T. Práticas Pedagógicas II-Rosário António Mussa

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 15

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Supervisão das Práticas Pedagógicas

Nome: Rosário António Mussa

Código: 708215818

Curso: Lic. Ensino de Matemática

Disciplina: Práticas Pedagógicas II

Ano de frequência: 2º Ano

Docente: Dr. Jonito João Anguacheiro

Beira, Maio de 2023


Classificação
Pontuação Nota Subtotal
Categorias Indicadores Padrões máxima do
tutor

 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura Aspectos  Introdução 0.5
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução  Descrição dos 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico 2.0
(expressão escrita
Análise e cuidada, coerência /
discussão coesão textual)
 Revisão
bibliográfica
nacional e 2.0
internacionais
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos 2.0
dados
Conclusão  Contributos teóricos 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra,
gerais paragrafo, 1.0
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
Bibliográficas citações e citações/referências 4.0
bibliografia bibliográficas
Índice
1. Introdução ..................................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos .................................................................................................................................. 3
1.1.1. Geral ....................................................................................................................................... 3
1.1.2. Específicos .............................................................................................................................. 3
1.2. Metodologia ............................................................................................................................... 3
2. Contextualização .......................................................................................................................... 4
2.1. Actores envolvidos na supervisão e as principais áreas de intervenção .................................... 4
2.2. Conceitos básicos sobre supervisão pedagógica ....................................................................... 5
2.3. Conceito das Práticas Pedagógicas ............................................................................................ 6
2.4. Importância da supervisão pedagógica para o ensino; .............................................................. 6
2.5. Actividades desenvolvidas na supervisão pedagógica .............................................................. 6
2.6. O papel do tutor e do supervisor no processo de supervisão pedagógicas; ............................... 7
2.7. Diferença entre a supervisão pedagógica da supervisão de aula ............................................. 10
3. Conclusão ................................................................................................................................... 13
4. Referências bibliográficas ..........................................................................................................14
1. Introdução

O presente trabalho visa compreender a supervisão das práticas pedagógicas. Nesta


vertente, é de constatar que a busca soluções aos problemas de aprendizagem é fundamental para
todo professor, principalmente os do ensino primário, pois conhecendo as mesmas, poderá
desenvolver seu trabalho com eficiência.

No entanto, para que esse trabalho seja feito de maneira eficaz, é necessário se faz ter o
apoio da supervisão pedagógica. A partir desta ideia, percebe-se que a abordagem. O processo
educativo caracteriza-se por uma combinação de esforços entre os alunos, professores, técnicos
de educação e outros agentes que tornam exequível a educação. Estes intervenientes funcionam
de forma sistémica, ou seja, o sucesso de um implica o sucesso do outro. Por esta razão torna-se
importante a potenciação de todos estes intervenientes para que o processo educativo não seja
algo fracassado

1.1. Objectivos

1.1.1. Geral

 Compreender a Supervisão no contexto das Práticas Pedagógicas


1.1.2. Específicos

 Conceituar as práticas pedagógicas;

 Identificar os actores envolvidos na supervisão e as principais áreas de intervenção;


 Descrever a importância da supervisão pedagógica para o ensino;
 Descrever o papel do tutor e do supervisor no processo de supervisão pedagógicas;
1.2. Metodologia

Para o desenvolvimento deste trabalho, foi realizada uma pesquisa qualitativa descritiva.
Sua formulação baseia-se em um levantamento bibliográfico, onde foram consultados livros,
artigos e revistas de fontes diversas (como a plataforma da internet, Google web). Estes materiais
foram de carácter Geográfico envolvendo estudos sobre o tema.

3
2. Contextualização

Segundo Alves (1985, p.25), Supervisão Educacional é vista “como um processo


dinâmico que garante parâmetros para a relação ensino-aprendizagem que se realiza a escola”.

Com nas ideias do autor acima e ciente da necessidade de uma acção educativa pronta a
responder aos anseios da comunidade educativa e da sociedade moçambicana em geral,
identificou-se neste trabalho a Escola Primaria completa Acordos de Lusaka onde foram descritos
aspectos relacionados com o tema em estudo «supervisão das práticas pedagógica».

