"Efeito Manada" Nas Mídias Sociais: Análise Do Papel Dos Microinfluenciadores No Instagram
"Efeito Manada" Nas Mídias Sociais: Análise Do Papel Dos Microinfluenciadores No Instagram
"Efeito Manada" Nas Mídias Sociais: Análise Do Papel Dos Microinfluenciadores No Instagram
pauloricardofg1@gmail.com
liviamtb@hotmail.com
RESUMO: Pode-se ver em estudos e métricas que cada vez mais o nível de publicidade
feita com influenciadores e microinfluenciadores está aumentando. Isso se dá pelo uso
das mídias sociais e também pelo estilo de comunicação que essas pessoas utilizam em
sua mídia social. O ser humano sempre agiu por impulso em várias situações e comprar
é uma delas, por isso, ao se utilizar a comunicação correta, tornou-se relativamente fácil
influenciar alguém a algo. Uma grande parte da sociedade funciona pelo instinto
“manada” de fazer o que o outro faz para ter os mesmos resultados. Considerando essas
questões, empresas têm procurado influenciadores para divulgarem suas marcas devido
à eficácia que esse tipo de estratégia tem alcançado atualmente. Entre as mídias sociais,
ganhou destaque o Instagram, por aumentar consideravelmente o número de perfis e
atrair mais o público jovem. Por isso, neste trabalho, faz-se um estudo sobre os
microinfluenciadores e seu papel na relação entre empresas e consumidores, analisando,
brevemente, o perfil de microinfluenciadores no Instagram.
ABSTRACT: Studies and metrics has shown that more and more the number of
advertising made with influencers and microinfluencers is increasing. This is happening
due to the use of social media and the communication style that these “influencing”
people use in their social media. The human being has always acted on impulse in
several situations and buying is one of them, so, using the correct way of
communication, influencing someone became easier. A large part of society works by
the "herd" instinct to do what the other does to have the same results. Considering these
issues, companies have looked for digital influencers to publicize its brands due to the
efficiency that this kind of strategy has aimed actually. Between the social media,
Instagram acquired emphasis because it has made the number of profiles increases
considerably and it has attract more the young public. So, in this work, there is a study
about the microinfluencers and their function on the relation between the companies and
consumers, analyzing, briefly, the microinfluencers’ profiles on Instagram.
INTRODUÇÃO
De acordo com Rego (2016), muitos métodos de pesquisa são usados atualmente
para capturar todos os aspectos do pensamento do consumidor e entender por que eles
se comportam, de alguma forma, de modo parecido. Esses métodos incluem pesquisa
observacional, entrevistas e investigações, além de experimentos e do uso recente da
neurociência. Segundo a autora, desde a década de 1950, disciplinas como a sociologia,
antropologia, psicologia, medicina, neurociência têm estudado o comportamento
individual e coletivo diário das pessoas, em especial para averiguar os fatores que
interferem em suas decisões de compra.
Segundo a pesquisadora, há uma tentativa de conhecer melhor o cérebro das
pessoas e observar os seus hábitos e as suas atitudes até o momento do consumo.
Ligando-se a essas áreas de pesquisa, em especial à neurociência, o marketing também
passou a estudar o consumo e o comportamento do consumidor, fazendo com que
estratégias de marketing passassem a considerar o comportamento do consumidor de
modo a aumentar os efeitos sobre ele – o consumidor – e, consequentemente, obter mais
resultados de venda no mercado.
Como atualmente as pessoas têm recebido muitas informações de diferentes
meios, atrair a sua atenção tornou-se mais difícil, e conquistar a sua atenção e conseguir
mantê-la requer muitas estratégias. Por isso, as pesquisas em neuromarketing têm
ganhado muito destaque no meio publicitário, já que, ao se conhecer melhor sobre o
comportamento do consumidor, fica mais fácil estabelecer as estratégias de marketing
que consigam alcançar as metas traçadas pela empresa.
Segundo Oda,
Devido a essa lucratividade tanto por parte das empresas quanto dos
influenciadores, diariamente pessoas produzem conteúdo para as redes sociais,
buscando reconhecimento mesmo em âmbitos locais. Assim, surgem os
microinfluenciadores – influenciadores que se destacam em um nicho específico em um
número ainda menor do que os influenciadores já reconhecidos nacionalmente. De
acordo com Braga (2010), os microinfluenciadores são “pessoas comuns, de idades e
profissões variadas, que se aventuram a produzir conteúdos no âmbito da chamada Web
2.0, estimuladas pelas facilidades que a ferramenta apresenta” (p. 43-44). De acordo
com a pesquisadora, as microcelebridades são um fenômeno novo e em expansão na
sociedade, devido ao interesse dessas pessoas em se tornar reconhecidas e também dos
seguidores que passam a ter interesse no conteúdo divulgado por elas.
Outro ponto que tem atraído os olhares das empresas para esses
microinfluenciadores é o fato de que estes têm contato mais próximo com seus
seguidores, fazendo com que eles se sintam “amigos” e queiram seguir os seus
conselhos e suas dicas de produtos.
