+++texto Completo - Quaresma (Ciclo Da Páscoa)

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FORMAÇÃO
LITÚRGICA

TEMPO DA
QUARESMA
(CICLO DA PÁSCOA)
(Pesquisa e Organização: Adeleni Milfont)
CONTEÚDOS DOS TEXTOS

 QUARESMA – SIGNIFICADO e CELEBRAÇÕES


 A COR ROXA NA QUARESMA / SEMANA SANTA
 ESCOLHA DO REPERTÓRIO MUSICAL PARA O TEMPO
DA QUARESMA
 ACLAMAÇÕES AO EVANGELHO (TEMPO DA
QUARESMA)
 O CANTO E A MÚSICA LITÚRGICA (TEMPO DA
QUARESMA)
 AS CINZAS SAGRADAS – ORIGEM E SIGNIFICADO
 COMO VIVER A QUARESMA
 ESPIRITUALIDADE DA SEMANA SANTA
 DICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DA SEMANA SANTA e
INÍCIO DA PÁSCOA
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TEMPO DA QUARESMA (CICLO DA PÁSCOA)


(Pesquisa e Organização: Adeleni Milfont)

CONTEÚDOS DOS TEXTOS

QUARESMA – SIGNIFICADO e CELEBRAÇÕES


A COR ROXA NA QUARESMA / SEMANA SANTA
ESCOLHA DO REPERTÓRIO MUSICAL PARA O TEMPO DA
QUARESMA
ACLAMAÇÕES AO EVANGELHO (TEMPO DA QUARESMA)
O CANTO E A MÚSICA LITÚRGICA (TEMPO DA QUARESMA)
AS CINZAS SAGRADAS – ORIGEM E SIGNIFICADO
COMO VIVER A QUARESMA
ESPIRITUALIDADE DA SEMANA SANTA
DICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DA SEMANA SANTA e INÍCIO
DA PÁSCOA

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QUARESMA – SIGNIFICADO
Quadragesima, expressão latina típica na liturgia, denomina o período
de quarenta dias de preparação para a Páscoa e que alude ao simbolismo do
número quarenta com que o Antigo e o Novo Testamento representam os
momentos salientes da experiência da fé da comunidade judaica e cristã.
Em seu simbolismo, este número não significa um tempo cronológico
exato, ritmado pela sequência de dias, mas uma representação sociocultural de
um período de duração significativa para uma comunidade de crentes.
Na Bíblia, o número quarenta aparece em diversos momentos
significativos, a saber:

ANTIGO TESTAMENTO
Na história de Noé (Gênesis 7:4-12 e Gênesis 8:6), durante o dilúvio, é o
tempo transcorrido na arca, junto com a sua família e com os animais. Após o
dilúvio, passarão mais quarenta dias antes de tocar a terra firme.
Na narrativa referente a Moisés, é o tempo de sua permanência no
monte Sinai – quarenta dias e quarenta noites – para receber a Lei (Êxodo
24:18). Quarenta anos dura a viagem do povo judeu do Egito para a Terra
prometida (Deuteronômio 8:2-4).
No Livro dos Juízes, refere-se a quarenta anos de paz de que Israel
goza sob os Juízes (Juízes 3:11).
O profeta Elias leva quarenta dias para chegar ao monte Horeb, onde se
encontra com Deus (I Reis 19:8). Os cidadãos de Nínive fazem penitência
durante quarenta dias para obter o perdão de Deus (Jonas 3:4-5).
Quarenta anos duraram os reinados de Saul (Atos 13:21), de Davi (II
Samuel 5:4-5) e de Salomão (I Reis 11:42), os três primeiros reis de Israel.
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O simbolismo do número quarenta também está presente em Salmos


95:10, referindo-se aos número de anos que o povo judeu caminhou pelo
deserto.
NOVO TESTAMENTO
Jesus foi levado por Maria e José ao Templo, quarenta dias após o seu
nascimento, para ser apresentado ao Senhor (Lucas 2:22). Este período de
quarenta dias era determinado pela lei judaica, quando uma mulher desse à luz
a um filho homem. Foi à soma dos dias para a circuncisão de Jesus, após o
parto, mais o período para a purificação de Maria. Só então ela poderia entrar
no santuário (Levítico 12:2-4).
Jesus, antes de iniciar a sua vida pública, retira-se no deserto por
quarenta dias e quarenta noites, sem comer (Mateus 4:2 e Lucas 4:1-2).
Durante quarenta dias Jesus ressuscitado instrui os seus discípulos,
antes de subir ao Céu e enviar o Espírito Santo (Atos 1:1-3).

QUARESMA – O MISTÉRIO LITÚRGICO


Antigamente, a Quaresma era o período durante o qual, através da
penitência e da provação, os catecúmenos se preparavam para receber o
batismo na noite da Páscoa.
Entrando no tempo quaresmal, a liturgia nos convida a renovar e a
reavivar em nosso coração as disposições com que durante a Vigília Pascal,
pronunciaremos de novo as promessas do nosso batismo.
Unidos a Jesus, que toma o caminho do deserto para aí ser tentado,
entramos com a Igreja na grande provação da Quaresma, com a intenção de
optar sempre pela vontade do Pai, em todas as circunstâncias.
Contemplando a face de Jesus transfigurado, encontramos Nele a força
para passar através dos sofrimentos e dificuldades da vida, até o dia em que
poderemos vê-lo na glória do Pai, realização definitiva d aliança e das
promessas.
Nascidos para a vida de filhos de Deus, em virtude da água viva do
batismo e da graça do Cristo, procuramos purificar cada vez mais o culto filial
em espírito e verdade e o oferecemos ao Pai em união com o culto espiritual e
perfeito do Cristo.
Iluminados pela fé recebida no batismo, esforçamo-nos por viver como
filhos da luz e vencer as trevas do mal que estão em nós e no mundo, fazendo
a verdade em Cristo Jesus – luz do mundo.
Ressuscitados com Jesus da morte do pecado, por obra do Espírito
vivificador derramado em nós no batismo, alimentamos e aperfeiçoamos com
os sacramentos nossa união a Jesus-vida: e com Ele vamos para o Pai,
animados pelo sopro do Espírito.
Toda a nossa vida se torna um sacrifício espiritual que apresentamos
continuamente ao Pai, em união com o sacrifício de Jesus sofredor e pobre, a
fim de que, por Ele, com Ele e Nele, seja o Pai em tudo louvado e glorificado.
Celebrar a Eucaristia no tempo da Quaresma significa: percorrer com
Cristo o itinerário da provação que cabe à Igreja e a todos os homens; assumir
mais decididamente a obediência filial ao Pai, e o dom de si aos irmãos, que
constituem o sacrifício espiritual.
Assim, renovando os compromissos do nosso batismo na noite pascal,
poderemos “passar” para a vida nova de Jesus-Senhor ressuscitado, para a
glória do Pai, na unidade do Espírito Santo.
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PARA A CELEBRAÇÃO
OBS.: Durante este tempo, é proibido ornar o altar com flores; o toque de
instrumentos musicais só é permitido para sustentar o canto. Excetuam-se o
Domingo Laetare (4º Domingo da Quaresma), bem como as Solenidades e
Festas. (IGMR)
COLETA NACIONAL NESTE PERÍODO
 ENCERRAMENTO DA QUARESMA (DOMINGO DE RAMOS):
CAMPANHA DA FRATERNIDADE. 60% da coleta ficarão à disposição
do Fundo Diocesano de Solidariedade e 40% da coleta são destinados
para o Fundo Nacional de Solidariedade, através das cúrias diocesanas.

NOTAS LITÚRGICAS:
1 – O tempo da Quaresma se estende da Quarta-feira de cinzas até a missa
“na Ceia do Senhor” exclusive. Esta missa vespertina dá início, nos livros
litúrgicos, ao Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor, que tem seu
cume na Vigília Pascal e termina com as Vésperas do Domingo da
Ressurreição. A semana que precede a Páscoa toma o nome de Semana
Santa; começa com o Domingo de Ramos.
2 – Os domingos desse tempo se chamam 1º, 2º, 3º, 4º e 5º domingo da
Quaresma. O 6º domingo toma o nome de “Domingo de Ramos da Paixão”.
Dominica palmarum, em latim, domingo que precede a festa da Páscoa, assim
chamado porque antes da missa principal se realiza a bênção dos ramos,
seguida de procissão. Esses domingos têm sempre a precedência, mesmo
sobre as festas do Senhor e sobre qualquer solenidade.
3 – As solenidades de São José (19 de março) e da Anunciação do Senhor
(25 de março), assim como outras possíveis solenidades dos calendários
particulares, são antecipadas para o sábado ou são adiadas para a
segunda-feira, caso coincidam com esses domingos (O Hino de louvor é
cantado somente nestas duas solenidades durante a Quaresma).
4 – A liturgia da Quarta feira de cinzas abre o tempo da Quaresma. Não se
dizem o Glória e o Creio na missa. Não é necessário que o rito da bênção e
imposição das cinzas seja unido à missa; pode ser celebrado sem missa. Neste
caso é oportuno antepor ao rito uma Liturgia da Palavra, como na missa, com o
canto de entrada, a oração e as leituras com os cânticos correspondentes;
depois da homilia, são bentas as cinzas e impostas, e o rito termina com a
oração dos fiéis. Os textos para esta celebração são tomados da liturgia da
Quarta feira de cinzas.
Obs.: As cinzas são feitas dos ramos guardados (Domingo de Ramos –
Procissão de Ramos) do ano anterior para este fim. Lembrar sempre, a
cada ano, no Domingo de Ramos, após a Procissão, separar, secar e
acondicionar os ramos bentos, com zelo, para fazer as cinzas do ano
seguinte.
5 – Nos domingos da Quaresma não se canta o hino de Glória; faz-se, porém,
sempre a profissão de fé, Creio. Depois da segunda leitura não se canta o
Aleluia; o versículo antes do Evangelho é acompanhado de uma aclamação a
Cristo Senhor (ver Missal Romano). Omite-se o Aleluia também nos outros
cantos da missa.
6 – As missas dominicais do Tempo da Quaresma têm prefácio próprio. O
prefácio do tempo, que está no Ordinário da Missa, com duas fórmulas à
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escolha, se utiliza nos domingos 3º, 4º e 5º do ano B e C, a menos que tenham


sido escolhidas as leituras do ano A.
7 – Para a Celebração da Eucaristia, os domingos da Quaresma têm
formulário próprio (Missal) com um ciclo de leituras (Lecionário) distribuídos em
três anos (A, B, C); por causa dessa estrutura, o material para a reflexão e a
celebração foi disposto conforme a ordem: ano A, B, C, exceto para o Domingo
de Ramos, como está esclarecido acima, no n. 2.
Nos Domingos 3º, 4º e 5º da Quaresma podem-se também utilizar as leituras
do ano A, leituras que na tradição deram o nome a esses domingos (domingo
da samaritana, do cego de nascença, de Lázaro), nos quais ainda hoje podem
fazer os “escrutínios” para a iniciação cristã dos adultos; por isso tem um
caráter batismal.
8 – A cor litúrgica do tempo da Quaresma é o roxo; para o 4º domingo
(Laetare) é permitido o uso da cor rosa, ou seja, o quarto domingo da
Quaresma é denominado Domingo Laetare, assim chamado pela primeira
palavra do introito em latim: Laetare Jerusalem (Alegra-te, Jerusalém!). Os
paramentos da missa e do ofício solene podem ser rosáceos.
(Fonte: Missal Romano)

