Apostila Básica para Avaliação Neuropsicológica Testes Complementares
Apostila Básica para Avaliação Neuropsicológica Testes Complementares
Apostila Básica para Avaliação Neuropsicológica Testes Complementares
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Apostila de Instrução e Aplicação dos Testes Complementares
KIT ATENDIMENTO
• Apontador
• Cronômetro
• Folha de sulfite
• Folhas de aplicação (dos testes)
• Lápis de cor: AZUL, VERDE, VERMELHO, MARROM
• Lápis preto
• Prancheta
Lembretes:
• Não usar borracha
• Não aplicar testes que possam interferir na recordação um do outro no mesmo dia,
como por exemplo: Figura de Rey e Reprodução Visual ou RAVLT e outra lista de
palavras.
• Providenciar um check-list, onde você terá o nome de todos os testes que serão
aplicados em sua avaliação, para não correr o risco de esquecer algum.
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Apostila de Instrução e Aplicação dos Testes Complementares
Nota: Uma avaliação neuropsicológica não se restringe aos testes aqui mencionados, vale ressaltar
que há outros padronizados para população brasileira, como já mencionado e lhes apresentados em
aulas teórica e prática, bem como, escalas necessárias para uma mensuração completa e correta.
As informações aqui apresentadas visam facilitar e auxiliar no processo de aprendizagem da
utilização de testes neuropsicológicos pelas alunas (os) do curso de especialização em
Neuropsicologia durante o estágio clínico supervisionado. Não é permitido a comercialização,
publicação em mídias sociais e/ou privadas, nem a reprodução parcial ou total desta apostila. Em
acordo com as normas do CFP, ressalta-se o uso de testes psicológicos é restrito aos (as)
psicólogas(os) inscritos no CRP. Os demais profissionais de saúde com especialização em
Neuropsicologia não podem usar instrumentos restritos aos psicólogos, porém, podem fazer uso de
outros instrumentos qualitativos. Para cada teste que for usado sempre consultar o
http://satepsi.cfp.org.br/ e ver a Resolução CFP n0 06/2019 para emissão de documento ou
resolução da área de atuação (demais Conselhos).
FDT – Five Digit Test/ Teste dos Cinco Dígitos (SEDÓ, PAULA E MALLOY-DINIZ,
2015)
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Apostila de Instrução e Aplicação dos Testes Complementares
Orientação: Agora você vai tocar na ordem inversa, ou seja, vou tocar nos blocos e você
deverá tocar os mesmos blocos, porém, inversamente a sequência que toquei, do último para
o primeiro.
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Figura Complexa de Rey (SPREEN & STRAUSS, 1998; 2006 / LEZAK, 2004)
Descrição:
O teste da Figura de Rey foi desenvolvido por Andre Rey (1941) e elaborada por
Osterrieth (1944). É um instrumento bastante útil que permite avaliar uma variedade de
processos cognitivos, tais como habilidade de planejamento, organização vísuo-espacial,
motricidade e memória visual. O material consiste de lápis colorido (azul, verde, vermelho,
marrom), 3 folhas em branco e o cartão-estímulo (figura) e foi padronizado para população
Brasileira em 2010 1ª edição, 2014 2ª edição, porém, apenas a avaliação da cópia e da
recordação imediata, mas vale ressaltar, que a recordação tardia é de grande importância
também. Primeiramente o sujeito realizará a cópia da figura, imediatamente após a cópia ele
recordará a figura e após 30 minutos é avaliada a retenção de memória (memória tardia).
Figura A – Idade de 5 a 88 anos (pág. 49) e Figura B 4 a 8 anos (pág. 87), Oliveira e Rigoni,
2014.
Obs. Troca dos Lápis: A troca de lápis deve ser feita a critério do aplicador, este deve observar
e ir trocando o lápis de forma que o sujeito utilize todas as 4 cores (sugeridas acima). Esta
trocao corre para que o aplicador saiba qual a ordem de realização da tarefa, podendo fazer
assim, uma análise qualitativa da organização e do planejamento.
Obs.: Para aplicar a terceira parte (recordação tardia) do teste o examinador deve aguardar 30
minutos, durante este período, o examinador deve aplicar outros testes até chegar aos 30
minutos para recordação tardia, que não influência em sua recordação, ou seja, não será dado
outra tarefa gráfica (visual) para memorizar na mesma sessão.
