da região, atendidas as exigências previstas no
art. 17 da Resolução SE 90/05.
Art. 15 - Caberá às Diretorias de Ensino:
LEGISLAÇÃ O 180
I - proceder ao levantamento da demanda das salas de recursos e do apoio itinerante,
visando à otimização e à racionalização do atendimento com o objetivo de transformar ou
transferir o serviço oferecido, remanejando os recursos e os equipamentos para salas de unidades
escolares sob sua jurisdição;
II - propor a criação de serviços de apoio pedagógico especializado à respectiva
Coordenadoria de Ensino;
III - orientar e manter as escolas informadas sobre os serviços ou instituições
especializadas existentes na região, mantendo contatos com as mesmas, de forma a agilizar o
atendimento de alunos.
Art. 16 - As situações não previstas na presente resolução serão analisadas e
encaminhadas por um Grupo de Trabalho constituído por representantes da CENP/CAPE, Cogsp
e/ou CEI e Diretoria(as) de Ensino envolvida(s).
Art. 17 - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário, em especial, a Resolução SE 95/00.
Notas:
Constituição Federal;
Constituição Estadual;
Lei n.º 8.069/90;
Lei n.º 9.394/96;
Del. CEE n.º 68/07 (Ind. CEE n.º 70/07), à pág. 313 do vol. LXIII;
Res. SE n.º 90/05, à pág. 148 do vol. LX;
Revoga a Res. SE n.º 95/00, à pág. 139 do vol. L;
Alterado pela Res. SE 31/08.
ANEXO I
Ano:
Nome do aluno:
Data de nascimento:
Série:
Endereço residencial:
Telefone de contato da família:
Área de deficiência:
Escola:
Diretoria de Ensino:
Relato do professor da sala comum:
LEGISLAÇÃ O 181
- Antecedentes de atendimento de outra natureza ( clínicos e terapêuticos)
2- Relacionamento do aluno na escola onde está matriculado (com os professores e colegas)
3- Relacionamento do aluno com o professor especialista
4- Relacionamento com seu grupo social
___________________ ____________________
Nome do Professor / RG Professor Coordenador
Diretor
_____________________________
Nome do Professor/RG (especialista)
ANEXO II
LEGISLAÇÃ O 182
Data do atendimento: ____/ ____/ ______
Quantidade de horas de atendimento:
( ) Aluno ( ) Professores de sala comum ( ) Equipe escolar ( ) Família
( ) Comunidade ( )
Obs.: Nomear o(s) professor(es) atendido(s) e classe(s)/série(s)
Quantidade de horas na produção de material pedagógico: ( )
Item 2 – Ações desenvolvidas com o aluno, articuladas com o professor da sala comum:
(Objetivos, tipo de atividade, recurso utilizado e intervenção realizada)
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
................................................................................
______________________ ____________________________________________
Professor Professor Coordenador Diretor
ANEXO III
Item 5 - Observações:
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
.............................................................................................................................................................
..................................................................................................................................
______________________ _______________________
_____________________
Nome do Professor / RG Professor Coordenador Diretor
LEGISLAÇÃ O 184
“§ 1º - A terminalidade prevista no caput deste artigo somente poderá ocorrer em casos
plenamente justificados mediante relatório de avaliação pedagógica, com a participação e a
anuência da família, com parecer do Conselho de Classe e Série aprovado pelo Conselho de
Escola e visado pelo Supervisor de Ensino, responsável pela Unidade Escolar e pela Educação
Especial, na Diretoria Regional de Ensino”.
Art. 2º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as
disposições em contrário.
Parágrafo único - Fazem jus à certificação de que trata o caput do artigo, os alunos com
necessidades educacionais especiais, na área da deficiência mental, que demandam apoio
constante de alta intensidade, inclusive para gerir sua vida e que demonstram não terem se
apropriado das competências e habilidades básicas fixadas para determinada série ou ciclo do
ensino fundamental.
LEGISLAÇÃ O 185
I - conjunto dos dados individuais do aluno, acompanhados das fichas de observação periódica e
contínua realizada e dos registros feitos pelo atendimento no Serviço de Apoio Pedagógico
Especializado, na conformidade do roteiro objeto do Anexo I da presente portaria;
II - cópia da avaliação das habilidades e competências atingidas pelo aluno nas diversas áreas do
conhecimento, fundamentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental,
Ciclo I e II - anexo II da presente portaria;
III - histórico escolar do aluno, na conformidade das normas estabelecidas para o registro do
rendimento escolar, estabelecidas pela Resolução SE Nº 61/2007, contendo no campo de
Observações a seguinte ressalva: “Este Histórico Escolar somente terá validade se acompanhado
da Avaliação Pedagógica”.
