Artigo Obesidade Ok
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SUMMARY
Objective: to analyze articles about childhood obesity and carry out an
integrative reviwe on the subject focusing on the perception of famiy
members and the child on the subject as well as understanding the
causes behind this diagnosis. Method: Integrative Review with a
database from the Virtual Health Library (BVS) and SCIELO with the
search guided by the keywords: childhood obesity; child; overweight.
Results: Selection of two articles grouped together for dealing with
aspects related to the perception of obesity. Conclusion:
Sociocominal, psychological, genetic factors may contribute to
childhood obesity. Keywords: childhood obesity; child; overwieght.
d Obesidade Infantil: Revisão integrativa sobre a percepção
dos familiares e da criança a respeito da obesidade
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Obesidade Infantil: Revisão integrativa sobre a percepção
dos familiares e da criança a respeito da obesidade
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social das pessoas acima do peso”, para os pais as 48 meses de idade, de ambos os sexos, sem
respostas mais frequentes foram “relaxadas”, síndromes e que frequentam a Unidade de Saúde e
“incapazes” e “preguiçosas”, enquanto para as centros de ensino infantil em Curitiba no Paraná. A
crianças quando perguntadas em como acham que partir de um questionário os dados como renda,
os outros as vêem, eufemismos para a palavra altura, percepção da silhueta da criança foram
“gorda” foram usados, como “um pouco gordinha”, coletados, composto por questões abertas e
“um menino grande”, entre outras. fechadas, o questionário foi aplicado a famílias
Em relação a “ Influência do sobrepeso aleatórias. Os dados obtidos em relação a medida
infantil no cotidiano”, os pais apontaram diversas das dimensões físicas de uma pessoa foram
situações em que as crianças se cansam facilmente, digitados em um software para a análise de
relatos de constrangimento como não caber na resultados.
cadeira ou quebrar a cadeira também foram ouvidos Das 514 famílias participantes, apenas 297
por fim relatam a percepção de olhares que os (57,78%) sabiam dizer qual o peso e a altura da
culpabilizam pelo sobrepeso do filho, como uma criança, 25 (4,86%) tinham dados biologicamente
falta de cuidado. incompreensíveis, 192 (37,35%) não souberam
Uma outra questão analisada foi a respeito responder ou sabiam só o peso. A grande maioria
da “Relação com profissionais da saúde”, que teve dos questionários foram respondidos pelas mães. E
respostas ambivalentes, algumas pessoas se o grupo das crianças em estudo era constituído por
mostram sem fé no tratamento pois já se 128 meninas e 169 meninos.
consultaram com diversos profissionais e com Em relação ao perfil nutricional, foram
nenhum obteve sucesso, como também se sentem identificados 5 casos de baixo peso, 24 em estado
reféns do profissional pois é o caminho mais seguro de vigilância por baixo peso, 153 eutróficos, 79 em
para se reverter o quadro, atribuem também fatores vigilância para sobrepeso, 35 com sobrepeso e 1
de “não ter dado sorte” de se consultar com um com obesidade, sendo respectivamente 1,68; 8,08;
profissional decente, por outro lado alguns se 51,52; 26,60; 11,78; e 0,34.
responsabilizam dizendo que não conseguiram Comparando as crianças com baixo peso e
seguir a dieta. as com sobrepeso e obesidade nota-se uma
Entre os motivos citados para a não adesão tendência para obesidade, sendo mais evidente
da dieta, foram citados não ter o controle da situação quando somadas as crianças ainda eutróficas,
pois está trabalhando e a criança fica com alguém porém em estado de vigilância. A prevalência do
que não realiza esse controle com a alimentação, a sobrepeso e obesidade foi de 36 casos (12,12%).
ansiedade da criança, a falta de colaboração de Em relação à percepção da silhueta da
familiares, a insistência da criança pedindo criança, 28 responsáveis consideraram que seu filho
alimentos, compra inadequada de alimentos, não estava muito magro ou magro, 253 acreditam que o
realizar o tratamento de forma contínua. filho está com o peso adequado e 9 acredita que
Em um outro artigo analisado, um estudo está acima do peso. Em um gráfico plotado foi
transversal foi conduzido com 514 crianças de 20 a possível visualizar a distorção que ocorre quando se
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dos familiares e da criança a respeito da obesidade
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compara os perfis nutricionais encontrados com a de controlar a ansiedade da criança, partindo da
percepção que os responsáveis possuem da ideia que os pais que compram os alimentos, isso
criança, tanto para as crianças magras quanto para acaba por influenciar o aumento do peso do filho.
