Difisionismo
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Difisionismo
FACULDADE DE DIREITO
Difusionismo
O Discente O Docente
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UNIVERSIDADE MUSSA BIN BIQUE
FACULDADE DE DIREITO
O Discente O Docente
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Índice
Introdução..............................................................................................................................................3
Difusionismo..........................................................................................................................................4
Teoria Difusionista.................................................................................................................................4
Características........................................................................................................................................4
Influências..............................................................................................................................................7
Críticas...................................................................................................................................................7
Conclusão...............................................................................................................................................9
Bibliografia..........................................................................................................................................10
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Introdução
O presente trabalho tem com o tema Difusionismo, Difusionismo é a teoria que trata do
desenvolvimento de culturas e tecnologias, particularmente na história antiga. A teoria
sustenta que uma determinada inovação foi iniciada numa cultura específica, para só então ser
difundida de várias maneiras a partir desse ponto inicial. De acordo com o difusionismo,
presume-se que uma inovação maior (como por exemplo, a invenção da roda) tenha sido
criada num tempo e local particular para então ser passada para populações vizinhas através
de imitação, negociação, conquista militar ou outras maneiras. Dessa forma, a inovação
irradia lentamente de seu ponto de partida. A teoria pode ser aplicada a temas artísticos,
crenças religiosas ou qualquer outro aspecto da cultura humana.
Esse método tem sido usado para investigar inovações, traçando rotas até presumidos pontos
de partida, localizando assim sua origem em culturas distintas e mapeando a história de sua
difusão.
Imaginemos que a roda foi criada num tempo e local particular para, a partir daí, ser passada
para povos vizinhos por imitação, conquista militar ou mesmo simples negociação, sendo
assim difundida a outras culturas, mas mantendo sua origem. Da mesma forma poderia citar
religiões, artes, engenharias e arquitecturas e outros aspectos da cultura humana. Existe no
difusionismo uma dificuldade, certas vezes extrema, para provar que uma inovação teve um
único ponto de partida, pois muitas criações e ideias podem ser descobertas ou evoluir
independentemente. No entanto a difusão cultural é fato na história geral e talvez o melhor
modelo para, arqueologicamente falando, associar e explicar.
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Difusionismo
O difusionismo é uma corrente antropológica que, na teoria da evolução das sociedades,
coloca a tónica no fenómeno da difusão, um processo pelo qual os elementos culturais são
Difusionismo dotados e se expandem para além da sua área cultural de origem. Assim, e de
acordo com o difusionismo, a mudança sócio-cultural processa-se essencialmente através de
contactos entre culturas, e a humanidade evolui mais por imitações e transmissões de diverso
tipo, do que por invenções. Assim, a inovação irradia lentamente a partir do seu ponto de
origem, podendo este princípio ser aplicado à ciência, à tecnologia, às artes, à cultura ou à
religião (Barnard, 2004).
As correntes do difusionismo conheceram particular popularidade no início do século XIX,
tendo surgido duas escolas principais: uma na Alemanha e outra em Inglaterra. Na Alemanha,
onde os principais representantes foram Wilhelm Schmidt e Fritz Graebner, defendia-se que
os traços culturais se difundiam em círculos (designados por Kulturkreise) para outras regiões.
Na escola inglesa, da qual G. Elliot Smith e William J. Perry foram os principais
representantes, defendia-se que existia apenas um centro cultural (difusão heliocêntrica), a
partir do qual todos os traços culturais eram difundidos (Colleyn, 2005).
Teoria Difusionista
A Antropologia Difusionista reagiu ao evolucionismo, teve início do século XX: 1901 a 1911
(Oliveira, 1991). Esta Teoria valorizava a compreensão natural da cultura, em termos de
origem e extensão,de uma sociedade e outra. Para os difusionistas, o empréstimo cultural seria
um mecanismo fundamental de evolução cultural.
Características
Uma de suas mais fortes características é que não admitia a recta constante e ascendente
cultural defendida pelos evolucionistas. Portanto, a cultura para o difusionismo era um
mosaico de traços advindos de outras culturas precursoras com várias origens e histórias. No
início deste século havia dois difusionistas radicais:- Rivers (o primeiro a declarar guerra
contra o evolucionismo). W. Perry e- Elliot Smith (difusionistas britânicos, discípulos de
Rivers). Esses explicavam as diferenças e semelhanças culturais apelando a convenientes
combinações de migrações, adições e mesclas. Smith desenvolveu a ideia de que todo o
inventário cultural do mundo se formou no Egipto. A ideia deles era que a difusão começou
em um só ponto no leste (Egipto), daí se irradiou para todo o mundo (Barnard, 2004).
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A imagem associada ao difusionismo é a de uma pequena pedra que quando jogada na água
provoca deslocamentos nesta em forma de ondas circulares, onde cada onda tem suas
características e amplitudes. Essas ideias foram derrubadas pelas comprovações arqueológicas
de que no mundo antigo as ideias originais em diferentes culturas eram mais frequentes do
que hoje em dia.