VI - parecer favorável emitido pelos supervisores responsáveis pela Educação Especial e pela
unidade escolar nas Diretorias Regionais de Ensino.
I - elaborar o relatório individual com dados do aluno e de acordo com o inciso I do artigo 2º da
presente portaria;
Art. 5º - Caberá ao professor (ou professores) da classe comum em que o aluno se encontra
matriculado realizar uma avaliação pedagógica descritiva das habilidades e competências
desenvolvidas pelo aluno, emitindo parecer específico, na conformidade do contido no Regimento
Escolar.
I - designar comissão composta por três educadores da equipe escolar, dentre os quais,
preferencialmente, um professor com formação na área da deficiência mental, para analisar e
emitir parecer sobre o relatório final, que expresse o processo de aprendizagem desenvolvido pelo
aluno indicado para Terminalidade Escolar Específica.
LEGISLAÇÃ O 186
III - cuidar que a documentação referente à concessão da Terminalidade Escolar Específica
permaneça à disposição da família do aluno para os encaminhamentos que se fizerem
necessários;
IV - articular-se com órgãos oficiais ou com instituições da sociedade, a fim de fornecer orientação
às famílias para encaminhamento do aluno a programas especiais, voltados para o trabalho e sua
efetiva inserção na sociedade local, conforme §2º, artigo 6º da Resolução SE Nº 11/2008;
Art. 7º - Caberá aos Supervisores responsáveis pela Educação Especial e pela Unidade Escolar:
II - analisar e visar toda documentação referente à vida escolar do aluno, para concessão do
Certificado de Terminalidade Escolar Específica.
Art. 8º - Caberá à Diretoria de Ensino, através da equipe responsável pela Educação Especial,
emitir parecer sobre os documentos que serão anexados ao Certificado de Terminalidade Escolar
Específica.
Art. 9º - As situações não previstas na presente Portaria serão analisadas por um grupo de
trabalho constituído por representantes da CENP/CAPE, COGSP e/ou CEI e da Diretoria de
Ensino envolvida.
Anexo I
Escola: ______________________________________
d) relacionamento interpessoal;
LEGISLAÇÃ O 187
e) as habilidades artísticas, práticas esportivas, manuais;
f) exercício da autonomia;
Obs. 1: Esse documento deverá ser um compilado das fichas de observação realizadas ao longo
do processo educacional do aluno, de acordo com o art. 4º da Resolução SE N° 11/2008, alterada
pela Resolução SE Nº 31/2008.
Anexo II
TERMINALIDADE ESPECÍFICA
EE _________________________________________
Identificação do aluno
Nome: _______________________________________
Idade: _________
LEGISLAÇÃ O 188
HABILIDADES e COMPETÊNCIAS ADQUIRIDAS PELO ALUNO EM TODAS AS ÁREAS DO
CURRÍCULO
______________________________________________________________________________
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_____________________________
Obs.: Essa descrição deverá ser sucinta e obedecendo a seqüência das disciplinas.
Assinaturas:
Anexo III
de acordo com o inciso VII do artigo 24, inciso II do artigo 59 da Lei Nº 9.394/1996 e artigo 6º da
Resolução SE Nº 11/2008, alterada pela Resolução SE Nº 31/2008, certifica que
________________________________
LEGISLAÇÃ O 189
RG Nº ___________, nascido em ___/ ___/ _____, concluiu a ____ série em regime de
Terminalidade Específica no ano letivo de ________.
São Paulo, de de .
HISTÓRICO ESCOLAR
Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei complementar:
Artigo 1º - Fica instituído o Regime de Dedicação Plena e Integral – RDPI aos integrantes do
Quadro do Magistério em exercício nas Escolas Estaduais de Ensino Médio de Período Integral,
caracterizado pela exigência da prestação de 40 (quarenta) horas semanais de trabalho, em
período integral, com carga horária multidisciplinar ou de gestão especializada.
