Apre-Sen - Tação: Atila Regiani
Apre-Sen - Tação: Atila Regiani
Apre-Sen - Tação: Atila Regiani
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Atila Regiani
apre-
sen-
tação
2017
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Atila Regiani
apre-
sen-
tação
2017
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Universidade de Brasília - UnB
Instituto de Artes - IDA
Departamento de Artes Visuais - VIS
Programa de Pós-Graduação em Arte -
PPG-ARTE
Atila Regiani
Museus Utópicos
Curadorias Poéticas
Brasília-DF
2017
Atila Regiani
Museus Utópicos
Curadorias Poéticas
Área de concentração:
Arte Contemporânea
Linha de Pesquisa: Te-
oria e História da Arte
Orientadora
Profa. Dra.
Grace Maria Machado de Freitas
Brasília-DF
2017
TESE E PRODUÇÃO IMAGÉTICA DE DOU-
TORADO EM ARTE APRESENTADA AOS
PROFESSORES:
_________________________________
Professora Dra. Grace Maria Macha-
do de Freitas (VIS/UnB)
ORIENTADORA
_________________________________
Professor Dr. Biagio D’Angelo (VIS/UnB)
MEMBRO INTERNO
_________________________________
Professor Dr. Hilan Nissior Bensusan (FIL/UnB)
MEMBRO EXTERNO
_________________________________
Professor Dr. Walter Romero Menon jr. (FIL/UFPR)
MEMBRO EXTERNO
Para Ruth,
Minha parceira de vida e
de aventuras
agradecimentos
Agradeço
a minha orientadora,
a Professora Doutora 15
Grace Freitas com quem
desenvolvi uma amizade,
muito mais profunda que
a orientação.
Às problemáticas da cura-
doria se somam a geografia dos
museus, sua distribuição e sua afir-
mação. Inicialmente pensando o
museu a partir de Brasília-DF, Jua-
zeiro do Norte-CE ou Florianó-
24 polis-SC, lugares sem instituições
fortes, passando por São Paulo-SP
e Porto Alegre-RS, cidades com
instituições mais presentes, depois
por viagens para a Europa, com os
museus que definem a ideia de mu-
seu, se delineia, assim, um mapa das
exclusões. Outras visitas foram fei-
tas em diversas cidades como Belo
Horizonte – MG, Recife – PE, For-
taleza – CE, Salvador – BA , Cida-
de do México, Lima, Buenos Aires,
Córdoba, Nova Délhi, Joanesburgo
e Cidade do Cabo. A conexão entre
espaços tão distantes e tão diversos
trouxe a percepção da problemáti-
ca do circuito das artes como rede,
como espaço político e como po-
der econômico. O que transforma
esta pesquisa na discussão sobre
os museus a partir de lugares sem
museus, cuja existência se conver-
te na busca por alternativas para as
instituições e suas determinações e
25
centralidade.
39
40
Não acredito que a pesqui- 41
sa seja biográfica, mas que ela se
imiscui com avida, no sentido pro-
posto pela arte conceitual e o neo-
concretismo. O que torna a escrita
da tese um processo complexo que
não se separa das experiências que
vivi desde que comecei a pensar so-
bre este tema, ainda na graduação
(2004). O projeto de doutorado se
iniciou em uma viagem que fiz nas
férias de 2009, fui à Porto Alegre e
retornei a Brasília passado por São
Paulo. Na capital gaúcha, enquanto
passeava pelos sebos da cidade na
companhia de um casal de amigos,
Michel Zózimo e Fernanda Gassen
e da minha esposa, Ruth Sousa, en-
contramos dois exemplares origi-
nais do Museu Imaginário de André
Malraux, eu comprei um e o Michel
o outro. Assombrado com a possi-
bilidade de haver outros espalhados
pela cidade dediquei algumas horas
dos dias seguintes a esta busca, e
42
encontrei mais um exemplar, este
mais recente.
46
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Atila Regiani
me-
mo-
rial
2017
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Atila Regiani
me-
mo-
rial
2017
4
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
memo-
rial
experiências
cultariais
PlayReplay
EmBreve...
Obra Inventário
Mu.Re.
11
Relatório sobre a intervenção ocorrida na ga-
leria CAL
16
Diversos artistas responderam ao e-mail, in-
cluíndo o pioneiro da arte-correio no Brasil, Paulo
Bruscky. A exposição passou a acontecer como uma
corrente de e-mail, circulando pelas caixas postais vir-
tuais dos contatos de todos que faziam parte de um
grupo pequeno, que incluía os três curadores e alguns
artistas e crescia exponencialmente conforme se pro-
longava. O e-mail circulava como um convite sempre
aberto e uma exposição sempre crescente. Assumia
o formato das correntes, constantes na internet, que
trazem mensagens positivas, solicitação de participa-
ção política, oferecendo serviços ou transmitindo ar-
quivos maliciosos (vírus) para quem os responde. A
exposição congrega a virtualidade de seu meio com a
virtualidade de seu acontecimento.
Entendendo que o espaço de circulação seria
este, já em uso com outras funções, assimila suas pro-
priedades e se distende pelas características do territó-
rio virtual. Nesse sentido se aproximava dos trabalhos
de arte correio ou algumas experimentações de circui-
to que ocorreram nas décadas de 1960 e 70. A apro-
ximação entre a exposição EmBreve e a arte correio
se dá pela compreensão da autonomia dos processos
de circulação como uma alternativa às demandas po-
líticas e econômicas das instituições. Os artistas que
participavam das diversas vertentes da arte correio
nas décadas de 1960 e 70 chamavam seu meio de
circulação postal de ‘rede’. Tem um número sempre
crescente de colaboradores, em um processo quase
sempre democrático e participativo. No caso de dois
exemplos, dentre as muitas práticas da arte correio, o
Postal Móvel e o Envelope em Circulação, as obras
transitam por diversos lugares do mundo, passam pe-
las mãos de várias pessoas e voltam para seus donos. 17
Paulo Bruscky analisa que “o correio é usado como
veículo, como meio e como fim, fazendo parte/sendo
a própria obra” (BRUSCKY, 2006, 375).
A exposição que propusemos se apresentava
como uma retomada do pensamento em fluxo, em
movimento da arte correio. Assimilava a velocidade
e a possibilidade de reprodução perpétua dos meios
digitais. Muitos trabalhos foram feitos em função do
convite, assimilando o espaço e o tempo de exposição.
Destaco a participação de Michel Zózimo, artista de
Porto Alegre, que reclama do tempo exíguo e propõe
que só poderá enviar os títulos nesse intervalo. Mari-
za Weber de Curitiba envia sua coleção de palavras,
Paulo Bruscky um poema sobre a exposição. Também
são inseridas as recusas, críticas, comentários e textos
críticos que surgiram espontaneamente no decorrer
da exposição. Renata Azambuja de Brasília e Athaíde
Rodrigues de Porto Alegre escrevem um comentário
sobre a exposição. Tony Camargo critica a proposta e
diz que desconfia de sua eficácia.
A exposição se dá por um processo incessante
e perpétuo de circulação, assimilando as característi-
cas de seu meio. Se projetando em um espaço e tempo
infinitos de troca de informação. Assimila também as
suas contradições e pluralidades. Em verdade, utiliza o
espaço e tempo virtual para pensar as arbitrariedades
e ficções impostas e autoimpostas pelo sistema das
artes.
18
EMBREVE um texto
pro.je.to
s. m. 1. Plano para a realização de um
ato: desígnio, intenção. 2. Redação pro-
visória de qualquer medida (estatuto, lei
etc.) 3. Constr. Plano geral de edifica-
ção.
pro.ces.so
20 s. m. 1. Ato de proceder ou de andar. 2.