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Ação: Após 30 minutos da aplicação, concluir o que estiver fazendo e entregar outra folha em
branco na posição horizontal e um lápis preto. Anotar o nome do examinando na folha e a
fase da recordação: “tardia”.
Orientação: Lembra aquela figura que você desenhou hoje? Então, eu gostaria que você
desenhasse agora aquele desenho o máximo que você conseguir lembrar.
CRITÉRIOS DE PONTUAÇÃO
PONTOS PRECISÃO LOCALIZAÇÃO
2 Boa Boa
1 Boa Ruim
1 Ruim Boa
0,5 Ruim, reconhecível Ruim
0 Ruim, irreconhecível Ruim
➢ Ver tabela 9. Percentil, Média e Desvio Padrão pág. 58 – Cópia (Oliveira e Rigoni,
2014).
➢ Ver tabela 11 Percentil, Média e Desvio Padrão pág. 60 – Recordação Imediata
(Oliveira e Rigoni, 2014).
➢ Recordação Tardia - ver tabela 6-20 de Média e Desvio Padrão percentil pág. 166
(Spreen & Strauss, 1998).
Para maiores detalhes em relação à Figura B – para crianças de 4 a 8 anos (pág. 87),
Oliveira e Rigoni, 2014 – 2ª edição ou 1ª edição, 2010.
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Memória Lógica – História A e B (SPREEN & STRAUSS, 1998; 2006 / LEZAK, 2004)
Escala Wechsler de Memória Revisada - (WMS-R)
Descrição:
O teste de Memória Lógica é parte da Wechsler Memory Scale-Revised (WMS-R;
Wechsler, 1987), tem por objetivo avaliar a capacidade de memória imediata e tardia para
conteúdo verbal em contexto narrativo. O material consiste na leitura de duas histórias (A e
B), sendo o sujeito solicitado a evocar o seu conteúdo imediatamente após a leitura e após 30
minutos a evocação tardia.
paciente recordar, ou seja, o paciente vai falar tudo o que ele conseguir se lembrar da história
e o examinador irá anotar exatamente como ouviu para correção posterior.
Orientação II: Agora conte para mim, tudo que você lembrar da história que te contei.
Ação II: Passar o traço sob as palavras que ele acertar e escrever o que ele falar de diferente
do que está na folha de aplicação.
Obs.: Para aplicar a terceira parte do teste o aplicador deve aguardar 30 minutos, durante
este período o aplicador deve aplicar outros testes.
Orientação: Lembra aquelas histórias que te contei? Então, agora quero que você recorde a
primeira história para mim, tudo bem?
Ação: Ao término da história, anotar o nome do examinado na folha de resposta que deverá
estar na prancheta. Passar o traço sob as palavras que ele acertar e escrever o que ele falar de
diferente do que está na folha de aplicação. Fazer o mesmo procedimento com a história B.
Memória lógica II: Somar o total de pontos recebidos nas histórias A e B na evocação tardia. A
tabela do Manual da WMS-R, fornece o Percentil de acordo com o total de pontos brutos e
faixa etária (16 - 74 anos).
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Descrição:
O teste faz parte da Wechsler Memory Scale Revised (Weschsler, 1987) e tem por
objetivo avaliar a capacidade de memória imediata e tardia para desenhos geométricos
simples (memória visual). O material consiste de 4 (quatro) cartões-estímulos, cada um com
desenho geométrico. O sujeito deve dispor de lápis preto e 2 folhas de sulfite para
reprodução. O sujeito deverá reproduzir os desenhos após a exposição de cada cartão-
estímulo, sendo também solicitado a evocá-los após o período de 30 minutos.
Ação: Pegar uma folha de sulfite, dobrá-la ao meio no sentido vertical, numerar as 4 partes da
folha. Ao final de toda a aplicação anotar o nome do paciente. Cada figura deverá ser
apresentada uma de cada vez por 10 segundos (cada uma), ou seja, apresentar a figura 1 por
10 segundos, para o examinando memorizar, retirar a figura e entregar a folha dobrada e o
lápis, após o paciente desenhar, vire a folha para a fase branca, apresente a figura 2 por 10
segundos – retire a figura – após o sujeito reproduzir a figura 2, exponha a fase branca da
folha para que o examinando reproduza e siga no mesmo procedimento até a 4º (última)
figura.
Orientação I: Vou lhe mostrar algumas figuras, uma de cada vez, você vai olhar para ela
durante 10 segundos, vou retirá-la e você irá reproduzi-la para mim nesta fase branca do
papel, faremos isso algumas vezes com as demais figuras. Vamos começar, esta é a primeira...
tudo bem? (Faça o mesmo procedimento para todas as próximas figuras).
