Universidade Católica de Moçambique Instituto de Educação À Distância
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DECLARAÇÃO
Eu, Victoria Jeremias Felizardo, declaro por minha honra que esta monografia é resultado da
minha pesquisa, pelo que as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto e na
bibliografia, também declaro que esta monografia, nunca foi apresentada em nenhuma instituição
para a obtenção de qualquer grau académico.
________________________________
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Quero em primeiro lugar agradecer a Deus pela vida. Em seguida, quero agradecer a minha
família pela paciência, carinho e suporte nos momentos difíceis desta caminhada. Ao meu
querido irmão Chiposse Jeremias Felizardo, ao meu esposo Óscar Bernardo Elias, pela paciência
e encorajamento. Os agradecimentos são extensivos ao meu supervisor MA. Justino Gubudo,
pela, disponibilidade e orientação para a concretização desse trabalho.
LISTA DE ABREVIATURAS
ESG…………………………………………………………………….Escola Secundaria Geral;
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
8
Capítulo- I
1.INTRODUÇÃO
O presente trabalho final com o tema Importância da Pratica de Leitura e Escrita no
Desenvolvimento de Competências Educativas – caso da Escola Secundaria Geral 4 de Outubro
de Morrumbala, no período de 2020 a 2022, envolvendo alunos da 8ª Classe, tem como objectivo
geral:
A leitura é a salvação para o desenvolvimento social e intelectual das classes mais pobres, ela
consegue da autonomia do leitor, sendo assim o mesmo tem a oportunidade de mudar a sua
realidade, ao conhecer a leitura o alunado encontra a possibilidade de adentra através de recursos
ligados a leitura novas oportunidades de revolucionar seu modelo de sociedade mais competitiva
diante das classes mais elevadas. Rangel (2012, p. 50).
9
Compreende-se que cabe a escola ensinar a ler e escrever, portanto, pela sua importância essa
aprendizagem precisa ter sentido para a criança, isso, faz com que a escola repense na sua
prática quotidiana em função da aquisição dessas habilidades. No contexto actual, “muitos
alunos não conseguem compreender o que lêem – porque a leitura é focalizada apenas como
passagem de letras e sons e porque, geralmente, aprendem apenas a descodificar sons e letras –
nem expressar ideias”, (MICOTTI, 2009, p. 93).
Para uma melhor compreensão, o relatório está estruturado em 5 capítulos: Introdução; Quadro
Teórico e Conceptual; Metodologias de Investigação; Apresentação, Análise e Tratamento de
Dados e Conclusão.
O Segundo capítulo, apresenta o Quadro Teórico e Conceptual que descreve principais conceitos
da pesquisa, teorias de autores de referência, habilidades e competências necessárias para
aquisição de leitura e escrita, focaliza algumas perspectivas diversas sobre o desenvolvimento
humano.
No Quarto capítulo, procede-se à apresentação e análise dos dados colhidos, onde são
caracterizados os participantes envolvidos na investigação, análise dos dados colhidos, a sua
discussão tendo em conta o quadro teórico e conceptual. No quinto, apresenta-se a síntese das
principais conclusões do estudo e sugestões para mitigar as dificuldades de leitura e escrita, nas
primeiras classes do ensino.
11
1.1.Problematização
Durante a actividade docente, a autora constatou fraca habilidade de leitura e escrita em alguns
alunos da 8ª classe, da Escola Secundaria Geral 4 de Outubro de Morrumbala, apresentando
dificuldades em tirar apontamentos ditados pelos professores. Este fracasso, não só preocupa aos
professores e a Direcção da Escola, também inquieta aos pais e encarregados de educação e a
sociedade em geral, visto que alguns educandos têm progredido, mesmo com défice nas
habilidades de leitura e escrita.
Ciente que as habilidades de leitura e escrita devem ser proporcionadas nas classes iniciais e
desenvolvidas nas classes subsequentes, levanta-se a seguinte questão:
Como é que a prática da leitura e escrita contribui, para o desenvolvimento das competências
educativas, em alunos do 1º ciclo do ensino secundário?
1.2.Justificativa
Na actualidade, considera-se que a leitura e a escrita são processos que podem promover a
transformação do homem no sentido de desenvolver a consciência. A prática da escrita não só
influi sobre as competências, mas também sobre a relação com o saber e com o mundo
circundante.
Ainda que este trabalho não tenha como fim último observar os pressupostos de que as crianças
que ingressam a escola com a idade recomendada pelo Ministério de Educação e
12
Desenvolvimento Humano, sejam as que possam ser melhor sucedidas, no processo de ensino e
aprendizagem, preocupa compreender, até que ponto a leitura e a escrita podem contribuir para o
desenvolvimento das competências educativas.
Dessa forma, o objectivo desta pesquisa é descrever com maior aprofundamento acerca da
importância que a leitura tem no desenvolvimento das práticas educativas que sejam
desenvolvidos comportamentos dos leitores e o gosto pela leitura é preciso que haja um incentivo
desde a primeira etapa das classes iniciais.
Este trabalho visa garantir o aprofundamento teórico acerca do acto de ler e escrever como algo
importante para o desenvolvimento, amadurecimento das crianças, bem como sua transformação
cognitiva no seio em que se encontram inseridas.
1.3.Delimitação do tema
Temporal: esta pesquisa foi realizada no período entre ano 2020 a 2022, com vista a
compreender a impacto da leitura e escrita no desenvolvimento das competências educativas;
1.4.Objectivos
1.4.1.Objectivo Geral:
1.4.2.Objectivos Específicos:
Até que ponto a prática da leitura e escrita influem para o desenvolvimento das párticas
educativas?
Capítulo-II
Aprender a ler e escrever além de ser um processo cognitivo, também é uma actividade social e
cultural.
