Metereologia e Oceânografia - Moc-03
Metereologia e Oceânografia - Moc-03
Metereologia e Oceânografia - Moc-03
OSTENSIVO I REV.3
OSTENSIVO MOC
MARINHA DO BRASIL
DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS
ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO
METEOROLOGIA E OCEANOGRAFIA
- MOC-03 –
4ª edição
Rio de Janeiro
2023
OSTENSIVO II REV.3
OSTENSIVO MOC
exemplares
CAPÍTULO 1
CAPÍTULO 2
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
OSTENSIVO IV REV.3
OSTENSIVO MOC
CAPÍTULO 5
CAPÍTULO 6
CAPÍTULO 7
CAPÍTULO 8
CAPÍTULO 9
OSTENSIVO V REV.3
OSTENSIVO MOC
CAPÍTULO 10
OSTENSIVO VI REV.3
OSTENSIVO MOC
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO À METEOROLOGIA
pode se preparar para enfrentar as condições atmosféricas mais duras ou tomar decisões
sobre a melhor maneira de fugir delas, ou seja, saber lidar com as informações meteorológicas
é para o navegante uma questão de segurança.
A Radiação Solar, que será estudada a seguir, é o principal elemento da meteorologia
e é também responsável por toda a dinâmica atmosférica, portanto é importante saber como
ela se comporta.
A radiação solar é a energia emitida pelo Sol, a qual aquece a Terra, permitindo a
evaporação da água, a formação de nuvens, a chuva, o temporal, etc. Enfim, é o elemento que
vai desencadear toda a dinâmica dos fenômenos meteorológicos.
Como a radiação solar (ondas curtas) não afeta o ar, o aquecimento da Terra desencadeia por
contato, o aquecimento do ar à superfície, o que resulta muitas vezes no movimento do ar.
Essa radiação, no entanto, não atinge a superfície da Terra de maneira uniforme. Ela varia
bastante em função da forma arredondada do planeta, do movimento de Rotação da Terra,
que consiste no movimento que o planeta faz em torno de si mesmo, dando origem aos dias
e às noites, bem como no movimento de Translação da Terra, que consiste no movimento do
planeta em torno do Sol. Há ainda uma outra variação com relação ao tipo de superfície onde
os raios de Sol incidem. Cada uma dessas variações será estudada.
Você pode observar que quanto mais perpendicular for esse foco, maior será a
intensidade de calor (luz) concentrado na área. E, ao contrário, quanto maior for a inclinação
desse foco, menor será a intensidade.
Com essa experiência, podemos concluir que, devido ao próprio formato arredondado
da Terra, a distribuição da radiação solar é desigual com a variação da latitude, conforme
mostra a Figura 2. Essa diferença de intensidade da radiação solar entre as latitudes dá origem
ao que chamamos de regiões climáticas.
Com relação ao movimento diário que a Terra realiza em torno de seu próprio eixo, é
fácil perceber que, quando o Sol nasce e se põe, o ângulo de incidência se afasta
perpendicularmente e, nesses horários, o aquecimento da superfície é pequeno, ao contrário
do que acontece na passagem meridiana do Sol (Sol a pino), ocasião em que o aquecimento
da superfície é muito maior (Figura 4).
Figura 6: Imagem da quantidade de radiação solar recebida e refletida por uma superfície
coberta de gele e neve e outra coberta por água.
Pois bem, cada tipo de cobertura de Terra (vegetação, água, neve, areia. etc.) tem um
índice de absorção e de reflexão diferente; por exemplo, a neve absorve 10% e reflete 90% da
energia solar, enquanto que a água absorve cerca de 94% dessa energia, transformando-a em
calor, e reflete cerca de 6%.
Da mesma forma, há uma diferença na absorção da radiação solar entre os continentes
e os oceanos. Enquanto a água tem uma tendência de armazenar o calor que recebe, a terra,
ao contrário, o devolve rapidamente para a atmosfera. Essa diferença na absorção da
energia gera diferença de temperatura entre essas superfícies, formando fenômenos
atmosféricos importantes para a navegação, que serão melhor descritos nos próximos
capítulos.
É importante entender que essa energia que é recebida pela Terra está em constante
transformação, sendo transportada em grandes quantidades sob a forma de calor. Esse
transporte de energia atinge grandes distâncias e contribui significativamente para o
equilíbrio e o balanço térmico do planeta.
1.1.2) Que fatores influenciam o ângulo de incidência dos raios solares no nosso planeta
TERRA?
Com a rotação da TERRA, o ângulo de incidência varia com as horas do dia. Com a
translação da TERRA em torno do SOL, ocasionando as estações do ano (verão,
outono, inverno e primavera), o ângulo de incidência varia com os dias do ano.
Com a forma esférica da TERRA, em cada latitude o ângulo de incidência varia,
principalmente entre as baixas e altas latitudes.
(este conceito físico será importante para o aluno entender, mais adiante, o processo de
formação de nevoeiro)
Estas questões serão esclarecidas ao longo deste módulo, pelo entendimento das
variações e interação dos elementos meteorológicos a serem vistos nesta subunidade.
1.2.1 Temperatura
No ensino fundamental é ensinado que a pressão é uma força exercida sobre um corpo ou
objeto. Pois bem, podemos dizer então que:
1.2.3 O Vento
Como vimos no item anterior, nas áreas de alta pressão, o ar se acha comprimido; logo,
ele vai procurar espaços para onde possa se deslocar, certo? Muito bem, por um outro lado,
nas áreas de baixa pressão há espaço sobrando, pois aí o ar encontra-se expandido. Assim, o
ar que se encontra comprimido em uma área de alta pressão desloca-se para áreas de baixa
pressão a fim de expandir-se. Esse deslocamento horizontal de ar é o que denominamos de
vento, que é representado pela rosa dos ventos, mostrada na Figura 8.
A direção do vento sempre é indicada pela direção de onde vem o vento. A direção do
vento é pontual, ou seja, dentro da circulação do ar, a direção observada pelo navegante
depende da posição relativa de embarcação.
de umidade do ar nos locais por onde passa. Mas não se preocupe, este assunto veremos
adiante.
▪ Umidade
▪ Nuvens
▪ Chuva
1.2.5 Visibilidade
A visibilidade no mar pode ser afetada por ocorrências de de nevoeiros, que depende
da umidade relativa do ar e principalmente da relação entre a temperatura do mar (TSM) e a
temperatura do ponto de orvalho (TPO). Ao avaliar se a visibilidade será reduzida, é
fundamental que se observe a temperatura do ar se aproximando da TPO. Visto que a
temperatura do ar irá resfriar até atingir o equilíbrio com a temperatura da superfície do mar
(TSM). É lógico então, que o ar, durante o resfriamento antes de atingir o equilíbrio, passe
pela TPO e inicie O NEVOEIRO. A Figura 10 mostra a visão de um navio durante a ocorrência
de um nevoeiro.
Exercícios resolvidos 1 . 2
Responda.
1.2.1) Cite os principais elementos meteorológicos que influenciam nas condições do
estado do tempo.
Exercícios resolvidos 1 . 3
▪ Termômetros;
▪ Barômetros;
▪ Psicrômetros ou Higrômetros;
O principal interesse dos navegantes com os registros dos dados observados nas
últimas horas é a importante indicação da tendência do respectivo elemento
meteorológico.
1. 4 PADRÕES METEOROLÓGICOS
Considera-se pressão atmosférica normal quando o nível do mar está em 1013 hPa
(hectoPascal), que corresponde a 760 mm Hg (milímetro de mercúrio). Isto significa que, caso
a pressão atmosférica apresente-se muito acima ou muito abaixo deste padrão (1013 hPa),
ela não está normal, o que poderá ocasionar perturbações atmosféricas, como veremos mais
adiante.