Maneira de operar, resolver ou ensinar;
técnica. 3. Dir. Ação, demanda. 4. Dir.
Conjunto das peças que servem à instrução
do juízo; autos. 5. Conjunto dos papéis
relativos a um negócio. 6. Série de fe-
nômenos que apresentam certa unidade. 7.
Conjunto de atos por que se realiza uma
operação química, farmacêutica, indus-
trial etc. 8. Med. Conjunto de fenômenos
evolutivos de um estado mórbido.
E-MAIL ART
ARTE EM TRÂNSITO
ARTE DO MEU TEMPO, TENHO PRESSA 21
O AMANHÃ TECE HOJE
CONS/CIÊNCIA DO TEMPO
WORK IN PROGRESS
Paulo Bruscky, 2007.
--------------- Mensagem Original --------------
Assunto: Re: um pedido e um convite
De: “michel da Rocha”
Data: Seg, Junho 25, 2007 1:19 pm
Para: “atila ribeiro regiani”
------------------------------------------------
Para - Átila Ribeiro Regiani, Alice Vianna e De-
borah Bruel.
Antes de mais de nada, agradeço o convite para
participar deste projeto.
estou terminando uma série de trabalhos que po-
dem participar da exposição embreve.
acredito que amanhã, pela parte da manhã, terei
terminado.
deste modo, enviarei em breve para vocês.
entretanto, gostaria que vocês escolhessem ape-
nas um dos projetos que tenho.
pela distância e pela praticidade, minha e de
vocês, gostaria que tal escolha possa se articu-
lar
pelo título do trabalho.
22 portanto, segue abaixo uma pequena listagem dos
títulos e uma breve descrição:
LIVRO DE VENTO - (livro composto de 20 fotogra-
fias de vento - vento norte/ brisa/ vento de li-
toral, entre outros);
LIVRO DE INSTITUIÇÃO - (livro composto de pági-
nas roubadas de livros de presença de exposições
artísticas);
FAZER NÃO-MANUAL - (série de fotografias em que
pessoas fazem com os pés - aquilo que poderiam
fazer com as mãos)
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA - (série de desenhos que re-
tratam alguns acidentes domésticos);
MEDINDO A ALTURA QUE VAI DO CHÃO ATÉ O CÉU ( sé-
rie de fotografias);
CERTIDÃO DE BATISMO ( ação - venda de certifi-
cados de batismo da IGREJA SEM CRISTO -”onde o
aleijado não caminha, o cego não enxerga e o
que é morto assim permanece”)
aguardo retorno!
michel Zózimo
Em 26/07/07, Tony Camargo <tonycamargo@hotmail.
com > escreveu:
oi debora.
sinceramente...
o texto está muuuuuiiito confuso.
não entendi quase nada.
beijo.
Tony
24
PlayReplay
Artistas
Raquel Nava, Ruth Sousa, Fernanda
Mendonça, João Angelini, Matias Mon-
teiro, Luciana Ribeiro, Pollyanna Mor-
gana, Luciana Paiva, Neiliane Araújo,
Hireronimus do Vale, Allan de Lana,
Thomas Zefferin e o coletivo forma-
do por Pedro Sangeon, Luis Oliviere e
Adriana Cascaes.
31
1277 minutos de arte Efêmera
Artistas
Gregório Soares
e Thales Noor
37
Atopos diz respeito à falta de discurso, ao in-
classificável, estranho e imprevisto, sem ‘topos’. Uma
geografia do atopos se trata, portanto, de uma análise,
ainda sem discurso, de um espaço, sem espaço. De
uma busca pelas palavras inexistente para classifica-
ções impossíveis, em um espaço de fuga, um espaço
nômade. A própria classificação se torna o lugar de
crise da palavra indizível. O tatear do espaço ainda
sem nome se converte no exercício da cartografia, tal
qual era praticado em seus primórdios, como explo-
ração, descobrimento, fuga do estabelecido. Uma ex-
posição experimento, que se reordena em busca dos
espaços imprevistos, que incorpora a impossibilidade
como matéria prima.
curadoria
Atila Regiani e
Gregório Soares
47
ENTRE
Atila Regiani
Gregógio Soares
Manual de Sobrevivência de
Breves Utopias
Curadores:
Grace de Freitas e Atila Regiani
53
Dentro do Labirinto
67
I
III
Mu
.Re
.
ue
i o
q
at gi
p á
r
pl
IIII
Mu.
Re.
Mu.Re.
Museu
da Re-
mate-
riali-
zação
IIII
Mu.Re.
Capítulo 01
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Atila Regiani
2017
Neste capítulo discorro sobre o
Arquivo, sob a égide do pensa-
mento do filósofo francês
Michel Foucault (1926 - 1984):
“o sistema que governa a apari-
ção das enunciações”. A estru-
turação conceitual que localiza
teórica e politicamente as dis-
cussões da tese, mas também lhe
sugere uma metodologia. Me
amparo na abordagem desconstru-
tiva do Arquivo, via Jacques
Derrida (1930 - 2004), e a pro-
posição de arquivos descons-
truidos propriamente, pela in-
corporação dos processos de
montagem presentes na pesquisa
de Benjamin e Warburg. Também
indico a leitura fragmentária
das partes componentes da tese
pela análise que Mikhail Bakh-
tin (19895 - 1975) faz da poli-
fonia. Outra abordagem presente
nesta discussão é a dialética
entre o excesso e a falta do ar-
quivo, pela análise de Elisabe-
th Roudinesco, (1946 - ) um
conceito operatório frequente
na prática curatorial. Esta
base metodológica se aproxima
da minha própria prática cura-
torial, o que faz pensar a
construção da tese como a cons-
trução de uma curadoria.
capítulo
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
01
entre o delírio do dogma
e a exatidão estéril das ciências:
Atila Regiani
2017
4
entre o delírio do dogma e a
exatidão estéril das ciencias:
o arquivo como utopia
capítulo 01: Su-
má-
rio
Lista de figuras 7
1. entre o delírio do dogma e a exatidão es- 13
téril das ciencias: o arquivo como utopia
1.1.Entrando no Arquivo 16
1.1.1.Arquivos contemporâneos 40
1.1.2. Apagamentos 70
1.1.3. A tensão dialética entre
84
os excessos e as ausências
1.2. Toda paixão tende ao caos 116
1.2.1. O livro das Passagens 124
1.2.2. O Atlas Mnemosyne 142
1.2.3. Montagem e memória 158
1.3. Síntese 1 165
Notas 175
Referências 179
Lista
de fi-
guras
9
Figura 01: August Sander. Pasteleiro (1928, impresso em
1999). Fonte: http://www.tate.org.uk/art/artworks/san-
der-pastrycook-al00033
Figura 02: August Sander. Lutadores de Boxe (1929,
impresso em 1993). Fonte: http://www.tate.org.uk/sear-
ch?aid=5319&type=artwork&page=4
Figura 03: August Sander. Quebrador de Tijolos
(1928,impresso em 1990). Fonte: http://www.tate.org.uk/
search?aid=5319&type=artwork&page=4
Figura 04: August Sander. Circences (1926–32, impres-
so em 1990). Fonte: http://www.tate.org.uk/search?ai-
d=5319&type=artwork&page=4
Figura 05: August Sander. Procurador Publico (1931,
impresso em 1990). Fonte: http://www.tate.org.uk/sear-
ch?aid=5319&type=artwork&page=4
Figura 06: August Sander. Cegos (1930, impresso em
1990). Fonte: http://www.tate.org.uk/search?aid=5319&-
type=artwork&page=4
Figura 07: August Sander. Jovem National Socialista
(1941, impresso em 1990). Fonte: http://www.tate.org.uk/
search?aid=5319&type=artwork&page=4
Figura 08: Bernd Becher, Hilla Becher. Estruturas de
Casas (1959-73). Fonte: https://www.moma.org/collec-
tion/works/127884?locale=en
Figura 09: Bernd Becher e Hilla Becher. Caixa d’Água
(1972–2009). Fonte: https://www.vincentborrelli.com/
pages/books/112127/bernd-becher-banham-bernhard-
10 -and-hilla-weston-j-naef-reyner/bernd-and-hilla-becher-
-water-towers-first-printing
Figura 10, Figura 11, Figura 12: Edward Ruscha, Vinte
e Seis Postos de Gasolina (1963). Fonte: http://www.
tate.org.uk/about/projects/transforming-artist-books/
summaries/edward-ruscha-twentysix-gasoline-sta-
tions-1963
Figura 13: Thomas Hirschhorn, Restore Now (2006).
Fonte: http://inhotim.org.br/inhotim/arte-contempora-
nea/obras/restore-now/
Figura 14, Figura 15: Thomas Hirschhorn, Restore
Now (2006). Fonte: http://www.canalcontemporaneo.art.
br/arteemcirculacao/archives/000992.html
Figura 16: Thomas Hirschhorn. Outgrowth (2005). Fon-
te: acervo do autor.
Figura 17: Robert Rauschemberg. Kooning Apagado
(1953). Fonte: https://www.sfmoma.org/artwork/98.298/
essay/erased-de-kooning-drawing/
Figura 18: Robert Morris. Ficheiro (1962). Fonte: ht-
tps://www.centrepompidou.fr/cpv/resource/cXbkeg6/
rGGAR5
Figura 19: Hiroshi Sugimoto. Movie Theatre-Akron
Civic, Ohio (1980 - 1979). Fonte: http://www.c4gallery.
com/artist/database/hiroshi-sugimoto/movie-theatres-
-theaters/hiroshi-sugimoto-movie-theatres-theaters.html
Figura 20: Hiroshi Sugimoto. Movie Theatre,Canton
Palace, Ohio (1980 -1979). Fonte: http://www.c4gallery.
com/artist/database/hiroshi-sugimoto/movie-theatres- 11
-theaters/hiroshi-sugimoto-movie-theatres-theaters.html
Figura 21: Nam June Paik. Zen for Film. 1965 fonte:
https://www.moma.org/collection/works/128108?loca-
le=en
Figura 22: Cildo Meireles. Babel (2001). Fonte: http://
www.tate.org.uk/art/artworks/meireles-babel-t14041
Figura 23: John Cage. 4’33” (1952) . Fonte: https://www.
thepiano.sg/piano/read/john-cages-433-defies-silence
Figura 24: Aby Warburg. Atlas Mnemosyne (1927-
1929), prancha 22. Fonte: WARBURG, Aby. L’Atlas Mná-
mosyne. Ecarquille, Paris, 2012, p. 91.
Figura 25: Aby Warburg. Atlas Mnemosyne (1927-
1929), prancha 01. Fonte: WARBURG, Aby. L’Atlas Mná-
mosyne. Ecarquille, Paris, 2012, p. 71.
Figura 26: Aby Warburg. Atlas Mnemosyne (1927-
1929), prancha A. Fonte: WARBURG, Aby. L’Atlas Mná-
mosyne. Ecarquille, Paris, 2012, p. 65.
Figura 27: Mapa do Mundo segundo Hartmann Sche-
del, Liber Chornicarum, Nuremberg, 1493. Fonte: ECO,
Umberto. História das Terras e Lugares Lendários. Rio de
Janeiro: Record, 2013. P. 21.
Figura 28: Alighiero Boetti. Mapa da Mundo (1989).
Fonte: https://www.moma.org/rails4/collection/
works/80620?locale=en
12
15
17
figura 01
figura 03
figura 02
figura 05
figura 04
figura 06
figura 07
figura 08
22
figura 09
23
figura 10
figura 11
figura 12
Figura 01: August Sander. Pasteleiro (1928, im-
presso em 1999).
27
37
A reflexão que Crimp faz do episódio corrobora
para o problema conceitual sobre o qual se debruçaram
Ruscha e os Becher, a obra de arte mimetiza de tal forma
os processos da indústria cultural que se torna indistinguí-
veis de revistas e livros sobre a própria indústria. Algo que
poderia ser entendido, não como o ready-made, mas como
seu oposto, uma obra de arte que se dilui nos processos
cotidianos.
38
A partir dos anos 1970, artistas como
Edward Ruscha, ou Bernd e Hilla Becher,
reativaram a série, mas dentro de um ou-
tro plano, no momento em que a utopia
de realizar um inventário do mundo aca-
bou por fracassar diante da evidencia de
sua infinita multiplicidade, em que ser
tudo deja-vu parece óbvio, e isso liquidou
a noção de inventário (ROUILLÉ, 2009,
p. 39)
39
figura 13
figura 14
figura 15
figura 16
figura 17
figura 18
Figura 16: Thomas Hirschhorn. Outgrowth (2005).
51
71
72
figura 20 figura 19
73
figura 21
Figura 19: Hiroshi Sugimoto. Movie Theatre-
-Akron Civic, Ohio (1980 - 1979).
1.1.2. Apagamentos
75
77
figura 22
87
figura 23
Figura 22: Cildo Meireles. Babel (2001).
89
TACET
108
II
TACET
III
TACET
‘Tacet” refere-se a uma notação característica das
partituras musicais, como um momento onde não se toca
nenhum instrumento, ou se canta, um momento de silên-
cio, “cala-se” em latim, como explica Barthes (BARTHES,
2003, p.53). A performance consiste no músico subir ao
palco, cumprimentar a plateia, sentar-se ao instrumento,
permanecer lá pelo tempo de 4 minutos e 33 segundos, le-
vantar-se, agradecer a plateia e retirar-se do palco. Nesta
peça, o músico não é responsável pelo som produzido du-
rante o concerto, mas sim a plateia, e por mais que haja uma
aparente falta de ação, por parte do intérprete, se tornam
evidentes os sons ocultos produzidos pelos ouvintes. Há
aí uma inversão decisiva, tanto na percepção do silêncio, 109
quanto na concepção de música, que o abarca de forma
radical.
116
118
figura 24
119
figura 25
120
figura 26
121
figura 27
figura 28
Figura 24: Aby Warburg. Atlas Mne-
mosyne (1927-1929), prancha 22.
Figura 25: Aby Warburg. Atlas Mne-
mosyne (1927-1929), prancha 01.
Figura 26: Aby Warburg. Atlas Mne-
mosyne (1927- 1929), prancha A.
Figura 27: Mapa do Mundo segundo
Hartmann Schedel, Liber Chornicarum,
Nuremberg, 1493.
Figura 28: Alighiero Boetti. Mapa da
Mundo (1989).
1.2.Toda
paixão
tende ao
caos
125
1.2.1. O livro das
Passagens
143
1.2.2. O Atlas
Mnemosyne
144
Assim como Benjamin, o historiador alemão Aby
Warburg realizou ao longo de sua vida um arquivo do co-
nhecimento que supera a arquivologia tradicional. O Atlas
Mnemosyne reinventa e descortina novos parâmetros para o
pensamento arquivístico. Warburg tem nas imagens o pon-
to de partida para a construção de uma ordem plástica e es-
pecializada para a história. Entendendo que as imagens não
apenas apresentam um dado conteúdo, mas o escondem.
157
A cartografia é uma ciência que se ocupa daquilo
que se transforma, sejam as mudanças políticas (que alte-
ram os limites das fronteiras, ou o desenho das bandeiras),
sejam as transformações do terreno (que alteram o fluxo
dos rios, a constituição das montanhas ou das florestas).