Kato (2009), faz a reflexão sobre a diferença entre a leitura e a escrita e afirma que:
É preciso levar em conta pesquisas como de Bryant e Bradley, cujos resultados mostram que a
criança na fase de alfabetização, não usa necessariamente a mesma estratégia para escrever e para
ler. Constatou-se que ela usa a estratégia fonológica (escrever como fala) apenas para escrever
mas não para ler. A estratégia nessa actividade é muito mais pautada em estratégias visuais
inferenciais. Os autores mostram, por exemplo que as crianças são capazes de ler palavras como
bycicle e pictures embora não sejam capazes de escrevê-las, o que mostra que a leitura e a escrita
apoiam-se nessa fase em estratégias diferentes. (pp.122-123).
2.1.1. Leitura
a) História da leitura
Fischer (2006), A descodificação de imagens (figuras pictóricas) pode ser considerada uma das
primeiras tentativas de leitura. Os autores populares eram escutados. Os primeiros livros eram
grandes rolos que necessitavam ser lidos em pé e manejados com as duas mãos. Os rolos não
tinham páginas nem índices, o que impossibilitava a comparação entre partes do texto.
A transição do modo oral para o letrado foi gradual em vez de eliminação total da oralidade de
uma só vez, houve por algum tempo uma adaptação e essa tornou possível a transmissão oral
para o escrito.
A história da leitura segue os mesmos passos que a evolução da humanidade lê-se para
compreender ou começar compreender. Esta concepção revela a importância da leitura para a
inserção do homem como ser social, pois somente a partir da compreensão é que se pode conceber
o conhecimento sobre algo. Acto de ler é um processo evolutivo e dinâmico. A leitura e a escrita
são processos que podem promover a transformação do homem no sentido de desenvolver a
consciência (p.33).
b) Conceito de Leitura
Coreia (2001) afirma que:
A leitura é um processo sobre o qual se compreende a linguagem escrita. Assim como o ouvir e o
falar, ler e escrever são actividades de comunicação, na modalidade escrita. O processo inicial de
aquisição da linguagem escrita está intimamente relacionado à escolaridade, embora com ela não
possa ser confundido. (p.19).
Na óptica de Barbosa (1994) ´´A leitura é mais que um exercício dos globos oculares, pois se
apoia por um lado no que o leitor recebe através do seu sistema de visão, e por outro, nas
informações que o leitor tem disponíveis na sua cabeça, na sua estrutura cognitiva´´. (p.116).
Carleti (2007), define a leitura como meio mais importante para aquisição de saberes na
formação de um cidadão crítico para actuar na sociedade.
Silva (1999) e Sousa (2013) enfatizam que a formação do leitor, não é um produto do acaso ou
seja, que dependa apenas do potencial que todos os seres humanos possuem para ler o mundo.
Para estes autores, a palavra não vai se desenvolver na vida da pessoa, caso as condições para a
produção da leitura não se fizerem presentes no corpo social.
16
Analisando a visão dos diversos autores, pode-se concluir que a leitura é um dos meios mais
importantes para a construção de novas aprendizagens, possibilita o fortalecimento de ideias e
acções, permite ampliar conhecimentos gerais e específicos, possibilitando a ascensão de quem
lê a níveis mais elevados de desempenho cognitivo, como a aplicação de conhecimentos a novas
situações, a análise e a crítica de textos e a síntese de estudos realizados.
Ortográfica- Nesta etapa ocorre uma evolução do léxico alfabético para o léxico ortográfico,
caracterizando-se pelo uso de sequências de letras e padrões de ortografia para o reconhecimento
visual das palavras. São estabelecidas as relações entre os grafemas, possibilitando a escrita de
palavras irregulares. O estabelecimento de um léxico ortográfico para a produção da escrita está
na dependência de um léxico ortográfico bem desenvolvido na leitura.
A verdadeira leitura produtiva, habilidade para ler palavras novas e desconhecidas, vem somente
com o aumento do conhecimento de como a ortografia se relaciona com a fonologia, o que
requer atenção às sequências de letras e fonemas associadas a essas letras.
17
O domínio do princípio alfabético é necessário para conseguir identificar a grande maioria das
palavras conhecidas, sendo indispensável para a identificação de palavras novas. A
descodificação fonológica permite que uma palavra não-familiar seja reconhecida e assim, vão se
desenvolvendo as representações ortográficas das palavras.
Segundo Mehler 1974, a maior parte dos modelos psicolinguísticos de leitura descreve pelo
menos três níveis envolvidos nessa actividade:
d) Habilidade de leitura
No ambiente escolar e as estratégias que podem ser utilizadas como auxílio à leitura e a
literatura, para que a partir disso, os alunos se tornem cidadãos mais construtivos e críticos.
Como bem coloca Failla (2016, p. 21):
Pois, de acordo com Failla (2016, p. 23-24): “Perceber a leitura como forma de acesso a
conhecimento e melhoria social ou como actividade prazerosa é fundamental para ampliar o
interesse pelos livros pela população leitora e também para despertar o interesse daqueles que
não descobriram o poder da leitura”.
dia, principalmente das crianças, em diversos lugares e situações variadas. Sobre isso Outeiral
(2002, p.119) enfatiza:
Nossas crianças estão sendo expostas a um ritmo intenso. O enunciado básico é de que o tempo
das crianças hoje é muito mais rápido do que o tempo dos adultos; refiro-me, evidentemente, ao
tempo interno, tempo de elaboração das experiências, e não apenas ao tempo cronológico. Na
maioria das vezes essas informações são repassadas através da leitura e da escrita. Sendo que, logo
cedo as crianças começam a entrar em contato com um mundo letrado, os jogos, os brinquedos, os
livros, os computadores, os celulares, os tablets, fazem parte da vida das crianças antes da mesma
frequentar uma escola.
Nas brincadeiras realizadas fora da escola, as crianças entram em contato com a leitura e a
escrita de forma assistemática, e é nesse momento que surge o gosto pela leitura e a escrita, que
aumentará cada vez mais à medida que a criança for incentivada e/ou acontecerá o inverso caso
não exista o incentivo por parte das pessoas que estão em sua volta.