No entanto, a supervisão pedagógica na Escola Primaria completa Acordos de Lusaka, é


feita uma vez por cada trimestre, totalizando três por ano. Onde, o supervisor cria condições para
que os educadores que ali trabalham possam rever a sua actuação; não só constatar que a escola
vai mal, mas principalmente perceber o seu papel neste contexto e o que fazer para melhorar a
situação.

Nérici (1974, p. 29), afirma que Supervisão Escolar é a “visão sobre todo o processo
educativo, para que a escola possa alcançar os objetivos da educação e os objetivos específicos da
própria escola”. Identificar uma escola primária completa e faça a descrição das diferentes formas
de supervisão das práticas pedagógica usadas na escola, tomando em consideração os seguintes
aspectos: Segundo Saviani (2003, p. 26), a função de Supervisor Escolar surge: “ quando se quer
emprestar à figura do inspetor um papel predominantemente de orientação pedagógica e de
estímulo à competência técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar punições

2.1. Actores envolvidos na supervisão e as principais áreas de intervenção

De acordo com Nérici (1978, p. 64), As relações humanas fundamentalmente, devem


perseguir a valorização da criatura humana e o respeito a ela Em tempos modernos, o papel do
supervisor escolar é o de propiciar que as relações sociais entre ele e o docente, sejam
fundamentais para a evolução e melhoria do processo ensino-aprendizagem dos alunos. Em suma,
a supervisão escolar é uma profissão que requer constantemente o contato com as pessoas. Nesse
sentido, é fundamental as boas relações entre todos os envolvidos no processo.

Diante das diversas ações emergentes da vida escolar, a relação entre o supervisor e o
professor acaba sendo debilitada, fazendo com que o tempo para ambos repensar e analisar as

4
práticas pedagógicas acabe sendo insuficiente para alcançar a qualidade de aprendizagem
desejada.

Melo (2005, p. 28). As limitações de aproximação entre o supervisor e o corpo docente


acarretam certas tensões, frustrações, desconfianças, as quais prejudicam a comunicação entre os
mesmos. Desta forma, a presença do supervisor acaba se tornando um incômodo e o professor
passa a não ter confiança e liberdade para dividir com ele suas preocupações, anseios,
dificuldades ou progressos. Portanto, fazem parte do grupo dos actores da supervisão pedagógica,
desde director pedagógico até os agentes profissionais.

2.2. Conceitos básicos sobre supervisão pedagógica

Supervisão é o serviço de assessoramento de todas as actividades que tenham influência


no processo de ensino - aprendizagem, visando o seu melhor planeamento, coordenação e
execução; para que mais eficientemente sejam atendidas as necessidades e aspirações do
educando e da comunidade, bem como mais plenamente sejam efectivos os objectivos gerais da
educação e os objectivos da escola (Nerice; 1990: 28).

Supervisão pedagógica é uma actuação de monitorização sistemática da prática


pedagógica, sobretudo, através de procedimentos de reflexão e de experimentação (MINED,
2003:15). Com base na definição acima, é lógico afirmar que o objecto da supervisão é
fundamentalmente a prática pedagógica e melhoria da profissão do professor. Por esta razão toda
a supervisão intervém em todos os âmbitos do funcionamento da escola propondo soluções em
coordenação com os principais actores da prática educativa.

Supervisão pedagógica é o processo em que um professor, em princípio mais experiente e


mais informado, orienta um outro professor ou candidato a professor no seu desenvolvimento
humano e profissional (Alarcão e Tavares, 2003: 16). A definição acima apresentada está na
perspectiva do nosso tema ao abordar a supervisão pedagógica como uma actividade em que um
professor experiente acompanha um professor principiante no processo de ensino –
aprendizagem.

5
2.3. Conceito das Práticas Pedagógicas

Desde essa perspectiva, a prática pedagógica pode ser pensada assim como expressa Fernandes
(1999, p.159): prática intencional de ensino e aprendizagem não reduzida à questão didática ou às
metodologias de estudar e de aprender, mas articulada à educação como prática social e ao
conhecimento como produção histórica e social, datada e situada, numa relação dialética entre
prática-teoria, conteúdo-forma e perspectivas interdisciplinares.

Conforme salienta Rios (2008), o que deve guiar um ato pedagógico voltado para o bem, para a
transformação social: é o comprometimento ético. Tal comprometimento implica orientar a ação
pedagógica pelos princípios do respeito, da justiça, da solidariedade, que são promotores do
diálogo.

2.4. Importância da supervisão pedagógica para o ensino;

Esta posição vem potenciar a perspectiva de análise e insere-se no âmbito da supervisão


pedagógica ligada aos professores nas suas atividades desde nas classes iniciais e para mais
experiência. «Supervisão é pertinente porque visa acompanhar os serviços de assessoramento de
todas as actividades que tenham influência no processo de ensino - aprendizagem, visando o seu
melhor planeamento, coordenação e execução; para que mais eficientemente sejam atendidas as
necessidades e aspirações do educando e da comunidade, bem como mais plenamente sejam
efectivos os objectivos gerais da educação e os objectivos da Escola» (Nerice; 1990: 28).

2.5. Actividades desenvolvidas na supervisão pedagógica

De acordo com Formosinho (2002; 24) a supervisão pedagógica influencia no crescimento e


desenvolvimento de todos os membros da organização escolar, aumentando a sua capacidade de
aprendizagem e o seu potencial de eficácia em tarefas individuais e esforços colaborativos.
Dentre as várias funções da supervisão pedagógica destacam-se: O melhoramento da prática,
desenvolvimento do potencial de aprendizagem do educador e promoção da capacidade da
organização em criar ambientes de trabalho auto-renováveis.

1. Melhoramento da prática: a aplicação de métodos que envolvem os professores no


decurso da supervisão tem um impacto forte no aumento da sua motivação para
aprendizagem de novas formas de trabalhar. O melhoramento da prática docente tem

6
implicação directa na mudança positiva das formas de aprendizagem dos alunos e a
consequente melhoria do seu rendimento escolar. Ademais o melhoramento da prática
alavanca o desenvolvimento profissional do professor no que tange à investigação de
novas formas de mediar às aulas e de ir ao encontro das necessidades reais dos alunos na
escola e na sala de aula em particular.
2. Desenvolvimento do potencial de aprendizagem do educador: a supervisão que
direcciona o professor a uma aprendizagem contínua incorpora estratégias que geram uma
atitude positiva na procura, superação de novos desafios na arena educacional e o
questionamento e reflexão profissionais durante a planificação, durante o ensino e depois
do ensino. Paralelamente ao questionamento e à reflexão constrói-se significativamente a
análise de acontecimentos que estão intimamente ligados ao ensino.
3. Promoção da capacidade de auto-renovação da organização: a escola deve
desenvolver-se com vista a atingir uma auto – renovação. A auto – renovação passa
necessariamente pela providência de condições que possam conferir maior
responsabilização de professores e demais funcionários da escola. ALGYRIS citado por
Formosinho (2002; 26) afirma que os ambientes de trabalho organizacionais que sejam
controladores, burocráticos ou hierarquizados reduzem o comportamento dos profissionais
a comportamentos infantis, tais como passividade, dependência, subordinação, falta de
auto - controlo e auto-consciência.

2.6. O papel do tutor e do supervisor no processo de supervisão pedagógicas;

A educação escolar desempenha um papel importantíssimo na construção do aprendizado.


É um lugar onde se aprende conteúdos curriculares, bem como objetiva a formação de cidadãos.
Para que essa educação seja ofertada, é necessário ter o empenho de toda equipe do ambiente
escolar. Ou seja: professor, aluno, supervisor, coordenador pedagógico e outros membros da
instituição.

O Supervisor pedagogo está inserido no Corpo de Docentes e tem a particularidade do seu


trabalho definido pela coordenadoria das práticas pedagógicas, a melhoria e o estímulo de
possibilidade coletiva de estudo.