A cartografia é a representação de um objeto instável, em
constante transformação e infinitamente divisível. Lidar
com este espaço é justapor seus fragmentos caleidoscópi-
cos em um instante de provisória estabilidade. Um registro
efêmero daquilo que está na iminência de se transformar.
160
Tanto Warburg quanto Benjamin fazem uso das
possibilidades abertas pela reprodutibilidade da obra de
arte para pensar seus projetos arquivísticos. Em ambos os
casos, se torna patente que a obra de arte mudou de forma
irreversível pelos processos de reprodução da imagem. De
certo, as transformações promovidas pela acelerada produ-
ção de imagens se coaduna com diversas mudanças no es-
paço político em que estes pensadores se localizavam. Um
espaço marcado pelas as grandes guerras, e a ameaça da
fragmentação iminente da civilização europeia. De manei-
ra que a própria memória se colocava em risco de apaga-
mento. Não por um acaso, ambos encontram alternativa na
fragmentação para a reconstrução da memória. Orientados
pelo procedimento de montagem, no qual a disposição dos
fragmentos abre a leitura para um todo mais complexo e
dinâmico. Uma manutenção do conhecimento enquanto
síntese.
165
sín-
tese
1
167
169
Não se pode entender que a arte do arquivo corro-
bora para o grande arquivo da arte, mas que ela faz uso des-
te arquivo para negá-lo. Não é mais possível falar de arquivo
na arte do século XX e XXI se não for com desconfiança.
Os arquivos de artista ou a reestruturação dos arquivos
passam pela elaboração de formas abertas e democráticas.
Trata-se de formas que promovem o pensamento crítico,
enquanto a antiga estrutura arquivística é orientada para um
uso específico. Tal elaboração demanda um esforço crítico
elevado para superar suas determinações implícitas. Só é
possível fazer um uso crítico do arquivo pela desconfiança
do mesmo, pressupor seu fascismo.
A própria discussão sobre os arquivos aparece
como fruto dos problemas atuais de nossa relação com a
informação. Este problema não se apresenta apenas para
os historiadores, mas para todos aqueles que utilizam e ma-
nipulam a informação cotidianamente. Sobretudo quando
vivemos em uma época que torna patente que as formas de
apresentação e organização da informação são decisivas na
estruturação do conhecimento. Estas formas são tão deter-
minantes que se tornaram mercadoria.
174
Notas
4 http://www.sugimotohiroshi.com/theater.html acessado
em 12 de junho de 2015 às 19h12min.
181
183
ANJOS, Moacir dos. Babel. São Paulo: Pinacoteca, 2006.
AGAMBEN, Giorgio. A Potência do Pensamento: En-
saios e Conferências. Editora Autêntica Belo Horizonte,
2015
BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo:
Martins Fontes, 2010.
____. Problemas da Poética de Dostoiévski. Forense
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BARTHES, Roland. O Óbvio e o Obtuso. Lisboa: Edições
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Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Capítulo 02
problemas de arquivamento
e ocupação na arte con-
temporânea
Atila Regiani
2017
Neste capítulo discuto o museu pela
obra de arte, ou melhor, a incapa-
cidade do museu de assimilar com-
pletamente a obra de arte contempo-
rânea. As dificuldades de compreen-
são da obra de arte contemporânea
sob os sistemas de catalogação e
conservação que se originaram no
século XIX. A sistematização, a
conservação, a determinação da au-
toria, são dados que amparam a com-
preensão da obra e se tornam um
problema estrutural para sua assi-
milação pelo museu nas experiencias
mais radicais da arte no século XX
e XXI. Da mesma maneira a ocupação
dos espaços expositivos se conver-
teu em um território em disputa.
Ocupar e pertencer às instituições
se reverteu em um processo de
ataque, contra-ataque e sabotagem.
Muito mais próximos de táticas de
guerrilha do que dos passivos pro-
cessos de legitimação da obra de
arte.
Museus
capítulo
Utópicos
Curadorias
Poéticas
problemas de
02
arquivamento
e ocupação
na arte con-
temporânea
Atila Regiani
2017
problemas de
arquivamento
e ocupação na
arte con-
temporânea
Capítulo 2: Su-
má-
rio
Lista de Figuras 7
2.1.1. A persistência da 28
Aura na compreensão da obra de arte
2.1.3.problemas de con-
62
servação e autoria
2.2.1.Ataques ao territó-
rio inimigo 108
Síntese 2 143
Notas 151
Referências 153
Lista
de fi-
guras
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figura 43: Paulo Bruscky. Sem Destino (1975-83). Fonte: Paulo Bruscky -
Arte, Arquivo e Utopia.
figura 44: Allan Kaprow. Intervenção no Periódico Die Zeit, 20 de março
de 1981. Fonte: El Besso de Judas: Fotografia e Verdade.
figura 01
15
A abertura do conceito de arte não apenas revisa a lo-
calização das obras ou as demarcações dos espaços institu-
cionais, mas revela também as localizações conceituais que
determinam este vínculo. A obra de arte coloca em questão
os dados para sua própria compreensão e arquivamento.
Passa a solicitar outro espaço para sua exposição, conser-
vação e outros aspectos para sua organização e legitimação.
Com as práticas artísticas do século XX, “a própria obra
se colocava problemas novos e que ela procurava escapar,
para sobreviver ao círculo fechado da estética tradicional”
(GULLAR, 1998, p. 392). Ferreira Gullar (1930 – 2016)
afirma que o rompimento da moldura ou a eliminação da
base não é uma questão técnica ou física, mas um esforço
por libertar-se dos desígnios para a prática artística, dos li-
mites impostos para a compreensão da arte.
figura 03
figura 04
figura 01: Marcel Duchamp. Fonte
(1917, de réplica 1964).
28
2.1.1. A persistência da
Aura na compreensão da
obra de arte
29
As funções do museu tradicional ainda se vinculam
às determinações da obra de arte no século XVIII e XIX, e
se delineiam pela concepção do objeto único e eterno, algo
que se aproxima da liturgia religiosa. Tanto pela análise do
conceito de aura, proposto por Walter Benjamin (1892 –
1940) em A Obra de Arte na Era da as Reprodutibilidade Técnica
(1936 – 1955), quanto na produção e no pensamento de
diversos artistas ao logo do século XX, analisa-se os resquí-
cios de práticas religiosas dos espaços expositivos contem-
porâneos e, sobretudo, nos espaços museais.
figura 06
figura 08
figura 07
ENCYCLOP
AEDIA OF TERRESTRIAL LIFE
VOLUME VIII
41
figura 09
figura 10
figura 11
figura 05: Fred Wilson. Trabalhos em
Metal (1992)
47
Os objetos utilizados para a produção artística não
são deslocados para o museu pelos mesmos critérios que
objetos que ocupam museus históricos ou antropológicos.
São reordenados por princípios inerentes às artes visuais.
A lista de materiais absolutamente ordinários que ocupam
os acervos dos museus aproximam-no de lojas de quinqui-
lharias ou mesmo de depósitos de materiais descartáveis.
Nesse sentido, existem dois polos de aglutinação para o
acúmulo diversificado, tanto pelo próprio funcionamento
dos museus, quanto pelos processos artísticos contemporâ-
neos, que multiplicam as possibilidades de materiais e obje-
tos compreendidos como arte.
A problemática dos novos materiais para a arte se
expandiu de forma complexa e alastrada em processos que
reveem a própria localização dos objetos nos acervos mu-
seais. Mesmo a separação entre os antigos usos do acervo
do museu, sua ampla e diversa catalogação e os processos
contemporâneos, orientados por outras estratégias e méto-
dos, se tornaria um desafia classificatório a partir da análise
da obra do arista americano Fred Wilson (1954 – ). O artista
rearranja de forma crítica o acervo do museu em Mining the
Museum (1992) (fig.06). A ambiguidade do título diz respeito
ao museu da mineração, local da obra, e ao ataque ao mu-
48 seu por seus processos internos. Engajado em questões de
representatividade e visibilidade histórica das populações
afro-americanas, o artista expõe o funcionamento ideológi-
co dos acervos, pelo seu display e a narrativa subjacente às
categorias supostamente neutras. Wilson comenta em en-
trevista que “o que eles exibiam diz muito sobre um museu,
mas o que eles não exibiam diz ainda mais”.
52
54
Borges descreve uma enciclopédia não funcional,
proveniente das distantes terras chinesas, que se opõem às
bases do pensamento que gera a enciclopédia ocidental. Se
abastece de suas incongruências, evidencia a crise nos pro-
cessos de classificação e catalogação. Neste espaço entre o
desejo de tudo conter de forma organizada e a insuficiên-
cia de seus sistemas de organização se funda o imaginário
enciclopédico. Este desejo, tomado como utópico, se torna
subsídio para a produção poética.
Pergunta – As características?
figura 14
figura 15
figura 16
figura 17
figura 18
figura 19
figura 20
figura 21
figura 22
figura 23
figura 24
figura 25
figura 26
figura 27
figura 28
figura 29
figura 30
W
figura 32 W
figura 31
W
The Survey
Results
Please note that the surveys differed
slightly from country to country. As a
result, not every question has a result for
each country.
Favorite color? x x x x x x x x x x x x x x x
2nd favorite color? x x x x x x x x x x x x x x x
Prefer modern or traditional art? x x x x x x x x x x x x x x x
Preferred type of art? x x x x x x x x x x x
Art to fit decor or art you like? x x x x x x x x x x x x
Prefer older or newer objects for home? x x x x x x x x x x x x
Prefer wild animals or domestic? x x x x x x x x x x x x x x x
Prefer outdoor or indoor scenes? x x x x x x x x x x x x x x x
Preferred type of outdoor scenes? x x x x x x x x x x x x x x x
Preferred season? x x x x x x x x x x x x x x x
Preferred type of indoor scenes? x x x x x x x x x x x x x x x
Prefer religious or nonreligious theme? x x x x x x x x x x x x x
Paintings: higher goal or nice to look at? x x x x x x x x x x x x x x
Prefer realistic or different looking? x x x x x x x x x x x x x x x
Prefer representation of reality or
imagination?
x x x x x x x x x x x x x x
Prefer bold and stark or playful and
whimsical?
x x x x x x x x x x x
Prefer sharp angles or soft curves? x x x x x x x x x x x x x
Prefer geometric or random uneven
patterns?
x x x x x x x x x x x x x
Prefer expressive brushstrokes or smooth
canvas?
x x x x x x x x x x x x x x
Prefer blended or separate colors? x x x x x x x x x x x
Prefer vibrant, paler or darker shades? x x x x x x x x x x x x x
Prefer more serious or more festive? x x x x x x x x x x x x x
figura 12: Tony Cragg. New Stones, Newtons To-
nes (1978).
77
Além da confusa relação entre o acervo histórico, an-
tropológico e artístico do museu, há o acúmulo de objetos
variados nas obras de diversos artistas como na obra New
Stones, Newtons Tones (1978) (fig. 14) de Tony Cragg (1949 –
), que apresenta diversos objetos e fragmentos de plástico
coloridos dispostos no chão em um arranjo retangular de
3mx4m, cuja gradação corresponde ao espectro cromático
de Newton. Lygia Pape (1927 – 2004) em Caixa das Baratas
(1967) (fig. 15) utiliza baratas postas sobre um espelho e
protegidas por um display de acrílico, como uma crítica aos
problemas de conservação da obra de arte, uma antecipa-
ção do destino final do objeto, ao mesmo tempo que re-
força a elasticidade dos materiais usados para a construção
das obras. Em Fluidos, (1967/2015) (fig. 16) Allan Kaprow
(1927 – 2006) realiza um Happening, que consiste na cons-
trução coletiva de uma estrutura de gelo medindo 9m de
cumprimento, por 3m de largura e 2,4 m de profundidade.
A estrutura gigantesca fica exposta às intemperes do tem-
po, cujo resultado é sua inevitável desaparição pelo dege-
lo. O título se refere ao segundo estágio do processo de
passagem dos estados físicos da água, sólido (gelo), líquido
(água) e gasoso (vapor). O artista abraça a efemeridade da
construção pelo uso do material impermanente e anuncia
78 que sua solidez é temporária. Kaprow já entendia que as
possibilidades da arte se abrem para materiais e experiên-
cias cotidianas:
figura 35
figura 36
figura 37
figura 38
figura 39
figura 34: Andrea Fraser. Museum
Highlights: A Gallery Talk (1989).
113
As instituições da arte passaram a ser questionadas
pelos artistas em diversos contextos de exposição. Os ques-
tionamentos se manifestaram em atitudes como a destrui-
ção do espaço físico e/ou na exposição da estrutura ideo-
lógica ou econômica dos museus e galerias. Uma questão
que já estava presente e os primeiros movimentos artísticos
do século XX, com o Futurismo italiano ou o Dadaísmo.
A reflexão sobre os usos e funções dos museus não estava
desvinculada de uma compreensão de seus pressupostos
ideológicos. Na maioria das situações, tomar consciência
das forças políticas implícitas às instituições da arte se re-
verte em sua contestação.
Peter Bürger argumenta que os movimentos históri-
cos das vanguardas evidenciam os significados da institui-
ção arte para a obra. Bürger propõe que “o efeito (social de
uma obra) é decisivamente co-determinado pela instituição
dentro da qual a obra funciona” (BÜRGER, 2008, p.177).
Nas décadas de 1960 e 70 os ataques se tornam frequentes
e passam a ser compreendidos como um conjunto coeso de
obras e estratégias, que poderiam ser analisados sob a égide
de um conceito unificador, a crítica institucional.
“Qual o critério?
121
De certo, esta crítica só é possível pela inserção da
obra em um circuito específico. A obra se constitui de seu
pertencimento no sistema das artes, apesar de expô-lo qua-
se a ponto de invalidá-lo. Tadeu Chiarelli analisa que
figura 40
figura 41
figura 42
figura 44
figura 43
figura 40: 3nós3. Operação X Gale-
ria (1979).
129
Outros artistas optam pela completa negação dos es-
paços expositivos, compreendendo-os como um mal que
deve ser evitado ou cuja obra deve ser construída ao seu
redor sem nunca ocupá-lo. A única maneira de estas obras
entrarem no museu é por sua transformação através de
mídias ou processos de registro. Em 1969, Robert Barry
(1967 – ) publicou no Art &Project Bulletin #17 o seguinte
comunicado: “durante a exposição a galeria estará fechada”
e em março daquele ano, Barry fecha de fato a Eugenia
Butler Gallery por três semanas, e coloca em sua porta a
mesma frase. A exposição/intervenção de Barry cria um
afastamento do público em relação ao espaço de exposição,
impedindo-o de acessar o local que abrigaria obra. O pró-
prio afastamento se torna a obra, que se projeta para fora
da galeria, e não mais se aloca em seu interior.
145
147
A natureza das obras modificou o espaço de exposi-
ção e sua lógica organizativa durante o século passado. En-
tretanto, apesar de responder ao funcionamento da obra, à
sua realidade plástica e formal, o museu não se entrega sem
cobrar uma contrapartida, mantêm em seus códigos e em
suas práticas mais corriqueiras aspectos ligados à religiosi-
dade e a compreensão da obra de arte renascentistas.