A fusão das duas impressões visuais uma de cada olho em uma linguagem única. A criança deve
ser capaz de dirigir os dois olhos numa mesma direcção, numa mesma linha. As crianças em geral
quando iniciam aprendizagem de leitura não possuem ainda um bom controlo binocular. Os olhos
ainda saltam na página de um lado para outro, não se fixando muito tempo num determinado lugar
e a consequência disto aparece em forma de dificuldade de ler (p.125).
Ao entrar na escola, pela primeira vez, a criança já compreende e utiliza a sua língua materna e
sabe usá-la correctamente na comunicação dentro do seu contexto.
Joaquim (2008) defende que o conhecimento das palavras, a compreensão e o uso correcto da
língua são as bases para aprender a ler e escrever.
Para aprender a ler, a criança deve compreender que a fala pode ser representada por símbolos
(letras, palavras).
Na aprendizagem os alunos usam as habilidades auditivas, visuais e motoras, mas não as usam
com a mesma intensidade nas diferentes actividades. No processo de ensino-aprendizagem da
leitura, a combinação entre aspecto auditivo, o visual e o motor é importante. O aluno deve
aprender a identificar os sons e aprender a ligar os sons à escrita e vice-versa, ligar a escrita aos
sons. Nestas actividades o aluno deve usar e desenvolver as habilidades auditivas e visuais duma
forma equilibrada. Envolver poucas vezes as habilidades auditivas no ensino pode ser uma das
causas das dificuldades que os alunos têm na aprendizagem da leitura e escrita (p.20).
Segundo Rezend ´´o acto de ler compreende a associação entre o que se lê com o que se
conhece. Percebe-se que a leitura se torna significativa a partir das interacções que o leitor faz
com que as próprias leituras anteriores, sendo esta leitura vinculada à compreensão, que é
primordial para que se atribua significados ao texto.´´ (2009, p.34)
20
Os estudos de Sousa e Girotto (2013), revelaram que as práticas significativas, aquelas nas quais
os alunos conseguem fazer uma relação entre a realidade vivenciada e o que está escrito no texto,
em sala de aula contribuem para o ensino da leitura e subsequentemente para a formação do
sujeito leitor.
g) Etapas de leitura
https://canaldoensino.com.br, a habilidade que se deve ter de leitura não é somente traduzir
sílabas ou palavras (signos linguísticos) em sons isoladamente (a descodificação), é muito mais
que isso, a boa leitura deve passar pelas seguintes etapas: descodificar, compreender, interpretar
e reter.
A descodificação
O aluno primeiramente descodifica os símbolos escritos. É uma leitura superficial que, apesar de
incompleta, é essencial fazê-la mais de uma vez num mesmo texto. É o momento em que o aluno
deve anotar as palavras desconhecidas para achar um sinónimo, passo importante para passar
para a próxima etapa de leitura a compreensão do que foi lido.
A compreensão
Após passar pela etapa da decodificação, o aluno deve captar o sentido do texto lido. Deve saber
do que se trata o texto, qual tipologia usada, compreender o que o autor pretendeu passar a ser
capaz de resumir em duas ou três frases a essência do texto.
A interpretação
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Na terceira etapa da leitura, o aluno deve interpretar uma sequência de ideias ou acontecimentos
que estão implícitos no texto.
O aluno não encontrará facilmente as respostas no texto se não o compreendeu, pois apenas com
uma boa compreensão o aluno conseguirá interpretar sentidos do texto que não estão escritos
literalmente.
A retenção
Nessa última etapa, o aluno deve ser capaz de reter as informações trabalhadas nas etapas
anteriores e aplicá-las fazendo analogias, comparações, reconhecendo o sentido de linguagens
figuradas, aplicar em outros contextos, reflectindo sobre a importância do que foi lido fazendo
um paralelo com o seu quotidiano, aprendendo com isso, a fazer suas próprias análises críticas.
2.2. Escrita
2.2.1.História da escrita
Barbosa (1994) A escrita é considerada um marco de passagem da pré-história para a história. É
principalmente a partir do registo que se recompõe a forma de vida de um povo em uma
determinada época.
A escrita é uma das mais antigas tecnologias que a humanidade já conheceu. Serviu e tem servido
para muitas finalidades de religiosas a políticas, de literárias a publicitárias. Na sociedade
contemporânea não se questiona a importância da escrita e da leitura, visto que este é um
comportamento imprescindível para a formação do ser humano moderno. Em sociedades letradas,
ler é importante para o indivíduo agir como cidadão. Se observarmos a história da humanidade,
perceberemos os diferentes caminhos percorridos pela leitura e o leitor. Se voltarmos à
antiguidade, notaremos que a transmissão oral foi uma das formas encontrada para informar as
gerações mais novas sobre os saberes, os valores e as crenças. (p.21),
22
2.2.2.Conceito de Escrita
Na comunicação escrita, os sons que essencialmente constituem a linguagem humana passam a
ser apenas evocadas mentalmente por meio de símbolos gráficos.
A escrita pode ser considerada como uma representação da linguagem ou como um código de
transmissão gráfica das unidades sonoras. A invenção da escrita foi um processo histórico de
construção de um sistema de representação, não um processo de codificação uma vez construído,
poder-se-ia pensar que o sistema de representação é aprendido pelos novos usuários como um
sistema de codificação (pp.14-16).
Entretanto, Cagliari (2008) e Abaurre (1987), referem que a escrita seria mais complexa do que a
leitura na alfabetização, porque para ler são necessários alguns conhecimentos, e para escrever,
além dos relacionados a leitura, são necessários conhecimentos complementares. Para esses
autores, o desenvolvimento de habilidades de leitura constitui um pré-requisito para a
aprendizagem da leitura. O desenvolvimento da escrita nas crianças em processo de
alfabetização é uma actividade complexa, tendo em conta a dinamicidade da aprendizagem da
escrita nesse período; considerando desde os níveis pré-silábicos e silábicos, passando pela
escrita alfabética ou alfabético-ortográfica de palavras e frases até a produção de textos escritos.