Desta forma, quando a pressão atmosférica estiver acima de 1013 hPa, diz-se que há
ocorrência de um sistema (centro) de alta pressão atmosférica, enquanto que quando a
pressão atmosférica estiver abaixo de 1013 hPa, há ocorrência de um sistema (centro) de
baixa pressão atmosférica.
No entanto, para a análise do tempo, é necessário ter um foco maior nas nuvens baixas
e altas, já que cada uma delas tem a sua importância na previsão e análise do tempo. Veja as
características de cada um desses tipos de nuvens:
A) Nuvens Baixas
As nuvens baixas mais importantes para a análise do tempo são apresentadas nas
Figuras 11 (a) e 11(b).
▪ Stratus (St) - São normalmente acinzentadas, aparecem em camadas uniformes,
aparentando um nevoeiro, porém em altitude. Quando espessas, dificultam a penetração da
luz solar, conforme apresentada na Figura 11(a).
▪ Cumulus (Cu) - São nuvens densas, com a aparência de chumaços de algodão, porém
nunca cobrem inteiramente o céu. Normalmente, a presença de cumulus significa bom tempo,
conforme apresentada na Figura 11 (b).
B) Nuvens Altas
Exercícios resolvidos 1 . 4
▪ Vento inferior a 10 nós com direção constante ou seja, força igual ou inferior a 3 na
escala Beaufort.
▪ Umidade relativa entre 60% a 70%, ou seja, um ar que não apresente característica
de um ar muito seco, nem de ar muito úmido.
1.4.2) Cite os tipos de nuvens normais, esperadas na ocorrência de bom tempo e de mau
tempo.
Durante esta subunidade, será estudado como se forma uma área de baixa e alta
pressão; como acontece o deslocamento da massa de ar de uma área para outra; como se
verifica a intensidade desse deslocamento; enfim, como ocorre a movimentação horizontal
de massas de ar devido à diferença de pressão atmosférica.
Porém, antes de dar início a esse assunto, é interessante saber que linhas isóbaras, são
linhas que unem os pontos de mesma pressão atmosférica (Figura 14).
.
Figura 15: Configuração isobárica dos centros de alta e baixa pressão no Hemisfério Norte.
1.5.1 Centro de Baixa Pressão ( B)
Exercícios resolvidos 1 . 5
Nas cartas sinóticas estão assinaladas com a letra B, as regiões de baixa pressão e
com a letra A áreas de alta pressão.
1.5.3) Quais características das isóbaras nos centros de baixa (B) e de alta (A) pressão?
O globo terrestre tem regiões frias, como por exemplo as áreas de altas latitudes, e
regiões quentes, como o Equador e os trópicos, devido à incidência de menor ou maior
radiação solar. Além disso, devido ao movimento de translação da Terra e a formação das
estações do ano, teremos variações da incidência solar em determinadas regiões durante o
ano. Diante disso, verifica-se que na Terra existem regiões geradoras de grandes centros de
alta pressão (regiões frias) e regiões geradoras de grandes centros de baixa pressão (regiões
quentes), que imprimem uma constante circulação geral da atmosfera.
Dessa forma, devido à diferença de temperatura existente entre as latitudes, há
formação de centros de alta e baixa pressão em latitudes específicas, gerando circulações
planetárias específicas de cada área, conforme mostrado na Figura 22.
Dentre os ventos locais mais importantes para a navegação, as brisas (Figura 23)
ocorrem, principalmente, em regiões litorâneas ou próximas de grande superfícies líquidas
(grandes lagos ou grandes rios), delimitando superfícies distintas de terra e água, que
apresentam diferentes graus de absorção do calor e que geram processos convectivos locais.
Isto significa que a terra absorve de dia mais rapidamente o calor (radiação solar) do que a
superfície líquida; no entanto, à noite, há um maior resfriamento de terra do que da água.
Desta forma, ao longo do dia é formado um centro de baixa pressão no continente
devido ao maior aquecimento da superfície, causando um deslocamento de ar, no fim do dia,
do mar para o continente, chamado de brisa marítima. Por outro lado, ao longo da noite, a
temperatura do continente diminui, gerando uma região de alta pressão, o que causa um
deslocamento de ar do continente para o mar, pela manhã, chamado de brisa terrestre.
:
Observe que, quando se está navegando, o vento que se sente é o que denominamos
vento aparente, isto porque é a resultante da combinação do vento real com o vento
provocado pela movimentação da embarcação.
A resposta é simples:
▪ Terceiro - Agora basta unir a origem da primeira seta (vetor do rumo e velocidade da
embarcação) com a ponta da segunda (vetor da direção e velocidade do vento aparente) para
obter-se uma nova seta, que tem origem na primeira e na ponta na Segunda. A esta terceira
seta denominamos vetor da direção e velocidade do vento real. Será com ela que poder-se-á
facilmente, utilizando a régua de paralelas e do compasso, obter a direção e a velocidade do
vento real. A direção é facilmente obtida lendo diretamente na rosa-dos-ventos, enquanto
que a intensidade será o tamanho da seta medida na escala de latitude. Observe a Figura 26,
que corresponde ao nosso exemplo:
Exercícios resolvidos 1 . 6
A direção do vento é sempre considerada de ONDE VEM o vento. Por isso o navegante
deve sempre incluir a expressão “de”. Exemplos: vento de N ou vento de NE. Além
disso, é importante que o navegante calcule o vento real através do uso da rosa dos
ventos, a régua de paralelas e o compasso.
1.6.4) Descreva os dois principais tipo de circulação geral do ar, características das
regiões tropicais e das regiões de média latitude.
1.6.5) O navegante observa em sua navegação costeira alternância da direção das brisas
marítima e terrestre. Cite qual a direção da brisa que sopra sempre no período da tarde.
1.6.6)
No período da tarde, sopra a brisa marítima, com direção do mar para a costa.
1.6.7) Quais as principais razões físicas das brisas terem direções diferentes?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.2.5) O que é umidade do ar?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.3.5) Quais são as unidades mais utilizadas para medir a intensidade do vento?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.4) Padrões Meteorológicos
1.4.1) Quais são as medidas da pressão atmosférica normal no nível do mar?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.4.2) Como se classificam as nuvens?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.6) Circulação dos Ventos
1.6.1) Qual é o elemento meteorológico que é um dos melhores indicadores de tempo para
o navegante?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.6.2) Defina “circulação geral da atmosfera”.
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.6.3) Em que regiões, normalmente, ocorrem os ventos locais?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.6.4) O que é vento aparente?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
1.6.5) Quando navegando, é possível determinar o vento real? Como?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
CAPÍTULO 2
SISTEMAS SINÓTICOS
Em um dia de grande calor, é possível ouvir alguém afirmar — Hoje vai chover – e
acaba chovendo mesmo.
Isso ocorre porque se desenvolveu uma atividade convectiva, ou seja, quando a
temperatura está muito elevada, a evaporação é muito intensa, aumentando a umidade
relativa (UR) do ar. Portanto, será estudado com detalhes como acontece o processo
convectivo, porque dessa forma percebe-se como os elementos meteorológicos interagem
entre si e, consequentemente, como funciona o sistema sinótico.
V– O ar quente e o vapor de água que sobem na atmosfera e formam nuvens do tipo Cumulus,
ao intensificar este processo, passam a formar Cumulonimbus (Cb).
Destaca-se abaixo alguns pontos que podem trazer condições apropriadas para a
intensificação do processo convectivo:
▪ contínuo aquecimento da superfície por meio da radiação solar;
Exercícios resolvidos 2 . 1
2.1.2) Quais as principais conclusões que o navegante pode tirar de um processo convectivo,
resultante do movimento ascendente do ar?
2.1.3) Quais as conclusões que o navegante pode tirar ao observar movimento descendente
do ar?
Sempre não. Você recorda que o ar pode ser seco ou úmido e se a temperatura for
mais quente, o ar pode ter maior umidade relativa. Então, o navegante percebe que o
mau tempo, com Cb precisa que o ar seja bastante úmido.
Você notou que esses exercícios já ressaltaram a importância do ar ser úmido, ou seja,
com UR elevada. Neste caso, o movimento ascendente indica atividades convectiva
com ar seco. Considera-se o ar seco, um ar com pouca energia (calor latente) para
alimentar e intensificar nuvens pesadas com trovoadas. Então o navegante pode,
nessa situação de ar seco, esperar bom tempo com nuvens CIRRUS paradas.
Figura 28: Representação de uma superfície frontal fria, indicada pelo deslocamento
da massa de ar fria.
Umidade do ar
Símbolo Superfície Umidade
m Marítima Alta
c Continental Baixa
Região de origem
Símbolo Origem Temperatura
P Polar Fria
T Tropical Quente
E Equatorial Quente
Temperatura
Símbolo Massa de Ar Observação Situação
w Mais quente que a Cede calor à Estável
superfície superfície
k Mais fria que a Absorve calor da Instável
superfície superfície
Pois bem, pode-se dessa forma descrever sucintamente uma massa de ar.
Observe: mPk – significa massa de ar Polar marítima (alta taxa de umidade e baixa
temperatura), mais fria do que a superfície sobre a qual se desloca (k).
Antes Depois
Temperatura Aumenta Diminui
Pressão Diminui Aumenta
Vento Quadrante Norte Quadrante Sul (predominando
(predominando NO) SO)
Nuvens Cirrus Cumulus / céu sem nuvens
Ocorre quando uma frente quente deixa de ter contato com a superfície do solo ou do
oceano, sendo forçada a elevar-se, por causa do avanço da massa de ar fria. Teremos então
três massas de ar com temperaturas diferentes, sendo uma quente, outra fresca ou menos
fria e a terceira fria. Uma frente fria, em sua trajetória normal, pode deslocar-se cerca de duas
vezes mais rápida do que uma frente quente e, alcançá-la, juntar-se a ela e empurrá-la para
cima, formando uma frente oclusa, que pode ser simplesmente chamada de oclusão. (Figura
34)
2.3.1 O planeta TERRA busca equilíbrio térmico por meio do deslocamento de massas de
ar de temperaturas diferentes. Cite a direção do movimento das massas de ar FRIO.
As massas de ar frio se deslocam das altas latitudes (regiões polares) para as regiões
mais quentes (médias e baixas latitudes).
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.2.3) Descreva as características de uma frente fria?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.2.4) Que tipos de frente podem ocorrer?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2.2.5) Quando ocorre uma frente estacionária ?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
CAPÍTULO 3
SISTEMAS TROPICAIS
circulação ocorre tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul. Observamos então uma
convergência à superfície dos ventos alísios na região do Equador térmico, provocada pela
circulação à superfície. Essa região onde ocorre a convergência é denominada Zona de
Convergência Intertropical (ZCIT) e influencia todo o sistema tropical. Veja a figura 36:
A oscilação da ZCIT, além de ter influências sobre a intensidade dos alísios, afeta
consideravelmente a condições de nebulosidade da região e, consequentemente, concorre
para fortes temporais. A costa Norte e nordeste do Brasil é mais afetada pelo deslocamento
da ZCIT, nos meses de março e abril, época em que a ZCIT é observada mais ao Sul.
Normalmente, a ZCIT acompanha o posicionamento do Equador térmico, razão pela qual a
ZCIT é observada quase sempre no Hemisfério Norte entre as latitudes de 5o N a 15o N. Só em
condições especiais, a ZCIT posiciona-se no Hemisfério Sul. Nessas situações, são observados
acentuados aumentos da nebulosidade e precipitação na costa norte e nordeste do Brasil.
Exercícios resolvidos 3 . 1
São ventos das regiões tropicais, permanentes durante todo o ano. Sopram de NE
no HN e de SE no HS, convergindo na região equatorial e assumindo direção de
leste.
São regiões quente e úmida. Os ventos alísios convergem para a ZCIT e retornam
pela célula de Hadley (ventos em altitudes) para as regiões de média latitude,
formando os anticiclones permanentes, com bom tempo nessas áreas.
Nas áreas próximas a ZCIT no verão, ocorrem tormentas tropicais e furacões.
Exercícios resolvidos 3 . 2
Você pode constatar que nos dias mais quentes e úmidos, tem-se oportunidade de
presenciar a ocorrência de Cb. Provavelmente você já percebeu também que no
verão, na parte da tarde, pancadas de chuva e trovoadas. É comum as pessoas
falarem em chuvas de verão, ao se referirem a situações semelhantes.
3.2.2) Cite as condições propícias para o mau tempo se intensificar e atingir a categoria de
tempestade, tormenta e mesmo ciclone ou furacão.
CAPÍTULO 4
ANÁLISES METEOROLÓGICAS
Como o próprio nome está indicando, o boletim de previsão para áreas portuárias
fornece as condições meteorológicas previstas para a área de um porto e suas proximidades.
Ele é redigido em linguagem clara e, normalmente, transmitido por radiotelefonia. Vejamos
cada um desses boletins com mais detalhes.
Este é um boletim mais completo, cujas informações são elaboradas para as áreas
marítimas sob a responsabilidade do Brasil, chamada de METAREA V, as quais foram
estabelecidas e padronizadas em um acordo internacional com os membros que compõem a
Organização Mundial de Meteorologia (OMM).
No Meteoromarinha, a previsão do tempo é elaborada, separadamente, para cada
uma das áreas abaixo relacionadas, que compõem a região marítima da costa brasileira:
Cada área pode ainda ser subdividida em parte Norte ou Sul e parte Leste ou Oeste
para melhor identificar as variações do tempo dentro da mesma região.
A região de responsabilidade de Brasil junto a 0MM, para elaboração e divulgação do
boletim METEOROMARINHA e da CARTA SINÓTICA de pressão ao nível do mar, Metarea V é
divida em 10 subunidades para melhor entendimento das previsões do tempo.
É na parte III que o navegante obtém a previsão do tempo para as próximas 24 horas,
na área costeira de seu interesse. Logo abaixo pode-se observar um Meteoromarinha na sua
forma original, enviado no dia 08/04/2019 as 0000 HMG.
VENTO SW/SE 3/4 RONDANDO PARA SE/NE 4/5. ONDAS DE S/SE 0.5/1.5 JUNTO À COSTA,
1.5/2.5 NO RESTANTE DA ÁREA PASSANDO 2.5/3.5 A LESTE DE 048W. VISIBILIDADE BOA.
ÁREA BRAVO (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO - OCEÂNICA)
PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS. VENTO SE/E 6/7 COM RAJADAS.
ONDAS DE SW/SE 2.0/3.0 PASSANDO S/SE 3.0/4.0 AO SUL DE 25S E SE/E 2.0/2.5 NO RESTANTE
DA ÁREA. VISIBILIDADE MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS.
ÁREA CHARLIE (DE CABO DE SANTA MARTA ATÉ CABO FRIO - COSTEIRA)
PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS ISOLADAS. VENTO SW/SE 6/7
PASSANDO 5/6 COM RAJADAS. ONDAS DE SW/SE 0.5/1.5 JUNTO À COSTA E 2.5/3.5 A PARTIR
DE 50MN DA COSTA. VISIBILIDADE MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS.
ÁREA SUL OCEÂNICA
SUL DE 30S
OESTE DE 035W
PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS ISOLADAS. VENTO SE/E 3/4 PASSANDO
4/5 COM RAJADAS. ONDAS DE SW/S 1.5/2.5 PASSANDO 3.0/4.0. VISIBILIDADE
MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS.
LESTE DE 035W
PANCADAS. VENTO N/NW 4/5 OCASIONALMENTE 6 RONDANDO PARA SW/S 3/4, COM
RAJADAS. ONDAS DE W/SW 2.5/3.5. VISIBILIDADE MODERADA DURANTE AS PANCADAS.
ÁREA NORTE OCEÂNICA
PANCADAS OCASIONALMENTE FORTES E TROVOADAS ISOLADAS ENTRE 05S E 05N. VENTO
NE/N 4/5 AO NORTE DO EQUADOR E SE/E 3/4 NO RESTANTE DA ÁREA COM RAJADAS
DURANTE AS PANCADAS. ONDAS DE SE/E 1.0/2.0 AO SUL DE 05S E E/NE 1.5/2.5 NO RESTANTE
DA ÁREA. VISIBILIDADE MODERADA/RESTRITA DURANTE AS PANCADAS.
A forma e o conteúdo deste boletim obedecem, de uma maneira geral, aos modelos
das Partes I, II e III do Meteoromarinha.
A solicitação de previsão especial deve ser feita diretamente ao Serviço Meteorológico
Marinho da DHN, informando a sua finalidade, área abrangida, informações especiais
necessárias, datas previstas para início e fim da operação, meios de comunicação, órgão ou
empresa responsável pela operação e demais elementos pertinentes; a DHN avaliará o pedido
e informará ao solicitante sobre a possibilidade, ou não, do seu atendimento.
4.1.1) Cite os horários de referência dos boletins meteoromarinha e das cartas sinóticas de
pressão ao nível do mar.
Ambos tem o mesmo horário em HMG – hora média de Greenwich (hora universal).
Diariamente às 0000 HMG (zero horas e zero minutos) e às 1200 HMG (doze horas
e zero minutos), são observados e processados os elementos meteorológicos. Esses
produtos são divulgadas 2 a 3 horas depois das observações, ao termino do
processamento e confecção do boletim e da carta.
4.1.3) Quais são os elementos meteorológicos contemplados nos avisos de mau tempo do
meteoromarinha?
Áreas com ocorrência de centro de baixa pressão e de centro de baixa pressão. São
também descritas as características de frente fria, ou seja, trajetória, velocidade e
posição da frente fria presente na METAREA V.
4.1.6) Quais as principais características das isóbaras das cartas sinóticas, que são de
interesse dos navegantes?
4.1.7) Como você pode identificar a presença de uma frente fria, em um documento gráfico
como a carta sinótica?
Exercícios resolvidos 4 . 2
4.2.4) Como o navegante pode esperar bom tempo, se o tempo presente indica, no momento
da observação, um aspecto de mau tempo?
4.3.2 Temperatura
Assim como a pressão, a temperatura também deve ser registrada a cada hora, a fim
de servir como indicador para uma previsão meteorológica. Existem duas regras básicas sobre
temperatura:
▪ Quando uma frente fria se aproxima, a compressão da massa de ar quente, provocada
pela força do ar frio produz um aumento significativo de temperatura, passando a cair durante
e após a passagem da frente fria;
▪ Quando é uma frente quente que se aproxima, a temperatura permanece estável ou
diminui um pouco, passando a subir acentuadamente durante e após a passagem da frente
quente.
4.3.3 Vento
4.3.4 Nuvens
Cirrus, que são arrastadas por forte circulação divergente em altitude a grandes distâncias.
Essas Cirrus em forma de garras ajudam a previsão de aproximação de frente fria (Figura 42).
A observação de CIRRUS em acentuado movimento de uma determinada marcação ou
azimute no horizonte, no mar, é um bom indício de chegada de mau tempo. Esta situação
indica o topo de um Cumulonimbus (Cb).
Exercícios resolvidos 4 . 3
4.3.4) O que precisa ser observado pelo navegante para haver um bom entendimento da
evolução do tempo?
_________________________________________________________________________4.3
.4) No caso da questão anterior, como se comporta a pressão?
___________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4.3.5) No avanço de uma frente fria, no Hemisfério Sul, qual é o comportamento do vento?
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
CAPÍTULO 5
MENSAGENS METEOROLÓGICAS
Áreas de Previsão – As áreas definidas por letras e limitadas por linhas cheias
em cinza representam as regiões para as quais o Serviço Meteorológico Marinho
diariamente divulga previsões meteorológicas.
A distribuição da previsão meteorológica ao longo da costa é feita em 8 áreas,
começando pela Costa Sul com a letra A até a letra H na Costa Norte. É interessante observar
que, na região entre Florianópolis (SC) e Cabo Frio (RJ), a área oceânica leva a letra B e a área
costeira leva a letra C. As previsões cobrem ainda duas regiões oceânicas bem afastadas da
costa até o meridiano de 20o de longitude W, as quais são designadas pela letra S de Sul e pela
letra N de Norte.
principalmente, a carta sinótica de pressão ao nível do mar com a representação gráfica dos
centros de alta e baixa pressão bem como o posicionamento das frentes existentes.
Exercícios resolvidos 5 . 1
CAPÍTULO 6
INTRODUÇÃO À OCEANOGRAFIA
6.1.1 Os Oceanos
No entanto, existe ainda o oceano Glacial Ártico, ao redor do Pólo Norte. Mais
recentemente, alguns oceanógrafos começaram a denominar as águas que banham o
continente Antártico como oceano Glacial Antártico.
6.1.2 Os Mares
▪ Mares Aberto – Localizados ao longo das costas litorâneas, esses mares comunicam-se
diretamente com o oceano. Exemplo: o mar da China, entre o sudeste da Ásia e o arquipélago
das Filipinas; o mar do Norte, entre as ilhas Britânicas e o norte da Europa continental.
Durante muito tempo, pensou-se que o relevo submarino, ou seja, o fundo dos mares
e oceanos fosse totalmente plano. Somente neste século, depois de muitas pesquisas, que se
descobriu que existe um relevo submarino muito acidentado, quase semelhante ao dos
continentes.
Simplificadamente, podemos reconhecer quatro grandes áreas no relevo submarino,
representados na Figura 44.
▪ Estreitos – São trechos de água do mar entre duas ilhas ou partes continentais.
Exercícios resolvidos 6 . 1
6.1.1) A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, que entrou em vigor na década
de 90, estabeleceu uma série de conceitos de interesse dos navegantes. Cite os principais no
seu entender.
Esta faixa de 200 milhas ao longo de todo o litoral do Brasil acrescenta uma região
de 3,5 milhões de km², na qual o Brasil tem soberania. Esta região contempla toda a
atividade brasileira na pesquisa e exploração de petróleo (OFFSHORE).
6.2.1 Rios
Os rios são correntes de água doce que se formam a partir de precipitações (chuva ou
neve) ou através das fontes que são conhecidas como “olhos-d’água”. Veja abaixo a definição
de alguns termos utilizados na hidrografia:
O regime fluvial é a variação do nível das águas de um rio ao longo de seu curso e
durante os períodos de um ano. Portanto, essa variação depende do clima da área percorrida
pelo rio e seus afluentes. O regime fluvial está diretamente relacionado ao período chuvoso e
de seca da região, ou seja, o regime fluvial é influenciado pela sazonalidade que consiste na
variabilidade associada às estações do ano (inverno, primavera, verão e outono) do respectivo
hemisfério.
Os rios podem ter dois tipos de regimes: pluvial e nival.
▪ Pluvial – Ocorre quando o regime fluvial do rio depende das águas de chuva, ou seja, o
rio é alimentado essencialmente pelas águas das chuvas. Portanto, as cheias – período em que
os rios aumentam consideravelmente o volume de suas águas – coincidem com a estação de
chuvas.
▪ Nival – Ocorre quando o regime fluvial do rio depende das águas resultantes do
derretimento da neve e das geleiras, que ficam próximas de sua nascente. Portanto, as cheias,
nesse caso, ocorrem quando for verão na cabeceira.
Há rios que possuem os dois regimes. Quando no verão, os períodos de cheias e de degelo
desses rios coincidem, em geral suas bacias hidrográficas sofrem enchentes catastróficas. No
Brasil, o regime dos rios é essencialmente pluvial, com exceção do rio Amazonas, que em sua
cabeceira apresenta regime nival. O Amazonas nasce na cordilheira dos Andes, no Peru, com
o nome de Ucayali. Por causa do clima equatorial, os rios da região amazônica em geral são
regulares, isto é, não apresentam grandes variações no volume de água durante o ano.
Nas outras regiões do país de clima predominantemente tropical, os rios são
irregulares, ou seja, o volume de água desses rios varia muito: aumenta consideravelmente
na estação chuvosa (geralmente no verão) e diminui bastante na estação mais seca, trazendo
perigos à navegação.
▪ Perenes – São aqueles cujos leitos nunca secam ou congelam e portanto, correm o ano
todo. A maioria dos rios no Brasil são perenes, com exceção dos localizados no sertão do
nordeste.
Conforme as formas de relevo predominantes no curso dos rios, eles podem ser de:
▪ Planície – São aqueles que atravessam áreas mais rebaixadas e planas, favorecendo a
navegação, pois não apresentam obstáculos. O Amazonas e o Paraguai são típicos rios de
planície.
▪ Planalto – São aqueles que atravessam áreas elevadas, geralmente planaltos.
Normalmente, são navegáveis somente nos trechos onde não haja desníveis, ou seja, quedas
d’água ou cachoeiras.
Se, por um lado, as cachoeiras impedem a navegação, por outro são exatamente os lugares
onde a força das águas é maior, o que permite a construção de usinas hidroelétricas. Porém,
a tecnologia moderna criou considerações para tornar navegável os rios de planalto,
bastando, para isso, construir eclusas nas barragens.
As eclusas elevam ou rebaixam o nível das águas numa área fechada, possibilitando o
seu nivelamento com cada lado da barragem, o que permite a passagem de embarcação ao
longo do curso do rio. Veja a Figura 50.
Quando as águas de um rio encontram algum obstáculo para continuar seu curso e, ao
mesmo tempo, deparam-se com depressões de relevo, elas se acumulam, dando origem a um
lago (Figura 51).
Uma bacia hidrográfica consiste em uma área banhada por um rio principal e sua
rede de afluentes. Os rios brasileiros distribuem-se pelas seguintes bacias hidrográficas:
▪ Bacia Amazônica
▪ Bacias do São Francisco
▪ Bacia Platina
▪ Bacia do Nordeste
▪ Bacia do Leste
▪ Bacia do Sul-Sudeste
▪
Observe a figura 53, que corresponde às bacias hidrográficas do Brasil:
O Brasil é contemplado com extensas bacias hidrográficas, com bons trechos de rios
naturalmente navegáveis. Com o incremento de eclusas as possibilidades serão
extraordinárias e refletirão nas atividades das navegações interiores.
6.2.3) Como é denominada a variação vertical periódica do nível das águas dos mares e
oceanos?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6.2.4) Qual é a principal causa do fenômeno da maré?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6.2.5) Cite os fatores que influenciam as correntes marítimas.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6.3 Hidrologia básica
6.3.1) Quais são os estados em que se apresentam as águas no nosso planeta?
__________________________________________________________________________
6.3.2) Defina oceanos.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6.3.3) O que são banquisas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
6.3.4) A água em seu ciclo natural, permanece sem mudanças de estado? Justifique.
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
6.2.4 Não, a água cumpre um ciclo natural que compreende os três estados (líquido, sólido
e gasoso).
6.2.5 O ciclo das águas consiste na passagem da água pelos três estados, de acordo com a
temperatura e pressão ambiente (gelo, água e vapor de água).
6.2.6 Rios são correntes de água doce que se formam a partir de precipitações (chuva ou
neve) ou de fontes.
6.2.7 Curso de um rio é o caminho que um rio percorre da nascente ou cabeceira até a sua
desembocadura ou foz.
6.2.8 Regime fluvial é a variação do nível das águas de um rio ao longo de seu curso e
CAPÍTULO 7
ONDAS
Dessa forma, a onda crescerá até atingir uma situação de equilíbrio. A partir da
situação de equilíbrio, as ondas não aumentam mais suas alturas e o excesso de energia é
consumido na arrebentação de algumas ondas. Temos, então, uma situação conhecida como
mar encarneirado, devido à espuma branca das arrebentações das cristas das ondas.
Para melhor compreensão dos elementos de uma onda, acompanhe a tabela abaixo
com a Figura 56.
Você verá nesta subunidade, a classificação das ondas quanto ao tipo de movimento,
de altura, de comprimento, de declividade e da profundidade do local e, consequentemente,
o mar que produzem.
Convém esclarecer que ondas são todos os tipos de ondulações observadas no mar,
entretanto é muito importante diferenciar as vagas dos marulhos, mais conhecidos como
swell.
7.3.1 Vagas
7.3.2 Marulhos
(três) elementos: vento forte, espaço e tempo para gerar vagas, ou seja, condições propícias
para formar área geradora de ondas. Essas áreas podem ser observadas pelos navegantes
na interpretação das cartas sinóticas de pressão do nível do mar.
▪ Ondas Progressivas – São aquelas que têm velocidade de propagação e crescem para
uma determinada direção. Seus efeitos são notados até longe do local de origem, e
normalmente, os ventos geradores são fortes e com direção constante.
A profundidade das águas tem influência na propagação das ondas e, dessa forma, podemos
classificá-las como:
▪ Ondas de Águas Profundas – São aquelas que se formam e se propagam em locais
onde a profundidade é maior que a metade do comprimento da onda, ou seja, são ondas
vigorosas, que tendem a crescer, caso sejam progressivas.
É bastante comum, também, classificar a onda pela sua altura, conforme se segue:
Assim como pela altura, é possível também classificar a onda pelo seu
comprimento, como veremos a seguir:
▪ Curta – Onda com comprimento menor que 100 metros: L < 100 m
▪ Regular – Onda com comprimento entre 100 e 200 metros: 100 m < L < 200 m
▪ Larga – Onda com comprimento maior que 200 metros: L > 200 m
Inicialmente podemos comentar que vagas e marulhos têm uma semelhança, ambos
são ondas. A diferença é que enquanto tem vento e a onda está sendo influenciada
e desenvolvida na área geradora de onda, ela é denominada VAGA. Depois que a
vaga deixa de ser afetada pelo vento, ela continua a se propagar, sem modificar suas
características, passando então a ser denominada de marulho (SWELL).
7.3.2 O navegante observa dias com mar calmo ou pouco agitado e outros dias com mar
7.3.4 Para o navegante se dirigindo para a região costeira, que comprimento de onda é
mais preocupante?
As ondas longas, de grande comprimento sofrem influência do fundo do mar, em
profundidades maiores, ou seja, mais afastadas do litoral. Então as ondas têm mais
tempo e mais distância para crescerem até chegar à costa.
7.3.5 Por que o navegante observa alguns dias sem arrebentação na costa e outros com
A onda que se dirige para a costa sofre influência do fundo e afeta a sua
declividade (D = altura/comprimento). A interferência do fundo do mar faz com que
a altura da onda aumente e o comprimento da onda diminua. Então a declividade
aumenta. Só há arrebentação se a declividade da onda atingir o valor crítico de
D>1/7.
CAPÍTULO 8
MARÉS
Muito bem, as oscilações das marés devem-se, portanto, à atração (lei da gravitação
universal) da Lua durante o seu movimento ao redor da Terra, em menor medida à atração do
Sol e também à força centrífuga do sistema Lua-Terra.
No sistema Lua-Terra (Figura 58), a força gravitacional e a força centrífuga estão em
equilíbrio. A força centrífuga é constante em todos os pontos da superfície terrestre, porém a
força gravitacional do sistema é maior no ponto da superfície mais próxima da Lua – meridiano
superior – e menor no ponto mais afastado da Lua – meridiano inferior. Desta forma, o
equilíbrio entre as forças só poderá ser estabelecido com o movimento de subida do nível do
mar.
A Terra faz a rotação completa em 24 horas, então em 12 horas metade dos meridianos
ou regiões da Terra passam pelo nível mais alto das águas, porque atingem a posição mais
próxima da Lua, posição de maior força de atração. No entanto, na outra metade da Terra, as
regiões passam também pelo nível mais alto, porque atingem a posição mais afastada da Lua,
posição de maior força centrífuga.
Podemos concluir, então, que a cada 12 horas as partes da Terra ou todos os
meridianos alcançam o nível mais alto das águas. Raciocínio idêntico é valido para o nível mais
baixo das águas a cada 12 horas. Constata-se, portanto, que durante 24 horas consecutivas,
uma determinada região tem duas marés altas, chamadas de preamar (PM), ou seja, nível
mais alto das águas, e duas marés baixas, chamadas baixa-mares (BM), isto é, nível mais baixo
das águas.
Isso significa que, a cada 6 horas, ocorre uma maré alta e uma maré baixa
consecutivamente, ou seja, ocorre uma maré alta e, 6 horas depois, ocorre uma maré baixa;
em seguida, novamente uma maré alta e, 6 horas depois, outra maré baixa; e assim por diante,
alternando-se maré baixa e maré alta de 6 em 6 horas, sendo, por isso, chamada de maré
semidiurna. Em 24 horas, tem-se a ocorrência de duas marés altas e duas marés baixa.
Entretanto, existem regiões em determinada época do ano onde isso não acontece,
mas esse assunto será tratado mais adiante.
Outra constatação importante é que o nível do mar, nas marés altas ou nas marés
baixas, varia ao longo do ciclo lunar, ou seja, em função das fases da Lua.
No ciclo lunar, de duração de 28 dias, a Lua realiza seu movimento e translação ao
redor da Terra. Se considerarmos os sistema Sol-Terra-Lua e a posição relativa dos três astros,
veremos que o Sol ilumina tanto a Terra quanto a Lua de forma semelhante, ou seja, a face
voltada para o Sol é toda iluminada. Acontece que, para um observador que se encontra na
Terra, a parte iluminada da Lua varia ao longo do ciclo lunar, devido à posição relativa da Lua
variar. Essa variação do posicionamento da Lua em relação à Terra é que chamamos de fases
da lua. Observe a figura 59.
Exercícios resolvidos 8 . 1
8.1.1) Cite os três principais parâmetros, entre os vários componentes que resultam no
movimento das marés.
8.1.2) Cite as principais causas da variação das alturas e horários da maré em um mesmo
porto, ao longo dos dias, dos meses e dos anos.
Observa-se que a posição relativa da LUA-SOL-TERRA varia em função das fases
da LUA, em seu movimento de translação em torno da TERRA, no período de 28
dias.
Nas fases de lua nova e lua cheia, observa-se um alinhamento dos 3 astros, somando
na mesma direção os esforços que resultam a maré mais forte que é denominada
maré de sizígia ou maré viva.
Nas fases de LUA quarto crescente e LUA quarto minguante, observamos que os 3
astros formam um ângulo de 90º como num quadrado, os esforços não se somam na
mesma direção, resultando uma maré mais fraca, que é denominada maré de
quadratura ou maré morta.
Na subunidade passada, foi estudado o que causa o fenômeno das marés e como isso
acontece. Nesta subunidade, serão abordados os elementos que compõem a maré e quais são
as consequências que ela provoca.
A maré é um movimento vertical do nível das águas. No período em que o nível das
águas está subindo, chamamos de Maré de Enchente ou Fluxo e, quando o nível das águas
está descendo ou diminuindo, chamamos esta ação de Maré de Vazante ou Refluxo.
Quando a maré de enchente chega ao seu maior nível é denominada de maré alta ou
maré cheia, mas o termo mais correto e usado na Marinha Mercante é Preamar. Quando a
maré de vazante chega ao seu nível mais baixo é chamada de maré baixa ou vazia, entretanto
o termo mais correto para designar esse momento é Baixa- mar.
O nível de redução é o nível escolhido como referência das sondagens das cartas
náuticas, ou seja, é o plano de referência com o qual todas as profundidades cartográficas
estão relacionadas.
As profundidades registradas nas cartas náuticas indicam as sondagens reduzidas do
efeito das marés até o nível de redução (NR). Por isso a denominação desse nível de referência
é de nível de redução. Este nível de referência das profundidades, registradas na carta náutica,
é também escolhido para ser o nível de referência do zero das réguas de marés, que medem
as alturas das marés, de cada região.
O nível de redução é baseado na média das menores baixa-mares de sizígias da região
sondada, significando que o navegante pode obter a informação da profundidade real em
determinado instante, adicionando a altura da maré ao valor da profundidade indicada na
carta náutica. Esta adição proporciona ao navegante a certeza de que encontrará uma
margem de segurança, pois sempre obterá um nível do mar maior que o valor indicado na
carta náutica, mesmo no instante da baixa-mar, porque o cálculo do NR leva em consideração
a definição de que o NR é um plano tão baixo, que a maré, em condições normais, não ficará
abaixo do NR.
O nível médio é o nível do mar que fica a meio caminho entre o nível da preamar e o
nível da baixa-mar, ou seja, é a metade da amplitude da maré. O navegante pode observar
que metade da amplitude da maré fica acima do Nível Médio do Mar (NM) no instante da PM
e metade da amplitude fica abaixo do NM no instante da BM. Pode-se afirmar que NM
coincidiria com o nível normal do mar, numa região sem efeito significativo da maré.
Exercícios resolvidos 8 . 2
Para ser possível o navegante usar as cartas náuticas de um porto ao longo dos dias
de um ano, em qualquer horário, é fundamental reduzir as profundidades registradas
do efeito das marés. Por isso o nome nível de redução.
As cartas náuticas indicam as profundidades sem considerar nenhum acréscimo
devido as marés. Isso será realizado pelo próprio navegante, consultando no instante
desejado as tábuas das marés.
O principal elemento a ser definido, é onde fica, no mar, o zero da régua de marés,
a ser instalada para as medidas das alturas das marés, nesse porto.
Sabe-se que as cartas náuticas indicam as profundidades do fundo do mar até o NR.
Então a partir daí mede-se as alturas das marés. O zero da régua de marés coincide
com o NR, calculado para o referido porto.
O nível médio do mar é o mesmo sempre. Visto que a altura do NM é constante, tanto
na sizígia como na quadratura.
Nesta subunidade, será estudado como utilizar a publicação “Tábuas das Marés”,
para obter a hora e a altura da maré, na preamar e na baixa-mar, o que possibilita calcular a
amplitude da maré nesse dia, no local, em questão. O navegante necessita dessas
informações para verificar qual é a profundidade real de um determinado local, em um
determinado instante. Verificando, também, qual é a intensidade e o sentido da corrente de
maré indicada na carta de correntes de maré do referido porto.
A “Tábuas das Marés” é uma publicação confeccionada, editada e distribuída
anualmente pela Diretoria de Hidrografia e Navegação, órgão da Marinha do Brasil. Vejamos
como ela é constituída.
A DHN faz a previsão das marés para os principais portos brasileiros e alguns
estrangeiros próximos do Brasil. Esta previsão é feita anualmente por meio de cálculos
denominados métodos harmônicos.
As “Tábuas das Marés”, portanto, fornece ao navegante dia-a-dia as horas das
preamares e baixa-mares e respectivas alturas sobre o nível de redução (NR), ao qual
correspondem também às sondagens que estão registradas na carta náutica.
Em cada página da “Tábuas das Marés”, temos o seguinte:
▪ Nome do porto;
▪ Coordenadas geográficas do porto;
▪ Fuso a que se referem as horas indicadas;
▪ Instantes das preamares e baixa-mares com as respectivas alturas sobre o Nível de
Redução;
▪ Altura do Nível Médio sobre o Nível de Redução; e
▪ Fases da Lua.