I - Escolas Estaduais de Ensino Médio de Período Integral – unidades escolares de ensino médio
de turno integral, que têm como objetivo a formação de indivíduos autônomos, solidários e
produtivos, com conhecimentos, valores e competências dirigidas ao pleno desenvolvimento da
pessoa humana e seu preparo para o exercício da cidadania, mediante conteúdo pedagógico,
método didático e gestão curricular e administrativa próprios, conforme regulamentação,
observada a Base Nacional Comum, nos termos da lei;
LEGISLAÇÃ O 190
Período Integral, de forma individual e coletiva, na integração das áreas de conhecimento da Base
Nacional Comum e da parte diversificada específica, conforme o plano de ação estabelecido;
III - carga horária de gestão especializada – conjunto de horas em atividade de gestão, suporte e
eventual atuação pedagógica, exercida exclusivamente por diretores e vice-diretores nas Escolas
Estaduais de Ensino Médio de Período Integral, conforme plano de ação estabelecido;
V - programa de ação – documento pedagógico a ser elaborado pelo professor, com os objetivos,
metas e resultados de aprendizagem a serem atingidos pelos seus alunos, conforme o plano de
ação estabelecido;
VI - projeto de vida - documento elaborado pelo aluno, que expressa metas e define prazos, com
vistas à realização das aptidões individuais, com responsabilidade individual, responsabilidade
social e responsabilidade institucional em relação à Escola Estadual de Ensino Médio de Período
Integral;
VII - protagonismo juvenil - processo atitudinal pelo qual os alunos, sob orientação dos
professores, assumem progressivamente a gestão de seus conhecimentos e de sua
aprendizagem, com responsabilidade individual, responsabilidade social e responsabilidade
institucional em relação à Escola Estadual de Ensino Médio de Período Integral;
IX - clubes juvenis - grupos temáticos, criados e organizados pelos alunos da Escola Estadual de
Ensino Médio de Período Integral, incluindo-se entre as atividades de protagonismo e
empreendedorismo juvenis;
Artigo 3º - A composição da estrutura das Escolas Estaduais de Ensino Médio de Período Integral
com integrantes do Quadro do Magistério independerá do módulo de pessoal das unidades
escolares estabelecido na legislação em vigor.
Artigo 4º - São atribuições específicas dos Diretores das Escolas Estaduais de Ensino Médio de
Período Integral, além daquelas inerentes ao respectivo cargo:
LEGISLAÇÃ O 191
I - planejar, implantar e manter todas as atividades destinadas a desenvolver e realizar o conteúdo
pedagógico, método didático e gestão curricular e administrativa próprios da Escola;
III - gerir os recursos humanos e materiais para a realização da parte diversificada do currículo e
das atividades de tutoria aos alunos, considerados o contexto social da respectivo Escola e os
projetos de vida dos alunos;
VI - zelar pelo cumprimento do regime de trabalho do corpo docente de que trata esta lei
complementar;
VII - organizar, entre os membros do corpo docente da respectiva Escola, a realização das
substituições dosprofessores, em áreas afins, nos seus impedimentos legais e temporários, salvo
nos casos de licença à gestante e licença-adoção;
XI - atuar como agente difusor e multiplicador do modelo pedagógico da Escola, de suas práticas
educacionais e de gestão, conforme os parâmetros fixados pelos órgãos centrais da Secretaria da
Educação;
Artigo 5º - São atribuições específicas dos Vice-Diretores das Escolas Estaduais de Ensino Médio
de Período Integral, além daquelas inerentes ao ocupante do respectivo posto de trabalho:
LEGISLAÇÃ O 192
V - assumir a direção da Escola nos períodos em que o Diretor estiver atuando como agente
difusor e multiplicador do modelo pedagógico da Escola.
Artigo 7º - São atribuições específicas dos professores das Escolas Estaduais de Ensino Médio de
Período
III - planejar, desenvolver e atuar na parte diversificada do currículo, no que se refere a disciplinas
eletivas,
LEGISLAÇÃ O 193
V - realizar, obrigatoriamente, a totalidade das horas de trabalho pedagógico coletivo e individual
nos recintos das respectivas Escolas;
VII - participar das orientações técnico-pedagógicas relativas à sua atuação na Escola e de cursos
de formação continuada;
VIII - auxiliar, a critério do Diretor e conforme as diretrizes dos órgãos centrais, nas atividades de
orientação técnico-pedagógicas desenvolvidas nas Escolas; IX - elaborar guias de aprendizagem,
sob a orientação do Professor Coordenador;
Artigo 8º - Os processos seletivos dos integrantes do Quadro do Magistério para atuação nas
Escolas Estaduais de Ensino Médio de Período Integral serão realizados conforme
regulamentação específica.