Ação II: Ao término da tarefa, anotar o nome do sujeito, data e evocação “imediata”.
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Obs.: Para aplicar a segunda parte do teste o aplicador deve aguardar 30 minutos, para
solicitar a recordação tardia, durante este período o aplicador/examinador deverá aplicar
outros testes da avaliação neuropsicológica (que não seja a figura de Rey e nem outra tarefa
de memória visual).
Orientação: Você lembra daquelas figuras que você desenhou no início das tarefas de hoje?
Por favor, tente recordá-las o máximo que você conseguir (não dê nenhuma pista, nem
quantidade, nem tipo de estímulo).
Ação: Entregar uma folha de sulfite aberta na horizontal sem a dobra feita na primeira
aplicação e um lápis preto, deixe o paciente recordando no tempo dele. Ao término da tarefa,
anotar o nome do sujeito, data e evocação “tardia”.
Reprodução visual I: Somar o total de pontos recebidos nas 4 figuras na evocação imediata.
A tabela C-5 do Manual do W.M.S.-R, fornece o Percentil de acordo com o total de pontos e
faixa etária (16-74 anos).
Reprodução visual II: Somar o total de pontos recebidos nas 4 figuras na evocação tardia.
A tabela C-5 do Manual da W.M.S.-R, fornece o Percentil de acordo com o total de pontos e
faixa etária. (16-74 anos).
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Descrição:
O teste originalmente foi desenvolvido por Stroop (1935), Universidade de Vitória
(Regard, 1981), Perret (1974). O teste tem por objetivo avaliar a capacidade de controle
inibitório, ou seja, a facilidade com que a pessoa pode mudar seu set perceptivo de acordo
com a variação da demanda e suprimir uma resposta habitual em favor de uma resposta não
habitual. Na versão de Vitória, o material é composto por 3 (três) cartões: 1º bolas coloridas,
2º palavras neutras e 3º nome de cores impressas em cores verde, vermelho, azul e amarelo.
Os cartões serão apresentados na sequência, constituindo 3 (três) etapas, sendo o sujeito
solicitado a nomear as cores o mais rápido que puder, conforme as instruções abaixo:
Idade: 07 a 80+
Escolaridade: escolarizado / alfabetizado (nível educacional influencia fortemente no
resultado)
Ação: Antes de iniciar a testagem verificar se o sujeito usa óculos ou se é daltônico. O cartão
com as bolas coloridas. Apresentar a folha/cartão na vertical. Marcar o tempo ao iniciar o
teste e ao final anotar o nome do sujeito e o tempo na folha de resposta. Na folha de
respostas deverá ser ticado as cores conforme a resposta correta do examinado, caso este
erre a resposta faça um “X” na cor que ele errou. Se o sujeito corrigir imediatamente seu erro,
considerar a correção como um acerto e escrever na folha de resposta AC (Auto-Correção).
Orientação: Fale qual a cor das bolinhas da esquerda para a direita, como se você estivesse
lendo. Que cor é essa? (Perguntar, só a primeira linha) para testar se ele sabe as cores: Agora
quero que fale as cores o mais rápido possível, iniciando a testagem (oficial) da primeira linha
e marque o tempo assim que ele começar a falar as cores e pare o cronometro assim que ele
concluir. Marque o tempo final em segundos.
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Ação: A folha de estímulos possui palavras neutras escritas nas cores verde, vermelha, azul e
amarela, onde o sujeito deverá dizer apenas o nome das cores e não as palavras. Colocar a
folha na vertical.
Marcar o tempo, ligar o cronometro assim que o examinando iniciar a reposta e registrar o
tempo assim que ele terminar. Ticar na folha de respostas as repostas corretas e marcar as
cores faladas erroneamente, se o sujeito corrigir imediatamente seu erro, considerar a
correção como um acerto e escrever na folha de resposta AC (Auto-Correção).
Orientação: Faremos à mesma tarefa que fizemos a pouco no primeiro cartão e você me dirá
somente o nome das cores, não quero que você leia as palavras, tudo bem? (Certifique-se de
que ele entendeu a orientação). Marque o tempo final em segundos.
