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Cogitare Enfermagem

ISSN: 1414-8536
cogitare@ufpr.br
Universidade Federal do Paraná
Brasil

Montezeli, Juliana Helena; Joaquim Meier, Marineli; Maris Peres, Aida; Kriscianne
Venturi, Kriscie; Gonçalves Wolff, Lillian Daisy
ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA: HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO INICIAL AO
POLITRAUMATIZADO À LUZ DA TEORIA DE IMOGENE KING
Cogitare Enfermagem, vol. 14, núm. 2, abril-junio, 2009, pp. 384-387
Universidade Federal do Paraná
Curitiba - Paraná, Brasil

Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=483648975024

Como citar este artigo


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ENFERMAGEM EM EMERGÊNCIA: HUMANIZAÇÃO DO ATENDIMENTO INICIAL


AO POLITRAUMATIZADO À LUZ DA TEORIA DE IMOGENE KING*
Juliana Helena Montezeli¹, Marineli Joaquim Meier², Aida Maris Peres³, Kriscie Kriscianne Venturi4, Lillian Daisy
Gonçalves Wolff5

RESUMO: Trata-se de um estudo reflexivo que teve como objetivo tecer considerações acerca da humanização do
atendimento inicial prestado a vítimas politraumatizadas na sala de emergência, abordando o seu âmbito relacional. As
argumentações dessa prática são alicerçadas na Teoria do Alcance de Metas de Imogene King, cuja estrutura baseia-se no
modelo conceitual dos sistemas abertos interatuantes. A relação entre o atendimento de enfermagem prestado de forma
humanizada no aspecto relacional e o contexto do trauma é sustentada pelos conceitos propostos no sistema pessoal de
King, sendo importante instrumento na reorganização do processo de trabalho por meio da sistematização da assistência
de enfermagem em um serviço de emergência.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem em emergência; Humanização da assistência; Teoria de enfermagem.

EMERGENCY NURSING: HUMANIZATION OF THE INITIAL ATTENDANCE TO THE


POLYTRAUMATIZED BASED ON IMOGENE KING’S THEORY

ABSTRACT: It is a reflective study that considers the humanization of the initial attendance provided to politraumatized
victims in the emergency room, approaching its relational scope. The arguments of this practice are based on Imogene
King’s theory of goal attainment, which structure is based on the conceptual model of the interrelate open systems. The
relationship between the nursing care provided in a humanized way, in the relational aspect, and the context of the trauma
is sustained by the concepts proposed in King’s personal system, being an important instrument in the reorganization of
the work process by means of the nursing assistance systematization in an emergency service.
KEYWORDS: Emergency nursing; Humanization of assistance; Nursing theory.

ENFERMERÍA EN EMERGENCIA: HUMANIZACIÓN DE LA ATENCIÓN INICIAL AL


POLITRAUMATIZADO A LA LUZ DE LA TEORÍA DE IMOGENE KING

RESUMEN: Se trata de un estudio reflexivo que tuvo como objetivo tejer consideraciones acerca de la humanización de la
atención inicial prestada a las víctimas politraumatizadas en la sala de emergencia, abordando su ámbito de relaciones. Las
argumentaciones de esta práctica son fundamentadas en la Teoría del Alcance de Metas de Imogene King, cuya estructura
se basa en el modelo conceptual de los sistemas abiertos interactuantes. La relación entre la atención de enfermería
prestada de manera humanizada en el aspecto relacional y el contexto del trauma es sostenida por los conceptos propuestos
en el sistema personal de King, siendo un importante instrumento en la reorganización del proceso de trabajo por medio de
la sistematización de la asistencia de enfermería en un servicio de emergencia.
PALABRAS CLAVE: Enfermería en emergencia; Humanización de la asistencia; Teoría de enfermería.

*Artigo desenvolvido na disciplina Concepções Teórico-Filosóficas e Metodológicas para a Prática Profissional em Enfermagem do
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem Federal do Paraná-UFPR.
1
Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPR. Membro do Grupo de Pesquisas em Políticas,
Gestão e Práticas de Saúde-GPPGPS.
2
Doutora em Enfermagem Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Paraná-UFPR.
³Enfermeira. Doutora em Enfermagem Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPR. Membro do GPPGPS.
4
Enfermeira. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFPR. Bolsista CAPES. Membro do GPPGPS.
5
Enfermeira. Doutora em Engenharia da Produção. Docente do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal do
Paraná-UFPR. Líder do GPPGPS.

Autor correspondente:
Juliana Helena Montezeli
Rua Itajubá, 644 - 81070-190 – Curitiba-PR Recebido: 05/12/08
E-mail: jhmontezeli@hotmail.com Aprovado: 13/05/09

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A TEMÁTICA atendimento ao politraumatizado propicia o surgimento


de significativas dificuldades de sistematizar as ações
O grande fluxo de politraumatizados atendidos nesse contexto e, também, de tornar a atuação da
e a dinamicidade da rotina em uma sala de emergência Enfermagem alicerçada em práticas humanizadas no
requerem uma atuação eficaz e eficiente do que se refere ao aspecto relacional(1).
enfermeiro. Tal complexidade se expressa pelo curto Tal consideração aliada à escassez de estudos
espaço de tempo para assisti-lo e o risco de morte do específicos na área de enfermagem em emergência(5)
cliente, tendo o enfermeiro importante papel nesse culminou no desenvolvimento da presente reflexão, que
contexto(1). Devido a esta realidade, atuar de forma objetiva tecer algumas considerações acerca do aspecto
humana na sala de emergência é um desafio ao relacional da humanização aplicada ao atendimento do
enfermeiro e sua equipe. politraumatizado na sala de emergência, embasado em
Faz mister a esse ponto conceituar proposições da teoria de Imogene King.
humanização, entendida como a valorização dos A presente teoria usa o modelo conceitual de
diferentes sujeitos implicados no processo de produção sistemas abertos interatuantes e tem como meta
de saúde, com base nos valores de autonomia e o oferecer uma possibilidade de interação entre
protagonismo dos mesmos, a co-responsabilidade entre enfermeiros e clientes que vise o alcance dos objetivos
eles, o estabelecimento de vínculos solidários, a de se restabelecer a saúde(6).
participação coletiva no processo de gestão e a Na concepção da teórica, isso só pode ocorrer
indissociabilidade entre atenção e gestão(2). por meio da interação e transação entre enfermeiro e
A aplicação prática deste conceito defronta-se cliente em uma organização formada pelos sistemas
com uma gama de obstáculos quando o cliente pessoais, sistemas interpessoais e sistemas sociais,
corresponde a uma vítima de trauma. Por se tratar de cada qual com seu grupo distinto de conceitos(4).
uma afecção multicompartimental, a equipe No sistema pessoal, King entende o indivíduo
multiprofissional que atende ao politraumatizado na sala em um ambiente. Esse sistema apresenta como
de emergência deve possuir alto padrão de conceitos percepção, self, imagem corporal,
conhecimentos técnico-científicos, o que muitas vezes crescimento e desenvolvimento, tempo e espaço. O
culmina em uma visão fragmentada do indivíduo durante sistema interpessoal, que corresponde à estrutura de
o atendimento inicial, com a supervalorização da técnica maior influência nessa teoria, é formado por
em detrimento à questão relacional da humanização. agrupamento de pessoas que interagem entre si
É fato que os primeiros momentos após o trauma (díades, tríades, etc.) e cujos conceitos são interação,
significam a fronteira entre a vida e a morte. Porém, percepção, comunicação, papel, estresse e transações
cabe ao enfermeiro e à sua equipe assegurarem um humanas. O sistema social, por sua vez, é pouco
atendimento humanizado em todos os níveis, visto que explorado na teoria. É entendido como grupos dentro
a situação de risco de morte do cliente significa um de uma comunidade que compartilham de interesses,
desequilíbrio cuja repercussão é extra-muros objetivos e valores e tem como conceitos organização,
hospitalares(1). autoridade, poder, status, tomada de decisão(7).
A abordagem da humanização no atendimento Esses três sistemas proporcionam a formação
inicial do politraumatizado comporta diferentes vertentes de uma relação pessoal entre paciente e equipe de
de investigação, entre elas estão as relações com o enfermagem, sendo esta o veículo para a prestação do
paciente, foco central desse estudo, equipe assistencial cuidado, o qual é descrito por King como um processo
e tecnologia. Nesse sentido, é importante salientar que interpessoal dinâmico no qual a equipe de enfermagem
as vítimas atendidas nesse serviço não são patologias e o paciente são afetados pelo comportamento um do
ou objetos de investigação científica, são sujeitos e a outro, assim como pelo sistema de saúde(8). Desta
razão do tratamento que está sendo oferecido(3). A idéia maneira, a Teoria de King constitui importante
da teórica Imogene King encontra eco em tal instrumento para reorganizar o processo de trabalho e
pensamento, pois considera o ser humano como um ser viabilizar a sistematização da assistência nesse cenário.
social, que possui troca contínua com as pessoas em
seu ambiente e é capaz de sentir ou ter emoções(4). APLICAÇÃO CONCEITUAL DA TEORIA DE
Na mesma linha temática, a inexistência de uma KING NO ATENDIMENTO INICIAL AO
teoria de enfermagem criada e testada para o POLITRAUMATIZADO