Artigo 9º - Poderão participar dos processos de seleção para atuar nas Escolas Estaduais de
Ensino Médio de Período Integral os servidores que atendam às seguintes condições:
III - possuam experiência mínima de 3 (três) anos de exercício no magistério público estadual;
Parágrafo único - Nas Escolas Estaduais de Ensino Médio de Período Integral não será permitida
a contratação de professor temporário, prevista na Lei Complementar nº 1.093, de 16 de julho de
2009.
LEGISLAÇÃ O 194
I - aprovação, em avaliações de desempenho, periódicas e específicas, das atribuições
desenvolvidas nas
Escolas;
§ 1º - A GDPI será computada nos cálculos do décimo terceiro salário, do acréscimo de um terço
de férias e dos proventos da aposentadoria.
I - nos casos de afastamentos, licenças e ausências de qualquer natureza, salvo férias, licença à
gestante, licença-adoção e licença-paternidade;
III - perda das aulas atribuídas na Escola Estadual de Ensino Médio de Período Integral, se tratar
de docente, em razão de não atendimento a qualquer dos requisitos estabelecidos no artigo 10
desta lei complementar.
Artigo 13 - As metas das Escolas Estaduais de Ensino Médio de Período Integral serão
estabelecidas em resolução do Secretário da Educação, que também deverá prever os critérios e
a periodicidade em que serão avaliados os resultados.
Artigo 14 - Nas unidades escolares da Secretaria da Educação poderão ser criadas Escolas
Estaduais de Ensino Médio de Período Integral, para os fins previstos nesta lei complementar.
LEGISLAÇÃ O 195
Artigo 16 - As despesas resultantes da aplicação desta lei complementar correrão à conta de
dotações consignadas no orçamento vigente, podendo ser suplementadas, se necessário.
GERALDO ALCKMIN
Secretário da Educação
Secretário da Fazenda
Cibele Franzese
LEGISLAÇÃ O 196
Artigo 3º - O número de postos de trabalho docente em escolas do Programa do Ensino Integral
será fixado anualmente, em cada unidade, de acordo com a demanda de matrículas, por ato do
Diretor de Escola, conforme a respectiva regulamentação.
Artigo 4º - São atribuições específicas dos Professores Coordenadores de Área de Conhecimento
das Escolas Estaduais do Programa Ensino Integral, além daquelas inerentes ao ocupantedo
respectivo posto de trabalho:
I - elaborar o seu Programa de Ação com os objetivos, metas e resultados de aprendizagem a
serem atingidos;
II - orientar os professores nas atividades de trabalho pedagógico coletivas e individuais, em sua
respectiva área de conhecimento;
III - coordenar e orientar os professores na elaboração dos Planos Bimestrais e dos Guias de
Aprendizagem, em sua respectiva área de conhecimento;
IV - atuar em atividades de tutoria aos alunos;
V - organizar as atividades de natureza interdisciplinar emultidisciplinar, em sua respectiva área de
conhecimento, de acordo com o Plano de Ação;
VI - substituir, preferencialmente na própria área de conhecimento, sempre que necessário, os
professores da Escola em suas ausências e nos impedimentos legais de curta duração;
VII - participar da produção didático-pedagógica, em conjunto com os professores da Escola;
VIII - avaliar e sistematizar a produção didático-pedagógica no âmbito da Escola, em sua
respectiva área de conhecimento.
Artigo 5º - São atribuições específicas do professor responsável pela Sala/Ambiente de Leitura
das Escolas Estaduais do Programa Ensino Integral:
I - elaborar, anualmente, o seu programa de ação com os objetivos, metas e resultados de
aprendizagem a serem atingidos;
II - organizar, planejar e executar sua tarefa institucional de forma colaborativa e cooperativa
visando ao cumprimento do plano de ação estabelecido;
III - incentivar e apoiar as atividades de protagonismo e empreendedorismo juvenis;
IV - cumprir, obrigatoriamente, a totalidade das horas de trabalho pedagógico coletivo e individual,
no recinto da escola;
V - participar das reuniões de trabalho pedagógico coletivo realizadas na escola, a fim de
promover sua própria integração e articulação com as atividades dos demais professores em sala
de aula;
VI - participar das orientações técnico-pedagógicas relativas à sua atuação na escola e de cursos
de formação continuada;
VII - atuar em atividades de tutoria aos alunos, de acordo com o plano de ação da Escola e com
os projetos de vida dos alunos;
VIII - propor indicadores que possibilitem à equipe escolar avaliar o impacto, nos resultados da
aprendizagem, das atividades desenvolvidas na Sala/Ambiente de Leitura, no âmbito escolar;
IX - acompanhar, avaliar e sistematizar as práticas educacionais, estudos, consultas e pesquisas,
no âmbito da Sala/ Ambiente de Leitura;
X - atuar em atividades de orientação e apoio aos alunos, para utilização de recursos de
Tecnologia da Informação e Comunicação nas áreas de pesquisa e produção de materiais em
mídias digitais;
XI - subsidiar e orientar programas de preservação e organização da memória da escola e da
história local, articulados com o plano de ação da escola e com os programas de ação dos
docentes;
XII - incentivar a visitação participativa dos professores da escola à Sala/Ambiente de Leitura,
para utilização em atividades pedagógicas;
XIII - promover e executar ações inovadoras, que incentivem a leitura e a construção de canais de
acesso a universos culturais mais amplos;
XIV - coordenar, executar e supervisionar o funcionamento regular da Sala/Ambiente de Leitura,
cuidando da organização e do controle patrimonial do acervo e das instalações;
XV - organizar, na escola, ambientes de leitura alternativos.