Ação: A folha de estímulos contém o nome das cores escritas em verde, vermelha, azul e
amarela, de forma incongruente onde o sujeito deverá dizer apenas as cores impressas e não
ler a palavra. Colocar a folha na vertical, marcar o tempo ao iniciar o teste e ao final anotar o
nome do sujeito e o tempo na folha. Marcar o tempo, ligar o cronometro assim que o
examinando iniciar a resposta e registrar o tempo em segundos assim que ele terminar. Ticar
na folha de respostas as repostas corretas e marcar as cores faladas erroneamente, se o
sujeito corrigir imediatamente seu erro, considerar a correção como um acerto e escrever na
folha de resposta AC (Auto-Correção).
Orientação: Faremos à mesma tarefa, você me dirá somente o nome das cores impressas nas
palavras, não é para ler a palavra.
Correção: O Escore do teste é baseado no tempo de execução (em segundos) em cada uma
das 3 (três) etapas. A tabela com as Normas Populacionais para adultos a partir de 17 anos é
apresentada em Campanholo et al., 2014 (tabela 3 – STA: 1ª parte; STB: 2ª parte e STC: 3ª
parte) pág. 30, sendo oferecidos a Média e Desvio Padrão para as diferentes faixas etárias,
para que seja calculado o z-escore para assim achar o percentil, vide formula abaixo:
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Cálculo: Z= média esperada - tempo do paciente = z-score -> Z-escore= 14,34s – 10s = 4,34 3,7 = 1,17
DP
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Teste de Trilhas (Trail Making Test) (SPREEN & STRAUSS, 1998; 2006 / LEZAK, 2004)
Teste de trilha A e B
Descrição
O Trail Making Test (Teste de Trilhas) A and B (Spreen & Strauss, 1998, 2006; Lezak,
2004), é um teste de escaneamento (exploração) visual, atencional e de função executiva.
Avalia velocidade de rastreio visual e requer flexibilidade mental, recursos atencionais e
habilidade motora. Ambas partes requerem rastreamento visual de uma sequência e
desempenho rápido, a parte A atenção seletiva, enquanto que a parte B também requer
atenção alternada/divida, flexibilidade mental, velocidade de processamento e
sequenciamento. As aplicações são precedidas de uma sessão de treino em que os erros são
pontuados e o primeiro erro durante a tarefa propriamente dita, pode ser pontuado pelo
aplicador.
Primeira parte: A
Ação: Fazer o treino com o examinando e após este virar a folha e iniciar o teste.
Caso o examinado tire o lápis do papel o aplicador deve marcar “//” sobre o local aonde tirou
o lápis e sendo a primeira vez, o aplicador pode lembrá-lo para não tirar o lápis do papel e
alertá-lo se pulou algum número (apenas no primeiro erro), depois não se deve alertá-lo de
mais nada até o término do teste. Marcar o tempo de realização da tarefa em segundos, o
nome do sujeito e data na folha de aplicação.
Orientação: Você deverá ligar os números na ordem crescente o mais rápido que puder e sem
tirar o lápis do papel. Vamos fazer primeiro um treino e só depois começarei a marcar o tempo
na tarefa.
Segunda parte: B
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Apostila de Instrução e Aplicação dos Testes Complementares
Ação: Fazer o treino com o examinando e após este virar a folha e iniciar o teste.
Caso o examinado tire o lápis do papel o aplicador deve marcar “//” sobre o local aonde tirou
o lápis e sendo a primeira vez, o aplicador pode lembra-lo para não tirar o lápis do papel e
alerta-lo se pulou algum número (apenas no primeiro erro), depois não se deve alerta-lo de
mais nada até o término do teste. Marcar o tempo de realização da tarefa em segundos, o
nome do sujeito e data na folha de aplicação.
Orientação: Agora vamos fazer quase que a mesma da tarefa anterior, a diferença será que
agora vamos usar números e letras. Você deverá ligar os números e letras na ordem crescente
o mais rápido que puder e sem tirar o lápis do papel. Deverá alternar um número e uma letra
na sequência... Vamos fazer primeiro um treino e só depois começarei a marcar o tempo.
(Apresentar a folha de treino, 1A, 2B, 3C e 4D), após este virar a folha e começar a tarefa.