Acesso ao mundo da escrita, num sentido amplo é um processo de um indivíduo entrar nesse
mundo e isso se faz basicamente por duas vias. Através do aprendizado pois, aprender a ler e a
escrever envolve relacionar sons com letras, fonemas com grafemas, para codificar ou para
decodificar. Envolve também aprender a segurar um lápis, aprender que se escreve de cima para
baixo e da esquerda para direita, em fim envolve uma série de aspectos. A dimensão técnica da
escrita supõe, por exemplo o domínio do sistema de meios gráficos da língua, o qual inclui a
apreensão dos grafemas (implementados pelas letras), o posicionamento e a combinação de
grafemas no contexto de uma palavra, bem como o uso de sinais que modificam o valor sonoro
das letras como o til, a cedilha, o acento agudo, o circunflexo. A apropriação e uso competente da
palavra escrita demandam assim a apropriação das ferramentas que permitem codificar. (p.1-21).
Uma pessoa pode ser capaz de ler mas não ser capaz de escrever, ou alguém pode ler
fluentemente, mas escrever muito mal. Tudo indica que a competência na escrita começa desde a
habilidade de transcrever a fala, via ditado até habilidades cognitivas, inclui a habilidade motora
(caligrafia), a ortografia, o uso adequado da pontuação, a habilidade de estabelecer metas para
escrita e decidir qual a melhor forma de desenvolvê-la, a habilidade de organizar ideias em um
texto escrito, estabelecer relações entre elas, expressá-las adequadamente.
23
2.2.3.Habilidades de escrita
Para além do domínio da técnica, as habilidades de escrita são assim como as de leitura,
utilizadas em materiais escritos distintos os géneros textuais. Esses são por sua vez relacionados
e conformados pelas necessidades, objectivos e contextos nos quais são produzidos.
Desde a habilidade de transcrever a fala, via ditado até habilidades cognitivas e metacognitivas,
inclui a habilidade motora (caligrafia), a ortografia, o uso adequado da pontuação, a habilidade de
seleccionar informações sobre determinado assunto, e de caracterizar o público como leitor, a
habilidade de estabelecer metas para escrita e decidir qual a melhor forma de desenvolvê-la, a
habilidade de organizar ideias em um texto escrito, estabelecer relações entre elas, expressá-las
adequadamente. Além disso, as habilidades de escrita tal como as de leitura, devem ser aplicadas
diferenciadamente à produção de uma variedade de materiais escritos: da simples assinatura do
nome à elaboração de uma lista de compras até a redacção de um ensaio ou de uma tese de
doutorado.
Para essa pesquisa, interessou analisar o nível Silábico-alfabético, em que a criança evolui para
uma representação mais completa dos sons das palavras. Neste nível é comum que na
representação gráfica faltem algumas letras, o que leva alguns profissionais a confundirem nível
de evolução da escrita com dificuldade de aprendizagem. São coisas distintas: a primeira é uma
fase normal do desenvolvimento da escrita, a segunda pode estar relacionada a algum distúrbio
como a lislexia e tem causa neural e genética.
É aqui onde o educador deve propiciar a evolução do aluno, oferecendo conflitos que o dirigirão
ao nível seguinte, fazendo uso de jogos, cruzadinhas, remontarem textos através de tiras, leitura
de textos e produções diversas, contar o número de palavras de cada frase, montar textos a partir
de palavras e montar palavras com letras móveis.
O outro nível que interessa referir é o Alfabético-Neste nível a criança faz correspondência da
grafia com fonemas (unidades sonoras da língua) o que favorece a diferenciação das palavras
pelos sons (fonemas) e sinais gráficos da língua (grafemas). Portanto, ela é capaz de fazer a
correspondência entre elementos sonoros e a grafia. Nesta fase a criança ainda não é ortográfica,
24
ou seja ela ainda não escreve conforme os padrões da norma culta, seguindo as regras
ortográficas.
A criança precisa perceber que a escrita é uma representação da fala, porém algumas palavras
não podem ser escritas de maneira que as pronunciamos, necessita que os mesmos leiam seus
próprios escritos confrontando-os com a escrita convencional, e aperfeiçoem grafia das palavras.
" aprender a ler e escrever significa adquirir uma tecnologia, a de codificar em língua escrita e de
descodificar a língua e propriedade. A formação de novos usuários da língua escrita se faz por
meio de um longo caminho que exige prática constante e um olhar atento dos formadores para os
interesses, as curiosidades, os materiais de acesso, os hábitos e os modos de viver das crianças. À
medida que se avança nesse processo de formação, conquista-se familiaridade e altera-se a forma
de se relacionar com o mundo e com as pessoas.´´ (p.39)
Refere ainda que os processos que resultam em aquisição do processo de leitura e da escrita estão
subdivididos em: conhecimento de leitura e nome dessas letras, consciência fonológica, aptidões
da fala e linguagem, atenção sustentada e memória operacional.
Conhecimento de leitura e nome dessas letras
É importante que esse conhecimento não venha de uma sequência automática de memória do
abecedário e sim de conhecimento de grafemas e o nome que esses grafemas possuem.
Consciência fonológica
Envolve a habilidade em que a criança aprende a ouvir com o ouvido neurológico, associando
sons e letras e com essas transposições entre os sinais auditivos corresponder-se a símbolos
gráficos, oriundos das unidades articulatórias da fala.
Direcciona a criança para dentro de um processo de aprendizagem formal através dele podemos
entender que, quando uma criança está na escola, ela já adquiriu a fala (oralidade), já possui uma
25
estrutura linguística oral, e a partir deste processo adquirido irá construir um novo processo: a
escrita e em consequência a leitura.
Quando esta criança não tem uma boa estrutura de linguagem oral que comporte uma estrutura
textual, dificilmente conseguirá fazê-lo dentro de uma estrutura na escrita.
Quando apresenta uma oralidade contaminada por substituições e omissões, essas trocas
aparecerão no processo de aquisição da escrita, é necessário verificar suas estruturas anteriores
(pré-requisitos) para que a possibilidade de transpor para leitura e escrita esteja adequada.
Atenção sustentada
A criança nasce com uma atenção automática que é uma resposta aos estímulos e estes provocam
essa atenção para uma resposta a estímulos fortes, com grande intensidade e estes fazem seus
registos de automatismos, é essa atenção que persiste durante a aprendizagem informal.
Memória operacional
É necessário muito treino com a memória operacional no período da aprendizagem informal para
que através das habilidades exercitadas da criança, ela possa seguir para aprendizagem estrutural
e assimilar o significado e significante dos símbolos sonoros.
O contacto da criança com o mundo da leitura e da escrita, é essencial para que as mesmas
possam ter maiores condições para aprender a ler e a escrever de forma positiva.
Considera-se que as crianças se interessam mais pela leitura e escrita quando têm a oportunidade
de conviver com pessoas letradas.
A leitura nos leva a mundos desconhecidos e nos apresenta pessoas e lugares. Dessa forma, ela
também influenciará nossa vida, nossa forma de ver as coisas e agir sobre elas. Diante disso, a
escola é um dos principais agentes no processo de formação de leitores-escritores.
2.3.Competência
2.3.1.Enquadramento teórico
Como defende Ceitil (2006), O termo competência (do latim competentia, “proporção”, ”justa
relação”, significa aptidão, idoneidade, faculdade que a pessoa tem para apreciar ou resolver um
assunto) terá surgido pela primeira vez na língua francesa, no século XV, designando a
legitimidade e a autoridade das instituições (por exemplo, o tribunal) para tratar de determinados
problemas. No século XVIII amplia-se o seu significado para o nível individual, designando a
capacidade devida ao saber e à experiência.
A partir dos anos 70 do século XX, a palavra competência surge associada à qualificação
profissional, vinculando-se ao posto de trabalho e associando-se ao colectivo, à
organização. Nesta perspectiva empresarial, a competência é interpretada como uma forma
de flexibilização laboral e de diminuição da precariedade do emprego.
O termo competência tem sido na perspectiva, ora como atribuição, qualificação, como
traço/característica pessoal, comportamento/acção, chamando a atenção para
características extra- pessoais (perspectiva das atribuições e das qualificações), ou intra-
pessoais (perspectiva dos traços/características pessoais) e/ou comportamentais.
Neste sentido, competência será um constructo teórico que se supõe como uma construção
pessoal, singular, específica de cada um. É única e pertence, exclusivamente, à pessoa,
exprimindo-se pela adequação de um indivíduo a uma situação. Não se visualiza,
observam-se os seus efeitos (Rey, Carette, Defrance, & Kahn, 2005).
Para Roldão (2003), a competência emerge quando, perante uma situação, o sujeito é
capaz de mobilizar adequadamente diversos conhecimentos prévios, seleccioná-los e
integrá-los de forma ajustada à situação em questão. Desta forma, a competência exige
apropriação sólida e ampla de saberes, de modo a permitir ao sujeito que os convoque (de
forma ajustada) quando se encontra face a diferentes situações e contextos. Competência
recorre, desta forma, a noções, conhecimentos, informações, procedimentos, métodos e
técnicas.
Cruz (2001) define competência como um conceito que acolhe saberes, atitudes e valores,
abarcando o domínio do self (saber-ser), o domínio cognitivo (saber formalizado) e o
domínio comportamental (saber-fazer) - a competência consolida-se numa acção ou no
conjunto de acções organicamente articuladas. Este autor e Alves (2005), perspectivam a
competência como a capacidade que as pessoas desenvolvem de articular, relacionar os
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diferentes saberes, conhecimentos, atitudes e valores; como uma acção cognitiva, afectiva,
social que se torna visível em práticas e acções que se exercem sobre o conhecimento,
sobre o outro e sobre a realidade. Constitui-se por um conjunto de saberes, de saberes-
fazer e de atitudes que podem ser mobilizadas e traduzidas em performances. “A
competência é agir com eficiência, utilizando propriedade, conhecimentos e valores na
acção que desenvolve e agindo com a mesma propriedade em situações diversas” (Cruz,
2001, p. 31).
2.3.2.Componentes de competências.
Juntar estas três componentes, numa adição de partes, levanta, desta forma, problemas
conceptuais (Beaufils, 2006).
29
A noção de competência remete para situações nas quais é preciso tomar decisões e resolver
problemas, associa-se à compreensão e avaliação de uma situação, uma mobilização de saberes,
de modo a agir/reagir adequadamente. Desta forma, a tomada de decisão (expressar conflitos,
oposições), a mobilização de recursos (afectivos e cognitivos) e o saber agir (saber dizer, saber
fazer, saber explicar, saber compreender) são as características principiais da competência. Estas
características permitem entender este conceito como uma forma de controlar (simbolicamente)
as situações da vida.
Para Rychen e Tiana (2005), competência designa um sistema de acção complexo que envolve
aptidões cognitivas e não cognitivas. Ser competente exige sistemas de acção complexos que
abarcam conhecimentos, estratégias e rotinas necessárias para os aplicar, emoções e atitudes
adequadas e auto-regulação. Definir a competência pela componente do que conseguimos fazer
de forma sistemática, apela a processos de ordem cognitiva, a estratégias da resolução de
problemas às quais um indivíduo recorre quando age.
Ser competente permite ao sujeito ser autónomo em relação ao uso do saber, possibilita-lhe
activar recursos (conhecimentos, capacidades, estratégias) em diversos tipos de situações,
nomeadamente, situações problemáticas. Ser competente será ser capaz de recorrer ao que se
sabe para se realizar o que se deseja/projecta. O indivíduo competente será aquele que, num
determinado domínio, enfrenta eficazmente uma situação inesperada, mobilizando e conjugando
saberes, saberes-fazer e técnicas. Como defende Comellas (2000), uma pessoa será competente
30
num determinado domínio se colocar em acção diferentes capacidades e saberes necessários para
dar uma resposta ajustada à situação em que se encontra. Ao atingir a realização pessoal, ao
exercer a cidadania activa, ao fomentar a inclusão social e o emprego, o sujeito manifesta as suas
competências (Estella & Vera, 2008).