Artigo 6º - Os dispositivos adiante enumerados, da Lei Complementar nº 1.164, de 4 de janeiro de
LEGISLAÇÃ O 197
2012, passam a vigorar com a seguinte redação:
I - os incisos I, II, V, VII, IX e X do artigo 2º:
“Artigo 2º - ......................................................
I - Ensino Integral – tem como objetivo a formação de indivíduos autônomos, solidários e
competentes, com conhecimentos, valores e habilidades dirigidas ao pleno desenvolvimento da
pessoa humana e seu preparo para o exercício da cidadania, mediante conteúdo pedagógico,
método didático e gestão curricular e administrativa próprios, conforme
regulamentação,observada a Base Nacional Comum, nos termos da lei, podendo o Ensino
Integral ser oferecido em unidades escolares de ensino fundamental e/ou médio;
II - Carga Horária Multidisciplinar – conjunto de horas em atividades com os alunos e de horas de
trabalho pedagógico na escola, exercido exclusivamente em Escola Estadual do ProgramaEnsino
Integral, de forma individual e coletiva, na integração das áreas de conhecimento da Base
Nacional Comum, da parte diversificada específica e atividades complementares;
.....................................................................
V - Programa de Ação – documento de gestão a ser elaborado por toda a equipe escolar, com os
objetivos, metas e resultados de aprendizagem a serem atingidos pelos seus alunos,conforme o
plano de ação estabelecido;
......................................................................
VII - Protagonismo Juvenil - processo pedagógico no qual o aluno é estimulado a atuar criativa,
construtiva e solidariamente na solução de problemas reais na escola, na comunidade e na vida
social;
.......................................................................
IX - Clubes Juvenis - grupos temáticos, criados e organizados pelos alunos , com apoio dos
professores e da direção da escola;
X - Tutoria - processo didático pedagógico destinado a acompanhar, orientar o projeto de vida do
aluno, bem como propiciar atividades de recuperação, se necessário.”(NR)
II - o artigo 3º:
“Artigo 3º - A composição da estrutura das Escolas Estaduais do Programa Ensino Integral com
integrantes do Quadro do Magistério independerá do módulo de pessoal das unidadesescolares
estabelecido na legislação em vigor.
§ 1º - Podem integrar, por designação, nas Escolas Estaduais do Programa Ensino Integral, as
seguintes funções e respectivos postos de trabalho:
1 - Diretor de Escola;
2 - Vice-Diretor de Escola;
3 - Professor Coordenador Geral;
4 - Professor Coordenador por área de conhecimento;
5 - Professor de Sala de Leitura.
§ 2º - As Escolas Estaduais do Programa Ensino Integral, que contemplem o Ensino Fundamental
e Médio em uma mesma unidade, poderão contar com professores coordenadores distintos,na
forma a ser regulamentada.
§ 3º - O corpo docente das Escolas Estaduais do Programa Ensino Integral será composto
exclusivamente pelos Professores Coordenadores e por professores portadores de licenciatura
plena.
§ 4º - A permanência nas designações aos integrantes do quadro de pessoal das Escolas
Estaduais do Programa Ensino Integral será disciplinada em regulamento e estará condicionada a
aprovação em avaliações de desempenho, periódicas e específicas das atribuições desenvolvidas
nas escolas e ao atendimento das condições estabelecidas no artigo 1º desta lei complementar.
