O Mago e Seus Símbolos - Clube Do Tarô - Tarot
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De acordo com o Tarô do ocultista britânico e criador da Lei de Thelema, Aleister Crowley
(1875-1947), a carta O Mago possui alguns elementos distintivos: o símbolo do infinito sobre
sua cabeça; o caduceu de Hermes (mitologia grega) ou Mercúrio (mitologia romana) – o
mensageiro dos deuses; o bastão com as extremidades arredondadas, indicando a energia
emitida, “o que se ligava provavelmente à polaridade dupla da eletricidade” (CROWLEY,
1944); a baqueta (criação); a taça (preservação), a adaga (destruição); moeda (redenção), o
papiro e o estilo. De acordo com o dicionário Caldas Aulete, estilo é o “ponteiro ou haste
metálica com que os antigos escreviam em tábuas enceradas, aguçado em uma das
extremidades (para escrever), e achatado na outra (para corrigir ou apagar)”, uma espécie
de lápis-borracha.
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Assim, nestes versos, temos um professor oferecendo uma opção de escolha para o aluno:
este tem as “velhas tradições” ao seu alcance, mas também tem a oportunidade de optar por
uma nova forma de pensamento, de uma nova mentalidade e não se basear apenas em
pensamentos preestabelecidos e tradicionais. E o professor finaliza “Eu aprendi algumas
coisas enquanto viajei através dos anos / Através da porta da eternidade...”, ou seja, viajou
através das eras, totalizando O Grande Ciclo (aproximadamente 26 mil anos). Nessa visão, o
professor teria tido tempo suficiente para aprender e passar esse aprendizado para essa
pessoa a quem ele se dirige.
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Ainda nesta estrofe o professor/Mago questiona: “Eu pareço familiar pra você agora? / Pois
tenho estado por perto e estou contente de ter te encontrado...”. Ao dizer isso ele reforça a
ideia contida na primeira estrofe com o verso “Você estava perdido, mas eu te encontrei, e a
escolha é sua do que fazer”. É como se eles já se conhecessem “espiritualmente”, mas
somente agora o encontro físico aconteceu. Quando o professor diz que a “escolha” é do
aluno, isso não é de fato verdadeiro, pois se lembrarmos de algumas características do Mago,
como artifício, astúcia, engano, veremos que ele dá ao aluno uma falsa ideia de sua liberdade
para fazer o que achar melhor para si, e com isso diz em tom de amizade que está contente
por encontrá-lo, quando na verdade ele quer que esse aluno simplesmente o obedeça.
Para mais informações acesse:
www.letras.mus.br/bruce-dickinson/10815/traducao.html
www.pt.wikipedia.org/wiki/Era_de_Aquarius
www.brazilsite.com.br/mistiscismo/astrologia/ocidental/astro03_01.htm
www.sites.google.com/site/fisiklain/home/5/eras-astrologicas-e-movimentos-da-terra
www.pensandoceu.com.br/2013/07/astrologicas-e-nova-era-astrologia-na.html#.U8b44PldWDk
www.clubedotaro.com.br/site/h22_4_crowley_colins.asp.
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Fogo no altar
Ilustração no Google Search
O Ilusionista, de Hieronymus Bosch (1453-1516). Runas de Odin. Dança sagrada. Leitura de Tarô.
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Nos versos “Chuto areia no rosto de Satã, vou colocar Jesus em seu lugar / Sacerdotes ou
padres, é tudo a mesma coisa / Mago é o meu nome”, o Mago deixa clara a sua posição e o
seu papel: é dele a decisão de quem vai ocupar o lugar de liderança, aqui ele assume seu
papel de domínio sobre as escolhas e, neste caso, deixa claro que não importa a ocupação do
sacerdote, seja ele um padre ou qualquer outro representante religioso, ou mesmo Jesus,
pois ele é o próprio Mago e deve tomar seu posto na liderança. Ao chutar areia no rosto de
Satã, O Mago deixa claro que é ele quem deve governar e não Satã, pois o ato de chutar a
areia no rosto pode ser entendido como sinal de vitória sobre alguma questão de disputa.
Significa deixar o derrotado comendo a poeira do chão.
E no último verso temos a “transformação” do professor no próprio Mago, aquele que detém a
sabedoria, a palavra, do logos, o poder. Eis O Mago do título da letra, que se coloca de
maneira mais incisiva. O Mago, então, reitera sua posição de domínio e poder, como veremos
a seguir no que chamaremos neste estudo de refrão 2: “Ooh-oh, oh-oh, Mago é o meu nome
/ Ooh-oh-oh, oh-oh, Mago é o meu nome / Ooh-oh-oh, oh-oh, Mago é o meu nome / Ooh-oh,
e a mágica é o meu jogo”. O professor do início, da letra da música se intitula O Mago e é ele
quem controla e comanda a situação em que se encontra, e completa que a Mágica é o seu
jogo.