A partir das definições previamente apresentadas, podemos verificar que a emergência da noção
de competência na área da Educação evidenciou mudanças epistemológicas. Nos anos 60 do
século XX, o behaviorismo teve uma grande influência no desenvolvimento dos objectivos
pedagógicos, identificando os comportamentos que deviam ser expressos pelos alunos e
promovendo os níveis de desempenho considerados adequados e sujeitos a avaliação.
Nas últimas décadas, tem-se inflectido para uma perspectiva cognitivista e construtivista, sendo
que o enfoque tem recaído na construção interna do sujeito, no poder e desejo que dispõe para
desenvolver o que lhe pertence como actor autónomo da sua aprendizagem. Os objectivos
pedagógicos passam a visar as competências a adquirir pelos alunos ao longo do seu percurso
académico. O processo de desenvolvimento e aprendizagem sublinha o progresso do
conhecimento e da personalidade através da vivência de experiências significativas e de
actividades pedagógicas cuidadosamente concebidas e planeadas.
optar por uma planificação flexível, a incentivar o improviso, a caminhar no sentido de uma
maior integração disciplinar, na direcção do desenvolvimento de um trabalho multidisciplinar.
Uma abordagem por competências muda os ofícios dos seus intervenientes, ou seja, muda o
ministério do aluno e do professor. O estudante terá que se envolver, terá que se entusiasmar com
as aprendizagens a realizar. O docente, por sua vez, transforma-se num fiador de saberes, num
organizador de aprendizagens, num incentivador de projectos, num gestor da heterogeneidade,
num regulador de percursos formativos (Perrenoud, 2001, 2005).
A escola que sustenta a sua acção numa abordagem baseada nas competências defende a
integração, pelo indivíduo, dos saberes (saberes teóricos e práticos), do saber-fazer e das atitudes
necessárias ao acompanhamento das tarefas. “(…) É, assim, justo ligar esta abordagem à corrente
construtivista segundo a qual o conhecimento se constrói pela interacção do indivíduo com o seu
meio” (Alves, 2005, p. 38). Construir é coordenar perspectivas na direcção que se pretende, num
contexto que será sempre assombrado pela dúvida, pelo conflito, pela oposição.
A escola deve incentivar a acção dos alunos (captar, relacionar, integrar, conferir sentido, recriar
informação), a tomada de iniciativa pessoal e o desenvolvimento da auto-confiança. Deve
incentivar um ensino que tenha significado do ponto de vista do aluno, que o leve a encontrar as
respostas às suas perguntas, através da experiência, raciocínios, críticas, confrontação de pontos
de vista.
A escola que defende uma perspectiva construtivista parte dos conhecimentos prévios dos alunos
e leva-os a construir o seu conhecimento, a encontrar valores morais, seja através da criação de
oportunidades de trocas de pontos de vista ou da expressão de opiniões. Considera o sujeito
32
Esta escola centra a atenção no sujeito, incentivando-o a encontrar informação por si mesmo.
Fomenta o aprender a aprender, desenvolve a capacidade dos sujeitos para realizarem
aprendizagens significativas por si mesmos, num vasto conjunto de situações e circunstâncias.
Valoriza a aquisição de estratégias cognitivas de exploração e de descoberta, de planificação e de
regulação da própria actividade. Incentiva a formulação de hipóteses, de experimentar e de
raciocinar sobre dados e sobre o sentido das coisas. Fomenta o aprender a pensar, a “(…)
focalizar a atenção nos problemas, na forma de colocar questões e no processo de resolução dos
mesmos, mais do que oferecer directamente as soluções” (Rosário, 1997, p. 239), valorizando o
processo, a auto-reflexão, o controlo pessoal e a consciencialização do próprio processo.
A meta principal da escola de hoje não é, assim, ensinar conteúdos, mas desenvolver
competências que permitam ao sujeito alcançar sucesso pessoal e profissional. Visa permitir a
cada um aprender a utilizar os seus saberes para actuar com eficiência. Esta escola fomenta o
carácter adaptativo e converte os conteúdos em meios que possibilitam aos alunos desenvolver
competências - a pedagogia do aprender a aprender elege-se como fundamento e posicionamento
valorativo: valorização do método, em detrimento do conteúdo; do processo de aprendizagem,
em prejuízo da transmissão de conhecimentos; do aluno como protagonista do seu processo de
aprendizagem, em perda do professor como figura central desse processo; da rápida absorvência
dos conteúdos nesta suposta sociedade de informação, na qual as mudanças são cada vez mais
rápidas, exigindo constante actualização e adaptação dos indivíduos (Costa, 2004).
Nesta óptica activa e cooperativa ensinar será conceber, encaixar e regular situações de
aprendizagem, propor tarefas complexas e desafios que incitem (todos) os alunos a mobilizar os
seus conhecimentos e, em certa medida, a completá-los.
Como defende Freire (2004, p. 22), “(…) ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a sua produção ou a sua construção”.
interpessoais e individualizar percursos formativos, são apenas algumas estratégias que podem
ser adoptadas numa lógica de trabalho por problemas e/ou por projectos.
Com os outros (alunos, colegas e outros intervenientes educativos), por meio da exploração, da
conversa, da partilha, de uma atmosfera de liberdade, constroem-se conhecimentos e afectos que
permitem o desenvolvimento harmonioso do sujeito.
Porque não há docência sem discência (Freire, 2004), uma abordagem do ensino/aprendizagem
por competências contribuirá para (1) aumentar o significado do trabalho académico e modificar
a relação com o saber dos alunos em dificuldade; (2) facilitar a assimilação activa de saberes
aproximando construtivismo e pedagogia diferenciada; (3) colocar os professores em
movimento, incitando-os a falar de pedagogia e a cooperar no quadro de equipas ou de projectos
de estabelecimento escolar. Concorrerá para fomentar a relação com a vida profissional, o
desenvolvimento pessoal dos estudantes, ajudando-os a assumir responsabilidades sociais, a
resolver problemas e a adaptar-se às mudanças sociais (González & Wagenaar, 2003).