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A dinâmica de funcionamento de um serviço No exercício da enfermagem com pacientes


de emergência aliada à gravidade da clientela que ali politraumatizados, é essencial que tanto a vítima quanto
aporta e à constante imprevisibilidade dos a equipe de enfermagem percebam-se como seres
acontecimentos fazem com que o ambiente seja idiossincráticos que se conduzem a um crescimento
permeado de instabilidades. Nesse universo, atenuar mútuo a partir de uma interação interpessoal. Esse
o sofrimento da vítima e humanizar o atendimento são pensamento converge com o segundo conceito do
fundamentos para uma atuação de enfermagem de sistema pessoal, o self. Trata-se da concepção de que
qualidade, na busca do equilíbrio entre a técnica, a o próprio indivíduo tem de quem e do que ele é(12).
ética e o aspecto subjetivo(9), almejando “o repensar Outros autores também o chamam de ego, no qual o
das práticas de cuidar, numa visão humanística e indivíduo é apresentado como um ser dinâmico e com
existencial do ser cuidado”(10:94). características individuais(6).
Para tal, a utilização de uma metodologia de Um dos passos de atendimento ao
assistência pode subsidiar a priorização das politraumatizado que causa maior desconforto à vítima
necessidades da família e do paciente(11) e, nessa é a exposição de seu corpo para um exame de maior
perspectiva, a relação entre a teoria do alcance de minúcia, correspondendo a uma das principais queixas
metas proposta por Imogene King e a humanização nos serviços de emergência (3). Considerar essa
no atendimento ao politraumatizado, referente ao problemática durante o atendimento de enfermagem
aspecto pessoal, pode ser feita com base nos conceitos vai ao encontro do conceito de imagem corporal, definida
descritos no Sistema Pessoal. como a maneira com que a pessoa percebe a si mesma
Leopardi (4) defende a implementação nos e a maneira como os outros reagem à sua aparência(4).
setores de emergência dos conceitos explorados nesse Esse conceito é o mais perceptível ao se atender o
trabalho ao afirmar que os enfermeiros, após politraumatizado e ocorre com maior freqüência quando
procederem ao exame preliminar da vítima, devem há alterações permanentes nas estruturas do corpo ou
fazer a avaliação dos sentimentos do paciente com algum déficit funcional na vítima.
respeito aos conceitos do Sistema Pessoal de King. A O conceito de crescimento e desenvolvimento
mesma autora complementa que os distúrbios nas inclui as mudanças celulares, moleculares e
percepções do self e do corpo ocorrem frequentemente comportamentais em padrões previsíveis em
nos pacientes com trauma, que apresentam ferimentos circunstâncias normais para cada indivíduo(4). A relação
significativos e são importantes na definição dos desse conceito com o politraumatizado é observada na
cuidados necessários. fase de reabilitação do evento traumático, não sendo
Sobre o atendimento ao politraumatizado, o aplicado ao atendimento inicial propriamente dito por
ambiente emergencial muitas vezes torna-se hostil estar relacionado às seqüelas apresentadas pela vítima.
devido à mecanicidade e frieza que certas situações Muitas vezes, alguns eventos traumáticos
exigem. Sendo assim, é importante que o enfermeiro proporcionam lacunas de memória, sendo fundamental
e sua equipe contextualizem o cliente naquele meio, que os profissionais de enfermagem localizem o
como uma das formas de assegurar a humanização indivíduo no tempo e no espaço durante o atendimento
nesse momento(1). inicial à vítima. Essa realidade é compreendida por
Correlacionando tal afirmação com o conceito meio do conceito de espaço, descrito como algo
de percepção de King, tem-se esta como um processo universal, visto que todas as pessoas possuem alguma
no qual os dados obtidos por meio dos sentidos e da percepção acerca dele. E, por fim, tem-se o conceito
memória são organizados, interpretados e de tempo, o qual é visto por King como intervalo entre
transformados. Esse processo de interação humana um evento e outro(7).
com o ambiente influencia o comportamento e Sobre esses dois últimos conceitos apresentados,
proporciona significado à experiência(7). Moura e Pagliuca(6) advogam que é importante que o
Para King, a percepção é a representação que enfermeiro conheça e explore o território e o tempo
cada indivíduo tem da realidade que o cerca. Dessa onde ocorrem as relações da vítima, pois não existe
forma, ao atender o politraumatizado, é importante contato prévio com os clientes em atendimento
considerar sua percepção concernente à sala de emergencial.
emergência como parte dos cuidados ali prestados na O entrelace dos conceitos descritos no sistema
sua abordagem inicial(4). pessoal da Teoria de King com as informações