150
Notas
153
* este capítulo apresenta um artigo escrito juntamente com Ruth
Sousa - ARTE EM DESLOCAMENTO: EXPERIMENTAÇÕES EM
CIRCUITOS NÃO – INSTITUCIONAIS - publicado no 18 encontro na-
cional da ANPAP. Muitas considerações mantidas na versão final foram
fruto do debate e da conversa com a pesquisadora.
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159
Atila Regiani
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
2017
Capítulo 03
Este capítulo apresenta a questão cen-
tral da tese, com o título coinciden-
te: ‘Museus Utópicos Curadorias Poé-
ticas’. Neste discuto os museus expe-
rimentais e as possibilidades de
reinvenção do museu, e também os
museus de artistas. Retomo as origens
da tese com a discussão sobre o museu
imaginário de André Malaraux, a Caixa
Valise de Duchamp, mas também adicio-
no as reflexões sobre o projeto LiMAC
da artista peruana Sandra Gamarra.
Também falo das curadorias experimen-
tais das décadas de 1960 e 70, assim
como curadorias contemporâneas, que
se aproximam dos processos artísti-
cos, como Do It, Do Corpo a Terra,
Quando Atitudes se Tornam Forma
dentre outras. Tanto a curadoria
quanto os museus são pensados pelos
seus espaços de crise, de exceção e
conflito. Tanto como a possibilidade
de reinvenção do museu, como sua es-
truturação a partir de outros parâme-
tros. Assim como a curadoria entendi-
da pelos processos artísticos, como
como um rearranjo de suas estruturas
pela obra que organiza.
capítulo
03
Museus
Utópicos
Curadorias
Poéticas
Atila Regiani
2017
museus
utópicos
curadorias
poéticas
Su-
má-
rio
Lista de Figuras 9
3.1.Espaços de experimenta-
ção, debate, diversão, com- 29
pras ... e arte também
3.5.6. Do It 229
Síntese 3 251
Notas 261
referências 263
Lista
de fi-
guras
11
figura 01: INKhUK de Moscou (1920) Fonte: https://
monoskop.org/INKhUK
19
21
Aparentemente museus utópicos e curadorias poéticas apontam
para dois problemas distintos. O primeiro parece sugerir um elo-
gio, o museu como o espaço ideal onde tudo é bom, ou talvez,
uma ofensa, o museu como algo ilusório, onde tudo é engano-
so e vão. O segundo problema relacionado às exposições, tal-
vez também seja um elogio às mostras, comparando-as às obras
de arte, ou quem sabe, destina-se ao comentário ácido dirigido
a curadores como Seth Siegelaub (1941 – 2013), Lucy Lippard
(1937 – ) ou Harald Szeemann (1933 – 2005), todos condenados
por sua atuação excessivamente autoral. Museu e curadoria são
conceitos interligados, a curadoria existe em função do museu e
sua transformação se relaciona com a aceitação ou negação das
instituições. Nesta pesquisa optou-se pela análise do museu e da
curadoria a partir da obra de arte, outro elemento nesta tríade.
Ao propor “museus utópicos”, a base para esta utopia é a obra
de arte. Da mesma maneira, “curadorias poéticas”, são curado-
rias que se aproximam da obra.
figura 02
Wassily Kandinsky e outros
membros do INKhUK, Moscou
(1920)
figura 03
VI Jovem Arte Contempo-
rânea, 1972, MAC USP.
figura 05
VI Jovem Arte Con-
temporânea: Exe-
cução da obra da
Janis Kounellis.
Montagem do lote
26 (1972).
figura 04
Cartaz da VI JAC,
incluindo o calen-
dário e a planta do
museu com a distri-
buição em lotes.
Arquivo MAC USP.
3.1.Espaços de
experimentação,
debate, diver-
são, compras ...
e arte também
O museu faz com que o espaço e o tempo se dobre em um 33
processo incessante de reconstrução de si. Diversos projetos de
museu coexistem com o que entendemos como o museu tradi-
cional. A necessidade de transformação dos conceitos e práticas
do museu advém das transformações da sociedade e das atuais
discussões das ciências humanas, uma revisão impulsionada, em
parte, pela mudança do conceito de arte, mas, sobretudo, pela
transformação dos conceitos de sujeito, comunidade, história e
política. O museu se desloca de sua acepção comum para a com-
preensão que abrange as discussões do século XX e XXI, como
as lutas raciais, o feminismo ou o pós-colonialismo.
No início do século XX, ainda nas vanguardas europeias,
foram feitos alguns experimentos de transformação da realidade
do museu. Entre 1921 e 1926 artistas engajados na fusão dos
processos poéticos e políticos da revolução russa participam da
construção de uma experimentação sobre as funções sociais dos
museus, o Instituto de Cultura Artística – INKHUK (Institut khu-
dójestvennoi kultúry). Neste período, em Moscou e Petrogrado, os
museus foram ressignificados, tanto por seu acervo, contemplan-
do obras modernas e contemporâneas, quanto por seu funciona-
mento, se abrindo para processos educativos e artísticos. Funcio-
navam como laboratórios/ateliês, que conciliavam arte, cultura e
ciências em um programa experimental. Eram professores deste
34
projeto Aleksandr Ródtchenko (1891 – 1956), Vladímir Tátlin
(1885 – 1956), Varvara Stepánova (1894 – 1958), Liubov Po-
pova (1889 – 1924), Anton Piévsner (1884 – 1911), Nadiejda
Udaltsova (1886 - 1961), Aleksandr Viesnin (1882–1950), Óssip
Brik (1888-1945), Robert Falk (1886-1958) dentre outros. Como
descreve Cristina Dunaeva “o INKHUK de Moscou está estrei-
tamente ligado aos VKHUTEMAS (Estúdios Superiores Artísti-
co-Técnicos – Výschie khudójiestvienno-tekhnítcheskie master-
skie), um novo tipo de escola de artes, nascido em Moscou após
a experiência dos SVOMAS (Estúdios Livres – Svobódnye mas-
terskie)” (DUNAEVA, 2004, p. 278). Se destinavam à pesquisa e
o ensino dos processos de criação, ligadas as transformações da
arte realizadas pelas vanguardas russas, e da teoria da arte. A me-
todologia de pesquisa, se baseava na “análise descritiva, histórica
e classificatória dos fenômenos” (IDEM). As instituições russas
tinham como objetivo o trabalho junto a uma nova forma de se
relacionar com a obra de arte, determinado pelas características
revolucionárias da própria obra. O museu, nesse caso, se aproxi-
ma da escola e do ateliê, se converte em um espaço de ensino e
convivência, com troca de experiências e saberes.
57
No final da década de 1960 surge a figura do/da curadora
independente. Desvinculada de instituições e acervos restritos,
a curadoria passa a se dirigir à criação e divulgação de exposi-
ção em um processo mais autônomo e experimental. Marca uma
importante transformação que se conecta à mudança do con-
ceito de arte, pois a curadoria e a obra se desvinculam da rela-
ção estritamente institucional. A obra passa a operar em outros
processos, optando por relações abertas e dinâmicas, materiais
precários, flertando com sua efemeridade ou desmaterialização
do objeto. De maneira que passa a exigir novas formas de rela-
ção com o público, com o espaço expositivo, a conservação e a
comercialização. A curadoria, nesse sentido, se transforma em
função da nova realidade da obra.
62
3.3. Curadoria,
crítica e his-
tória da arte
Por um lado, a curadoria é formatada pela realidade do 67
museu, por outro, pela obra de arte. Entretanto esta relação não
se satisfaz em um sistema binário, pois a curadoria ganha cada
vez mais autonomia. Passa a se afirmar como um campo de co-
nhecimento que se transforma em relação a sua própria história.