O termo Magick foi criado por Aleister Crowley “para diferenciar a sua filosofia mágica dos
espetáculos ilusionistas circenses, uma vez que no inglês moderno não existe distinção para
‘magia’ e ‘mágica’, além de fazê-lo sob uma ótica cabalística”. Nesta concepção, a mola
propulsora da Magick é Vontade. A Magick nos coloca em harmonia com o próximo.
De acordo com o site www.ocultura.org.br/index.php/Magick, “Magick é a Ciência e a Arte de causar
mudanças de acordo com a Vontade”. Com esta definição confirmamos umas das
interpretações para a carta O Mago: a ele pertence o domínio, o poder. O Mago é o senhor da
Vontade e da Palavra. É ele quem coloca toda a sua Vontade perante qualquer situação, é ele
quem decide o que e como deverá ser feito. E é isso o que O Mago da composição de
Dickinson Roy Z afirma de forma insistente: “Mago é meu nome”, seguido de “Mágica é o meu
jogo”.
Na terceira estrofe, “Agora que te conheço e você me conhece, temos segredos que podemos
dividir / Podemos construir um novo amanhã a partir do lixo do passado / E não será a última
vez, e estou contente por ter te encontrado”, O Mago confirma sua relação de proximidade
com a pessoa para a qual se dirige: eles não apenas conhecem um ao outro de fato, como
também compartilham segredos.
Ambos podem “construir o novo amanhã”, aprendendo com os erros do passado, isto é, “o
lixo do passado, abandonando as ideias da Velha Era/Era de Peixes para criar um “novo
mundo”, uma nova mentalidade proporcionada pelo movimento da Nova Era, cujas principais
características seriam a igualdade, a fraternidade universal e o desenvolvimento espiritual,
intelectual e tecnológico. Enfim, o Mago considera-se feliz por estabelecer essa ligação com a
pessoa a quem ele se dirige.
Dickinson e Roy repetem o primeiro e o segundo refrões, concluindo o monólogo realizado
pelo Mago.
Em relação aos elementos presentes na carta O Mago, temos que o caduceu é o emblema de
Hermes/Mercúrio. Está relacionado, do ponto de vista esotérico, com o caminho da iniciação.
No caduceu estão enroladas duas serpentes e na parte superior existem duas asas. As
serpentes entrelaçadas “representam o número 8, símbolo do equilíbrio entre as forças
antagônicas”. O caduceu também simboliza o movimento cósmico eterno e infinito. O símbolo
do infinito pode representar ainda a eternidade, a duração de todas as eras astrológicas. O
estilo e o papiro, por sua vez, podem estar relacionados tanto com o ofício de professor
quanto com o próprio registro feito pelo alquimista em relação às suas experiências. Os
demais elementos que aparecem na carta O Mago – a baqueta, a taça, a adaga e a moeda –,
por sua vez, representam os naipes dos baralhos que conhecemos atualmente: paus, copas,
espadas e ouros, respectivamente.
Tomando um a um de forma isolada, temos a baqueta que e assemelha à vara mágica usado
em cerimoniais religiosos ou pelo próprio Mago; é também o bastão de comando, o
instrumento de criação. Representa ainda, em relação ao professor, o intelecto, a cultura. A
taça tem relação com o intelecto, a inteligência do professor, ou ainda, como o caráter místico
dos rituais de forma geral, realizados pelo Mago. A adaga e a moeda também estão
simbolicamente relacionadas com a inteligência e as qualidades intelectuais e filosóficas do
professor; com o estudo, o esforço e a dedicação para adquirir conhecimento e inteligência
prática.
Em termos alquímicos, poderíamos dizer, ainda, que os elementos baqueta, taça, adaga e
moeda simbolizam os instrumentos utilizados para se alcançar a Grande Obra, pois com a
baqueta, o alquimista – ou peregrino – cria; com a taça ele retém e mistura os elementos
necessários para a obtenção da Pedra Filosofal, o Elixir da Vida Longa e a Panaceia Universal;
a adaga simbolizaria a divisão, a separação dos elementos utilizados (como enxofre, mercúrio
e sal, os elementos primordiais), e com o papiro e o estilo o alquimista registra suas
impressões, valendo-se de uma linguagem alegórica e hermética, utilizada para confundir
propositalmente ou desnortear os não iniciados na Alquimia.
Para mais informações, acesse:
http://www.clubedotaro.com.br/site/n43_3_quatro_naipes.asp
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Referências:
CHEVALIER, Jean; GHEERBRANT, Alain. Dicionário de Símbolos: mitos, costumes, gestos, formas, figuras,
cores, números. 24ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009 (verbetes fogo e água).
CROWLEY, Aleister. O livro de Thoth: um curto ensaio sobre o tarô dos egípcios. 1944.
RESSETTI, R. Roney. A alquimia. Veja em: www.veele.files.wordpress.com/2009/07/a-alquimia.pdf
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