Correcão: O Escore do teste é baseado no tempo de execução (em segundos) em cada parte
(A e B). A tabela com as Normas Populacionais para adultos a partir de 18 anos é apresentada
no artigo de Campanholo et al., 2014 (tabela 3 – TMTA: 1ª parte e TMTB: 2ª parte) pág. 30,
sendo oferecidos a Média e Desvio Padrão para as diferentes faixas etárias, para que seja
calculado o z-escore para assim achar o percentil, vide formula abaixo:
EX: idade 26 anos, com 9-12 anos de escolaridade, para Trail A: média esperada = 34,57 DP = 9,1
tempo do paciente: 30 seg
Idade: 17 a 80+
Escolaridade: escolarizado / alfabetizado (nível educacional influencia fortemente no
resultado)
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Teste de Nomeação de Boston (Boston Name Test) (SPREEN & STRAUSS, 1998; 2006
/ LEZAK, 2004)
Descrição:
O teste originalmente foi desenvolvido por Kaplan et al. (1978) em uma versão
experimental e posteriormente revisado por Kaplan et al. (1983), passando a compor a Boston
Diagnostic Aphasia Examination (Goodglass e Kaplan, 1987). Tem por objetivo examinar a
habilidade de nomeação, tendo o distúrbio alta incidência nas afasias e outras condições
neuropatológicas. O material é baseado em um livro contendo 60 figuras-estímulos,
ordenadas em dificuldade crescente apresentadas uma a uma e folha de registro. Se o sujeito
não produz o nome espontaneamente, deve-se apresentar pistas primeiro semântica se o
examinando não acertar dá-se a pista fonêmica.
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Teste Fluência verbal – FAS (SPREEN & STRAUSS, 1998; 2006 / LEZAK, 2004)
Fluência Fonológica
Descrição:
O teste é parte da Neurosensory Center Comprehensive Examination for Aphasia
(NCCEA; Spreen e Benton, 1969, 1977). Tem por objetivo avaliar a produção de palavras sob
condições delimitadas (letras ou categorias) de acordo com tempo limitado. F, A e S são as
letras comumente usadas, embora existam outras versões. Na avaliação de crianças deve-se
utilizar as categorias animais, comida, roupas e/ou brinquedos.
Primeira parte
Ação I: Anotar o nome do sujeito na folha resposta e a data. Marcar tempo de 1 (um) minuto
para cada fase do teste, ou seja, 1 (um) minuto para a letra F, depois para a letra A e por fim
para a letra S para que o examinando produza as palavras com cada um destas letras. Anotar
as palavras que ele produzir para cada letra (F, A e S).
Orientação I: Gostaria que você me falasse o máximo de palavras com a letra F, irei marcar
um tempo e sim que der 1(um) minuto eu te aviso e você para, porém você precisa seguir
algumas regras: Você não pode dizer nomes próprios, logomarcas, derivados, conjugar verbo
ou repetir as palavras que você já falou. Por exemplo, se fosse com a letra “B” você não
poderia falar: Beatriz, Bianca, Bruna...etc e Derivados como: Bola, bolinha, bolão...e
Logomarcas, se fosse com a letra “C” por exemplo: Corsa, Chevrolet,...Então tente falar o
máximo de palavras que você conseguir, seguindo essas regras em todas as fases da atividade.
- O paciente tende a parar antes do término de 1 minuto, encoraje-o a produzir mais palavras,
diga: “pode continuar falando você ainda tem tempo”.
Ação: Após o paciente falar a primeira palavra com a letra F, ligar o cronometro e anotar
todas as palavras que ele falar em 1(um) minuto, quando der 1 (um) minuto (60 segundos)
interromper o teste e iniciar na próxima letra A com as mesmas regras e seguir o mesmo
procedimento para a letra S.
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Correção:
O Escore total é a soma das palavras admissíveis para as 3 letras (F, A e S). As palavras
inadmissíveis (nomes próprios, repetição, derivações, etc.) não são contadas. Deve-se a
seguir, obter o Percentil (tabela 11-9, pág. 455 - Spreen e Strauss, 1998) através da idade e
nível de instrução.
Z = Escore bruto (produção do paciente) – media esperada
Desvio padronizado
Ex.: idade do paciente 18 anos com 13 anos de escolaridade – 35 acertos / média esperada = 44,7 e
DP= 11,2 para está faixa etária e escolaridade.:
(na tabela de conversão para o percentil) Z-escore = -0,8 = percentil - 21 – média inferior
(classificação)
Teste Fluência verbal – ANIMAIS (SPREEN & STRAUSS, 1998; 2006 / LEZAK, 2004)
Fluência Semântica
Orientação II: Agora você vai me falar o maior número de nomes de animais com qualquer
letra e qualquer espécie, também em 1(um) minuto. O examinador/aplicador deverá anotar
todos os animais que o examinando falar para correção posterior.