Os defensores desta escola antropológica tentaram captar e explicar as forças que estariam na
origem de uma cultura, bem como as leis que regiam a sua evolução e o significado deste
processo no desenvolvimento histórico (Santos, 2002). Ao defenderem estas ideias, os
difusionistas demonstraram que os povos ditos primitivos tinham uma história própria, repleta
de contactos e que não eram, tal como os adeptos da escola evolucionista defendiam, simples
sobrevivências da civilização ocidental (Colleyn, 2005). Por outro lado, os autores desta
escola revelaram e puseram em destaque o papel importante das migrações, das trocas, das
fusões, das sínteses e de outros fenómenos culturais que se estabelecem entre as várias
sociedades humanas. Contudo, subestimaram a capacidade criativa e inventiva do ser
humano, deixando por esclarecer inúmeras diversidades culturais, e não souberam explicar
por que razão existiam diversos aspectos culturais análogos em zonas tão distantes do planeta,
quando não havia qualquer prova de ter existido contacto entre estas culturas ao longo da
História.
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produzidas sem que se deva pensar numa origem comum. Se os Maias do Iucatão e os Hindus
conheciam o zero, é claro que não houve difusão deste traço entre essas duas culturas.
Actualmente considera-se vã a procura das origens; no que respeita à história remota dos
povos sem escrita, só se podem estabelecer algumas referências prudentes; e, sobretudo, um
elemento de um sistema social é ininteligível quando extraído do conjunto que o contém e o
explica.
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pressupõe uma elaboração complexa por parte dos povos que apreende certos traços culturais.
Considera que para a compreensão das culturas é importante o seu levantamento histórico,
pois o facto de determinados traços culturais terem origem diversas condiciona a
compreensão da cultura, ou seja, precisa-se conhecer a história de uma dada cultura para
compreender a cultura em si.
Influências
Conceitos de Volkskunde (ciência da nação) e Völkerkund (ciência das nações): essa
distinção entre povos de língua alemã delineou o interesse para estudar sistematicamente
outros povos além do folclore local.
Lendas e especulações de contactos transoceânicos: quando os europeus encontraram
civilizações com tecnologias complexas nas Américas, Ásia e África sub-sahariana foi
dificultoso admitirem a igualdade entre eles e esses “bárbaros”. Logo surgiram
explicações mirabolantes: continentes submersos, fenícios viajantes, cidades desparecidas
e tribos perdidas de Israel (Colleyn, 2005). Embora povos como os malaio-polinésios e os
vikings fizeram longas viagens transoceânicas, foram excepções. A semelhança entre
estruturas, como as pirâmides, ao redor do mundo, resultou de invenção independente.
Todavia, no século XIX essas teorias reacenderam-se, contribuindo para alimentar o
difusionismo.
A antropogeografia de Friedrich Ratzel (1844—1904): o geógrafo cultural alemão
Ratzel propôs a existência de grandes áreas culturais pelo mundo e que a tecnologia e
cultura imaterial — línguas, costumes e religiões — se propagavam pelo comércio e pela
guerra, ganhando modificações locais.
Ideenarmut: ou a escassez de ideias. Para Ratzel no geral as pessoas não possuíam muito
inventividade. Antes, copiavam e emprestando ideias umas das outras.
Unidade da espécie humana: conceitos herdados de E.B. Tylor e Adolf Bastian que,
embora evolucionistas, davam importância ao papel da difusão cultural para explicarem a
diversidade cultural em uma matriz de unidade psíquica humana.
Críticas
Algumas críticas comuns ao evolucionismo e ao difusionismo são um etnocentrismo aliado a
um colonialismo europeu, juntamente com uma metodologia reprovável de especulações
infundadas com base em uma comparação massiva de traços culturais. Também, faltavam
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observações empíricas, pois esses arm chair anthropologists ou antropólogos de gabinete
possuíam dados bem pouco confiáveis para fazer generalizações. Embora seja aceitável que
traços culturais se difundam, o difusionismo falha em explicar por que alguns traços se
propagam enquanto outros não.
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Conclusão
O difusionismo deu suas contribuições nas teorias de mecanismos de alterações culturais,
além de etnografias detalhadas, especialmente feita por investigadores ligados à revista e
instituto Anthropos. Entretanto, enquanto teoria, sua validade permanece mais como uma
curiosidade histórica na antropologia.
O difusionismo ajuda a explicar a aculturação, mas não é a capaz de explicar todos os
aspectos culturais como os primeiros difusionistas acreditavam. Existem exemplos de culturas
em contactos próximos, mas que não partilham muitos traços. Por isso, o difusionismo
aparece como uma corrente problemática por várias razões. Primeiro, é difícil demonstrar que
uma inovação teve um ponto de partida único. Segundo, muitas invenções e ideias culturais
podem ter sido descobertas ou ter evoluído isoladamente. Terceiro, as adaptações às
necessidades humanas sociais podem facilmente ter tomado formas similares em diversas
culturas, caso tenham sido as melhores soluções possíveis para problemas similares. Várias
formas de difusionismo que aproveitavam alguns aspectos dessa teoria, mas que negavam ser
única ou principal forma de mudança cultural ou a existência de um único centro difusor da
cultura. O difusionismo não foi uma tendência monolítica. As diferentes escolas possuíam
métodos e teorias explicativas distintas.
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Bibliografia
Barnard, A. (2004). History and Theory in Anthropology. Cambridge: Cambridge University
Press.
Sócio-Cultural.
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