2.3.4.Competências educativas.
A competência educativa pressupõe a capacidade de transferência, de aprendizagem e adaptação,
não é imitar, não é repetir e sua gestão dentro da instituição educacional tem a função estratégica
de suporte e tomada de decisões. Conforme descrevem Vieira e Garcia (2005, p. 11) “todo
conhecimento se inicia no indivíduo e é transformado em conhecimento organizacional,
portanto, o principal desafio é fazer com que o conhecimento pessoal esteja disponível para
outros”.
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Perrenoud et al (2002, p. 19) descrevem que: (…) define-se competência como a aptidão para
enfrentar uma família de situações análogas, mobilizando de uma forma correta, rápida,
pertinente e criativa, múltiplos recursos cognitivos: saberes, capacidades, micro competências,
informações, valores, atitudes, esquemas de percepção, de avaliação e de raciocínio.
captação dos conhecimentos, mas sim, compreende a construção da estrutura que permitem
impulsionar os conhecimentos com a compreensão do mesmo. Na construção de competências
considera-se o ambiente de aprendizagem que passa por diversas fases como a tomada de
decisão, a resolução de situações problemáticas e o próprio processo de construção de
conhecimento. A competência defende uma abordagem que o indivíduo constrói os saberes e
possibilita o aprender e novos conhecimentos (Dias, 2010).
2.3.5.Contexto Educacional
No panorama actual do contexto educacional faz-se necessário que o professor, como sendo um
dos principais agentes desse ambiente apresente habilidades e competências para desenvolver e
promover a construção do conhecimento do indivíduo. Uma vez que a actual denominação da
sociedade, como sendo sociedade do conhecimento não é mais há necessidade o aluno
memorizar dados e conceitos dos quais ele pode ter acesso rapidamente com a tecnologia
disponível.
O acesso rápido aos dados disponíveis na educação seja repensada e remodelada para atender as
novas capacidades exigidas, o professor como principal agente educacional necessita preparar
seus alunos para essa sociedade. Nesse sentido, o professor tem como responsabilidade buscar
novos métodos de inovar em sala de aula, visando que seu aluno construa uma criticidade e
desenvolva habilidades para analisar o meio em que se encontra (Macuch, 2016).
A educação nesse contexto tem um grande desafio, uma vez que ela deve propiciar meios para
que os estudantes participem, avaliem, modifiquem e realizem interacções num mundo
globalizado e extremamente competitivo, que valoriza a flexibilidade e criatividade. Deste modo,
a escola apresenta como uma de suas funções viabilizar na relação professor-aluno, que esse
aluno consiga desenvolver e construir seu aprendizado de um modo não estático, sendo capaz de
encontrar soluções inovadoras para os problemas que venham a surgir (Coutinho, 2011).
Nessa perspectiva, a relação entre professor-aluno pressupõe uma troca de saberes, seja pela
troca de experiências com o outro, ou ainda, pelo diálogo proporcionado de ambas as partes em
suas semelhanças e discordâncias nos temas abordados. Sem um referencial próprio de mundo,
não há como alguém (ou sistema) se apropriar do que o outro traz de novo. A troca se conforma,
se mostra, se formula, ganha sentido, a partir de cada identidade, do olhar sobre o outro e do
37
outro sobre o eu. A aprendizagem colaborativa envolve essa premissa descrita por Bakhtin
(1982) por envolver a necessidade de metodologias interactivas entre o aluno e o professor para
que sejam estabelecidas buscas, compreensão e interpretação da informação de assuntos
especificados em aula (Macuch, 2016, p.3).
Deste modo, no actual contexto da educação não compete mais ao professor ter apenas
habilidades com a tecnologia e meio de aquisição de informação, o que se faz necessário agora
são competências pedagógicas e inovadoras que auxiliem o aluno em seu desenvolvimento,
fazendo-o transcender do pensamento elementar para o pensamento crítico, significativo e
utilizável (Coutinho, 2011).
Portanto, surge uma nova função para a educação que será de assegurar essa troca entre educador
e educando aconteça, utilizando-se do actual fluxo de informações para que sejam apropriadas e
utilizadas buscando dar significado, deixando para trás a figura de um professor que transmite o
conhecimento para chegar ao papel de mediador da aprendizagem.
Capítulo-III
3. METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO
3.3.Tipo de amostra.
Para esta pesquisa, foi usada a Amostra não probabilística por acessibilidade ou por
conveniência, que segundo Gil (2009) “ é aquela em que o pesquisador selecciona os elementos a
que tem acesso, admitindo que estes possam, de uma forma, representar o universo”.
Com efeito, foi constituída uma amostragem de 101 indivíduos, dos quais; 93 alunos, 6
professores, 01 director adjunto pedagógico e 01 director da escola.
Os alunos foram divididos em 2 grupos, sendo que 46 alunos para actividade de escrita e 47 para
leitura.
Depois de explicar a finalidade das entrevistas, de forma personalizada a cada um dos membros
de Direcção, a entrevistadora foi lançando as perguntas constantes do roteiro previamente
elaborado e de forma discreta, anotando as respostas num bloco de notas, sem alterações
substanciais das palavras dos entrevistados.
Para permitir obter dos entrevistados, respostas às mesmas perguntas, optou-se por uma
entrevista padronizada ou estruturada que, segundo Lakatos (2010, p180) “ permite que o
entrevistador siga um roteiro previamente estabelecido, mediante um determinado formulário
visando assegurar que todos os assuntos sejam discutidos”.
Quanto a administração.
Capítulo-IV
Após o término da colecta de dados, o passo seguinte foi o de análise e interpretação dos dados
recolhidos.