Ação II: Ao final da aplicação colocar o nome do sujeito e a data na folha de resposta que o
examinador/aplicador anotou a produção do sujeito.
O paciente tende a parar antes do término de 1 minuto, encoraje-o a produzir mais palavras,
diga: “pode continuar falando você ainda tem tempo”.
Correção:
O Escore é o total dos nomes de animais produzidos pelo sujeito em 1 minuto. Deve-se
a seguir, obter o Percentil (tabela 11-12, pág. 457 - Spreen e Strauss, 1998) através da idade e
nível de instrução.
Z = Escore bruto (produção do paciente) – media esperada
Desvio padronizado
Ex.: idade do paciente 18 anos com 13 anos de escolaridade – 22 acertos / média esperada = 21,9 e
DP= 5,4 para está faixa etária e escolaridade.
Z= 22 – 21,9 = 0,1 5,4 = 0,0
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Descrição:
O RAVLT é um teste facilmente administrável e tem por objetivo avaliar memória
imediata, aprendizagem e retenção tardia para material verbal. A versão original foi
desenvolvida por Andre Rey (1964) e adaptada para o inglês por Lezak (1983). O material
consiste de duas listas de palavras substantivas (Lista A e Lista B) que serão lidas em voz alta
para o sujeito, que a seguir é solicitado a evocá-las espontaneamente em qualquer ordem. O
examinador deverá anotar todas as respostas do sujeito em uma folha de resposta (Fase I a VII
e Reconhecimento). Esse instrumento encontra-se padronizado para a população brasileira e
consiste em teste restrito ao psicólogo.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COMPEDIUNS DE NEUROPSICOLOGIA
Lezak MD. Neuropsychological Assessment. Fourth Edition, New York: Oxford University Press,
2004.
Spreen O, Strauss E . A compendium of Neuropsychological Tests: administration, norms and
commentary, Second Edition. New York: Oxford University Press, 1998.
Spreen O, Sherman EMS, Strauss E. A compendium of Neuropsychological Tests:
administration, norms and commentary, Third Edition. New York: Oxford University Press,
2006.
1) FIGURA COMPLEXA DE REY - Oliveira & Rigoniti, 2014. Teste de Cópia e de Reprodução de
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Apostila de Instrução e Aplicação dos Testes Complementares
2) NEUROPSICOLOGIA HOJE, 2004 - Artes Médicas - Vivian Maria Andrade, Flávia Helóisa dos
Santos e Orlando Francisco Amodeo Bueno - 1a Edição.
3) NEUROPSICOLOGIA HOJE, 2014 - Artes Médicas - Flávia Helóisa dos Santos , Vivian Maria
Andrade, e Orlando Francisco Amodeo Bueno - 2a Edição.
Escala de Stress Infantil – ESI. Lipp MEN, Lucarelli MDM. 2ª Edição: Casa do Psicólogo.
Campanholo, KR. et al. Performance of na adult Brazilian sample on the Trail Making Teste and
Stroop Test. Dement Neuropsychol, March;8(1):26-31, 2014.
Duncan MT. Obtenção de dados normativos para desempenho no teste de Stroop num grupo de
estudantes do ensino fundamental em Niterói. J Bras siquiatr; 55(1):42-48, 2006.
Malloy Diniz LF, Cruz MF, Torres VM, Cosenza RM. O teste de aprendizagem auditivo-verbal de Rey :
normas para uma população brasileira. Rev Bras Neurol, 36 (3):79-83, 2000.
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Apostila de Instrução e Aplicação dos Testes Complementares
Mattos P, Serra Pinheiro MA, Rohde, LA, PINTO D. Apresentação de uma versão em português
para uso no Brasil do instrumento MTA-SNAP-IV de avaliação de sintomas de transtorno
do déficit de atenção/hiperatividade e sintomas de transtorno desafiador e de oposição.
Rev. psiquiatr. Rio Gd. Sul ,28, (3): 290-297, 2006.
Miotto EC, Sato J, Lucia MCS, Camargo CHP, Scaff M. Desenvolvimento de uma versão
adaptada do Boston Naming Test para a língua portuguesa. Revista Brasileira de
Psiquiatria, 32 (3),2010.
As referências acima não se restringem aqui, obviamente, consulte sempre as bases de dados dos artigos
científicos, bem como novos livros e a página do CFP.
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