7
Alarcão (2001, p. 35) destaca o supervisor como um líder, definindo o objeto da
supervisão como: “O desenvolvimento qualitativo da organização escolar e dos que nela realizam
seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa por meio de aprendizagens
individuais e coletivas, incluindo a formação de novos agentes”.

De acordo com Przybylski (1985, p. 18) Supervisão escolar é o processo que tem por
objetivo prestar ajuda técnica no planejamento, desenvolvimento e avaliação das atividades
educacionais em nível de sistema ou unidade escolar, tendo em vista o resultado das ações
pedagógicas, o melhor desempenho e o aprimoramento permanente do pessoal envolvido na
situação ensino-aprendizagem. A função do Supervisor Educacional está interligada a gestão
escolar como um todo, buscando junto ao docente minimizar os problemas de ensino-
aprendizagem. Trazendo equilíbrio ao ambiente da escola.

Para Medina (2002, p. 51), para que tudo seja possível, é indispensável à ação de um
profissional que, além de possuir competência teórica, técnica humana, disponha de tempo
necessário para tornar possível a relação entre vivências dos alunos fora da escola e o trabalho do
ensinar e aprender na escola. Esse profissional é o supervisor que define sua função pedagógica
quando contribui para a melhoria do processo de ensinar e aprender por meios de ações que
articulam as demandas dos professores com os conteúdos e as disciplinas.

O Supervisor da Educação precisa desempenhar sua função de maneira crítica e


participativa. Trabalhando de maneira articulada com todos que fazem parte do ambiente escolar.
Para que a escola atinja bons resultados no processo ensino- aprendizagem, são necessários
planejamento, avaliação e aperfeiçoamento das práticas pedagógicas por parte do Supervisor
Educacional. Seu trabalho é de grande importância para o crescimento e desenvolvimento do
processo de ensino-aprendizagem dentro da instituição escolar. Ele é um articulador de ideias e
projetos junto com toda comunidade escolar. Planejando, coordenando, acompanhando e
avaliando todas as atividades pedagógicas, visando à qualidade e o aprendizado dos alunos.

De acordo com Ferreira (2010 p. 237-238), como prática educativa ou como função, a
supervisão educacional, independentemente de formação específica em uma habilitação no curso
de Pedagogia, constitui-se num trabalho escolar que tem o compromisso de garantir a qualidade

8
do ensino, da educação, da formação humana. Seu compromisso é a garantia de qualidade da
formação humana que se processa nas instituições escolares, no sistema educacional brasileiro.

A Supervisão Educacional estabelece um aprendizado profissional no desenvolvimento do


aluno, colaborando para a constituição de sua cidadania e aptidão para o mundo do trabalho. “Seu
compromisso, em última instância, é a garantia de qualidade da formação humana que se processa
nas instituições escolares, no sistema educacional brasileiro, na atual conjuntura mundial”
(Ferreira, 2001, p. 93).

Segundo Maio, Silva e Loureiro (2010), a supervisão escolar, é consolidada em quatro


eixos, sendo: a orientação, que tem a função de conceder e problematizar; o acompanhamento,
que tem a função de observar e refletir; a liderança, que tem a função de decidir e comunicar e a
avaliação, que tem a função de intervir e avaliar. É de grande relevância o entrosamento entre o
docente e o Supervisor Educacional, pois ambos devem trabalhar como equipe, tendo o olhar
voltado ao ensino-aprendizagem dos alunos.

Como afirmam Maio; Silva; Loureiro (2010): é o trabalho do professor (…) que dá
sentido ao trabalho do supervisor no interior da escola. O trabalho do professor abre o espaço e
indica o objeto da ação/reflexão, ou de reflexão/ação para o desenvolvimento da ação
supervisora. Dessa forma, podemos constatar que a ação do supervisor está longe de uma função
mecanizada e baseada numa rotina burocrática, como acontecia há décadas atrás, uma vez que, na
atualidade, se torna necessário e se espera que o mesmo desenvolva ações baseadas na reflexão
sobre o processo pedagógico, onde o professor se torna o principal instrumento dessa reflexão e
não um agente a ser controlado no interior das escolas, que aplique de forma rotineira e
prescritiva as orientações do supervisor. (2010, p. 38).

Segundo Medina (2008, p. 21): “O supervisor não é mais aquele sujeito que possui um
“super-poder” de assessorar, acompanhar, controlar e avaliar o trabalho que os professores
realizam nas escolas, mas aquele que constrói com os professores seu trabalho diário”. O
Supervisor da Educação deve acompanhar e estar ao lado do professor desde o planejamento até a
aprendizagem dos alunos, pois ele observa o que o professor não vê. Seu trabalho está
diretamente ligado ao professor e consequentemente ao aluno.

9
O papel do Supervisor Educacional frente ao ensino nos anos iniciais é dar assistência aos
professores de maneira positiva, motivando-os na melhoria do processo de ensino-aprendizagem
de seus alunos fazendo um trabalho de forma satisfatória. O Supervisor Educacional deve
contribuir com a formação contínua dos docentes, visando um trabalho pedagógico voltado para
as necessidades dos alunos, onde o objetivo é a melhoria do ensino-aprendizagem.

2.7. Diferença entre a supervisão pedagógica da supervisão de aula

O processo de supervisão caracterizar-se-á, segundo Sá-Chaves (2011), por “uma relação


entre um formador e um elemento em formação, relação essa cuja natureza substantiva se
constitui num corpo de saberes que, nessa relação, se (trans)accionam” (p.40).
Assim, o processo de supervisão não se resume a uma mera modificação dos
comportamentos ou à transmissão dos conhecimentos, de procedimentos ou de atitudes, mas
proporciona condições de desenvolvimento pessoal e implementa estratégias que conduzem a
uma maior eficácia do professor através da ativação do seu desenvolvimento profissional. (Ralha-
Simões & Simões, 1990, pp. 180-181).
Desta forma é essencial apresentar a evolução do significado da supervisão pedagógica.
Toda a atividade docente integra uma relação pedagógica em sala de aula, havendo uma interação
entre professor/aluno, enquadrando-se a supervisão pedagógica numa escola como organização
aprendente, considerando-a como peça fundamental na gestão escolar.
Numa escola entendida como organização aprendente, conceito desenvolvido por Senge
(2005), equivalente ao conceito de escola reflexiva, largamente explanado por Alarcão (2002), o
desenvolvimento organizacional e o desenvolvimento profissional devem caminhar a par. Senge
(2005, citando Bolívar, 1997) define organizações que aprendem como:
Organizações onde os indivíduos expandem continuamente a sua aptidão para criar os
resultados que desejam, onde se criam novos e expansivos padrões de pensamento, onde a
aspiração colectiva fica em liberdade, e onde os indivíduos aprendem continuamente a aprender
em conjunto (pp. 83-84).
Ao reavaliar o conceito de supervisão Alarcão (2002, p. 154) determina o seu objeto como
sendo a dinamização e o acompanhamento do desenvolvimento qualitativo da organização e dos
que nela realizam o seu trabalho de estudar, ensinar ou apoiar a função educativa através de
aprendizagens individuais e coletivas. Neste sentido, confere ao supervisor a competência de

10
facilitar, liderar ou dinamizar, de acordo com cada caso em particular, comunidade(s) de
aprendentes, alargada(s) a toda a comunidade educativa: afinal a escola autónoma, é a da
participação e responsabilidade de todos que a compõem.
Segundo Gaspar et al. (2012, p. 31), ensinar os professores a ensinar deve ser o objetivo
principal de toda a supervisão pedagógica, devendo a mesma ser levada a cabo por professores
com experiência e competência, com vista à promoção do desenvolvimento profissional dos
professores. Toda a supervisão, segundo Vieira (1993, referida em Gaspar et. al., 2012, p. 32), é
entendida como uma ação de monitorização sistemática da prática pedagógica sobretudo através
de procedimentos de reflexão e de experimentação.
Toda a supervisão pedagógica apresenta uma relação com a avaliação de professores. As
suas finalidades, segundo Gaspar et al. (2012), “ deverão prender-se com a melhoria dos
resultados escolares, a compreensão das realidades com vista ao seu aperfeiçoamento e o sentido
formativo, para o desenvolvimento profissional” (p. 32).
Segundo Alarcão (2001, p. 18), a supervisão tem vindo a ser preconizada como uma
supervisão de matriz essencialmente “reflexiva, horizontal, colaborativa ou de auto-supervisão,
inscrita numa tendência de desenvolvimento profissional e colaboração”.
Alarcão e Tavares (2003, p. 31) acrescentam que “a supervisão da prática pedagógica vem
após o conhecimento e a observação e assenta numa relação dialética entre a teoria e a prática”. A
teoria informa a prática pedagógica e esta, por sua vez, orienta os quadros teóricos porque exige
um aprofundamento cada vez maior e uma observação cada vez mais cuidada.
A abordagem reflexiva tem sido defendida como forma de melhoria do processo de
supervisão e consequente desenvolvimento profissional. Toda a reflexão exige conhecimento dos
contextos pretendendo a compreensão e a construção de respostas aos desafios atuais.
A abordagem reflexiva, de natureza construtivista, assenta na consciência da
imprevisibilidade dos contextos de ação profissional e na compreensão da atividade profissional
como atuação inteligente e flexível situada e reativa.
De acordo com Gaspar et. al. (2012, p. 33), toda a prática reflexiva é uma condição
necessária para enfrentar a complexidade, que caracteriza a escola atual permitindo transformar o
mal-estar, a revolta ou o desânimo em problemas a ponderar e eventualmente a solucionar. Desta
forma, a reflexão na ação e sobre a ação pode ocorrer de forma solitária na medida em que o
professor tem a responsabilidade de ser o seu próprio supervisor.
11
De acordo com esta linha de pensamento, supervisão é um contributo para a melhoria não
apenas do desempenho profissional de indivíduos, mas também do desenvolvimento qualitativo
da escola, estimulando o potencial de cada um para o desenvolvimento coletivo da escola
enquanto organização, com vista ao cumprimento dos seus objetivos e melhorando-a na sua
globalidade. Desta forma, a escola é uma instituição aprendente, um espaço reflexivo, construído
a partir da investigação-ação, de forma a ser um local de aprendizagem e onde se constrói o
conhecimento sobre a ação.
Assim sendo, a supervisão assume contornos colaborativos, na medida em que a melhoria
da escola cabe a uma equipa e não a indivíduos singulares. Em suma, a prática reflexa é
necessária para auxiliar o supervisor a reconhecer as implicações políticas e ideológicas da sua
atividade profissional. Mintzberg (1995, citando Alarcão & Tavares, 2003, p. 44) refere que “ a
supervisão implica uma visão de qualidade, inteligente, responsável, livre, experiencial,
acolhedora, empática, serena e envolvente de quem vê o que se passou, o que se passa durante e o
que se passará depois”.
A supervisão pedagógica deve ser vista como um conjunto de saberes interligados e
organizados num todo complexo que procura encontrar formas e definir estratégias para tornar
esse saber acessível ao aprendente, sendo fundamental compreender as condicionantes e os
contextos mais globais que influenciam as práticas educativas (Gaspar et. al,. 2012, p. 35).
A supervisão da ação na supervisão pedagógica tem três vertentes, segundo Rangel (2001,
citando Gaspar et al., 2012, p. 36), sendo elas: pedagógica, administrativa e de inspeção.
Wallace (1991, citado por Vieira, 1993), distingue duas formas de perspetivar os papéis do
supervisor: a forma prescritiva e a forma colaborativa de exercer o papel de supervisor. A forma
prescritiva preconiza-o como uma autoridade única e cuja função é emitir um juízo de valor sobre
a atuação do professor; a forma colaborativa pressupõe uma visão do papel do supervisor numa
lógica de colegialidade. Isto é, como um colega com experiência e saberes na área, e que esteja
recetivo a todas as dúvidas e questões colocadas pelo professor que orienta, coresponsabilizando-
o pelas suas opções, ajudando-o a desenvolver-se para a autonomia, através da prática sistemática
da reflexão e da introspeção.

12
3. Conclusão

O presente trabalho teve como objetivo compreender a supervisão das práticas


pedagógicas e sua importância e contribuição no processo ensino-aprendizagem nos anos iniciais
tendo como ponto de referência «Escola Primária Completa Acordos de Lusaka-Quelimane».
Salientar que a supervisão pedagógica segundo a perspectiva do autor deste trabalho constitui um
processo de acompanhamento de professores tendo como pontos fundamentais o
desenvolvimento das potencialidades e minimização ou extinção de problemas enfrentados
durante a sua acção educativa na escola e na sala de aulas. O supervisor educacional tem uma
função importantíssima dentro da escola. Auxiliando os professores no que diz respeito a
confronto do cotidiano escolar. Tendo sempre um olhar observador.

Acompanhando os docentes no desenvolvimento de suas acções. Para garantia de êxito na


metodologia ensino-aprendizagem nos anos iniciais, é necessário que os docentes tenham suporte
para desenvolver o seu trabalho de forma colectiva e colaborativa junto ao Supervisor
Educacional. É necessário que este promova e possibilite um trabalho que garanta a qualidade do
ensino, incentivando e motivando todo o ambiente escolar. Objetivando a satisfação com a
educação dos quais os docentes e os alunos são parte.

13
4. Referências bibliográficas
Alarcão. Isabel, (2001). Do olhar superviso ao olhar sobre a supervisão. In: RAGEL, Mary (org).
Supervisão Pedagógica: Princípio e Práticas. 11 ed. Campinas: Papirus.

Alves, Nilda, (1985). (coord.) Educação & Supervisão: o trabalho coletivo na escola. 2ª. Edição.
São Paulo: Cortez.

Fernandes, Cleoni, (2008. p.145-165). À procura da senha da vida-de-senha a aula dialógica. In:
Veiga, Ilma Passos Alencastro (Org.). Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas:
Papirus

Ferreira, N. S. C, (2001). Supervisão Educacional: novas exigências, novos conceitos, novos


significados. In: RANGEL, M. (org.) Supervisão Pedagógica: princípios e práticas. Campinas:
São Paulo.

Ferreira, N. S. C, (2010). (Org). Supervisão Educacional para uma Escola de Qualidade. São
Paulo: Cortez.

Libâneo, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos para quê. 6ª edição. São Paulo: Cortez, 2002.

Maio, N.; SILVA. H. S.; Loureiro, A, (2010). A supervisão: Funções e Competências do


Supervisor. Eduser: revista de educação, v. 2, n. 1. Disponível em:
https://www.eduser.ipb.pt/index.php/eduser/article/view/19. Acesso em 16 jun. 2020.

Medina, Antonia da Silva, (2002). Supervisão Escolar. Porto Alegre: AGE.

Melo, F, (2005. p. 95-108). Desenvolvendo competências para a gestão escolar: os implícitos nas
relações diretor ou supervisor ou professor. Revista: Evidência - pesquisa e saberes em
educação, Araxá..

Przybylski, E, (1985). O supervisor escolar em ação. Porto Alegre: Sagra

Rios, Terezinha, (2008). A dimensão ética da aula ou o que nós fazemos com eles. In: VEIGA,
Ilma Passos Alencastro (Org.). Aula: gênese, dimensões, princípios e práticas. Campinas:
Papirus.

14

Você também pode gostar

pFad - Phonifier reborn

Pfad - The Proxy pFad of © 2024 Garber Painting. All rights reserved.

Note: This service is not intended for secure transactions such as banking, social media, email, or purchasing. Use at your own risk. We assume no liability whatsoever for broken pages.


Alternative Proxies:

Alternative Proxy

pFad Proxy

pFad v3 Proxy

pFad v4 Proxy