Item Nº
Masculino 04
Género Feminino 02
Total 06
De 18 a 34 anos 02
Idade De 30 a 50 anos 04
Total 06
Nível superior 06
Habilitações Literárias Nível médio 00
Total 06
Habilitações profissionais Com formação psicopedagógica 06
Fonte: Autora
No que se refere as habilitações literárias, todos professoras inquiridas são de nível superior e
todas possuem formação psicopedagógica.
Raras vezes tem havido assistência de aulas entre professores, pelo facto de as turmas de cada
classe, geralmente, funcionarem no mesmo turno, não permitindo que cada professor assista as
aulas do colega, sob risco de abandonar os seus alunos.
Da análise feita ao questionário dirigido aos professores, concluiu-se que eles são envolvidos na
gestão pedagógica pois participam em vários níveis de planificação, desde a dosificação,
planificação das aulas e elaboração da ACS. Este envolvimento visa melhorar o desempenho de
modo a proporcionar ao aluno habilidades de leitura e escrita.
Da verificação feita nos livros de Língua Portuguesa, constatou-se que os alunos da 8ª classe
devem aprender:
4.7.As actividades desenvolvidas pelos professores na sala de aula, para aquisição das
habilidades de leitura e escrita dos seus alunos.
Na óptica dos inquiridos as actividades que estes desenvolvem na sala de aulas para aquisição
das habilidades de leitura e escrita dos seus alunos destacam – se as seguintes:
4.8. Análise do Inquérito por Entrevista aplicado aos membros de direcção (Director da
Escola e Director-adjunto Pedagógico).
Do inquérito realizado aos membros de direcção da Escola Secundaria 4 de Outubro de
Morrumbala, constatou-se o seguinte:
Realiza estudo do regulamento interno da escola, contudo estes apontaram como um dos
constrangimentos e que afecta no ensino de leitura e escrita a superlotação das salas de
aulas, facto esse que tem propiciado o fraco acompanhamento dos alunos pelos
professores.
46
Capitulo-V.
5. CONCLUSÃO E SUGESTÕES.
5.1. Conclusão
A competência apropria-se, assim, da acção, persiste e exige recursos e meios para os mobilizar.
Se não há recursos a mobilizar não há competência, e se há recursos mas não é possível
mobilizá-los a tempo, é como se não existissem (Perrenoud, 2001, 2005; Pereira, 2005). Para que
exista essa mobilização é necessário que o sujeito transfira conhecimentos, portanto, a
mobilização inclui a transferência e acontece em situações complexas onde o sujeito pode
estabelecer o problema antes de o resolver, determinar quais os conhecimentos essenciais a
recorrer, como reorganizar os dados em função da situação e essa transferência ganha maior
eficácia com habilidades de leitura e escrita.
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Segundo o provérbio chinês a leitura e a escrita eram e são artes irmãs, porque para interpretar a
escrita é preciso ver. Dá-nos a entender que ninguém aprende a ler sem saber escrever e
consequentemente desenvolve as competências educativas.
Uma das causas do fraco domínio das habilidades ou competências educativas é a superlotação
das salas de aulas, facto que impossibilita os professores no acompanhamento individual dos
alunos.
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5.2. Sugestões.
Sugere-se que:
Que as escolas sejam orientadas a criar oficinas de leitura com a finalidade de acomodar
os alunos com dificuldades de leitura escrita;
Que a Escola se preocupar a incentivar um ensino que tenha significado do ponto de vista
do aluno, que o leve a encontrar as respostas às suas perguntas, através da experiência,
raciocínios, críticas, confrontação de pontos de vista.
Que os programas nacionais tenham como meta, desenvolver competências que permitam
ao sujeito alcançar sucesso pessoal e profissional; visando permitir a cada um aprender a
utilizar os seus saberes para actuar com eficiência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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3. CAGLIARI, L.C. O que é preciso para saber ler.In: MASSINI-CAGLIARI, Gladis &
CAGLIARI, Luiz Carlos. Diante das letras: a escrita na alfabetização. São Paulo: Fapesp,
1999.
5. CAREY, S.(1988) Are children fundamentally different kinds of thinkers and learns than
adults? Em K.RICHARDSON e S. SHELDON (eds.), Cognitive Development to
adolescence, Open University Press, Milton Keynes.
10. Erickson, E.H. (1976a). Infância e Sociedade (2ª Ed.). Rio de Janeiro: Zahar
11. FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo: Cortez, 2011.
14. https://www.maemequer.pt/desenvolvimento-infantil
/desenvolvimento-fase-a-fase/desenvolvimento/habilidades-e-competências-necessárias-
para-desenvolver-a-escrita-e-a-leitura.
15. KATO, M.A. No mundo da escrita: Uma perspectiva Psicolinguística.7 ed.São Paulo:
2009.
16. JOAQUIM, M. C. J.Y. Manual de Expressão Oral & Escrita. Editora Vozes. 29ª Edição.
18. Manguel, A. Uma história da Leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
20. SILVA, Ezequiel Theodoro. O bibliotecário e a formação do leitor In: Barzotto, Valdir
Heitor Estado de leitura. Campinas: Mercado das Letras, 1999.p.159-168.
25. FAILLA, Zoara (org.). Retratos da leitura no Brasil 4. Rio de Janeiro: Sextante, 2016.
1. Idade
3. Habilitações Literárias:
Se sim quais?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
6. Os conteúdos dos livros dos alunos ministrados na classe que lecciona, estão em
conformidade com a fase (idade) de crescimento destes? Sim_____ Não_____
8. Na sua opinião, o que deve ser feito para que os alunos desenvolvam suas competências, a
partir de leitura e escrita?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
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10. Que acções devem ser inclusas no PEA no sentido de orientar os alunos a estimular as
potencialidades dos alunos?____________________________________________________
___________________________________________________________________________
11. Quais são as actividades que desenvolve na sala de aula para aquisição das habilidades de
leitura e escrita dos seus alunos?________________________________________________
______________________________________________________________________________
12. Quais são os materiais didácticos que utiliza para incentivar os seus alunos a desenvolverem
suas competências?
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