Resenha Crítica - Unidade Ii
Resenha Crítica - Unidade Ii
Resenha Crítica - Unidade Ii
RESENHA CRÍTICA
Velho é lindo é um livro que dá uma visão mais otimista da velhice e propõe um
novo olhar sobre o que é envelhecer, hoje, na sociedade brasileira. Por meio de diferentes
perspectivas, a autora revela que a velhice é uma fase da vida repleta de descobertas, de
amizades, de liberdade, e de quebra de paradigmas, e que o envelhecer não é uma fase
da existência tão tenebrosa como muitos ainda acreditam, haja vista que existe beleza
nessa fase da vida, assim como em todas as outras que vivemos.
Não é por ser velho que se perde a beleza, nem a interna, nem a externa, tal qual o
ratifica muito bem a autora desta produção, Mirian Goldenberg, na afirmação do título:
Velho é lindo!
Diante dos temas abordados, compreende-se a relevância deste livro, no sentido de
mudar as imagens sobre a velhice, de uma visão estereotipada, ligada especialmente aos
termos utilizados na sua denominação, que reforça a ideia de um envelhecimento ligado
às perdas, doenças, incapacidades, fragilidades e invisibilidade social, desconsiderando-
se aspectos positivos, como os de interesse, sabedoria, dignidade e criatividade, dentre
outros.
Em alguns relatos que foram destacados na obra, para classe da 3ª idade o
envelhecimento sugere perdas físicas, mas ganhos intelectuais, tais como a experiência,
a sabedoria, conhecimento, ter netos, filhos e conquistas de forma geral. A velhice
apareceu como uma opção comportamental, já o envelhecimento físico foi tido como
inevitável.
Mirian Rosemberg apresenta uma pesquisa realizada com mulheres e homens com
a faixa etária partir de 39 anos, mas a que me chamou atenção esteve na faixa dos 60
anos ou mais, na qual ocorreu uma redução acentuada da preocupação feminina com
relação à aparência. A questão central para as mulheres do último grupo é saúde, a
qualidade de vida e não a estética, como é o caso das demais de outras faixas. Como
interpretação dos resultados, ressalto as questões geracionais, contextos históricos e
culturais variados.
Por fim, a velhice deve ser compreendida em sua totalidade porque é,
simultaneamente, um fenômeno biológico com consequências psicológicas, considerando
que certos comportamentos são apontados como características da velhice. Como todas
as situações humanas, a velhice tem uma dimensão existencial, que modifica a relação
da pessoa com o tempo, gerando mudanças em suas relações com o mundo e com sua
própria história. Assim, a velhice não poderia ser compreendida senão em sua totalidade,
também como um fato cultura.