A COR ROXA NA QUARESMA


O Roxo vem acompanhado do sentido de um recolhimento que alimenta
uma esperança. O Roxo na Quaresma: Aqui o roxo se refere a uma profunda
interiorização num tempo forte de penitência e conversão, de jejum e oração.
Na Introdução Geral sobre o Missal Romano encontramos a finalidade
do uso das cores na liturgia: “As diferentes cores das vestes sagradas visam
manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a
consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano
litúrgico” (IGMR 345). Podemos dizer que as cores possuem um sentido
pedagógico do mistério celebrado e são sinais que demonstram que estamos
celebrando com um sentido ou outro: festivo, penitencial, martirial, ordinário,
etc.
Ao longo da história da Igreja, houve uma evolução e diversificação no
uso das cores na liturgia nas diferentes dioceses. Foi com o papa Inocêncio III
(1198-1216), com o tratado De sacro altares mysterio, que o uso das cores nas
vestes sagradas começou a ter certa uniformidade. Inocêncio fixou as cores
branca, vermelha, preta, verde e roxa como cores litúrgicas, dando-lhes
significado com a vida de Cristo. Alguns séculos depois, o papa Pio V, assumiu
essas cores no Missal Romano, promulgado no ano 1570.
O atual Missal Romano atribui à cor roxa um sentido penitencial na
Quaresma (IGRM 347). Com isso, nos lembra e, ao mesmo tempo, expressa
que estamos num tempo especial, num momento oportuno de conversão,
vivenciado especialmente com humildade, dor e desejo. Humildade em
reconhecer os nossos pecados; sentir a dor que o pecado causa em nós
quando, não vivemos nosso compromisso batismal e rompemos a comunhão
com Deus e com os irmãos; e desejar que a luz do Ressuscitado ilumine as
sombras presentes na nossa existência. Nesse tempo quaresmal, a cor roxa
nos leva a contemplar a suavidade do jugo e a leveza do peso que a cruz de
Cristo tem sobre nossa vida, ou seja, do amor que se expressa até às últimas
consequências. Afinal, o roxo não significa tristeza, mas seriedade. Seriedade
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na busca da maior verdade sobre nós revelada em Cristo Jesus: somos filhos
de Deus!

ANTECIPANDO: ORIENTAÇÃO SOBRE AS CORES


LITÚRGICAS NA SEMANA SANTA:
No domingo de Ramos, a cor litúrgicas a vermelha.
Segunda, terça e quarta feira, a cor litúrgica é roxa.
Quinta feira, a cor litúrgica é branca.
Sexta feira, a cor litúrgica é vermelha.
Sábado – Vigília Pascal, a cor litúrgica é branca.

ESCOLHA DO REPERTÓRIO
MÚSICAS LITÚRGICAS PARA ESTE PERÍODO:
Devemos olhar sempre as antífonas da entrada de cada celebração (ver
missal romano e subsídios que ajudam na preparação das celebrações), bem
como a temática de cada domingo, a Liturgia da Palavra, com centralidade no
Evangelho.
ANO A (Evangelista Mateus), os evangelhos estão intimamente
relacionados com a temática do BATISMO (Samaritana, Cego de nascença e
Ressurreição de Lázaro).
1º Domingo da Quaresma – Deserto (Mt 4, 1-11)
2º Domingo da Quaresma – Transfiguração (Mt 17, 1-9)
3º Domingo da Quaresma – Samaritana (água) (Jo 4, 5-42)
4º Domingo da Quaresma – Cego de nascença (luz) (Jo 9, 1-41)
5º Domingo da Quaresma – Lázaro (vida nova – Ressurreição) (Jo 11, 1-45)

ANO B (Evangelista Marcos), o acento recai sobre a PESSOA DE


JESUS CRISTO (Expulsão dos vendilhões, encontro com Nicodemos, “O grão
caído na terra”).
1º Domingo da Quaresma – Deserto (Mc 1, 12-15)
2º Domingo da Quaresma – Transfiguração (Mc 9, 2-10)
3º Domingo da Quaresma – Jesus expulsa os vendilhões do templo (Jo 2, 13-25)
4º Domingo da Quaresma – Jesus e Nicodemos – Deus enviou seu Filho
amado...(Jo 3, 14-21)
5º Domingo da Quaresma – Queremos ver Jesus – Se o grão de trigo não
morrer...(Jo 12, 20-33)

ANO C (Evangelista Lucas), a PENITÊNCIA e a CONVERSÃO


aparecem bem evidenciados (cf. parábolas da “Figueira estéril”, do “Filho
pródigo” e o episódio da “Mulher pecadora”).
1º Domingo da Quaresma – Deserto (Lc 4, 1-13)
2º Domingo da Quaresma – Transfiguração (Lc 9, 28b-36)
3º Domingo da Quaresma – Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer
todos...(Lc 13, 1-9)
4º Domingo da Quaresma – O Pai de Misericórdia – O Filho Pródigo (Lc 15, 1-3.11-32)
5º Domingo da Quaresma – A mulher pecadora – Quem dentre vós não tiver
pecado...(Jo 8, 1-11)
O Evangelista João, está sempre nos momentos fortes do Ano Litúrgico,
nos três anos: “A”, “B” e “C”.
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Aí está a confirmação por que não podemos cantar qualquer canto na


celebração. Aí está também a explicação na mudança dos CDs da Campanha
da Fraternidade: somente o Hino e os outros cantos, Quaresmais.
(Fontes: Missal Romano – IGMR, Lecionários, subsídios, Frei Joaquim Fonseca e
complementos de Adeleni Milfont)

FÓRMULAS PARA O REFRÃO DA ACLAMAÇÃO AO


EVANGELHO NO TEMPO DA QUARESMA
1 – ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (CD Liturgia XIV – L.: Lecionário Dominical – M.:
Eurivaldo Silva Ferreira)
Louvor a vós, ó Cristo Rei, Rei da eterna glória, Rei da eterna glória!

2 – ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO
(CD Liturgia XIV e CD CF 2007 – L.: Lecionário Dominical – L.: Reginaldo Veloso e M.:
Pe. José Weber )
Honra, glória, poder e louvor, a Jesus, nosso Deus e Senhor!
O homem não vive somente de pão, mas de toda Palavra da boca de Deus!

3 – ACLAMAÇÃO AO EVANGELHO (CD CF 2019 – Faixa 11)


Jesus Cristo, sois bendito, sois o ungido de Deus Pai! (bis)
4 – Glória a vós, Senhor Jesus (CD CF 2018)
5 – Louvor a vós, ó Cristo (CD CF 2018 e CD CF 2014)
6 – Glória e louvor a vós, ó Cristo (CD CF 2011)

7 – Glória a vós, ó Cristo, Verbo de Deus (CD CF 2015)


8 – Jesus Cristo, sois bendito (CD CF 2013)
9 – Louvor e glória a ti, Senhor (CD CF 2012)
10 – Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, Palavra,
Cristo, Palavra, Cristo, Palavra de Deus! (CD CF 2020)

11 – Louvor e glória a Ti, Senhor, Cristo, Palavra de Deus.

12 – Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

13 – Glória a Vós, Senhor Jesus, primogênito dentre os mortos!


Primogênitos dentre os mortos!

“O canto litúrgico não é parte integrante da liturgia; ele é a própria liturgia.”


ATENÇÃO: Onde e quando devemos cantar o Hino da Campanha da
Fraternidade do ano em curso? R.: Na homilia, quando o presidente da
celebração falar sobre a CF, após a oração da comunhão, quando se faz
um envio ou se fala da CF e ao final da celebração. Preparar antes
(combinar com o presidente da celebração), entregar a letra do hino a
assembleia e convidar todos nestes momentos a cantar o Hino da CF.
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Este canto não cumpre as exigências e as finalidades de um Canto de Abertura


ou Comunhão para a Celebração da Eucaristia.

ALGUMAS DICAS PARA O NOSSO CANTO DURANTE A


QUARESMA QUE SE INICIA NA QUARTA-FEIRA DE CINZAS.
“Sinais sensíveis da assembleia pascal são os instrumentos musicais, de
modo que seu sim durante o tempo da Quaresma é reservado apenas para
sustentação da afinação do canto da assembleia e de quem a conduz. Por isso
entendemos o motivo de reduzirmos o volume e a quantidade de instrumentos
musicais, assim favorecendo o silêncio contemplativo em momentos propícios
nas nossas assembleias litúrgicas (Carta preparatória para as festas pascais,
n.17). Que os microfones sejam reservados apenas àqueles que executam
solos ou sustentam o Canto da assembleia. Os ministros músicos, tendo em
vista sua sensibilidade e dedicação litúrgica, devem particularmente prestar
atenção a essa orientação.” (Eurivaldo Silva Ferreira - Caderno de Partituras da CF 2018 –
CNBB)
“O canto quaresmal reveste-se do sentido profundo da dor em que nos
colocou o pecado do mundo. Ele assume gritos que emanam das profundezas
das realidades em que nos colocam nosso pecados; é um grito de “Tende
piedade de nós!” daqueles e daquelas que imploram a misericórdia de Deus e
suplicam para si a conversão do coração.”
(Caderno de Partituras CF 2020 - CNBB, por Eurivaldo Silva Ferreira; O Canto e a Música no
tempo Quaresmal)
REFORÇANDO:
✝O Canto quaresmal deve ser sóbrio, piedoso e orante.
* Deve-se ter total cuidado com o volume dos instrumentos, que estejam mais
baixos, não se use ritmos batidos em teclado, evite-se percussão, lembremos:
“Nosso júbilo estará guardado para a Páscoa do Senhor”
* Quem canta nos microfones deve ter a sensibilidade de suavizar a sua voz
para levar a assembleia à oração.
* O Hino da CF nos ajuda a refletirmos a campanha, porém, ele não é um canto
Litúrgico de Entrada para a Missa, pode ser cantado após a homilia se for
solicitado pelo presidente ou como *canto final.
* Os cantos litúrgicos para a quaresma estão no Hinário da CNBB, no CD da
CF e nos CDs Liturgia da Paulus.*

O CANTO E A MÚSICA LITÚRGICA NO TEMPO


QUARESMAL
Eurivaldo Silva Ferreira
O Concílio Vaticano II reforçou que ‘a tradição musical da Igreja é um
tesouro de inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte,
sobretudo porque o canto sagrado, intimamente unido ao texto, constitui parte
necessária ou integrante da Liturgia solene’. Neste sentido, a música litúrgica
cumprirá sua função quanto mais estiver intimamente unida à ação litúrgica, ou
seja, o rito.
Para que esta unidade – música e liturgia – aconteça, é necessário que
se tenha previsto um conhecimento litúrgico sobre a celebração, o tempo, o dia
ou festa. Canto e música, no contexto da ação litúrgica (da celebração), não
são realidades autônomas, mas funcionais: estão aí a serviço do mistério da fé,
da assembleia sacerdotal. Para exercer esse serviço os ministros e as
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ministras da música se empenharão em encontrar a expressão musical mais


bela e adequada, levando em conta o rito e as pessoas que vão executá-lo. O
que deve prevalecer não são os gostos, a estética individual de cada um, mas
a essencialidade do mistério e a participação frutuosa e prazerosa de todos.
Neste tempo em que se reúnem catecúmenos e fiéis na celebração do
Mistério Pascal, cantamos a intensa preparação para a Páscoa do Senhor. Na
Quaresma, o canto da assembleia reunida é a expressão do povo de batizados
que, subindo ao monte santo, expressa através da penitência, do jejum e da
caridade sua índole, sempre em vista do ardente desejo ao crescimento da
vida espiritual. Esse desejo se faz latente no conteúdo do canto e das orações
da Igreja, e conduz nossas atitudes sempre na expectativa da esperança
pascal. Portanto, o canto quaresmal reveste-se do sentido profundo da dor em
que nos colocou o pecado do mundo. A raiz social do pecado atinge
dolorosamente homens e mulheres que continuamente prolongam seus
sofrimentos associando-os à paixão de Cristo.
Disto, o canto penitencial e de conversão assume gritos que emanam
das profundezas das realidades em que nos colocaram nossos pecados; é um
grito de “Tende piedade de nós!” daqueles e daquelas que imploram a
misericórdia de Deus e suplicam para si a conversão do coração.
Na sutil arte poética dos textos deste tempo quaresmal devem ser
destacados a virtude do seguimento de Jesus e a prática penitencial que
coincide com a conversão do coração pecador, atitudes específicas do tempo.
Se o nosso canto antever essas realidades, e se o aplicarmos às
circunstâncias e condições próprias dos dias de hoje, sempre mais
alcançaremos o sentido espiritual pascal segundo o qual deseja a Igreja,
espírito evangélico que orienta nossos passos para o bem dos irmãos e das
irmãs.
O tempo da Quaresma nos faz entrar numa compreensão de que a
nossa conversão é mais obra de Deus do que nossa. Claro que é necessário e
fundamental a nossa adesão à Palavra e a proposta de amor do Pai. Deus não
quer a morte do pecador, mas que se converta e viva (Ez 33,11). É a atitude de
abertura à conversão, a rever os propósitos e motivações que guiam as nossas
ações diante da vida. A Quaresma deve ser uma oportunidade de fazermos o
exercício da retomada do caminho de Jesus e, assim, entendermos a finalidade
do jejum, da oração e da esmola como remédio contra o pecado (Oração coleta
do 3° Domingo). Batizados e catecúmenos devem mergulhar profundamente
nessa proposta pedagógica.
Esse tempo ainda nos indica que, pela conversão, nós temos a
capacidade do autoconhecimento e da aceitação de nós mesmos,
reconhecendo-nos como pecadores e merecedores da graça de Deus. Se não
nos colocarmos debaixo da graça e misericórdia de Deus, não teremos força
para olharmos para as nossas fragilidades, trevas e imperfeições com
maturidade e inteireza. Um dos caminhos que nos direcionam a conversão é o
cultivo da autoestima. Não somos condicionados ou reduzidos às nossas
falhas, mas temos a possibilidade de voltar atrás – voltar a nós, a Deus e ao(à)
outro(a) – para nos reconstruirmos, e isso é um exercício diário.
Quando nos voltamos ao outro, tendo como base a nossa compreensão
enquanto seres humanos, cheios de luzes, vitórias e sombras, outra atitude
básica que deve nascer de nós é a da compaixão e a compreensão para com
as outras pessoas. A capacidade de valorizar o positivo em si e nos outros, e
10

não investindo forças em querer aprisionar as pessoas às consequências


negativas dos nossos atos, às vezes impensados, e das sombras que criamos,
é o que nos fará seguir adiante no caminho de conversão. Esta atitude é ‘regra
de ouro’ na lógica da inter-relação também comum às outras religiões: “não
faças aos outros o que, se fizessem a ti, te causaria pena”.
Jesus de Nazaré conseguiu fazer de sua vida uma constante
preocupação com o outro. Ele procurou sempre saciar aqueles e aquelas que o
buscavam com um desejo do ‘sentido de vida’. Fez isso tantas e tantas vezes
que, na sua morte e ressurreição, o fez uma vez por todas: se deu a nós como
sentido de vida: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai
senão por mim!” (Jo 14,6).
A participação de ‘gestos concretos’ que expressam a nossa adesão à
Palavra de Deus que se converta e viva (cf. Ez 33,11) se faz necessária. Deus
quer que vivamos, e em abundância. Para que isso aconteça, é preciso que as
forças sejam unidas.
A Campanha da Fraternidade, proposta pela Igreja do Brasil, é uma
possibilidade de reflexão para transformarmos a realidade que nos cerca em
“vida em abundância”. Ela nos orienta a juntarmos forças e as direcionarmos
para o bem comum. Essas campanhas são meios eficazes de promovermos
nossa ‘reconciliação’ com pessoas, grupos e realidades, que muitas vezes são
vítimas da nossa indiferença e do descarte da sociedade.
É fundamental lembrar sempre: somos todos um só. Cada gesto
concreto positivo, ainda que pequeno e isolado, tem repercussão para a
humanidade, para o universo, e o mal que fazemos aos outros atinge a nós
também.
Que a Quaresma nos ajude a persistirmos na misericórdia de Deus que,
de fato, propõe um caminho para que o nosso coração de pedra se transforme
num novo coração pulsante de carne, num coração vivo tal e qual o Coração
de Jesus.
Que a nossa oração e o nosso canto sejam para nos tornar, cada vez
mais, pessoas melhores; de bem com a vida, com outros, com Deus e conosco
mesmos.
(Fonte: Caderno de Partituras da CF 2020)

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ORIENTAÇÕES IMPORTANTES: AS CINZAS SAGRADAS – ORIGEM


E SIGNIFICADO
Com a Quarta-feira de Cinzas inicia a Quaresma, período de quarenta
dias que precede a Páscoa, durante os quais somos convidados à conversão.
Assim como na Sexta-feira Santa, é um dos principais dias da Quaresma a ser
dedicado ao jejum e abstinência de carnes.
Depois que João foi preso, Jesus veio à Galileia, pregando o Evangelho
de Deus. Dizia: "Completou-se o tempo, e o Reino de Deus está próximo.
Convertei-vos e crede no Evangelho" (Mc 1, 1-15).
Do trecho do Evangelho de Marcos foi extraída a fórmula que
acompanha a imposição das Cinzas Sagradas, permitidas para todas as
celebrações do dia. Com este simples gesto no início deste período litúrgico,
evidencia-se, além do aspecto penitencial, também o tempo da conversão, da
oração assídua e do regresso ao Pai Celeste.
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ORIGEM DA CELEBRAÇÃO
Segundo a antiga praxe, o sacramento da penitência era público e
constituía de fato o rito que dava início ao caminho de penitência dos fiéis que
seriam absolvidos na celebração da manhã da Quinta-feira Santa. Mais tarde o
gesto da imposição das Cinzas – obtidas queimando os ramos de oliveiras
benzidas no Domingo de Ramos do ano anterior – estendeu-se a todos os fiéis
e foi colocado dentro da celebração da Missa, no final da homilia. Também a
fórmula que acompanha, com o tempo foi mudada: no início era “recorda-te
que és pó e em pó te hás de tornar!” extraído do Gênesis. Além disso, ainda
hoje o rito Ambrosiano é diverso do Romano porque não consta a imposição
das Cinzas e a Quaresma inicia no domingo seguinte.
O SIGNIFICADO BÍBLICO DAS CINZAS
As cinzas sagradas que são colocadas na fronte estão presentes no
texto bíblico várias vezes e assumem um significado duplo. Antes de tudo
indica a frágil condição do homem diante do Senhor, como evidencia Abraão
que fala a Deus no Gênesis: “Abraão prosseguiu e disse: ‘Sou bem atrevido em
falar a meu Senhor, eu que sou pó e cinza’” (Gên 18, 27). Jó também sublinha
o profundo limite da própria existência: “Arremessam-me ao lodo e eu me
confundo com a poeira e a cinza” (Jó 30, 19). Assim como outros exemplos do
Livro da Sabedoria e do Eclesiástico: “De repente nascemos, e logo
passaremos, como quem não existiu. Fumaça é a respiração em nossas
narinas e o pensamento, uma centelha ao pulsar do coração: quando ela se
apaga, nosso corpo se tornará cinza e o espírito se dispersará como o ar
inconsistente. (Sab 2, 2-3); “Por que se ensoberbece quem é terra e cinza,
aquele que ainda em vida expele as próprias entranhas? (Eclo 10,9). Também,
as cinzas são um sinal concreto de quem se arrependeu e com o coração
renovado retoma o próprio caminho para o Senhor, como se lê no Livro de
Jonas no qual o rei de Nínive, ao receber a notícia da conversão do seu povo,
senta-se sobre as cinzas, e no de Judite no qual os habitantes de Jerusalém
que querem rezar a Deus para que os liberte, espalham em suas frontes as
cinzas sagradas.

REFORÇANDO:
A quarta-feira de cinzas é o primeiro dia da Quaresma no calendário
Cristão ocidental (Católico). As cinzas que os Cristãos Católicos recebem neste
dia são um símbolo para a reflexão sobre o dever da conversão, da mudança
de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida
humana, sujeita à morte.[1]
Ela ocorre quarenta dias antes da Páscoa (sem contar os domingos) ou
quarenta e seis dias (contando os domingos). Seu posicionamento
no calendário varia a cada ano, dependendo da data da Páscoa. A data pode
variar do começo de fevereiro até a segunda semana de março.
A Igreja Católica Apostólica Romana trata a quarta-feira de cinzas como
um dia para se lembrar a mortalidade. Missas são realizadas tradicionalmente
nesse dia nas quais os participantes são abençoados com cinzas pelo Padre
que preside a cerimónia. O Padre mancha a testa de cada celebrante com
cinzas, deixando uma marca que o Cristão normalmente deixa em sua testa até
ao pôr do sol, antes de lavá-la. Esse simbolismo relembra a antiga tradição
do Médio Oriente de jogar cinzas sobre a cabeça como símbolo de
12

arrependimento perante Deus (como relatado diversas vezes na Bíblia).


No Catolicismo Romano é um dia de jejum e abstinência.
Como é o primeiro dia da Quaresma, ele ocorre um dia após o Carnaval.
A Igreja Ortodoxa não observa a quarta-feira de cinzas, começando a
quaresma já na segunda-feira anterior a ela, enquanto no rito ambrosiano da
Igreja Católica Romana a Quaresma começa no próximo domingo e o Carnaval
continua até o sábado, chamado Sabato Grasso ("Sábado Gordo") e não se
celebra a quarta-feira de cinzas.
(Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.)

TEXTOS QUE NOS AJUDAM A VIVER O TEMPO DA


QUARESMA E NOS PREPARAR PARA CELEBRAR A PÁSCOA
DO SENHOR

I – COMO DEVEMOS VIVER ESTE TEMPO QUARESMAL?


Transforme seu coração vivendo estas 3 dimensões fundamentais da
Quaresma e permita que Deus te cumule com suas graças
O sacerdote, escritor e funcionário da Secretaria de Estado do Vaticano,
Mons. Florian Kolfhaus, compartilhou alguns conselhos para viver as 3
dimensões fundamentais da Quaresma que são jejuar, rezar e dar esmola.
Em sua coluna publicada em CNA Deutsh – agência alemã do Grupo
ACI –, o presbítero indicou que os cristãos “não somos mestres de ioga que
devem realizar práticas ascéticas muito exigentes” nos 40 dias de preparação
para a Páscoa.
Mas, pelo contrário, “somos discípulos de Jesus que devemos
experimentar a pobreza espiritual e às vezes material, para deixar assim que o
Senhor nos gratifique”.
A seguir, apresentamos vários conselhos de Mons. Kolfhaus para que o
Senhor nos cumule com sua graça, enquanto vivemos o jejum, a esmola e o
oferecimento de obras.
1. JEJUM
Mons. Florian Kolfhaus explica que quando se fala de jejum “não se trata
apenas do que se refere à comida”, mas também da “renúncia da televisão, do
celular e do rádio, deixar de usar o carro particular para usarmos transporte
público”.
No entanto, o sacerdote assegurou que abster-se de alimentos tem um
“significado especial” na Sagrada Escritura.
“Jesus mesmo jejuou 40 dias no deserto até sentir fome. Nós também
não deveríamos nos assustarmos com a Quaresma, com o sentir fome, pois,
através desse oferecimento, tal como promete o Senhor, podemos fazer com
que nossa oração produza mais frutos”, detalhou.
Além disso, assegurou que o jejum “pode tomar diversas formas”, como
uma só refeição forte e dois reforços pequenos (é a prescrição quaresmal da
Igreja que a Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa), comer apenas pão e
água (ou talvez frutas e verduras) ou esperar até à noite para fazer uma
refeição forte.
13

“É claro que a renúncia das guloseimas e doces, do café e do álcool são


oferecimentos que fazem bem à saúde corporal e que, às vezes, podem nos
representar maior dor do que o jejum propriamente dito”, acrescentou.
2. ORAÇÃO
O presbítero indicou que a oração é “ponto central” deste tempo de
preparação para a Páscoa, entendendo a oração como “encontro pessoal com
Deus”.
Por esse motivo, recomendou levantar-se 10 minutos antes para
começar o dia com Deus em oração; visitar a cada dia, ao menos de forma
breve, uma Igreja e adorar o Santíssimo; rezar o Terço diariamente ou a Via
sacra nas sextas-feiras; e agradecer a Deus a cada dia, inclusive nos
momentos difíceis.
Do mesmo modo, para estar mais bem preparados para rezar, convidou
a colocar sobre a escrivaninha uma imagem de Jesus ou um crucifixo para ter
o Senhor sempre presente; ler diariamente as Sagradas Escrituras
memorizando versículos; e ler um bom livro espiritual antes de ir dormir.
3. ESMOLA
“Quanto à ideia de esmola, entendemos as boas obras que fazemos
pelos demais. A Quaresma é uma escola de amor ao próximo”, explica Mons.
Kolfhaus.
Nesse sentido, exortou a fazer uma boa obra a cada dia. Por exemplo,
rezando pelas vítimas das guerras e catástrofes naturais; dando esmola ao
mendigo ou doando objetos que sejam importantes e valiosos.
Mons. Kolfhaus também se referiu à doação de tempo, ou seja, separar
tempo no dia para conversar com algum vizinho, telefonar para antigos
conhecidos, escrever cartas ou ser paciente com colegas de trabalho.
OFERECIMENTOS OU MORTIFICAÇÕES
Segundo Mons. Kolfhaus, Nosso Senhor Jesus, “que esteve sedento na
Cruz, pode ser consolado por nós, quando lhe oferecemos nosso amor,
manifestando ao carregar nossa própria Cruz”.
“Não se trata de grandes sofrimentos ou dores, mas de grandes
manifestações de amor. Mais importante do que a oferta em si são o amor e a
confiança”, destacou.
O presbítero sustentou que durante esta Quaresma, os fiéis podem
“carregar sua cruz” suportando pacientemente as doenças ou os problemas.
Indicou também que é possível ser criativo com os oferecimentos, por
exemplo, não falar mal dos demais, tomar banho com água fria, renunciar a
comidas ou bebidas de que gosta, subir as escadas em vez de usar o elevador.
Na vida religiosa, Mons. Kolfhaus destacou algumas opções, como fazer
longos percursos rezando o Terço, rezar de joelhos, rezar abrindo os braços ou
fazer peregrinações curtas a pé.
(via ACIdigital)

II – VIVAMOS BEM ESTE TEMPO DA QUARESMA


Quaresma é tempo de conversão. É um tempo especial de graças que
devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em
nossa vida. São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-
vos com Deus!” (2 Cor 5,20); “exortamos-vos a que não recebais a graça de
Deus em vão. Pois ele diz: ‘Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da
salvação’ (Is 49,8)”. “Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2
14

Cor 6,1-2). Eis algumas práticas que podem nos ajudar a viver bem este
tempo:
1- Quarta-feira de Cinzas
Comece bem a Quaresma recebendo as Cinzas e meditando o seu
significado: “voltamos ao pó” que as cinzas lembram. “És pó, e ao pó tu hás de
tornar” (Gen 2,19). Esse sacramental da Igreja lembra-nos de que estamos de
passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois
da morte; portanto, devemos viver em função disso.
2 – Oração
Intensifique a oração, seja ela pessoal ou comunitária. Orar é entrar em
comunhão com Deus, é tornar-se intimo d’Ele, que é nosso Pai. Marque um
tempo para rezar e obedeça o previsto.
3 – Palavra de Deus
Medite a Palavra de Deus, sobretudo as leituras que a Igreja coloca
na Liturgia da Missa neste tempo. Decida, com um ato de vontade, a fazer o
que Deus lhe pede na meditação.
4 – Jejum
Faça o jejum conforme as próprias condições, para que o corpo seja
sujeito ao espírito. Pode ser um jejum a pão e água, um jejum só de líquidos,
um jejum parcial, etc., especialmente nas sextas-feiras.
5 – Esmola
Dê uma boa esmola aos pobres. Pode ser de muitas formas: ajudar uma
família necessitada, um pobre necessitado etc. “Tenhamos caridade e
humildade e façamos esmolas, já que estas lavam as almas das nódoas dos
pecados” (S. Francisco).
6 – Visitar os doentes
Visite os doentes que precisam de ajuda, sobretudo os velhos e
abandonados. “Aqueles que têm saúde não precisam de médicos, mas sim os
doentes” (Mt 9,12).
7 – Confissão
Faça uma boa confissão geral, depois de um bom exame de
consciência, revendo toda a vida passada. Não omita nada, lance em Deus
todas as suas misérias. Perdoe todas as pessoas que o ofenderam.
8 – Santa Missa
Participe da Santa Missa sempre que puder e comungue bem. Faça uma
boa ação de graças após a comunhão, colocando toda a sua vida para Jesus.
Louve-O, adore-O, interceda pela Igreja, pela sua família etc.
9 – Via-sacra
Participe da via-sacra sempre que puder ou a faça você mesmo, em
uma Igreja, acompanhando os quadros que a compõem, meditando o
sofrimento de Jesus na Sua Paixão.
10 – Exercício de mortificação
Faça algum exercício de mortificação. Por exemplo: cortar um doce,
deixar a bebida, o cigarro, os passeios e churrascos, a TV, a internet, o celular,
alguma diversão, para vencer as fraquezas da carne.
11 – Liturgia das Horas
Reze a Liturgia das Horas com toda a Igreja neste tempo forte de
orações. Ao menos, as Laudes e as Vésperas se tiver condições.
12 – Peregrinação
15

Faça uma peregrinação, ao menos uma vez na Quaresma, a um


Santuário Mariano ou outro Santuário, participando da Santa Missa.
13 – Moderar as palavras
Esforce-se para moderar suas palavras, fale com discrição, evite a
maledicência, o julgamento dos outros, o falar mal dos outros, prefira elogiar a
criticar.
14 – Perseverança
Procure identificar se você tem algum vício ou mal comportamento; lute
para evitá-lo e reze pedindo a Deus a graça de vencê-lo. Pratique a virtude da
perseverança.
15 – Humildade
Evite falar de você mesmo, de exibir-se, de querer aparecer, defender
seus pontos de vista de maneira acirrada. Procure o último lugar, viva
a humildade.

III – COMO VIVER A QUARESMA?


Quaresma é um tempo de “penitência, jejum e oração”, que a Igreja
chama de “remédios contra o pecado”, para a busca da conversão da
pessoa. Essas práticas não são fins em si mesmas, mas meios de
santificação.
É importante notar o que diz o Código de Direito Canônico:
Cân. 1250 – “Os dias e tempos penitenciais, em toda a Igreja, são todas as
sextas – feiras do ano e o tempo da quaresma”.
Cân. 1251 – “Observe-se a abstinência de carne ou de outro alimento, segundo
as prescrições da Conferência dos Bispos, em todas as sextas-feiras do ano, a
não ser que coincidam com algum dia enumerado entre as solenidades;
observem-se a abstinência e o jejum na quarta-feira de Cinzas e na sexta feira
da paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
Cân. 1252 – “Estão obrigados à lei da abstinência aqueles que tiverem
completado catorze anos de idade; estão obrigados à lei do jejum todos os
maiores de idade até os sessenta anos começados. Todavia, os pastores de
almas e os pais cuidem que sejam formados para o genuíno sentido da
penitência também os que não estão obrigados a lei do jejum e da abstinência,
em razão da pouca idade”.
Esse tempo de penitência é recordado pela liturgia: as vestes e os
paramentos usados são da cor roxa (no quarto domingo da Quaresma, pode-se
usar o rosa, representando a alegria pela proximidade do término da tristeza,
pela Páscoa); o Glória não é cantado ou rezado; a aclamação do “Aleluia”
também não é feita; não se enfeitam os templos com flores; o uso de
instrumentos musicais torna-se moderado.
No início da Quaresma, na Quarta-feira de Cinzas, os fiéis têm suas
frontes marcadas com cinzas, como os primitivos penitentes públicos,
excluídos temporariamente da assembleia (lembrando Adão expulso do
Paraíso, de onde vem a fórmula litúrgica: “Lembra-te de que és pó…”). Este
sacramental lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a
vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos
viver em função disso. As cinzas nos lembram que após a morte prestaremos
contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus
nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc. Na
Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: “Concedei-nos ó Deus todo
16

poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a
penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal”.
Para o Brasil a CNBB determinou que, exceto na Sexta-feira Santa,
todas as outras sextas-feiras, inclusive as da Quaresma, têm sua abstinência
convertida em “outras formas de penitência, principalmente em obras de
caridade e exercícios de piedade”.
Ouça também: Leituras que podem nos ajudar no tempo da Quaresma
São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com
Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em
vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação
(Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação” (2 Cor 6, 1-2).
A Quaresma é tempo de viver com profundidade esta Palavra.
Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de
enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela
oração e pelo jejum. Esse deve ser um tempo forte de meditação, oração,
jejum, esmola. É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente
os Evangelhos, a vida dos Santos, fazer um pouco de mortificação (cortar um
doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão,
etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as
fraquezas da carne.
A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por
ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e
fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Somos obrigados a fazer alguma penitência durante a Quaresma?
Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho,
vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira,
inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e
orai, porque o espírito é forte, mas a carne é fraca”.
Quaresma, não é, porém, um “tempo de tristeza”, ao contrário, a alma
fica mais leve e feliz livre dos seus males. Santo Agostinho dizia “os teus
pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A
verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça. É tempo muito oportuno
para uma Confissão bem feita.
Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a
Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja,
recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos
salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros. Não esqueçamos
também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé
católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da
Quaresma.
Prof. Felipe Aquino

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A ESPIRITUALIDADE DA SEMANA SANTA


Organização e pesquisa: Adeleni Milfont

1 – POR QUE A SEMANA SANTA?


A Semana Santa, que os antigos chamavam de Semana Maior, é a
celebração mais importante do Ano Litúrgico porque nos leva a contemplar o
mistério da redenção da humanidade: Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso
17

Senhor Jesus Cristo. Portanto, todo católico deve celebrar com profundo
respeito, meditação, oração e contemplação o grande mistério de amor de
Deus por nós.
Devemos participar de cada função litúrgica com devoção e ação de
graças a Deus. Não podemos transformar a Semana Santa numa semana de
lazer, quer seja na praia, quer seja no campo ou no turismo secular. Antes de
tudo é preciso fazer uma boa confissão dos pecados com o sacerdote da
Igreja, e renunciar a todos eles, para poder celebrar dignamente os santos
mistérios desta Grande Semana.
A espiritualidade da Semana Santa perpassa o Domingo de Ramos e da
Paixão, o sacramento da reconciliação, a Quinta-feira Santa, a Sexta-feira da
Paixão, o Sábado Santo, a Vigília Pascal e o Domingo da Ressurreição.
A liturgia da Semana Santa ajuda-nos a permitir que Jesus entre em
nossas vidas, onde acompanhamos o Mestre no amor-sofrimento e
aprendemos Dele a confiar em Deus, que transforma a morte em Ressurreição.
Desde os primórdios da Igreja, as comunidades quiseram recordar os
últimos acontecimentos da vida de Cristo entre nós, o momento sublime do seu
sacrifício em prol da nossa salvação. Muito mais do que uma mera recordação
dos fatos, as celebrações da Semana Santa são um memorial (atualizamos o
Mistério Pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo) no qual participamos da
salvação realizada por Cristo.
2 – DOMINGO DE RAMOS E DA PAIXÃO
A celebração do Domingo de Ramos tem dois momentos: a Benção dos
Ramos, com a procissão entusiasmada de louvor; e a Missa, na qual
refletimos sobre o Mistério Pascal – a paixão, morte e ressurreição de Cristo.
Participar da Procissão de Ramos é acolher Cristo como o Bendito que vem em
nome do Senhor, demonstrando que Ele é o centro de nossa vida. Os ramos
são um sinal do encontro com Cristo em sua caminhada à Jerusalém. Ao
levarmos os ramos para casa, simbolizamos nosso compromisso com Cristo de
acompanhá-lo até a Casa do Pai, no Reino dos Céus.
A Semana Santa se iniciou com o Domingo de Ramos. Esta liturgia tem um
duplo sentido: A entrada triunfal de Jesus, quando o povo o aclamava com
galhos de ramos, por isso o nome da missa. E no segundo momento, é
celebrada a Paixão do Senhor, como também é conhecido este domingo.
Durante a semana vamos acompanhando uma liturgia mais voltada para os
momentos que antecedem a Paixão.
Segunda, Terça e Quarta-Feira da Semana Santa
Passado o Domingo de Ramos; na segunda, terça e quarta-feira da Semana
Santa, a liturgia nos apresenta Cristo em sua missão de Messias Redentor que
se encaminha para o sacrifício pela salvação do mundo. A espiritualidade
destes dias pode ser resumida pelas palavras presentes no Prefácio da Paixão
II: “Já se aproximam os dias da sua Paixão salvadora e Ressurreição gloriosa,
pelo quais é vencida a soberba do antigo inimigo e se faz memória do
Sacramento da nossa redenção”.
Os evangelhos relatam os últimos acontecimentos da vida de Jesus, deixando
clara a intenção de Judas de trair o Senhor. Dominado pelo mal, Judas é
expressão do mundo das trevas, representando o inimigo que persegue o justo.
Nestes dias, a Igreja medita a Paixão de Cristo como fonte de vida eterna,
perdão, graça da ressurreição e esperança da eternidade junto a Deus.
18

Na quarta-feira, em especial, se costuma ter piedosos ritos nas paróquias.


Conhecida como quarta-feira de trevas, a liturgia neste dia ressalta a
negociação que Judas faz a cerca de Jesus. Na Comunidade, é neste dia o
mais propício para os que fazem jantares ilustrativos da páscoa judaica ao
modo cristão.
3 – QUINTA-FEIRA SANTA – INÍCIO DO TRÍDUO PASCAL
A Quinta-feira Santa, com a celebração da Ceia do Senhor, começa o
Tríduo Pascal. No cenáculo, Jesus se revela como Mestre e diz o que é preciso
para entrar em seu discipulado. Conta o Evangelho de João que, após lavar e
enxugar os pés dos discípulos, Jesus disse: “Vocês me chamam Mestre e
Senhor e eu o sou. Se eu lhes lavei os pés, vocês devem lavar os pés também
uns dos outros” (Cf. Jo 13, 12-14). Eram os servos e os escravos que se
ajoelhavam no chão, retiravam as sandálias, lavavam e secavam os pés dos
senhores. Jesus se faz servo e propõe aos discípulos a prática do amor
serviçal.
Na manhã da Quinta-feira Santa, o bispo reúne o clero da diocese e
preside a “Missa do Crisma” ou dos “Santos Óleos”. É a solene renovação da
ordem, o sacramento do serviço amoroso, cuja origem vem do mandato de
Jesus na última ceia: “Fazei isto em memória de mim” (Lc 22,19). Os
sacerdotes são revestidos do ministério de Jesus, e, em seu nome, servem o
povo de Deus. O bispo consagra o óleo do crisma e os óleos que serão usados
no batismo e na unção dos enfermos. Cada sacerdote recebe uma medida, em
sinal de unidade da Igreja ao redor de Cristo Mestre, Servidor e Sacerdote. A
liturgia da noite de Quinta-feira Santa celebra a Instituição da Eucaristia.
(Termina a celebração em silêncio...) A TRANSLADAÇÃO... A transladação
conclui a liturgia da Quinta-feira Santa. Após a celebração eucarística, o pão
consagrado é transferido para um altar lateral da igreja, diante do qual os fiéis
fazem vigília, acompanhando Jesus na noite de sua prisão e agonia. A
simplicidade e o silêncio do pão eucarístico envolvem o mistério da presença
de Cristo ressuscitado na comunidade.
4 – SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO – SEGUNDO DIA DO TRÍDUO PASCAL
A Sexta-feira Santa, ou da Paixão, é o dia mais celebrado na devoção
popular. Via-sacra encenada, procissão do Senhor morto, procissão do
encontro e até a folclórica malhação do Judas mobilizam o sentimento, a
devoção e a fé das pessoas. A Igreja se reveste de um silêncio reverente
diante da paixão do Senhor. As primeiras comunidades cristãs, ao
comunicarem o Evangelho, evitavam dizer que Jesus havia sido crucificado.
Era loucura e escândalo crer em um traidor que fora condenado ao suplício da
cruz. Nossos sofrimentos não se aproximam do que Jesus sofreu por nós. É
um grande mistério: se Deus pode tudo, não poderia salvar o mundo sem que
Jesus passasse pela cruz? Pode-se dizer que Deus provou seu amor e sua
solidariedade, passando por tudo o que nós passamos: a dor e a morte. Essa é
a loucura da cruz de que fala o apóstolo Paulo. Uma pessoa apaixonada faz
qualquer loucura e não mede sacrifícios e riscos para agradar o ser amado. É o
que Deus fez por nós. A Semana Santa nos convida a refletir, a contemplar
esse amor e a deixar que ele nos transforme em pessoas novas, libertadas do
pecado e santificadas pela morte e ressurreição de Jesus.
O único dia do ano que não celebramos a Eucaristia – a missa. Às 15
horas, horário em que Jesus foi morto, é celebrada a principal cerimônia do dia:
a Paixão do Senhor. Ela consta de três partes: liturgia da Palavra, adoração da
19

cruz e Comunhão Eucarística. É a hora de se unir à Virgem Dolorosa, adorar a


Jesus em Sua cruz e acompanhá-Lo até Sua sepultura. Em alguns lugares se
faz a celebração do Ofício das Trevas e o Sermão das Sete Palavras de Jesus
na cruz. À noite nas paróquias fazem-se as encenações da Paixão de Jesus
Cristo com o Sermão da Descida da Cruz e em seguida a Procissão do
Enterro, levando o caixão com a imagem do Senhor morto. Ao participarmos
com devoção dessas celebrações, estaremos participando bem da Semana
Santa. (Começamos e terminamos a celebração em silêncio, sem bênção
final...)
5 – SÁBADO DE ALELUIA – TERCEIRO DIA DO TRÍDUO PASCAL
A paz esteja convosco!
O Sábado Santo ou de “Aleluia” é reservado ao silêncio e à esperança
amorosa da ressurreição. Enquanto o Senhor desce às profundezas da
condição humana mortal e vence o poder da morte eterna, a Igreja espera
ansiosa e confiante, na certeza de que Ele vive e, em breve, ecoará por todo o
universo o Aleluia pascal, a passagem de toda a criação para a vida nova,
libertada e definitiva. A fé e a esperança revestem o coração humano de paz. A
paz é o dom que o Ressuscitado compartilha com os discípulos em forma de
saudação: “a paz esteja convosco”. A paz conquistada por quem enfrentou e
venceu a mais terrível e dolorosa luta e entregou a vida por amor. A paz que
reveste o corpo chagado e glorioso do Ressuscitado com o manto branco da
ressurreição, dom do Pai e ação do Espírito Santo.
VIGÍLIA PASCAL
A Vigília Pascal é o rito mais longo do Ano Litúrgico e também mais
importante por proclamar solenemente a ressurreição de Cristo, fundamento da
fé. É oficiado após o escurecer do Sábado Santo, porque conforme a sagrada
tradição judaica, ao anoitecer celebra-se o começo do dia seguinte.
Portanto, na Vigília, já é proclamada a ressurreição do Senhor e, com Ele,
toda Igreja passa da morte para a vida. Faz-se a renovação das promessas do
batismo e a ceia eucarística, na qual o Irmão Ressuscitado reúne seus irmãos
e irmãs na partilha do pão. A Vigília começa com o acendimento do fogo novo.
O significado do fogo na Bíblia é a proximidade de Deus e sua comunicação
com o ser humano. No Evangelho, o próprio Jesus nos aconselha a estarmos
em vigília, com tochas nas mãos, à espera da vinda do Senhor (cf. Lc 12,35).
O Círio Pascal é aceso no fogo novo e entra na igreja escura. Simboliza a luz
de Cristo ressuscitado que renova a criação e a liberta das trevas do pecado e
da morte. A luz de Círio é espalhada pelas velas que os fiéis têm nas mãos,
símbolos do batismo, pelo qual cada criatura renasce na luz de Deus. A seguir,
é feita a solene proclamação pascal, que narra em forma de versos a ação
libertadora de Deus, desde a páscoa do Egito, até a ressurreição de Cristo. A
proclamação une a voz de toda a Igreja ao louvor que os anjos e os santos
dirigem ao Senhor Glorioso no céu. A liturgia da Palavra faz memória da ação
libertadora de Deus, que promete o Salvador e cumpre a promessa em Cristo
Ressuscitado, o novo Adão, no qual todas as criaturas recebem vida nova. Em
resposta à libertação oferecida por Cristo, a Igreja renova a aliança do batismo,
cujo símbolo principal é a água. Segue a celebração da Eucaristia, na qual
todos os que foram libertados e recriados são chamados à mesa, como filhos e
filhas de Deus e irmãos do Filho Primogênito que, ao abrir a porta do túmulo,
franqueou para todos as portas da casa do Pai.
DOMINGO DA RESSURREIÇÃO
20

Ela, a mulher de Magdala, tinha se levantado muito cedo, cedo demais.


Não tinha dormido. Queria levar unguentos para o corpo do seu Senhor. E, de
repente, ele não estava lá. Haviam roubado o Corpo de seu Senhor. Ela corre,
indaga, pergunta, questiona. Não suporta mais. Haviam matado seu Amor e
agora roubado seu Corpo. E depois das inquirições Maria ouve o Mestre, sob a
aparência de um Jardineiro. “Maria”. “Mestre… meu Mestre”. Aquele que havia
cativado o coração de Maria vivia. A vida tem sentido. Cristo, nossa
esperança vive no meio de nós. Aleluia! (Frei Almir Guimarães)
Com o Domingo da Ressurreição, fechamos o Tríduo Santo, o Tríduo
pascal... E entramos assim no Tempo Pascal – 50 dias de Aleluia. Logo após o
Domingo da Ressurreição, vem à oitava da Páscoa – oito dias como se fosse
um só. Este tempo segue até Pentecostes. (Continuamos celebrando o Ano
Litúrgico – A caminhada do Ano Litúrgico existe para mantermos viva a
presença do Cristo Ressuscitado em nosso meio).
Fontes: Missal Romano, IGMR e Textos da Internet
Organização e Pesquisa: Adeleni Milfont

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DICAS PARA AS CELEBRAÇÕES DA SEMANA


SANTA e INÍCIO DA PÁSCOA
(Pesquisa e organização – Adeleni Milfont)

SEMANA SANTA
Este é um momento importante da nossa vivência cristã; é o
momento de aprofundarmos nossa fé e nossa praxe comunitária e
espiritual. Não podemos fazer da Semana Santa um momento de
simples atividades, onde somos chamados a “fazermos algo” e nos
tornamos prestadores de serviços. Servir a comunidade, mas
imbuídos do Espírito de Jesus Cristo, que doou-se a nós por amor, foi
obediente ao Pai, até o fim.
A diferença entre aquele que “faz” como atividade e aquele que
“serve” como doação, é o espírito que está na pessoa. O primeiro
quer cumprir uma obrigação, esta ali para fazer algo, não interage
com o momento, a sua preocupação é realizar a atividade; o segundo
quer participar, alegrar-se, viver o momento, ver os frutos de sua
doação, o serviço não é uma atividade, mas uma participação mais
efetiva.
Para que esse momento se torne realmente um momento
celebrativo para todos – servidores e servidos - é necessário que as
celebrações sejam preparadas antecipadamente. Ninguém faz uma
festa de casamento da noite para o dia, é necessária uma dedicada e
cuidadosa preparação.
Assim, reunimos alguns cuidados que aconselhamos sejam
observados:

CELEBRAÇÕES:
21

a) Domingo de Ramos (Bênção dos Ramos, proclamação do


Evangelho antes da procissão com os Ramos, Procissão em honra a
Cristo Rei com os ramos e Celebração da Eucaristia;
b) Segunda feira, Terça feira e Quarta feira, pode nestes dias
além das missas e Via Sacras, realizar também, celebrações
penitenciais e a procissão do encontro com as imagens de Jesus
dos Passos e Nossa Senhora das Dores;
c) Quinta-feira Santa (Manhã: Missa do Crisma (o bispo e os
sacerdotes concelebram na Catedral), à tarde/noite: Missa da Ceia
do Senhor com o lava-pés e ao final, a transladação do Santíssimo
Sacramento (as reservas eucarísticas) nas Paróquias. Convidem-se
os fieis a permanecer, depois da missa da Ceia, por determinado
espaço de tempo na noite, para a Vigília eucarística. Durante este
tempo pode-se ler do Evangelho de João os capítulos 13-17. Após
a meia-noite, a adoração seja feita sem solenidade, já que
começou o dia da Paixão do Senhor. (PS,n.56). Com a Ceia do
Senhor inicia-se o Tríduo Pascal – o Tríduo Sacro, que vai até o
Domingo da Ressurreição;
d) Sexta-feira Santa – Hora: a solene Ação Litúrgica celebra-se
pelas 15 horas; porém, para a conveniência dos fiéis, pode ser
celebrada desde o meio-dia; e também mais tarde, mas não depois
das 21 horas. (Liturgia da Palavra com a Oração Universal,
Adoração da Cruz e Comunhão Eucarística); após a celebração
onde é de costume, rezar a Via Sacra ou, realizar a Procissão com
o Senhor Morto.
e) Vigília Pascal ou Celebração da Luz (Bênção do fogo novo,
preparação do Círio Pascal, procissão com o Círio em direção ao
Presbitério, Proclamação da Páscoa, Liturgia da Palavra, Liturgia
Batismal com e a renovação das promessas do batismo, Liturgia
Eucaristia);
f) Domingo de Páscoa da Ressurreição.

COMO PREPARAR AS CELEBRAÇÕES:

Fazer a divulgação de toda a programação da Semana Santa


na comunidade.

a) Domingo de Ramos: quem providenciará os ramos? (lembrar


que as cinzas são feitas dos ramos bentos guardados de um ano
para o outro) A quantidade? A Ornamentação do Espaço
Sagrado? O povo foi avisado para trazer ramos? Onde se
iniciará: qual local? Na rua? No salão? Como será o roteiro da
procissão? Se na rua haverá sonorização (carro de som)? Equipe
de celebração para a procissão e Equipe de celebração para a
Eucaristia. Lembrar de guardar os ramos para as cinzas (quarta
feira de cinzas) do ano seguinte (deixar secá-los e acondicionar
corretamente até o ano seguinte – são abençoados e serão
utilizados).
22

b) Segunda feira, Terça feira e Quarta feira: quais as equipes


responsáveis nestes dias? Pode nestes dias além das Missas e
Via Sacras, como sugestões ser realizadas também, celebrações
penitenciais e a procissão do encontro com as imagens de Jesus
dos Passos e Nossa Senhora das Dores – Preparar com
antecedência o roteiro das procissões e celebração, os cantos
próprios, quem canta? Carros de som? Como sugestões:
entregar Nossa Senhora aos Movimentos Marianos e Jesus aos
homens de outros movimentos, como ECC, Irmandade do
Santíssimo, Terço dos homens, etc.
c) Quinta-feira: para a missa do Crisma, quem irá representando
a comunidade? Lembrar a urna ou depósito digno para colocar
os santos óleos. Para a Missa da Ceia do Senhor: Qual o
horário? Quem irá ornamentar o Espaço Celebrativo? Qual a
equipe de celebração? Quem serão as 12 pessoas que
representarão os 12 apóstolos para o lava-pés, onde eles
ficarão? Quem irá preparar bacia, água, toalha – para o lava-
pés; água, sabonete e toalha para o presidente lavar as mãos
depois? A comunhão será nas duas espécies (Pão e Vinho –
Corpo e Sangue de Cristo)? Se sim, providenciar o pão ázimo.
Quem prepara o local para receber a Eucaristia que será
transladada? Escala dos grupos para os momentos de adoração.
As velas para a transladação? Lembrar com antecedência de
pedir ao povo que traga alimentos não perecíveis para depois
partilhar com as famílias carentes no momento das oferendas
na missa.
d) Sexta Feira Santa: Quem irá ornamentar o Espaço celebrativo?
Qual a Equipe de Celebração? Organizar o Crucifixo com o véu
vermelho, para adoração da cruz; onde é de costume, uma
equipe esteja preparada para realizar a procissão com o Senhor
Morto, tendo já organizado o roteiro, o andor, quem canta,
quem toca, etc. Lembrar sempre de preparar tudo com
antecedência. A comunhão é feita com as reservas eucarísticas
consagradas na Quinta Feira Santa.
e) Vigília Pascal: Qual o horário? Quem irá ornamentar o Espaço
Celebrativo? Qual a Equipe de Celebração? Quem ira se
responsabilizar pelo Círio Pascal e tudo o que envolve a sua
confecção? A fogueira, as velas, o som, lanterna, turíbulo,
incenso, instrumento para pegar as brasas, água para benzer.
Se houver Batismo, que a Pastoral do Batismo assuma o
momento do Batismo na celebração – organizar todo o roteiro e
vivenciar com os Ministérios da Celebração.
f) Domingo da Ressurreição – Domingo de Páscoa: Equipes
de Celebrações (para os determinados horários) – acólitos,
Ministros extraordinários da Comunhão Eucarística, grupo de
leitores... Cantos apropriados de acordo com o hinário litúrgico
– lembrar a Sequência após a segunda leitura. “Aleluia, Cristo
Ressuscitou!”
23

Lembrar que em todas as celebrações, os acólitos, Ministros


Extraordinários da Comunhão, todos que estão na celebração,
fazem parte da Equipe de Celebração.

As equipes, juntamente com o Presidente da celebração


devem estar bem envolvidos. Devem preparar
cuidadosamente e com antecedência a celebração pela qual
ficaram responsáveis – evitar improvisos:

1. Ver a estrutura da celebração no Missal Romano, as várias


partes e o sentido de cada parte;

2. Conhecer, vivenciar e meditar os textos bíblicos no Lecionário,


os prefácios, cantos e orações propostos, para captar bem o
sentido da celebração;

3. Trazer para dentro da celebração a realidade da comunidade.


Pensar de que forma a equipe poderá ajudar a comunidade a
celebrar, fazê-los vivenciar e sentir esse momento;

4. Lembrar de como foi realizada a celebração em anos


anteriores, e o que deve ser melhorado, modificado, repetido...
Elaborar um novo roteiro da celebração, indicando os cantos, as
ações simbólicas, os gestos e movimentos. O que se fará com as
crianças, os idosos?

5. Em todas as celebrações, organizar bem os Ministérios, as


funções de cada um (a): presidente, comentaristas, leitoras/es,
cantoras/es, equipe de acolhida, ministros, coroinhas, pessoas
para a procissão das ofertas, etc.

6. Depois de todas as tarefas divididas e de cada membro ter


rezado e refletido bem a sua função, o seu ministério, fazer a
vivência (um ensaio) no local da celebração. Preocupando-se
sempre com a comunicação. Não basta ler o que está escrito, é
preciso fazer com que as pessoas possam ouvir, prestar atenção,
ser atingidas pela Palavra de Deus, por isso, faz-se necessário
uma boa dicção, uma correta pontuação, uma salmodia cheia de
unção. Mais que falar, os leitores devem proclamar.

7. Equipe da música: escolher e ensaiar antecipadamente as


músicas; se possível, ter os cantos nos livros ou multiplicados para
que todos possam acompanhar cantando. Não fazer improvisação,
cuidar para que as músicas estejam de acordo com a celebração
(Músicas Litúrgicas), chegar antes, testar os equipamentos, ter
microfones, cabos e pedestais de reserva, assim como um bom
operador de áudio (sonoplasta). No dia da celebração todos devem
chegar antecipadamente e ir ensaiando com os que vão chegando.
24

8. Equipe de acolhida: saber para onde encaminhar as pessoas


que estão chegando, acomodar os idosos e as grávidas; verificar
os banheiros, distribuir as folhas de canto (se houver). Tudo fazer
com um grande sorriso, dar bom dia, boa tarde ou boa noite, fazer
uma verdadeira acolhida – alegre e calorosa. Lembre-se é o
próprio Deus que acolhe em você.

9. Comentaristas e leitores: imprescindível tomar conhecimento


antecipadamente (vivência, ensaio) do que será lido. Buscar
compreender e assimilar, para poder dar a devida entonação e
expressão de voz, não deixando a leitura morta. Saber e entender
o que está fazendo.

10. Rezar e criar interiormente uma espiritualidade da celebração,


participar de forma efetiva e afetiva.

Ao iniciar a celebração, não é momento de ensinarmos a


ninguém, nem colocarmos pessoas que não participaram das
vivências, dos ensaios, da preparação, ou aumentarmos o número de
pessoas envolvidas, exemplo: mais coroinhas do que o necessário. As
celebrações da Semana Santa são complexas e exigem o máximo de
atenção, dedicação e empenho. Assim, devemos evitar maiores
complicações. Ter o maior número de pessoas que já se conhecem,
que já participam das celebrações é fundamental e necessário para a
boa realização das celebrações.

LEMBRETES, EXPLICAÇÕES E COMPLEMENTARES:

Lembrar aos fiéis com antecedência que para o Domingo de


Ramos devem trazer os ramos; para a Quinta Feira Santa, trazer
alimentos não perecíveis para partilhar com famílias carentes da
comunidade e ainda, lembrar que é muito importante a presença de
todas as pastorais e serviços da Paróquia e para a Vigília, no Sábado
Santo, trazer velas e um recipiente para levar água benta para casa.

1 - Domingo de Ramos: a cor é a vermelha (não roxa); a bênção


dos ramos se faz antes da procissão; no local, do início da procissão,
deve se ter água benta, cruz processional ornamentada com ramos,
velas e a oração da bênção – Missal Romano. Preparar cantos
apropriados.
Caso não haja procissão pela rua, pode-se fazer a bênção dos
ramos na porta da igreja ou dentro dela. Lembrando: se for dentro,
deve-se evitar fazer os ritos iniciais no presbitério. A equipe de
liturgia deve ficar em outra parte da igreja, à vista de todos.
Estrutura da Celebração:
Início:
1. Canto, saudação, oração sobre os ramos;
2. Leitura do evangelho;
3. Homilia;
25

4. Procissão;
Continuação da Celebração Eucarística:
5. Oração da Coleta (dentro da igreja) – se a celebração se
iniciar na porta, a procissão será a do povo entrando na igreja; se
for dentro da igreja, sem procissão, a equipe, após a homilia, se
dirige ao presbitério e o presidente faz a Oração da Coleta e a
celebração transcorre como de costume.
6. Liturgia da Palavra. No Evangelho: Não se usa nem incenso,
nem velas, os diáconos que vão ler pedem e recebem a bênção.
Omitem-se a saudação ao povo (O Senhor esteja convosco...), e o
sinal da cruz sobre si ou sobre o Livro; depois de anunciada a
morte do Senhor, todos se ajoelham, e faz-se uma breve pausa.
No fim, diz-se: “Palavra da Salvação”, mas não se beija o livro
(cf. CB, n. 273). Pode também ser lida por leitores leigos, na falta
de diáconos, reservando-se a parte de Cristo ao sacerdote. Cantar
a aclamação ao Evangelho e pode ser proclamado em forma de
jogral (preparar com antecedência).

7. SEGUE A MISSA COMO DE COSTUME.


No Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor: COLETA como
gesto concreto da Campanha da Fraternidade.

2 - Quinta-feira Santa da Ceia do Senhor: cor branca; canta-se o


hino de louvor (“glória”); não se diz o Creio; após a “Oração depois
da Comunhão”, se faz o translado da reserva eucarística; não há os
ritos finais. O povo é convidado a fazer uma adoração ao
Santíssimo. Após a celebração, se retiram as cruzes, imagens, flores,
toalhas do altar e do ambão, velas, sinos, deixa o Sacrário vazio e
aberto. Escolher as lideranças, idosos (e não só homens) para
representarem os 12 apóstolos do lava-pés; ter preparado uma bacia,
sabonete e toalha para o presidente lavar as mãos após o lava-pés.
Ver orientações anteriores referentes à Quinta Feira Santa.

3 - Sexta-feira Santa: cor litúrgica: vermelho. Não há antífona de


entrada, começa com a oração silenciosa de toda a assembleia, de
joelhos. A procissão de entrada em silêncio, prostração do presidente
diante do altar (totalmente despojado); Liturgia da Palavra. No
Evangelho: Não se usa nem incenso, nem velas, os diáconos que vão
proclamar a Palavra, pedem e recebem a bênção. Omite-se a
saudação ao povo (O Senhor esteja convosco...), e o sinal da cruz
sobre si ou sobre o Livro; depois de anunciada a morte do Senhor,
todos se ajoelham, e faz-se uma breve pausa. No fim, diz-se:
“Palavra da Salvação”, mas não se beija o livro (cf. CB, n. 273).
Pode também ser proclamada por leitores leigos, na falta de
diáconos, reservando-se a parte de Cristo ao sacerdote. Cantar a
aclamação ao Evangelho e pode ser proclamado em forma de jogral –
elencado (preparar com antecedência), ou cantada por duas pessoas:
Canto da Paixão – Hinário Litúrgico. Breve homilia; A Oração
26

Universal é motivada pelo presidente e já está estabelecida no Rito


(ver missal). Segue a Adoração da Cruz que é conduzida pelo
Diácono, ou Ministro, ou Sacerdote, velada com um véu vermelho e
ladeada por velas acesas e a cada proclamação: “Eis o lenho da cruz!
” Todos respondem: “Vinde adoremos!” (3 vezes – a última no
presbitério) a medida que vai dizendo ou cantando esta antífona, vai
desvelando a cruz: primeiro a parte superior, segundo o braço direito
e por fim o restante até descobri-la totalmente na terceira vez que
diz a antífona já levantando a cruz no presbitério (ver as fórmulas de
adoração a cruz no missal); Rito da Comunhão: toalha sobre o altar,
buscar a Eucaristia com velas – Rito da Comunhão: reza-se o Pai-
Nosso e o Livrai-nos... (não há oração pela paz, nem abraço da paz,
nem a oração Cordeiro de Deus), Comunhão; Oração depois da
Comunhão, Oração sobre o Povo e encerra-se todos em silêncio (não
há os ritos finais). A Cruz pode ficar em local preparado para
adoração. Onde existe procissão com o Senhor Morto, é realizada
após a celebração. Pode-se também realizar a Via-Sacra.

4 - Vigília Pascal: cor branca; todos fora da Igreja, uma grande


fogueira é acesa antes de iniciar a celebração para haver brasas (não
fazer fogo com carvão, mas com lenha); Material: lenha para a
fogueira; Círio Pascal, 5 grãos de cera vermelha para as 5 chagas,
canivete ou prego grande – para marcar o Círio; lanterna (caso esteja
muito escuro) – para o presidente poder ler; velas para o povo,
caldeira de água benta, turíbulo e naveta com incenso, pegador de
brasas, cruz processional, pedestal para o Círio, toalha e vela para o
altar – que serão colocados depois; um deposito com água; material
para Celebração Eucarística como de costume. Cuidar para que tenha
sonorização e que a fogueira possa ser vista por todos. As Cinzas e as
brasas (apagadas) da fogueira benta podem ser levadas pelas
pessoas.

ESTRUTURA DA CELEBRAÇÃO – VIGÍLIA PASCAL:


1. Liturgia da luz: fora da Igreja – fogueira, Círio....
2. Procissão em direção a Igreja (o Círio é conduzido pelo Diácono
ou o padre): proclama-se EIS A LUZ DE CRISTO! (Povo responde)
DEMOS GRAÇAS A DEUS (canta-se três vezes (Ver melodia - CD
Tríduo Pascal - Paulus); acendem-se as velas no Círio
(primeiramente a do presidente, dos acólitos, do povo...), à
medida que o Círio vai entrando na Igreja, as velas e as luzes vão
se acendendo de modo que ao chegar ao presbitério, todas as
luzes da Igreja estejam acesas (cf. MR). Coloca-se o Círio num
pedestal ou coluna.
3. Incensação do Lecionário e do Círio Pascal; Proclamação da
Páscoa: o Exultet. A Proclamação da Páscoa é um momento muito
forte e se possível o Exultet seja cantado, ou proclamado com
muita força, em alto som do ambão da Palavra (pode ser
proclamado pelo presidente da celebração, ou outra pessoa
27

devidamente preparada). (Existem 4 melodias para cantar o


Exultet à escolha: CD Cantos da Semana Santa – Paulinas, CD
Tríduo Pascal – Paulus e CD Cristo, clarão do Pai - Paulus).
4. Liturgia da Palavra: são 7 leituras do AT e 2 do NT. Do AT,
podem ser feitas apenas 3 leituras; mas, É OBRIGATÓRIA A
LEITURA DE Êx 14, 15-15,1 – o Cântico de Moisés.
5. Hino de Louvor - Glória: cantado com muita força e alegria logo
após as leituras do AT; badalar os sinos.
6. Oração coleta.
7. Leitura da Carta aos Romanos
8. Aleluia – se possível, fazer o aleluia em 3 tons (em escala
ascendente), para em seguida cantar o responsório (Salmo
responsorial), que já é a aclamação ao Evangelho.
9. Proclamação do Evangelho
10. Homilia....... (omite-se o Creio)
11. Preces dos fieis (se houver neobatizados eles participam pela
primeira
vez)
12. Liturgia Batismal – Liturgia da água
13. Liturgia Eucarística – Ritos Finais.

5 – Domingo da Ressurreição, oitava da Páscoa e domingos


seguintes do Tempo da Páscoa. Com o Domingo de Páscoa “na
Ressurreição do Senhor” tem início o Tempo Pascal, que se
prolonga por cinquenta dias até o Domingo de Pentecostes. Os
primeiros oito dias do Tempo Pascal constituem a oitava da
Páscoa e são celebrados como solenidade do Senhor. O oitavo dia
é constituído pelo domingo seguinte ao da Páscoa (2º Domingo da
Páscoa – Domingo da Divina Misericórdia). A oitava da Páscoa tem
precedência sobre qualquer outra celebração. Devemos preparar
com muito carinho e zelo em todos os sentidos: estrutura da
celebração, músicas litúrgicas próprias para o tempo litúrgico –
lembrar mais uma vez a sequência da Páscoa no Domingo da
Ressurreição. Já ir preparando o Domingo da Ascensão do Senhor
(7º Domingo) e Domingo de Pentecostes encerrando assim o Ciclo
da Páscoa. Seguir atentos e sintonizados no Ano Litúrgico, sem
surpresas desagradáveis não quanto aos acontecimentos já
determinados, mas por conta do esquecimento, a falta de atenção,
organização, zelo e interesse de fazer o melhor para Deus.

OBSERVAÇÕES SOBRE PENTECOSTES E SOLENIDADES


SEGUÍNTES:
A cor Litúrgica do Tempo Pascal é o branco; no domingo de
Pentecostes (solenidade) usa-se a cor vermelha. O Domingo de
Pentecostes, tem como na Páscoa, 2 missas – a da vigília (na tarde
precedente) e a segunda no dia de Pentecostes. Tem a Sequência
própria após a segunda leitura. Durante todo o tempo Pascal até o
Domingo de Pentecostes o Círio Pascal fica no presbitério junto ao
28

ambão, ou próximo ao altar e se acende em todas as missas


dominicais. Depois da Solenidade de Pentecostes convém levar o
Círio para o batistério e conservá-lo com a devida honra. Na
celebração do Batismo acendem-se as velas dos neobatizados na
chama do Círio. Depois do Domingo de Pentecostes, que encerra o
Tempo Pascal, entra-se novamente o Tempo Comum. As próximas
solenidades do Senhor, não tendo data fixa no calendário, ficam
próximas do Domingo de Pentecostes – são: a Solenidade da SSma.
Trindade (1º Domingo depois de Pentecostes), a do Corpo e Sangue
de Cristo (quinta feira depois da SSma. Trindade) e a do Sagrado
Coração de Jesus (sexta feira após o Domingo depois de
Pentecostes). A cor litúrgica destas solenidades é o branco.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES:
Qual é a data correta da PÁSCOA?

A PÁSCOA acontece exatamente no primeiro domingo após a LUA


CHEIA, depois do EQUINÓCIO de março. Durante o ano, acontecem
dois EQUINÓCIOS, ou sejam:
- O primeiro acontece em no dia 21 de Março e o segundo no dia
23 de Setembro, e são os dois únicos dias do ano nos quais o DIA
tem exatamente a mesma duração, em horas, minutos e
segundos, que a NOITE.
Então, como dá prá perceber, é um dia especial, de recomeço ou de
finalmente.

Para quem pergunta: Por que a Páscoa é tão cedo este ano?
A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua
cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação
da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava
para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma
festa móvel no calendário romano.
Ex.: No ano de 2008, a Páscoa aconteceu mais cedo do que qualquer
um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da
nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais
velhos do que 95 anos!).
1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como em 23 de
Março 2008, será no ano 2228. A última vez que a Páscoa foi assim
cedo foi em 1913.
2) Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março,
será no ano 2285. A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818.
Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa
mais cedo do que a deste ano.

RELAÇÃO DE CDs. COM MÚSICAS LITÚRGICAS PARA ESTE


PERÍODO:
FESTAS LITÚRGICAS IV – Semana Santa – Cruz
DIA DO SENHOR – Cantos Celebrativos (Reginaldo Veloso)
29

CANTOS DA SEMANA SANTA – Paulinas


AS MAIS LINDAS CANÇÕES DA SEMANA SANTA – Maria do Rosário
TRÍDUO PASCAL I – Quinta e Sexta feira santa.
TRÍDUO PASCAL II – Vigília Pascal
LITURGIA X – Páscoa Ano B
LITURGIA XV – Páscoa Ano C
LITURGIA XVI – Páscoa Ano A
MESTRE ONDE ESTÁS? – Missa A Vida Ressurgiu
ORAÇÃO DA NOITE – ODC para o período Pascal – Cristo ressuscitou
e Tomaste nos ombros.
DIA DO SENHOR – Missa O Senhor Ressurgiu
TRÍDUO PASCAL – Na Ponte dos Carvalhos – Pe. Geraldo Leite Bastos
CRISTO, CLARÃO DO PAI – Paulus
CD LUZ DA LUZ – Paulus
ALELUIA PORQUE HOJE É PÁSCOA – Paulinas (Reginaldo Veloso)
CD POVO DE REIS, POVO SACERDOTAL
CD O MISTÉRIO EM CANTO
PLATAFORMAS INTERNET
Fontes: Pesquisa Internet, Missal Romano e estudos feitos por Adeleni Milfont.

<><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><><>

Esperemos com confiança a ressurreição de Jesus em nossas vidas para celebrar em


família e em comunidade a Páscoa do Senhor e a conversão dos corações!

"Se, portanto, ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo está
sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas lá de cima, e não às da terra. Porque
estais mortos e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, vossa
vida, aparecer, então também vós aparecereis com ele na glória" (Cl 3,1-4).

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