§ 5º - A cessação da designação dos servidores elencados no § 1º deste artigo poderá ocorrer a
qualquer momento, caso não estejam correspondendo à atuação específica do Programa Ensino
Integral.
§ 6º - Os docentes, titulares de cargos e/ou ocupantes de funções-atividades, que não
permanecerem na unidade escolar do Programa Ensino Integral, serão removidos
e/ou transferidos para a unidade escolar mais próxima.” (NR)
III - os incisos I, II, IV e VII do artigo 4º:
LEGISLAÇÃ O 198
“Artigo 4º - .........................................................
......................................................................
III - elaborar o seu programa de ação com os objetivos, metas e resultados de aprendizagem a
serem atingidos;
.....................................................................
V - substituir, preferencialmente na própria área de conhecimento, em caráter excepcional, os
professores em suas ausências e nos impedimentos legais de curta duração;
“Artigo 7º - ........................................................
.....................................................................
IX - elaborar Plano Bimestral e Guias de Aprendizagem, sob a orientação do Professor
Coordenador de Área;” (NR)
LEGISLAÇÃ O 199
Programa Ensino Integral serão realizados conforme regulamentação específica,
ficando impedidos de participar do Programa os interessados que:
I - tiverem sofrido penalidades, por qualquer tipo de ilícito, nos últimos 5 (cinco) anos;
I - nos casos de afastamentos, licenças e ausências de qualquer natureza, salvo férias, licença à
gestante, licença adoção, licença-saúde ou licença-prêmio de até 30 (trinta) dias e licença-
paternidade;
.....................................................................
III - no caso de perda das aulas atribuídas na Escola Estadual do Programa Ensino Integral em
razão de não atendimento a qualquer dos requisitos estabelecidos no artigo 10 desta lei
complementar, quando se tratar de docente.” (NR)
“Artigo 5º - ...............................................................................................................................
VI - elaborar o seu programa de ação com os objetivos, metas e resultados de aprendizagem a
serem atingidos.”;
LEGISLAÇÃ O 200
“Artigo 7º - ......................................................... .....................................................................
Parágrafo único - As atividades de trabalho pedagógico de que trata o inciso V deste artigo,
poderão ser utilizadas para ações formativas, conforme regulamentação específica.”
Artigo 8º - Cabe ao Secretário da Educação, verificadas todas as condições necessárias, instituir,
nas unidades escolares da Secretaria da Educação, o Programa Ensino Integral nos termos
previstos nesta lei complementar.
Artigo 9º - O Poder Executivo regulamentará esta lei complementar no prazo de 60 (sessenta)
dias, contados a partir da data de sua publicação.
Artigo 11 - Esta lei complementar entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogados os
artigos 9º e 14 da Lei complementar nº 1.164, de 4 de janeiro de 2012.
Dispõe sobre o Programa Ensino Integral de que trata a Lei Complementar nº 1.164, de 4 de
janeiro de 2012, alterada pela Lei Complementar nº 1.191, de 28 de dezembro de 2012
GERALDO ALCKMIN, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais e
com fundamento no artigo 9º da Lei Complementar nº 1.191, de 28 de dezembro de 2012,
LEGISLAÇÃ O 201
Decreta:
Artigo 1º - O Programa Ensino Integral destinado a alunos do ensino fundamental e médio, das
escolas públicas estaduais, tem por objetivo propiciar a formação de indivíduos
autônomos,solidários e produtivos, com conhecimentos, valores e competências dirigidas ao pleno
desenvolvimento da pessoa humana e seu preparo para o exercício da cidadania,
mediante conteúdo pedagógico, método didático e gestão curricular e administrativa próprios, e
será implementado de acordo com o disposto neste decreto.
§ 1º - A carga de trabalho horária dos integrantes do Quadro do Magistério, em exercício nas
escolas estaduais do Programa Ensino Integral, será de 8 (oito) horas diárias, correspondendo a
40 (quarenta) horas semanais em atividades multidisciplinares ou de gestão especializada.
§ 2º - O exercício da docência compreenderá obrigatoriamente as disciplinas da base nacional
comum, da parte diversificada e das atividades complementares, sendo que a totalidade das
atividades de trabalho pedagógico coletivo e individual deverá ser cumprida no âmbito da escola.
§ 3º - A composição do quadro de pessoal das escolas, com integrantes do Quadro do Magistério,
mediante designação, consistirá de:
1. Diretor de Escola;
2. Vice-Diretor de Escola;
3. Professores Coordenadores;
§ 4º - Os Professores Coordenadores, a que se refere o item 3 do § 3º deste artigo, atuarão como
Professor Coordenador Geral ou como Professores Coordenadores por Área de Conhecimento.