Considerando essas informações, neste artigo, busca-se a discussão sobre o
papel dos microinfluenciadores sobre o “efeito manada” gerado sobre os seguidores/
consumidores. Para isso, serão apresentados alguns dados coletados a partir da consulta
a perfis de alguns desses microinfluenciadores.
1
Disponível em: https://premiomicroinfluenciadores.com.br/ (Acesso em 20 nov. 2020).
Como exemplo, pode-se observar o perfil do Chef Beto Almeida
(@oficialbetoalmeida) – premiado na categoria Gastronomia. O seu perfil possui 44,5
mil seguidores2, com 1103 publicações. Devido ao seu nicho, encontram-se
divulgações, em seu perfil, como de supermercado on-line, açougue e marca de leite, ou
seja, produtos bastante atrelados ao seu nicho. Suas publicações variam muito quanto ao
número de engajamento, havendo postagens com 40 a 100 comentários. Isso demonstra
que a preocupação das empresas com esses microinfluenciadores não está apenas nos
números, mas sim na confiança que passam para os seus seguidores.
A microinfluenciadora Carol Theodoro (@caroltheodoroo_), da categoria de
Família, traz, em suas postagens, um pouco sobre estilo de vida, beleza e maternidade.
Em seu perfil de 39,6 mil seguidores, 296 publicações, a influenciadora demonstra
parceria com produtos de beleza, vitaminas, produtos de limpeza, alimentos infantis e
marcas de roupa. Ou seja, por estar inserida num nicho mais abrangente, Carol
consegue parcerias mais diversificadas.
O perfil de Apartamento031 (@apartamento031), na categoria Decoração, tem
58,1 mil seguidores e 789 postagens. Dessas postagens, encontram-se parcerias com
marcas de produtos de limpeza, como Omo, marcas de eletrodomésticos como
Brastemp e Eletrolux e loja de decoração e móveis, como a Etna. Esses dados revelam
que, apesar de ser um perfil relativamente pequeno, as parcerias são feitas com
empresas grandes, o que demonstra o olhar dessas empresas para esses perfis mais
próximos do consumidor.
Convém ressaltar que alguns nichos ficam mais restritos a determinadas marcas,
enquanto outros permitem maior variedade de parcerias. No entanto, os nichos mais
específicos podem ter, ainda assim, grande lucratividade, pois, estando focados numa
temática mais específica, os (micro)influenciadores tornam-se, mais facilmente,
referências no assunto, enquanto nichos mais abrangentes lidam com maior
competitividade.
Além da divulgação de marcas, essas microcelebridades também dão dicas aos
seguidores, tratam de questões variadas, mostram sua vida particular e, assim, acabam
atraindo a curiosidade de pessoas e, consequentemente, influenciando-as.
Vale destacar que o número de publicações é parte da sua divulgação, visto que
muitos contratos de publicidade são feitas para produção de conteúdos por stories – que,
por terem duração de apenas 24 horas, dificultam a análise dessas outras possíveis
parcerias.
2
Dados de 04 de dezembro de 2020.
Inspirando-se nessas pessoas, identificando-se com elas e seguindo a
mentalidade de imitação do outro – tão natural do ser humano –, seguidores acabam
aderindo às ideias apresentadas nesses perfis e consumindo produtos divulgados por
elas. Dessa forma, por meio do efeito manada, empresas lucram com esse tipo de
divulgação, bem como lucram esses microinfluenciadores.
Com as mídias sociais específicas, tal como o Instagram, a comunicação entre o
emissor e o receptor será muito mais rápida, simples, direta e eficaz, fazendo com que o
desenvolvimento do efeito manada se espalhe rapidamente. Não importa como vai se
falar ou se passar uma informação, cada digital influencer vai se adaptando ao seu
público alvo e ao seu nicho, de modo que, consciente ou inconscientemente, os seus
seguidores acabem por reproduzir atitudes e consumir produtos tal como aquele, ou
seja, efetiva-se o comportamento de manada, conforme discutido anteriormente.
Isso tudo demonstra uma nova perspectiva para a publicidade, já que, segundo
Zanette (2015), as pessoas passaram a confiar mais nas informações oriundas de
contatos pessoais do que em informações advindas de comerciais ou de mensagens
diretamente da empresa. Por isso, os departamentos de marketing das empresas têm
procurado esses microinfluenciadores como porta-voz de seus produtos, inserindo seus
produtos e serviços nesse contexto digital.
De acordo com Kotler (2010), a nova era do marketing precisa de abordagens
diferenciadas para atrair um novo perfil de consumidores, conectados a outros
consumidores e com poder de palavra para elogiar produtos e também para criticá-los.
Portanto, o marketing de influência cria oportunidades de se aproximar o consumidor da
marca, por meio dos influenciadores digitais, passando mais credibilidade. Assim, de
acordo com Vieira (2016), o marketing de influência é uma maneira de recompensar
celebridades e produtores de conteúdo por divulgar produtos/ marcas, convertendo mais
pessoas ao consumo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS