30 - Ética Pastoral
30 - Ética Pastoral
30 - Ética Pastoral
ÉTICA PASTORAL
A Ética é um sistema dos seis ramos tradicionais da filosofia, onde ocupou papel
importante, desde o começo. A ética também faz parte essencial da fé religiosa. Por
essas razões, apresentamos aqui um artigo de considerável volume, cujo intuito é dar
ao estudante uma boa idéia sobre os principais sistemas e idéias envolvidas na
questão.
1 - DISCUSSÕES PRELIMINARES
1.1.1. Ética
A conduta ideal do indivíduo. Disciplina crítico-normativa que se dedica ao estudo das
regras do comportamento humano relativas à práticas de atos identificados com o
bem.
1.1.2. Política
A conduta ideal do estado. Política, em sentido estrito, é a arte de governar a polis, ou
cidade-estado, e deriva do adjetivo politikós, que significa tudo o que se relaciona à
cidade, isto é, tudo o que é urbano, público, civil e social. Em acepção ampla, política
é o estudo do fenômeno do poder, entendido como a capacidade que um indivíduo ou
grupo organizado tem de exercer controle imperativo sobre a população de um
território, mesmo quando é necessário o uso da força.
1.1.3. Lógica
O raciocínio que guia o pensamento. Lógica é a ciência que tem por objeto determinar,
entre as operações intelectuais orientadas para o conhecimento da verdade, as que
são válidas e as que não são. Estuda os processos e as condições de verdade de
todo e qualquer raciocínio. O conhecimento só é científico quando, além de universal,
é metódico e sistemático, ou seja, lógico.
1.1.4. Gnosiologia
A teoria do conhecimento. A palavra gnose (do grego gnosis, "conhecimento")
emprega-se, ao se tratar do movimento filosófico e religioso a que deu nome, para
designar o conhecimento adquirido não por aprendizagem ou observação empírica,
mas por revelação divina. À gnose, privilégio dos iniciados, opõe-se a pistis, ou mera
crença. Os eleitos que recebiam a gnose experimentavam uma iluminação que era
regeneração e divinização, e conheciam simultaneamente sua verdadeira natureza e
origem. Reconheciam-se em Deus, conheciam a Deus e apareciam diante de si
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mesmos como emanados de Deus e estranhos ao mundo. Assim, adquiriam a certeza
definitiva de sua salvação para toda a eternidade.
1.1.5. Estética
A teoria das belas-artes. Ciência da criação artística, do belo, ou filosofia da arte, a
estética tem como temas principais a gênese da criação artística e da obra poética, a
análise da linguagem artística, a conceituação dos valores estéticos, as relações entre
forma e conteúdo, a função da arte na vida humana e a influência da técnica na
expressão artística.
1.1.6. Metafísica
Teorias sobre a verdadeira natureza da existência. Metafísica é a divisão da filosofia
que se ocupa de tudo o que transcende o mundo físico ou natural. Desde o próprio
sistema aristotélico, no entanto, o objeto da metafísica revela, pelo menos, duas
vertentes: a que trata do ser em si e suas determinações do ponto de vista formal, e
que recebeu o nome de "ontologia", e a que logo se voltou para "algo" superior e
absoluto caminho da teologia. Existem filosofias modernas como da ciência, da
história, da indústria, do espírito etc.
Pitágoras (580 a.C.-500 a.C) afirma que a verdadeira substância original é a alma
imortal, que preexiste ao corpo e no qual se encarna como em uma prisão, como
castigo pelas culpas da existência anterior. O pitagorismo representa a primeira
tentativa de apreender o conteúdo inteligível das coisas, a essência, prenúncio do
mundo das idéias de Platão.
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1.3.4. Protágoras (480-410)
Coube a um sofista da antiguidade grega, Protágoras, romper o vínculo entre
moralidade e religião. A ele se atribui a frase "O homem é a medida de todas as coisas,
das reais enquanto são e das não reais enquanto não são." Para Protágoras, os
fundamentos de um sistema ético dispensam os deuses e qualquer força metafísica,
estranha ao mundo percebido pelos sentidos. Teria sido outro sofista, Trasímaco de
Calcedônia, o primeiro a entender o egoísmo como base do comportamento ético.
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1.5. Epicurismo
Os princípios enunciados por Epicuro e praticados pela comunidade epicurista
resumem-se em evitar a dor e procurar os prazeres moderados, para alcançar a
sabedoria e a felicidade. Cultivar a amizade, satisfazer as necessidades imediatas,
manter-se longe da vida pública e rejeitar o medo da morte e dos deuses são algumas
das fórmulas práticas recomendadas por Epicuro para atingir a ataraxia, estado que
consiste em conservar o espírito imperturbável diante das vicissitudes da vida.
2 - ALTERNATIVAS ÉTICAS
Introdução
“Na Idade Média predomina a ética cristã, impregnada de valores religiosos e baseada
no amor ao próximo, que incorpora as noções gregas de que a felicidade é um objetivo
do homem e a prática do bem, um meio de atingi-la. Para os filósofos cristãos, a
natureza humana tem destino predeterminado e Deus é o princípio da felicidade e da
virtude”. Os critérios de bem e mal estão vinculados à fé e à esperança de vida após
a morte.
2.3. Historicidade
“Nos séculos XVIII e XIX, o francês Jean-Jacques Rousseau e os alemães Immanuel
Kant e Friedrich Hegel (1770-1831) são os principais filósofos a discutir a ética.
Segundo Rousseau, o homem é bom por natureza e seu espírito pode sofrer
aprimoramento quase ilimitado.
2.3.1. Rousseau, Jean-Jacques (traços biográficos)
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ao relativismo moral, que, sem fundamentos mais profundos e universais, baseia a
ação sobre o interesse imediato. É dentro dessa perspectiva que o filósofo inglês
Bertrand Russell (1872-1970) afirma que a ética é subjetiva, não contendo afirmações
verdadeiras ou falsas. Defende, porém, que o ser humano deve reprimir certos
desejos e reforçar outros se pretende atingir a felicidade ou o equilíbrio.
2.9. O Pragmatismo
"O que é a verdade e como se diferencia do erro?" Essa é a pergunta fundamental
formulada pelo pragmatismo, que se propunha a elaborar uma atitude filosófica
adaptada às sucessivas descobertas científicas surgidas ao longo do século XIX e às
mudanças de uma sociedade em rápida transformação.
Portanto, é verdade absoluta que um mais um somem dois, que dois mais dois somem
quatro e que o branco se distinga do preto, pois a verdade dessas relações é óbvia e
não necessita de verificação empírica, o que a torna eterna. Para James, quando uma
verdade resiste a essas três condições, sua verificação está cumprida - e ela passa
do estado de pretensão ao de certeza.
3 - ÉTICA CRISTÃ
O Fruto do Espírito descrito em Gálatas 5.22 é: amor (1Co 13), gozo, paz,
longanimidade (que não se irrita facilmente; suporta as adversidades: situações
contrárias), bondade (indulgência, complacência, benevolência, tolerância), fidelidade
(lealdade, firmeza), mansidão, domínio próprio (sereno, pacífico, calmo, tem
humildade). É agradável render-se à vontade de Deus reconhecida como superior e
melhor que a nossa. (Deus esquadrinha os nossos corações, não é por força,
persuasão, medo etc.)
"Nisto conhecemos o amor: que Cristo deu a sua vida por nós; e nós devemos dar a
vida pelos irmãos" (IJo 3:16). A consideração pelos outros é a base da integridade
Cristã. Amar os outros envolve perdão: "Mas se confessarmos os nossos pecados a
Deus, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça"
(IJo 1.9). De forma ampla, a ética cristã é uma tentativa de entender a vontade de
Deus em assuntos difíceis e confusos que não são discutidos claramente. Isto requer
sabedoria e ela pode ser nossa pelo pedir "Mas se alguém tem falta de sabedoria,
peça a Deus, e Ele dará porque é generoso e dá com bondade a todos". (Tiago 1.5).
Com isto temos a oportunidade de consultar a Deus na sua Palavra e Oração,
somados ao auxílio do Espírito Santo.
1) Descubro que preciso de Cristo e de Sua ajuda (estou consciente que sou
pecador e estou perdido sem Ele);
2) Quero Cristo (desejo e anseio por Ele e seu auxílio);
3) Aceito-O (confio em suas promessas, sei com certeza que possuo Aquele de
quem preciso e quero).
Segurança temos de que nossas falhas não nos condenarão no julgamento final. Cada
erro cometido, cada oportunidade para o bem não aproveitada, cada motivo e
inclinação corruptos são apagados pelo perdão de Deus (perdão, este, que só tem
aqueles que entregaram sua vida para Jesus e reconheceram-no como Único e
Suficiente Salvador, admitindo-o como autor e consumador de suas vidas). A verdade
é que não há nada em nós para termos motivo de nos orgulharmos; a não ser da
experiência da conversão. Se somos justificados é apenas porque reconhecemos
humildemente o pecado e aceitamos o perdão de Deus por amor do sacrifício remidor
de Jesus (morte/ressurreição).
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Deus é desonrado por aqueles que dizem crer nele quando dão poucas evidências
(provas) na sua conduta; mas Deus é notado e louvado como resultado de nosso
progresso (resultado da nossa Salvação).
Noutra passagem, Jesus reconheceu a autoridade dada por Deus sobre a vida
humana que os governantes humanos possuíam. Pilatos disse a Jesus: “Não sabes
que eu tenho autoridade para te soltar, e autoridade para te crucificar?” Jesus
respondeu: “Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada” (Jo
19.11). A implicação aqui é que Pilatos realmente possuía autoridade divinamente
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derivada sobre a vida humana. Aliás, exerceu-a (Jesus foi sentenciado à morte) e
Jesus Se submeteu a ela.
Resumindo: há dados bíblicos amplos, dos dois Testamentos, que mostram que Deus
ordenou, e os homens exerciam a pena capital para delitos específicos. A pena de
morte é instituída por Deus, através dos homens, contra os culpados. Logo, a
pergunta, de uma perspectiva rigorosamente bíblica, não é se a pena capital era e é
autorizada por Deus para os homens, mas quando e porquê. Mas antes da discussão
da aplicação e da base lógica da pena capital, é apropriado dizer uma palavra sobre
algumas objeções à pena de morte.
O que é facilmente olvidado nesta isenção óbvia da pena capital é que a passagem
claramente subentende a validez da pena capital. O caso de Caim era especial. Quem
teria executado a sentença? O irmão dele estava morto. Decerto Deus não iria chamar
o pai para executar seu filho remanescente! Nesta situação o próprio Deus
pessoalmente comutou a sentença da morte.
4 - ÉTICA PASTORAL
4.1. Qualificações do Pastor
Deus, quando chama o homem para cumprir o seu propósito universal, lhe confere
qualidades de dons e talentos que serão úteis ao seu ministério, a fim de produzir a
unidade, a maturidade e a perfeição da Igreja. O próprio Senhor Jesus Cristo
determina providencialmente lugares de serviço na igreja desses homens ‘dotados’
(At 11.22-26), ou mesmo através do Espírito Santo (At 13.1,2 e 16.6,7).
Tanto os discípulos quanto aqueles que são chamados para o ministério são exortados
a buscar o poder do Espírito Santo (Lc 24.49; At 1.4,5, 8), e os acompanharão grandes
sinais (Mc 16.17,18).
4.2. Vocação Divina
“E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão”
(Hb 5.4).
“Ser ministro cristão é uma honra que Deus dá a um ser humano e requer, por isto
mesmo, da parte do candidato, VOCAÇÃO e CHAMADA, ambas dependentes de
Deus e manifesta pelo Espírito Santo”.
O ministro vocacionado pelo Senhor coloca o ministério acima de tudo e cuida ser a
obra mais importante na face da terra (At 13.2; Rm 1.1).
A vocação divina inclui o profundo desejo de obedecer à voz do Bom Pastor na sua
consciência, com a exigência, muitas vezes, de sacrifícios e sofrimentos. O apóstolo
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Paulo declara que “se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é
imposta essa obrigação” (1Co 9.16).
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4.5.2. Santidade
4.5.2.1. Deus é Santo
Quando Deus relacionava a Moisés os animais puros e os imundos, asseverou-lhe:
“Porque eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos,
porque eu sou santo”. (Lv 11.44; 19.2; 20.7; 1Pe 1.16). Na visão de João no
Apocalipse, “os quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e
dentro, estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há
de vir”.(Ap 4.8). Essa é a declaração incessante do céu a Deus, o nosso Deus.
E porque Ele é Santo, exige de seus seguidores a santidade, como diz o apóstolo
Pedro: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda
a vossa maneira de viver”.(1Pe 1.15).
Para servir no Evangelho com pureza espiritual, como os sacerdotes da antiga aliança,
o pastor não pode apresentar nenhuma deformidade como descrita em Levítico 21.18-
20.
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4.5.3. Pecados da Língua
Tiago, irmão de Jesus Cristo, reconhece a verdade de que “todos tropeçamos em
muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal varão é perfeito, e poderoso
para também refrear todo o corpo” (Tg 3.2).
Vejamos alguns tropeços que o pastor pode incorrer ao longo de seu ministério,
utilizando-se da língua:
4.5.3.2. Crítica
“Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes
sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós”
(Mt 7.1,2).
Existe a crítica construtiva e a destrutiva, que esboçam grandes diferenças entre si.
Pastores há que usam a “vara” para ajudar a ovelha, sem machucá-la, sendo isto
prova de cuidado, assim como o pai, que com amor critica seu filho, sem que cesse
sua afeição por ele. Outros, porém, são tão críticos que deixam marcas profundas de
desgosto em suas ovelhas, e os pais em seus filhos, matando a afeição que sentem.
4.5.3.3. Cólera/ira/ódio
Quando Paulo diz “Irai-vos e não pequeis” (Ef 4.26), não está nos autorizando a que
nós nos iremos, e também não quis dizer que, se nos irarmos, “de modo algum
cometeremos pecado, contanto que abafemos nossa ira antes do cair da noite”. A
Bíblia está cheia de advertência contra a ira, e muitos pastores têm atribuído o seu
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mau gênio aos nervos, transformando com isso uma falta grave em simples
enfermidade.
4.5.3.5. Leviandade
O leviano procede sem seriedade, irrefletidamente, com precipitação e com
imprudência.
Paulo traduz nas palavras de Ef 5.4 a conversação torpe, as chocarrices e palavras
vãs como leviandade. O gracejo ou a chocarrice sempre são inconvenientes, pois
consistem numa troça à custa de outrem. Nada disto constrói, mas avilta e desabona
o leviano, que deve repudiar esse procedimento em todas as circunstâncias.
4.5.3.6. Mentira
Jesus caracterizou o Diabo como mentiroso, porque “Quando ele profere a mentira,
fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44). A queda do
homem foi conseqüência de uma mentira bem formulada pela serpente.
Deus ordenou a Moisés e aos filhos de Israel diretamente: “Não mentireis nem usareis
de falsidade cada um com o seu próximo” (Lv 19.11). Paulo, em Colossenses 3.9,
reafirma este ensinamento: “Não mintais uns aos outros...” e, “pelo que, deixai a
mentira, e falai cada um a verdade com o seu próximo” (Ef 4.25). “O hábito da mentira
pode contrair-se aos poucos; no princípio, só se fala de um aspecto da questão; depois
só do aspecto que nos favorece; a seguir, tratamos de exagerá-lo; e terminamos não
sabendo quando estamos ou não falando a verdade” (Pv 20.17).
A mentira, pois, é um pecado muito sério e reprovada nos Salmos e nos Provérbios;
os profetas e os apóstolos fizeram sérias advertências contra esse pecado (SI 5.6; Pv
15.5,9; 13.5; 1Jo 2.21, 1Tm 4.2; Ap 21.27).
Quando o ministro se entrega à mentira, é prenúncio de que parte de sua vida já
pertence a Satanás, e torna-se seu aliado, não sendo digno de crédito (Jo 8.44), e
inimigo de Deus, porque Deus é verdade, e n'Ele não há mentira (1Jo 2.21). (v. Ap
22.15).
4.5.3.7. Murmuração
É um outro pecado da língua, e se constitui um hábito que trai uma condição espiritual.
Aos Filipenses, Paulo exortou: “Fazei todas as coisas sem murmurações nem
contendas” (Fp 2.14), e Pedro, em sua primeira epístola, aconselha-nos a deixar toda
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a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações (1Pe 2.
1).
Moisés, quando conduziu o povo de Israel através do deserto, sofreu muito por causa
desse problema: “Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel”, disse o Senhor
(Nm 14.27).
4.5.4.2.Egoísmo
O egoísmo é uma das doenças ligadas ao ego. É uma inclinação humana que se tem
feito sentir em todas as coisas e que domina o palco das atividades hodiernas.
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Talvez alguns, pelos anos de ministério que têm, esqueceram-se de que a humildade
é um qualificativo daquele que conseguiu galgar as escadas do sucesso, e hoje,
infelizmente, estão doentes com enfermidades ligadas ao ego, como:
4.5.4.3. Falsidade
“Abomino e aborreço a falsidade; mas amo a tua lei” (Sl 119.163).
Deus exortou o povo de Israel, dizendo: “De palavras de falsidade te afastarás,...” (Êx
23.7), porque quem usa de falsidade patrocina a injustiça, e nunca será justificado,
porque Deus o considera ímpio. Vez em quando alguém sussurra em algum ouvido:
“Fulano é uma boa pessoa, até gosto dele”. Mas, cuidado, porque ele é o verdadeiro
tipo do hipócrita, já está planejando ir à casa de outro, para aumentar a corrente de
traição contra você.
Não creias que todos quantos te rodeiam e te abraçam sejam amigos leais como se
aparentam. Absalão parecia ser um bom filho pela aparência do seu rosto, mas traiu
seu pai e pagou caro tributo por esse ato de falsidade (2Sm 15-18).
Não te assentes, pastor, à mesa com o homem falso, porque, se ele “maquina o mal
na sua cama” (Si 36.4) e “maquina o mal contra o justo” (SI 37.12), facilmente “encherá
o teu prato com hortaliça, a sobremesa com doces, encherá a tua boca com saliva de
elogios, mas, quando chegares em casa, as tuas orelhas estarão quentes", porque a
língua falsa é forte e rápida como o deslizar de uma cachoeira para derramar ódio
contra o próximo, difamando-o ocultamente.
4.5.4.4. Imoralidade
Deve o pastor resguardar-se de cair na imoralidade, cujas conseqüências são a
vergonha para a sua família e a Igreja de nosso Senhor Jesus Cristo.
O seu “modus vivendi” irá definir o sucesso de seu ministério, e assim como Cristo a
si mesmo se entregou pela Igreja (Ef 5.25), o despenseiro deverá achar-se fiei ao
Senhor e à sua companheira, e com ela conviver em harmonia, providenciando o seu
bem-estar e dignificando-a. A promessa de Deus ao homem que teme ao Senhor é
ser abençoado (Sl 128), pois “comerá do trabalho de suas mãos, feliz será e lhe irá
bem”.
Mas como os demais crentes, o pastor precisa lembrar-se de que tem suas próprias
tentações e não estará livre delas a não ser quando passar para a eternidade salvo.
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A mais poderosa arma do inimigo é destruir, escandalizar e envergonhar a autoridade
dos filhos de Deus. E muitos obreiros estão caindo no pecado da prostituição, seja ela
mental (Mt 5.28), carnal (Êx 20.14) ou espiritual (Tg 4.4), desonrando o nome de
Jesus.
4.5.4.5. Inveja
“O coração com saúde é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos” (Pv
14.30).
Em uma alegoria, Edmundo Spencer pinta a figura montada num lobo, na procissão
dos pecados. Masca um sapo do qual escorrem venenosos líquidos pela face abaixo.
Usa desbotado manto cheio de olhos. Enrosca-se-lhe ao peito uma serpente.
A descrição não é exagerada, quando pensamos na destruidora obra da inveja.
Quantos lares, casamentos e vidas destruídas Dor ela!
A inveja fez com que “o sumo sacerdote e todos os que estavam com ele” lançassem
os apóstolos na prisão (At 5.17). Também, “os patriarcas, movidos de inveja,
venderam a José para o Egito”. Caim assassinou seu irmão movido de inveja
profunda, descaindo-lhe o semblante (Gn 4.6).
O ministro que deixa aninhar-se no coração a inveja, o ciúme, o ódio, está cavando a
própria sepultura. O sucesso ministerial do colega pode levá-lo ao profundo da inveja,
e está às acirradas críticas destrutivas por sua própria incapacidade de se igualar ao
irmão.
Outros há que ocupam seu ministério em rebuscar pormenores, por inveja, na vida de
colegas com o fim de derrubá-los de seus postos, ou para ocupar o lugar de algum ou
dar a um terceiro de sua proteção.
A inveja é a mãe do diabo, e ninguém está livre de ser ferido por suas terríveis garras.
“A diferença entre ciúme e inveja é que o primeiro nos faz ter medo de perder aquilo
que possuímos, enquanto que a inveja nos provoca tristeza pelo fato de os outros
possuírem aquilo que não temos”.
4.5.4.6. Orgulho
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18). O
orgulho pode se manifestar na vida do obreiro de várias formas, e, por ser “uma
condenável exaltação do ego, o qual se delicia com o pensamento de ser superior a
todos os seus semelhantes”, torna-se “abominação ao Senhor” (Pv 16.5).
4.5.5. As formas de orgulho são:
a) O espiritual;
b) o intelectual;
c) o material;
d) o social;
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4.5.6. Orgulho espiritual
Foi por esse pecado que Lúcifer recebeu a sentença de Deus: “E, contudo levado
serás ao inferno, ao mais profundo abismo” (Is 14.15), e “Todos os que te conhecem
entre os povos estão espantados de ti; em grande espanto te tornaste, e nunca mais
serás para sempre” (Ez 28.19).
A sua soberba, a primeira espiritual do universo, teve início na sua “perfeição em
formosura”, estava “estabelecido” e “Perfeito era nos seus caminhos desde o dia em
que foi criado”, “até que se achou iniqüidade nele” (Ez 28.12-15). Foi o “eu” que o
levou a confiar mais em suas virtudes do que no próprio Criador que o estabeleceu
(1Co 7.20,24), como dizia em seu coração:
Nós, como este que se tornou o “Diabo”, quando começamos a nos sentir
autosuficientes, é hora de acordarmos e nos lembrarmos de que o terreno que
estamos pisando é movediço, e poderá nos tragar.
A sua ambição não lhe levou a ocupar a posição almejada, antes caiu na profundeza
do mundo subterrâneo, foi envergonhado e desonrado em sua morte. E muitos têm
entrado por esse mesmo caminho.
4.5.9. Preguiça
A recomendação do apóstolo Paulo ao jovem Timóteo foi para que ele procurasse
apresentar-se a Deus como “obreiro aprovado” (2Tm 2.15) e aos romanos, que
apresentassem seus corpos “em sacrifício vivo” (Rm 12.1), pois a felicidade do
ministério, em grande parte, é determinada pelo que o pastor faz com o seu corpo e o
seu intelecto.
A preguiça, como um dos pecados capitais, destrói a oportunidade e mata a alma, pois
significa “aversão ao trabalho, indolência, vadiagem, negligência, ociosidade,
descuido”.
A Bíblia nos revela as atividades materiais e espirituais incessantes de homens que
tiveram seus ânimos redobrados (Jr 20.9; Js 1.2,6, 7,9; Hb 11.32-38; Is 40.29-31), e
do próprio Jesus Cristo, ainda que as Escrituras não esclareçam sua atividade
material, é fácil deduzir que, além de sua gloriosa missão tríplice de pregar, curar e
ensinar (Mt 4.23), ele era um homem ocupado no trabalho (Is 53.3; Mt 13.55; Jo 5.17),
e, se ele trabalhou, foi para deixar o exemplo e não permitir a indolência no caminho
cristão. “Se alguém não quer trabalhar, também não coma” (2Ts 3.10).
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4.6. Pastor e seus estudos
“Falar é a única habilidade do homem para a comunicação porque as palavras
expressam o pensamento”.O pastor como líder, mais do que ninguém necessita
aprender a se comunicar, não só com os que estão ao seu redor, mas à igreja e às
massas.
O sábio Salomão disse que “as palavras dos sábios são como aguilhões, e como
pregos bem fixados pelos mestres das congregações, que nos foram dados pelo único
Pastor” (Ec 12.12). Ele considerava a sabedoria acima de qualquer outra coisa, como
"pregos bem fixados”.
A ferramenta do pastor é a Bíblia Sagrada, instrumento que precisa ser bem
manuseado. Mas muitos pastores têm fraquejado no ministério da pregação bíblica
por negligenciarem o estudo sistemático da Palavra de Deus, estribando-se na falsa
idéia de que a sua inspiração os levará suficientemente à orientação do rebanho.
Triste engano! As profundas verdades incursas na Bíblia são descobertas e
entendidas quando os nossos conhecimentos abrangem geografia, psicologia,
história, sociologia, outras línguas e mesmo os nossos anseios espirituais. Ademais,
o Espírito Santo de Deus nos “faria lembrar...” princípio que depreende de uma
aprendizagem anterior.
O pastor que tem o seu diploma do seminário certamente está mais bem preparado
para continuar os seus estudos bíblicos e teológicos. Se pensar que não precisa
estudar mais, vai-se esquecendo muito do que já aprendeu, perdendo gradativamente
uma parte do cabedal de sua cultura, enquanto o pastor que não teve a vantagem de
todos estes cursos vai comprando bons livros e estudando assiduamente, tornando-
se finalmente mais eficiente no ministério do que o colega diplomado.”
Sendo, então, viva e eficaz, a Palavra de Deus (Hb 4.12) é nova cada manhã (Lm
3.23). Ela só poderia tornar-se velha se as “experiências espirituais e as necessidades
do gênero humano mudassem tanto, que não mais se encontrassem refletidas no
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Livro Sagrado, e nem fossem satisfeitas pelo Evangelho. E esse dia está a muitas
milhas de distância” (H. E. Fosdick).
Se a Bíblia é a nossa ferramenta; se for ela que deve ser bem manejada (2Tm 2.15b;
4.2); devem-se conhecer o tempo (Rm 13.11) e se os nossos tempos estão nas mãos
de Deus (SI 31.15), sentiremos, certamente, a urgência da hora e do planejamento de
nossa vida.
4.6.2. A Biblioteca
É muito natural àquele que se dedica ao ministério ser amante de livros. Aquele que
soube, desde a sua chamada, formar uma. biblioteca, hoje, como a quem cabe a
responsabilidade de dar substância sólida ao rebanho do Senhor, estará em vantagem
infinitamente maior ao que negligenciou, ou voluntariamente ou por falta de condições,
a formação de material de estudo.
A biblioteca é uma bênção na vida do pastor, pois ela reflete a personalidade daquele
que a cria. “Uma biblioteca em desordem e sem uso não tem valor. Uma biblioteca
desorganizada, quanto maior, menos serviço prestará. Deve ser o local de ordem,
pois, ali o pastor e seus familiares e outras pessoas autorizadas passarão parte do
seu tempo em meditação e estudo. Trata-se de uma biblioteca de predominância
evangélica, então é também lugar de meditação e comunhão com Deus e Sua
Palavra, e com os santos de todos os tempos que escreveram as obras que lá estão”.
Mas uma biblioteca não se compõe unicamente de livros. Os jornais e revistas
evangélicas e seculares, mapas diversos, recortes, artigos religiosos, científicos e
seculares, discursos, filmes, slides, fitas, estudos, sermões, desenhos, etc., também
a enriquecem.
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4.7.1. No Púlpito
No passado, quando Deus queria falar ao povo, usava os profetas em algum lugar, e
nem sempre isso era feito dentro do templo. Não havia um púlpito, pois o serviço da
Palavra não era incluído no culto oficial.
Mais tarde, com a Reforma Protestante, encontramos o culto “visivo” ser substituído
pelo “auditivo”, com o desaparecimento dos altares, dando lugar ao púlpito de sentido
atual, no lugar central, onde o pastor cumpre o seu dever com dedicação e esforço.
É interessante notar que Jesus não teve um púlpito para pregar suas mensagens de
ensino, exortação e salvação. No seu primeiro sermão, na sinagoga de Nazaré,
“segundo o seu costume, levantou-se para ler” (Lc 4.16), e “... assentou-se”, depois
de cerrar o livro (v. 20). Não há menção da existência de um púlpito. O que se lê a
respeito de suas andanças é que usava um barco, assentado; aproveitava o cume de
um monte ou certos pontos estratégicos para atingir o público com sua mensagem.
Seu último púlpito aqui na terra foi a cruz do Calvário.
Mas o certo é que o púlpito não faz o bom pastor, por mais artisticamente ornamentado
que seja. Nem tampouco os majestosos paramentos clássicos ou mesmo sua arte de
retórica. “Há púlpitos que consistem, nada mais, nada menos, em uma vulgar mesinha
de tábuas de pinho, dentro de um pequeno templo, modesto, oculto numa rua lateral
da cidade, onde o pastor em seu traje comum está pregando com toda a simplicidade
e sinceridade, mas com a autoridade divina, o evangelho da salvação para a remissão
dos pecadores, e assim contribuindo para a edificação do reino de Deus e expansão
de sua glória”.
Sendo o pregador o próprio sermão, ele pode tornar ineficiente a mensagem nele
contida, se não observar algumas regras e atitudes próprias que a ética nos ensina na
conduta do mensageiro no púlpito, como:
a) pregar gritando o tempo todo, sem se aperceber que está diante de um
microfone;
b) bater o pé no chão com força repetidamente e dar murros no púlpito com
estardalhaço;
c) gesticular demasiadamente, insinuando às vezes gírias ou imoralidade, e às
vezes pular, sem se dar conta disso; o corpo deve ser naturalmente dosado por
gestos conforme a dinâmica do sermão;
d) falar de olhos fechados ou arregalados, bem como olhar de modo fixo para
cima ou para o piso como se tivesse perdido algo, e com medo de encarar o
auditório. O certo é que os olhos devem acompanhar o que se fala, pois às
vezes falam mais claro que as palavras, e ajudam o pregador a sentir o efeito
da mensagem;
e) molhar o dedo na língua para virar as páginas da Bíblia, ou soprá-las com a
mesma finalidade;
f) coçar-se de modo inconveniente e limpar as narinas, quando no púlpito, ou
mesmo fazer cacoetes ou tiques mímicos;
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g) fazer a leitura bíblica que anunciou e não mais voltar a ela;
h) não conversar no púlpito, senão o estritamente necessário, e não despachar o
expediente no horário do culto;
i) o pastor deve chegar cedo à casa do Senhor Deus, porque, assim fazendo,
dará bom exemplo ao rebanho e não contemplará o semblante do povo com
sinais de impaciência e cansaço.
As apresentações dos visitantes, bem como os anúncios é natural que se façam neste
inicio de culto, seguindo-se o levantamento das ofertas e dízimos, enquanto a
congregação canta um hino. É comum em nossas igrejas dar-se a palavra para uma
saudação a um dos visitantes, e o tempo restante ser ocupado com a mensagem da
Palavra de Deus. Essa mensagem não é propriamente sua, mas de Deus. Falará
daquilo que recebeu da parte do Senhor e não externará a sua opinião sobre a
Palavra, mas “demonstrará a verdade certa de um texto certo para uma situação certa
de uma pessoa certa”.
Após o apelo, sem que se oprima o pecador para aceitar a Cristo como Salvador de
sua alma, o pastor impetrará a bênção apostólica para o encerramento do culto.
Convém deixar registrado que muitos companheiros ordenados ao Santo Ministério
desconhecem essa boa praxe de despedir o povo com uma bênção divina.
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4.7.3. Como Conselheiro
O aconselhamento pastoral está entre as tarefas mais sensíveis do ministro de Deus.
Desenvolve seu trabalho essencialmente com os membros da igreja, especialmente
em se tratando de problemas conjugais. As tensões interpessoais, aliadas aos
problemas sexuais dos jovens e casais da igreja, desemprego, finanças, pobreza,
educação e tantos outros são também parte de sua vida de conselheiro e que
dificilmente lhe será impossível evitar. Indubitavelmente o seu serviço será ajudar as
pessoas a crescerem para realizarem suas possibilidades, levando-as a
“diminuírem as barreiras íntimas que as impedem de se relacionar com os outros”.
A mocidade é uma força vital, e a Bíblia confirma esse fato nas palavras do apóstolo
João: “Jovens, sois fortes” (1Jo 2.14). Essa força vital deve ser aproveitada e
canalizada para o crescimento da igreja na obra da evangelização. Lembremo-nos de
que, na guerra, são os jovens que vão para o “front” e se expõem aos perigos. Os
mais velhos ficam na retaguarda dirigindo, orientando e treinando os mais jovens.
O líder cristão é aquele que aceita suas responsabilidades, mesmo que signifique um
fardo demasiadamente pesado, mas está disposto a servir à causa, sabendo que sua
autoconfiança se origina de uma fé profunda em Deus, que o chamou para cumprir
seu desígnio em sua igreja aqui na terra.
a) É ensinada em Êxodo 18.13-26, quando Jetro instruiu seu genro, Moisés; num
dos exemplos mais notáveis do Antigo Testamento. Em At 11.30; 15.4 e
20.17 vemos um ministério colegiado;
b) Sendo a Igreja de Jesus Cristo, Ele exerce, como cabeça, o governo através
de homens que Ele mesmo capacita e que são reconhecidos pela igreja como
líderes espirituais e cheios do Espírito Santo (At 20.28; 1Pe 5.1-4);
c) A pluralidade é irrefutável no Novo Testamento. No Novo Testamento
encontramos vários exemplos de pluralidade na liderança da igreja, pois ela é
o princípio fundamental para sustentar o equilíbrio, a harmonia e o crescimento
da igreja local (At 13.1,2; 14.21,23).
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“Talvez, ansiosos por encontrarem uma definição para liderança, os teóricos da
administração tentem visualizá-la em termos de estilo. Ao usarem uma expressão tão
ampla, com certeza buscam descrever a maneira como a pessoa opera, e não o que
ela é”.
Não tem cabimento, então, falar-se de líder “nato” ou “qualidade de líder”, uma vez
que tão-somente a circunstância dirá que membro de grupo, naquela ocasião, é o
mais indicado para assumir a liderança. Estilo, assim, vem a ser o “somatório do tipo
de ação desenvolvida pelo líder no cumprimento de sua liderança, e a maneira como
o percebem os que ele procura liderar, ou os que podem estar observando de fora”.
4.9.4.1. Autocrático
Esse estilo desestimula inovações, pois o autocrático vê-se a si próprio como
indispensável e deixa que o grupo vá debilitando através de debates sobre questões
sem importância. Porém, as decisões importantes são tomadas por ele.
4.9.4.2. Burocrático
Esse estilo pressupõe que qualquer dificuldade pode ser afastada quando todos
acatam os regulamentos, e o líder é uma espécie de negociador entre as partes e a
tomada de decisão resulta de um critério parlamentar.
4.9.4.3. Democrático
Nesse tipo de ambiente o líder pede e leva em consideração as opiniões do grupo
antes de tomar decisões; a responsabilidade é compartida pelo grupo. O líder dá
explicações e aceita crítica. Os membros do grupo têm liberdade para o trabalho e
escolha dos subgrupos e coordenadores respectivos.
4.9.4.4. Laissez-faire
Não chega este a se constituir propriamente um estilo, pois a função do líder restringe-
se apenas na tarefa de manutenção. Por exemplo, um pastor estará sujeito a exercer
uma autoridade apenas nominal à medida que a liderança mostrar-se interessada
somente em sua negação, enquanto que os pormenores de que depende a
organização são deixados para outros executarem.
4.9.4.5. Paternalista
Nesse estilo, o líder é cordial e amável. É muito adotado nas igrejas e, por isso mesmo,
produz indivíduos imaturos depois de certo tempo porque desenvolve o crescimento
apenas dos líderes e não dos elementos do grupo.
4.9.4.6. Participativo
Na estrutura participativa há um grau elevado de relações interpessoais saudáveis, e
os membros demonstram grande identificação com o grupo. Há mais amizade, maior
conhecimento dos antecedentes, habilidades e interesses dos demais membros,
motivação mais intensa pelo trabalho e os subgrupos espontâneos são em maior
número. Aqui o problema é a demora da ação em tempos de crise.
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4.9.5. Diretrizes Para uma Excelente Liderança
Se o líder não tem confiança em si mesmo, ninguém mais lho dedicará confiança. “A
confiança tem de permear o grupo e tem de partir primeiro dos líderes. Em todas as
fases tem que haver uma segurança bem sólida, uma convicção de competência
baseada na preparação e numa acumulação gradual de experiência e talento”.E se o
líder não se sente pessoalmente capaz de superar um trabalho superior ao seu, não
conseguirá convencer os outros de sua habilidade.
Vejamos alguns aspectos considerados de custo elevado para os que ostentam uma
liderança, especialmente os que se dispõem ao exercício do ministério:
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4.9.7.2. Crítica
Se alguém não pode suportar a crítica, ainda está emocionalmente imaturo. Esse
defeito virá à tona mais cedo ou mais tarde, e impedirá o progresso do líder e do grupo
em direção ao alvo comum.
O líder amadurecido é capaz de aceitar a crítica e fazer as necessárias correções.
4.9.7.3. Competição
Há um preço a pagar quando o líder sofre de uma “ansiedade de competição”, que
assume a forma de fracasso ou medo do êxito.
4.9.7.4. Fadiga
O cuidado adequado com a saúde, o descanso e o equilíbrio ajudarão o líder a manter
a sua capacidade de resistência. Deve o líder buscar o equilíbrio a fim de reduzir o
estresse em sua vida, tão prejudicial à continuação de seu desígnio.
4.9.7.5. Identificação
Deve permanecer à frente do grupo e, ao mesmo tempo, caminhar com o povo que
lidera. A linha divisória e tênue. Deve haver alguma distância entre o líder e seus
seguidores. Isso significa que ele deve desejar ser humano, aberto e honesto, e não
ser visto como um autômato, com receio de que o seu verdadeiro ego apareça. Precisa
identificar-se com o povo, gastar tempo em conhecê-lo, compartilhar suas emoções,
vitórias e defeitos.
4.9.7.7. Rejeição
É preciso ter uma forte personalidade para o líder ser capaz de enfrentar a rejeição.
Sempre há forte possibilidade de alguém ser caluniado por sua fé. Também às vezes
o pastor precisa ser capaz de resistir ao louvor. As pessoas normais e ajustadas
querem ser amadas. Pode tornar-se um caminho difícil para palmilhar se o pastor
sente a indiferença dos membros de sua igreja ou a falta de afeição. Muitas pessoas
rejeitadas só têm o reconhecimento de sua força depois que tenham deixado o cargo
ou morrido (Lc 4.16-29).
4.9.7.8. Solidão
O pastor deve ser capaz de aceitar amizades, mas deve ser suficientemente
amadurecido e ter bastante força interior para estar só, mesmo em face a grande
oposição (Mt 27.46).
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4.9.7.9. Tempo para pensar
Muitos estão tão ocupados (Lc 10.41) que não têm tempo para pensar. Um tempo
deve ser dedicado à meditação e ao pensamento criativo.
FIM
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