as crianças acima do peso. Entendendo a criança como um ser-no-mundo, ela
Quanto à preocupação de que o filho fique afeta e é afetada por seu meio. Quando este mundo
com sobrepeso, 135 assinalaram “nada estabelece critérios excludentes de padrão social
preocupada”; 61 “pouco preocupada”; 53 torna-se mais significativo à forma como são
“preocupada”; 45 “muito preocupada”; e 3 não afetados.
responderam. É possível considerar que a maioria A literatura mostra que crianças associam
dos pais ou responsáveis não estava preocupada pessoas magras e gordas a qualidades negativas,
com o excesso de peso das crianças pois as enquanto indivíduos de tamanho mediano foram
consideram com peso adequado, entretanto ter associados a qualidades positivas. Os extremos são
preocupação não parece afetar o comportamento da considerados ruins. Desta forma, a criança
família, tendo em vista que foram encontrados caso interioriza muito cedo que ter excesso de peso é
de sobrepeso também nas famílias preocupadas, motivo de vergonha e embaraço. Tal percepção
sendo considerado por 83,33 dos responsáveis das pode promover uma vivência depressiva por um
crianças acima do peso a silhueta da criança baixo autoconceito e autoestima, levando ao seu
adequada. isolamento social (Simões & Meneses, 2007).
A análise de um dos artigos evidencia a
DISCUSSÃO DE RESULTADOS chance das crianças eutróficas mas em vigilância
Com base nos resultados das categorias
para o sobrepeso desenvolverem o sobrepeso visto
temáticas é possível refletir a respeito da
que as famílias deste grupo de crianças não
importância da escuta para as práticas de saúde.
perceberam que os filhos se encontravam no limite
Criar espaços entre os sujeitos, com o intuito de
de eutrofia e estavam nada ou pouco preocupadas
valorizar a relação profissional de saúde e
com o excesso de peso. Durante as entrevistas,
paciente.O cuidado nas práticas em saúde deve
muitas falas sugeriram que os responsáveis
refletir “Uma atenção à saúde imediatamente
preferem que a criança seja mais gordinha para
interessada no sentido existencial da experiência do
suportar possíveis doenças, sendo maior a
adoecimento, físico ou mental” (Ayres, 2004).
preocupação com a magreza.
Ato que é possível a partir da escuta dos
Esta questão é uma crença cultural materna
profissionais sobre o que as pessoas desejam como
em que o sobrepeso não é visto como um problema,
modo de vida, sendo possível adequar às demandas
já a magreza está associada com problemas de
de uma criança acima do peso com técnicas
saúde e adiciona as crenças: “criança gordinha é
profissionais efetivas.
saudável”, “o crescimento irá normalizar o peso”.
Em relação a questão da ansiedade ser um
Algumas mães, principalmente as de baixo nível
fator contribuinte para a obesidade é perceptível em
socioeconômico, por medo de seus filhos se
alguns casos uma oferta excessiva de alimento afim
tornarem desnutridos, podem super alimentá-los,
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dos familiares e da criança a respeito da obesidade
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levando ao excesso de peso. 9865. https://doi.org/10.1590/S1415-
52732008000400004.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É compreendido que estas estruturas a
respeito da obesidade devem ser coladas em
contexto e entendidas a partir da sua complexidade.
Grande parte das pessoas possuem informação
sobre o que “pode” ou não em relação à alimentação
em saúde, mesmo que não sigam.
O baixo nível socioeconômico se posiciona
como um fator de risco o que levanta a necessidade
de ações de prevenção e tratamento para essa
população, bem como a conscientização dos
familiares para que evite que a criança atinja a
obesidade, um mecanismo é campanhas e palestras
públicas, capacitação dos agentes de saúde a
respeito da obesidade infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS