Peça - Contestação

MERITÍSSIMO JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CURITIBA/PR
JORGE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG

nº, inscrito no CPF/MF nº, residente e domiciliado na rua, nº, bairro, município, vem,
por seu advogado signatário (procuração em anexo), com escritório profissional
localizado na rua, nº, bairro, município, respeitosamente, à presença de Vossa
Excelência, com fundamento no artigo 335 do Código de Processo Civil, propor a
presente:
CONTESTAÇÃO
Em face da Ação de Cobrança movida por MIGUEL, dizendo e

requerendo o que segue:
I – DA SÍNTESE FÁTICA
O requerente delegou a gestão de seus bens imóveis ao requerido, por via de

contrato, no qual estipulou-se que, a cada operação lucrativa, o outorgado teria à
remuneração de 5% (cinco por cento).
O ora requerido decidiu alienar um apartamento do requerente, firmando

negócio com Maria, a qual colocou-se à disposição para o pagamento do valor à vista,
na importância de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Ato contínuo, comunicou o
requerente acerca da transação, informando que transferiria o valor da venda, com a
dedução de sua remuneração, compensando os valores.
Em decorrência disso, o requerente arguiu com o requerido, pois teria

alienado um imóvel que não possuía permissão. Além disso, os poderes conferidos ao
requerido não incluíam a venda de imóveis, solicitando assim que Miguel desfizesse o
negócio.
Na sequência, Miguel desfez o negócio com Maria, porém informou que lhe
era devido o valor de 5% da venda (R$ 50.000,00), pelo esforço despendido. Afirma,
ainda, que teve de devolver o sinal, em dobro, para Maria, no valor de R$ 40.000,00
(quarenta mil reais). Solicitando, o depósito de R$ 90.000,00 (noventa mil reais) em sua
conta.
O requerente não efetuou o pagamento do valor solicitado pelo requerido,

sendo que revogou os poderes conferidos a este.
Dias depois, Jorge recebeu mandado de citação da 1ª Vara Cível de

Curitiba/PR, para integrar no polo passivo da ação.
II – DOS FUNDAMENTOS
O contrato firmado entre Jorge e Miguel é de mandato, regulado pelo Art.

653 do Código Civil que diz:
“Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu

nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do
mandato.”
No caso hipotético, Jorge outorgou poderes gerais de administração para

Miguel gerir seus imóveis e, portanto, a representação se dava somente nos limites de
administração, na melhor forma do art. 661, caput, e §1º do Código Civil:
“Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.
§1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da
administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos.”
Ademais o Art. 662 do Código Civil prevê

“Os atos praticados por quem não tenha poderes suficientes são ineficazes em relação
àquele em cujo nome foram praticados, salvo se este os ratificar,”
Assim, como Jorge não ratificou, expressa ou tacitamente, o negócio

jurídico firmado por Miguel é ineficaz. Diante disso, é incabível o pedido de reembolso
do prejuízo que o mandatário teve em desfazer o negócio com compradora, em virtude
do Art. 675 do CC:
“O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo

mandatário, na conformidade do mandato conferido, e adiantar a importância das
despesas necessárias à execução dele, quando o mandatário lho pedir.”
Portanto, não há o que se falar de ressarcimento ao mandatário, haja vista

que esse se excedeu em suas atribuições.
III – DOS PEDIDOS
a) O acolhimento preliminar da ilegitimidade passiva pela inexistência de dano material

a ser ressarcido pelo requerente;
b) O acolhimento da existência de vício no negócio jurídico acarretando sua anulação;
c) A produção de todos os meios de provas e diligências admitidos em direito;
d) Condenação da parte ré para o pagamento das custas processuais e honorários

advocatícios com fulcro no artigo 85 do Código de Processo Civil.
Termos em que,
Pede e espera deferimento.
Curitiba, xx/xx/2022
ADVOGADO ISAAC FRIGOTTO
OAB XXXX

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JORGE, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG

Em face da Ação de Cobrança movida por MIGUEL, dizendo e

O requerente delegou a gestão de seus bens imóveis ao requerido, por via de

O ora requerido decidiu alienar um apartamento do requerente, firmando

Em decorrência disso, o requerente arguiu com o requerido, pois teria

O requerente não efetuou o pagamento do valor solicitado pelo requerido,

Dias depois, Jorge recebeu mandado de citação da 1ª Vara Cível de

O contrato firmado entre Jorge e Miguel é de mandato, regulado pelo Art.

“Opera-se o mandato quando alguém recebe de outrem poderes para, em seu

No caso hipotético, Jorge outorgou poderes gerais de administração para

“Art. 661. O mandato em termos gerais só confere poderes de administração.

Ademais o Art. 662 do Código Civil prevê

Assim, como Jorge não ratificou, expressa ou tacitamente, o negócio

“O mandante é obrigado a satisfazer todas as obrigações contraídas pelo

Portanto, não há o que se falar de ressarcimento ao mandatário, haja vista

III – DOS PEDIDOS

a) O acolhimento preliminar da ilegitimidade passiva pela inexistência de dano material

b) O acolhimento da existência de vício no negócio jurídico acarretando sua anulação;

c) A produção de todos os meios de provas e diligências admitidos em direito;

d) Condenação da parte ré para o pagamento das custas processuais e honorários

Pede e espera deferimento.

ADVOGADO ISAAC FRIGOTTO

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