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encontradas na literatura permite constatar, conforme de emergência. São Paulo: Atheneu; 2007. p.139-48.
exposto até o momento, uma prática de facilitação à
atuação humanizada no atendimento inicial à vítima 5. Wehbe G, Galvão CM. O enfermeiro de unidade de
de trauma, considerando o aspecto da relação entre emergência de hospital privado: algumas considerações.
Rev Latino-Am Enferm. 2001 Mar/Abr; 9(2):86-90.
equipe de enfermagem e cliente. Dessa maneira, pode-
se considerar que a aplicação da Teoria de King 4. Leopardi MT. Teorias de enfermagem: instrumentos
colabora com o processo humanizador, sendo estratégia para a prática. Florianópolis: NFR/UFSC; 1999.
passível de aplicação dentro da sala de emergência.
6. Moura ERF, Pagliuca LMF. A teoria de King e sua
CONSIDERAÇÕES FINAIS interface com o programa “Saúde da Família”. Rev Esc
Enferm USP. 2004; 38 (3):270-9.
Esse estudo objetivou tecer considerações sobre
a relação existente entre o atendimento inicial 7. George JB. Teorias de enfermagem: os instrumentos à
humanizado ao politraumatizado na sala de emergência prática. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2000.
com conceitos apresentados no sistema pessoal da
8. Potter PA, Perry AG. Fundamentos de enfermagem. 6ª
Teoria de Imogene King. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005.
Evidenciou-se que a Teoria de King, mesmo não
explorada em todos os seus sistemas nessa reflexão, 9. Santos NCM. Urgência e emergência para a enfermagem:
apresenta-se como instrumento importante para do atendimento pré-hospitalar (APH) à sala de
reorganizar o processo de trabalho, viabilizar a emergência. 4ª ed. São Paulo: Iátria; 2007.
sistematização da assistência e colaborar para o
aspecto relacional da humanização em um serviço de 10. Kletemberg DF, Mantovani MF, Lacerda MR. Entre as
emergência. teorias e a prática de cuidar: que caminho trilhar?
No entanto, para a sistematização da assistência Cogitare Enferm. 2004 Jan/Jun; 9(1):94-9.
neste setor, enfatiza-se que o sistema pessoal não é
11. Grittem L. Sistematização da assistência perioperatória:
auto-suficiente, sendo fundamental que os sistemas uma tecnologia de enfermagem [dissertação]. Curitiba
interpessoais e sociais também sejam integrados à (PR): Universidade Federal do Paraná; 2007.
prática profissional na busca de sustentação do
processo de trabalho da enfermagem emergencial. 12. Moreira TM, Araújo TL. O modelo conceitual de
Distante de sanar a discussão sobre a sistemas abertos interatuantes e a teoria de alcance de
humanização ao politraumatizado, vislumbra-se que as metas de Imogenes King. Rev Latino-Am Enferm. 2002
considerações expostas forneçam elementos para que Jan/Fev; 10 (1): 97-103.
enfermeiros emergenciais reflitam a sua prática
cotidiana a fim de embasá-la cientificamente com vistas
a humanizá-la em todas as vertentes, para ultrapassar
a questão relacional e proporcionar atendimento de
qualidade às vítimas de eventos traumáticos.

REFERÊNCIAS

1. Figueiredo NMA, Coelho MJ. Aprendendo a cuidar em


emergência hospitalar: equipe, funções e ações. In:
Figueiredo NMA, organizador. Cuidando em emergência.
São Caetano do Sul: São Paulo; 2004. p.101-12.

2. Ministério da saúde (BR). Humaniza SUS: Política


Nacional de Humanização-documento de base para
gestores e trabalhadores do SUS. Brasília; 2004.

3. Santos AE. Humanização em serviços de emergência.


In: Calil AM, Paranhos WY. O enfermeiro e as situações

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