Também se somam a esta constelação de problemas, a história
da arte como disciplina, cada vez mais afastada da história geral,
se estabelece como uma narrativa com problemas oriundos das
especificidades de seu objeto de análise, a obra de arte. Trata-se
de um campo específico, entretanto que ganha forma pela rela-
ção com outros campos, em um processo de definição relacional.
Tanto deve ser entendida criticamente, como a construção crítica
de si.
68
Para Barthes a crítica não se configura como uma “home-
nagem” ao passado, mas uma construção da inteligência do nos-
so tempo (BARTHES: 1982 p.163). Tem o propósito de atualizar
a relação com a obra, ajustar sua compreensão sob os recursos
de linguagem de cada época. Barthes se afasta da investigação
dos sentidos ocultos, e se aproxima da construção de sentidos
novos, uma novidade que acontece pelo encontro da obra com
o leitor contemporâneo. A crítica não mais é pensada em função
da relação verdadeiro/falso, mas por sua validade, “constituindo
um sistema coerente de signos” (BARTHES, 1982. P. 161). A
crítica se coloca à prova na fricção entre o passado e o presente,
não mais se dirige ao pretérito somente, buscando reconstruí-lo
pelos seus ecos, mas ao tempo atual, passa a ser uma construção
e não mais uma descoberta.
figura 07
figura 08
98
figura 09
3.4.1. O Museu Ima-
ginário de André
Malraux
110
112
figura 10
113
figura 11
Marcel Duchamp.
Caixa Valise
(1936 – 41).
Série F.
figura 12
Marcel Duchamp.
Caixa Valise
(1935 – 1940).
Série A. Loca-
lizada no MoMA,
Nova York.
figura 13
Marcel Duchamp.
Caixa Valise
(1941). Série
A. Localizada
no museu Gugge-
nheim de Vene-
za. Edição de-
dicada à Peggy
Guggenheim.
figura 13
115
figura 15
figura 14 e 15
Marcel Duchamp. Caixa Valise (1941). Série A.
figura 16 figura 17
Marcel Du- Marcel Duchamp. A
champ. A Noi- Noiva... (A Caixa
va... (A Caixa Verde) (1934).
Verde) (1934).
figura 19
figura 18
Marcel Duchamp. A
Marcel Duchamp. A Noiva...
Noiva... (A Caixa
(A Caixa Verde) (1934).
Verde) (1934).
figura 20
Marcel Duchamp. Caixa
Combate (1913).
figura 21
Marcel Duchamp. A Noiva
Despida por seus elibatá-
rios, Mesmo (Grande Vidro)
(1915 – 23)
figura 22
Marcel
Duchamp.
Roda de
Bicicleta
(1913).
figura 25: Marcel Duchamp. Tu m’ (1918).
figura 24
Marcel Du-
champ. Por-
ta-Chapéu
(1917).
figura 23
Marcel Du-
champ. 3
Stoppages
Padrão (1913
-14).
figura 26
Marcel Duchamp.
Cimetière des Uni-
formes et Livrées
(1913).
figura 27
Marcel Duchamp.
9 Moldes Málicos
(1914).
figura 28
Marcel Duchamp e
Man Ray. Criação do
Pó (1920).
figura 29
Marcel Duchamp.
Paisagem Ofensiva
(1946).
figura 30
Retrato de Rrose Sé-
lavy (1921/1924-25).
figura 31
Marcel Duchamp.
Com Barulho Se-
creto (1916).
Reprodução con-
tida na Caixa-
-Valise
figura 32
Marcel Duchamp.
Apolinére Es-
maltado (1916
– 17). Reprodu-
ção contida na
Caixa-Valise.
figura 33
Marcel Duchamp.
Com Barulho Secre-
to (1916)(verso).
Reprodução contida
na Caixa-Valise.
figura 34
Marcel Duchamp.
West 67 th (Estú-
dio em Nova York).
Fonte: Ecke Bonk.
Marcel Duchamp. The
Box in a Valise.
1989.
figura 35
Marcel Duchamp.
Ready-Made Infeliz
(1919).
figura 36
Porta Garrafa
(1914). Repro-
dução contida na
Caixa-Valise.
figura 37: Marcel Duchamp. O
Rei e a Rainha Rodeados por
Nus Rápidos (1912).
figura 39
Eadweard
Muybridge.
Mulher des-
cendo as
escadas.
(1887).
figura 40
Jogo de xadrez
no Pasadena Art
Museum, realiza-
do em 18 de Ou-
tubro de 1963,
durante a re-
trospectiva das
obras de Du-
champ.
figura 41
Duchamp em
seu estúdio
(1945).
figura 42
Maurizio Cat-
telan. All
(2012).
figura 43
Maurizio Cattelan.
Galeria Errada
(2005).
figura 44
Joseph Cornel.
Museu (1942).
figura 45
Herbert Distel.
Museu das Gavetas
(1970-77).
figura 46
Marcel Broodthaers.
Museu de Arte Moderna
Departamento das Águias
(1968-1972).
figura 47
Marcel Duchamp apresen-
tando a Caixa Valise em
agosto de 1942.
3.4.2. Caixa-Valise
134
135
141
145
Entretanto, as réplicas, reduções, registros ou ampliações
são orientados por um conjunto de estratégias que não consola
o espectador, mas cria uma crise de representação. A fotografia,
ao mesmo tempo que ‘neutra’, ou não artística, é problematiza-
da enquanto portadora de uma neutralidade uniformizante. Se
transformando a cada obra, a cada processo.
152
figura 51
Sandra Gamar-
ra. Milagres II
(2010).
3.4.3. LiMAC
170
O LiMAC é um museu com identidade visual, marca, site,
projeto arquitetônico, entretanto que não ocupa um espaço físico
na capital peruana. Um museu virtual, mas também um museu
cujo acervo é universal e expansível, como o Museu Imaginário
de Malraux. Constituído de cópias feitas por Sandra Gamarra,
suvenires plagiados de grandes museus como o MOMA ou Pom-
pidou. No site consta o texto de apresentação:
176
3.5. C u r a -
dorias
poéti-
cas
A aproximação entre curadoria e obra de arte se tornou 181
um problema relacionado à própria coerência do conceito. En-
tretanto dizer ‘curadorias poéticas’ não significa entender a cura-
doria como uma obra de arte, mas utilizar as estratégias e os
procedimentos artísticos na organização das mostras. O que sig-
nifica que a os processos curatoriais podem se tornar críticos de
si mesmo e dos sistemas que possibilitam sua existência. “Uma
forma que questiona e investiga o próprio conceito de curadoria
e todo o sistema subjacente à produção de exposições” (HOF-
FMANN, 2004, p.20). A problemática desta relação se intensifica
ao se levar em consideração que, assim como o museu, a curado-
ria oscila entre sua existência reflexiva – mais próxima da histó-
ria, da crítica ou da obra de arte –, e a espetacularização de seus
processos. Isto posto, a aproximação com a obra pode se tornar
um campo ambíguo, que sinaliza uma ênfase crítica que corrobo-
ra para a liberdade criativa, ou seu esvaziamento, que implica na
própria supressão do artista.