§ 5º - Não será permitida contratação de professor por tempo determinado, prevista na Lei
Complementar nº 1.093, de 16 de julho de 2009, exceto para atendimento a alunos portadores de
necessidades especiais, conforme regulamentação específica.
§ 7º - As unidades escolares que ofereçam ensino fundamental e médio poderão contar com um
professor coordenador para atuar como Professor Coordenador Geral em cada nível de ensino.
§ 8º - O corpo docente será composto exclusivamente por professores coordenadores e por
professores portadores de diploma de licenciatura plena.
§ 9º - O módulo de professores que atuam em Regime de Dedicação Plena e Integral será fixado
anualmente, de acordo com a demanda escolar, por ato do Diretor de Escola.
LEGISLAÇÃ O 202
§ 10 - O integrante do Quadro do Magistério designado será avaliado periodicamente, de acordo
com critérios e procedimentos definidos em regulamento específico e com o estabelecido no artigo
5º deste decreto.
§ 13 - Nas ausências e impedimentos legais dos docentes que atuam no programa não haverá
substituição mediante nova designação, exceto de docente que se encontre em licença gestante
ou em licença-adoção.
Artigo 3º - Os processos seletivos dos integrantes do Quadro do Magistério, para atuação no
Programa Ensino Integral, serão realizados no âmbito da Diretoria de Ensino, ficando impedidos
de participar do processo os interessados que, nos últimos 5 (cinco) anos:
II - tenham desistido de designação anterior, ou cessada essa designação, por qualquer motivo,
exceto pela reassunção do integrante do Quadro do Magistério substituído.
Artigo 7º - A relação das unidades escolares que participarão do Programa Ensino Integral
será publicada por ato do Secretário da Educação.
LEGISLAÇÃ O 204
Artigo 9º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
GERALDO ALCKMIN
Artigo 1º - As escolas que oferecem ensino fundamental - anos finais e/ou ensino médio, que
tenham aderido ao Programa Ensino Integral, de que trata a Lei Complementar nº 1.164, de 4 de
janeiro de 2012, cujo objetivo precípuo é a formação de indivíduos autônomos, solidários e
competentes, terão organização e funcionamento na conformidade das diretrizes estabelecidas
nesta resolução.
Parágrafo único - Na formação a que se refere o caput deste artigo, serão contemplados
conhecimentos, habilidades e valores dirigidos ao pleno desenvolvimento da pessoa humana e a
seu preparo para o exercício da cidadania, mediante conteúdo pedagógico, método didático e
gestão curricular e administrativa próprios.
Artigo 2º - A gestão pedagógica e administrativa das escolas do Programa Ensino Integral será
organizada considerando as seguintes especificidades:
LEGISLAÇÃ O 205
I – Carga Horária Discente – o conjunto de aulas dos diferentes componentes curriculares que
compõem a Base Nacional Comum, a Parte Diversificada e as Atividades Complementares;
IV - Projeto de Vida - o documento elaborado pelo aluno, que expressa metas e define prazos,
com vistas à realização das aptidões individuais, com responsabilidade individual,
responsabilidade social e responsabilidade institucional em relação à Escola Estadual do
Programa Ensino Integral;
VI – Clubes juvenis – os grupos temáticos, criados e organizados pelos alunos , com apoio dos
professores e da direção da escola;
Parágrafo único – As escolas, a que se refere o caput deste artigo, utilizarão como instrumentos
de gestão os seguintes documentos:
2 - Programa de Ação – documento de gestão a ser elaborado por toda a equipe escolar, com os
objetivos, metas e resultados de aprendizagem a serem atingidos pelos seus alunos, conforme
Plano de Ação elaborado, a partir das diretrizes e metas estabelecidas pela Secretaria da
Educação;
LEGISLAÇÃ O 206
Artigo 4º - O currículo na escola do Programa Ensino Integral, respeitadas as diretrizes e bases da
educação nacional, compreenderá as disciplinas estabelecidas nas matrizes curriculares
específicas para o ensino fundamental - anos finais e para o ensino médio, constantes dos
Anexos I e II que integram esta resolução.
Parágrafo único - As matrizes curriculares, a que se refere o caput deste artigo, serão implantadas
em todas as turmas do ensino fundamental - anos finais, e nas do ensino médio, compreendendo
disciplinas da base nacional comum, da parte diversificada e atividades complementares.