0113 4,9
0730 1,8
1345 5,0
2008 1,9
Olhando a tábua do dia 04/01/2020 pode-se afirmar que, a partir de 01:13 hora
(preamar), a maré estará descendo; a partir das 07:30 horas (baixa-mar) a maré começará a
encher; a partir das 13:45 horas (preamar) a maré começará a vazar e, a partir das 20:08
horas (baixa-mar), a maré estará enchendo.
Para obter a altura da maré no instante desejado (x), o navegante tem de resolver uma
regra de três, ou seja, hora da preamar menos a hora da baixa-mar (minutos) e a respectiva
amplitude (cm). A hora desejada menos a hora da baixa-mar (minutos) e a altura da maré no
instante x, menos a altura da baixa-mar (cm).
Exercícios resolvidos 8 . 3
Consultando a tábua, coluna de janeiro, dia 4, verifica-se que, às 08:30 horas, a altura
da maré é de 5,8 metros (preamar). Logo, podemos, com uma simples adição,
determinar a profundidade naquele local às 08:30 horas.
Calcule a altura da maré prevista para as 1100 (h e min.) para aquele dia.
8.3.4) Quais são as informações registradas no cabeçalho de todas as folhas das tábuas das
marés?
Nome do porto e as coordenadas geográficas (Latitude Longitude);
Fuso (positivo a W) a que se referem os horários registrados;
Número da Carta contemplada; e
Altura do NM.
8.3.6) Cite uma das utilidades do registro da altura do NM, no cabeçalho das páginas das
tábuas das marés.
verificou que passaria em um local onde constava na carta náutica uma sondagem de 3
metros. É possível a navegação sem o risco de encalhe? Justifique.
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
8.1.1) Consiste na atração dos astros, na razão direta de sua massa e na razão inversa do
8.2.2) Preamar.
8.2.3) Nível de Redução é o nível escolhido como referência das sondagens das cartas
náuticas, ou seja, é o plano de referência com o qual todas as profundidades cartografadas
(sondagem cartografada) estão relacionadas. Este mesmo nível é usado como referência para
as medidas das alturas de maré
8.2.4) Estofo de Maré.
8.2.5) Ocorrem no fluxo e refluxo, ou seja, no momento em que a maré está enchendo ou
está vazando.
8.3.1) Fornece para os portos nacionais e alguns estrangeiros, dia-a-dia, para todos os dias
do ano, as horas das preamares e baixa-mares e respectivas alturas sobre o nível de redução,
ao qual correspondem as sondagens que estão registradas nas cartas náuticas.
8.3.2) Basta subtrair a altura da maré na baixa-mar da altura da maré na preamar consecutiva
ou antecedente.
8.3.3) Basta somar o nível de redução – NR (sondagem registrada na carta náutica) à da maré
do instante desejado (fornecida pela Tábua da Maré).
8.3.4) 9,1 metros.
8.3.5) Sim, porque a profundidade, às 0640 horas, é de 8,0 metros.
CAPÍTULO 9
superficial, quente e menos salina da região equatorial na direção das altas latitudes para
suprir o espaço liberado pelo deslocamento das correntes frias e profundas na direção das
baixas latitudes e Equador. Observe a Figura 62.
Figura 63: Correntes Oceânicas frias (em azul) e quentes (em vermelho)
à região Sul do Brasil, essa corrente apresenta um desvio na direção leste (ela na verdade é
empurrada pelos ventos de oeste atuantes nessa região) e passa a ser chamada de corrente
do Atlântico Sul. Essa corrente, ao colidir com o sul Africano, muda de direção, formando a
corrente de Benguela, que se dirige para a região equatorial. Note que essa corrente
apresenta baixas temperaturas, e ao chegar na região equatorial, encontra a corrente Sul
Equatorial, fechando o Giro do Atlântico Sul.
O navegante, na costa do Brasil para melhor planejar a sua navegação, deve saber a
direção correta e a velocidade das correntes no oceano Atlântico Sul e na costa do Brasil, as
quais variam a intensidade conforme os períodos do ano. Para tanto, é necessário consultar a
publicação Cartas Piloto, que é fornecida pela Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN.
A importância do conhecimento prático das correntes marítimas reside,
principalmente, em uma economia de combustível e num melhor aproveitamento da
velocidade na navegação. Além disso, é também um meio de transporte da base alimentar
dos pesqueiros, ou seja, transporta sais nutrientes, essenciais para os desenvolvimentos dos
microorganismos (plâncton) que servem de base de alimentação dos peixes. Outra razão é
que o movimento das correntes frias, dirigindo-se para regiões quentes, e o das correntes
quentes, indo em direção às regiões frias, influem no clima dessa regiões e no equilíbrio
térmico do planeta TERRA.
Exercícios resolvidos 9 . 1
9.1.1) Comente a circulação oceânica das correntes quentes e frias de ambos os hemisférios.
Nesta subunidade, será abordada a oscilação periódica e regular das marés que resulta
em um deslocamento horizontal de massa d’água, movimento esse caracterizado como
correntes de marés. É interessante ressaltar que as correntes de marés, devido ao volume dos
oceanos, envolvem uma quantidade de energia extraordinária, daí resultando a sua
importância. As correntes de marés, embora ocorram em todo o oceano, podem ser
observadas com mais facilidade na linha da costa.
As correntes de marés são movimentos das águas no sentido horizontal e ocorrem no
fluxo e refluxo, ou seja, no período em que a maré está enchendo ou está vazando. No
intervalo de tempo em que a maré está enchendo, o sentido da corrente é, normalmente, do
mar para terra; e quando a maré está vazando, o sentido da corrente é da terra para o mar.
Entretanto, acidentes geográficos, ventos, etc. podem alterar esse sentido.
▪ Fatores de Influência
As correntes produzidas pela maré são de especial interesse aos navegantes em áreas
como baías, enseadas e nas proximidades dos portos, enfim, nas áreas onde apresenta maior
influência.
As correntes de maré são fortemente influenciadas pela geografia da região,
resultando em um comportamento diferenciado, na sua direção e velocidade, ao longo de um
canal de acesso ao porto e nos demais pontos de uma baía ou enseada, conforme as
características geográficas da região.
As características geográficas que influenciam na direção e velocidade de uma
corrente de maré são:
▪ profundidade ao longo do canal de acesso ao porto;
▪ largura da barra (entrada);
▪ comprimento do canal de acesso;
▪ existência ou não de ilhas e pontas, etc.
Em suma, são vários os aspectos que influenciam a circulação das águas durante a
ocorrência das marés, tanto nas marés de enchente quanto nas marés de vazante.
Além disso, observamos que a variação na intensidade ou velocidade é proporcional à
amplitude da maré, ou seja, quanto maior for a amplitude, maior será o volume da água e,
consequentemente, maior será a intensidade ou velocidade da corrente; assim como quanto
menor for a amplitude, menor será a intensidade ou velocidade da corrente.
Outros fatores podem influenciar na direção e velocidade da corrente de maré, como o
próprio regime de ventos. Entretanto, o navegante poderá obter informações precisas sobre
essa corrente na carta de correntes de marés, assunto que será estudado na última fase deste
módulo.
A ação dos ventos sobre a superfície do mar, devido ao atrito, produz um pequeno
arrasto superficial, denominado corrente de deriva. Entretanto, o desenvolvimento da
corrente de deriva só é possível em regiões onde as características predominantes tenham:
▪ Proximidade da costa;
▪ Configuração do fundo do mar em forma de canal;
▪ Perfil do litoral alinhado em relação à direção do vento; e
▪ Regime de ventos com direção, velocidade ou intensidade constantes ou persistente.
Nesses casos, a corrente de deriva causada pelo vento produz um deslocamento da
água da superfície, que não é na mesma direção do vento, devido ao atrito das camadas de
água do mar em profundidades distintas.
O resultado no HS é que a corrente de deriva gerada fica, aproximadamente, 90o à
esquerda da direção do vento gerador, fato este comumente observado na costa do Brasil,
principalmente na costa sudeste. No HN a corrente de deriva fica a 90º à direita da direção
do vento gerador.