184
192
Barthes escreve que toda língua é fascista, “A língua como
desempenho da linguagem, não é nem reacionária, nem progres-
sista; ela é simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir
de dizer, é obrigar a dizer” (BARTHES, 2015, p.15). O pensa-
dor francês propõe que a língua está a serviço do poder, que
suas regras impõem, bem mais que o lugar de compartilhamento
dos códigos, mas as restrições e proibições que aprisionam o
pensamento, tolhem a liberdade. Para Barthes, “não pode haver
liberdade senão fora da linguagem (Idem, p. 17). Propõe como
possibilidade de escape, a literatura: “só resta, por assim dizer,
trapacear a língua. Essa trapaça salutar que permite ouvir a língua
fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da
linguagem, eu a chamo, quanto a mim: literatura. Barthes entende
a lietartura como a busca por uma linguagem-limite, “porque ela
encena a linguagem, em vez de simplesmente utilizá-la, a litera-
tura engendra o saber no rolamento da reflexibilidade infinita”
(idem, p.20)
194
figura 53
Joseph Kosuth.
Pintura ... A
arte como ideia
(1966).
figura 54
Douglas Hue-
bler. Peça
de Duração #
7 (1968).
figura 55
Robert Bar-
ry. 1600 kc
Carrier Wave
(AM), 1968.
Vista da ins-
talação.
figura 56
Lawrence Wei-
ner. Dois Minu-
tos de tinta de
spray direto no
chão enquanto o
spray puder
3.5.1. January 5-31
0 OBJECTS / 0 PAINTERS /
0 SCULPTORS / 4 ARTISTS / 1 ROERT
199
BARRY / 1 DOUGLAS HUEBLER / 1 JOSEPH
KOSUTH / 1 LOWRENCE WEINER / 32 WORKS
/ 1 EXHIBITION / 2000 CATALOGS / 44° 52st
NEW YORK/
5-31 JANUARY 1969 / (212) 288-5031
SETH SIEGELAUB
figura 57
Imagens do público antes
da abertura das portas
da Rex Gallery.
3.5.2. Exposi-
ção-Não-Exposi-
ção
figura 59
figura 60
figura 61
figura 62
figura 66
figura 64
214
figura 67
figura 68
figura 64
Lawrence Weiner. A
Remoção de 36 “X 36”
Reboco, Estuque ou
Gesso de uma Parede”
(1968).
figura 65
Michael Heizer. De-
pressão de Berna
(1968).
figura 66
Richard Long. Cami-
nhada em Berner Ober-
land (1969)
figura 67
Vista da montagem da
exposição.
figura 68
Walter de Maria. Arte
por Telefone (1969).
3.5.4. Quando Atitudes se
Tornam Forma: Obras, Con-
ceitos, Processos, Situa-
ções de Informação
221
figura 69
Artur Barrio.
Trouxas Ensan-
guentadas (1970).
figura 70
Cildo Meireles.
Tiradentes: Totem
Monumento ao Preso
Político (1970).
3.5.5. Do Corpo à Terra
227
A discussão política se apresentava na matéria ou no tema
de diversos trabalhos. Assim como a utilização do lugar especí-
fico da mostra, se fazendo valer da espacialidade do Parque, mas
também de seus usos sociais e do contexto político. A exemplo
de Décio Novielo, que explodiu granadas de uso exclusivo das
forças armadas. Trouxas Ensanguentadas (fig. 69) de Artur Barrio
se encontram no limite entre a ação artística e o terrorismo. O
artista espalha objetos que se assemelham a corpos esquarteja-
dos pelo Ribeirão Arruda, nas proximidades da mostra. Trouxas
feitas de tecido e restos de lixo e dejetos, com tinta vermelha, se
assemelhando a sangue. A obra se refere à prática da ditadura
militar brasileira, que torturavam, esquartejavam e descartava os
corpos de presos políticos. A população, desavisada dos proces-
sos artísticos ou mesmo da radicalidade da exposição, se rela-
cionou diretamente com os objetos, sem a mediação do espaço
ou do discurso expositivo. Travando o inevitável conflito entre a
representação dos corpos esquartejados e a ciência das práticas
ditatoriais. A tensão criada pela ação fez com que a população
acionasse o corpo de bombeiros e depois a polícia.
236
Mesmo que os idealizadores do projeto prefiram se apro-
ximar das partituras musicais, e por vezes as obras são referidas
como instruções, o conjunto de obras em ‘Do It’ dá conta de
diversas categorias de relações entre texto (proposições) e sua
efetivação. Algumas aferindo a uma liberdade maior de desloca-
mento semântico ou sintático, ou garantindo espaços de criação
poética para o executor, ou mesmo a simples execução de ações
claramente descritas. Não obstante esta vasta qualidade de cate-
gorias enriquece uma das discussões fundamentais do projeto,
“a interpretação como princípio artístico”. A incorporação de
desvios provenientes de diversos fatores torna o resultado final
sempre inesperado, de maneira que também incorpora o acaso
em sua base.
RIRKRIT TIRAVANIJA
[T-001A]
sem título
- 1994
ingredientes:
1/2 xícara de cebola picada
8 dentes de alho
10 pimentas jalapenho secas
100 gramas de gengibre fresco picado
2 colheres de sopa de salsa chinesa
1/2 colher de chá de cominho
1 colher de chá de pasta de camarão
1 colher de chá de sal
3 colheres de óleo
equipamentos:
Elétrica liquidificador ou processador de
alimentos
frigideira pequena
fogão Elétrico ou a gás
Frascos de vidro com boas tampas (mui-
tos)
Repita se necessário.
239
Jason Rhoades
I. Tu combaterás o conformismo
241
II. Tu serás o mensageiro das liberdades
III. Tu farás uso do sexo
IV. Tu reinventarás a vida
V. Tu criarás arte artificial
VI. Tu terás um senso de propósito
VII. Tu não saberás exatamente o
que tu queres, mas tu o farás
VIII. Tu darás o teu amor
IX. Tu pegarás a alma
250
A exposição Do It promove a execução de obras cujo pro-
pósito inicial era a participação ativa, contudo, impossibilitada
pelo funcionamento do museu tradicional. Empodera o público
na realização de obras e exposições. Seu processo é seu problema
fundamental, nesse caso a forma, o conteúdo e o processo se
correlacionam. A ação do espectador gera a obra, em sua exis-
tência efêmera, mas cria um circuito paralelo, que se conecta com
os diversos circuitos originados pelo projeto.
260
Notas
2 Disponível em http://idea.ro/revista/?q=en/node/41&articol=469
3 Livre tradução de: “each being equal and consistent with the intent of the artist 263
the decision as to condition rests with the receiver upon the occasion of receivership”
4 Livre tradução de: “Since the 1970s Lavier has made many works that con-
tain written instructions in order to observe the effects of translation on an artwork as
it moves in and out of various permutations of language. Boltanski, like Lavier, is also
interested in the notion of interpretation as an artistic principle. He thinks of his instruc-
tions for installations as analogous to musical scores which, like an opera or symphony,
go through countless realisations as they are carried out and interpreted by others. From
this encounter arose the idea of an exhibition of do-it-yourself descriptions or proce-
dural instructions which, until a venue is found, exists in a static condition”. Disponível
em:
http://www.e-flux.com/projects/do_it/itinerary/itinerary.html Acessado em
21/01/2010 - 17:18
6 Disponível em http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/tres-decadas-de-
-faca-voce-mesmo/ acessado em 26/11/2016.
refe-
rên-
cias
266
____. Conceptual Art 1962-1969: From the Aesthetic of Ad-
ministration to the Critique of Institutions. October, Vol.
55. (Winter, 1990), pp. 105-143.
____. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Ed. 34, 2010.
____. Mil Platôs Vol. II. São Paulo: Editora 34, 2005.
____. O que é Filosofia. São Paulo: Editora 34, 2010.
FOSTER, Hal. Museu sem Fim. Revista Piauí, São Paulo, v.1,
ano 9, edição 105 p. 27 – 28. Jun. 2015.
GEORGE, Adrian. The Curator’s Handbook. Thames &
Hudson, Londres, 2015.