Artigo 5º - O corpo discente na escola do Programa Ensino Integral será formado por
adolescentes e jovens que, observados os critérios de acesso e permanência, estabelecidos nos
instrumentos legais, atendam às seguintes exigências:
I – para o ensino fundamental - anos finais: tenham concluído o 5º ano do ensino fundamental;
Artigo 6º - O atendimento aos alunos para matrícula em escola do Programa Ensino Integral
observará a seguinte ordem de prioridade:
Parágrafo único – Poderão ser recebidos alunos transferidos durante o ano letivo, em qualquer
ano/série, desde que seja assegurada sua adaptação às especificidades da escola do Programa
Ensino Integral.
Artigo 7º - A avaliação do desempenho dos alunos das escolas do Programa Ensino Integral
objetiva contemplar o discente num contexto de aprendizagem mais abrangente e globalizado, de
modo a identificá-lo como um jovem autônomo, solidário e competente.
LEGISLAÇÃ O 207
§ 1º - As Disciplinas Eletivas, de duração e avaliação semestrais, terão nota atribuída mediante
decisão consensual dos docentes envolvidos, observando-se os critérios de participação e
envolvimento do aluno (desenvolvimento das atividades e pontualidade em sua entrega), de
assiduidade, de mudança de atitude, domínio de conteúdo e uso prático dos quatro pilares da
educação.
§ 2º – Para a avaliação, de que trata o parágrafo anterior, deverão ser utilizados diferentes
instrumentos, tais como: ficha para registros sobre o desempenho do aluno, portfólios, observação
pelo professor, uso de agenda, entre outros.
Parágrafo único – A avaliação das Atividades Complementares dar-se-á, para cada componente
curricular, na seguinte conformidade:
1 - Orientação de Estudo: por meio de ficha em que se acompanhem e registrem os avanços dos
alunos e, se necessário, também suas dificuldades, incluindo registros do processo de auto -
avaliação;
Valores para a vida cidadã e Protagonismo Juvenil, no ensino fundamental - anos finais: mediante
parecer descritivo a ser elaborado ao final de cada semestre, versando sobre atitudes e ações
observáveis, desenvolvidas pelo aluno e fundamentadas na obtenção das competências dos
quatro pilares da educação;
Artigo 12 – Para os alunos do ensino médio em situação de progressão parcial, a escola deverá
organizar diferentes práticas para desenvolver as competências, habilidades e conteúdos
LEGISLAÇÃ O 208
referentes ao(s) componente(s) curricular(es), objeto da retenção, tais como trabalhos de
pesquisa, trabalhos em grupo com atividades interdisciplinares e outras atividades que se julguem
Parágrafo único - As atividades, a que se refere este artigo, serão realizadas durante o período
regular de aulas.
Artigo 13 - A carga horária semanal de estudos e atividades pedagógicas dos alunos da escola do
Programa Ensino Integral terá jornada diária de até:
II - 8 (oito) horas e 40 (quarenta) minutos, para os alunos do ensino fundamental - anos finais.
Parágrafo único – O intervalo para o almoço será de, no mínimo, 1 hora e, no máximo, 1 hora e 30
minutos, havendo dois intervalos, de 15 minutos cada, um no turno da manhã e outro no turno da
tarde.
Artigo 14 - A carga horária dos integrantes do Quadro do Magistério, em exercício nas escolas do
Programa Ensino Integral, será de 8 (oito) horas diárias, correspondendo a 40 (quarenta) horas
semanais, com carga horária multidisciplinar ou de gestão especializada, especificadas no artigo
2º desta resolução.
Artigo 15 - A carga horária dos docentes nas escolas do Programa Ensino Integral compreenderá
obrigatoriamente as disciplinas da Base Nacional Comum, da Parte Diversificada e das Atividades
Complementares.
Parágrafo único – As horas de trabalho pedagógico coletivo - HTPCs deverão ser desenvolvidas
na conformidade dos horários e dias pré-estabelecidos pela equipe gestora da escola do
Programa Ensino Integral, garantindo-se que, pelo menos, 2 (duas) dessas horas sejam
consecutivas.
Artigo 18 – Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 1º
de fevereiro de 2013, revogadas as disposições em contrário, em especial as Resoluções SE nº
12, de 31-1-2012, e nº 90, de 4-10-2012.
ANEXOS:
LEGISLAÇÃ O 209
LEGISLAÇÃ O 210
LEGISLAÇÃ O 211