Direitos Humanos: para Alexandre de Moraes, As Teorias Se Complementam
Direitos Humanos: para Alexandre de Moraes, As Teorias Se Complementam
Direitos Humanos: para Alexandre de Moraes, As Teorias Se Complementam
FUNDAMENTOS JURÍDICOS
ESTRUTURA NORMATIVA
Principais princípios:
4. QUARTA DIMENSÃO
Decorre dos avanços da genética, clamando pela proteção do patrimônio
genético como forma de preservação do ser humano.
Há também o direito à democracia, à informação e direito ao pluralismo
(diversidade e participação das minorias).
1. UNIVERSALIDADE
Todos os seres humanos possuem esse direito em seu patrimônio jurídico. É
bem comum internacional que supera a soberania e o território de cada país ou região.
2. HISTORICIDADE
Os direitos humanos estão sujeitos ao dinamismo, ou seja, sofrem alterações e
evoluções históricas a passar dos tempos.
3. INERÊNCIA
São inatos, ínsitos ao ser humano. Consta do preambulo da Declaração Universal
dos Direitos Humanos.
4. INDIVISIBILIDADE / INTERDEPENDÊNCIA / COMPLEMENTARIDADE
Constitui um único conjunto de direitos que não pode sofrer divisão pois eles se
complementam e um depende do outro. Não se admitindo a interpretação restritiva
que leve a implementação parcial desses direitos.
São os direitos humanos Híbridos, demandando do estado tanto ação quanto omissão.
Ex.: Liberdade de locomoção (omissão do estado); mas a pessoa com deficiência
necessita de acessibilidade (ação do estado).
5. INTER-RELACIONALIDADE
Os direitos humanos e os sistemas de proteção se inter-relacionam.
6. INDIVIDUALIDADE
Os direitos humanos podem ser exercidos por uma coletividade ou por uma
única pessoa.
7. TRANSNACIONALIDADE
São reconhecidos e protegidos em todos os Estados, independente da cidadania
ou nacionalidade, sendo assegurado a qualquer pessoa. Até os apátridas
passaram a receber proteção internacional.
8. IMPRESCRITIBILIDADE
Não se perde em razão do não uso ou do decurso do tempo.
9. INALIENABILIDADE
São intransferíveis a qualquer título, não podendo ser objeto de comercialização.
10. INDIPONIBILIDADE
Não se pode dispor desses direitos. Colocar em ordem inferior de importância.
11. IRRENUNCIABILIDADE
Não podem ser objeto de renúncia.
12. INVIOLABILIDADE
O Estado possui o dever de respeitar e garantir esses direitos. Limitam a
atuação do Estado.
13. EFETIVIDADE
Os Estados devem criar mecanismos coercitivos para efetivação desses
direitos.
14. CONCORRÊNCIA
Podem ser exercidos de forma acumulada.
15. LIMITABILIDADE
Podem sofrer limitações em razão de momentos de crises: sigilo das
correspondências no estado de defesa, liberdade de locomoção e reunião em
estado de sítio.
16. VEDAÇÃO DO RETROCESSO
Não se admite retrocessos que conduzam à eliminação, limitação ou
enfraquecimento dos direitos humanos.
SISTEMA DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
Tratados + órgãos.
a) Sistema Global de Direitos Humanos – Baseado no Sistema ONU;
b) Sistema Regional de proteção dos Direitos Humanos.
Em 1945, surge a ONU criada em uma conferência realizada em San Francisco, ocasião
em que foi redigida e aprovada a carta das Nações Unidas que previa a criação de um
mecanismo de proteção dos direitos humanos, a comissão de direitos humanos.
A comissão de direitos humanos criou a carta internacional de direitos humanos,
composta pela declaração universal de direitos humanos e o pacto de Nova York. O pacto
de direitos humanos trouxe o rol dos direitos humanos e também os mecanismos de
implementação e proteção.
1. Sistema de proteção global
São os tratados, pactos, órgãos e mecanismos de proteção dos direitos
humanos. É baseado no sistema da ONU, destinadas a todos os seres humanos, em
todos os países em respeito a dignidade humana.
A ONU é o principal sistema de proteção, mas não é o único.
a) CARTA INTERNACIONAL DE DIREITOS HUMANOS
Não é considerada um tratado internacional e por esse motivo não tem força
vinculante. Possui força apenas de recomendação.
No Brasil, os doutrinadores afirmam que existe sim um caráter cogente a esta
resolução.
Para dar validade jurídica e juridicização para os direitos humanos elencados na
carta internacional de direitos humanos, foi promulgado dois pactos:
Pacto internacional de direitos civis e político: a) no conflito de normas
internas de um país e as normas internacionais deve prevalecer a mais
benéfica a vítima; b) proibição de derrogação de alguns direitos humanos; c)
três mecanismos de supervisão: 1) relatório interestatal; 2) comunicações
interestatais; 3) direito de petição.
Pacto internacional de direitos econômicos e culturais: a) prevalência
do direito internacional sobre a orbita interna do país; b) relatórios enviados
anualmente pelos estados ao conselho econômico social;
2. Processo Internacional dos Direitos Humanos
Mecanismos que apuram violação internacional de tratados de direitos
humanos.
Classificação:
a) Quanto à Origem:
Unilateral: um estado identifica a violação de outro estado e determina uma
reparação, que se não for atendida sanciona-se o estado violador.
Coletivo: órgãos internacionais para fazer a compatibilização do direito dos
estados com os direitos humanos.
b) Quanto à natureza:
Política: discricionariedade e cunho político declarado. Os estados podem
acatar ou não as decisões.
Judiciária: devido processo legal e análise jurídica da questão.
c) Quanto a finalidade:
Recomendação: é aberto um diálogo com o Estado, para que
conjuntamente encontre soluções para efetivar os direitos humanos. Não
vincula.
Decisão: impositiva, com a observação do contraditório.
d) Quanto a Constatação do ilícito / Modalidades de verificação:
Supervisão: por meio de relatórios. Resultando em recomendações.
Controle stricto sensu: averiguação e cobrança de reparações (zona
cinzenta).
O Brasil, conforme o STF, é um SISTEMA DUAL (ordem jurídica nacional e ordem jurídica
internacional) e há um procedimento de comunicação do sistema interno com o estrangeiro.
A competência para firmar tratados compete privativamente ao presidente da república,
sujeito a referendo do congresso nacional.
1. PROCEDIMENTO DE INTERNALIZAÇÃO
O PR pode firmar tratados internacionais ou delegar essa função para outra pessoa,
normalmente para o ministro das relações exteriores.
Fases de internalização de tratados no brasil:
a) FASE EXTERNA DE INTERNALIZAÇÃO DE TRATADOS
Negociação: toda fase externa começa com negociação.
Assinatura do Tratado: é ato precário que demonstra mera aquiescência do
Estado com a forma do documento e uma obrigação moral de ratificação
posterior. – Com a assinatura, o congresso nacional passa a ter
conhecimento do tratado e a deliberar sobre ele.
Ratificação: afirmação do pacta sunt servanda, gerando a obrigatoriedade
de observância no âmbito internacional. Sob pena de sancionamento.
Depósito: Vigência do tratado.
OBS.: no conflito de normas deve-se levar em conta aquela que melhor protege os
direitos fundamentais.