A água profunda ocupa o espaço liberado pelo deslocamento da água da superfície na
corrente de deriva, em regiões que apresentam características favoráveis a essa ocorrência,
resultando o fenômeno da ressurgência, conforme observado na Figura 65.
Este movimento de ascensão das águas frias e profundas, normalmente ricas em sais
nutrientes, contribui significativamente para a formação de áreas piscosas (áreas ricas em
peixe).
Quando estudamos ondas constatamos que em alto-mar, na interação oceano-
atmosfera, a energia transferida pelos ventos para o oceano é quase toda consumida na
formação de ondas, ou seja, oscilação vertical da superfície do mar, que não implica, em
deslocamento horizontal de massa d’água.
Exercícios resolvidos 9 . 2
9.2.1) Comente sobre correntes de marés, de determinado porto, ao longo de 24 horas, num
dia de Lua cheia.
Inicialmente, constata-se que nos dias de lua cheia e lua nova, as marés são de maior
amplitude. Nas marés de sizígia o nível do mar é mais alto na PM e mais baixo no
BM. Portanto, nas 6 horas de enchente, o volume de água que se desloca é maior
que em um dia de quadratura. O mesmo comportamento é notado nas 6 horas de
vazante, corrente forte.
Entretanto, as correntes de marés, neste dia, no porto referido, serão proporcionais
à amplitude do porto em questão.
9.2.2) Em que situação as correntes de marés podem ser bastante preocupantes para os
navegantes?
A intensidade das correntes, tanto na vazante como na enchente, será mais forte nos
portos em que a amplitude da maré é significativa. Então, numa situação de maré de
sizígia (Lua cheia e Lua nova), este porto terá uma intensidade de corrente de
enchente e de vazante mais significativa ainda, requerendo atenção e cuidados
especiais por parte dos navegantes.
9.2.3) Cite em que direção flui uma corrente induzida pelo vento, numa área marítima
qualquer.
É bom lembrar que a direção do vento considerada, é sempre de onde vem o vento,
enquanto a direção da corrente, é para onde flui a corrente.
CAPÍTULO 10
CARTAS AUXILIARES
Ao visitar um centro cultural, é possível deparar-se muitas vezes com mapas e cartas
com registros ambientais de longa data, com valor histórico e referencial de grande interesse
até os dias atuais.
O mais interessante, é que esses mapas mostram claramente, um hábito adquirido por
todas as pessoas, que é representar preciosas informações sob a forma gráfica.
Este costume permanece vivo nos dias atuais e é muito aplicado pelos navegantes, como
detalhamos no nosso estudo a seguir.
As Cartas Piloto apresentam-se em um atlas, contendo 12 cartas, sendo uma carta para
cada mês do ano.
O Atlas de Cartas Piloto - Oceano Atlântico de Trindade ao Rio da Prata, publicado pela
Diretoria de Hidrografia e Navegação – DHN e disponível a todos os navegantes, abrange o
trecho do Oceano Atlântico Sul compreendido do litoral do Brasil até o meridiano de 20 o W e
do paralelo de 10o N ao paralelo de 35o S, cobrindo toda a costa brasileira, de norte a sul.
As informações apresentadas nas cartas piloto são resultados de um trabalho
estatístico de períodos superiores a trinta anos de observação e coleta de dados. É
As cartas piloto são representações gráficas. Os elementos são indicados por setas e
linhas. Podem ser coloridas, inteiras, tracejadas ou pontilhadas. Para acompanhar este item,
é interessante que você tenha a sua frente uma Carta Piloto.
A carta piloto da costa brasileira apresenta de forma gráfica as informações
climatológicas, no mês de interesse. Diversos parâmetros e suas instruções de manuseio
compõem cada uma das 12 folhas do atlas de cartas piloto.
Atenção aos elementos fornecidos pela Carta Piloto. Veja a Figura 67:
No verso de cada carta piloto, estão registradas informações para os principais portos
brasileiros e ilhas oceânicas. O Atlas de Cartas Piloto é composto de 12 cartas, cada uma para
um mês. É bastante interessante o navegante adquirir o hábito de consultar a carta piloto do
mês em curso e fazer a comparação com as dos meses anteriores e com as dos meses
posteriores, para deste modo ressaltar quais são os parâmetros meteorológicos e
oceanográficos que apresentam mudança significativa na região de interesse. Como exemplo,
recomendamos que o navegante pesquise nas Cartas Piloto como o elemento visibilidade
varia de mês para mês, ao longo do ano, no seu porto de trabalho, por causa da sazonalidade,
ou seja, por efeito das estações do ano: verão, outono, inverno e primavera.
Exercícios resolvidos 10 . 1
As informações são apresentadas em 12 cartas, uma para cada mês, o que permite
a análise sazonal, ou seja, o exame em todas as estações do ano (Verão, outono,
inverno e primavera), para destacar mudanças significativas na mesma região.
10.1.2) O navegante, ao selecionar a carta piloto do mês de seu interesse, deseja obter
informações do vento. Cite como o elemento vento pode ser interpretado, em uma carta
piloto.
10.1.3) Qual a característica utilizada nas cartas piloto, para selecionar ou classificar o
elemento apresentado?
Sim. Tem publicação brasileira, editada pela DHN, abrangendo a área de 10º N a 35º
S e do litoral do Brasil ao meridiano de 020º W. Além de publicações internacionais
que cobrem o oceano Atlântico Sul, como a carta piloto americana NVPU 105.
▪ Aplicação da Carta
nesse dia foi às 15:03 horas. Então, a hora desejada pelo navegante é 6 horas antes da
preamar, ou seja, 9 horas são 6 horas antes de 15 horas. Logo, a carta de corrente de maré
selecionada será das 6 horas antes da preamar. As Cartas de Correntes de Maré registram a
direção pelo sentido da seta desenhada e a velocidade, pelo algarismo que indica nós e
décimos de nó (Figura 69).
Como segundo exemplo, pode-se apresentar a situação do navegante que desejou
demandar o mesmo porto do Rio de Janeiro, às 13:30 horas do dia 10 de fevereiro de 2020.
Consultando as Tábuas das Marés, observa-se que a preamar no Rio de Janeiro nesse dia foi
às 14:10 horas. Então, a hora desejada pelo navegante é 1 horas antes da preamar ou seja, 13
horas é 1 horas antes das 14 horas. Logo, a Carta de Corrente de Maré selecionada será a da
1 hora antes da preamar (Figura 70).
Exercícios resolvidos 10 . 2
As informações são apresentadas em 13 cartas. Seis cartas para cada hora antes da
preamar, uma carta para o instante da preamar e seis cartas para cada hora depois
da preamar.
10.2.2) Como o navegante seleciona a carta de correntes de marés de seu interesse, para
atender a sua navegação?
O navegante determina nas tábuas das marés, o horário da preamar e compara com
o horário de seu interesse e então, utilizando essa diferença, que pode ser antes ou
depois da preamar, o navegante seleciona a carta de corrente de seu interesse.
10.1 Cartas-piloto
10.1.1) Como se apresenta um atlas de Cartas-Piloto?
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10.1 Cartas-piloto
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARRY, Roger; CHORLEY, Richard. Atmosfera, Tempo e Clima. Edição: 9. Editora: Bookman.
Capítulos: 7, 9 e 11. 2013.
LOBO, Paulo Roberto Valgas; SOARES, Carlos Alberto. Meteorologia e Oceanografia – Usuário
Navegante. 2 ed. Rio de Janeiro: Diretoria de Hidrografia e Navegação, 2007. 418 p. il.
Ynoue, Rita; Reboita, Michelle; Ambrizzi, Tércio; Da Silva, Gyrlene. Meteorologia: noções
básicas. Edição: 1. Editora: Oficina de Textos. Capítulos: 4, 6 e 9. 2017.
http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=home/page&page=instrumentos
ANEXO 1
MOC 01